Buscar

FUTSAL Metodologia do Treinamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 180 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 180 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 180 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

*
Metodologia do Treinamento do Futsal
Prof. Fernando Ferretti
Capítulo I
Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal
Introdução
Objetivos da Aprendizagem na Iniciação
Cuidados Didáticos numa Sessão de treinamento
Capítulo II
O Treinamento Técnico
O Treinamento Técnico e sua Divisão
As regras do Futsal contribuem para o desenvolvimento técnico do desporto.
*
Capítulo III
O Treinamento Tático
O aprendizado Tático
Fundamentos Táticos Defensivos
Fundamentos Táticos Ofensivos
Tempos de ataque
As linhas de defesa
A marcação no escanteio
O tamanho das quadras e sua conseqüência na tática da equipe
Os princípios do Contra-Ataque
A montagem do Plano Tático
Sugestões de Conteúdos nas diferentes categorias competitivas 
A evolução dos Tipos de Ataque
Treinamento Tático no alto nível
Capítulo IV
O Treinador e o Treinamento
Comando e direção de equipes
Futsal : Profissão Técnico
O Treinador e as formas de comunicação 
Que tipo de treinador você é ?
*
Capítulo V
O Treinador e o Jogo
O Treinador e o jogo
A solidão do Treinador
Ataque dois toques
A defesa, o ataque e a vantagem numérica
Capítulo VI
Avaliação do rendimento no Futsal
O Treinador e os Meios Auxiliares
Capítulo VII
O Treinamento Psicológico 
A Preparação emocional
O Futsal e os pais de atletas das divisões de base
A capacidade volitiva do atleta
Dinâmicas de grupo para atletas de Futsal 
*
Capítulo VIII
Mundo Futsal
Onde o Futsal me levou
O Futsal Feminino
Futebol X Futsal
Futsal e a T.V
Futsal Profissional
*
Capítulo I
Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal
1. Introdução
Jean Piaget, define aprendizagem segundo três parâmetros:
Aprendizagem Motora: Referente ao conhecimento dos fundamentos e aprimoramento das qualidades físicas. 
Aprendizagem Cognitiva: Referente ao conhecimento do jogo, do grupo, reconhecimento dos líderes, torcida e influências.
 
Aprendizagem Afetiva: Referente a relação do indivíduo entre si e com o entorno.
O Futsal definitivamente é melhor jogado por quem aprende a raciocinar o jogo (Aprendizagem Cognitiva), por quem desenvolve melhor suas habilidades motoras, pré requisito para a excelência do gesto técnico(Aprendizagem Motora) e claro, enquanto recreativo o Futsal contribui para a formação do caráter do aprendiz(Aprendizagem Afetiva), solidificação de conceitos higiênicos ( o exercício melhorando a qualidade de vida), já que muitos chegarão ao ápice da pirâmide, vivendo, realmente, como profissionais do Futsal(Aprendizagem afetiva).
Dito isso, temos que considerar também o desenvolvimento motor normal da criança (como indivíduo) para entender as limitações do nosso atleta, de acordo com as diferentes etapas do seu aprimoramento motor, intimamente ligado a maturação do seu sistema nervoso central. O exemplo disso são dificuldades de nossas crianças das categorias fraldinha ou pré-mirim, por exemplo, diante das movimentações táticas muito elaboradas, porque a qualidade de raciocínio abstrato chega muito depois das idades destas categorias.
*
Podemos afirmar então: 
Maturação - Diferenciação estruturais e funcionais do organismo que levam a padrões de comportamento.
Aprendizagem - Enriquecimento das características da criança, através do treinamento, experiências e observações.
Desenvolvimento - Soma de maturação e aprendizagem. 
A idade mais apropriada para a iniciação da criança, quase sempre está em desacordo com a maioria dos autores especializados no assunto. A criança começa muito antes, animada pela família, pelos diferentes tipos de mídia, numa gama de estímulos muito maior que a 10, 15 anos atrás. O que queremos discutir e sugerir aqui é a melhor forma de orientar o trabalho destas crianças, segundo o estágio de desenvolvimento do sistema nervoso central que tenham atingido, segundo o quadro acima.
Veja o quadro abaixo, observando as características cognitivas, motoras e afetivas de acordo com a faixa etária mais importante na aprendizagem do Futsal, pois aí o aluno solidificará conceitos que levará durante toda a vida ativa no Futsal. 
*
06/ 08 anos
Pouca atenção- Nível de concentração baixo
Individualista- Começa a entender o conceito de grupo, além do familiar até então, sua única referencia grupal.
Muita Energia- cansa e se recupera rápido.
08/12 anos 
Aumenta Concentração 
Nasce espírito Competitivo
*
Ver, interpretar e entender a dinâmica do jogo, é a base para jogar bem e eficientemente. Dentro desta quantidade de informações que vai formando o arcabouço cognitivo do nosso atleta podemos destacar os sempre citados fundamentos táticos, que tem como essência a noção espaço-temporal. Nosso atleta precisa controlar a todo momento para onde correr e a que tempo, exercitar a antevisão do lance(pelada de 1 toque) e só vai automatizar estas ações se ao mesmo tempo que aprimora as qualidades físico-técnicas (resistência, potência, passes, força, chute, etc...) observa, discute e experimenta as experiências e ensinamentos dos técnicos, companheiros, adversários, palestras, entrevistas, vídeos, do universo chamado Futsal. 
	Definitivamente ou se raciocina sobre o andamento do jogo ou seremos pura intuição e técnica, as vezes insuficientes para um jogo bem jogado. Tenho visto situações e escutado experiências, onde os atletas no convívio do dia-a-dia ensinam detalhes, que no conjunto fazem a diferença.
	Por exemplo: Jogador observa jogador e são capazes de ensinar detalhes quase imperceptíveis aos demais. Pivô vira melhor para um determinado lado, que chuta sempre no mesmo canto, fixo que sempre antecipa ou que nunca antecipa, a posição em que determinado atleta prefere para passar sempre a um determinado ponto da quadra, etc... Portanto viva Piaget que nunca entrou numa quadra de Futsal, já batia um bolão ao definir com clareza a muito tempo, e como ninguém, o que confirmamos na prática todo santo dia. 
*
2. Objetivos da Aprendizagem na Iniciação
	A - Noção Espaço-Temporal: É a essência do jogo chamado Futsal. O atleta levará o que aprende aqui para o resto da vida útil no desporto. Para onde se corre e a que tempo é a base de qualquer sistema tático, em todas as categorias do Futsal. É uma qualidade especial no Futsal , mas o ser humano já começa a vivenciá-la desde os primeiros dias de vida. Um bebê ainda no berço , já busca no espaço determinados objetos e a um tempo de acordo com a destreza aprendida.
 Esta qualidade é especial no Futsal porque nosso desporto é como se fosse uma brincadeira de gato e rato. Um jogador corre num determinado espaço de quadra tentando se desvencilhar da marcação enquanto o marcador tenta controlar o jogador a ser marcado e a bola e vice-versa. Esta é uma qualidade que vai depender muito das experiências motoras vividas na infância , mas que devemos sempre procurar melhorar em nosso atleta.
Nosso atleta, numa partida calcula ainda que sem saber, as reações dos adversários, o tempo da bola para dominar, passar e chutá-la e o tempo de seus companheiros.
Fica claro então, a importância desta qualidade, nas diversas situações de jogo, sobretudo depois que a preparação física evoluiu e tornou a marcação muito mais efetiva.
Dito isso ,a noção espaço temporal deve ser capítulo especial de nossa programação de treinamentos, em todos os níveis de aprendizagem, especialmente nas escolinhas e categorias de base. É nas categorias iniciais que as crianças começam a descobrir, num nível mais consciente o espaço e o tempo no Futsal e vencem alguns receios adquiridos em experiências motoras mal sucedidas.
Observe estes exemplos: Numa sessão de treinamento a tendência das crianças ao correr é ficar todas próximas umas das outras e buscando mais o centro da quadra num posicionamento já em desacordo com a ocupação de espaços tão importantes no Futsal ; ou quando dividimos a turma em colunas,
para um exercício de chute,a tendência é que a coluna , por instinto, vá para o meio da quadra, sem explorar as alas da , tão importantes na distribuição tática.
Face ao exposto, pode estar aí a resposta as nossas dúvidas quanto ao aprendizado tático de nossos atletas e ao entendimento da filosofia de trabalho de qualquer Treinador. Seguem abaixo três exemplos para treinar esta qualidade muito importante:
*
1 - Nas corridas de aquecimento não deixe que as crianças corram em círculos pela quadra. Devem correr buscando os diferentes espaços de quadra e em variadas direções, explorando-as pois.
2 - Nos trabalhos de passe, sair daquelas posições paradas na quadra e fazê-los em movimento como numa situação de jogo.
3 - Utilize uma corda que é batida no sentido anti-horário, por 2 ajudantes enquanto: a) as crianças passam por baixo ou por cima dela, sem bola; b)sem bola e com um companheiro ao lado, c)com bola, passa a bola de um lado e domina do outro, d)passa bola por cima e passa por baixo para dominar do outro lado, e)passa a bola por baixo e vai chutar do outro lado ao gol, etc, Nestes exercícios com corda , o espaço está na distância percorrida e o tempo na movimentação da corda acima e a baixo. 
*
B - Direção/Sentido( As 6 direções do Futsal): Convido todo mundo a fazer um exercício simples. No início de uma aula, mande os alunos correr. Simplesmente correr. Farão sempre em círculo. Por que? Se no Futsal não existe este tipo de deslocamento.
Basicamente são seis as direções de quadra para onde um jogo de Futsal anda:
Considerando a marca central da quadra (de onde se dá a saída de jogo), olhando adiante até a meta de fundo de quadra, por trás na mesma linha até a meta que está as minhas costas, ao meu lado direito, ao meu lado esquerdo, e na diagonal até o escanteio que está a minha frente e por último no escanteio que está as minhas costas.
É para aí que se corre, num jogo de Futsal e nossas crianças desde muito cedo devem explorar estes espaços de quadra, logo no aquecimento no início de cada aula ou treino.
*
C - Flexibilidade das Regras: As regras do Futsal de categorias menores devem ser adaptadas. As arbitragens devem ser educativas e não punitivas.
D - Vivência na Categoria: A criança deve jogar nua sua categoria.
	
E - Identificação dos espaços de quadra e posições: O atleta tem que aprender a conhecer e saber ocupar os espaços de quadra.
F - Noções de Interação Tática Básica: A criança deve começar a conhecer os fundamentos táticos.
*
3. Cuidados Didáticos numa Sessão de Treinamento
Não use apito. Corrija seus atletas falando durante todo o treinamento. Procure se comunicar com todo o grupo em tom de voz alta e clara. (sem gritar).
Durante os treinamentos, não sente nunca e não fique parado. Caminhando você encontra sempre alguém que necessita de uma palavra, de ajuda. Passei pela área e faça o atleta senti que também merece atenção individual. Fale. Explique. Aconselhe. Seja firme.
*
Faça também observações individuais. Isto ajuda a combater a timidez da criança, aumenta o grau de confiança dela no seu trabalho. 
Antes de começar qualquer atividade, estabeleça objetivos e certifique-se que eles foram alcançados ao final da mesma, comunicando ao grupo individual ou coletivamente. Faça as considerações do que melhorou e do que precisa ser melhorado.
Durante os jogos, divida com todos do plantel, suas orientações, inclusive com aqueles que você usa pouco. Ao pedir um tempo durante uma partida, exija que todos escutem suas explicações, de forma que todos possam compartilhar de suas idéias e sejam sabedores delas, caso seja necessário participar do jogo.
*
F) Elabore exercícios onde o maior número de atletas participe de uma só vez. 
G) Não participe dos exercícios. Observe e corrija.
h) Misture o plantel. Dê a oportunidade aos mais fracos de treinar com os mais fortes em alguns momentos de treino.
Faça o entra e sai (titulares por reservas ) durante as sessões de treinamento, educando os atletas para as situações de jogo. 
j) Incentive e escute opiniões.
k) Controle e não permita a violência e a agressividade em excesso dos atletas.
l) Reforce o positivo (“vejam como o fulaninho faz isso bem”) e o negativo (“ tente fazer melhor, pois eu sei que você conseguirá”).
m) Controlar bem os tempos de esforço. E a graduação dos exercícios. (Do mais fácil para o mais difícil).
*
n) REGULARIDADE- Está é a chave para o sucesso. Execute e mande repetir. Faça outra vez. Volte a fazer. Peça de novo. No treino seguinte , tudo outra vez.
o) Em quem seu atleta se espelha? Use os exemplos de jogos e jogadores ao vivo e através de teipes. Estas imagens valem mais que mil palavras.
p) A qualidade dos seus exercícios é proporcional a motivação que seus atletas demonstram ao participar deles. Se for o contrário, esqueça. Tente outro. 
 
q) O Treinador deve orientar material esportivo adequado: Uso de caneleira e não uso de short de surf , por exemplo. 
r) Deve-se orientar com relação a alimentação e a higiene do aluno/atleta.
s) Deve ser cobrado do aluno/atleta rendimento satisfatório na escola.
t) O Aluno/Atleta deve ser cobrado com relação à horário, disciplina, limites e no convívio com os colegas.
*
u) No início de sua vida esportiva como atleta ,Treinador não deve determinar as posições e sim deixar o atleta vivenciar.
v) Fazer trabalhos bilaterais na iniciação para poder usar os dois pés no futuro.
*
Capítulo II
O Treinamento Técnico
Treinamento Técnico e suas Divisões
O desenvolvimento tático e físico, nos últimos anos , passou a exigir dos treinadores da modalidade uma especificidade muito variada nos diferentes tipos de treinamento técnico. São cada vez maiores as exigências para o atleta em quadra, quanto ao seu ótimo rendimento numa partida.
Penso estarmos todos de acordo quanto ao fato de que o rendimento tático de um atleta ou equipe, está intimamente ligado ao que se consegue fazer tecnicamente. É por aí que todos os problemas táticos de uma equipe começam a se resolver. Tenho dito, que NADA SUPERA A QUALIDADE. Em tese, o que sempre nos levará a alcançar ótimos resultados, é a qualidade técnica de nossos atletas, de forma que busque sempre cercar-se dos melhores e seus problemas, estarão, diríamos 50% resolvidos. 
*
É claro que só a técnica não resolve nada. O perfil do que deva ser o melhor dos melhores no Futsal moderno, é uma excelente técnica, acompanhada de um super preparo físico e uma inteligência tática apurada, somando-se a isso um faro apurado para chutar muito e fazer gols.
Considerando o somatório destas qualidades, você é capaz de identificar algum jogador que tenha este perfil no Futsal brasileiro? Eu conheço alguns, mais deixo para vocês este exercício de reflexão.
*
A Divisão do Treinamento Técnico é o seguinte: 
 A - Treinamento Técnico de Especialidades: Visa melhorar a técnica inerente a cada posição. Por exemplo, o pivô busca melhorar o domínio de bola e passe. O central ou fixo, vai melhorar o desarme e o chute de longa e média distância, e assim sucessivamente. Mas a multiplicidade de funções no Futsal também exige do nosso atleta uma boa dose de conhecimento mínimo das características das outras posições, de forma que experimentar estas atitudes é muito importante naquilo que podemos chamar, se é que existe, o jogador completo. Neste momento o Pivô aprende também as atitudes do Fixo, aprimora suas características de armador/passador como ala e vice/versa. As sessões de treinamento nesta parte são pequenas oficinas, repartidas na quadra onde cada um aprimora suas qualidades especiais(da posição) e “prova” a do outro.
*
B _ Treinamento Técnico de Correção: Nesta parte vamos corrigir tudo aquilo que nosso atleta não faz bem ou não faz. É de domínio público que os estudos de cientistas interessados em desvendar o cérebro humano, já descobriram que usamos muito pouco (10,20%) a nossa capacidadecerebral. Este conceito é o ponto de partida para nossa busca ao atleta mais ambidestro possível. Isto é, atletas que saibam usar bem as duas pernas nos diferentes fundamentos. Provado está que o iniciante ao se definir por uma das duas lateralidades possíveis (esquerda ou direita) o faz em razão do lado predominante do cérebro, tendendo a especializa-lo cada vez mais, em detrimento do lado não definido.
Considerar também, que a tendência de todos nós, inclusive nosso aluno/atleta é desprezar, diminuir e desconhecer aquilo que não conhece, não exercita, não pratica e não domina. 
*
Aproveitando, pois esse conceito do pouco uso da capacidade cerebral, devemos incentiva-lo a treinar bilateralmente. Tudo aquilo que se treina com uma perna , deve-se repetir, também, com a outra. Isto em todos os níveis de aprendizagem. 
O treinamento técnico de correção olhado a luz destes conceitos torna-se de uma simplicidade impressionante. Basta colocar nosso atleta diante da própria dificuldade, daquilo que faz mal ou não faz. Se ele chuta mal com a perna esquerda ou evita chutar com ela, é esse o exercício de correção que deverá fazer. Se domina mal com a perna direita, outro exercício estará pronto e assim por diante. 
Controlar os exercícios através de simples ficha onde se faz os apontamentos do que foi proposto ao atleta. Reciclar periodicamente. Dar a ele, atleta, também a oportunidade de opinar sobre aquilo que acha que deva melhorar. As vezes, nosso poder de observação deixa escapar aquilo que nossos elucida. Estamos acostumados a acompanha-lo dia a dia mas não devemos desprezar suas considerações sobre seu próprio aperfeiçoamento. 
*
Podemos então dizer que o treinamento técnico de correção é a melhora e apuro do gesto técnico inerente ao Futsal, através do exercício repetido das maiores dificuldades do atleta. À partir disso podemos arriscar a seguinte sentença:
CORREÇÃO........CONFIANÇA.........PROGRESSO
Isto porque após colocarmos nosso atleta tantas vezes diante das suas dificuldades, ele começa a ganhar confiança, pois o que antes fazia mal, agora faz melhor, o que podemos chamar de progresso. Lembre-se : Costumamos não fazer bem aquilo que não conhecemos, não treinamos !
 Considerar, também, na elaboração dos exercícios o conceito da progressão pedagógica, portanto saindo do mais fácil para o mais difícil. Por exemplo, quando corrigimos o fundamento chute, devemos mostrar ao atleta que primeiro equilibre seu corpo em relação a bola, inclusive observando seu pé de apoio em relação a ela, no passo seguinte buscar a direção do chute e por último a força.
*
Notaremos num médio espaço de tempo, quantas maravilhas podemos alcançar corrigindo os fundamentos, essência do jogo bem praticado, meio caminho para as vitórias. 
Não se esqueça: “Fotografe” (com sua tela mental ) seus atletas e estarão prontos os exercícios mais simples e eficazes para a correção técnica. 
Estará diante da dificuldade e de tanto repetir, vai melhorar. Tomemos como exemplo o caso do voleibol, no Brasil, que há 20, 25 anos não era quase nada e hoje é campeão olímpico. Nos últimos anos este desporto deu um salto de qualidade tremendo, investindo no treinamento maciço e repetitivo dos fundamentos. 
A razão primordial desse sucesso é a preocupação em quantificar e portanto medir através de scouts o desempenho dos atletas durante uma partida, durante todo um campeonato, premiando-os por suas excelentes performances nos fundamentos.
 Os scouts das equipes e campeonatos vigiam e realçam as qualidades ou deficiências de fundamentos que cada atleta possui. 
*
É quase seguro que uma boa recepção, um bom passe e por fim um potente cortada vai jogar a bola no chão, na quadra adversária, num desporto onde só se vê confronto no fundamento bloqueio, e portanto, tudo é mais fácil. A bola quando está do meu lado de quadra, é só minha, o que facilita tremendamente as coisas. O que diríamos então do Futsal onde o confronto e a marcação não nos permite mais jogar com conforto e espaço.
O problema é que no Brasil todo mundo pensa que é bom de bola e não precisa treinar fundamentos. Vejamos, também o exemplo da Holanda que investiu maciçamente nos fundamentos do futebol e tem mostrado ao mundo um jogo muito vistoso, com jogadores espetaculares.
*
c) Treinamento Técnico de Grupo: Nesta parte do treinamento você vai buscar relevar o clima de confronto, a imitação do gesto técnico. Seus atletas vivenciarão as ações as ações do que realmente deve acontecer numa partida de Futsal. São jogos de igualdade e superioridade numérica caracterizando a situação da partida. 
1 - Jogo dos Setores
Formação: 14, sendo cada equipe com 1 goleiro e 2 em cada setor.
Objetivo: Passe e finalização.
Desenvolvimento: dois toques, não pode jogar fora do setor, havendo o terceiro toque, chute de primeira.
*
2 - Desarme só na defesa
Formação: 5x5
Objetivo: Contra-Ataque
Desenvolvimento: Equipe que está atacando e perde a bola só pode desarmar no seu campo defensivo.
3 – Futvolei
Formação: 6x6
Objetivo: Controle e passe
Desenvolvimento: É obrigatório os três toques sendo um de cabeça.
*
4 - Jogo do passe aéreo com rede de volei
Formação: 5x5
Objetivo: Passe aéreo, na paralela e domínio.
Desenvolvimento: São armada os mastros do volei e uma fita da altura dos mesmos. Entrada no ataque com passe por cima da rede ou pelo lado de primeira. 
5 - Jogo pelas alas
Formação: 5x5
Objetivo: forçar a lateralidade do jogo de ataque
Desenvolvimento: Não é permitido tocar na bola dentro da quadra de volei, sendo punido com lateral.
*
6 - Jogo para o pivô
Formação: 5x5
Objetivo: Forçar no pivô o jogo de ataque .
Desenvolvimento: Primeiro domínio na quadra adversária é feito na posição básica de pivô.
7 - Jogo de finalização com opção para o pivô
Formação: 5x5
Objetivo: finalização, marcação e passe ao pivô.
Desenvolvimento: Baliza na linha de fundo do volei, na ala finalizar só de primeira, quem passa ao pivô, sobe para finalizar, pode haver contra-ataque. No escanteio e lateral chute livre.
8 - Jogo do chutão
Formação: 10 atletas
Objetivo: Pivô de tempo, marcação de retorno e aproximação do ataque.
Desenvolvimento: Atleta da lateral lança para o pivô 
*
9 - Jogo do erro 
Formação: 5x5
Objetivo: Passe
Desenvolvimento: 8’ ou dois gols, em todo erro que originar um contra-ataque o atleta é desqualificado, a equipe com vantagem numérica tem 3 chances de finalizar.
10 - Jogo do gol dentro da área 
Formação: 4x4
Objetivo: Passe
Desenvolvimento: Somente o jogador autorizado a entrar na área pode fazer um gol.
11 - Jogo do passe aéreo
Formação: 3x2 em cada meia quadra
Objetivo: Passe aéreo e finalização
Desenvolvimento: só vale passe aéreo.
*
12 - Jogo de passe ao homem do meio
Formação: 5x5
Objetivo: Passe e fechamento do meio
Desenvolvimento: Passar a bola ao pivô.
13 - Jogo Multi-Metas
Formação: 5x5
Objetivo: Finalização e marcação
Desenvolvimento: Deve-se fazer os gols nas várias metas. 
*
14 - Jogo do Voleio
Formação: 5x5
Objetivo: finalização de voleio
Desenvolvimento: Passe com as mãos, não pode correr com a bola, finalizar só de voleio, cortar o passe só de cabeça.
15 - Jogo do fundamento determinado
Formação: 5x5
Objetivo: Antevisão do lance, raciocínio tático.
Desenvolvimento: Determina-se com que perna se pode fazer que fundamento . Exemplo, passe com a perna esquerda e domínio com a direita.
16 - Jogo do chute de 1 tempo ou de primeira
Formação: 5x5
Objetivo: Finalização de primeira
Desenvolvimento: As equipes só podem finalizar de primeira. 	 Se dominar não pode mais chutar.
*
d) Treinamento Específico de Goleiro: 
	Vai longe o tempo em que se virava goleiro porque jogava-se mal na linha. Era só aparecer um gordinho ou um desajeitado e pronto, por falta de oportunidade ,mandavam o garoto para a trave.
	A mudança da regra ,no iníciode 1997,começou a delinear o goleiro de Futsal do futuro. Bom com as mãos ,bom com os pés.
	Dito isso analisaremos o seguinte: A prática nos mostra que "geneticamente" falando(o genético está entre aspas porque não estamos falando ramo da Biologia) tem goleiro que nasce goleiro, passa um tempão sem treinar ou jogar e na volta, fecha o gol; e o que precisa treinar muito ,sem parar para ser e continuar bom goleiro ,porque na volta de uma inatividade pode tomar uns bons frangos. Logo se percebe, desde a escolinha aquele indivíduos com "pinta" de goleiro e invariavelmente acabam mesmo virando bons goleiros.
	Vamos então a razão central desde pequeno ensaio. Em primeiro lugar ,a mudança de regra dificultou a vida daqueles que pouca habilidade tem com os pés e neste momento temos uma corrida contra o tempo, com todos eles treinando freneticamente para corrigir suas dificuldades. É válido ,mas vejo aí um erro de foco. 	Tem gente esquecendo de pegar a bola debaixo da trave que é a função primeira de cada goleiro. A maioria dos principais goleiros do Brasil não são tão bons com os pés mas suas equipes não deixaram de disputar títulos. 
*
	Deveremos ter uma geração espetacular de goleiros tão bons com as mãos quanto com os pés quando os atuais infantis, infanto - juvenis chegarem ao adulto. Neste momento, é melhorar o que já se sabe e primeiro defender as bolas, depois passar e fazer gols. Não esquecer que o linha-goleiro é uma boa opção. Tratar de treinar no gol um excelente passador/chutador , jogador de linha.
	Na formação/treinamento dos goleiros ,sem dúvida ,a resistência aeróbica é a base para as exigências da posição mas, é no trabalho anaeróbico ( lático e alático) que está centrado o rendimento do goleiro. E no tempo de reação(cai, levanta, salta, cai de novo, levanta outra vez) que está a qualidade principal do goleiro. E também na agilidade ,a troca de posições sucessivas e na maior velocidade possível. 	Portanto, conseguida uma boa base aeróbica, o trabalho do goleiro deve ser centrado em atividades de quadra ,com ênfase no tempo de reação e debaixo da trave, no contato com a bola. O que orienta o trabalho com os pés é a melhora dos fundamentos na imitação dos gestos técnicos realizados numa partida. Então , por exemplo ,o goleiro defende ,coloca a bola fora da área e passa. Treina domínio parcial com a coxa, e passa ou chuta ao gol. Ao perceber a chegada do marcador ,faz o passe ,etc.
*
Com as sucessivas mudanças na regra o goleiro já chegou na linha e é responsável por um jogo de vantagem numérica que tanto proporciona fazer gols, quanto ajuda a quebrar as marcações rígidas de qualquer adversário. Com essas alterações chegaram os treinadores de goleiro, tamanho a importância que representa a figura do goleiro bem treinado na equipe.
O trabalho do goleiro no treinamento é basicamente de tempo de reação. Aquele cai, levanta, cai de novo, senta, e assim por diante. Exercícios de velocidade de reação, num limiar anaeróbico (freqüência cardíaca de media intensidade). 
*
2. As regras do Futsal contribuem para o desenvolvimento técnico do desporto?
As regras de qualquer desporto servem para normatizar as ações dos mesmos, dentro de um limite de ações técnicas e disciplinares. A transgressão das regras gera de imediato, uma punição, que se reverte em benefício do adversário.
Penso que estamos, mais ou menos de acordo, com proposição acima. Dito isso o que queremos discutir é se uma seqüência de punições, inibe ou estimula nosso atleta das categorias de base, no seu desenvolvimento técnico tático.
A criança só aprenderá, vivenciando, participando e que sejam experiências realmente educativas, longe das pequenas batalhas que invariavelmente se travam nos jogos das categorias de base, onde os maiores protagonistas da educação são pais, árbitros e técnicos, e muito menos a crianças.
*
	Em primeiro lugar, muito se discute qual a melhor idade para começar a competir, considerando os aspectos físicos e psicológicos.
	A evolução da fisiologia do exercício, nos últimos 20 anos responde a maioria das perguntas quanto ao aspecto físico. já quanto ao psicológico, no que diz respeito às reações do indivíduo frente as diferentes facetas da competição, muito há ainda que pesquisar e responder, embora a presença do psicólogo na Comissão Técnica seja imprescindível e indiscutível.
Seguindo o nosso raciocínio, porque se critica tanto o início precoce no Futsal, quando na Ginástica Olímpica se começa aos 3,4 anos e um ginasta aos 19,20 é considerado um velho?
	Responder esta pergunta requer um pouco de atenção. 	A evolução da ciência, em geral e o bombardeamento de informações dos meios de comunicação, amadurece muito mais rápido um indivíduo do que a 15,20 anos atrás. O primeiro presente que um menino (e por que não as meninas?) recebe é uma bola de futebol. Começam no Futsal porque os espaços nas cidades cada vez são menores e porque quase todo mundo acha que o Futsal é um Futebol de Campo pequeno, o que não é totalmente mentira nem totalmente verdade 
*
Alguns clubes de Futebol já descobriram a qualidade especial dos craques de campo, que começaram no Futsal. Isso pelo seu tempo de reação apurado, básico no Futsal e muito importante nos espaços de Futebol de campo, onde o jogo se decide.
Então, a questão central é quem ensina o que, e qual a qualidade didática desses ensinamentos, e o que as regras ajudam ou poderiam ajudar na formação do atleta.
Estamos de acordo que o início ideal deva ser em torno dos 7 anos de idade, que coincide com a saída do chamado Jardim para a primeira série do primeiro grau. Neste momento a criança reconhece um grupo distinto do familiar e tem que repartir experiências fundamentais na natureza associativa do Futsal.
O que desmotiva as crianças nos primeiros anos de Futsal é, quase sempre, a má conduta de Pais e Treinadores (ainda que a nível inconsciente), preocupados uns em compensar suas frustrações e os outros só em suas aspirações pessoais. É comum o caso de Clubes que buscam jogadores de boa técnica e não se preocupam com a formação tática do jogador. Enquanto só a técnica e a estatura fazem diferença, ótimo. 
*
Depois o que se vê são os inúmeros exemplos de mini craques que desaparecem sem deixar vestígio, impedidos de chegar ao juvenil e ao adulto.
Outro exemplo são os jogadores que passam temporadas inteiras sentados no banco, com pouca ou nenhuma oportunidade de jogar, privilégio dado a 5,6 jogadores do plantel que tudo resolvem.
Existe também a desculpa de que jogador de primeiro ano de categoria não serve para nada mais que completar treino e perdem a oportunidade de vivenciar e aprender o que poderia ser útil, de imediato.
É neste momento que a mudança de regras, pelos menos nas categorias não oficias (as oficiais são infantil, juvenil e adulto) poderiam aportar algo mais que a punição ao atleta. 
Sigamos os exemplos do voleibol e do basquete onde as regras se diferenciam nas categorias, de base para ajudar na formação do atleta. Os treinadores não se acomodam e tratam de trabalhar, corrigir e formar atletas, pois sabem que necessitaram de muito mais gente qualificada para competir.
*
No Futsal, já existem alguns bons exemplos, como o da Federação de São Paulo, que exige que todo mundo jogue pelo 5 minutos até a categoria Pré-Mirim, mas há muito por fazer como, por exemplo, diminuir o tamanho da baliza, que é muito grande para jogadores até mirim, acabar com laterais e escanteios batidos direto a área adversária (isto não se parece com nada que se vê no Futsal profissional).Não permitir que o goleiro chute ou passe para chutar direto ao campo adversário, quicando a bola, etc, etc.
O que acontece é que um jogador de menos técnica acaba aprendendo a raciocinar melhor porque sabe que não vai resolver na habilidade e o jogador habilidoso, que não é incentivado a raciocinar porque nos satisfazemos com meia dúzia de dribles que possam dar.
*
Indiscutivelmente, nossos jogadores seguem sendoos melhores do mundo taticamente, mas precisamos melhorar a qualidade do que se oferece a nossa criança e a mudança da regra nas categorias iniciais como chupetinha, mamadeira, fraldinha, pré-mirim e mirim seria muito bom para fomentar uma preparação mais adequada.
Penso que a Federação do Rio de Janeiro está prestes a ser a pioneira desta revolução pedagógica, pois já estuda, com a nossa humilde participação, (e convidamos todos a fazer o mesmo) algumas mudanças importantes.
*
Capítulo III
O Treinamento Tático
O Aprendizado Tático
			Uma das maiores dificuldades da maioria dos Técnicos de Futsal, sobretudo os da categorias de base, é ensinar as ações táticas e conseguir bom resultado prático.
			Os Técnicos entendem que o sucesso das ações táticas está na simples repetição das jogadas e padrões, nas formas em que foram copiadas, seja de um jogo visto na televisão ou mesmo no aprendizado ao vivo, nas partidas que presencia, nos cursos que participa e na convivência com outros profissionais. É chegar no treino, mostrar a movimentação e nosso atleta já saberá repetir tudo que foi ensinado. Aí começam nossas decepções.
*
		A excelência nas ações táticas depende primeiro de uma qualidade de fundamentação técnica que nem sempre lembramos de corrigir e desenvolver, sobretudo o passe, essência do jogo.
	Mas, a maior dificuldade está no embasamento tático que nosso atleta deve possuir como pré requisito, para executar estas ações. Falo dos fundamentos de defesa e ataque, primordiais para um jogo bem executado. 
Saber se colocar em relação ao adversário e a bola nas atitudes ofensivas e defensivas, é como se diz, o “pulo do gato”. Se não vejamos:
	Seu atleta já sabe que defender é tentar desarmar, acompanhar o adversário colocando-o dentro do seu campo visual ao mesmo tempo que a bola e estar atrás da linha(hipotética) da mesma?
Que no ataque, nunca deve receber a bola parado? 
*
Saber correr e a que tempo, no nosso desporto é a chave. Não basta ter a bola nos pés. É preciso saber para onde se vai, quando se está sem ela, ajudando e abrindo espaço para o companheiro que a tem sob domínio. Estão aí as origens de nossas dificuldades e o diferencial entre as grandes equipes do Brasil e as que só tem jogadores habilidosos com a bola nos pés. Existem bons jogadores em qualquer lugar. O diferencial é se eles sabem para onde ir e quando ao ficarem sem a posse de bola.
Futsal Competitivo é um desporto exclusivo para atletas capazes de pensar e refletir. Nestes tempos, estamos vivemos as dificuldades que um Treinador passa diante de jogadores de boa técnica, mas ainda incapazes de raciocinar uma seqüência de ações para criar e explorar espaços, naquilo que deveria ser o Futsal bem jogado. Um jogador só vislumbra tempos e espaço se reúne uma bagagem de conceito indispensáveis.
*
Exemplo:
Para desmarcar-se tem que correr, mas só correr não é desmarcar-se. O atacante que corre faz o marcador correr e, portanto desequilibrar-se, e quem marca desequilibrado, marca pior. Se estivermos de acordo até aqui, veremos que a simples ação de correr é muito melhor que jogar parado, facilitando a marcação, mas, como já citei, a chave é para onde e como corremos, levando o adversário a um espaço de quadra e quando ele pensa que nos tem sob controle, paramos a corrida, mudamos a direção, e mudamos novamente, e paramos e corremos e fintamos, como num jogo de gato e rato. Claro que o atacante, enquanto corre está pendente da bola, que a qualquer momento pode receber de seu companheiro, mas enganar o adversário é o que chamamos de saber correr.
Dado o exemplo, muitos dos jogadores de Futsal como os de Futebol de Campo, jogam por intuição, nada dependentes dos outro quatro companheiros que estão em quadra. Quando se dão conta é porque estão prestes a perder a bola, por desespero. 
*
	A sugestão é que nós Treinadores treinem os fundamentos de defesa e ataque para que os atletas aprendam a raciocinar o jogo(raciocínio tático). A dificuldade na aprendizagem também estará na idade do atleta, pois quanto mais velho, maior a dificuldade de se aprender estes fundamentos.
	Aí está uma das razões da desenvoltura do jogador brasileiro. Mal ou bem, estes conceitos já bem falados e treinados desde a base, o que facilita muito na idade competitiva 
*
2. Fundamentos Táticos Defensivos
 
Abordaremos aqui, como sugere o título , o básico em qualquer defesa numa equipe de Futsal. Não confundir básico com pouco expressivo ou sem importância. Ao contrário, se conseguirmos incutir na cabeça de nosso atleta os conceitos que se seguem , teremos assim , o pré requisito para marcar bem em qualquer espaço de quadra.
Esses fundamentos defensivos tratam de como nosso atleta deve se colocar em relação a bola e ao adversário a ser marcado e, sobretudo, que tipo de ajuda ele pode proporcionar ao seu próprio companheiro. Nosso atleta deve aprender também, a controlar , mesmo a distância, o que acontece nos espaços de quadra próximos aquele em que se encontra e/ou cobrir os espaços livres deixados pelos companheiros que mal acompanham seus oponentes ou são driblados por estes. 
*
Portanto marcar é: 1) Tentativa de Desarme (Tirar a bola 				do adversário) e,
 2) Acompanhamento (Quando o adversário 		se desloca sem bola.)
 3) Retomada do Equilíbrio
Isto posto, passemos então aos fundamentos de defesa propriamente ditos:
*
A - Tentativa de controlar a bola e o homem a ser marcado:
		Quando marcamos nosso adversário, deveremos controlar duas variantes importantes que são: a bola e o jogador oponente. Na tentativa de marcar, se nosso atleta perde a bola ou o homem, ou pior, perde os dois ,nossa equipe começa a correr riscos defensivos.
		É bem verdade que há um momento em que nosso atleta vai ter que optar entre um ou outro, de acordo com seu poder de rápida resposta a situação que se configura. Ele esquece a bola e acompanha seu adversário até o final de forma que estará junto de se oponente se a bola ali chegar. 		Ou, perde o homem , mas ajuda seu companheiro fazendo superioridade numérica contra o adversário desarmando-o. Entenda-se por controlar o adversário, o ato de manter o adversário e/ou a bola dentro do seu campo visual.
*
B - Tempo de Abordagem:
			Trata-se do tempo exato e correto para se fazer a abordagem no adversário que tem ou poderá ter a bola. Este momento certo é no instante que o adversário vai receber a bola, ou seja, enquanto a bola “viaja” para encontrar o atacante adversário, chega junto nosso atleta defensor.
			Não se deve chegar antes da bola porque deixamos de fazer a cobertura de nosso companheiro e não se chega depois que o adversário domina a bola, porque ele acabará ganhando metros preciosos em direção ao nosso gol.
*
Tempo da Volta Eletiva:
		Nosso atleta aprende aqui como se deve acompanhar o adversário a partir do momento em ele perde o controle da bola de seu campo visual, num passe que já chegou ao pivô adversário . São dois os caminhos:ou acompanhamos nosso oponente até o final, perdendo a bola mas controlando o adversário ou, largamos nosso oponente e ajudamos nosso companheiro envolvido na disputa de bola a desarmar seu oponente fazendo superioridade numérica num espaço de quadra. O que normalmente mais se vê é o jogador que defende parando no meio do caminho . Nem marca seu oponente direto nem ajuda seu companheiro envolvido na disputa de bola. 
*
Marcação de Retorno – Superioridade numérica de defesa contra o ataque:
		Considerando que equipe que marca bem é aquela que está sempre próxima da linha da bola, o nosso atleta deve sempre tentar controlar seu oponente direto e, ao mesmo tempo, ajudar o companheiro envolvido na disputa de bola, caracterizando-se assim, superioridade numérica no setor da quadra onde está a bola. O pivô como primeirohomem de defesa, uma vez vencida sua linha de marcação, deve imprimir uma movimentação para a lateral e na diagonal para trás e ajudar , com vantagem numérica sua defesa. 
*
3. Fundamentos Táticos Ofensivos
A - Na frente da linha da bola: O atleta que vai receber a bola na maioria das vezes deve estar à frente da mesma.
B - Entrar/sair do campo visual do adversário: Quem vai receber deve tentar ludibriar o adversário como num jogo de gato e rato, saindo do seu campo visual.
C - Linha de Passe: Todos os atletas que estão sem a posse de bola devem aparecer quando um do seu time está com a mesma.
D - Nunca Receber Parado: Como já foi dito os atletas tem que se movimentar para receber, evitando assim receber a bola parados.
E - Andar com a bola – Enquanto me movo com a bola,colocando-me entre o adversário e a bola que conduzo,estou movendo a defesa adversária,por isso em desequilíbrio e marcando pior.
F - Velocidade Precisa do Passe – Estimular a velocidade do passe(tempo 1)pois o passe veloz faz a defesa adversária perder o equilíbrio.Vide jogo da Zona de armação.
*
4. Tempos do Ataque
 
 
		O início do ataque de uma equipe se dá , de acordo com o tipo de defesa que o adversário imprime na saída da bola das mãos do goleiro que inicia o ataque.
São três os tempos de ataque:
		Quebras de Marcação – Se o adversário pressiona nossa saída de bola, é necessário romper essa pressão para que ganhando espaço em direção a quadra de defesa adversária possamos realizar;
		Padrões de Jogo – São ações com início e reinício , apostando que uma movimentação repetitiva vai induzir, invariavelmente ,o adversário ao erro, por desconcentração e, finalmente;
		Jogadas Ensaiadas – São ações com início e fim , de bola em movimento (durante o jogo) e bolas paradas(Saída de centro, faltas , laterais e escanteios).
*
	Portanto, o fator determinante do tipo de ataque a usar é marcação que o adversário faz quando nosso goleiro pega a bola para repor em jogo. As quebras de marcação se fazem necessário para que nossa equipe busque espaço para seu jogo de movimentação treinado. É um erro grande acharmos que podemos resolver tudo com um goleiro lançador e um pivô passador/ finalizador, quando o adversário nos pressiona. Este é um tipo de ataque que começa e termina rápido, inimigo de uma posse de bola elaborada e só deve servir de alternância para o ataque, e não como ritmo de ataque.
Uma vez “quebrada” a marcação adversária , buscamos os padrões de jogo que são movimentações repetitivas, com início e reinicio e daí para as variações de jogadas ensaiadas com bolas paradas e em movimento.
	Devemos mostrar ao nosso atleta que a velocidade do ataque deve ser proporcional a qualidade do passe bem feito. Não existe ataque sem qualidade de passe, que deve ser feito com a calma necessária para chegue ao seu destino.
*
	Aí sim, nosso atleta deve ser, sem bola, muito veloz para que nesse deslocamento sem bola, possa vencer o oponente, buscando espaços vazios, colocando-se então em posição privilegiada para receber a bola.
Por último, nosso atleta deve aprender a criar no adversário uma permanente dúvida: olha para a bola e nos perde de seu campo visual ou, nos olha e perde a bola de seu campo visual. 	Entrar e sair do campo visual do atleta que nos marca é fundamental para desestruturar a marcação adversária. Não podemos permitir que o atleta que nos marca, controle ao mesmo tempo homem e bola, daí nossa movimentação constante, procurando fugir do controle visual dele. Futsal não é um desporto que se joga só com a bola nos pés. É muito o que faz e se corre sem ela. Melhor correr desordenadamente do que jogar parado. Todo adversário que marca correndo atrás de nosso atleta marca pior porque está desequilibrado.
*
5. As Linhas de Defesa
Quando pensamos num tipo de defesa para enfrentarmos um adversário 'há que se fazer algumas considerações, preliminarmente.
Saber a característica do ataque adversário é a primeira delas. Se é de ritmo veloz(aquele que quer fazer tudo rápido) ou pensado, centralizado em um ou dois jogadores, o famoso carimbador por quem a bola sempre passa antes da definição do jogo de ataque.
Isto é determinante para falarmos nas tais linhas de defesa que são: 
*
Linha 1 ou Meio Aberto 
 	Indicada para aquele momento do jogo em que há desvantagem no placar e o tempo está chegando ao fim.Com meio da quadra literalmente aberto cada um pega o seu, o fixo antecipa ao pivô e o goleiro adversário joga livre.
Indicada, também, contra equipes fracas tecnicamente e diante de necessidade de vencer a partida e por boa diferença de gols. Bem feita, restringe o jogo de ataque do adversário na ligação goleiro- pivô que rapidamente se define bem ou mal. 	Acontece que muitos adversários marcados assim , vencendo a partida , acabam proporcionando muitos contra ataques, o que é um erro. Contra atacado deve ser quem perde a partida;
*
Linha 2 ou Pressão no homem da bola 
	 Aqui se tenta fechar o "fatídico" meio de quadra contra lançamentos do goleiro adversário. Chamamos de fatídico, entre aspas, porque o meio de quadra aberto não é a pior coisa que pode acontecer a uma equipe defensivamente, como alguns treinadores querem fazer parecer com aqueles gritos do banco " FECHA O MEIO !! ".Isto pelas razões explicadas acima. Considerar que a última mudança de regra, proibiu e retorno de bola ao goleiro e deu a possibilidade de marcar fechando o passe lateral, aquele primeiro passe que se faz para o lado logo depois que se recebe a bola do goleiro. 
*
	Isto força ,de imediato, o passe para a frente (o marcador não permite aquele passe para o lado),na maioria das vezes alto ,lento e por isso com pouco qualidade, facilitando a antecipação do fixo ao pivô adversário ou, no mínimo, um jogo de contato entre eles que desequilibra o jogo de fundo de quadra de qualquer adversário (a bola não para ali ou chega sem qualidade) e,
*
Linha 3 ou Meio de quadra 
	 A mais indicada para quebrar a velocidade de ataque do adversário. É quando a cobertura, com os seus homens mais próximos, melhor funciona. Muitos jogadores pensam que marcar 3 é marcar passivo. Já falamos em outro artigo que marcar, antes de mais nada, é desarmar o adversário, entrar tomar a bola dele, isto em qualquer espaço de quadra.
	Repito sempre , que é melhor tomar um drible( tentando roubar a bola e deixando a cobertura atenta) do que recuar , facilitando a progressão do adversário para dentro de nossa quadra de defesa.
*
Linha 4 ou três metros do Basquete
 	É uma marcação que agrupa os homens de defesa e facilita a cobertura da marcação.
	Funciona como a marcação no Handebol, os atletas tentar marcar a frente da área para evitar o arremate de média distância.
 	Dito isto ,chamamos atenção para a variação: de linha 3 para 2.Dá-se ao adversário uma falsa impressão de espaço e uma vez dada a saída pelo goleiro adversário subimos a linha 2 e pressionamos. Indicada contra aqueles adversários que tudo sinalizam antes de começar o jogo, com a bola ainda na mão do goleiro.
	E ,finalmente, considerar a linha de defesa é sempre a da linha (hipotética)da bola. Isto quer dizer que é inútil depois de quebrada a linha 1 ou 2 tentar voltar para ela. É preferível correr para a linha 3 ,equilibrar-se e voltar a tentar a desarmar o adversário. Já falamos em outro estudo que marcação boa é aquela que está equilibrada. Se estamos sempre correndo atrás do adversário, pior marcaremos.
 
*
6. A Marcação no Escanteio
	Ao se falar na marcação do escanteio no Futsal há que se fazer, primeiramente, uma consideração matemática. Isto mesmo: m a t e m á t i c a ! Senão vejamos: Qualquer equipe que defenda um escanteio leva, matematicamente falando, uma considerável vantagem sobre aquela equipe que cobra o escanteio. Estamos todos de acordo que a equipe defensora tem seus 5 jogadoresà postos na cobrança. Já a equipe atacante está limitada a praticamente, 3 jogadores, pois seu goleiro está quase sempre, lá do outro lado da quadra, o cobrador do escanteio após fazê-lo fica momentaneamente fora do jogo, a não ser que a bola retorne para ele. Portanto a pergunta é: Porque são tão freqüentes os gols de escanteio se é considerável a vantagem de quem defende ? A resposta que venho buscando e a que mais me aproximo, é devido ao fato de que os defensores de escanteio nunca controlam, ao mesmo tempo a bola e o adversário a ser marcado. Isto porque se orientam pela última de linha de defesa possível, que é a linha de fundo. Estão quase sempre com a bola fora de seu campo visual, sendo obrigados a optar por olhar só o homem ou perdê-lo para olhar a bola. Já os atacantes se deslocam sempre vendo a bola e os adversários marcadores, buscando confundi-los.
*
	Isto posto, devemos buscar o menor dos riscos, já que a dificuldade citada, aumenta os riscos de quem defende, razão pela qual acontecem tantos e , por que não dizer, belos gols. O menor dos riscos é a defesa postada em zonas à saber: O homem do primeiro pau deve colocar-se na diagonal, deixando as bolas que entram ali para o goleiro ( não valendo gol direto do escanteio, é fácil para o goleiro controlar este espaço).Este posicionamento ajuda a inibir os passes diretos para dentro da área. Na mesma linha, em direção a quadra contraria está homem responsável pela marcação dos passes para trás e que marca a trajetória da bola nestes passes. Seu posicionamento nunca deve desproteger o fixo. Se ele está muito afastado do homem do primeiro pau, facilita a entrado do passe direto ao pivô adversário, dentro da área. Por trás do fixo está o homem do segundo pau, que deve primeiro cobrir este espaço da área e só depois sair acompanhando a trajetória da bola. Este atleta tem a posição mais cômoda, já que bolas alçadas ao lado oposto da quadra na diagonal são raras e lentas, daí estar mais ou menos liberados para a função essencial da cobertura. Por último, nosso atleta não pode confundir marcar zona com passividade e reações lentas. Ao contrário, deve lutar bravamente pela bola em sua zona e ,ainda, tentar ajudar o companheiro da zona contígua. Pense nisso. Até breve. 
*
7. O Tamanho das Quadras e sua conseqüência na Tática da equipe
Tenho escutado, com freqüência, de muitas pessoas do meio do Futsal a colocação: Ajudaria o desenvolvimento do desporto, se as medidas das quadras fossem padronizadas, como no Basquete e no Voleibol ?.
Trata-se, na nossa opinião, de um grande disparate. A nossa supremacia no desporto se deve fundamentalmente, a versatilidade técnica e tática dos nossos jogadores e treinadores. Esta versatilidade, sem dúvida, se desenvolve nos diferentes tamanhos de quadra. Reconheço, entretanto que só depois da fusão com a FIFA, em 1989, passamos a jogar em quadras de tamanho perto dos 36, 40 e até 42 metros de comprimento, já que, com dita fusão, tornou-se exigência quadras maiores em competições internacionais.
E neste momento fomos os primeiros a rapidamente responder com grande qualidade diante das novas exigências. Ganhamos o Mundial de Hong-Kong em 1991e depois na Espanha em 1996, em quadras de 42 metros de comprimento. È preciso que se diga que o Brasil não alcançou este estágio por mero acaso. Temos e continuamos a fazer história neste desporto, jogado nos cinco continentes. 
*
A versatilidade do nosso atleta se deve ao fato de que a cada dia se joga em quadras de tamanhos diferentes, que exigem posturas táticas e técnicas diferentes. Num lapso muito pequeno de tempo o treinador está obrigado a montar estratégias para quadras tão diferentes. Estamos de acordo que a marcação é muito mais complicada na quadra grande e vice-versa nas quadras menores.
As grandes quadras são boas para contra-atacar e para atacar, sendo péssimas para defender. Nestas quadras o conceito de jogar fechado na defesa é colocar a linha de marcação no meio é falso. Mesmo no meio sobram muito espaços para o ataque adversário manobrar e a bola entra fácil no pivô. A marcação que consideramos ideal é a chamada linha 4, ali perto da marca dos três pontos do basquete, quando os homens de defesa estão mais agrupados e portanto, fazendo funcionar a cobertura.
No ataque aprendemos e aperfeiçoamos o jogo de segundo pau, muito bem executado por algumas das nossas principais equipes e sua efetividade se deve ao fato de que a defesa sempre tende a olhar a bola, esquecendo-se do homem que entra por trás de toda a linha defensiva.
*
8. Os Princípios do Contra- Ataque
Todo contra ataque pressupõe vantagem numérica.É o sinal de que a equipe defensora acaba de roubar a bola ou interceptar um passe e partirá ao campo adversário em condições excelentes de finalizar.
Então,a quantidade e qualidade dos contra ataques depende de uma boa defesa,que aliás não é o objeto deste pequeno ensaio. Já tratamos dos Fundamentos da Defesa e das Linhas da Defesa em outros artigos neste espaço.Fica claro então que antes de iniciar o contra ataque,seu sistema de defesa já funcionou,propiciando partir ao gol adversário em vantagem numérica.
Considerando que a tendência atual do Futsal é de predomínio de defesa contra os ataques,arriscamos dizer que o jogo hoje é praticamente 60,70% de contra ataques.
Dito isso ,existem alguns posicionamentos básicos que determinam a qualidade do contra ataque uma vez roubada a bola pela defesa e nos lembram um pouco também os fundamentos de ataque,assunto que também já foi discutido nestas páginas.Senão vejamos:
*
O jogador que rouba a bola deve adiantá-la ao máximo,nunca passá-la para trás ou para o lado;
2) Os jogadores que estão sem posse de bola devem ficar adiante da linha da bola e entrar em linha de passe buscando os espaços vazios na defesa adversária facilitando o passe do condutor da bola;
3) E,claro uma boa dose de criatividade do passador já que diante de tanta vantagem nunca se deve desperdiçar a oportunidade de chutar ao gol,porque erro de passe neste momento é quase fatal pois aí pode começar o chamado contra ataque que nasce de um contra ataque errado,que encontrará sua defesa com mais desvantagem numérica ainda,o que leva a uma sucessão de erros incontroláveis.
*
	Portanto ,o que parece fácil,na realidade depende de um treinamento tático mais apurado para que nossa equipe não se exponha ao tal contra ataque do contra ataque.
	É muito importante que nossos atletas ataquem já pensando em defender e defendam já pensando em atacar ou contra atacar.
	Diante de um início de contra ataque confuso e sem segurança ,melhor que nossa equipe decida por um ataque pensado e sem pressa.Considerar também que os treinamentos de contra ataque são bastante anaeróbicos (cansativos) daí a importância de se controlar a freqüência dos atletas ou adaptá-los quando buscamos exercícios de velocidade com bola.
Por último, sugerimos a seguir,duas opções de treinamento, em forma de jogo para treinar contra ataque:
Formação: duas equipes de 5X5
Regras: Começamos com uma equipe atacando a outra.Quando a equipe atacante perde a posse de bola , não pode tentar recuperar em seu campo de ataque.Só no seu campo de defesa.Isso facilitará um início de contra ataque para a equipe defensora que roubou a bola.Todas as cobranças de laterais são da defesa e não existe escanteio.O goleiro deve estar atento para fazer uma rápida reposição,originando aí novos contra ataques.
*
9 - Contra Ataque a partir do Passe em Círculo
Desenvolvimento – Partindo de uma troca de passes em círculo,(o passador vai para o lugar do recebedor)e ao sinal do Professor,em um dos dois lados da quadra haverá vantagem numérica de ataque contra defesa .Neste momento o contra ataque se inicia.Pode-se permitir o contra do contra ataque.
*
10 - A Montagem do Plano Tático
Ao ensejo de uma competição, aquela para a qual você preparou sua equipe é fundamental que o plano tático , ou seja, aquilo que sua equipe vaifazer dentro da quadra para surpreender o adversário ou defender–se das surpresas dele, esteja pronto ou em vias de ficar.
É claro que todo planejamento tático vai se alterando no decorrer da competição, na medida em que se mostre eficaz ou não, ou quando você observa e cria novas opções que podem ser úteis.
Tática boa é aquela que sua equipe consegue realizar e que se mostre eficaz e eficácia no Futsal é resultado. È necessário que o Técnico faça sempre uma auto crítica sobre a correlação entre o plano tático e os bons e maus resultados.
Seus atletas também são mais ou menos responsáveis por esta eficácia. Alguns tem seu nível de atenção naquilo que vê, outros naquilo que escutam. É comum, depois de uma palestra, encontrar jogadores que pouco sabem o que foi dito mas logo percebem o que se pede se visualizarem as ações pedidas, por uma demonstração na prática ou até mesmo numa fita de vídeo. Seu nível de atenção está calçado no estímulo visual. E, ao contrário, aqueles que só de escutar falar já sabem do que se trata. Estes tem seu nível de atenção com preponderância no auditivo. 
Outro exercício importante para a fixação(preensão) do plano tático é escrevê-lo e entregar a cada membro da equipe. Este texto pode ter gráficos das jogadas ações ou não. Se você não coloca gráficos estimula o atleta durante a leitura orientada, o uso do que chamamos “tela mental”. Ele lê e forma ou tenta formar a imagem da ação na memória. Este é o chamado raciocínio abstrato, muito importante para a retenção dos assuntos treinados. O texto depois de lido e discutido por todo o grupo, fica para permanente consulta, de forma que ninguém pode alegar desconhecê-lo.
*
PRINCÍPIOS DA MONTAGEM DO PLANO TÁTICO
Qual a realidade do nosso plantel ?
Aprimoramento constante dos fundamentos táticos individuais
O que necessito melhorar / treinar já(urgente) ?
O que posso ir melhorando com o tempo ?
Como avalio ? Resultados / Scouts.
 
*
11 - Sugestão de Conteúdos nas diferentes Categorias Competitivas
DEFESA:
Iniciação ao Pré-Mirim( de 07 a 10 anos)
Aprendizado da marcação individual- quem acompanha quem na hora de defender.
Princípios do conceito de cobertura- Estar atento no companheiro que é driblado.
Marcação de bolas paradas(falta, lateral, escanteio, e saída de centro)- Estar sempre que possível, atrás da linha da bola.
*
Mirim até Infantil( 11 a 14 anos)
		Cobertura por setores- O atleta marca o seu e já está pendente do espaço do companheiro adjacente.
Identificação do último homem- É o inicio da percepção do quanto é importante atacar pensando em defender.
		Bolas Paradas- Saber se colocar para defender as diversas jogadas de bola parada do adversário.
Identificar as linhas de defesa de acordo com a linha da bola.
*
Infanto até Juvenil(15 até 19 anos)
		Aperfeiçoamento do sentido de cobertura (quem cobre quem de acordo com os setores vulneráveis)
		Saber que as linhas se alteram constantemente, de acordo com o ataque adversário, e que se deve sempre buscar o equilíbrio suficiente para tentar desarmar o adversário nos diferentes espaços de quadra.
*
 ATAQUE:
Iniciação ao Pré-Mirim(07 aos 10 anos)
Noções de tempo e espaço
Diferentes tipos de passe
Não especializar nas diversas posições de quadra
Jogadas combinadas com poucos tempos de execução
*
Mirim até Infantil (11 até 14 anos)
		Especializar nas diversas posições sabendo que o Futsal é dinâmico e exige do atleta conhecimento dos diversos espaços de quadra e das posições que ocupam
		Os diversos posicionamentos em relação aos companheiros e adversários.
		Sistemas de ataque pouco complexos (jogar com pivô- quando se mete a bola, quem é que passa, a que tempo e quem se preocupa em cobrir.)
*
Infanto até Juvenil 15 até 19 anos)
		São reconhecidos pela sua quantidade em determinada posição. Mas reúnem informações para identificar o básico de todas elas. Por exemplo, Um pivô quando é obrigado a estar de beque, sabe alguns conceitos que ajudam a não comprometer a defesa(Futsal é dinâmico). 
		Sistemas de ataque e defesa mais complexos. Conhecimento dos diferentes Tempos de ataque que sempre estará de acordo com a defesa adversária. 
Ler e entender o jogo, principalmente o do adversário.
*
11. A Evolução dos tipos de ataque
	As formas de atacar no Futsal nos últimos 20 anos vem sofrendo mutações importantes, impostas pela evolução da preparação física e conseqüentemente pela capacidade de marcação das equipes ... Identificar essas mutações nos ajudam a entender a forma de jogar das mais importantes equipes nacionais e a imaginar como se jogará no futuro , que aliás já chegou e repete um pouco o passado .
Antes de mais nada é preciso dizer que nada substitui a qualidade , em nenhum tempo . Esperamos sempre pendentes do grande jogador , daquele jogador que resolve e além da verdade . O Brasil tem sido agraciado com um sem fim de grandes jogadores , revelados em séries , através dos tempos . Portanto quando pensamos em estudar a evolução do ataque neste pequeno ensaio , não podemos esquecer que a qualidade sempre se sobressairá . Dito isso , vamos lá :
*
	Voltando ao tempo , aliás meu tempo de registro no Futsal , na década de 70 , atacava considerando que cada jogador deveria ocupar seu espaço de quadra , de forma que o fixo “não passava do meio da quadra” , os alas eram de lateralidade definida pois havia sempre um ala direito e um ala esquerdo e finalmente o pivô , onde convergiam todas as jogadas de ataque e a este cabia jogar na frente (em SP , pivô ainda é chamado “ frente” ou “frentista”) e nunca primou pela marcação , aponto de se dizer que pivô “não precisa voltar” . 	Esses jogadores atuavam portanto em seu espaço de quadra e quando eram bem marcavam anulavam–se a maior parte de seu potencial . 
	Depois veio o tempo das jogadas ensaiadas onde a escola cearense se destacou (O Sumov é até hoje o maior ganhador de Taça Brasil de Clubes de todos os tempos , a última em 1986 em Curitiba / PR). Por jogada ensaiada entendemos ação ofensiva que tem início , desenvolvimento e finalização com seus tempos característicos e com cada jogador colocado de acordo com sua lateralidade e característica .
*
	Os jogadores passavam então a atacar com uma movimentação baseada nas surpresas das jogadas , sendo este o marco inicial do jogo de ataque onde se buscava criar e ocupar espaços livre na quadra . Mais uma vez a marcação aprendeu que bastava estar atento as sinalizações feita pelos adversários para neutralizar as jogadas ensaiadas .
	Na década de 80 surge o Bradesco EC e com ele o embrião do profissionalismo , do treinamento de dois períodos , da preparação física científica . Surge também o que se convencionou chamar de padrão de jogo (ações ofensivas que tem início e reinício) . O primeiro deles foi o padrão de meio ou o famoso “toca de sai” , imortalizado por um time de altíssima qualidade que se movimentava por toda quadra sem guardar posições . A evolução dos tipos de padrão foi ditada sobretudo pela equipe da Sadia de SC , já com uma geração de bons jogadores e super atletas . Nasce com eles o padrão redondo ou circular , excelente ainda hoje para vencer defesas muito fechadas e recuadas . Também copiamos e adaptamos os 4 em linha , muito usado na Espanha . 
*
	De certa forma , até hoje , se tenta jogar desta forma , mas a dificuldade já é muito grande , pois novamente a marcação já escorada na preparação física científica de super atletas praticamente anula estas tentativas .
Para onde vamos então ? Penso que para um jogo de ataque com preocupação de abrir e ocupar espaços .Todos precisarão defender com aplicação e atacar de forma que ao visualizar o companheiro coma bola e estando num espaço adjacente , sair dali levando a marcação , abrindo espaço nas costas do marcado do nosso companheiro que tem a bola . É o tempo de literalmente saber jogar sem bola . Estar sempre criando a seguinte dúvida na cabeçado adversário : Segue nos olhando e nos acompanha , ou perde o contato visual conosco para olhar para bola ?Chegou o tempo que só habilidade não resolve , só preparação física também não . É preciso mais . 	É necessário saber correr sem bola tentando iludir o adversário . 
*
Treinamento Tático no Alto Nível
A evolução do Futsal nos últimos 25 anos tratou de revelar um novo tipo de atleta, ao que nos acostumamos chamar de “completo”. É impossível funcionar bem na quadra ,se nosso jogador não reunir algumas características essenciais para uma partida.
No módulo passado(2) já traçávamos um pouco do que é ,ou deveria ser, este perfil, para um rendimento ótimo. Comentamos também, que o Futsal, é cada vez mais um desporto para jogadores que aprendem ,desde muito cedo, a raciocinar, a “ ver ”o jogo , já que está cada vez mais difícil jogar com espaço e liberdade. 
O Futsal tem revelado um sem fim de jogadores de técnica até muito discutível ,mas que se destacam nas grandes equipes do país e são imprescindíveis a seus Técnicos ou Treinadores . 	Isto se deve ao fato que são atletas que tem uma qualidade de movimentação e domínio de espaço de quadra, que o fazem especiais. A técnica apurada ,ajuda muito mas não resolve todo o problema , já que não deixar jogar(marcar bem)tem sido uma característica do Futsal moderno. E no que ele evoluiu ? Falemos um pouquinho da história tática do desporto.
*
Na década de 70 cada um atuava na sua posição ,de forma que o fixo não passava do meio ,os alas corriam pela faixa de quadra de acordo com a sua lateralidade predominante e o pivô ,jogava só na frente ,quase que sem a necessidade de marcar ou ajudar a defesa.
No início da década de 80,surgiram as primeiras equipes profissionais, dentre elas o Bradesco EC do Rio de Janeiro, a Perdigão de Videira / SC e a Enxuta de Caxias do Sul / RS.Com a preparação física, já sendo feita com bases científicas. Estas equipes já buscavam uma movimentação mais harmoniosa (de laboratório) ao que chamamos da época da “jogadas ensaiadas”. No final desta mesma década ,já começa a existir um certo equilíbrio entre técnica apurada (dos “craques”) e os jogadores aplicados, de muita concentração tática e excelente preparo físico. Chega com eles o chamado período dos “padrões de jogo” que são movimentações coletivas das equipes, que buscam desequilibrar a concentração defensiva do adversário e estas ações tem sempre um reinício programado, de forma que aquilo que eventualmente não funciona, imediatamente volta a recomeçar.
*
Chegamos então, no que basicamente é a essência do jogo das grandes equipes brasileiras, ao que chamamos” atitudes táticas”, que é a reação instantânea a ação de um companheiro, facilitando o jogo de ataque . Não podemos esquecer que as defesas também evoluíram a medida que a ciência do treinamento desportivo foi criando meios e métodos para que nossos atletas se tornassem realmente, umas “máquinas de jogar”.
Dito isso, vamos tratar de dividir nossos estudos para torná-lo mais didático ,facilitando o entendimento. E já poderíamos começar dizendo que o treinamento tático se divide em DEFESA e ATAQUE.A alternância e velocidade do Futsal moderno nos coloca a cada segundo de partida diante destas duas facetas do jogo, que se alteram numa velocidade impressionante e ao mudarmos de atacante a defensor, em frações de segundo, buscamos uma reação instantânea para responder as ações adversárias.
*
Falaremos inicialmente dos Fundamentos de Defesa e Ataque ,a nosso ver as essências do aprendizado tático no Futsal e a razão de tudo funcionar bem, durante uma partida. Se nosso atleta reúne uma bagagem tática individual, conseguirá, sem muitos problemas, executar qualquer plano tático, pois a base do trabalho coletivo de uma equipe está num conjunto de raciocínios e ações táticas individuais.
Quando citamos as Atitudes Táticas como a base do Futsal moderno nos referíamos a velocidade das atitudes individuais que cada atleta deve realizar ajudando seu companheiro que tem o domínio da bola. Por exemplo, quando tenho a posse de bola e a conduzo do centro para uma das alas da quadra, de imediato a reação de meu companheiro deveria ser uma das duas seguintes: ou dispara correndo na paralela levando o adversário que o marca ,me abrindo espaço, ou na desatenção deste ,recebe nas costas ou passa por trás de mim numa ação chamada de “pisada”. Nada disso precisa estar previamente combinado entre todos, mas é uma reação natural de quem aprendeu a correr ocupando tempos e espaços de quadras.
*
Como treinamos estas atitudes ? Observe esta sugestão :
Jogo do Terceiro Homem:
	Objetivo: Ensinar reação tática do homem que não está efetivamente participando do lance ou seja, treinar a antevisão do lance.
Formação: 5 contra 5 com 2 goleiros.
	Desenvolvimento: Quem acaba de passar ,não pode voltar a receber a bola. Este homem fica obrigado ,então a movimentar-se buscando outro espaço de quadra e aquele que “entra” para receber se move antes antevendo o lance, dificultando ações defensivas do adversário.
	Outro tema importante no planejamento tático de uma equipe, são as chamadas bolas paradas (saída de jogo, faltas, laterais e escanteios).Saber sacar proveito no ataque destas situações quando atacamos e saber defendê-las pode decidir uma partida contra ou a nosso favor.
*
CAPÍTULO IV
O Treinador e o Treinamento
Comando e direção de equipes
	A natureza das funções do Treinador de Futsal, está basicamente no exercício do que chamamos LIDERANÇA. Vamos falar de outras qualidades inerentes a nossa função, tais como o sentido de Organização, a capacidade de discutir e dividir idéias. mas é a partir do ato de liderar o grupo é que tudo começa a funcionar, facilitando o alcance dos resultados. Eventual mente, nossa meta, como profissional, não é alcançar uma grande equipe do alto nível do Futsal nacional ou internacional. Nos contentamos com nosso trabalho nas escolinhas ou em equipes das divisões de base. 		Cada um buscando alcançar suas metas ou sonhos. Mas esse caminho será abreviado ou mais acidentado na medida da quantidade dos bons resultados que alcançarmos. Não esqueçamos que vivemos numa sociedade altamente competitiva em que só os bons são reconhecidos.
*
Vamos, então, enumerar algumas características dentro daquilo que seja LIDERAR um trabalho de preparação de uma equipe de Futsal , a saber:
A - ORGANIZAÇÃO
Falamos aqui até daquela organização mínima, que permite saber onde está a cópia da tabela, com o programa de jogos da sua equipe e até onde está a chave do carro que vai te levar ao treino da equipe. Nisso está incluído, também a pontualidade, a nosso ver o ponto de partida, para a seriedade do trabalho. Se o treino está marcado para as 19 horas , às 19 horas ele começa e não espera ninguém, nem mesmo você, já que alguém deveria estar lá para substituí-lo. Falamos de um diário de treinamento, onde estão anotados todos os acontecimentos no dia a dia da equipe, como o conteúdo dos treinamentos, de forma que seu trabalho tenha sempre uma seqüência lógica apoiada nestes apontamentos. Anote tudo que você disse de importante, o que foi dito para você, as faltas, presenças e atrasos.
*
B – SIMPLICIDADE
Desde o linguajar usado na comunicação com os atletas até a forma de proceder, andar, vestir-se. Uma equipe é, mais ou menos o reflexo das atitudes de seu Treinador. Você poderá não ser tão amado quanto gostaria mas será sempre um exemplo de procedimentos.
C - VALORIZAR O GRUPO DE TRABALHO
Tenho dito, após todos esses anos, que somos, invariavelmente o que o nosso grupo conseguiu ser. Nosso aprendizado se aperfeiçoa, em grande parte naquilo que vemos e aprendemos com nossos atletas e companheiros de comissão técnica. Você deve ser o primeiro a defender seu grupo diante de todas as tentativas de intromissão externa e não perder a oportunidade de aprender com essa convivência.
*
D - DISCUTIR E DIVIDIR IDÉIAS
 Toda a sua estratégia é nadase você não conta com a participação efetiva de seus atletas. Você raciocina e deseja que algo seja feito, mas só quem materializa os atos são os atletas em quadra. A consecução de seus objetivos, então serão muito mais eficazes na medida em que você permite que seu grupo participe das tomadas de decisão. Seu grupo estará mais consciente e seguro para fazer aquilo que se pede porque participou , efetivamente da tomada de decisões.
*
E – IMPARCIALIDADE
	Usando um dito popular, “Pau que dá em Chico , dá em Francisco”, ou seja o mesmo peso e medidas para todos, sem exceção, desde o Pelé até o Macalé, da equipe. Aprendemos no convívio com nossos atletas a ter mais simpatia por que por outros. Isso é natural na raça humana. Com alguns simpatizamos mais, a outros fazemos um pouco mais de reservas, porque nem sempre suas atitudes nos agradam. Mas o que não podemos deixar acontecer é que nosso grupo perceba que trabalhamos com preferências pessoais. Os atletas estarão sempre nos observando e medindo nossas atitudes, e no futuro, estarão na dependência de que façamos o mesmo diante de personagens e situações diferentes. E é assim que tem que ser, ou será o início do fim de um relacionamento de grupo. Não devemos estar pendentes da amizade de ninguém dentro do grupo. Portanto, é exatamente o contrário do que normalmente se pensa. É da seriedade, da imparcialidade e do respeito profissional que as amizades surgirão no decorrer do tempo.
*
*
Futsal Profissão Técnico
 Conheça seu Clubes , divulgue-o e fale muito bem dele . Este é o emprego que você p pode ter no momento e o trampolim para o melhor , que está por vim .
 Enfrente dificuldades com sorrisos e sabedorias .
 Procure sempre entusiasmar .
 Mantenha o diálogo sempre aberto , em todos os níveis. Escute as opiniões de todos que podem influenciar em seu trabalho . Do Diretor ao roupeiro . Entenda as idéias como auxílio ao seu trabalho.
- Embora você seja obrigado a falar muito , ESCUTE sempre . Pratique a grande virtude de escutar a argumentação de todos . 
*
- A emoção no Futsal é inevitável , mas NÃO decida com ela. Tudo de bom mal que acontecer ao seu trabalho e a sua equipe vai ser melhor entendida algumas horas depois ou dias depois e, portanto, podemos tirar mais proveito dos ensinamentos que o jogo proporciona.
	Acalme sempre o ímpeto destruidor de seus atletas, da comissão técnica e do grupo diretivo.
	Ao menor sinal de dificuldades, fuja das decisões drásticas e radicais. O maior erro é iniciar do zero, tudo que já estava começado e deu trabalho para construir.
	Conheça cada movimento de seus adversários. Freqüente os jogos, busque informações, grave em vídeo, reunindo o maior número de dados. Ao armar suas estratégias, pense naquilo que o adversário faz de bom, procurando anular suas potencialidades.
	Trace e divida com todos os objetivos de cada partida.
*
- Cobre resultados, todos os dias. Sua equipe é o seu reflexo. Se você está desanimado, triste e sem vibração, assim ficarão seus atletas.
- Elogie e enalteça perante o grupo todos os acertos. Tenha o dom do reforço positivo.
Quantas pessoas você elogia por dia ? E quantas você critica? As pessoas elogiadas se transformam ajudando você a chegar lá.
- Procure tirar o máximo de todos, criando sistemas e métodos para que rendam em sua plenitude. Quem quer faz, Quem não quer manda e se esquece de cobrar. Sua equipe só renderá na plenitude se você criar meios para tal, ainda que você esteja só para tudo.
*
3 - O Treinador e as formas de Comunicação
Transmissor- O Técnico
Mensagem do Comunicador- As palavras e meios
Receptor- Atletas e Comissão Técnica
FORMAS DE COMUNICAÇÃO:
Simples - Usar as palavras mais fáceis de serem entendidas. Eles serão mais persuasivas.
Passo a Passo - Usando auxílios visuais, sem deve acumular detalhes.
Feed Back - Observar se a mensagem foi bem recebida e dar ao atleta a oportunidade de se expressar.
*
Aproveitar o linguajar corriqueiro dos atletas.
	 No dia adia procurar usar a linguagem corrente dos atletas observando a faixa etária do grupo. Um jogador do fraldinha vai ter dificuldade para entender os conceitos de diagonal e paralela, tanto quanto citar o “Navio Negreiro” de Castro Alves, com aquele português culto que ninguém entende, numa preleção não vai ajudar muito.
Tempo e Espaço 
	 Situe o atleta nas experiências vividas pelo grupo em treinos, jogos, viagens e eventos sociais da equipe. Mostre os bons e maus exemplos dos adversários nas diferentes situações.
Detalhamento de idéias 
 	Do conceito mais simples ao mais complexo, dentro dos conceitos da progressão pedagógica. Ajude o atleta a se convencer do seu raciocínio ou idéia. Não é necessário jurar , é preciso explicar bem e o convencimento virá.
*
Comunicação Dramática 
	 Fale com amor, com ênfase, com paixão. Faça seu atleta sentir a força de suas palavras. Treinador com aquele ar “professoral” e com atitudes brandas não sugestionaram ninguém. “Rode a baiana”. “ Porra!!!! Isto aqui está uma merda...... é melhor que dizer que “Nosso time se desconcentrou...”. Tenha bom humor sempre. Saiba se divertir com as situações vividas sem perder a autoridade nos seus atos.
*
 4. Que tipo de Treinador Você é?
	Sempre escutamos a máxima que existem treinadores de treino e treinadores de jogo. Alguns são ótimos para orientar treinos, sabem o que fazem, seus atletas efetivamente aprendem mas durante as partidas erram de forma primaria ,cometendo enganos capazes de surpreender o mais desatento espectador. 	Outros chegam ao treino sem saber exatamente o que fazer, são pouco criativos nas formas de treinamento mas durante as partidas tem 'olhos de lince" , enxergam longe , orienta os atletas e é perfeitamente entendido ,transformando partidas para melhor.
	É a partir deste asserto que queremos fazer algumas considerações sobre a atuação do Treinador.
*
	Em primeiro lugar o treino deve ser o exercício mais aproximado do que vai ou o que você pensa que vai acontecer no jogo. Faça a seguinte pergunta, para você mesmo: Isso que estou treinando ,acontece no jogo? Se a resposta for positiva, siga em frente, este é o caminho. Mas se houver dúvida na resposta, refaça a proposta. Portanto o "clima de jogo" no treino é fundamental.
	O diferencial é que por mais aproximado ao jogo que seja o ambiente de treino , o de jogo será sempre algo diferente. Primeiro porque embora você simule as ações do seu adversário durante o treino, nunca será ele mesmo que está ali, de forma que você nunca está livre da surpresa que ele pode proporcionar. 
*
	Com a relação as experiências com que o Treinador se defronta nas partidas ,sempre haverá algo de novo ,alguma surpresa de forma que a medida que o tempo passa sua "bagagem" vai aumentando , sua capacidade de reagir bem a situações inusitadas melhora. Então, a experiência no banco é proporcional ao tempo sentado nele, durante as partidas. 	Quanto maior for o tempo de atuação, provavelmente maior será a capacidade para ver e resolver situações técnico táticas durante os jogos.
	Por outro lado, o Treinador precisa sempre estar revisando sua capacidade para organizar e controlar os treinamentos. 
*
	Na execução do planejamento tático, deve ser observado que a equipe tem duas necessidades: a de médio / longo prazo, aquilo que se pretende alcançar com a sucessão de treinamentos táticos e o de curtíssimo prazo, aquilo que acabamos de errar ,no jogo passado e necessitamos melhorar já no próximo treino ,eliminando ou minimizando os erros para a partida seguinte. O Treinador "de treino" deve criar ações que motivem e quebrem a monotonia das repetições, já que para automatizar (criar o ato reflexo atleta executa automaticamente) movimentos é necessário repetir e repetir as ações.
	Em resumo, então é o seguinte : O Treinador deve sempre estar atento as duas facetas que se complementam para sua formação - criativo / didático (onde quer

Continue navegando