Buscar

O que é um texto e a textualidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

textualidade
O que é um texto?
Nesse sentido, o texto é considerado como uma produção linguística caracterizadora da comunicação humana; contudo, de acordo com a mesma autora, ele pode ser concebido a partir de duas perspectivas:
Na concepção interacionista da língua, em que os sujeitos são considerados atores/construtores sociais, o texto passa a ser entendido como o próprio lugar da interação: autor, texto e leitor. (KOCH, 2002, p. 16-17).
Exemplo
Veja, como exemplo, o texto Retrato de velho de Carlos Drummond de Andrade.
Clique aqui para acessá-lo.
Para compreender melhor o conceito de texto, assista aos vídeos a seguir.
Interpretação de textos - O que é texto?
Roda de Conversa - Gramática
O que é textualidade?
Verkhozina Ekaterina / Shutterstock
Os linguistas alemães apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer, por se referirem às situações de significação, ao uso da linguagem em contextos reais de produção de sentido:
Koch (2009 , p. 43) estabelece algumas críticas acerca dessa divisão entre os fatores, já que considera que, em uma perspectiva pragmático-cognitiva, todos os fatores estão centralizados, ao mesmo tempo, no texto e no usuário, pois a escolha dos elementos linguísticos para a estruturação textual é feita com base no contexto em que o texto será usado e nas características de seus usuários.
Ainda expressa que, à lista de fatores apresentados, se acrescem outros. Clique nos botões “check” abaixo para conhecê-los:
Fatores de contextualização (MARCUSCHI, 2012);
Sendo assim, de acordo com Koch e Travaglia (2011), os fatores que confluem para o estabelecimento da coerência textual são doze:
Para entender melhor o que é a textualidade, assista ao vídeo a seguir.
Português: Marcas de Textualidade
Saiba Mais
Leia, também, os textos a seguir para saber mais sobre textualidade:
• Redação e textualidade;
• Repensando a textualidade.
Fatores pragmáticos responsáveis pela textualidade
A autora Ingedore Koch (1999: 74) mostra que a coerência depende em muito de fatores pragmáticos, já que a compreensão do texto depende de fatores, como:
Exemplo
Como exemplo, podemos citar que a base de sustentação do humor dos quadrinhos do Urbano: o aposentado advém da crítica social à crença de que, para os aposentados, há muito pouco a fazer e que, em decorrência disso, eles passam os dias ociosos. Por tratar desse tema de domínio comum, as tiras assumem um caráter público e abrangente que possibilitam ao autor a condição de criar e mesmo de modificar relações comunitárias.
Essa informação, embora relacionada aos fatos do cotidiano, sempre apresenta outro ângulo, uma visão inesperada, e é o reconhecimento pelo leitor desse efeito oculto, em maior ou menor intensidade, que garante o sentido humorístico.
Fonte: http://blogmaniadegibi.com/2012/11/urbano-o-aposentado/
Vamos, agora, entender cada um dos fatores pragmáticos de textualidade.
Conhecimento de Mundo
É proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural.
O conhecimento de mundo do leitor se articula com o contexto linguístico para identificar como as informações do texto se organizam em função de fatores diversos e recorrem a modos diversificados de organização textual.
Exemplo
Veja, como exemplo, o texto Gentileza de Marisa Monte.
Clique aqui para acessá-lo.
Conhecimento partilhado (experiência comum)
O leitor, para compreender, deve possuir um conhecimento implícito, compartilhado com o autor, o que envolve a capacidade de reconhecer contextos e de conferir condições de “verdade” ou “falsidade”. Se as informações forem totalmente desconhecidas para o leitor será difícil para ele compreender o sentido do texto.
O acionamento desses conhecimentos prévios, que são separados apenas por questões didáticas, é essencial para a construção dos sentidos, que incluem a reelaboração de referentes. Assim, a compreensão de uma intencionalidade sarcástica em uma frase como “Maria Antônia é papa-hóstia” depende da identificação do significado da expressão papa-hóstia, da percepção do valor negativo dessa expressão (em alguns contextos) e da associação feita entre esse valor negativo e determinado comportamento religioso — além do conhecimento de quem é Maria Antônia.
Construir a coerência desse enunciado, portanto, depende sempre de os interlocutores partilharem conhecimentos, por isso, Koch e Elias (2006, p. 184,)  afirmam que “a coerência não está no texto, não nos é possível apontá-la, destacá-la, sublinhá-la ou coisa que o valha, mas somos nós, leitores, em um efetivo processo de interação com o autor e o texto”, baseados nas pistas que nos são dadas e em nossos conhecimentos, que construímos a coerência.
Penetrar o sentido de um texto implica, necessariamente, engendrar diversos processos referenciais.
Conhecimento linguístico
A organização dos elementos da língua no texto, o modo como se ligam coesivamente, os campos semânticos aos quais pertencem as palavras, os recursos que permitem retomar aquilo que já foi dito, enfim todo o contexto linguístico — ou cotexto — contribui de maneira ativa na construção da coerência. Koch (2000, p. 26) afirma que o conhecimento linguístico compreende o conhecimento gramatical e o lexical.
Os fatores de natureza linguística, cujo funcionamento textual é o estabelecimento da coerência, são:
Anáfora;
Substituição sinonímica;
Uso dos artigos;
Ocorrência de signos do mesmo campo lexical;
Conjunções;
Ordem de palavras;
Conectores;
Marcadores conversacionais;
Marcas de temporalidade;
Conceitos e mundos que se deflagram no texto;
Tempos verbais;
Fenômenos de recuperação pressuposicional;
Repetição;
Tematização;
Elipse;
Fenômenos de implicação;
Modalidades;
Orientações argumentativas de elementos do léxico da língua;
Entonação;
Componentes de significado de itens lexicais.
Subordinação e coordenação;
Inferências
Veja a seguir alguns exemplos de inferência:
Vamos fazer um exercício!
Leia o texto a seguir.
“Mais uma vez um livro didático foi alvo de polêmica. Uma notícia divulgada pelo portal IG, por meio do blog Poder OnLine, afirmou: o MEC comprou e distribuiu um livro que “ensina a falar errado”. Em jornais, emissoras de tevê e meios eletrônicos, o livro, seus autores e o próprio MEC foram crucificados. Colunistas renomados esbravejaram. É um livro “criminoso”, atestou Clóvis Rossi, na Folha de S. Paulo. Dora Kramer, no Estadão de terça-feira, aproveitou para atacar Lula: “Tal deformação tem origem na plena aceitação do uso impróprio do idioma por parte do ex-presidente Lula, cujos erros de português se tornaram inimputáveis, por supostamente simbolizarem a mobilidade social brasileira.” Poderíamos nos perguntar o que Glorinha Kalil pensa do assunto, mas vamos nos ater aos fatos.(...)”
.
A partir das reflexões do texto apresentado, assinale a opção correta a respeito da interação texto-leitor.
A aproximação, no texto, entre o que sabia Sócrates e o que sabe o artista de rua, é incoerente porque os respectivos horizontes de expectativa são diferentes.
A perspectiva apontada no texto favorece a vivência da leitura como autoconhecimento, em detrimento da leitura como identificação da expressão do outro.
A leitura como descobrimento pressupõe uma postura pedagógica que reforça a tradição de leitura como confirmação da fala de uma autoridade.
A interação texto-leitor deve ser evitada, por fugir ao controle do autor e favorecer uma espécie de “vale-tudo interpretativo”.
Para a leitura como descobrimento ser efetiva, é necessária a troca de ideias sobre a leitura; ler com o outro para nos conhecermos.
Corrigir
Contextualização
São os contextualizadores propriamente ditos que compõem uma história, um texto:
Os contextualizadores servem de suporte para o entendimento do texto.
Os fatores gráficos também contribuem para a interpretação do texto. São eles:
Exemplo
Observe a charge a seguir.
Fonte: https://www.google.com.br/?gfe_rd=cr&ei=UwkUWIeePMum8wfS3Y-wCA#q=imagens-+contextualidadeA discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, faz referência aos direitos sociais, como: direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância.
Direitos sociais são aqueles que visam garantir aos indivíduos o exercício e usufruto de direitos fundamentais, em condições de igualdade, para que tenham uma vida digna, por meio da proteção e garantias dadas pelo Estado Democrático de Direito.
Portanto, o conhecimento contextual refere-se à associação do texto a ser lido com o contexto de leitura e de produção. Isso equivale a dizer, que contextualizar significa também perceber intencionalidades interacionais. Por exemplo, ao ouvirmos uma frase como “Depois eu falo com você lá fora”, vinda, amistosamente, de um amigo que está ocupado, ou de um professor, em tom pouco amistoso, percebemos pela situação interacional se devemos ficar felizes ou preocupados com o aviso de que a conversa continuará “lá fora”.
Intencionalidade
Veja, como exemplo, a página introdutória de uma revista de tema ecológico, Terra, onde a direção fala dos temas abordados na edição da revista, entre eles a longevidade humana:
Essas são as questões colocadas na reportagem de capa desta edição de Terra, um detalhado trabalho do jornalista Celso Arnaldo Araújo, duas vezes ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo na área de ciências.
As conclusões são impressionantes e evidentes. Com o aprimoramento da Medicina, da Bioengenharia e da Genética, a tendência é que, em meados do século XXI, a expectativa de vida do ser humano ultrapasse os 100 anos. E pode ir mais longe. Se na Idade Média um homem de 30 anos já era um ancião, hoje já se pode pensar que, com alguns cuidados e muita tecnologia, você pode viver muito mais que seus antepassados.
O impacto da longevidade humana será, sem dúvida, um dos temas da agenda do planeta ainda neste século, mas, ainda que isso represente um problema social e previdenciário, não deixa de ser alvissareiro imaginar que o ser humano terá mais tempo para aproveitar sua existência e talvez não seja uma utopia pensar que, diante dessa perspectiva, o homem passe a cuidar melhor da Terra em que viverá por mais tempo.
Aceitabilidade
Constitui a contraparte da intencionalidade, segundo o princípio da cooperação. É inerente ao receptor, que analisa e avalia o grau de coerência, coesão, utilidade e relevância do texto capaz de levá-lo a alargar os seus conhecimentos ou de aceitar a intenção do produtor.
Exemplo
Observe a imagem a seguir.
A eterna busca pela satisfação pessoal por meio da beleza é um fator constante nos consumidores do sexo feminino de diferentes faixas etárias. Para alcançar esse público e suprir suas necessidades e desejos, as diversas marcas de produtos de beleza apresentam em seus anúncios um universo de sonhos, além de brincarem com o desejo e a fantasia das pessoas.
Vimos que esse anúncio publicitário utiliza-se do apelo emocional das consumidoras, buscando persuadi-las a alcançar essa satisfação por meio de seus produtos.
Situacionalidade
Verkhozina Ekaterina / Shutterstock
Exemplo
Veja, como exemplo, o texto Roda Viva de Chico Buarque.
Clique aqui para acessá-lo.
A situacionalidade opera, portanto, em duas direções, a saber:TUAÇÃO PARA O TEXTO
Contexto imediato e sócio-político-cultural em que a interação está inserida.
Reconstrução dos referentes textuais pelo texto.
Informatividade
Responde pela suficiência de dados no texto, como também pelo grau de previsibilidade nas ocorrências no plano conceitual e no formal. Quanto ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no texto, um texto será tão menos informativo, quanto mais previsível ou esperada for a informação por ele trazida.
Destacamos que os títulos costumam funcionar como um “chamariz” para o leitor; como se o autor quisesse provocar no(s) leitor(es) um desejo, ou uma necessidade, pela informação que está prestes a dar.
Especialmente em textos de natureza argumentativa, como em reportagens, artigos científicos essa “provocação” pelo tema já conduz a certa construção de coerência.
Exemplo
O texto a seguir ilustra um exemplo de informatividade:
Dois homens viajavam juntos através de uma densa floresta, quando, de repente, sem que nenhum deles esperasse, à frente deles, um enorme urso surgiu do meio da vegetação.
Um dos viajantes, de olho em sua própria segurança, não pensou duas vezes, correu e subiu numa árvore.
Ao outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, restou deitar-se no chão e permanecer imóvel, fingindo-se de morto. Ele já escutara que um urso, e outros animais, não tocam em corpos de mortos.
Isso pareceu ser verdadeiro, pois o urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele estava de fato morto, foi embora tranquilamente.
O homem que estava em cima árvore então desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, ele perguntou:
"Me pareceu que o urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?"
"De fato, Ele disse sim!" respondeu o outro, "Disse que não é nada sábio e sensato de minha parte, andar na companhia de um amigo, que no primeiro momento de aflição, me deixa na mão..."
Fonte: http://sitededicas.ne10.uol.com.br/fabula_os_dois_viajantes.htm
Moral da história:
A crise é o melhor momento para revelar quem são os verdadeiros amigos.
Focalização
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Assim como pode ser também a maneira como cada leitor vê o texto. Se o produtor focaliza um tema de um modo e o receptor de outro podem ocorrer problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coerência.
A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização.
Observe a frase a seguir:
Intertextualidade
O termo intertextualidade foi proposto por Julia Kristeva (1979)  a partir de uma influência dos trabalhos, realizados por Bakhtin (1895-1975).
A intertextualidade mostra a interdependência dos textos entre si, tendo em vista que um texto só faz sentido quando é entendido em relação a outro texto.
Para reconhecer a intertextualidade, exige-se do leitor que relacione, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
A seguir, temos um texto pautado na polêmica, ocorrida em relação ao livro comprado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de Cultura, na moda do politicamente correto, defendendo o falar errado para evitar um preconceito linguístico. As críticas foram baseadas em algumas frases, como: “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”.
Chancela para a ignorância, Lia Luft
Esse titulo me foi dado por Alexandre Garcia, no programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo: ele certamente não se importará com esse pequeno “furto” de seu talento. Referia-se ao tema que, mais do que me preocupar, me causa escândalo e assombro. Um livro didático aprovado pelo Ministério da Educação e incluído entre os livros comprados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que consagra muitas obras didáticas no país, promove o não ensino da língua-padrão, que todos os brasileiros, dos mais simples aos mais sofisticados, têm direito de conhecer e usar.
O livro e a ideia que o fundamenta começam a merecer críticas de entidades como a Academia Brasileira de Letras e de centenas de estudiosos. Eu o vejo como o coroamento do descaso, da omissão, da ignorância quanto à língua e de algum laivo ideológico torto, que não consigo entender bem, porque uma das ideias seria não submeter os alunos menos informados — isto é, os que devem aprender, como todos nós — a nenhum "preconceito" porque falam e escrevem errado, portanto, nada de ensinar nada a ninguém, ou ele se sentirá humilhado em vez de estimulado a melhorar o mais indicado seria poupar o dinheiro e fechar as escolas. Se devemos permanecer como somos, a escola será supérflua. Essa minha dedução não é maldosanem ficcional: é apenas natural.
Nesse exemplo, o título do artigo Chancela para a ignorância é o primeiro recurso intertextual usado com o propósito argumentativo pela autora, pois ao incorporar ao seu texto a fala do comentarista Alexandre Garcia, jornalista de grande credibilidade, ela busca, antecipadamente, validar o ponto de vista que vai expor ao longo do texto.
Essa incorporação se dá a partir de uma intertextualidade explícita, haja vista que a fonte do intertexto é citada; mas a apropriação dessa fala como título do artigo, além de revelar uma intertextualidade explícita, também se caracteriza por ser uma intertextualidade temática, uma vez que o artigo abordará o mesmo assunto tratado por Alexandre Garcia, conforme observarmos na transcrição da fala dela logo abaixo enunciada no programa jornalístico Bom Dia Brasil.
Vamos fazer um exercício!
Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa INCORRETA:
A intertextualidade implícita não se encontra na superfície textual, visto que não fornece para o leitor elementos que possam ser imediatamente relacionados com algum outro tipo de texto-fonte.
Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, pois é normal que durante o processo da escrita aconteçam relações dialógicas entre o que estamos escrevendo e outros textos previamente lidos por nós.
Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes nas quais o texto baseou-se e acontece, obrigatoriamente, de maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo resumo, resenhas, citações e traduções.
A intertextualidade sempre acontece de maneira proposital. É um recurso que deve ser evitado, pois privilegia o plágio dos textos-fonte em detrimento de elementos que confiram originalidade à escrita.
A intertextualidade stricto sensu ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade ou da memória discursiva dos interlocutores.
GABARITO
Nenhum texto é construído por apenas um autor porque ele é resultado de camadas e camadas de outros textos, anteriores, que com ele conversam e dialogam. Não há, para o texto, qualquer possibilidade que não seja a de ser intertextual, já que ele sempre nos remete a outros. Todo o texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em diversos níveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis.
O plágio, por exemplo, nos trabalhos acadêmicos nos chega sob diversas formas, mas, em geral, é resultado ou da cópia pura e simples de texto de autoria alheia, sem a devida referência, ou da troca de palavras para escamotear a fonte original de um texto, criando “falsas paráfrases”.
Consistência e Relevância
Esses dois fatores influenciam na textualidade da seguinte maneira:
(TRT da 16ª. Região — MA — Analista Judiciário — 2009) A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da seguinte frase:
Causa-nos revolta, a todos, o pouco interesse que ele vem demonstrando na condução desse processo — razão pela qual há quem peça a demissão dele.
Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a decisão, há quem creia que nos satisfará o desfecho deste caso.
Inconformados com a resposta insatisfatória que nos deu, reiteramos o pedido para que ele não deixe de tomar as providências que o caso requer.
Ele deu uma resposta insatisfatória à providência que lhe solicitamos, em razão da qual será preciso insistir em que não venha a repeti-la.
Caso não sejam tomadas as providências cabíveis, seremos obrigados a comunicar à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso.
GABARITO
Em um primeiro instante, na primeira sentença, um ou outro leitor pode entender que o pronome “lhe” se refere ao sujeito da oração (Ele) ou ao receptor da mensagem, afinal a providência pode ter sido solicitada a um terceiro, a quem ouve a mensagem, Nesse caso, o falante, ao designar outra pessoa diferente de “Ele” (o sujeito da oração), faz com que a interpretação do pronome “lhe” fique dependente de fatores contextuais.
Leia o texto a seguir.
Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU
Toda criança tem direito ao descanso e ao lazer, à participação em jogos e atividades recreativas apropriadas a sua idade, e à vivência plena da vida cultural e das artes em condições de igualdade.
Pode-se deduzir do Artigo 31, da Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, estabelecida pela ONU, que:
Toda criança tem direito à liberdade de opinião e expressão.
Todas as crianças nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
A toda criança deve ser permitida a possibilidade de ser criança.
Toda criança deve ser protegida contra todas as formas de abandono, crueldade e exploração.
A toda criança deve ser dado o que lhe é devido, de modo que não se torne motivo de tristeza e exploração.
GABARITO
Segundo o artigo, a criança tem direito de fazer o que quiser em relação ao descanso e ao lazer, ou seja, a toda criança deve ser permitida a possibilidade de ser criança.
Atividades
1 - Leia o texto:
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos
Desliguei a cama e deitei-me na luz.
Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite.
(Autor desconhecido)
Perceba que, se as frases citadas forem analisadas de modo solto e descontextualizado, parecerão totalmente incoerentes, certo? Ninguém sobe uma porta ou desliga a cama. No entanto, pode-se afirmar que:
A intertextualidade é visível na oração: “Desliguei a cama e deitei-me na luz.”
A coerência no texto se dá a partir do conhecimento que se tem de mundo, que faz deduzir que um beijo, se inesperado e ainda vindo de alguém que se ama, pode mexer com as estruturas a ponto de provocar sensações que fogem do comum.
A situacionalidade no texto supracitado não tem relação direta com o conteúdo em si, menos ainda com o grau de expectativa do leitor.
A informatividade é um critério estratégico no texto acima que envolve a sua adequação e a sua produção.
A aceitabilidade no texto é um fator pouco relevante de apresentação da textualização.
2 - Estão corretas as afirmativas que seguem sobre texto e textualidade, EXCETO:
Admitindo que no mês de abril o funcionário teve 3 horas de atrasos injustificados, o valor referente a ser descontado será de:
Texto é uma ocorrência linguística, falada ou escrita de extensão definida em laudas, caracterizada pela unidade entre os segmentos textuais.
Textualidade refere-se às características que fazem com que um texto não seja apenas uma sequência de frases, entre elas a coesão e coerência.
Além da coesão e da coerência, o fator pragmático que equivale às peculiaridades de cada ato comunicativo, dentre os quais o contexto sociocultural, constitui-se característica da textualidade.
A intencionalidade é um dos fatores pragmáticos próprio do emissor, porque reflete seu empenho em construir um texto coerente e coeso para atingir o objetivo que tem em mente, numa determinada situação comunicativa.
O fator de textualidade chamado informatividade refere-se não à quantidade de informações, mas à suficiência delas para que o texto seja entendido e desperte o interesse do leitor.
Para responder às questões 3 e 4, leia o texto Somos um país de analfabetos.
3 - Apenas uma das alternativas está correta quanto aos fatores de coerência textual. Assinale-a:
O conhecimento do mundo como fator de coerência não é observado no texto “Somos um país de analfabetos” porque a autora centraliza as informações, sem que seja necessário o leitor dar continuidade de sentido aos segmentos textuais.
A coerência textual se refere às ligações de superfícies do texto, isto é, sintáticas e pragmáticas, que constituem o aspecto formal e, portanto, a organização estrutural das frases.
A coerência de um texto exige um perfeito equilíbrio entre informações novas e informações conhecidas. A esse fator dá-se o nome de conhecimento partilhado.
No texto de Lya Luft ressalta-se a intertextualidadecomo fator de coerência, por tratar-se de um tema recorrente, com ideias já expressas literalmente repassadas pela escritora.
Para a organização do texto, o conhecimento linguístico não se faz necessário para o receptor porque, ao contrário do emissor, ele pode lançar mão do dicionário para a tradução do sentido pretendido.
4 - Com base nas ideias do texto, julgue os itens a seguir como falsos (F) ou verdadeiros (V). Assinale a alternativa que corresponde à análise.
I. Investir em educação é, em tese, formar cidadãos aptos a escolher conscientemente os representantes públicos bem como questioná-los quanto ao cumprimento de seus deveres para com o povo.
II. Investir em educação é a ação priorizada pelo Estado brasileiro comprovadamente verificada nos resultados obtidos nas avaliações, realizadas nos níveis nacional e internacional.
III. Se a educação nacional não está bem avaliada nos níveis nacional e internacional é porque o ufanismo, a esperança e a honradez do povo brasileiro não estão incluídos nos critérios de classificação dos países na área em apreço.
IV. A autora compara o Brasil com a Europa, concluindo que não há diferença significativa entre eles uma vez que aquele é superior a esta em aspectos como beleza, afetividade e educação.
V. O termo alfabetizado não se restringe às crianças que iniciam as atividades escolares, mas ao cidadão que se insere harmonicamente em grupos sociais amplos ou restritos porque possui as ferramentas necessárias para tal, ou seja, as habilidades de falar, ler e escrever e, consequentemente, de pensar e escolher, dentre outras.
VFVFV
VFFVV
FFVFV
FVVVV
VFFFV

Continue navegando