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1 UNIVERSIDADE POTIGUAR-UNP CURSO: DIREITO – MOSSORÓ – 1° PERÍODO 2010-2 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PROFESSORA: KELLY KERCY LIVROS INDICADOS: Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Paulo Nader. Editora Forense. Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Silvio de Salvo Venosa. Editora Atlas Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Gustavo Felipe B Garcia. Editora Método INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Aula 01: Introdução ao Direito A própria constituição física do ser humano revela que ele foi programado para conviver e se completar com outro ser de sua espécie. A prole, decorrência natural da união, passa a atuar como fator de organização e estabilidade do núcleo familiar. O pequeno grupo, formado não apenas pelo interesse material, mas pelos sentimentos de afeto, tende a propagar-se em cadeia, com a formação de outros pequenos núcleos, até chegar á constituição de um grande grupo social. Antes de iniciarmos ao estudo do Direito, precisamos analisar alguns conceitos que serão interessantes para a compreensão desse fenômeno jurídico. 1- De inicio precisamos saber o que se entende por sociedade? Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos 2 pertencentes ao mesmo grupo. É também uma rede de relacionamentos entre pessoas. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. 2- E o que entendemos por justiça? O termo justiça, de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. Encontramos na Constituição Federal no seu art. 5° o principio da igualdade ou como alguns preferem o principio da isonomia, segundo o qual: todos são iguais perante a lei. Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade formal, mas, principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei deverá TRATAR OS IGUAIS DE MANEIRA IGUAL E OS DESIGUAIS DE MANEIRA DESIGUAL NA MEDIDA DE SUAS DESIGUALDADES. 3- E o que entendemos por Moral? O termo moral significa tudo o que se submete a todo valor onde devem predominar na conduta do ser humano as tendências mais convenientes ao desenvolvimento da vida individual e social, cujas aptidões constituem o chamado sentido moral dos indivíduos. Para o Direito, moral é um conjunto de regras no convívio. O seu campo de aplicação é maior do que o campo do Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídicas. O campo da moral é mais amplo. A semelhança que o Direito tem com a Moral é que ambas são formas de controle social. 4- E onde fica o conceito de cidadania? Cidadania é o conjunto de direitos, e deveres ao qual um individuo está sujeito em relação a sociedade em que vive. É uma qualidade ou condição de cidadão. 3 Agora que passamos pelos conceitos mais importantes para a compreensão da matéria, iremos analisar o ponto principal da nossa aula que é saber o que é o Direito, qual sua finalidade e suas funções. 5- O que é Direito? Nada mais justo que a curiosidade do iniciante, que pela primeira vez se debruça sobre um ramo do conhecimento, para conhecer seu conteúdo. Nada é tão simples e ao mesmo tempo tão complexo quanto definir Direito. A palavra direito intuitivamente nos outorga a noção do que é certo, correto, justo, equânime. Quando se menciona a palavra é importante saber se a empregamos como substantivo, adjetivo ou advérbio. Nessa linha de compreensão, o direito seria conceitualmente o que é mais adequado para o individuo, tendo presente que, vivendo em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. O direito busca, portanto, a adequação da sociedade, sua melhor convivência, embora cada sistema possa usar métodos diversos. O direito pode ser compreendido sob várias acepções: • Direito como norma: quando afirmo que é proibido importar determinada mercadoria. • Direito como faculdade: quando afirmo que tenho direito de pleitear meu crédito não pago no vencimento no judiciário. • Direito como justo: se digo que todo trabalho deve ser remunerado, me refiro ao direito como justo. • Direito como ciência: o direito possui método dialético. Importante destacar dois tipos de direito de uma forma geral: o direito natural e o direito positivo. O primeiro se refere aquele direito que nasce com o próprio homem independente de regramento quanto a sua utilização, enquanto o segundo, denominado direito positivo, de uma forma singela pode ser chamado de direito regrado, criado e escrito pelos homens, através de normativo e legislação que indicam e individualizam as situações e preceitos a serem seguidos e cumpridos. 4 Ainda há uma divisão, portanto, que deve ser lembrada: direito objetivo e direito subjetivo. O direito objetivo é constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo social, cujo respeito é garantido pelo Estado. Numa visão mais moderna, o direito positivo se apresenta como o conjunto das regras vigentes em um determinado sistema jurídico, emanadas de uma autoridade estatal. Já o direito subjetivo identifica-se com as prerrogativas e faculdades ínsitas aos seres humanos, as pessoas, para fazer valer seus direitos, no nível judicial ou extrajudicial. 5.1 Classificação dos direitos subjetivos A primeira classificação sobre o direito subjetivo refere-se ao seu conteúdo, figurando, como divisão maior, a relativa do Direito Público e Direito Privado. 1. Direitos Subjetivos Públicos – O direito subjetivo público divide-se em direito de liberdade, de ação, de petição e direitos políticos. Em relação ao direito de liberdade, na legislação brasileira, como proteção fundamental, há os seguintes dispositivos: a) Constituição Federal: item II do art. 5º - “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” ( princípio denominado por norma de liberdade); b) Código Penal: art. 146, que complementa o preceito constitucional – “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda – pena...” ( delito de constrangimento ilegal ); c) Constituição Federal: item LXVIII do art. 5º - “Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.” 5 O direito de ação consiste na possibilidade de se exigir do Estado, dentro das hipóteses previstas, a chamada prestação jurisdicional, isto é, que o Estado, através de seus órgãos competentes, tome conhecimento de determinado problema jurídico concreto, promovendo a aplicação do Direito. O direito de petição refere-se à obtenção de informação administrativa sobre o assunto de interesse do requerente. A Constituição Federal, no item XXXIV, a, do art. 5º, prevê tal hipótese. Qualquer pessoa poderá requerer aos poderes públicos, com direito à resposta. É através dos direitos políticos que os cidadãos participam do poder. Por eles os cidadãos podem exercer as funções públicas tanto no exercício da função executiva, legislativa ou judiciária. Incluem- se, nos direitos políticos, os direitos de votar e de ser votado. 5.2- Elementos do Direito Subjetivo Os elementos fundamentais do direito subjetivo são: o sujeito, o objeto, a relação jurídica e a proteção jurisdicional. O Sujeito - Em sentido estrito, “sujeito” é o titular de um direito subjetivo. É a pessoa a quem pertence ( ou cabe ) o direito.É o proprietário no direito de propriedade, o credor nas obrigações, o Estado na cobrança de tributos, o requerente nas ações judiciais. O titular do direito não é o único “sujeito” na relação jurídica. Toda a relação jurídica é intersubjetiva, supõe, pelo menos, dois sujeitos: um sujeito ativo, que é o titular do direito, a pessoa que pode exigir a prestação; um sujeito passivo, que é a pessoa obrigada a realizar a prestação ( positiva ou negativa ). Sujeito de direito e pessoa - O sujeito dos direitos e dos deveres jurídicos chama-se pessoa, escreve Coviello. “Pessoas são todos os seres capazes de adquirir direitos e contrair obrigações”, define o Código Civil argentino. O direito admite duas espécies fundamentais de pessoas: físicas e jurídicas. “Pessoas fisicas” são os homens considerados individualmente. “Pessoas jurídicas” são as instituições ou entidades, capazes de ter direitos e obrigações como as 6 associações, fundações, sociedades civis e comerciais, autarquias e o próprio Estado. Ao conceito de “sujeito passivo” ligam-se as noções de “dever jurídico” e de “prestação” que constituem importantes categorias jurídicas. O sujeito passivo tem o “dever jurídico” de observar determinada conduta, que pode consistir em um ato ou abstenção. O dever jurídico distingue-se do moral, porque este não é exigível e aquele é. O dever jurídico se caracteriza por sua exigibilidade. Ao dever jurídico do sujeito passivo corresponde sempre a exigibilidade ou poder de exigir do sujeito ativo. Objeto - O vínculo existente na relação jurídica está sempre em função de um objeto. As relações jurídicas são estabelecidas visando a um fim específico. A relação jurídica criada pelo contrato de compra e venda, por exemplo, tem por objeto a entrega da coisa, enquanto que no contrato de trabalho o objeto é a realização do trabalho. É sobre o objeto que recai a exigência do sujeito ativo e o dever do sujeito passivo. A Relação Jurídica – Seguindo a lição de Del Vecchio, podemos definir a relação jurídica como o vínculo entre pessoas, por força do qual uma pode pretender um bem a que outra é obrigada. Estão aí contidos os elementos fundamentais da estrutura de um direito subjetivo: ele é essencialmente uma relação jurídica ou um vínculo entre uma pessoa ( sujeito ativo ), que pode pretender ou exigir um bem, e outra pessoa ( sujeito passivo ), que é obrigada a uma prestação ( ato ou abstenção ). Pode-se afirmar que a doutrina das relações jurídicas teve início a partir dos estudos formulados por Savigny no século passado. De uma forma clara e precisa, o jurista alemão definiu relação jurídica como “um vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada”. Em seu entendimento, toda relação jurídica apresenta um elemento material, constituído pela relação social, e outro formal, que é a determinação jurídica do fato, mediante regras do Direito. 7 Proteção Jurisdicional – O direito subjetivo ou a relação jurídica são tutelados pelo Estado, através de uma proteção especial, representada, de uma forma geral, pelo ordenamento jurídico e, particularmente, pela “sanção”. Essa proteção jurídica pode ser conceituada numa perspectiva objetiva ou subjetiva. Objetivamente, proteção é a garantia assegurada ao direito pela possível ou efetiva intervenção da força de que dispõe a sociedade. Subjetivamente, a proteção jurídica se traduz pelo poder conferido ao titular de exigir de outrem o respeito ao seu direito. A proteção é representada fundamentalmente pela sanção, que pode ser definida como a “consequência jurídica que atinge o sujeito passivo pelo não cumprimento da sua prestação”, ou, na formulação de Eduardo García Máynes “Sanção é a consequência jurídica que o não cumprimento de um dever produz em relação ao obrigado”. A sanção é uma “consequência”. Pressupõe um “dever”, que não foi cumprido. A “sanção” não se confunde com a “coação”. “Sanção” é a consequência da não prestação, estabelecida pela ordem jurídica. “Coação é a aplicação forçada da sanção”. No caso do não cumprimento de um contrato, a “sanção” mais freqüente é a multa contratual. Se a parte culpada se recusar a pagá-la, pode ser obrigada a fazê-lo por via judicial, que pode chegar à penhora de seus bens: é a coação. Com maior freqüência, a sanção atua apenas psicologicamente como possibilidade ou ameaça. A coação como execução forçada só se realiza excepcionalmente. A coação é um meio empregado em última instância, quando a lei foi desrespeitada. A ação judicial - ou, na linguagem jurídica usual, simplesmente, a ação - é o meio normal de se promover concretamente a aplicação da garantia que a ordem jurídica assegura aos direitos subjetivos. O Direito Constitucional moderno faz da ação um direito público subjetivo: o direito de ação ou direito à jurisdição. A esse direito corresponde, da parte do Estado, o dever jurídico de julgar, dever jurisdicional, isto é, de dizer o direito, 8 dar sentença. A Constituição brasileira assegura esse direito nos termos seguintes: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” ( art. 5º, XXXV ). A Declaração Universal dos Direitos do Homem consagra igualmente o direito de ação: “Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei” ( art. VIII ). O direito de ação se apresenta sob suas modalidades fundamentais: ação civil, ação penal. Em ambas temos o mesmo instituto jurídico, que é o direito de invocar a prestação jurisdicional do Estado. A ação penal é o direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar norma de direito penal. Ação civil é o mesmo direito relativamente à aplicação das normas do direito civil, comercial, trabalhista ou quaisquer outras estranhas ao direito penal. 6- As subdivisões conceituais e didáticas do Direito Quais sejam: Direito público e Direito privado As divisões e subdivisões dos vários campos do direito possuem primordialmente uma utilidade didática. Hoje, mais do que ontem, há uma completa interpenetração de campos jurídicos, de forma mais ou menos profunda, e até o especialista em uma área deve ser versado em várias outras. O direito deve ser sempre visto estudado como um todo. O especialista em direito publico deve valer-se com freqüência de princípios de direito privado e vice-versa. Do ponto de vista prático, por vezes, será importante saber se uma norma é de direito público ou de direito privado, sem que isto anule a afirmação feita a principio. 9 Em geral, as normas de direito publico possuem o caráter de cogência ou obrigatoriedade. Não podem os interessados dispor diferentemente do que o determinado por elas. No direito privado há normas desse nível, cogentes, e outras que estão a disposição das partes, as chamadas normas dispositivas. Estas apenas são chamadas a atuar quando os interessados nada dispõem sobre o tema. Karl Larenz (1978:1), afirma que o direito privado é aquela parte do ordenamento jurídico que regula as relações dos particulares entre si, com base na sua igualdade jurídica e sua autodeterminação. 7- Os vários ramos do direito público e do direito privado Mantendo-se a divisão tradicional, o direito público pode ser dividido em interno e externo. O direito público interno compreende, sem que a enumeração seja exaustiva, o direito constitucional, direito administrativo, direito tributário, direito penal, direito processual civil e penal, enquanto o direito público externocompreende o direito internacional publico e privado. O direito privado abrange o tradicional direito civil e o direito comercial. A) Direito Constitucional: é o ramo que estuda os princípios e normas relativos à estrutura fundamental do Estado, e baseia-se na Constituição, embora não se prenda exclusivamente a ela. A Constituição Federal abrange os princípios jurídicos fundamentais que designam e estrutura os órgãos do Estado, sua instituição, suas relações entre si. Dada a importância das normas e dos princípios que estuda, o direito constitucional é o ramo mais importante do direito público. B) Direito Administrativo: compreende o estudo dos fenômenos e normas que ordenam o serviço público e regulamentam as relações entre a Administração, seus respectivos órgãos, os administradores e seus administrados. Refere-se, portanto, a Administração Pública. 10 C) Direito Tributário: é o ramo do direito público que ordena a forma de arrecadação de tributos, bem como o relacionamento entre o Fisco e o contribuinte. D) Direito Processual Civil: é o ramo do direito publico que preordena a forma pela qual alguém pode obter do Estado, de seu Poder Judiciário, uma prestação jurisdicional, isto é, uma composição do conflito de interesse mercê de uma decisão judicial. E) Direito Penal: é o conjunto dos preceitos legais, fixados pelo Estado, para definir os crimes e determinar aos seus autores as correspondentes penas e medidas de segurança. O direito penal diz respeito ao direito de punir do Estado, que lhe é exclusivo, daí porque é direito exclusivamente público. F) Direito Internacional público: é o conjunto de princípios ou regras destinadas a reger direitos e deveres internacionais. G) Direito Internacional privado: busca disciplinar o conflito de leis no espaço, isto é, entre vários ordenamentos estatais. Nessa hipótese é aplicada a lei de um Estado no território de outro. H) Direito Civil: é o direito privado por excelência. Trata do conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas entre particulares. O interesse de suas regras é eminentemente privado, embora nele possam estar presentes normas de ordem pública, como ocorre notoriamente no direito de família. É no direito civil que se encontrarão os princípios da personalidade, o conjunto de atributos que situam o homem em sociedade. I) Direito Comercial: hoje referido basicamente como direito da empresa o seu objeto passou a ser a atividade negocial enquanto destinada a fins de natureza econômica, sendo essa atividade habitual e dirigida a produção de resultados patrimoniais. Questões 1- Diferencie direito objetivo e subjetivo. 2- Quais os ramos do Direito? 3- O que significa a palavra direito? 4- Quais as diversas acepções da palavra Direito? 1 Aula 02- Conceito e formação da lei 1- Considerações prévias A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual, pois traduz as aspirações coletivas. Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica especifica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. 2- Lei em sentido amplo Em sentido amplo, emprega-se o vocábulo lei para indicar o fato de escrever. É uma referencia genérica que atinge a lei propriamante, a medida provisória e ao Decreto. Criada pela Constituição de 1988, a medida provisória é ato de competência do Presidente da Republica, que poderá edita-lá na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão constitucional sobre matéria afeta a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, direito Eleitoral, Penal, Processual Penal e Processual Civil, entre outros assuntos, conforme prevê o art. 62 da Emenda Constitucional n° 32, de 11 de setembro de 2001. 3- Lei em sentido estrito Nesse sentido lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. A lei possui duas ordens de caracteres: substanciais e formais. 2 A) Caracteres substanciais: como a lei agrupa normas jurídicas, há de reunir também os caracteres básicos destas: generalidade, abstratividade, bilateralidade, imperatividade e coercibilidade. Generalidade: A lei Atinge a todos sem exceção Abstratividade: A lei Não deve ser omissa Bilateralidade: A lei atribui direito e ao mesmo tempo impõe deveres. Imperatividade: A lei não deve aconselhar e sim impor uma regra. Coercibilidade: A lei não é coativa, vai haver sempre a possibilidade de coação. B) Caracteres formais: sob o aspecto de forma, a lei deve ser: escrita, emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada. 4- Formação da lei- O processo legislativo O processo legislativo é estabelecido pela Constituição Federal e se desdobra nas seguintes etapas: apresentação de projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e publicação. 4.1- Iniciativa da lei Conforme dispõe o art. 61 da Constituição Federal de 1988, a iniciativa compete: a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Republica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da Republica e aos cidadãos. O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal, caso em que o andamento será comum aos apresentados por outras fontes. 3 Poderá o Presidente solicitar urgência na apresentação de projetos de sua iniciativa, hipótese em que a matéria deverá ser examinada pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, sucessivamente , pelo prazo de quarenta e cinco dias. 4.2- Exame pelas comissões técnicas, discussões e aprovação Uma vez apresentado, o projeto passa por diversas comissões parlamentares, as quais de vincula pelo seu objeto. Passado pelo crivo das comissões competentes, deverá ir ao plenário para discussão e votação. No regime bicameral, como é o nosso, é indispensável a aprovação do projeto pelas duas casas. 4.3- Revisão de projeto O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. Iniciado na Câmara, o senado funcionará como casa revisora e vice-versa com a circunstância de que os projetos encaminhados pelo Presidente da Republica, Supremo Tribunal Federal e Tribunais Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara dos Deputados. Se a casa revisora aprová-lo, deverá ser encaminhado a Presidência da República para sanção, promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado. 4.4- Sanção A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo. É ato de alçada exclusiva do Poder Executivo: do Presidente da Republica (Federal), Governadores Estaduais (Estadual) e Prefeitos Municipais (Municipal). 4.5- Promulgação 4 A lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do Chefe do Executivo. Consiste na Declaração formal da existência da lei. Rejeitado o veto presidencial, será o projeto encaminhado a presidência, para efeito de promulgação no prazo de quarenta e oito horas. 4.6- Publicação A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão oficial. O inicio da vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o inicio de sua vigência. 5- Obrigatoriedade da lei A conseqüência natural da vigência da lei é a sua obrigatoriedade,que dimana do caráter imperativo do Direito. Em face do significado da lei para o equilíbrio social. O Brasil é uma República Federativa do Brasil e sua organização político administrativa compreende a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios. 6- Classificação das leis a) Quanto a origem legislativa de onde promanam Desse modo as leis podem ser: federais, estaduais, distritais e municipais. Na realidade não há hierarquia entre elas, mas sim matérias de competência legislativa (a qual pode ser privativa ou concorrentes) dos entes políticos integrantes da Republica Federativa do Brasil (CF/1988, arts. 22,24, 25, 30, 32) b) Quanto à duração, as leis são temporárias ou permanentes 5 As leis temporárias são exceções dentro do ordenamento. Já nascem com um período determinado de vigência. São editadas geralmente, para atender a situações fáticas emergenciais, transitórias ou circunstanciais. As leis permanentes, que são regra geral no sistema, são editadas para vigorar por tempo indeterminado, deixando de ter vigência apenas mediante outro ato legislativo que as revogue, implícita ou tacitamente. c) Quanto à amplitude ou alcance, as leis podem ser gerais, especiais, excepcionais e singulares. São consideradas especiais as leis que regulam matérias com critérios particulares, diversos das leis gerais. Exemplo destas é a lei do inquilinato (Lei n° 8.245, de 18/10/91), que disciplina diferentemente do Código Civil a locação de imóveis. Gerais são as leis que disciplinam um número indeterminado de pessoas e atingem uma esfera de situações genéricas. O Código Civil é um exemplo de lei geral. São excepcionais as normas que regem, por modo contrário ao estabelecido na lei geral, fatos ou relações jurídicas que naturalmente estariam cobertos pela lei geral. d) Quanto a força obrigatória, as leis podem ser cogentes ou dispositivas. São cogentes ou imperativas as normas que se impõe por seu próprio conteúdo, ficando excluído qualquer arbítrio ou vontade dos interessados. Impõe um comportamento positivo. São preceptivas, isto é, impõe uma conduta, as normas que, por exemplo, obrigam a indenizar quando for causado um dano. As normas penais são em grande parte proibitivas, porque vedam uma conduta. 6 As normas dispositivas impõem-se supletivamente, daí por que são também denominadas supletivas. Cabe aos interessados valerem-se delas ou não. É no campo do direito privado que maior atuam essas normas. O termo lei também pode ser entendido em sentido mais amplo, abrangendo as seguintes modalidades de atos normativos (estatais), conforme previsão do art. 59 da Constituição Federal de 1988: A- Leis complementares: modalidade legislativa reservada a certas matérias, conforme previsão na Constituição Federal, apresentando quorum diferenciado para a aprovação (art. 69 da CF/88: “as leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta). - Há entendimento de que as leis complementares têm hierarquia superior as leis ordinárias. Para outra corrente, não há hierarquia entre essas modalidades de atos legislativos, mas sim matérias especificas reservadas a lei complementar, como ocorre na previsão do art. 146, inciso II, da CF/88 sobre Direito Tributário. B- Leis ordinárias: decorrentes de projetos de leis aprovados pelo Poder Legislativo, com a sanção do Poder Executivo. C- Leis Delegadas, de mesma hierarquia das leis ordinárias, mas com a particularidade de serem elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. D- Medidas Provisórias, as quais podem ser adotadas pelo Presidente da Republica, com força de lei, em caso de relevância e urgência, devendo submetê-la de imediato ao Congresso Nacional (art. 62 da CF/88). - Por terem força de lei, as medidas provisórias se situam na mesma posição hierárquica das leis ordinárias. 7 - É vedada a edição de medida provisória sobre as matérias arroladas no art. 62 da CF/88. E- Decretos Legislativos, os quais são atos legislativos aprovados pelo Congresso Nacional, sobre matérias de sua exclusiva competência, como resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (art. 49 da CF/88). F- Resoluções, que podem ser do Congresso Nacional e do Senado Federal, tratando de matérias próprias. 7- Eficácia Eficaz é a qualidade de algo que produz o efeito esperado ou satisfatório. A Lei só pode ser considerada eficaz se gerar efeitos e atuar sobre a sociedade. Sob esse aspecto, a lei deve estar vigente, em pleno vigor. A vigência, nessa ótica, é um aparato da lei escrita, pois nessa hipótese sua vigência é comprovada por meios materiais, como o processo legislativo, a promulgação e a publicação no órgão oficial. Eficácia é efeito de norma, sua concreção sobre os fenômenos sociais. Uma lei que ainda não está em vigor existe, é válida, mas não tem eficácia. É o que ocorre quando a lei já foi promulgada e publicada, mas aguarda o chamado período da vacatio legis. Art. 1° da Lei de Introdução do Código Civil: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”. Esse período no qual a lei está com sua eficácia suspensa tem como finalidade preparar a sociedade para o novo diploma legal. Quando, por 8 exemplo, uma lei tributária exige novos formulários dos prestadores de serviços, há necessidade de tempo material para essa adaptação. 8- Retroatividade e irretroatividade da norma A Constituição Federal de 1988 dispõe, no art 5°, inciso XXXVI, dentro do longo elenco de direitos individuais, que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Cada um desses institutos merece um estudo conceitual. Entenda-se que adquiridos são os direitos que já se incorporaram definitivamente ao patrimônio jurídico da pessoa, que já estão sendo exercidos ou que já podem ser exercidos. Desta sorte, a lei não poderá tolhê-los. Assim, quem já se aposentou, ou sob a lei vigente adquiriu direito a aposentadoria, não pode ter seus direitos violados ou modificados por uma lei nova que, por exemplo, estende a idade para que seja concedido o beneficio. Ato jurídico perfeito é aquele já praticado e que surtiu os conseqüentes efeitos. Um contrato elaborado sob lei que o autorize não pode ser invalidado porque lei posterior considere esse contrato ilegal. A coisa julgada é o principal efeito da sentença. Trata da decisão judicial da qual não caiba mais recurso. Há instrumentos processuais que permitem, sob certas circunstâncias, alterar a coisa julgada: a ação rescisória no campo civil e a revisão criminal no campo penal. FONTES DO DIREITO Em Ascensão (2001), "as fontes do direito são modos de formação e revelação de regras jurídicas". Para Nunes (2002), "fonte do direito é o local de origem do Direito; é, na verdade, já o próprio Direito, mas saído do oculto e revelado ao mundo". 9 Conforme Diniz (2001), "fonte do direito equivale ao fundamento de validade da ordem jurídica". De maneira coerente com a dos autores supracitados, se faz notória a análise do termo "fontes do direito", como sendo a criação, a originariedade jurídica expandida, alongada e visível ao mundo, de maneira a se fazer possível e simplificada sua análise e compreensão. No entanto, as fontes do direito não se limitam apenas a isto, elas se subdividemem: estatais (lei e jurisprudência), não-estatais (costumes e doutrina), primárias (lei, doutrina, e costume) e secundárias (doutrina, jurisprudência, analogia, princípios gerais de Direito e eqüidade). 1- FONTES ESTATAIS Estas se fazem presentes na legislação (proveniente de lei), sendo esta uma importante fonte do direito. No entanto a legislação é tida como o conjunto de normas jurídicas, devendo as mesmas serem oriundas do Estado, por meio de seus órgãos. Segundo Gusmão (2002), "as fontes estatais do direito são constituídas de normas escritas, vigentes no território do Estado, por ele promulgadas, no qual têm validade e no qual são aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias". Assim sendo, as fontes estatais têm sua aplicação notoriamente precisa, partindo-se do pressuposto de que, por ser criada e exercida pelo Estado, ou seja, seus representantes, à conduta contraria ao que a legislação prevê, associar-se-á uma sanção. A legislação como é oriunda do termo "lei", é o conjunto de normas jurídicas. Entretanto é necessário que lei e norma não sejam vistos como sinônimos. 10 Conforme Ferraz JR. (2001), "a norma é uma prescrição; a lei é a forma de que se reveste a norma ou um conjunto de normas dentro do ordenamento". 1.1 LEIS A lei consideravelmente é uma das mais importantes fontes do direito. 1.2- JURISPRUDÊNCIA O modo pela qual, mesmas decisões são obtidas em determinados casos, e consensualmente são adotadas pelos tribunais como soluções às questões de Direito, ou seja, decisões de tribunais para o julgamento dos casos de modo que as decisões não estejam presas apenas aos códigos e leis. Em Venosa (2003), "é aplicado o nome jurisprudência ao conjunto de decisões dos tribunais, ou uma serie de decisões similares sobre uma mesma matéria". Segundo Venosa (2003), "a jurisprudência, como um conjunto de decisões, forma-se mediante o trabalho diuturno dos tribunais. É o próprio direito ao vivo, cabendo-lhe o importante papel de preencher lacunas do ordenamento nos casos concretos". Cabe à jurisprudência fazer a atualização do entendimento da lei, fazendo com que sua interpretação seja atual e que possa deferir às necessidades ao se fazer o julgamento. (VENOSA, 2003) 2- FONTES NÃO-ESTATAIS Outra importante fonte do direito, as não-estatais abordam em sua designação, os costumes e a doutrina. 2.1.COSTUMES 11 Segundo Ferreira (2001), "costume é o uso, habito, ou pratica geralmente observada". Em Nunes (2002), "o costume jurídico é aquilo que a doutrina chama de convicção de obrigatoriedade, ou seja, a prática reiterada, para ter característica de costume jurídico deve ser aceita pela comunidade como de cunho obrigatório". Conforme Venosa (2003), "o costume brota da própria sociedade, da repetição de usos de determinada parcela do corpo social. Quando o uso se torna obrigatório, converte-se em costume". O costume jurídico surge no próprio seio da coletividade. Ele é fruto da prática social individualizada, caso a caso; nasce obrigatório porque as partes envolvidas assim o entendem e se auto-obrigam; provem da convicção interna de cada partícipe de sua objetivação em fatos sociais particulares, que obriga a todos os que neles se envolverem. Formado com essa convicção de obrigatoriedade, pode-se tê-lo como legitimo e atualizado. (NUNES, 2002) Os costumes, no entanto, são práticas continuas e "repetitivas" de uma coletividade, sendo com a sua usualidade e habitualidade, tornado obrigatório. Estes devem ser perceptíveis, palpáveis, não apenas realizado, mesmo porque, os costumes não são normas escritas; e ainda como já supracitado deve partir da conscientização coletiva. 2.2- DOUTRINA O termo "doutrina" não especificamente no âmbito jurídico, conforme Ferreira (2001), "é o conjunto de princípios que servem de base a um sistema filosófico cientifico". Segundo Nunes (20002), "podemos dizer que doutrina é o resultado do estudo que pensadores – juristas e filósofos do Direito – fazem a respeito do Direito". 12 Pelo uso da doutrina, no que nos é colocado é que temos a capacidade de entender e estudar o Direito profundamente, ou seja, pelo esforço e concretude de grandiosos ensinadores podemos fazer novas e manter os antigos vocábulos e entendimentos na atualidade. Para Nunes (2002), "por fim, a doutrina exerce papel fundamental, como auxiliar para entendimento do sistema jurídico em seus múltiplos e complexos aspectos". 2.3- ANALOGIA Em Ferraz Jr. (2001), "a analogia é forma típica de raciocínio jurídico pelo qual se estende a facti species de uma norma a situações semelhantes para as quais , em principio não havia sido estabelecida". Como o próprio termo já sugere, podemos entender a analogia como uma forma de analise mais atenta e profunda de casos complexos. Trata-se de um processo de raciocínio lógico pelo qual o juiz estende um preceito legal a casos não diretamente compreendidos na descrição legal. O juiz pesquisa a vontade da lei, para transportá-la aos casos que a letra do texto não havia compreendido. (VENOSA, 2003) Temos ainda duas maneiras de operar a analogia: pela analogia legal e pela analogia jurídica. Conforme Venosa (2003), "na analogia legal, o aplicador do Direito busca uma norma que se aplique a casos semelhantes". Quando se recorre a textos mais profundos e complexos pelo fato de o interprete não obter um texto semelhante ao caso que está sendo encaminhado, ou então, os textos são insuficientes, e tenta retirar do pensamento dominante em um conjunto de normas uma conclusão para o caso, temos à analogia jurídica (VENOSA, 2003) 2.4 -PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 13 Se não fosse tão difícil e complicado conceituar os princípios gerais de direito, poderíamos dizer que seria a origem geral do direito, mas não se finda apenas nisso. Conforme Venosa (2003), "os princípios gerais de direito são regras oriundas da abstração lógica do que constitui o substrato comum do Direito". Os princípios são de grande importância para o legislador, "como fonte inspiradora da atividade legislativa e administrativa do Estado". (VENOSA. 2003) 2.5- EQÜIDADE A noção que podemos obter de eqüidade, seria a de que, enquanto o Direito regula a sociedade com normas que demonstram o justo e o igualitário, a eqüidade irá adequar à norma a um caso concreto. Para Venosa (2003), "a eqüidade é uma forma de manifestação de justiça que tem o condão de atenuar a rudeza de uma regra jurídica". Assim sendo, é possível de entender que a eqüidade é a forma do julgador de fazer a devida, melhor e mais coerente interpretação da lei, para explicar ao caso concreto. De acordo com o art. 127 do CPC, o juiz só pode decidir por equidade nos casos previstos em lei. A Lei 9.307/96, sobre arbitragem, dispõe que esta pode ser “de direito ou de equidade”, podendo o compromisso arbitral conter “ a autorização para que o arbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for convencionado pelas partes”. A CLT em seu art. 8° também autoriza o uso da equidade na falta de disposições legais ou contratual. Aula 05- Direitos e garantias fundamentais Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisasenão em virtude de lei. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a penaserá cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão Direitos sociais Os direitos sociais constituem as liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por objetivo a melhoria das condições de vida dos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social. Os direitos sociais, direitos fundamentais de segunda geração, encontram-se catalogados nos arts. 6° a 11 da Constituição Federal, e estão disciplinados ao longo do texto constitucional (a saúde é regulada no art. 200, a previdência social é tratada no art. 201 etc.) Podemos identificar as seguintes categorias, dentre o rol de direitos e garantias constante do Capitulo II do Titulo II da Carta Política: 1) Direitos sociais genéricos (art. 6°); • Educação • Saúde • Trabalho • Moradia • Lazer • Segurança • Previdência Social • Proteção a maternidade e a infância • Assistência aos desamparados 2) Direitos sociais individuais do trabalhador, pessoa física, que são direitos de proteção, pertinentes ao denominado “direito individual do trabalho”. Art. 7 (Dinâmica) • Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa. • Seguro desemprego, em caso de desemprego involuntário. • Fundo de garantia por tempo de serviço- FGTS O FGTS é um deposito bancário destinado a formar uma poupança para o trabalhador, que poderá ser sacada nas hipóteses previstas em lei, principalmente quando é dispensado sem justa causa. São contribuintes do FGTS o empregador, seja pessoa física ou jurídica, de direito privado ou de direito público, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da União, Estados, DF e municípios que admitirem trabalhadores regidos pela CLT. Os funcionários públicos também serão contribuintes do sistema. • Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,sendo vedada a sua vinculação para qualquer fim • Piso salarial proporcional a extensão e a complexidade do trabalho • Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo • Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável • Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria • Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno • Proteção ao salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa • Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente participação na gestão da empresa. • Salário família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei. • Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho • Jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva • Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos • Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% a do normal • Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal • Licença a gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias (lembrando que a lei 11.770/2008, admite a prorrogação da licença por mais 60 dias) • Licença-paternidade, nos termos fixados em lei É uma forma indireta de não discriminação do trabalho da mulher, pois permite que o pai se ausente do trabalho por cinco dias para ajudar a cuidar do filho, reduzindo o ônus imputado apenas ao trabalho feminino. • Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante termos específicos nos termos da lei O objetivo do constituinte é de que homens e mulheres tenham as mesmas possibilidades de trabalho, sem que haja nenhuma discriminação em relação a mulher. Um dos incentivos já existentes é o pagamento do salário maternidade feito pela previdência social e não pelo empregador. • Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; • Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; • Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; • Aposentadoria; • Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré- escolas; • Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; • Proteção em face da automação, na forma da lei; • Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; • Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; • Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; • Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Não poderá haver discriminação em razão do individuo ter ou não grau de escolaridade. O fato de um individuo ser pedreiro, que evidencia trabalho eminente manual, e outro advogado, que implica trabalho intelectual, não importa haver distinção entre essas pessoas , não podendo, portanto, existir critérios de discriminação por parte do empregador em relação ao fato de cada um se dedicar a um ou outro trabalho. A CLT não pode dizer que aquele tem direito a feria e esse não. • Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; • Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. O avulso é aquele que presta serviços a uma ou mais de uma empresa sem vinculo de emprego, sendo sindicalizado ou não, mediante a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão de obra. Assim, o empregado regido pela CLT e o trabalhador avulso terão os mesmos direitos trabalhistas, havendo, portanto, igualdade desses direitos. 3) Direitos sociais coletivos do trabalhador, que são aqueles pertinentes ao denominado “direito coletivo de trabalho”, abrangendo a liberdade de associação profissional ou sindical; garantia de autonomia aos sindicatos; direito a defesa dos interesses dos trabalhadores em negociações coletivas e órgãos públicos e direito de greve. Deve-se anotar que os direitos sociais relacionados ás relações de trabalho constantes no art. 7° da constituição aplicam-se aos trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos avulsos. Já para os domésticos foram assegurados apenas alguns desses direitos, quais sejam: direito ao salário mínimo, a irredutibilidade do salário, ao décimo terceiro salário, ao repouso semanal remunerado, as férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço mais do que o salário normal, a licença gestante de cento e vinte dias, sem prejuízo do emprego e do salário, aviso prévio, aposentadoria e a integração a previdência social. Os servidores públicos estão sujeitos a regime jurídico próprio, estatutário, no qual não há um contrato de trabalho. A constituição equiparou os direitos do trabalhador rural aos direitos do trabalhador urbano. Lei complementar deverá prever a indenização compensatória para o trabalhador que vier a ser dispensado sem justa causa ou arbitrariamente. A indenização está restrita ao pagamento da indenização de 40% sobre os depósitos de FGTS realizados em favor do empregado. O seguro desemprego só é devido no caso de desemprego involuntário. Se o empregado voluntariamente pede dispensa, não há que se falar em direito ao seguro desemprego. O que é o seguro desemprego? É um beneficio de natureza previdenciária, custeado com parte da arrecadação da contribuição para o PIS/PASEP, nos termos do art. 239 da CF/88. O que é PIS/PASEP? O PIS é devido aos trabalhadores regidos pela CLT, já o PASEP é devido aos agentes públicos que chamamos de estatutário, pois ele tem regime próprio que é a lei n 8666/90. É um deposito feito pelo governo na conta do empregado. O Fundo de Garantia do tempo de Serviço- FGTS é devido ao empregado rural e urbano, e não é direito dos servidores públicos estatutários. Não é garantia constitucional outorgada aos domésticos, embora a lei faculte ao empregador do domestico a inscrição de seu empregado no FGTS, caso em que passará a estar obrigado a efetuar mensalmente os respectivos depósitos em favor deste. A jornada normal máxima de trabalho permitida é de oito horas por dia e quarenta e quatro semanais. Poderá ser prestado mais trabalho, mais será em jornada extraordinária, o que implica no pagamento do adicional de hora extra, de no mínimo 50%, ou compensação. Essa jornada constitucional poderá ser reduzida, mediante negociação coletiva. Se os trabalhos são realizados em turnos ininterruptos de revezamento, caracterizado pela realização, de forma alternada, de atividades nos período diurno e noturno, com freqüência diária, semanal, quinzenal ou mensal, a jornada será de seis horas diárias; Mas essa jornada poderá ser alterada para mais ou para menos mediante negociação coletiva. A prescrição quanto a créditos resultantes das relações de trabalho é a mesma para os trabalhadores urbanos e rurais: cinco anos durante o contrato de trabalho, até o limite de dois anosapós a extinção do contrato. Assim, durante o vinculo de emprego, se o empregado ajuizar uma reclamação trabalhista contra seu empregador, poderá requerer os créditos trabalhistas relativos aos últimos cinco anos do contrato de trabalho. Quando é extinto o contrato de trabalho, ele também poderá pleitear na justiça do trabalho os direitos dos últimos cinco anos, mas só poderá ingressar com a reclamação trabalhista até dois anos após a extinção do contrato de trabalho. A partir da cessação do contrato de trabalho, o prazo começa a correr contra o empregado: cada dia que permanece inerte, ele perde um dia de direito (se ele ingressar com uma ação no ultimo dia dos dois anos, só poderá pleitear direitos relativos aos últimos três anos do contrato de trabalho). Aula 01- Introdução.pdf Aula 02- Lei Aula 03- Direitos e garantias fundamentais Aula 04- Direitos sociais
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