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Introdução à Ciência do Direito

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1 
 
UNIVERSIDADE POTIGUAR-UNP 
CURSO: DIREITO – MOSSORÓ – 1° PERÍODO 2010-2 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
PROFESSORA: KELLY KERCY 
 
LIVROS INDICADOS: 
Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Paulo Nader. Editora Forense. 
Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Silvio de Salvo Venosa. Editora Atlas 
Introdução ao Estudo do Direito. Autor: Gustavo Felipe B Garcia. Editora Método 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Aula 01: Introdução ao Direito 
 
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi 
programado para conviver e se completar com outro ser de sua espécie. A 
prole, decorrência natural da união, passa a atuar como fator de organização e 
estabilidade do núcleo familiar. O pequeno grupo, formado não apenas pelo 
interesse material, mas pelos sentimentos de afeto, tende a propagar-se em 
cadeia, com a formação de outros pequenos núcleos, até chegar á constituição 
de um grande grupo social. 
Antes de iniciarmos ao estudo do Direito, precisamos analisar alguns 
conceitos que serão interessantes para a compreensão desse fenômeno 
jurídico. 
1- De inicio precisamos saber o que se entende por sociedade? 
Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema 
semi-aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos 
2 
 
pertencentes ao mesmo grupo. É também uma rede de relacionamentos entre 
pessoas. 
O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de 
pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. 
2- E o que entendemos por justiça? 
O termo justiça, de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos 
os cidadãos. 
Encontramos na Constituição Federal no seu art. 5° o principio da 
igualdade ou como alguns preferem o principio da isonomia, segundo o qual: 
todos são iguais perante a lei. 
Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade formal, 
mas, principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei deverá 
TRATAR OS IGUAIS DE MANEIRA IGUAL E OS DESIGUAIS DE MANEIRA 
DESIGUAL NA MEDIDA DE SUAS DESIGUALDADES. 
3- E o que entendemos por Moral? 
O termo moral significa tudo o que se submete a todo valor onde devem 
predominar na conduta do ser humano as tendências mais convenientes ao 
desenvolvimento da vida individual e social, cujas aptidões constituem o 
chamado sentido moral dos indivíduos. 
Para o Direito, moral é um conjunto de regras no convívio. O seu campo 
de aplicação é maior do que o campo do Direito. Nem todas as regras Morais 
são regras jurídicas. O campo da moral é mais amplo. A semelhança que o 
Direito tem com a Moral é que ambas são formas de controle social. 
4- E onde fica o conceito de cidadania? 
Cidadania é o conjunto de direitos, e deveres ao qual um individuo está 
sujeito em relação a sociedade em que vive. É uma qualidade ou condição de 
cidadão. 
3 
 
Agora que passamos pelos conceitos mais importantes para a 
compreensão da matéria, iremos analisar o ponto principal da nossa aula 
que é saber o que é o Direito, qual sua finalidade e suas funções. 
5- O que é Direito? 
Nada mais justo que a curiosidade do iniciante, que pela primeira vez se 
debruça sobre um ramo do conhecimento, para conhecer seu conteúdo. Nada 
é tão simples e ao mesmo tempo tão complexo quanto definir Direito. 
A palavra direito intuitivamente nos outorga a noção do que é certo, 
correto, justo, equânime. Quando se menciona a palavra é importante saber se 
a empregamos como substantivo, adjetivo ou advérbio. 
Nessa linha de compreensão, o direito seria conceitualmente o que é 
mais adequado para o individuo, tendo presente que, vivendo em sociedade, 
tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. 
O direito busca, portanto, a adequação da sociedade, sua melhor 
convivência, embora cada sistema possa usar métodos diversos. 
O direito pode ser compreendido sob várias acepções: 
• Direito como norma: quando afirmo que é proibido importar 
determinada mercadoria. 
• Direito como faculdade: quando afirmo que tenho direito de 
pleitear meu crédito não pago no vencimento no judiciário. 
• Direito como justo: se digo que todo trabalho deve ser 
remunerado, me refiro ao direito como justo. 
• Direito como ciência: o direito possui método dialético. 
Importante destacar dois tipos de direito de uma forma geral: o direito 
natural e o direito positivo. O primeiro se refere aquele direito que nasce com 
o próprio homem independente de regramento quanto a sua utilização, 
enquanto o segundo, denominado direito positivo, de uma forma singela pode 
ser chamado de direito regrado, criado e escrito pelos homens, através de 
normativo e legislação que indicam e individualizam as situações e preceitos a 
serem seguidos e cumpridos. 
4 
 
Ainda há uma divisão, portanto, que deve ser lembrada: direito objetivo e 
direito subjetivo. O direito objetivo é constituído por um conjunto de regras 
destinadas a reger um grupo social, cujo respeito é garantido pelo Estado. 
Numa visão mais moderna, o direito positivo se apresenta como o 
conjunto das regras vigentes em um determinado sistema jurídico, emanadas 
de uma autoridade estatal. 
Já o direito subjetivo identifica-se com as prerrogativas e faculdades 
ínsitas aos seres humanos, as pessoas, para fazer valer seus direitos, no nível 
judicial ou extrajudicial. 
5.1 Classificação dos direitos subjetivos 
A primeira classificação sobre o direito subjetivo refere-se ao seu conteúdo, 
figurando, como divisão maior, a relativa do Direito Público e Direito Privado. 
1. Direitos Subjetivos Públicos – O direito subjetivo público divide-se em 
direito de liberdade, de ação, de petição e direitos políticos. Em relação ao 
direito de liberdade, na legislação brasileira, como proteção fundamental, há os 
seguintes dispositivos: 
a) Constituição Federal: item II do art. 5º - “Ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” ( princípio denominado 
por norma de liberdade); 
b) Código Penal: art. 146, que complementa o preceito constitucional – 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não 
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda – pena...” ( delito de 
constrangimento ilegal ); 
c) Constituição Federal: item LXVIII do art. 5º - “Conceder-se-á habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.” 
5 
 
O direito de ação consiste na possibilidade de se exigir do Estado, dentro das 
hipóteses previstas, a chamada prestação jurisdicional, isto é, que o Estado, 
através de seus órgãos competentes, tome conhecimento de determinado 
problema jurídico concreto, promovendo a aplicação do Direito. 
O direito de petição refere-se à obtenção de informação administrativa sobre 
o assunto de interesse do requerente. A Constituição Federal, no item XXXIV, 
a, do art. 5º, prevê tal hipótese. Qualquer pessoa poderá requerer aos poderes 
públicos, com direito à resposta. 
É através dos direitos políticos que os cidadãos participam do poder. Por eles 
os cidadãos podem exercer as funções públicas tanto no exercício da função 
executiva, legislativa ou judiciária. Incluem- se, nos direitos políticos, os direitos 
de votar e de ser votado. 
5.2- Elementos do Direito Subjetivo 
Os elementos fundamentais do direito subjetivo são: o sujeito, o objeto, a 
relação jurídica e a proteção jurisdicional. 
O Sujeito - Em sentido estrito, “sujeito” é o titular de um direito subjetivo. É a 
pessoa a quem pertence ( ou cabe ) o direito.É o proprietário no direito de 
propriedade, o credor nas obrigações, o Estado na cobrança de tributos, o 
requerente nas ações judiciais. O titular do direito não é o único “sujeito” na 
relação jurídica. Toda a relação jurídica é intersubjetiva, supõe, pelo menos, 
dois sujeitos: um sujeito ativo, que é o titular do direito, a pessoa que pode 
exigir a prestação; um sujeito passivo, que é a pessoa obrigada a realizar a 
prestação ( positiva ou negativa ). 
Sujeito de direito e pessoa - O sujeito dos direitos e dos deveres jurídicos 
chama-se pessoa, escreve Coviello. “Pessoas são todos os seres capazes de 
adquirir direitos e contrair obrigações”, define o Código Civil argentino. O direito 
admite duas espécies fundamentais de pessoas: físicas e jurídicas. “Pessoas 
fisicas” são os homens considerados individualmente. “Pessoas jurídicas” são 
as instituições ou entidades, capazes de ter direitos e obrigações como as 
6 
 
associações, fundações, sociedades civis e comerciais, autarquias e o próprio 
Estado. 
Ao conceito de “sujeito passivo” ligam-se as noções de “dever jurídico” e de 
“prestação” que constituem importantes categorias jurídicas. O sujeito passivo 
tem o “dever jurídico” de observar determinada conduta, que pode consistir em 
um ato ou abstenção. O dever jurídico distingue-se do moral, porque este não é 
exigível e aquele é. O dever jurídico se caracteriza por sua exigibilidade. Ao 
dever jurídico do sujeito passivo corresponde sempre a exigibilidade ou poder 
de exigir do sujeito ativo. 
Objeto - O vínculo existente na relação jurídica está sempre em função de um 
objeto. As relações jurídicas são estabelecidas visando a um fim específico. A 
relação jurídica criada pelo contrato de compra e venda, por exemplo, tem por 
objeto a entrega da coisa, enquanto que no contrato de trabalho o objeto é a 
realização do trabalho. É sobre o objeto que recai a exigência do sujeito ativo e 
o dever do sujeito passivo. 
A Relação Jurídica – Seguindo a lição de Del Vecchio, podemos definir a 
relação jurídica como o vínculo entre pessoas, por força do qual uma pode 
pretender um bem a que outra é obrigada. Estão aí contidos os elementos 
fundamentais da estrutura de um direito subjetivo: ele é essencialmente uma 
relação jurídica ou um vínculo entre uma pessoa ( sujeito ativo ), que pode 
pretender ou exigir um bem, e outra pessoa ( sujeito passivo ), que é obrigada 
a uma prestação ( ato ou abstenção ). 
Pode-se afirmar que a doutrina das relações jurídicas teve início a partir dos 
estudos formulados por Savigny no século passado. De uma forma clara e 
precisa, o jurista alemão definiu relação jurídica como “um vínculo entre 
pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está 
obrigada”. Em seu entendimento, toda relação jurídica apresenta um elemento 
material, constituído pela relação social, e outro formal, que é a determinação 
jurídica do fato, mediante regras do Direito. 
7 
 
Proteção Jurisdicional – O direito subjetivo ou a relação jurídica são tutelados 
pelo Estado, através de uma proteção especial, representada, de uma forma 
geral, pelo ordenamento jurídico e, particularmente, pela “sanção”. Essa 
proteção jurídica pode ser conceituada numa perspectiva objetiva ou subjetiva. 
Objetivamente, proteção é a garantia assegurada ao direito pela possível ou 
efetiva intervenção da força de que dispõe a sociedade. Subjetivamente, a 
proteção jurídica se traduz pelo poder conferido ao titular de exigir de outrem o 
respeito ao seu direito. 
A proteção é representada fundamentalmente pela sanção, que pode ser 
definida como a “consequência jurídica que atinge o sujeito passivo pelo não 
cumprimento da sua prestação”, ou, na formulação de Eduardo García Máynes 
“Sanção é a consequência jurídica que o não cumprimento de um dever produz 
em relação ao obrigado”. A sanção é uma “consequência”. Pressupõe um 
“dever”, que não foi cumprido. 
A “sanção” não se confunde com a “coação”. “Sanção” é a consequência 
da não prestação, estabelecida pela ordem jurídica. “Coação é a aplicação 
forçada da sanção”. No caso do não cumprimento de um contrato, a “sanção” 
mais freqüente é a multa contratual. Se a parte culpada se recusar a pagá-la, 
pode ser obrigada a fazê-lo por via judicial, que pode chegar à penhora de seus 
bens: é a coação. 
Com maior freqüência, a sanção atua apenas psicologicamente como 
possibilidade ou ameaça. A coação como execução forçada só se realiza 
excepcionalmente. A coação é um meio empregado em última instância, 
quando a lei foi desrespeitada. 
A ação judicial - ou, na linguagem jurídica usual, simplesmente, a ação - é o 
meio normal de se promover concretamente a aplicação da garantia que a 
ordem jurídica assegura aos direitos subjetivos. 
O Direito Constitucional moderno faz da ação um direito público subjetivo: o 
direito de ação ou direito à jurisdição. A esse direito corresponde, da parte do 
Estado, o dever jurídico de julgar, dever jurisdicional, isto é, de dizer o direito, 
8 
 
dar sentença. A Constituição brasileira assegura esse direito nos termos 
seguintes: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito” ( art. 5º, XXXV ). 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem consagra igualmente o direito 
de ação: “Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais 
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais 
que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei” ( art. VIII ). 
O direito de ação se apresenta sob suas modalidades fundamentais: ação civil, 
ação penal. Em ambas temos o mesmo instituto jurídico, que é o direito de 
invocar a prestação jurisdicional do Estado. 
A ação penal é o direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar norma de 
direito penal. 
Ação civil é o mesmo direito relativamente à aplicação das normas do direito 
civil, comercial, trabalhista ou quaisquer outras estranhas ao direito penal. 
 
6- As subdivisões conceituais e didáticas do Direito 
Quais sejam: Direito público e Direito privado 
As divisões e subdivisões dos vários campos do direito possuem 
primordialmente uma utilidade didática. Hoje, mais do que ontem, há uma 
completa interpenetração de campos jurídicos, de forma mais ou menos 
profunda, e até o especialista em uma área deve ser versado em várias outras. 
O direito deve ser sempre visto estudado como um todo. O especialista em 
direito publico deve valer-se com freqüência de princípios de direito privado e 
vice-versa. 
Do ponto de vista prático, por vezes, será importante saber se uma 
norma é de direito público ou de direito privado, sem que isto anule a afirmação 
feita a principio. 
9 
 
Em geral, as normas de direito publico possuem o caráter de cogência 
ou obrigatoriedade. Não podem os interessados dispor diferentemente do que 
o determinado por elas. 
No direito privado há normas desse nível, cogentes, e outras que estão a 
disposição das partes, as chamadas normas dispositivas. Estas apenas são 
chamadas a atuar quando os interessados nada dispõem sobre o tema. 
Karl Larenz (1978:1), afirma que o direito privado é aquela parte do 
ordenamento jurídico que regula as relações dos particulares entre si, com 
base na sua igualdade jurídica e sua autodeterminação. 
7- Os vários ramos do direito público e do direito privado 
Mantendo-se a divisão tradicional, o direito público pode ser dividido em 
interno e externo. 
O direito público interno compreende, sem que a enumeração seja 
exaustiva, o direito constitucional, direito administrativo, direito tributário, 
direito penal, direito processual civil e penal, enquanto o direito público externocompreende o direito internacional publico e privado. 
O direito privado abrange o tradicional direito civil e o direito 
comercial. 
A) Direito Constitucional: é o ramo que estuda os princípios e normas 
relativos à estrutura fundamental do Estado, e baseia-se na 
Constituição, embora não se prenda exclusivamente a ela. A 
Constituição Federal abrange os princípios jurídicos fundamentais 
que designam e estrutura os órgãos do Estado, sua instituição, suas 
relações entre si. Dada a importância das normas e dos princípios 
que estuda, o direito constitucional é o ramo mais importante do 
direito público. 
B) Direito Administrativo: compreende o estudo dos fenômenos e 
normas que ordenam o serviço público e regulamentam as relações 
entre a Administração, seus respectivos órgãos, os administradores e 
seus administrados. Refere-se, portanto, a Administração Pública. 
10 
 
C) Direito Tributário: é o ramo do direito público que ordena a forma de 
arrecadação de tributos, bem como o relacionamento entre o Fisco e 
o contribuinte. 
D) Direito Processual Civil: é o ramo do direito publico que preordena 
a forma pela qual alguém pode obter do Estado, de seu Poder 
Judiciário, uma prestação jurisdicional, isto é, uma composição do 
conflito de interesse mercê de uma decisão judicial. 
E) Direito Penal: é o conjunto dos preceitos legais, fixados pelo Estado, 
para definir os crimes e determinar aos seus autores as 
correspondentes penas e medidas de segurança. O direito penal diz 
respeito ao direito de punir do Estado, que lhe é exclusivo, daí 
porque é direito exclusivamente público. 
F) Direito Internacional público: é o conjunto de princípios ou regras 
destinadas a reger direitos e deveres internacionais. 
G) Direito Internacional privado: busca disciplinar o conflito de leis no 
espaço, isto é, entre vários ordenamentos estatais. Nessa hipótese é 
aplicada a lei de um Estado no território de outro. 
H) Direito Civil: é o direito privado por excelência. Trata do conjunto de 
normas reguladoras das relações jurídicas entre particulares. O 
interesse de suas regras é eminentemente privado, embora nele 
possam estar presentes normas de ordem pública, como ocorre 
notoriamente no direito de família. É no direito civil que se 
encontrarão os princípios da personalidade, o conjunto de atributos 
que situam o homem em sociedade. 
I) Direito Comercial: hoje referido basicamente como direito da 
empresa o seu objeto passou a ser a atividade negocial enquanto 
destinada a fins de natureza econômica, sendo essa atividade 
habitual e dirigida a produção de resultados patrimoniais. 
Questões 
1- Diferencie direito objetivo e subjetivo. 
2- Quais os ramos do Direito? 
3- O que significa a palavra direito? 
4- Quais as diversas acepções da palavra Direito? 
1 
 
Aula 02- Conceito e formação da lei 
 
1- Considerações prévias 
 
A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. 
É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os 
interesses sociais. 
Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual, 
pois traduz as aspirações coletivas. 
Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica especifica, não 
tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. 
 
2- Lei em sentido amplo 
 
Em sentido amplo, emprega-se o vocábulo lei para indicar o fato de 
escrever. 
É uma referencia genérica que atinge a lei propriamante, a medida 
provisória e ao Decreto. Criada pela Constituição de 1988, a medida 
provisória é ato de competência do Presidente da Republica, que poderá 
edita-lá na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão 
constitucional sobre matéria afeta a nacionalidade, cidadania, direitos 
políticos, partidos políticos, direito Eleitoral, Penal, Processual Penal e 
Processual Civil, entre outros assuntos, conforme prevê o art. 62 da Emenda 
Constitucional n° 32, de 11 de setembro de 2001. 
 
3- Lei em sentido estrito 
 
Nesse sentido lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do 
Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. A lei possui duas 
ordens de caracteres: substanciais e formais. 
 
2 
 
A) Caracteres substanciais: como a lei agrupa normas jurídicas, há 
de reunir também os caracteres básicos destas: generalidade, 
abstratividade, bilateralidade, imperatividade e coercibilidade. 
Generalidade: A lei Atinge a todos sem exceção 
Abstratividade: A lei Não deve ser omissa 
Bilateralidade: A lei atribui direito e ao mesmo tempo impõe 
deveres. 
Imperatividade: A lei não deve aconselhar e sim impor uma regra. 
Coercibilidade: A lei não é coativa, vai haver sempre a 
possibilidade de coação. 
 
B) Caracteres formais: sob o aspecto de forma, a lei deve ser: 
escrita, emanada do Poder Legislativo em processo de formação 
regular, promulgada e publicada. 
 
 
4- Formação da lei- O processo legislativo 
 
O processo legislativo é estabelecido pela Constituição Federal e se 
desdobra nas seguintes etapas: apresentação de projeto, exame das 
comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e 
publicação. 
 
4.1- Iniciativa da lei 
 
Conforme dispõe o art. 61 da Constituição Federal de 1988, a iniciativa 
compete: a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Republica, ao 
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da 
Republica e aos cidadãos. 
 
O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal, caso 
em que o andamento será comum aos apresentados por outras fontes. 
3 
 
 
Poderá o Presidente solicitar urgência na apresentação de projetos de 
sua iniciativa, hipótese em que a matéria deverá ser examinada pela Câmara 
dos Deputados e Senado Federal, sucessivamente , pelo prazo de 
quarenta e cinco dias. 
 
4.2- Exame pelas comissões técnicas, discussões e aprovação 
 
Uma vez apresentado, o projeto passa por diversas comissões 
parlamentares, as quais de vincula pelo seu objeto. Passado pelo crivo das 
comissões competentes, deverá ir ao plenário para discussão e votação. No 
regime bicameral, como é o nosso, é indispensável a aprovação do 
projeto pelas duas casas. 
 
4.3- Revisão de projeto 
 
O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. 
Iniciado na Câmara, o senado funcionará como casa revisora e vice-versa com 
a circunstância de que os projetos encaminhados pelo Presidente da 
Republica, Supremo Tribunal Federal e Tribunais Federais serão 
apreciados primeiramente pela Câmara dos Deputados. Se a casa revisora 
aprová-lo, deverá ser encaminhado a Presidência da República para sanção, 
promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado. 
 
4.4- Sanção 
 
A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do 
Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo. É ato de alçada exclusiva 
do Poder Executivo: do Presidente da Republica (Federal), Governadores 
Estaduais (Estadual) e Prefeitos Municipais (Municipal). 
 
4.5- Promulgação 
 
4 
 
A lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do 
Chefe do Executivo. Consiste na Declaração formal da existência da lei. 
Rejeitado o veto presidencial, será o projeto encaminhado a presidência, para 
efeito de promulgação no prazo de quarenta e oito horas. 
 
4.6- Publicação 
 
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser 
feita por órgão oficial. O inicio da vigência pode dar-se com a publicação ou 
decorrida a vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o 
inicio de sua vigência. 
 
5- Obrigatoriedade da lei 
 
A conseqüência natural da vigência da lei é a sua obrigatoriedade,que 
dimana do caráter imperativo do Direito. Em face do significado da lei para o 
equilíbrio social. 
 
O Brasil é uma República Federativa do Brasil e sua organização político 
administrativa compreende a União, os Estado, o Distrito Federal e os 
Municípios. 
 
6- Classificação das leis 
a) Quanto a origem legislativa de onde promanam 
Desse modo as leis podem ser: federais, estaduais, distritais e 
municipais. Na realidade não há hierarquia entre elas, mas sim matérias de 
competência legislativa (a qual pode ser privativa ou concorrentes) dos entes 
políticos integrantes da Republica Federativa do Brasil (CF/1988, arts. 22,24, 
25, 30, 32) 
 
b) Quanto à duração, as leis são temporárias ou permanentes 
 
5 
 
As leis temporárias são exceções dentro do ordenamento. Já nascem 
com um período determinado de vigência. São editadas geralmente, para 
atender a situações fáticas emergenciais, transitórias ou circunstanciais. 
As leis permanentes, que são regra geral no sistema, são editadas 
para vigorar por tempo indeterminado, deixando de ter vigência apenas 
mediante outro ato legislativo que as revogue, implícita ou tacitamente. 
 
c) Quanto à amplitude ou alcance, as leis podem ser gerais, 
especiais, excepcionais e singulares. 
 
São consideradas especiais as leis que regulam matérias com critérios 
particulares, diversos das leis gerais. Exemplo destas é a lei do inquilinato (Lei 
n° 8.245, de 18/10/91), que disciplina diferentemente do Código Civil a locação 
de imóveis. 
Gerais são as leis que disciplinam um número indeterminado de 
pessoas e atingem uma esfera de situações genéricas. O Código Civil é um 
exemplo de lei geral. 
 
São excepcionais as normas que regem, por modo contrário ao 
estabelecido na lei geral, fatos ou relações jurídicas que naturalmente estariam 
cobertos pela lei geral. 
 
d) Quanto a força obrigatória, as leis podem ser cogentes ou 
dispositivas. 
 
São cogentes ou imperativas as normas que se impõe por seu próprio 
conteúdo, ficando excluído qualquer arbítrio ou vontade dos interessados. 
 
Impõe um comportamento positivo. 
 
São preceptivas, isto é, impõe uma conduta, as normas que, por 
exemplo, obrigam a indenizar quando for causado um dano. As normas penais 
são em grande parte proibitivas, porque vedam uma conduta. 
 
6 
 
As normas dispositivas impõem-se supletivamente, daí por que são 
também denominadas supletivas. Cabe aos interessados valerem-se delas ou 
não. É no campo do direito privado que maior atuam essas normas. 
 
O termo lei também pode ser entendido em sentido mais amplo, 
abrangendo as seguintes modalidades de atos normativos (estatais), conforme 
previsão do art. 59 da Constituição Federal de 1988: 
 
A- Leis complementares: modalidade legislativa reservada a certas 
matérias, conforme previsão na Constituição Federal, apresentando 
quorum diferenciado para a aprovação (art. 69 da CF/88: “as leis 
complementares serão aprovadas por maioria absoluta). 
 
- Há entendimento de que as leis complementares têm hierarquia 
superior as leis ordinárias. Para outra corrente, não há hierarquia 
entre essas modalidades de atos legislativos, mas sim matérias 
especificas reservadas a lei complementar, como ocorre na previsão 
do art. 146, inciso II, da CF/88 sobre Direito Tributário. 
 
B- Leis ordinárias: decorrentes de projetos de leis aprovados pelo 
Poder Legislativo, com a sanção do Poder Executivo. 
 
C- Leis Delegadas, de mesma hierarquia das leis ordinárias, mas com 
a particularidade de serem elaboradas pelo Presidente da República, 
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
 
 
D- Medidas Provisórias, as quais podem ser adotadas pelo Presidente 
da Republica, com força de lei, em caso de relevância e urgência, 
devendo submetê-la de imediato ao Congresso Nacional (art. 62 da 
CF/88). 
 
- Por terem força de lei, as medidas provisórias se situam na mesma 
posição hierárquica das leis ordinárias. 
7 
 
- É vedada a edição de medida provisória sobre as matérias 
arroladas no art. 62 da CF/88. 
 
E- Decretos Legislativos, os quais são atos legislativos aprovados pelo 
Congresso Nacional, sobre matérias de sua exclusiva competência, 
como resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional (art. 49 da CF/88). 
 
F- Resoluções, que podem ser do Congresso Nacional e do Senado 
Federal, tratando de matérias próprias. 
 
 
7- Eficácia 
 
Eficaz é a qualidade de algo que produz o efeito esperado ou 
satisfatório. A Lei só pode ser considerada eficaz se gerar efeitos e atuar sobre 
a sociedade. Sob esse aspecto, a lei deve estar vigente, em pleno vigor. 
 
A vigência, nessa ótica, é um aparato da lei escrita, pois nessa hipótese 
sua vigência é comprovada por meios materiais, como o processo 
legislativo, a promulgação e a publicação no órgão oficial. 
 
Eficácia é efeito de norma, sua concreção sobre os fenômenos sociais. 
Uma lei que ainda não está em vigor existe, é válida, mas não tem eficácia. É o 
que ocorre quando a lei já foi promulgada e publicada, mas aguarda o 
chamado período da vacatio legis. 
 
Art. 1° da Lei de Introdução do Código Civil: 
“Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo País 45 
(quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”. 
 
Esse período no qual a lei está com sua eficácia suspensa tem como 
finalidade preparar a sociedade para o novo diploma legal. Quando, por 
8 
 
exemplo, uma lei tributária exige novos formulários dos prestadores de 
serviços, há necessidade de tempo material para essa adaptação. 
 
8- Retroatividade e irretroatividade da norma 
 
A Constituição Federal de 1988 dispõe, no art 5°, inciso XXXVI, dentro 
do longo elenco de direitos individuais, que “a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Cada um desses 
institutos merece um estudo conceitual. 
 
Entenda-se que adquiridos são os direitos que já se incorporaram 
definitivamente ao patrimônio jurídico da pessoa, que já estão sendo exercidos 
ou que já podem ser exercidos. Desta sorte, a lei não poderá tolhê-los. Assim, 
quem já se aposentou, ou sob a lei vigente adquiriu direito a aposentadoria, 
não pode ter seus direitos violados ou modificados por uma lei nova que, por 
exemplo, estende a idade para que seja concedido o beneficio. 
 
Ato jurídico perfeito é aquele já praticado e que surtiu os conseqüentes 
efeitos. Um contrato elaborado sob lei que o autorize não pode ser invalidado 
porque lei posterior considere esse contrato ilegal. 
 
A coisa julgada é o principal efeito da sentença. Trata da decisão 
judicial da qual não caiba mais recurso. Há instrumentos processuais que 
permitem, sob certas circunstâncias, alterar a coisa julgada: a ação rescisória 
no campo civil e a revisão criminal no campo penal. 
 
FONTES DO DIREITO 
 
Em Ascensão (2001), "as fontes do direito são modos de formação e 
revelação de regras jurídicas". 
Para Nunes (2002), "fonte do direito é o local de origem do Direito; é, na 
verdade, já o próprio Direito, mas saído do oculto e revelado ao mundo". 
9 
 
Conforme Diniz (2001), "fonte do direito equivale ao fundamento de 
validade da ordem jurídica". 
De maneira coerente com a dos autores supracitados, se faz notória a 
análise do termo "fontes do direito", como sendo a criação, a originariedade 
jurídica expandida, alongada e visível ao mundo, de maneira a se fazer 
possível e simplificada sua análise e compreensão. 
No entanto, as fontes do direito não se limitam apenas a isto, elas se 
subdividemem: estatais (lei e jurisprudência), não-estatais (costumes e 
doutrina), primárias (lei, doutrina, e costume) e secundárias (doutrina, 
jurisprudência, analogia, princípios gerais de Direito e eqüidade). 
 
 
1- FONTES ESTATAIS 
Estas se fazem presentes na legislação (proveniente de lei), sendo esta 
uma importante fonte do direito. No entanto a legislação é tida como o conjunto 
de normas jurídicas, devendo as mesmas serem oriundas do Estado, por meio 
de seus órgãos. 
Segundo Gusmão (2002), "as fontes estatais do direito são constituídas 
de normas escritas, vigentes no território do Estado, por ele promulgadas, no 
qual têm validade e no qual são aplicadas pelas autoridades administrativas ou 
judiciárias". 
Assim sendo, as fontes estatais têm sua aplicação notoriamente precisa, 
partindo-se do pressuposto de que, por ser criada e exercida pelo Estado, ou 
seja, seus representantes, à conduta contraria ao que a legislação prevê, 
associar-se-á uma sanção. 
A legislação como é oriunda do termo "lei", é o conjunto de normas 
jurídicas. Entretanto é necessário que lei e norma não sejam vistos como 
sinônimos. 
10 
 
Conforme Ferraz JR. (2001), "a norma é uma prescrição; a lei é a forma de 
que se reveste a norma ou um conjunto de normas dentro do ordenamento". 
1.1 LEIS 
 
A lei consideravelmente é uma das mais importantes fontes do direito. 
 
1.2- JURISPRUDÊNCIA 
O modo pela qual, mesmas decisões são obtidas em determinados 
casos, e consensualmente são adotadas pelos tribunais como soluções às 
questões de Direito, ou seja, decisões de tribunais para o julgamento dos casos 
de modo que as decisões não estejam presas apenas aos códigos e leis. 
Em Venosa (2003), "é aplicado o nome jurisprudência ao conjunto de 
decisões dos tribunais, ou uma serie de decisões similares sobre uma mesma 
matéria". 
Segundo Venosa (2003), "a jurisprudência, como um conjunto de 
decisões, forma-se mediante o trabalho diuturno dos tribunais. É o próprio 
direito ao vivo, cabendo-lhe o importante papel de preencher lacunas do 
ordenamento nos casos concretos". 
Cabe à jurisprudência fazer a atualização do entendimento da lei, 
fazendo com que sua interpretação seja atual e que possa deferir às 
necessidades ao se fazer o julgamento. (VENOSA, 2003) 
 
 
2- FONTES NÃO-ESTATAIS 
Outra importante fonte do direito, as não-estatais abordam em sua 
designação, os costumes e a doutrina. 
2.1.COSTUMES 
11 
 
Segundo Ferreira (2001), "costume é o uso, habito, ou pratica 
geralmente observada". 
Em Nunes (2002), "o costume jurídico é aquilo que a doutrina chama de 
convicção de obrigatoriedade, ou seja, a prática reiterada, para ter 
característica de costume jurídico deve ser aceita pela comunidade como de 
cunho obrigatório". 
Conforme Venosa (2003), "o costume brota da própria sociedade, da 
repetição de usos de determinada parcela do corpo social. Quando o uso se 
torna obrigatório, converte-se em costume". 
O costume jurídico surge no próprio seio da coletividade. Ele é fruto da 
prática social individualizada, caso a caso; nasce obrigatório porque as partes 
envolvidas assim o entendem e se auto-obrigam; provem da convicção interna 
de cada partícipe de sua objetivação em fatos sociais particulares, que obriga a 
todos os que neles se envolverem. Formado com essa convicção de 
obrigatoriedade, pode-se tê-lo como legitimo e atualizado. (NUNES, 2002) 
Os costumes, no entanto, são práticas continuas e "repetitivas" de uma 
coletividade, sendo com a sua usualidade e habitualidade, tornado obrigatório. 
Estes devem ser perceptíveis, palpáveis, não apenas realizado, mesmo 
porque, os costumes não são normas escritas; e ainda como já supracitado 
deve partir da conscientização coletiva. 
 
2.2- DOUTRINA 
O termo "doutrina" não especificamente no âmbito jurídico, conforme 
Ferreira (2001), "é o conjunto de princípios que servem de base a um sistema 
filosófico cientifico". 
Segundo Nunes (20002), "podemos dizer que doutrina é o resultado do 
estudo que pensadores – juristas e filósofos do Direito – fazem a respeito do 
Direito". 
12 
 
Pelo uso da doutrina, no que nos é colocado é que temos a capacidade 
de entender e estudar o Direito profundamente, ou seja, pelo esforço e 
concretude de grandiosos ensinadores podemos fazer novas e manter os 
antigos vocábulos e entendimentos na atualidade. 
Para Nunes (2002), "por fim, a doutrina exerce papel fundamental, como 
auxiliar para entendimento do sistema jurídico em seus múltiplos e complexos 
aspectos". 
2.3- ANALOGIA 
Em Ferraz Jr. (2001), "a analogia é forma típica de raciocínio jurídico 
pelo qual se estende a facti species de uma norma a situações semelhantes 
para as quais , em principio não havia sido estabelecida". 
Como o próprio termo já sugere, podemos entender a analogia como 
uma forma de analise mais atenta e profunda de casos complexos. 
Trata-se de um processo de raciocínio lógico pelo qual o juiz estende um 
preceito legal a casos não diretamente compreendidos na descrição legal. O 
juiz pesquisa a vontade da lei, para transportá-la aos casos que a letra do texto 
não havia compreendido. (VENOSA, 2003) 
Temos ainda duas maneiras de operar a analogia: pela analogia legal e 
pela analogia jurídica. 
Conforme Venosa (2003), "na analogia legal, o aplicador do Direito 
busca uma norma que se aplique a casos semelhantes". 
Quando se recorre a textos mais profundos e complexos pelo fato de o 
interprete não obter um texto semelhante ao caso que está sendo 
encaminhado, ou então, os textos são insuficientes, e tenta retirar do 
pensamento dominante em um conjunto de normas uma conclusão para o 
caso, temos à analogia jurídica (VENOSA, 2003) 
2.4 -PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
13 
 
Se não fosse tão difícil e complicado conceituar os princípios gerais de 
direito, poderíamos dizer que seria a origem geral do direito, mas não se finda 
apenas nisso. 
Conforme Venosa (2003), "os princípios gerais de direito são regras 
oriundas da abstração lógica do que constitui o substrato comum do Direito". 
Os princípios são de grande importância para o legislador, "como fonte 
inspiradora da atividade legislativa e administrativa do Estado". (VENOSA. 
2003) 
2.5- EQÜIDADE 
A noção que podemos obter de eqüidade, seria a de que, enquanto o 
Direito regula a sociedade com normas que demonstram o justo e o igualitário, 
a eqüidade irá adequar à norma a um caso concreto. 
Para Venosa (2003), "a eqüidade é uma forma de manifestação de 
justiça que tem o condão de atenuar a rudeza de uma regra jurídica". 
Assim sendo, é possível de entender que a eqüidade é a forma do 
julgador de fazer a devida, melhor e mais coerente interpretação da lei, para 
explicar ao caso concreto. 
De acordo com o art. 127 do CPC, o juiz só pode decidir por equidade 
nos casos previstos em lei. 
A Lei 9.307/96, sobre arbitragem, dispõe que esta pode ser “de direito ou 
de equidade”, podendo o compromisso arbitral conter “ a autorização para que 
o arbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for convencionado 
pelas partes”. 
A CLT em seu art. 8° também autoriza o uso da equidade na falta de 
disposições legais ou contratual. 
Aula 05- Direitos e garantias fundamentais 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisasenão 
em virtude de lei. 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado 
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção 
aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em 
lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar 
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo 
da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos 
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, 
o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, 
se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos 
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei 
fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à 
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico 
do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada 
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que 
não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos 
e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 
a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e 
liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos 
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite 
do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a penaserá cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo 
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de 
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão 
ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o 
que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na 
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação. 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão 
 
Direitos sociais 
Os direitos sociais constituem as liberdades positivas, de observância 
obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por objetivo a melhoria das 
condições de vida dos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade 
social. 
 Os direitos sociais, direitos fundamentais de segunda geração, 
encontram-se catalogados nos arts. 6° a 11 da Constituição Federal, e estão 
disciplinados ao longo do texto constitucional (a saúde é regulada no art. 200, a 
previdência social é tratada no art. 201 etc.) 
Podemos identificar as seguintes categorias, dentre o rol de direitos e 
garantias constante do Capitulo II do Titulo II da Carta Política: 
1) Direitos sociais genéricos (art. 6°); 
• Educação 
• Saúde 
• Trabalho 
• Moradia 
• Lazer 
• Segurança 
• Previdência Social 
• Proteção a maternidade e a infância 
• Assistência aos desamparados 
2) Direitos sociais individuais do trabalhador, pessoa física, que são 
direitos de proteção, pertinentes ao denominado “direito individual do 
trabalho”. Art. 7 
(Dinâmica) 
• Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou 
sem justa causa. 
• Seguro desemprego, em caso de desemprego involuntário. 
• Fundo de garantia por tempo de serviço- FGTS 
O FGTS é um deposito bancário destinado a formar uma 
poupança para o trabalhador, que poderá ser sacada nas 
hipóteses previstas em lei, principalmente quando é 
dispensado sem justa causa. 
São contribuintes do FGTS o empregador, seja pessoa física 
ou jurídica, de direito privado ou de direito público, da 
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
poderes da União, Estados, DF e municípios que admitirem 
trabalhadores regidos pela CLT. 
Os funcionários públicos também serão contribuintes do 
sistema. 
• Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz 
de atender as suas necessidades vitais básicas e as de sua 
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, 
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,sendo vedada a sua vinculação para qualquer fim 
• Piso salarial proporcional a extensão e a complexidade do 
trabalho 
• Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo 
• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável 
• Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou 
no valor da aposentadoria 
• Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno 
• Proteção ao salário na forma da lei, constituindo crime sua 
retenção dolosa 
• Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente participação na gestão da 
empresa. 
• Salário família pago em razão do dependente do trabalhador 
de baixa renda, nos termos da lei. 
• Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 
44 semanais, facultada a compensação de horários e a 
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva 
de trabalho 
• Jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos 
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva 
• Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos 
• Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, 
em 50% a do normal 
• Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal 
• Licença a gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, 
com a duração de 120 dias (lembrando que a lei 11.770/2008, 
admite a prorrogação da licença por mais 60 dias) 
• Licença-paternidade, nos termos fixados em lei 
É uma forma indireta de não discriminação do trabalho da 
mulher, pois permite que o pai se ausente do trabalho por 
cinco dias para ajudar a cuidar do filho, reduzindo o ônus 
imputado apenas ao trabalho feminino. 
• Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante termos 
específicos nos termos da lei 
O objetivo do constituinte é de que homens e mulheres 
tenham as mesmas possibilidades de trabalho, sem que haja 
nenhuma discriminação em relação a mulher. Um dos 
incentivos já existentes é o pagamento do salário maternidade 
feito pela previdência social e não pelo empregador. 
• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no 
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança; 
• Adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
• Aposentadoria; 
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; 
• Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de 
trabalho; 
• Proteção em face da automação, na forma da lei; 
• Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando 
incorrer em dolo ou culpa; 
• Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e 
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil; 
• Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
• Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e 
intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
Não poderá haver discriminação em razão do individuo ter ou 
não grau de escolaridade. 
O fato de um individuo ser pedreiro, que evidencia trabalho 
eminente manual, e outro advogado, que implica trabalho 
intelectual, não importa haver distinção entre essas pessoas , 
não podendo, portanto, existir critérios de discriminação por 
parte do empregador em relação ao fato de cada um se 
dedicar a um ou outro trabalho. 
A CLT não pode dizer que aquele tem direito a feria e esse 
não. 
• Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos; 
• Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo 
empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
O avulso é aquele que presta serviços a uma ou mais de uma 
empresa sem vinculo de emprego, sendo sindicalizado ou não, 
mediante a intermediação obrigatória do sindicato da categoria 
ou do órgão gestor de mão de obra. Assim, o empregado 
regido pela CLT e o trabalhador avulso terão os mesmos 
direitos trabalhistas, havendo, portanto, igualdade desses 
direitos. 
3) Direitos sociais coletivos do trabalhador, que são aqueles pertinentes 
ao denominado “direito coletivo de trabalho”, abrangendo a liberdade 
de associação profissional ou sindical; garantia de autonomia aos 
sindicatos; direito a defesa dos interesses dos trabalhadores em 
negociações coletivas e órgãos públicos e direito de greve. 
Deve-se anotar que os direitos sociais relacionados ás relações de 
trabalho constantes no art. 7° da constituição aplicam-se aos trabalhadores 
urbanos e rurais, bem como aos avulsos. Já para os domésticos foram 
assegurados apenas alguns desses direitos, quais sejam: direito ao salário 
mínimo, a irredutibilidade do salário, ao décimo terceiro salário, ao repouso 
semanal remunerado, as férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço mais do que o salário normal, a licença gestante de cento e vinte dias, 
sem prejuízo do emprego e do salário, aviso prévio, aposentadoria e a 
integração a previdência social. 
Os servidores públicos estão sujeitos a regime jurídico próprio, 
estatutário, no qual não há um contrato de trabalho. 
A constituição equiparou os direitos do trabalhador rural aos direitos do 
trabalhador urbano. 
Lei complementar deverá prever a indenização compensatória para o 
trabalhador que vier a ser dispensado sem justa causa ou arbitrariamente. A 
indenização está restrita ao pagamento da indenização de 40% sobre os 
depósitos de FGTS realizados em favor do empregado. 
O seguro desemprego só é devido no caso de desemprego involuntário. 
Se o empregado voluntariamente pede dispensa, não há que se falar em direito 
ao seguro desemprego. 
O que é o seguro desemprego? 
É um beneficio de natureza previdenciária, custeado com parte da 
arrecadação da contribuição para o PIS/PASEP, nos termos do art. 239 da 
CF/88. 
O que é PIS/PASEP? 
O PIS é devido aos trabalhadores regidos pela CLT, já o PASEP é 
devido aos agentes públicos que chamamos de estatutário, pois ele tem regime 
próprio que é a lei n 8666/90. É um deposito feito pelo governo na conta do 
empregado. 
O Fundo de Garantia do tempo de Serviço- FGTS é devido ao 
empregado rural e urbano, e não é direito dos servidores públicos estatutários. 
Não é garantia constitucional outorgada aos domésticos, embora a lei faculte 
ao empregador do domestico a inscrição de seu empregado no FGTS, caso em 
que passará a estar obrigado a efetuar mensalmente os respectivos depósitos 
em favor deste. 
A jornada normal máxima de trabalho permitida é de oito horas por dia e 
quarenta e quatro semanais. Poderá ser prestado mais trabalho, mais será em 
jornada extraordinária, o que implica no pagamento do adicional de hora extra, 
de no mínimo 50%, ou compensação. Essa jornada constitucional poderá ser 
reduzida, mediante negociação coletiva. 
Se os trabalhos são realizados em turnos ininterruptos de revezamento, 
caracterizado pela realização, de forma alternada, de atividades nos período 
diurno e noturno, com freqüência diária, semanal, quinzenal ou mensal, a 
jornada será de seis horas diárias; Mas essa jornada poderá ser alterada para 
mais ou para menos mediante negociação coletiva. 
A prescrição quanto a créditos resultantes das relações de trabalho é a 
mesma para os trabalhadores urbanos e rurais: cinco anos durante o contrato 
de trabalho, até o limite de dois anosapós a extinção do contrato. 
Assim, durante o vinculo de emprego, se o empregado ajuizar uma 
reclamação trabalhista contra seu empregador, poderá requerer os créditos 
trabalhistas relativos aos últimos cinco anos do contrato de trabalho. Quando é 
extinto o contrato de trabalho, ele também poderá pleitear na justiça do 
trabalho os direitos dos últimos cinco anos, mas só poderá ingressar com a 
reclamação trabalhista até dois anos após a extinção do contrato de trabalho. A 
partir da cessação do contrato de trabalho, o prazo começa a correr contra o 
empregado: cada dia que permanece inerte, ele perde um dia de direito (se ele 
ingressar com uma ação no ultimo dia dos dois anos, só poderá pleitear direitos 
relativos aos últimos três anos do contrato de trabalho). 
 
 
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	Aula 02- Lei
	Aula 03- Direitos e garantias fundamentais
	Aula 04- Direitos sociais

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