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CEUE Pré-Vestibular ANTIGUIDADE ORIENTAL Denominam-se civilizações da antigüidade oriental aquelas surgidas após a desagregação das comunidades pré-históricas coletivistas do chamado Crescente Fértil. 1. Aspectos comuns De acordo com a divisão de modos de produção proposta por Karl Marx (1818-1883), estas sociedades organizavam-se sob o modo de produção asiático. Este modo de organizar a economia baseava-se na agricultura, na construção de grandes obras hidráulicas (canais, diques, etc.) – que demandavam enorme contingente humano para serem erigidas – e num rígido sistema de tributação sobre os camponeses, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. A este sistema de trabalho, denomina-se servidão coletiva. O poder era exercito de forma autocrática por parte de um imperador, que dispunha de uma burocracia estatal. Todas as civilizações do crescente fértil – assim como as demais civilizações nascidas na mesma época (Índia e China) - possuíam íntima relação com seus rios, dos quais dependia sua vida e sua sustentação. Aos rios Tigre e Eufrates, vinculava-se a Mesopotâmia. Sobre as férteis margens do rio Nilo, um dos maiores do mundo, desenvolveu-se a civilização egípcia. Menos poderosos que seus vizinhos, os hebreus floresceram na atual Palestina, vinculando-se fortemente ao rio Jordão. Por fim, os Fenícios, dada sua posição litorânea particular (atual Líbano), constituíram-se como a primeira potência marítimo-comercial do mar Mediterrâneo. Esta civilização é bastante importante, do ponto de vista cultural, por terem desenvolvido um alfabeto fonético bastante simplificado (22 caracteres) que tornou-se a base para os alfabetos romano e grego. 2. Civilização Egípcia Os primeiros grupos humanos se estabeleceram às margens do rio Nilo antes de 5000 a.C., em pequenas comunidades chamadas nomos. Por volta de 3500 a.C., os nomos se agrupavam em dois reinos, Alto e Baixo Egito. Sua fusão, em 3200 a.C., deu origem ao reino unificado, chefiado pelo primeiro Faraó (ou imperador) Menés – então governador do Alto Egito. Este foi o primeiro Estado unificado da História. Na Crescente fértil: termo criado pelo arqueólogo James H. Breasted para se referir às áreas do Oriente Médio irrigadas pelos rios Jordão, Tigre, Eufrates e Nilo. Possui cerca de 400.000 a 500.000m2 de extensão e hoje alberga em torno de 40 a 50 milhões de indivíduos humanos. A zona oeste em torno do Jordão e da parte superior do Eufrates viu nascerem os primeiros assentamentos agrários conhecidos, há 11 000 anos. CEUE Pré-Vestibular hierarquia deste Estado o Faraó possuía poderes totais, os quais eram exercidos por força de sua burocracia de escribas, governadores locais e sacerdotes. Tal poder era legitimado pela crença na sua Isolado geograficamente, o Egito permaneceu protegido do assédio de invasores durante longos períodos, o que favoreceu o desenvolvimento de uma civilização razoavelmente estável e duradoura. Por volta do século XIII a.C., o Egito passa a conviver com os hebreus, povo que acaba por escravizar. A presença destes em seu território irá influenciar algumas das reformas empreendidas por Amenófis IV, cujo conteúdo incidiu na diminuição do poder sacerdotal através do culto de um único deus – Aton, representado pelo círculo solar. Estas medidas de cunho monoteísta não sobreviveram á morte de Amenófis, pois seu sucessor Tutankhamon restabeleceu as práticas politeístas. A religiosidade era, de fato, uma das principais constantes do mundo egípcio: sua abrangência cobria quase todos os fenômenos políticos e culturais. A crença na vida após a morte era o grande motor simbólico da vida egípcia, que motivou a construção de grandes obras arquitetônicas como as pirâmides – verdadeiros monumentos funerários –, palácios e templos. Ainda por este motivo, aos egípcios pode ser imputado o início da pesquisa anatômica do corpo humano, revelado pelas suas conquistas na arte da mumificação. A representação de deuses através de figuras celestiais, como o sol, p. ex., levou ao estudo da astronomia, ciência útil para a criação de um calendário anual com que se pudesse prever as cheias do rio Nilo. A matemática e a engenharia – sobretudo hidráulica – também tiveram destaque, além da sofisticada escrita hieroglífica. A queda da civilização egípcia se dá no século VI a.C., quando de sua queda frente aos conquistadores externos (Persas). 3. Civilização Mesopotâmica É bastante difícil falar de uma unidade da história mesopotâmica, uma vez que a hegemonia sobre os vales dos rios Tigre e Eufrates deu-se de forma descontínua e dispersa entre vários povos diferentes. Dentre estes grupos humanos, destacam-se sumérios, acádios, caldeus, assírios, amoritas e babilônicos. De maneira geral, o regime de servidão coletiva foi praticado na Mesopotâmia durante todos estes períodos, complementado, todavia, através do uso de escravos em larga escala. Os escravos eram recrutados entre os povos derrotados nas freqüentes guerras e disputas por hegemonia na região. Durante a hegemonia dos assírios, houve um incremento no uso da escravidão dado o caráter violento deste povo, que dominou aproximadamente até o século VII a.C. Do ponto de vista cultural, desenvolveram a escrita cuneiforme (gravada com cunhas) e primeiro código legal conhecido, o Código de Hamurabi (em referência ao imperador babilônico Hamurabi, que viveu aproximadamente entre 1792 e 1750 a.C.). Este código estava fundado na lei de Talião, cujo princípio é a reciprocidade absoluta entre ofensa e punição: “olho por olho, dente por dente”. Construtores de grandes cidades, os mesopotâmios também desenvolveram a astronomia, erguendo os grandes zigurats, pirâmides escalonadas que serviam ao mesmo tempo como templo e observatório do céu. Assim como os egípcios, os mesopotâmios encontrarão seu período de decadência no século VI a.C, graças à expansão persa. CEUE Pré-Vestibular A história mesopotâmica pode ser divida em quatro períodos: Suméria e Acádia (antes de 2000 a.C); Primeiro Império Babilônico (2000 a.C. a 1750 a.C.): Império Assírio (1300 a.C. a 612 a.C.) e Segundo Império Babilônico (612 a.C. a 539 a.C.). É durante esta última fase que se desenvolvem, sob o governo de Nabucodonosor, as grandes construções públicas pelas quais a Mesopotâmia tornou-se notabilizada no mundo antigo. Destacam-se os grandes jardins suspensos, considerados pelos cronistas gregos como uma das maiores maravilhas do mundo. 4. Hebreus Um forte elemento de distinção desta civilização frente às demais culturas do Oriente Médio era o seu monoteísmo. Originários da região onde hoje se encontra a Palestina, os antigos hebreus entendiam-se como o povo escolhido pelo Deus (YHVH, Javé) único, com o qual mantinham uma aliança através da Lei Mosaica. A origem do povo hebreu é narrada na Bíblia, precisamente no Antigo Testamento. Originais da Palestina, os hebreus se deslocaram para o Egito, onde acabaram escravizados. De acordo com o livro do Êxodo, os hebreus fugiram do Egito de volta à Palestina, sua “terra p rometida”, conduzidos por Moisés, a quem Javé enviou as tábuas contendo as Leis e os Dez Mandamentos. Por volta de XI a.C. ocorre a fundação de Jerusalém, que se torna a capital de um estado hebraico unificado. O apogeu da monarquia se dá durante o reinado de Salomão, cuja morte inaugura um longo período de lutas fratricidas pelo poder. Destas lutas, surge a divisão do reino em duas unidades políticas distintas: Israel e Judá. No século VIII a.C., Israel é dominado pelos assírios, que levam os hebreus comoescravos para a Mesopotâmia. Sua libertação e retorno se dará somente no século VI a.C. Seguiu-se a isso longo período de dominação estrangeira na região: persas, macedônios e romanos. No século I d.C, o imperador romano Tito ordenou a destruição de Jerusalém, o que levou os hebreus a fugir e dispersar-se por todo o mundo. A este fenômeno dá-se o nome de Diáspora hebraica. O principal legado cultural hebraico é a sua religião, o Judaísmo, que influenciou tanto o Cristianismo quanto o Islamismo, fornecendo a base simbólica e material (as escrituras) para a expansão do Monoteísmo no mundo. 5. Fenícios A civilização fenícia se distingue das demais civilizações do período oriental por sua intensa atividade marítima, comercial e empreendedora. Estabelecidos na costa do atual Líbano, coube aos fenícios o início da colonização do Mar Mediterrâneo, estabelecendo pov oações e interpostos comerciais de Portugal até o Egito. Organizavam-se em cidades-estado e foram precursores no uso do alfabeto fonético, isto é, no qual cada som (fonema) corresponde a um signo gráfico (letra). O ponto alto da cultura fenícia e de seu poder marítimo costuma ser datado como o período que vai de 1200 a 800 a.C. CEUE Pré-Vestibular 6. Persas Originários do planalto iraniano, os persas destacaram-se por terem formado um grande império centralizado no Oriente. De fato, desde o século VI a.C. constituem-se como um elemento de instabilidade para as civilizações do Crescente fértil, graças aos seus ímpetos expansionistas e guerreiros. Em matéria de religião, desenvolveram a crença no dualismo: o mundo seria controlado por duas divindades, Ormuz-Mazda, o Bem, e Ariman, o Mal. Além disso, professavam a crença na vida após a morte e na vinda de um messias, o que viria a influenciar tanto o Judaísmo quanto o Cristianismo. Sua visão de mundo influenciará mais tarde o sectário cristão Maniqueu, donde o termo maniqueísta para designar a crença em uma equivalência do bem e do mal como entidades absolutas. A religião persa era chamada de Zoroastrismo, em referência a um personagem mítico chamado Zoroastro (ou Zaratustra).
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