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Homeopatia: Matéria Médica e Repertório

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Matéria Médica e Repertório
Matéria médica homeopática
É a obra que reúne as patogenesias desenvolvidas pelas drogas quando administradas em diferentes doses a indivíduos sãos e sensíveis. 
Técnica de experimentação no homem são: 
 # preparação da substância a experimentar 
 # regime a ser seguido durante a experimentação
 # a escolha do indivíduo
 # dose e sua repetição
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Matéria médica homeopática
 # observação dos sintomas e seus efeitos experimentais
 # registro minucioso dos resultados
 # auto-experimentação
 # conclusão 
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Matéria médica homeopática
Patogenesia de Belladonna:
Sintomas físicos: olhos vermelhos, pupilas dilatadas, latejos na cabeça com cefalia intensa, rubor facial, boca seca com aversão à água, extremidades frias, insônia, etc.
Sintomas emocionais: angústia, irrtabilidade excessiva, etc.
Sintomas mentais: superexcitação mental, embotamento da mente, delírios com alucinações visuais, etc.
Se um paciente com faringite e outro com intoxicação alimentar apresentarem esses sintomas, poderão tomar esse medicamento.
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Repertório homeopático
É a obra que reúne os sinais e sintomas, em cuja experimentação no homem são eles se manifestaram, seguidas dos medicamentos.
O conhecimento da matéria médica é pré-requisito para o seu uso.”...Cada uma dessas substâncias produz alterações na saúde do indivíduo de forma peculiar, diferente, contudo determinada, de modo que impeça a possibilidade de confundir uma com a outra.” - Hahnemann –
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Repertório homeopático
É uma compilação de sintomas extraídos das MMH, metodicamente organizados (referência cruzada entre sintomas e medicamentos homeopáticos).
As informações contidas nos repertórios auxiliam o clínico na escolha do medicamento homeopático.
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1790 - da tradução da M.M de Cullen
à auto-experimentação da China officinalis
Até 1796
FASE DE PESQUISA PURA
(*) confirma sintomas da quinina em grupos de
experimentadores;
(*) coleta sintomas de outras substâncias através
de experimentações metódicas e acidentais;
(*) inicia a construção da M.M.H. (Pura)
FASE DE PESQUISA APLICADA
(*) busca a prática clínica
(*) aplica a “Lei da Semelhança”
(*) observa resultados
(*) publica o 1º ensaio sobre sua proposta clínica e
terapêutica : a HOMEOPATIA
FUNDAMENTO : o incontestável poder que as substâncias da Natureza têm de alterar o estado de saúde das pessoas, observável através da experimentação
6 anos
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Organon da Arte de Curar
FASE DE PESQUISA APLICADA
(*) amplia a prática clínica com base
na “Lei da Semelhança”
(*) observa criticamente seus resultados
(*) amplia a M.M.H. com novos dados experimentais
20 anos
1810
1ª edição do ORGANON da arte de curar
1ª PARTE : Introdução contendo “exemplos de curas
homeopáticas involuntárias realizadas pelos médicos da 
Escola Antiga desde Hipócrates ”
2ª PARTE : o Saber Homeopático propriamente dito
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1818 - 2ª edição revisada
1824 - 3ª edição revisada
De 1816 a 1829
FASE DE PESQUISA DESCRITIVA
HAHNEMANN 
descreve as variáveis envolvidas nos
processos de adoecimento e de cura
FASE DE PESQUISA EXPLICATIVA
estuda nexo e associações entre
as variáveis reacionais
desenvolvendo a
“Teoria sobre as Doenças Crônicas”
1829 - 4ª edição
1833 - 5ª edição
 revisadas e enriquecidas com os conhecimentos da Teoria sobre as Doenças Crônicas
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Conta a história que em 1842 HAHNEMANN revisou a 5ª edição e a entregou a seu editor
02 de julho de 1843
HAHNEMANN morre em Paris
e seu acervo desaparece até
1921
Richard HAEL & William BOERICKE obtiveram o legado
médico e literário dos herdeiros de HAHNEMANN
providenciando a 6ª edição (única que faz referência à
50LM e “método plus”)
1880 - morre Constantine HERING
1916 - morre J.T.KENT
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Conta a história que em 1842 HAHNEMANN revisou a 5ª edição e a entregou a seu editor
02 de julho de 1843
HAHNEMANN morre em Paris
e seu acervo desaparece até
1921
Richard HAEL & William BOERICKE obtiveram o legado
médico e literário dos herdeiros de HAHNEMANN
providenciando a 6ª edição (única que faz referência à
50LM e “método plus”)
1880 - morre Constantine HERING
1916 - morre J.T.KENT
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A consulta homeopática
Numa consulta bem conduzida o médico deve escutar, interrogar,observar e examinar o paciente a fim de obter a totalidade dos sinais e sintomas que espelham a imagem do seu estado enfermo particular (história biopatográfica).
Tudo deve ser registrado em fichas que devem conter além da data e dos dados pessoais do paciente, perguntas que despertem espontaneamente informações que individualizem o paciente.
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A consulta homeopática
A semiologia (o interrogatório homeopático) não deve ser uma coleta “fria” dos sintomas. Ex.: a sensação de dor deve ser qualificada quanto à sua natureza (pulsátil, ardente, lancinante, etc.), quanto à sua intensidade, quanto à época e a hora do seu surgimento.
Evita-se perguntas que induzam à respostas do tipo “sim” ou “não”. Ex.:
ERRADO: Apresenta dor de cabeça durante a menstrução?
CERTO: Como você se sente antes, durante e depois da menstruação?
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Leis de Cura ou Leis de Hering
Constantine Hering (1800 – 1880) após ter sido incumbido de escrever um trabalho combatendo a Homeopatia, ao pesquisá-la, acabou tornando-se um dos grandes médicos homeopatas do sec. XIX
Sistematizou as tendências dominantes que expressam os processos de cura.
Na verdade não representam uma lei, mas possibilidades ou tendências dominantes que ajudam o médico a acompanhar a evolução da doença.
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Leis de Cura ou Leis de Hering
Os sintomas devem desaparecer na ordem inversa do seu aparecimento.
A cura progride do alto do corpo para baixo.
O corpo procura exteriorizar os sintomas, mantendo-os em suas partes mais exteriores (mucosas e pele).
A cura progride dos órgãos mais nobres para os menos nobres.
Antigos sintomas podem reaparecer.
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Leis de Cura ou Leis de Hering
Evolução da doença para a cura: à medida que a doença se torna crônica, existe uma progressão dos sintomas e o desaparecimento desses sintomas, na ordem inversa do seu aparecimento. Ex.: Num quadro de enxaqueca crônica, cujo paciente apresentou inicialmente tontura e, por último, depressão, após a administração do simillimum, desaparecerá primeiro a depressão e depois a tontura. 
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Classificação das doenças 
 mecânicas cirúrgicas
Doenças 
não dinâmicas
 indisposições
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Classificação das doenças 
 epidêmicas
 coletiva esporádicas
 agudas 
 individual amigdalite
Doenças osteomielite
dinâmicas
 ambientais
 falsas intoxicações 
 crônicas profissionais
 
 verdadeiras
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Classificação das doenças 
 Psora
 Sífilis
 Sicose
Doenças Tuberculinismo
Crônicas Cancerinismo
Verdadeiras
 Mistas ou complexas
 
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Susceptibilidade individual
Na visão de Hahnemann sobre a doença, a susceptibilidade individual ocupa lugar destacado.
A ação dos agentes nóxios (influenciam negativamente o organismo, como traumas, intoxicações,etc.) sobre a força vital depende da predisposição desta a se desequilibrar.
“As forças inimigas, psíquicas e/ou físicas, às quais estamos expostos em nossa existência terrena, às quais chamamos agentes mórbidos, não possuem o poder incondicional de perturbar a saúde do homem, apenas os afetando quando o organismo encontra-se predisposto ou susceptível a seus ataques, alterando sua saúde e fazendo-o experimentar sensações e funções anormais. Por isso não produzem doenças nem em todos, nem sempre. (§31). 
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A homeopatia estuda o homem são, o homem doente, a doença e sua etiologia
O homem são é estudado através de sua constituição e temperamento.
A constituição é hereditária, representa uma disposição reacional e uma resultante morfo-fisiológica devido aos fatores hereditários.
O temperamento é aquilo que evolui de acordo com as idades da vida. Representa uma predominância metabólica que lhe assegura os sinais fisiológicos, psíquicos e as tendências gerais mórbidas.
A etiologia é o conjunto das causas favorecedoras e desencadeadoras (Noxas) que transformam o homem são em homem doente por intermédio da doença.
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Miasmas 
Miasma é uma palavra da época de Hahnemann que servia para designar emanações dos pântanos e que teriam poderes de provocar doenças.
Enquanto a doença aguda tem princípio, meio e fim, a doença crônica tem princípio e evolução.
Doenças crônicas são doenças não têm tendência à cura espontânea, são de evolução progressiva.
Atualmente usa-se a palavra DIÁTESE como MIASMA.
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Diátese é um modo de reagir, uma tendência a adoecer.
O aspecto diatésico é o fundo mórbido sobre o qual repousa a doença, ele depende do doente, é a síntese doente-doença, o conjunto complexo diante do qual a medicina se depara e deve desembaraçar.
Dentre os estágios miasmáticos a ordem de surgimento é a seguinte: psora, sicose e sífilis.
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PSORA
Psora significa flor fazendo referência à floração na pele da enfermidade interna. Todos os tipos de erupções pruriginosas e similares a sarna estão nesse grupo.
Estado de hiperexcitação das funções vitais com exaltação da susceptibilidade às doenças, manifestando-se por transtornos funcionais (não lesionais): alternância frequente entre afecções cutâneas e manifestações nas mucosas e certos órgãos internos, tendência às parasitoses, convalescência longa após as doenças e tendência à eliminação pela pele e mucosas.
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PSORA
 Ao se instalar no organismo esgota suas possibilidades defensivas, procurando alívio por meio de fenômenos episódicos e alternantes de descarga de toxinas. 
O estado reacional da psora refere-se a alergias e manifestações cutâneas, serosas e mucosas.
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Sicose 
Tendência à produção de tumores cutâneos benignos, aos catarros crônicos das mucosas, à embebição adipocelulítica (retenção hídrica), à evolução lenta e progressiva das moléstias e à depressão em geral.
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Sífilis 
Caracterizada clinicamente pela sucessão fisiológica em um mesmo indivíduo de irritação/ulceração/esclerose: age eletivamente sobre o tecido linfoganglionar provocando secura e fissura na pele e mucosas; 
Psiquicamente caracteriza-se por retardamento ou no outro extremo inteligência viva, mas perversa.
Ocorre quando o organismo tenta livrar-se das toxinas ou adaptar-se ao estresse persistente, sacrificando os próprios tecidos. Tendência a destruição do tecido (úlceras, furúnculos, fístulas)
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Tuberculinismo e Cancerismo
Tuberculinismo: atividade simultânea da psora e da sífilis: exaltação das funções psíqucas e orgânicas (psora) e gênio destrutivo (sífilis).
Cancerismo: características do estado pré- canceroso.
Assim, os chamados medicamentos de fundo são aqueles que vão agir sobre o “terreno” (modo reacional crônico) do doente.
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Fenótipo homeopático/terreno
Terreno = genótipo + fenótipo
Cinco grandes aspectos caracterizam o terreno de cada pessoa:
I – antecedentes patológicos: biopatografia
II – causalidades : adquiridas/externas
 hereditárias/internas
III – morfologia: constituições (sulfúrico, carbônico, fosfórico, fluórico)
IV – comportamento/temperamento 
V – reações fisiológicas/perfil reacional (psora, sicose, sifilinismo, tuberculinismo)
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O sistema desenvolvido por Hahnemann (Luz, 1996)
Mudança na compreensão do processo saúde-doença (toma como ponto de partida o homem como totalidade indissociável, o indivíduo doente, e não partes desse indivíduo que são atingidas por alguma patologia que as invade).
À generalidade da doença, Hahnemann opõe a singularidade do doente: o indivíduo doente é o objeto da sua terapêutica, ao invés de se combater simplesmente a doença no indivíduo.
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O sistema desenvolvido por Hahnemann (Luz, 1996)
O adoecer é visto como um processo vital do indivíduo no sentido de equilibrar-se como totalidade biopsíquica.
Medicina científica fundada na terapêutica, isto é, na arte de curar.
“Remédio” semelhante deve curar o (quadro sintomático) semelhante, ao invés do(s) medicamento(s) contrário(s) que se propõem a eliminar a patologia contraída.
Os remédios destinados aos seres humanos só devem ser testados em homens sãos, ao invés de homens doentes e/ou animais. 
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O sistema desenvolvido por Hahnemann (Luz, 1996)
Os doentes devem tomar um medicamento com apenas uma substância e devem ser tratados com apenas um medicamento enquanto se observa seu efeito, ao invés da mistura de substâncias e de medicamentos costumeiramente indicada pela medicina oficial.
A capacidade terapêutica do medicamento só se mostra em todas as suas propriedades quando estes são submetidos à trituração e à sucussão, em diluições específicas (dinamizações), ao invés das doses quimicamente concentradas em uso na medicina oficial.
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