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CONTABILIDADE INTERNACIONAL VOTUPORANGA – SP 2 SUMÁRIO 1O QUE É A CONTABILIDADE INTERNACIONAL? ....................................................... 5 1.1 A importância da Contabilidade Internacional ............................................................ 6 1.2 Entendendo a Contabilidade Internacional ................................................................. 8 1.3 Estrutura da Contabilidade Internacional.................................................................... 9 1.4 Contabilidade Internacional e as IRFS (Normas Internacionais de Contabilidade) .. 10 2 CONTABILIDADE INTERNACIONAL E O GAAP ....................................................... 26 2.1 IFRS x BR GAAP x US GAAP: Sobre as BR GAAP ................................................. 28 3 A CONTABILIDADE INTERNACIONAL EM PEQUENAS EMPRESAS ...................... 30 3.1 Caracterização das pequenas e médias empresas .................................................. 31 3.2 A importância da adequação das IFRS para PME ................................................... 32 4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS................................................. 34 4.1 Apresentação das Demonstrações Contábeis Consolidadas ................................... 54 4.1.1 Embasamento Legal .............................................................................................. 55 4.1.2 Obrigatoriedade de elaboração e divulgação ........................................................ 59 4.2 Demonstrações abrangidas pela Consolidação ....................................................... 61 4.3 Procedimentos de Consolidação .............................................................................. 63 4.4 Causas das diferenças internacionais ...................................................................... 65 5 VANTAGENS DAS NORMAS INTERNACIONAIS PARA AS EMPRESAS ................. 67 5.1 Por onde começar? .................................................................................................. 69 6 COMO ADEQUAR MINHA EMPRESA PARA OS PADRÕES INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO? .................................................................................................................. 70 3 6.1 Como a adequação aos padrões internacionais beneficia as empresas? ................ 71 6.2 Como adequar a empresa aos padrões internacionais de comércio? ...................... 71 7 HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL .................................................................................... 76 7.1 FATOS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DA HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL ............ 77 7.2 Vantagens da Harmonização Contábil ..................................................................... 81 7.3 Desvantagens da Harmonização Contábil ................................................................ 82 7.4 E quem tem interesse pela Harmonização de Normas Contábeis? ......................... 83 7.5 Padronização Contábil .............................................................................................. 84 7.5.1 Vantagens da Padronização das Normas Contábeis ............................................ 85 7.5.2 Desvantagens da Padronização Contábil .............................................................. 86 7.5.3 E a Convergência Contábil, onde fica? .................................................................. 86 7.5.4 Padronização x Convergência x Harmonização Contábil ...................................... 87 7.5.5 Chegando ao fim ................................................................................................... 89 8 INTERNACIONALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS ................................................................ 90 8.1 Por que pensar em Internacionalização e como preparar sua empresa para essa estratégia?........ .............................................................................................................. 90 8.2 Principais desafios .................................................................................................... 91 8.3 Por que pensar em Internacionalização e como preparar sua empresa para essa estratégia?...... ................................................................................................................ 92 8.4 Como saber se a Internacionalização é para minha empresa? ................................ 94 8.4.1 Etapas de internacionalização de empresas ......................................................... 96 8.4.2 Estratégias de internacionalização de empresas ................................................ 102 9 A FINALIDADE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM MOEDA 4 ESTRANGEIRA..... ....................................................................................................... 107 9.1 A importância da conversão de demonstrações contábeis para moeda estrangeira........ ........................................................................................................... 108 9.2 A diferença entre “Conversão de Demonstrações Contábeis” e “Contabilidade em moeda estrangeira”. ..................................................................................................... 109 9.3 Objetivo da conversão de demonstrações contábeis ............................................. 110 9.4 Métodos de conversão de demonstrações contábeis ............................................. 110 10 FASB 52.... .............................................................................................................. 111 11 TAXA DE CONVERSÃO ......................................................................................... 115 11.1 Conversão de Balanços (critérios do antigo FASB-8) ........................................... 115 11.2 Conversão de Balanços (critérios do FASB 52) ................................................... 116 11.3 Ganhos e perdas na Conversão ........................................................................... 117 5 1 O QUE É A CONTABILIDADE INTERNACIONAL? A contabilidade internacional nada mais é do que uma fórmula criada para que a linguagem contábil seja universal, digamos assim. A contabilidade internacional é uma lei composta de normas que alinham a linguagem contábil fazendo com que todos falem o mesmo idioma. Fonte de: www.blog.contmatic.com.br Ou seja, que elas sejam as mesmas aqui e fora do Brasil. As normas que regem a contabilidade internacional fazem com que as operações relacionadas a essa área se tornem mais transparentes e mais confiáveis. De forma mais simples possível, a contabilidade internacional veio com o intuito de adaptar os relatórios e demonstrativos aos padrões internacionais. É a contabilidade internacional que define os métodos que a área contábil irá utilizar para se adaptar ao cenário internacional, é ela a responsável por estruturar e adaptar os relatórios tomando como base as normas contábeis vigentes em cada país. Basta pensar um pouco como funciona a comunicação contábil entre uma empresa no Brasil e sua filial em algum país do exterior. 6 Para que elas possam se comunicar, é preciso usar uma linguagem que ambas as sedes entendam, certo? E é exatamente esse o papel da contabilidade internacional, fazer com que ambas sedes troquem informações corretas, mesmo que ambas estejam situadas em ambientes que as técnicas contábeis sejam diferentes1. Fonte de: www.contabilnews.com.br 1.1 A importância da Contabilidade Internacional Se colocássemos 5pessoas, cada uma de um país em uma sala, falando seu próprio idioma, a comunicação seria difícil. No entanto, se todas falarem o inglês, por exemplo, o grupo não terá problemas para se comunicar. 1 Texto extraído de: www.contabilnews.com.br 7 Fonte de: www.treasy.com.br Assim é o que acontece na contabilidade, pois cada país e órgão governamental tem o que chamamos de linguagem contábil. Imagine que, ao invés das 5 pessoas temos 5 países negociando entre si, cada um com sua maneira de abordar termos contábeis. Para resolver esse problema é que surgiu a Contabilidade Internacional. Para você ter uma ideia, antes que se pensasse na ideia de Contabilidade Internacional cada país tinha seus processos para procedimentos contábeis de suas empresas. No Brasil, por exemplo, nossa realidade tributária dificultava um pouco (para sermos generosos) o entendimento das demonstrações. Portanto, a importância da Contabilidade Internacional está em justamente alinhar a linguagem contábil para que órgãos governamentais e países falem a mesma língua. Com isso, fatos contábeis podem ser fielmente relatados e as demonstrações tornam-se muito mais confiáveis e transparentes. 8 1.2 Entendendo a Contabilidade Internacional Entendemos que como a linguagem contábil não é homogênea foi necessário criar um ponto comum para os relatórios financeiros e demonstrativos contábeis. Assim surgiu a Contabilidade Internacional, que veio para adaptar os mencionados relatórios e demonstrativos aos padrões internacionais. fonte de: www.portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br Em outras palavras, a Contabilidade Internacional define métodos em que a área contábil possa se adaptar a um contexto internacional. Portanto, ela é estruturada a fim de adaptar relatórios tomando como base as normas contábeis vigentes de cada país. Pense numa relação entre uma matriz situada no Brasil e sua filial, no exterior. Nesse caso, é necessário que princípios básicos da contabilidade sejam comuns para que os diferentes mercados globais consigam trocar informações corretas, mesmo em um ambiente em que técnicas contábeis sejam distintas. Para lidar com todo esse ambiente globalizado e a troca de informações entre diferentes mercados, temos o que chamamos de International Financial Reporting Standard (IFRS), que em bom português são as Normas Internacionais de Relatórios 9 Financeiros. As IFRS são emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade. Fonte de: www.treasy.com.br 1.3 Estrutura da Contabilidade Internacional Para que demonstrações financeiras e relatórios sejam apresentados em um contexto internacional, são necessários seguir alguns princípios fundamentais. Para entender melhor, elencamos alguns dos que dizem respeito à Contabilidade Internacional. Fonte de: www.br.depositphotos.com • Fornecer informações sobre resultados e posição financeira que sejam de utilidade a investidores, fornecedores, clientes, empregados, etc. 10 • Clareza, confiabilidade, relevância, comparabilidade e equilíbrio ao preparar demonstrações financeiras. • Elementos de demonstração financeira incluem o Balanço Patrimonial, demonstração do fluxo de caixa, demonstração de resultado, notas e divulgações incluindo informações por segmento de negócio. • Princípios de avaliação das demonstrações financeiras devem ter os elementos: custo corrente, custo histórico, valor realizável e valor presente. • Critérios de reconhecimento das receitas e despesas, e ativos e passivos. 1.4 Contabilidade Internacional e as IRFS (Normas Internacionais de Contabilidade) IFRS (International Financial Reporting Standards) são as normas emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards Board – IASB). As IFRS definem as ações que devem ser seguidas para mensuração, reconhecimento, apresentação e divulgação de informações financeiras, econômicas, patrimoniais e especiais das demonstrações. O objetivo das IFRS é, portanto, que as normas contábeis sejam internacionalizadas e tenham um padrão mundial. Fonte de: www.br.depositphotos.com 11 Principais vantagens das IFRS: • Oferecem uma linguagem única para expressar linguagem financeira e econômica das empresas (como se fosse o esperanto que comentamos no início); • Facilidade na harmonização da leitura para o balanço patrimonial das empresas. Em termos práticos, as IFRS definem as ações que devem ser seguidas para mensuração, reconhecimento, apresentação e divulgação de informações financeiras, econômicas, patrimoniais e especiais das demonstrações. No Brasil, as International Financial Reporting Standards são adaptadas pelo Conselho de Pronunciamento Contábeis (CPC), órgão surgido da união do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Portanto, o CPC tem como base as International Financial Reporting Standards, mas, além disso, utiliza conhecimentos dos órgãos e instituições: Fonte de: www.br.depositphotos.com 12 • Apimec -Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais - DF foi fundada em 23 de abril de 1981 com a missão de congregar os analistas de valores mobiliários das Regiões Centro-Oeste e Norte. A Apimec Nacional foi criada em junho de 1988, com a finalidade de congregar todas as Regionais: Distrito Federal, Minas Gerais, Nordeste, Rio de Janeiro, São Paulo e Sul. Temos como objetivo estimular e apoiar ações que fomentem os mercados financeiros e de capitais brasileiros. A Apimec é uma entidade de classe “certificadora” pertencente ao mecanismo da “Auto- Regulação” do Sistema Financeiro Nacional. Para tanto, Apimec desenvolveu o Certificado Nacional do Profissional de Investimento – CNPI. Também, em parceria com a Associação Brasileira de Instituições de Previdência de Estados e Municípios - Abipem, implantou o Programa de Certificação de Gestores de Regime Próprio de Previdência Social – CGRPPS que visa comprovar a qualificação técnica necessária dos profissionais que atuam nas instituições de previdência estadual e municipal. Essas ações visam elevar os padrões técnicos dos profissionais de investimento no Brasil2. • Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo Bolsa de Valores é o nome do lugar onde são negociadas as ações das empresas que têm capital aberto. Empresas de capital aberto são aquelas que têm ações que podem ser compradas por qualquer pessoa. Mas a maioria das empresas tem capital fechado. Nesse caso, as ações não são negociadas e você só pode ficar sócio delas se entrar em acordo com os sócios das empresas. 2 Texto extraído de: www.pt.linkedin.com 13 Fonte de: www.moedasvirtuaisbrasil.com.br Diariamente as Bolsas de Valores divulgam as compras e vendas de ações. Com isso, o investidor sabe quanto valem suas ações, caso queira vendê-las. Já a Bovespa é a sigla de Bolsa de Valores do Estado de São Paulo. Atualmente, a Bovespa se juntou a BM&F, que é a Bolsa de Mercadorias e Futuros, e agora ela se chama BM&F Bovespa3. • ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias AbertasA ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas, fundada em 1971, é uma organização civil sem fins lucrativos, cuja principal missão é a defesa das posições das companhias abertas junto aos centros de decisão e à opinião pública. Além disso, a ABRASCA está permanentemente empenhada no desenvolvimento dos mecanismos do mercado de capitais e na disseminação de informações sobre os principais títulos, tais como ações, debêntures, notas comerciais, FIDC e CRI. A Entidade tem como princípio maior o aprimoramento das práticas de política e de administração empresarial, no que se refere ao mercado de capitais, base na qual deve ser inserida as boas práticas de governança corporativa. 3 Texto extraído de: www.konkero.com.br 14 Possui atualmente cerca de 170 associadas, entre as quais estão incluídas as maiores e melhores empresas do País, e dirigida por um Conselho Diretor, representante das associadas, com cerca de 70 membros, que, por sua vez, elege a Diretoria4. • Bacen – Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil (BC) é o responsável pelo controle da inflação no país. Ele atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de preços. Suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para isso, o BC regula e supervisiona as instituições financeiras. Fonte de: www.moedasvituais.com O BC executa as orientações do Conselho Monetário Nacional (CMN).Além disso, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a regulação e da supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN); a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante. 4 Texto extraído de: www.cpc.org.br 15 Dentre as suas principais atribuições estão: • Emitir papel-moeda e moeda metálica; • Executar os serviços do meio circulante; • Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; • Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; • Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; • Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; • Exercer o controle de crédito; • Exercer a fiscalização das instituições financeiras; • Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; • Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; • Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e • Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. O BC é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, e foi criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, que estabelece as suas competências e atribuições5. • CFC – Conselho Federal de Contabilidade O CFC – Conselho Federal de Contabilidade é o órgão regulador que norteia a profissão de contador, ou contabilista, dentro do território brasileiro. No Brasil o conselho foi oficializado pelo decreto-lei 9.295/46 através dos conselhos regionais vinculados aos estados da federação. Esse órgão é independente da administração pública brasileira, atuando de maneira corporativa, sem caráter governamental. 5 Texto extraído de: www.bcb.gov.br 16 O conselho federal de contabilidade é responsável pelo exame de suficiência, exame esse aplicado aos graduados em Ciências contábeis em formação superior, e também aos tecnólogos em contabilidade com formação de nível médio ou técnico. O exame destina-se avaliação das competências do profissional contábil, e também, de suas aptidões ao exercício legal da profissão. Fonte de: www.jornalcontabil.com.br Dentre as atribuições pertinentes ao conselho federal, além do exame de suficiência, estão as resoluções e disposições das leis que norteiam a profissão do contabilista, o registro e normatização dos profissionais e demais denominações da classe. O conselho federal de contabilidade está localizado no Distrito Federal, sendo composto por nove membros de origem brasileira, devidamente registrados e habilitados dentro da profissão. Esses membros ficam dispostos da seguinte maneira: um sendo designado pelo governo federal que será nomeado presidente do órgão, e os demais sendo escolhidos por assembleia também realizada no Distrito federal6. • CVM – Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários foi criada em 1976, através da Lei n°. 6.385/76. Trata-se de uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda, que, entre suas 6 Texto extraído de: www.socontabilidade.com.br 17 atribuições previstas na referida lei, tem competência para regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias previstas nesta lei e na Lei das Sociedades por Ações. A partir de então, a CVM, por delegação legal expressa, também passou a emitir pareceres, instruções e deliberações, regulamentando a matéria contábil para as sociedades anônimas de capital aberto. Fonte de: www.criptomoedasfacil.com A CVM tem poderes para: • Disciplinar; • Normatizar; e • Fiscalizar a atuação dos diversos agentes integrantes do mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários, que incluem: • Registro de companhias abertas; 18 • Credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; • Organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; • Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; • Suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretação de recesso de bolsa de valores. • Febraban – Federação Brasileira de Bancos A FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos - é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Fundada em 1967, na cidade de São Paulo, é uma associação sem fins lucrativos que tem o compromisso de fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País. Fonte de: www.riosoft.com.br O objetivo da Federação é representar seus associados em todas as esferas do governo – Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e entidades representativas da sociedade, para o aperfeiçoamento do sistema normativo, a melhoria continuada dos 19 serviços e a redução dos níveis de risco. Também busca concentrar esforços que favoreçam o crescente acesso da população aos produtos e serviços financeiros. O quadro associativo da entidade conta com 119 instituições financeiras associadas de um universo de 155 em operação no Brasil, as quais representam 98% dos ativos totais e 97% do patrimônio líquido das instituições bancárias brasileiras. A FEBRABAN não realiza operações financeiras de qualquer natureza. A Federação não faz empréstimos, financiamentos, transferências de valores, aplicações, captação de recursos de investimentos ou recebe depósitos de poupança, para pessoas físicas ou jurídicas7. • FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras Em 1970, professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) colocaram no papel as suasexperiências e lançaram o livro Contabilidade Introdutória. A publicação trouxe à luz um novo pensamento, quebrou tabus, varreu conceitos anacrônicos. Começava a Revolução Contábil. Em 1974, criaram a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), seus projetos modificaram o cenário Contábil, Atuarial e Financeiro do País. Uma atuação pioneira que contribui para a evolução na forma de se fazer Contabilidade no Brasil. Elaborar, divulgar e dar transparência às demonstrações contábeis. Um universo importante de setores econômicos foi considerado nessas atividades. Projetos executados para a CVM e Banco Central resultaram em manuais que regem a contabilidade dos setores de sociedades por ações, instituições financeiras e fundos de investimento, dentre outros. E, mais recentemente, o trabalho pioneiro avança rumo à inserção no Mercado de Capitais e ao Processo de Internacionalização das organizações brasileiras com a atuação da FIPECAFI na qualidade de membro fundador do Comitê de 7 Texto extraído de: www.portal.febraban.org.br 20 Pronunciamentos Contábeis (CPC). Entidade criada por resolução do Conselho Federal de Contabilidade que atua no processo de produção de normas contábeis, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Missão • Promover a pesquisa, a produção e a divulgação do conhecimento em Contabilidade, Atuária e Finanças; • Dar suporte operacional e financeiro ao Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP; • Oferecer ao mercado serviços de excelência para a formação executiva de profissionais e capacitação organizacional; • Excelência e diferenciação no conteúdo através da especialização em vários segmentos da área Contábil, Atuarial e Financeira; • Disseminação do conhecimento na forma de cursos, publicações, seminários, palestras e consultorias. Valores • Assegurar a continuidade e valorização da pesquisa e produção de conhecimento Contábil, Atuarial e Financeiro e em campos multidisciplinares; • Garantir o aperfeiçoamento contínuo do corpo de professores; • Consolidar-se como referência de mercado na produção de conhecimento e ética; • Difundir o conhecimento produzido através da oferta de serviços de qualidade diferenciada; • Gerar e gerir recursos para garantir a evolução e a excelência dos produtos a oferecer8. 8 Texto extraído de: www.fea.usp.br 21 • Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil surgiu com o objetivo de concentrar em um único órgão a representatividade dos profissionais auditores, contadores com atuação em todas as áreas e estudantes de Ciências Contábeis. Criado oficialmente em 13 de dezembro de 1971 o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, na época denominado com a sigla IAIB, concretizou o sonho dos profissionais que buscavam maior representatividade perante o poder público e a sociedade. Fonte de: www.premiumbravo.com.br A transformação para a sigla IBRACON aconteceu em 1º de julho de 1982 quando o Instituto decidiu após assembleia abrir o quadro associativo para contadores das várias áreas de atuação. Então passou a ser denominado Instituto Brasileiro de Contadores. Anos mais tarde, em 8 de junho de 2001, a Diretoria Nacional aprovou a ideia de voltar a acentuar a característica de cuidar da classe dos auditores, porém, como a sigla IBRACON já é bastante conhecida, tanto no meio profissional como nos setores público e empresarial, optaram por mantê-la, mudando apenas a denominação social para Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, como está atualmente, com a participação de auditores, contadores e estudantes9. 9 Texto extraído de: www.cosif.com.br 22 • Susep – Superintendência de Seguros Privados Trata-se de Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência privada aberta e capitalização. Dentre suas atribuições estão: • Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; • Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; • Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; • Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; • Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; • Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de 23 Seguros Privados - CNSP, o IRB Brasil Resseguros S.A. - IRB Brasil Re, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados. Com a edição da Medida Provisória nº 1940- 17, de 06.01.2000, o CNSP teve sua composição alterada10. • SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil A Secretaria da Receita Federal do Brasil é responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do país. Auxilia, também, o Poder Executivo federal na formulação da política tributária brasileira, além de trabalhar para prevenir e combater a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional11. Fonte de: www.visaooeste.com.br As normas contábeis têm sido, ao longo do tempo, objeto de estudo no sentido de padronização de sua linguagem, em nível internacional. Os termos US GAAP (United 10 Texto extraído de: www.portaleducacao.com.br 11 Texto extraído de: www.fazenda.gov.br 24 States Generally Accepted Accouting Principles) são utilizados nos Estados Unidos para indicar o que chamamos no Brasil de Princípios Contábeis Geralmente Aceitos. Importante destacar que a adoção das IFRS permitiu mudanças nas definições de práticas contábeis. Como exemplo podemos citar a maneira de reconhecer eventos que impactarão as demonstrações contábeis. Fonte de: www.afixcode.com.br IFRS – International Financial Reporting Standards São 16 as International Financial Reporting Standards publicadas: • IFRS 1: Aborda os padrões da contabilidade internacional para as empresas brasileiras. • IFRS 2: Referente ao pagamento baseado em ações. A IFRS 2 exige que osefeitos das transações referentes às ações sejam informados nas demonstrações contábeis. • IFRS 3: Trata das situações em que uma empresa adquire e passa a controlar uma ou mais organizações. A IFRS 3 exige que ativos e passivos do negócio adquirido sejam reconhecidos a valor justo e pela data da aquisição. O mesmo se 25 aplica ao goodwill ocorrido na transação (diferença entre o valor de aquisição e o patrimônio da adquirida). • IFRS 4: Especifica que emitentes de contratos de seguros devem, com frequência, aperfeiçoar a contabilização dos contratos emitidos. • IFRS 5: Estabelece a contabilização de ativos não circulantes para venda e a divulgação de operações interrompidas. • IFRS 6: Relacionada aos recursos minerais, ou seja, à contabilização de valores da exploração e da avaliação dos mesmos. • IFRS 7: Trata da evidenciação das informações nos instrumentos financeiros. Conforme a IFRS 7 os usuários devem avaliar a relevância desses instrumentos para as finanças da empresa, além dos tipos, extensão dos riscos associados às informações divulgadas, e a forma como tais riscos são gerenciados. • IFRS 8: Estabelece que os usuários das demonstrações contábeis consigam fazer avaliações dos efeitos financeiros das atividades desenvolvidas e do ambiente econômico no qual a empresa está envolvida. • IFRS 9: Define regras para classificação, contabilização e apresentação de instrumentos financeiros. • IFRS 10: Estabelece diretrizes a serem seguidas para elaborar e apresentar demonstrações contábeis de organizações que são controladoras de outros negócios. • IFRS 11: Exige que empresas integrantes de negócios em conjunto determinem a natureza do envolvimento por meio de obrigações e direitos, fazendo a contabilização conforme as operações. • IFRS 12: Estabelece princípios para a divulgação de demonstrações para apreciação dos interessados. • IFRS 13: Define o que é valor justo, a estrutura de mensuração desse valor e como divulgar a mensuração de valor justo. • IFRS 14: Permite que empresas que registram ativos e passivos regulatórios, em atendimento a seus princípios contábeis locais, não precisam converter seus ativos e passivos de acordo com as IFRS. 26 • IFRS 15: Entrará em vigor em 2018 e estabelecerá princípios para contabilização de receitas de contratos com clientes em relação a fluxo de caixa, épocas e valores. • IFRS 16: A obrigatoriedade de adoção será a partir de 2019. A IFRS 16 estabelece que o leasing terá de constar em ativos e passivos das empresas envolvidas. 2 CONTABILIDADE INTERNACIONAL E O GAAP US GAAP – É a sigla utilizada para identificar a expressão United States Generally Accepted Accounting Principles e significa Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos da América, é exclusivamente do território contábil, e não fiscal ou tributário como muitos podem pensar. Fonte de: www.blog.intradebook.com Em nível internacional, os órgãos reguladores mais conhecidos dos princípios e normas contábeis são os seguintes: – AICPA (American Institute of Certified Public Accountants) – Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados; 27 O instituto americano dos contadores públicos certificados (AICPA) possui um comitê técnico sênior denominado Comitê Executivo de Padrões da Contabilidade (AcSEC). Esse comitê é composto de 15 membros voluntários, com representantes da indústria, da academia, analistas, e empresas de contadores públicos nacionais e regionais. Além disso, todos os membros do AcSEC são contadores certificados (CPAs) e membros do AICPA. O AcSEC está autorizado a formular padrões de contabilidade, bem como a representar o AICPA em matérias da contabilidade. Esses padrões de contabilidade são elaborados através do trabalho de comitês do AICPA e de forças-tarefa. O comitê emite pronunciamentos de posição (SOPs), guias de auditoria e de contabilidade, os quais são revisados e cancelados pelo FASB. – APB (Accounting Principles Board) – Junta de Princípios Contábeis; Foi criada em 1959 como réplica às críticas de Leonard Spacek, da Arthur Andersen & Company, em relação às falhas na educação do público sobre as limitações da contabilidade. Nisso a APB emitiu 31 Opiniões que lidavam com assuntos controversos entre 1959 e 1973. A American Accounting Association também participou do processo com várias pesquisas e tentativas de desenvolver um relatório de teoria básica de contabilidade. Nem todos os esforços tiveram sucesso e a APB foi extensamente criticada (RIAHI-BELKAOUI, 2004). Schmidt e Santos (2008) acrescentam que o CAP e a APB contribuíram respeitosamente ao progresso doutrinário e ao desenvolvimento dos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos. Todavia, ambos receberam muitas críticas, dentre elas a de que as pesquisas eram insuficientes em relação à importância do AICPA entre os profissionais da área12. – FASB (Financial Accounting Standards Board) – Junta de Normas de Contabilidade Financeira; 12 Texto extraído de: www.contabilidade-financeira.com 28 O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB), criado em 1973, caracteriza-se por ser uma entidade independente, cujos membros componentes devem ser totalmente desvinculados do mercado de capitais. Todavia, historicamente a maioria dos membros do conselho foi anteriormente auditores, funcionários de grandes corporações mundiais, servidores governamentais e membros da academia, porque, para o desempenho dessa função, é exigido conhecimento. – SEC (Securities and Exchange Comission) – Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio; Nos Estados Unidos da América, o formato e o conteúdo das demonstrações financeiras das companhias abertas são regulados pela SEC, que é a comissão de valores mobiliários norte-americanos. – IASC (Internacional Accounting Standard Committee) – Comissão Internacional de Padrões Contábeis13; O IASC - Comitê de Padrões de Contabilidade Internacional foi constituído no ano de 1973 através de um acordo feito entre organismos profissionais de Contabilidade da Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Países Baixos, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos. Entre 1983 e 2001, os membros do IASC incluíram todas as entidades de profissionais contábeis que são membros da Federação Internacional de Contadores - IFAC. Em maio de 2000, uma nova constituição, em termos de estrutura organizacional, foi aprovada; nela o IASC foi estabelecido como uma entidade independente, comandada por 19 curadores. 2.1 IFRS x BR GAAP x US GAAP: Sobre as BR GAAP As BRGAAP estão relacionadas com os Princípios Contábeis geralmente aceitos no Brasil. Em outras palavras, a denominação BR GAAP é dada ao conjunto de normas, leis e princípios que regem a ciência contábil aqui no nosso país. 13 Texto extraído e adaptado de: www.metacontabil.wordpress.com 29 Fonte de: www.treasy.com.br Quando falamos em GAAP é muito comum fazermos a associação com os Estados Unidos. Na verdade, se voltarmos no tempo veremos que por um bom período a contabilidade brasileira inspirou-se na norte-americana. Hoje o quadro mudou, mas para você entender melhor, pense que as BR GAAP são como o apelido do conjunto de normas contábeis em vigor no Brasil. Esse conjunto é formado por normas provenientes de diversos órgãos, como: • Lei 6404/76 (a Lei das Sociedades por Ações ou Lei das S/A.): principal lei que norteiaa contabilidade em nosso país; • Leis 11.638/07 e 11.941/09: alterações da Lei acima; • Resoluções, Circulares, Comunicados e afins de órgãos como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC); • Conselho Monetário Nacional (CMN); • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); • Banco Central (BACEN); • Comissão de Valores Mobiliários (CVM); • Receita Federal do Brasil (RFB); • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 30 Seguindo a partir do mesmo raciocínio que as BR GAAP, já entendemos que as US GAAP são os Princípios Contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos, ou seja, o padrão contábil adotado pelos EUA (mais precisamente pela SEC – Securities and Exchange Commission – Comissão de Valores Mobiliários). O órgão que emite tais normas e princípios e que também é responsável pela regulamentação das práticas contábeis na terra do Tio Sam é a FASB (Financial Accounting Standards Board). Todas as empresas de outros países que forem negociar com alguma organização dos EUA devem utilizar as US GAAP. As GAAP são as legislações contábeis de cada país (sempre haverá duas letras antes de “GAAP” que identificará a que país a norma se refere). 3 A CONTABILIDADE INTERNACIONAL EM PEQUENAS EMPRESAS Em 2001, o IASB deu início a um projeto que visava desenvolver padrões Contábeis adequados para as PMEs. Em julho de 2009, a IASB publicou então o IFRS para Pequenas e Médias Empresas (IFRS for PMEs). Segundo o Banco Mundial (Deloitte, 2011) o IFRS para PMEs “é um excelente modelo de prestação de contas para entidades menores, por ser mais adaptável ao porte de operações e a estrutura societária das PMEs, e isso deve facilitar o acesso das pequenas e médias empresas a fontes de financiamento”. Nas mesmas perspectivas (Deloitte, 2011), a Federação Internacional de Contadores afirmou que o padrão melhorará a comparabilidade e qualidade das declarações financeiras, o que auxiliará na captação de financiamento. Conjuntamente com as empresas, os usuários da informação contábil e os clientes também serão beneficiados com o novo modelo. 31 3.1 Caracterização das pequenas e médias empresas As pequenas e médias empresas possuem grande importância para a economia bem como para as relações empresariais e contábeis. Conforme informações de pesquisa da Deloitte (2011), em quase todos os países independentemente do tamanho da economia, mais de 99% das empresas possuem menos de 50 colaboradores e logo são classificadas como PMEs. Segundo mesma pesquisa na União Europeia há 28 milhões de PMEs, nos Estados Unidos 20 milhões e no Brasil são 6 milhões. Neste aspecto, nota-se a grande importância da conversão das práticas contábeis para o padrão internacional para as PMEs. Cumpre então verificar quais empresas realmente estão enquadradas na classificação de PMEs. É importante salientar que há diversas terminologias, tais como: pequenas e médias empresas, microempresas, pequenas empresas e empresas de pequeno porte (EPP). No que tange as definições e terminologias para as Pequenas e Médias Empresas, segundo o IASB (2010a), muitas jurisdições desenvolvem suas próprias classificações, como a prescrição de obrigações de relatório financeiro, critérios quantitativos baseados em receita, ativos, empregados e outros fatores que auxiliam na definição do termo para determinadas empresas. O termo PME, conforme Deloitte (2011, p. 5), é definido como: as sociedades por ações fechadas (sem negociação de suas ações ou outros instrumentos patrimoniais ou de dívida no mercado e que não possuam ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros), mesmo que obrigadas à publicação de suas demonstrações financeiras, são tidas, para fins deste Pronunciamento, como pequenas e médias empresas, desde que não enquadradas pela Lei nº 11.638/07 como sociedades de grande porte (sociedades ou conjunto de sociedades sob controle comum que, no exercício social anterior, apresentem ativo total superior a R$240 milhões ou receita bruta anual superior a R$300 milhões). As entidades classificadas como PME deverão elaborar suas demonstrações contábeis em conformidade com as IFRS para PME, orientadas no Brasil pelos CPC para PME. O objetivo destas demonstrações contábeis é informar os usuários sobre a posição 32 financeira, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade, com vistas a auxiliá-los no processo de tomada de decisões. 3.2 A importância da adequação das IFRS para PME Em termos de benefícios, de acordo com o artigo 179 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, as micro e pequenas empresas deliberadas por lei, devem receber tratamento jurídico diferenciado, com o objetivo de apoiá-las na facilitação, ou redução de suas obrigações. Neste prisma, verifica-se então que as IFRS direcionadas às empresas de pequeno porte cumprem não somente os objetivos do IASB, mas também ao que desde 1988 é disposto na Constituição Federal. Este dispositivo por sua vez, prioriza a questão de simplificar os tratamentos jurídicos, às obrigações tributárias, administrativas e creditícias para as entidades classificadas como PME, de forma que estas possam ser melhores atendidas, uma vez que em muitos casos estas empresas não possuem a mesma estrutura em sistemas e capacitação em comparação às entidades de grande porte. Segundo IASB (2010a), a publicação do IFRS para PME marcou um grande avanço para as companhias no mundo, pois poderá ser aplicável para grande parte das companhias ao redor do mundo, passo identificado como importante, pois conforme o mesmo órgão havia-se uma carência dessa versão das normas internacionais para pequenas e médias empresas. Em se tratando ainda dos benefícios trazidos pelo CPC-PME em conformidade com as IFRS para PME, a Price Waterhouse Coopers (2010) apresentou uma pesquisa elencando os seguintes motivos e benefícios de se adotar o novo padrão contábil para as pequenas e médias empresas: • A partir de 2010, a adoção destes CPCs na contabilidade brasileira passa a ser obrigatória; • Os novos CPCs impactam a mensuração e contabilização das transações; • Por sua vez, a nova mensuração e contabilização das transações impactam nas apurações das obrigações fiscais (não contempladas pelo Regime Tributário Transitório) 33 e nos relatórios e informações preparadas para clientes e fornecedores, bancos, seguradoras; • CPC PMEs concedem diversas simplificações na mensuração e contabilização de transações e na apresentação das demonstrações financeiras; • Facilita o processo de adoção das novas normas contábeis brasileiras convergentes com IFRS e os CPCs plenos; • Facilita acesso aos investidores (privados ou mercado de capitais); • Facilita acesso e negociação com bancos, por meio da alta qualidade de divulgações e demonstrações financeiras obtendo potencial redução em taxa de juros; • Adoção encorajada pelo BNDES e outras entidades governamentais; e • Demonstra boa governança corporativa, transparência e atende padrões da contabilidade brasileira; Segundo a mesma pesquisa mostra, embora o CPC para PMEs tenha seus benefícios, trás também alguns desafios. Para esta adoção são necessários controles internos, treinamento interno, mudanças nos sistemas e divulgações em bases recorrentes (PWC, 2010). Fonte de: www.jrmcoaching.com.br 34 Em termos de prejuízos para quem não adotar, segundo o CRC SP (2011), os empresários podem sofrer sanções do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) que somente aceitará balançosnos padrões IFRS. Embora o CPC para PME reduza as exigências de divulgação das normas completas, consideradas onerosas, as empresas precisam considerar outras questões também como as necessidades dos usuários, os aspectos fiscais, exigências legais e regulatórias para o setor. Questionamentos são levantados acerca dos aspectos fiscais, que por sua vez, acredita-se que com as IFRS para PME as entidades que adotarem o pronunciamento do CPC para PME não sofrerão impacto fiscal, uma vez que já estarão sujeitas às regras do RTT – Regime Tributário de Transição. Entretanto atenção deverá ser despendida a respeito de implicações nos controles internos e na adaptação destes necessários para o cumprimento de suas obrigações fiscais e acessórias, com as autoridades fiscais, e na determinação do lucro base para distribuição aos sócios. Contudo, apesar das normas para pequenas e médias empresas serem simplificadas, no geral resgatam o que é disposto nas normas completas, visando proporcionar qualidade à informação e por sua vez utilizar uma linguagem comum e aparato para uma melhor comparabilidade, podendo potencializar o fluxo de capitais e a atratividades de investidores14. 4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS Da mesma forma como os negócios de uma unidade econômica (uma sociedade de capitais, uma sociedade de pessoas, uma firma individual, uma sociedade de economia mista, ou um segmento-filial, divisão, ou departamento de um desses organismos) não se confundem com os dos proprietários, ou dos administradores dessas unidades econômicas, não se confundem as demonstrações contábeis consolidadas de 14 Texto extraído de: www.congressousp.fipecafi.org 35 um grupo de empresas sob controle acionário comum, com as demonstrações contábeis de cada uma dessas empresas. A consolidação enseja o aparecimento de uma entidade distinta das entidades consolidadas e não se confunde com a matriz ou qualquer uma das subsidiárias aglomeradas na consolidação. Fonte de: www.udemy.com Demonstrações contábeis consolidadas são aquelas produzidas pela agregação das demonstrações contábeis de uma ou mais controladas, linha por linha (isto é, somando os ativos, passivos, receitas e despesas semelhantes) com as demonstrações contábeis da controladora, depois de eliminados os saldos e transações entre as companhias, e feita uma provisão para os interesses de minoritários nas controladas. Demonstrações contábeis consolidadas são o reconhecimento de que as entidades legais, separadamente, são componentes de uma unidade econômica distinta da controladora e das controladas. Assim, as demonstrações contábeis consolidadas devem refletir as operações da controladora e de suas controladas-consolidadas, no país ou no exterior, a partir da data de aquisição destas15. 15 Texto extraído de: www.portaldecontabilidade.com.br 36 As características da informação contábil referem-se às qualidades que ela possui para que seja útil, não só do ponto de vista dos usuários internos, mas também dos usuários externos (principalmente os investidores). Apesar dos usuários serem diferentes, pois alguns exigem informações mais complexas do que outros, todos desejam informações oportunas em tempo hábil. As informações contábeis devem possuir um alto nível de compreensibilidade para facilitar a sua análise e interpretação por parte dos usuários que a utilizam. Fonte de: www.savere.com.br É razoável dizer que as demonstrações contábeis devam ainda apontar os resultados e responsabilidades da administração pelos recursos a ela confiados, o que se faz através das notas explicativas tratadas em capítulo específico. As características qualificativas das informações contábeis já haviam sido previstas na NBC T 1 - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolução CFC 1.121/2008. 37 1. Compreensibilidade Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, da atividade econômica da empresa e também de contabilidade. Estes conhecimentos devem se complementar ainda pela disposição de estudar as informações com razoável diligência, ou seja, os informes contábeis não precisam ser feitos para que qualquer leigo entenda, mas sim visam facilitar o entendimento de pessoas com um conhecimento que o capacite a interpretar os valores. No entanto, não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância no processo de tomada de decisão pelos usuários, mesmo com o pretexto de que tal informação seria de difícil entendimento para certos usuários. 2. Relevância Para serem úteis, as informações devem também ser relevantes à necessidade dos usuários na tomada de decisões. Desta forma, a informação pode ser considerada relevante quando em algum instante influencie nas decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando e corrigindo as suas avaliações anteriores. As funções de prever e confirmar dados são inter-relacionadas. As informações sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor para os usuários na tentativa de prever a capacidade que a entidade tenha de aproveitar as oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas. As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas sobre, por exemplo, a forma na qual a entidade seria estruturada ou o resultado de operações planejadas. Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho passado são frequentemente utilizadas como base para projetar a posição e o desempenho 38 futuros, assim como outros assuntos nos quais os usuários estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha de atender seus compromissos à medida que se tornem devidos. 3. Materialidade A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em alguns casos, a natureza das informações, por si só, é suficiente para determinar a sua relevância. Por exemplo, reportar um novo segmento em que a entidade tenha passado a operar pode afetar a avaliação dos riscos e oportunidades com que a entidade se depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos pelo novo segmento no período abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, tanto a natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos estoques existentes em cada uma das suas principais classes, conforme a classificação apropriada ao negócio. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. 4. Confiabilidade Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros, desvios substanciais ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. 39 Fonte de: www.blogdaqualidade.com.br Uma informação pode ser relevante, masa tal ponto não confiável em sua natureza ou divulgação que o seu reconhecimento pode potencialmente distorcer as demonstrações contábeis. Por exemplo, se a validade legal e o valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação. Assim, para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. O balanço patrimonial de determinada data, por exemplo, deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento. 5. Primazia da Essência sobre a Forma Talvez a mais importante de todas as características é valorizar a essência de cada operação ao invés do que está descrito em qualquer documento, nota fiscal ou contrato. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam 40 contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada. Outro exemplo bastante recorrente nas entidades é a realização de contratos de leasing, onde a verdadeira operação é um contrato de compra e venda (leasing operacional). Neste caso o bem deve ser ativado e os valores mensais devem ser reconhecidos como um financiamento. 6. Prudência Os contabilistas se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. 41 Fonte de: expressoilustrado.com.br Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Assim a prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e perderiam a confiabilidade. 7. Integralidade Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Salienta-se que uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente em termos de sua relevância. 42 8. Comparabilidade Os usuários devem poder comparar as informações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar os dados contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira. Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer mudanças nessas práticas e também o efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter informações suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas contábeis aplicadas a transações e eventos semelhantes, usadas pela mesma entidade de um período a outro e por diferentes entidades. A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com mera uniformidade e não se deve permitir que se torne um impedimento à introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores. 9. Tempestividade Tempestividade envolve oferecer a informação confiável dentro do tempo de execução da decisão. Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode 43 ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários. 10. Equilíbrio entre Custo e Benefício O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao invés de uma característica qualitativa. Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Fonte de: www.groovebikes.com.br Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios. Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram preparadas; por exemplo, o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da 44 entidade. Por essas razões, é difícil aplicar o teste de custo-benefício em qualquer caso específico16. Fonte de: www.fr.dreamstime.com Vale dizer que essa avaliação deve ser feita caso a caso, e sempre em relação ao fato contábil presente, mesmo que, sabidamente, num momento futuro haja a necessidade de novos custos para a manutenção ou atualização da informação contábil (ajuste a valor presente, por exemplo), a avaliação de custo-benefício deve considerar cada momento separadamente, e não cumulativamente ao momento do reconhecimento inicial. Em tempo, sempre que uma empresa considerar o custo ou esforço como excessivo para produzir uma informação contábil e, por isso, optar por não produzi-la, deverá comunicar este fato nas notas explicativas de forma justificada. 16 Texto extraídode: www.portaldecontabilidade.com.br 45 Enfim, o principal fator que uma entidade deve considerar quando da geração de uma informação contábil é como satisfazer, da melhor forma possível, as necessidades da maior quantidade possível dos usuários desta informação para a tomada de decisões, sem que isso gere um ônus excessivo para a entidade, mas ao mesmo tempo, sem omitir informações relevantes, com o máximo de isenção ou neutralidade possível, refletindo a realidade da operação, em tempo hábil e de forma completa e compreensível. Fonte de: www.raizesds.com.br Cumpre destacar que a prestação das informações contábeis com respeito às características mencionadas tem importante relevância social e econômica, pois na medida que uma informação adequada contribui para o funcionamento mais eficiente dos mercados financeiros e de capital, resulta em menores custos para a economia como um todo. Além disso, a própria entidade usufrui de benefícios, pois pode tomar decisões mais acertadas do ponto de vista financeiro, econômico e gerencial17. A CVM, por meio da Instrução 247/96, regulou os procedimentos a serem adotados nas demonstrações financeiras. Verifica-se, de plano, que a CVM, dentro de 17 Texto extraído de adaptado de: www.contabeis.com.br 46 sua competência, aumentou a abrangência das empresas que devem apresentar, obrigatoriamente, a consolidação incluindo toda e qualquer controlada, não importando o percentual do Patrimônio Líquido da investidora representado pelo investimento. Afasta- se, assim, a limitação dos 30% estabelecidos pela lei. Fonte de: www.contabeis.com.br Com base na legislação e nas normas da CVM, estão obrigados à elaboração das demonstrações contábeis consolidadas e outras imposições: a) A companhia aberta que possua investimentos em controladas; b) Outras sociedades cuja inclusão tenha sido determinada pela CVM, desde que sejam dependentes financeira ou administrativamente da companhia, como é o caso de Entidades de Propósito Específico - EPE; c) O grupo de sociedades, independentemente da forma jurídica, juntamente com as demonstrações da sociedade de comando; d) As companhias pertencentes a um grupo de sociedades, que não sejam a sociedade de comando, deverão indicar em nota explicativa às suas demonstrações financeiras publicadas, o órgão que publicou a última demonstração consolidada do grupo a que pertencer; 47 e) A exclusão de uma ou mais sociedades controladas das demonstrações consolidadas deve ser autorizada pela CVM; f) Quando incluído companhia aberta em demonstrações consolidadas de grupo de sociedades, estas demonstrações consolidadas deverão ser auditadas por auditor independentes registrados na CVM; e g) Quando as transações entre partes relacionadas estiverem incluídas em demonstrações consolidadas, fica dispensada a sua inserção em notas explicativas18. As demonstrações contábeis são divulgadas para que o mercado tome conhecimento da situação econômico-financeira de uma empresa. No mercado, são destacados os acionistas (investidores) e credores, os quais tomam decisões de investimentos e concessões de créditos, respectivamente. Fonte de: www.platiniumfinance.com Segundo o resultado de uma pesquisa realizada no ano de 2002 pela Consultoria McKinsey junto a 200 dos maiores investidores institucionais no mundo, de dez fatores apontados pelos investidores consultados como os mais importantes na determinação de 18 Texto extraído de: www.semanaacademica.org.br 48 um novo investimento, a “Contabilidade Transparente” se coloca como o mais relevante de acordo com 71% desses investidores. Isso significa que as empresas que atuam em diversos mercados devem divulgar informações contábeis de alta qualidade, que proporcionem um maior nível de transparência e confiabilidade. Por isso, as empresas que adotam normas contábeis reconhecidas internacionalmente terão significativa vantagem sobre as demais no mercado de capitais, pois o fornecimento de informações de acordo com normas de elevada qualidade, transparência e comparabilidade reduz o risco do investimento e o custo de capital. O Conselho Federal de Contabilidade conceitua as demonstrações consolidadas como aquelas resultantes da agregação das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s). Entidades de Propósito Específico – EPE Há situações em que uma entidade pode ser constituída para a realização de um propósito específico e definido. Tais entidades podem ser criadas para, por exemplo, desenvolver atividades de pesquisa e desenvolvimento, de exploração de energia elétrica ou gás etc. Essa EPE pode adquirir várias formas societárias. Pode ser uma companhia, fundação, sociedade ou, ainda, outra forma societária não usual. Normalmente são instituídas EPEs com disposições legais, estatutária ou contratuais que impõem limites até certo ponto rígidos ao processo de tomada de decisões de seus órgãos pelos seus gestores. Essas disposições geralmente especificam que a política que guia as atividades contínuas da EPE não pode ser modificada. elas operam em um mecanismo chamado de "autopilot" - piloto automático. A entidade em cujo benefício a EPE foi criada pode transferir ativos à EPE, obter o direito de executar serviços ou de usar os ativos por ela possuídos, enquanto outras partes, consideradas fornecedores de capital, podem prover os recursos para financiamento da EPE, cobrando por esses recursos uma espécie de aluguel, tarifa ou mesmo uma participação nos resultados. Uma companhia que mantém transações com 49 uma Entidade de Propósito Específico, normalmente o instituidor ou o patrocinador, pode substancialmente controlar a EPE. Empresas Controladas Excluídas da Consolidação A lei societária em seu parágrafo único, inciso “b”, do art. 249 prevê a possibilidade de que, mesmo presentes os requisitos para a elaboração da consolidação das demonstrações contábeis, a CVM possa determinar que elas não sejam incluídas na consolidação dos balanços. A legislação em comento apenas mencionou a possibilidade de haver casos em que a consolidação não seria necessária, impondo à CVM disciplinar essa situação. Foi assim, que por meio do art. 23 da Instrução 247/96, a CVM utilizou-se do permissivo legal para regulamentar as possibilidades de exclusão de empresas do processo de consolidação. Tal dispositivo prevê dois tipos de exclusão. Os casos que não necessitam de qualquer autorização prévia da CVM, pois estão claramente definidos pela norma. É a situação das sociedades controladas que se encontrem com efetivas e claras evidência de perda de continuidade e cujo patrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização devidamente formalizada. O segundo tipo, são aqueles que necessitam de anuência prévia da CVM. Nesse grupo as empresas podem ser excluídas da consolidação a critério da CVM, que poderá conceder ou não a autorização. São as empresas que não representam alteração relevante na unidade econômica consolidada ou em alguns casos se a inclusão de determinada entidade venha a distorcer a demonstração consolidada. Quando uma sociedade controlada fica excluída do processo de consolidação, o valor contábil do investimento na sociedadecontrolada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial. 50 Fonte de: www.kursor.kiev.ua Consolidação nas Empresas Fechadas Da atenta leitura dos dispositivos legais atinentes ao tema, conclui-se que a consolidação das demonstrações somente é obrigatória para as companhias abertas que controlem outras empresas e quando essa participação represente 30% do seu PL e nos grupos de sociedade. Ocorre que, devido à concessão de incentivos fiscais às empresas constituídas sob a forma de Sociedade Anônima, existem muitas empresas de capital fechado. Um número elevado de empresas nacionais, possuem empresas controladas não abrangidas pela obrigatoriedade da consolidação. Essas organizações, apesar da não obrigatoriedade de consolidação, acabam por realizá-la, sobretudo com fins de controle gerencial, não havendo proibição em tal caso. Consolidação Financeira: Efeitos Sociais e Fiscais A demonstração consolidada não pertence a uma pessoa jurídica por esse motivo não gera qualquer efeito fiscal ou societário. Os efeitos do imposto de renda e demais tributos são calculados individualmente em cada empresa pertencentes do grupo 51 societário. Assim, mesmo que determinada empresa pertencente ao grupo tenha prejuízo contábil ou fiscal, não poderá compensá-lo com o lucro de outra. Em termos societários, os dividendos são calculados sobre o lucro de cada empresa e não sobre o lucro consolidado do grupo. Cada uma das empresas deve, individualmente, satisfazer ou suprir os acionistas dos dividendos a que fazem jus. Fonte de: www.ecommerce.uol.com.br Papel dos Investidores na Consolidação Os grupos de credores ou investidores podem utilizar a consolidação das demonstrações contábeis para a análise detalhada de suas garantias e possibilidade de rendimentos. Por meio da consolidação é possível averiguar a geração de resultados, tanto por empresa quanto pelo grupo. 52 Fonte de: www.folhavitoria.com.br Consolidação: Regras Gerais Nos procedimentos de consolidação, o CFC estipulou a adoção das regras a seguir: A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/ou de grupos de contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transações e de participações entre entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil e de segregar as participações de não-controladores, quando for o caso. A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidade controlada a partir da data em que assume seu controle, individual ou em conjunto. Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidação devem ser realizados em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de lançamento na escrituração das entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil. Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos das contas devem ser agregados às demonstrações contábeis consolidadas de cada controladora, na proporção da participação destas no capital social da controlada. 53 No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ou indiretamente o controle da entidade sob controle conjunto, a controladora final deve passar a consolidar integralmente os elementos do patrimônio da controlada. As entidades que formam a unidade de natureza econômico contábil devem segregar, em contas específicas, as transações realizadas entre si. As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins de consolidação, devem ser levantadas na mesma data ou até no máximo 60 (sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da controladora. Partindo-se da premissa que o principal escopo da consolidação é apresentar a posição financeira e os resultados das operações das diversas empresas do grupo, de forma agregada em peça contábil única, como se estivéssemos apresentando a demonstração de uma entidade autônoma ou empresa única, os saldos das contas devem ser adicionados, uma a uma. Fonte de: www.cienciascontabeis.com.br 54 4.1 Apresentação das Demonstrações Contábeis Consolidadas A necessidade de elaboração e divulgação de demonstrações contábeis consolidadas vem aumentando cada vez mais em função do crescente volume de transações de aquisições de empresas que se processam diariamente no mundo todo. Além disso, as demonstrações contábeis consolidadas apresentam uma informação mais útil aos seus usuários do que aquelas proporcionadas pelas demonstrações individuais de uma companhia que detém participações em outras empresas por ela controladas (SCHMIDT, 2007, p. 176). Segundo Hermanson e Edwards (1992), a consolidação das demonstrações contábeis consiste basicamente na soma das contas das demonstrações individuais da controladora e de suas controladas, apresentando-as como uma única entidade. Para esses autores, as demonstrações contábeis consolidadas são de fundamental importância para acionistas, gerentes e diretores da companhia controladora, pois essa se beneficia do lucro e do apoio financeiro, bem como sofre com as perdas de suas subsidiárias. Para Radebaugh e Gray (1997), os relatórios consolidados são relevantes não apenas para usuários externos, mas também para os gerentes, visto que estabelecem uma base para o controle global e avaliação de desempenho. Adicionalmente, a consolidação é atualmente aceita, na maioria dos países, como a melhor prática contábil para grupos e para as operações de combinações de negócios. Most (1977) dá um enfoque do ponto de vista do usuário interno de uma companhia, enfatizando a utilidade das demonstrações contábeis consolidadas para que os gerentes exerçam suas funções de planejamento, coordenação e controle em relação ao grupo como um todo. 55 Fonte de: www.videoblocks.com Diante do exposto, constata-se a importância da apresentação das demonstrações contábeis consolidadas, a fim de que se possa fornecer informação mais relevante para os usuários das demonstrações contábeis, finalidade primordial da contabilidade, bem como evitar viés na informação em decorrência das possíveis manipulações dos resultados das empresas analisadas individualmente em função basicamente das operações realizadas entre as companhias de um mesmo grupo econômico, que possibilitam a transferência de resultados de uma entidade para a outra. 4.1.1 Embasamento Legal Normas brasileiras A Lei 6.404/76 em seus artigos 249 e 250 estabeleceu normas no que tange à obrigatoriedade, aos procedimentos contábeis e aos registros de ajuste pertinentes à consolidação das demonstrações contábeis. 56 De acordo com a legislação societária, apenas as companhias abertas que apresentem determinadas condições devem consolidar suas demonstrações contábeis. O processo de consolidação é regulamentado pela Instrução Normativa da CVM 247/96. Segundo a Lei das S/A, as sociedades anônimas fechadas e as demais espécies de sociedades não têm obrigatoriedade de consolidar suas demonstrações contábeis. No entanto, a partir de 1º de janeiro de 2003, o CFC através da emissão da NBC T-8 – Demonstrações Contábeis Consolidadas, passou a exigir consolidação das demonstrações contábeis para todas as entidades que possuem investimentos em controladas, ampliando o universo de obrigatoriedade de consolidação. Fonte de: www.brasil.arcelormittal.com Sendo assim, o processo de consolidação das demonstrações contábeis no Brasil encontra-se regulamentado pelas seguintes normas:
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