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Questões de Administrativo - Nota 11

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1. CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
1. Qual o conceito de Direito Administrativo?
R:	Os doutrinadores pátrios divergem quanto ao conceito do Direito Administrativo, para o nosso objetivo é importante ter em mente os seguintes elementos essenciais, quais sejam: ramo do direito público que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o exercício dafunção administrativa (do Estado).
2. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, quais são as "pedras de toque" do Direito Administrativo?
R:	Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, as pedras de toque, ou seja, aqueles princípios básicos, dos quais decorrem todos os demais, seriam dois:
- O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado
- Princípio da indisponibilidade dos interesses públicos. 
Esses princípios, atuando em conjunto, são essenciais ao chamado "Regime Jurídico Administrativo", ou seja, aquele regime jurídico de direito público, em que teremos de um lado o Poder Público em posição hierárquica superior ao particular, tendo sobre ele o poder de império, devendo observar em contrapartida princípios limitadores desse seu poder como o da legalidade, a indisponibilidade do interesse público, impessoalidade, eficiência...
Vale lembrar ainda que, embora sejam esses dois princípios citados acima os caracterizadores do Regime Jurídico Administrativo, este possui como princípio basilar a LEGALIDADE - que no âmbito da administração pública deve ser entendido como: o administrador público só pode fazer aquilo que a lei lhe permita ou autorize.
Dessa forma, somente os atos que forem pautados na Legalidade (autorizados ou permitidos pela lei) é que poderão ser considerados atos legitimos e válido.
Seria correto então dizermos que temos um "tripé" fundamental no Direito Administrativo:
- Legalidade; (Princípio Maior)
- Supremacia do Interesse Público;
- Indisponibilidade do interesse público. 
Exemplo de cobrança em concursos:
(ESAF/TCE-PR) O regime jurídico-administrativo é entendido como um conjunto de regras e princípios que informa a atuação do Poder Público no exercício de suas funções de realização do interesse público.
Correto.
 
(CESPE/PGE-PA) A doutrina aponta como princípios do regime jurídico administrativo a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público.
Correto.
 
(CESPE/Ministério Público do Piauí) A supremacia do interesse público é o que legitima a atividade do administrador público. Assim, um ato de interesse público, mesmo que não seja condizente com a lei, pode ser considerado válido pelo princípio maior da supremacia do interesse público. 
Errado.
 
(CESPE/Polícia Civil do Tocantis) Em toda atividade desenvolvida pelos agentes públicos, o princípio da legalidade é o que precede todos os demais.
Correto.
 
(CESPE/FINEP) Os princípios da legalidade e da supremacia do interesse público informam todos os demais, incluindo-se os expressos na CF.
Correto.
3. Em que consiste o Princípio da indisponibilidade do interesse público?
R:	Tal princípio informa que o administrador não pode dispor livremente do interesse público, pois não representa seus próprios interesses quando atua, devendo assim agir segundo os estritos limites impostos pela lei. Dessa forma, o administrador não pode, ao lidar com a coisa pública, tomar decisões que tomaria se estivesse lidando com os seus próprios bens, sobre os quais tem disponibilidade.
4. Em que consiste o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado?
R:	O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado consiste em colocar, em determinados casos, os interesses da Administração Pública em sobreposição aos interesses particulares que com os dela venham eventualmente colidir.
São exemplos de manifestações de tal princípio: Poder para desapropriar, requisitar bens de particulares, prazos processuais diferenciados, possibilidade de rescindir contratos unilateralmente dentre outros.  
Mas atenção, a doutrina atual costuma diferenciar dois tipos de "interesse público":
Interesse público primário = Interesse da Sociedade = Segurança, justiça e bem-estar social.
Interesse público secundário = Interesse do Estado (das pessoas jurídicas de direito público – União, Est., DF e Mun.) = Interesse do erário, maximizar arrecadações e minimizar despesas.
O interesse público secundário, diferentemente do primário, não possui uma supremacia a priori e abstrata em face do interesse do particular. E mais, muitas vezes, o interesse público pode estar em satisfazer um interesse particular, como pagar uma indenização.
5. Pode-se afirmar que o Direito Administrativo é um conjunto harmonioso de normas e princípios que regem as relações entre os órgãos públicos, servidores públicos e administrados no que tange a suas atividades estatais? 
R:	Sim, todos os elementos essenciais ao Direito Administrativo estão contemplados na assertiva acima.
6. Qual a principal fonte do Direito Administrativo Brasileiro?
R:	A principal fonte do Direito Administrativo no Brasil é a LEI.
E estamos falando em LEI EM SENTIDO AMPLO - o que abrange Constituição Federal, Leis Ordinárias, Leis Complementares, Medidas Provisórias, Leis Delegadas, Tratados Internacionais, Decretos, Regulamentos...
Ou seja, o conjunto de normas estatais que regulam a atividade administrativa.
Temos então que o princípio da LEGALIDADE se torna o basilar do Direito Administrativo, fazendo com que o agente público somente possa fazer aquilo que lei lhe permita ou autorize. 
Não se pode confundir os aspectos da legalidade, que são 2:
1- Para o cidadão - legalidade é poder fazer tudo aquilo que a lei não proíba.
2- Para o agente público - legalidade é poder fazer somente aquilo que a lei permite ou autoriza.
É importante ainda que lembremos que legalidade é um conceito amplo que significa agir conforme a lei, ou dentro dos limites traçados pela lei. Diante disso, surgem as duas espécies de poderes dos administradores públicos:
a) Poder vinculado – quando o administrador público deve cumprir exatamente os mandamentos traçados pela lei, sem margem de atuação por sua conveniência e oportunidade.
b) Poder discricionário – quando a lei traça apenas as linhas gerais, os limites, do mandamento, deixando margem para uma atuação de acordo com a conveniência e oportunidade do administrador público.
 (ESAF/AFC-CGU) A primordial fonte formal do Direito Administrativo no Brasil é a lei.
Correto.
 
(ESAF/AFC/CGU/2006) Entre os princípios constitucionais do Direito Administrativo, pode-se destacar o de que ao administrador é lícito fazer o que a lei não proíbe.
Errado.
 
(CESPE/TCU) A Constituição, as leis complementares e ordinárias, os tratados internacionais e os regulamentos são exemplos de fontes do direito administrativo.
Correto.
 
(CESGRANRIO/Procurador Jurídico-FENIG-RJ) A Constituição da República elenca no caput de seu Art. 37 cinco princípios a que a Administração Pública deve guardar obediência. É considerado princípio fundamental da Administração Pública o princípio da:
(A) eficiência.
(B) impessoalidade.
(C) razoabilidade.
(D) legalidade.
(E) moralidade.
Letra D.
7. É possível dizer que os costumes também são fontes do Direito Administrativo?
Sim. Os costumes são reconhecidos como fontes do Direito, desta forma, também o são para o Direito Administrativo. Embora sejam fontes não escritas e não organizadas.
Lembremos que as fontes do Direito são: a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes.
A lei e a jurisprudência são as fontes estatais (emanam do Estado) e a doutrina e os costumes são fontes não estatais.
Todas essas fontes, sejam elas estatais ou não estatais, podem de alguma forma servir para orientar o Direito Administrativo, sendo a Lei a fonte fundamental e orientadora das outras.
Assim as demais seriam fontes complementares à lei e não podem de forma alguma contrariar aquilo que está disciplinado por via legal, fonte primordial
do D. Administrativo.
Devemos ter atenção ao fato que, ao falarmos de costumes, em se tratando de Direito Administrativo, não só os costumes (práticas recorrentes na sociedade), mas também as praxes administrativas (práticas internas recorrentes na administração pública) são consideradas fontes do Direito Administrativo.
 (CESPE/SEFAZ-AC) Os costumes são fontes do direito administrativo, não importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem.
Errado. Não podem contrariar a lei.
 
(CESPE/FINEP) O costume e a praxe administrativa são fontes inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do direito positivo.
Correto. 
 
(CESPE/FINEP) A doutrina é a atividade intelectual que, sobre os fenômenos que focaliza, aponta os princípios científicos do direito administrativo, não se constituindo, contudo, em fonte dessa disciplina.
Errado.
8. No Brasil as causas que veiculam interesses da Administração Pública são julgadas definitivamente por um órgão administrativo ou pelo Poder Judiciário? 
R:	O Julgamento definitivo só será realizado pelo Poder Judiciário, pois embora tenhamos processos administrativos, no Brasil seguimos o sistema inglês de jurisdição una, onde cabe ao Poder Judiciário dar a última palavra, lembremo-nos do art. 5º, XXXV, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Por sua vez, é oportuno mencionar que existe o sistema do contencioso administrativo, adotado pela França, que é formado por um conjunto de órgãos administrativos que julgam de forma definitiva as questões da administração pública, não sendo possível recorrer ao Poder Judiciário.
Dica: Contencioso = Francês
9. Quais os aspectos utilizados pela doutrina para a classificação da Administração Pública? Qual a diferença entre eles?
R:	Basicamente dois são os aspectos:
1- Subjetivo, formal ou orgânico;
2- Objetivo, material ou funcional.  
 
A diferença entre eles é a seguinte:
1- O subjetivo (lembre-se de "sujeito"), como o próprio nome sugere, tem como ponto de partida o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas responsáveis por executar a função administrativa do Estado.
2- Por sua vez, o critério objetivo, material ou funcional o conceitua levando em conta as próprias atividades fins da Administração Pública. Melhor dizendo, trata-se do conjunto de atividades da Administração para chegar aos seus fins. Enquadram-se nestas as atividades de fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa. 
(ESAF/AFRF) Em seu sentido subjetivo, o estudo da Administração Pública abrange o serviço público.
Errado. Seria "objetivo" - pois serviço é um objeto de atuação da adm. pública, uma atividade.
 
(ESAF/MRE) De acordo com a doutrina, em seu sentido material ou funcional, Administração Pública, enquanto finalidade do Estado, não abrange a polícia administrativa.
Errado. O sentido material ou funcional abrange sim a polícia administrativa.
10. Podemos afirmar que a Administração Pública, em seu sentido objetivo, pode ser compreendida como o conjunto das pessoas jurídicas e dos órgãos incumbidos do exercício da função administrativa do Estado?
R:	Não, essas características dizem respeito ao sentido subjetivo, orgânico ou formal.
11. Podemos afirmar que a Administração Pública em sentido subjetivo seria o conjunto de atividades e serviços como fomento e polícia administrativa?
R:	Não, isso seria em sentido objetivo ou funcional!
12. Podemos dizer que a expressão Administração Pública, considerada em sentido estrito, abrange  apenas as funções administrativas do Poder Público?
R:	Sim. Administração Pública:
Em sentido ESTRITO: ÓRGÃOS E ENTIDADES EM SUAS FUNÇÕES TIPICAMENTE ADMINISTRATIVAS.
Em sentido AMPLO: Abrange também os ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS EM SUAS FUNÇÕES POLÍTICAS.
Dessa forma, a atuação na prestação de serviços públicos nas áreas  de SAÚDE e EDUCAÇÃO, por exemplo, demonstra a Administração em sentido ESTRITO, mas quando o Presidente da República indica e submete ao Senado Federal nome de autoridade para ocupar o cargo de Procurador Geral da República, estaremos diante de uma FUNÇÃO POLÍTICA DE GOVERNO, e, assim,  tratando de Administração Pública em sentido AMPLO.
13. Seria correto dizermos que os princípios da administração pública se aplicam tão somente ao Poder Executivo, responsável pela administração do Estado, de qualquer das esferas da federação?
R:	Não. Os princípios da adm. pública se aplicam ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, seja da esfera federal, estadual, municipal ou do DF. 
E, ainda, se aplicam tanto aos órgãos da administração pública direta, como às entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).
14. O princípio da Publicidade consiste na obrigação da administração de tornar público atos administrativos e está estreitamente ligado ao dever de transparência na atuação administrativa. Assim, os atos administrativos devem estar revestidos de total transparência para poderem ser fiscalizados pela sociedade.
Este princípio pode ser considerado absoluto?
R:	De formal alguma! Como todos os demais princípios, o da publicidade não é absoluto, a própria Constituição nos mostra três exceções:
a)    a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII);
b)    a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII);
c)     a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X). 
(CESPE/Tribunal de Contas da União) A declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, pois o princípio da publicidade administrativa exige a transparência absoluta dos atos, para possibilitar seu controle de legalidade.
Errado.
15. O que significa o PRINCÍPIO DA RESTRITIVIDADE?
R:	O princípio da legalidade voltado para os particulares está previsto no artigo 5º II da CF, no sentido de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, ou seja, os particulares podem fazer tudo aquilo que não seja proibido em lei. 
Para o agente público, no entanto, O PRINCÍPIO É MAIS RESTRITO  DO QUE PARA O PARTICULAR, uma vez que o agente público só pode fazer aquilo que estiver previsto em lei. O PRINCÍPIO DA RESTRITIVIDADE É, PORTANTO, O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE VOLTADO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
16. É verdade que o princípio constitucional expresso da IMPESSOALIDADE é conhecido pela doutrina majoritária como sinônimo do PRINCÍPIO DA FINALIDADE?
R:	Sim, é verdade, no sentido de que o agente público deve agir tentando alcançar sempre a FINALIDADE DE INTERESSE PÚBLICO, e nunca um fim, um objetivo pessoal do agente.
17. O conhecido brocardo de que "NEM TUDO QUE É LEGAL É HONESTO" está relacionado com qual princípio da Administração?
R:	É o PRINCÍPIO DA MORALIDADE, uma vez que o agente público não deve apenas fazer o que está na lei (princípio da legalidade), mas deve distinguir entre o CERTO E O ERRADO, entre O MORAL E O IMORAL, entre O JUSTO E O INJUSTO, entre o HONESTO E O DESONESTO.
18. A NOMEAÇÃO DE PARENTES para CARGOS EM COMISSÃO fere qual princípio?
R:	A nomeação de parentes para ocupar cargos em comissão NÃO FERE DIRETAMENTE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, inclusive porque a Constituição Federal determina que os cargos em comissão são de livre  nomeação e exoneração. Ainda assim, já decidiu o STF que essa atuação fere os PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA MORALIDADE, razão pela qual editou a Súmula Vinculante nº 13, de forma a vedar a nomeação, para cargos em comissão e funções de confiança, de CÔNJUGES E PARENTES ATÉ O 3º GRAU, CONSANGUÍNEO OU POR AFINIDADE.
19. Maria, governadora do Estado Y, nomeou seu neto para o cargo de secretário estadual de Fazenda. Essa atuação é permitida?
R:	Sim. A Súmula Vinculante do STF nº 13 veda a nomeação, para cargos em comissão e funções de confiança, de cônjuges e parentes até o terceiro grau, consanguíneo ou por afinidade. Neto é, de fato,
parente de 2º grau, no entanto, já decidiu o STF que a referida Súmula comporta apenas 1 EXCEÇÃO (apesar de não haver de forma expressa essa ressalva no enunciado da Súmula Vinculante): NÃO É PROIBIDA A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGES E PARENTES, pelo CHEFE DO PODER EXECUTIVO, para os CARGOS EM COMISSÃO de NATUREZA POLÍTICA DE "AUXILIARES DIRETOS", ou seja, É PERMITIDA A NOMEAÇÃO DE QUALQUER PESSOA:
Pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA para o cargo de MINISTRO DE ESTADO, 
Pelo GOVERNADOR para o cargo de SECRETÁRIO ESTADUAL E
Pelo PREFEITO para o cargo de SECRETÁRIO MUNICIPAL.
20. Maria, governadora estadual, pode nomear seu marido para o cargo de CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS daquele Estado?
R:	Não. A Súmula Vinculante do STF nº 13 veda a nomeação, para cargos em comissão e funções de confiança, de cônjuges e parentes até o terceiro grau, consanguíneo ou por afinidade. Já decidiu o STF que a referida Súmula comporta apenas 1 exceção (apesar de não haver de forma expressa essa ressalva no enunciado da Súmula Vinculante): Não é proibida a nomeação de cônjuges e parentes, pelo Chefe do Poder Executivo, para os cargos em comissão de natureza política de "auxiliares diretos", ou seja, é permitida a nomeação de qualquer pessoa pelo Presidente da República para o cargo de Ministro de Estado, pelo Governador para o cargo de Secretário Estadual e pelo Prefeito para o cargo de Secretário Municipal. NO CASO DA QUESTÃO, O CARGO DE CONSELHEIRO DO TCE NÃO PODE SER CONFUNDIDO COM O CARGO EM COMISSÃO DE NATUREZA POLÍTICA A QUE SE REFERE O STF.
21. Os princípios administrativos estão taxativamente previstos na Constituição?
R:	Não, nem todos.
Os princípios expressamente previstos na CF, de forma taxativa no artigo 37 caput, são o LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Além desses, a doutrina informa que diversos outros princípios administrativos estão previstos em normas infraconstitucionais, especialmente na Lei 9.784/99, vejamos: “Art. 2o: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência".
Vejam a dica observando apenas as iniciais maiúsculas e em negrito: 
Moralidade
Razoabilidade
CONtraditório
Eficiência
Legalidade
Ampla defesa
INTERESSe público
SEGURança jurídica
PROPRorcionalidade
MOTIVação 
FINalidade. 
Vamos lá...Abstraindo apenas os negritos, temos o seguinte macete:
MORAr CON ELA INTERESSA, É SEGURO, mas é o MOTIVo do PRÓPRIO FIN. 
Desses princípios previstos expressamente na lei 9784/99, legalidade, moralidade e eficiência já se encontram expressos na CF.
22. O que se entende pelo PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA?
R:	O princípio da autotutela, também chamado de PRINCÍPIO DA SINDICABILIDADE, decorre diretamente do controle interno que a administração deve exercer sobre seus próprios atos, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. 
Tal determinação foi consolidada pela Súmula 473 do STF e tem previsão legal expressa na Lei 9.784/99: “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos". 
(ESAF/AFT) O estudo do tema ‘controle da administração pública’ nos revela que no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode rever seus atos, mas não pode declará-los nulos.
Errado. Ela não só pode, como deve anulá-los quando eivados de vício de legalidade.
 
(CESPE/DETRAN-DF) A administração pública é regida pelo princípio da autotutela, segundo o qual o administrador público está obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.
Errado. Este não é o teor do princípio.
 
(CESPE/TCE-RN) A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da legalidade, é o controle que a administração exerce sobre seus próprios atos, o que lhe confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Correto.
23. Podemos dizer que a administração deve revogar seus próprios atos quando eivados de ilegalidade?
R:	Não, SE O ATO FOR ILEGAL A ADMINISTRAÇÃO TEM O DEVER DE ANULAR, e NÃO REVOGAR!
A administração pode revogar seus atos, mas esta revogação ocorrerá quando o ato for válido, no entanto se tornou inoportuno ou inconveniente para a administração. Lembre-se que tal hipótese é uma faculdade para administração, não uma obrigatoriedade, como ocorre na anulação.
Confira a redação do Art. 53.da Lei 9.784/99 “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.”
24. Podemos afirmar que é por meio do princípio da autotutela que a Administração Pública direta fiscaliza as atividades da administração pública indireta, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais?
R:	Não, importante NÃO CONFUNDIR!!!
AUTOTUTELA: É o princípio que possibilita à Administração a REVISÃO DE SEUS PRÓPRIOS ATOS, anulando-os, quando ilegais, ou revogando-os, por CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE.
TUTELA ADMINISTRATIVA ou TUTELA MINISTERIAL: É o PODER DE SUPERVISÃO MINISTERIAL exercido pela ADMINISTRAÇÃO DIRETA SOBRE A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.
CUIDADO!!!
Quando uma AUTARQUIA CONTROLA SEUS PRÓPRIOS ATOS isso está abrangido pelo PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA, mas quando a ADMINISTRAÇÃO DIRETA CONTROLA (ainda que de forma excepcional) a ATUAÇÃO DA AUTARQUIA, isso estará relacionado ao PRINCÍPIO DA TUTELA, uma vez que as entidades da Administração Indireta NÃO ESTÃO SUBORDINADAS (mas apenas VINCULADAS) à Administração Direta.
25. Qual o significado do princípio da motivação?
R:	É o princípio que impõe à administração o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática de determinado ato, condicionando a validade do ato administrativo à apresentação escrita de tais fundamentos.
26. Com base no Princípio da Motivação, a validade do ato administrativo independe do caráter prévio ou da concomitância da motivação pela autoridade que o proferiu com relação ao momento da prática do próprio ato?
R:	Não, A MOTIVAÇÃO DEVE SER ANTERIOR OU CONCOMITANTE À PRÁTICA DO ATO, e não  a posteriori. 
Quando um ato é editado sem a sua motivação, isso prejudica o particular atingido pelo ato que não pode exercer plenamente seu direito de defesa e contraditório.
Excepcionalmente, já decidiu o STJ que, em alguns casos, a motivação feita apenas posteriormente não anularia o ato:
O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido.
De fato, a remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF, Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013.
27. Quais são os 3 ATRIBUTOS DA MOTIVAÇÃO?
R:	- Explicitude
- clareza
- congruência.
Conforme se extrai da análise do art. 50, § 1º da Lei 9.784/99,
vejamos: “A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato”.
28. O que se entende por motivação aliunde?
R:	MOTIVAÇÃO ALIUNDE ou PER RELATIONEM aquela INDICADA FORA DO ATO, são as que estão de acordo com anteriores manifestações da Administração Pública, como por exemplos pareceres, informações, decisões.
Tal hipótese de manifestação tem regramento na Lei 9.784/99, confira:
Art. 50, § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
29. Qual o significado do PRINCÍPIO DA FINALIDADE?
R:	Tal princípio impõe que a administração aja sempre visando o INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO.
Está previsto no art. 2º, § único, II da Lei 9.784/99 conforme transcrito: “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. (...) II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei”;
Doutrinariamente, A FINALIDADE PODE SER VISTA SOB 2 ASPECTOS:
1- AMPLO: SATISFAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO
2- ESTRITO: será a FINALIDADE ESPECÍFICA prevista em Lei, para cada caso.
 
* Doutrina:
A finalidade guarda estreita relação com o princípio da legalidade, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello.
Já para Hely Lopes Meirelles é sinônimo de impessoalidade.
 
* Bancas de Concurso:
Para ESAF e FCC => FINALIDADE É DECORRÊNCIA DIRETA DA IMPESSOALIDADE, sendo esta (impessoalidade) um princípio fundamental da administração pública de onde derivam outros 3 subprincípios:
1- FINALIDADE = ATENDIMENTO AOS FINS LEGAIS.
2- ISONOMIA DOS ADMINISTRADOS = não pode fazer distinção de pessoas ao se praticar o ato.
3- VEDAÇÃO DA PROMOÇÃO PESSOAL = no que tange aos servidores e autoridades.
(ESAF/SUSEP) O princípio constitucional do Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na prática dos atos administrativos, importa assegurar que o seu resultado, efetivamente, atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da impessoalidade.
Correto.
 
(ESAF/Fiscal - MG) O princípio da impessoalidade não se relaciona ao fim legal previsto para o ato adminstrativo.
Errado.
 
(FCC/TRT 7ª Região) O princípio da impessoalidade tem dois sentidos: um relacionado à finalidade, no sentido de que ao administrador se impõe que só pratique o ato para o seu fim legal; outro, no sentido de excluir a promoção pessoal das autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas.
Correto.
30. "É proibido que em obras, atos, programas ou campanhas de órgãos públicos conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos ". 
Podemos dizer que a sentença acima está correta, pois a divulgação dos nomes de autoridades iria contrariar o princípio da publicidade?
R:	Não. A divulgação afrontaria o princípio da impessoalidade e não da publicidade.
Já que a publicidade se refere à transparência dos atos, enquanto a impessoalidade seria um princípio fundamental da administração pública de onde derivam outros três subprincípios:
1- Finalidade = Atendimento aos fins legais.
2- Isonomia dos administrados = não pode fazer distinção de pessoas ao se praticar o ato.
3- Vedação da promoção pessoal = no que tange aos servidores e autoridades.
(CESPE/Ministério dos Esportes) A inauguração de uma praça de esportes, construída com recursos públicos federais, e cujo nome homenageie pessoa viva, residente na região e eleita Deputado Federal pelo respectivo Estado, não chega a configurar promoção pessoal e ofensa ao princípio da impessoalidade. 
Errado. Ofende sim a impessoalidade que veda a promoção pessoal de servidores e agentes.
 
(ESAF/APOFP) É decorrência do princípio da publicidade a proibição de que conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em divulgação de atos, programas ou campanhas de órgãos públicos.
Errado.
 
(FCC/TRE-Rio Grande do Sul) A publicidade, como um dos princípios básicos da Administração, também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral.
Errado.
31. Qual a diferença entre o interesse público primário e o secundário?
R:	
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO: É o da própria sociedade, visando ao seu bem comum.
INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO: É o da própria administração, do próprio estado para a sua manutenção e existência, como por exemplo a cobrança de impostos.
32. O administrador público deve, em seus atos, ser orientado pelo princípio da moralidade.
O conceito de moralidade administrativa, por não ser regulamentado em lei, deve estar pautado pelo senso comum de moralidade, baseado nas práticas e costumes de nossa sociedade. Correto?
R:	Errado. Devemos observar que a moralidade administrativa difere da moral comum, pois exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração, vinculando-se ao conceito de "moral jurídica".
(ESAF/Fiscal - MG) O princípio da moralidade administrativa se vincula a uma noção de moral jurídica, que não se confunde com a moral comum. Por isso, é pacífi co que a ofensa à moral comum não implica também ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
Correto.
33. Qual é o princípio que melhor se vincula à proteção do particular de boa fé no âmbito administrativo, quando se refere à interpretação da norma jurídica? 
R:	É o PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA, que VEDA A APLICAÇÃO RETROATIVA DE NOVA MATÉRIA ADMINISTRATIVA JÁ ANTERIORMENTE AVALIADA, trazendo prejuízo ao particular de boa fé.
Ocorre quando a Administração adota determinada interpretação para a lei e, posteriormente, altera essa interpretação. Essa nova postura administrativa pode ser aplicada dali em diante, mas NÃO PODE SER APLICADA PARA TRÁS, de forma a prejudicar os particulares que agiram de acordo com a interpretação administrativa anterior.
Essa proteção aos particulares ocorre em respeito à BOA-FÉ DOS ADMINISTRADOS, vedando a anulação de atos anteriores sob pretexto de que os mesmos teriam sido praticados com base em errônea interpretação de norma legal administrativa.
Importante saber que a Lei nº 9.784/99, art. 2º, par. único, inc. XIII, veda a aplicação retroativa de nova interpretação de matéria administrativa já anteriormente avaliada.
34. Seria correta a afirmação de que os princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade são sinônimos?
R:	Não, podemos de forma simples fazer a seguinte distinção:
PRINCÍPIO da PROPORCIONALIDADE: Impõe que a administração se abstenha de restringir direitos dos particulares ALÉM DO NECESSÁRIO para a manutenção do interesse público.
PRINCÍPIO da RAZOABILIDADE: Guarda relação com a NECESSIDADE e ADEQUAÇÃO para a prática de determinado ato.
	Importante registrar que tais princípios são apontados pela doutrina como os MAIORES LIMITADORES AO PODER DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
E, adiantando algo que será visto à frente, isso também irá direcionar que O JUDICIÁRIO, EM REGRA, NÃO PODERÁ ANALISAR A CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE COM QUE SÃO EXPEDIDOS OS ATOS ADMINISTRATIVOS. 
35. Qual princípio proíbe a interrupção da prestação do serviço público?
R:	É o PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO (previsão no § 1º do art. 6º da Lei 8.987/ 95, cujo fundamento está no art. 175 da Constituição), sendo a prestação contínua de serviços públicos um dever constitucional. 
A própria Lei 8.987/95, que trata de delegação de serviços públicos a particulares, procura defender o usuário do serviço ao
destacar que o mesmo tem o direito de obter um SERVIÇO PERMANENTE E CONTÍNUO, mas explica que NÃO PODE SER TRATADA COMO DESCONTINUIDADE DO SERVIÇO a interrupção no fornecimento:
Em SITUAÇÕES EMERGENCIAIS 
Por MOTIVOS TÉCNICOS ou 
Por FALTA DE PAGAMENTO DO USUÁRIO, desde que haja prévio aviso a esse usuário.
36. Em que consiste o PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO OU ESPECIALIDADE?
R:	Tal princípio está intimamente ligado aos princípios fundamentais da ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA. 
Traz a ideia de que sempre que possível as funções administrativas sejam desempenhadas por PESSOAS JURÍDICAS AUTÔNOMAS, como as pessoas que formam tradicionalmente a administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). 
37. A RESTRIÇÃO AO DIREITO DE GREVE no serviço público decorre de que princípio da Administração?
R:	Do princípio da continuidade do serviço público. A princípio, devemos concordar que a greve no serviço público interrompe o serviço, o que deve ser evitado. Nesse sentido, a CF, em seu artigo 37 VII ressalta que é assegurado ao servidor público o direito de greve, nos termos e limites definidos em lei específica.
A ressalva à necessidade de lei específica para o exercício do direito de greve no serviço público impõe uma restrição (não a proibição) a esse direito.
Sem a edição da referida lei específica, decidiu o STF que o direito de greve no serviço público poderia ser exercido, no que couber, atendendo-se o disposto na lei de greve aplicável à iniciativa privada, ou seja, o STF não declarou que a greve no serviço público está proibida nem que está plenamente autorizada, cabendo ao Poder Judiciário decidir em quais hipóteses a greve seria permitida.
Nesse sentido, já decidiu o STF que, enquanto não for editada a referida lei, não poderá haver greve nas áreas de segurança, saúde, atividades necessárias à Administração da Justiça e fiscalização tributária.
38. Podemos dizer que o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE provém da chamada "ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA"?
R:	Sim. A administração pública burocrática está relacionado aos INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO PROCEDIMENTO DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA, de forma a IMPEDIR OU DIFICULTAR CONDUTAS IMORAIS E ILEGAIS.
Esta administração pública burocrática era o cerne de nossa prática administrativa até 1998, insculpindo 4 princípios na Constituição Federal: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Publicidade - O "LIMP".
Em 1998, com a EC 19/98, foi inserido um quinto princípio: a eficiência, formando o LIMPE. Esta inclusão foi formalmente a PASSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL, onde o controle do procedimento é importante, mas O PRIMORDIAL É O CONTROLE DOS RESULTADOS, a busca por uma administração eficiente.
(ESAF/AFRFB) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade vinculam-se, originalmente, à noção de administração burocrática.
Correto.
 
(ESAF/ATM-Recife) A eficiência vincula-se ao tipo de administração dito gerencial.
Correto.
 
(ESAF/AFC STN) A adoção do princípio da eficiência no texto constitucional, nos termos da Emenda Constitucional 19/1998, autoriza a prevalência deste princípio em relação ao da legalidade, na busca pela administração pública gerencial.
Errado. Não pode ferir a legalidade na busca pela eficiência.
39. Considere que João, Presidente do Tribunal de Justiça de certo Estado da Federação, tenha nomeado Zé, irmão de Mané - o qual exerce cargo Secretário de Gestão de Pessoas no TJ - para o cargo de coordenador de educação e desenvolvimento no Tribunal. 
Sob a luz da súmula vinculante nº13 do STF, podemos dizer que, infelizmente esta prática - especificamente - não poderia ser coibida, já que embora Zé seja irmão de Mané, ele não tem qualquer parentesco com João - autoridade nomeante. Correto?
R:	Errado. A súmula vinculante 13 também veda esta prática. Vejamos:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da AUTORIDADE NOMEANTE ou de SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA investido em CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal"
Assim, o imbróglio gira em torno de 3 pessoas:
1- Temos a pessoa que pretende ser nomeada - chamaremos de "Vida-Boa"
2- Temos a AUTORIDADE NOMEANTE - que chamaremos de "Chefe malandro 1"
3- Temos uma outra pessoa que não é a autoridade nomeante, mas que OCUPA CARGO DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, DENTRO DESSA MESMA PESSOA JURÍDICA EM QUESTÃO - "Chefe malandro 2".
 	Segundo a súmula vinculante 13: O "Chefe Malandro 1" não pode nomear o "Vida-boa", se este for cônjuge ou parente até 3º grau do próprio "Chefe Malandro 1" ou do "Chefe Malandro 2"
40. Considere que Paulo, governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão, Ricardo, que possui formação superior na área de economia, para o cargo de secretário de fazenda de seu Estado. Pressupondo-se que Ricardo atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação, conclui-se que esta nomeação é perfeitamente válida, não incorrendo em prática de nepotismo segundo o STF.
Correto?
R:	Correto. Aqui estamos tratando de uma Jurisprudência do STF que gera uma INAPLICABILIDADE DA SÚMULA VINCULANTE Nº 13 a este caso, vejamos:
"À nomeação de IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO NO CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO, NÃO SE APLICA A SÚMULA VINCULANTE Nº 13 por se tratar de CARGO DE NATUREZA POLÍTICA, já que secretários de Estado são agentes políticos".
O que devemos entender disso:
- Os cargos políticos de (a) MINISTROS DE ESTADO, (b) SECRETÁRIOS ESTADUAIS e (c) SECRETÁRIOS MUNICIPAIS são cargos com relação estreita de CONFIANÇA para com o chefe do Poder Executivo, não incidindo assim em prática de nepotismo.
STF – Rcl–MC–AgR 6650 / PR – PARANÁ – 16/10/2008 - Entendimento firmado com base no R.Ex. 579.951/RN.
41. Qual princípio da Administração Pública, também relacionado a um dos atributos do ato administrativo, importa na inversão do ônus da prova?
R:	É a PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO.
Presume-se, até prova em contrário, que os atos da Administração sejam LEGÍTIMOS, ou seja, que os mesmos tenham sido editados de acordo com todos os princípios que regem a atuação da Administração, como legalidade, impessoalidade, moralidade, motivação, publicidade, boa-fé...
No direito privado "o ônus da prova é de quem alega", ou seja, a obrigação de provar alguma coisa é sempre de quem está alegando, afirmando aquilo, assim, quando João afirma que Maria fez alguma coisa, João tem a obrigação de provar isso, e não é a Maria que tem a obrigação de provar que não fez!
Em se tratando da atuação administrativa, no entanto, há uma inversão nessa lógica. Quando a Administração Pública edita um ato, ela não tem a obrigação de provar a legitimidade dos seus atos, uma vez que essa já se presume, cabendo ao PARTICULAR, se desejar, tentar PROVAR A ILEGITIMIDADE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA.
42. A expressão regime jurídico-administrativo é utilizado para designar os regimes público e privado aplicáveis à Administração?
R:	Não. Temos que tomar o cuidado de distinguir as expressões "regime jurídico da Administração" e "regime jurídico-administrativo".
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO: Refere-se aos REGIMES (de DIREITO PÚBLICO e de DIREITO PRIVADO) a que pode se submeter a Administração em cada caso.
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO : Refere-se ao CONJUNTO DE PRERROGATIVAS E SUJEIÇÕES a que está sujeita a Administração e que não se encontra nas relações privadas entre particulares.
43. É correto afirmar que a LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO exige a transparência e divulgação dos atos da Administração e, assim, veda de forma absoluta o rótulo de informações "sigilosas" da
Administração?
R:	Não, não é verdade.
A lei nº 12.527/2011 exige a TRANSPARÊNCIA DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA como regra, mas admite EXCEÇÕES relacionadas à (i) segurança da sociedade e do Estado e à (ii) vida privada das pessoas.
Nesse sentido, a lei excepciona as informações sigilosas e informações pessoais.
INFORMAÇÕES SIGILOSAS são aquelas que possam COMPROMETER A SEGURANÇA DO ESTADO E DA COLETIVIDADE e, assim, poderão ser classificadas como informação reservada, secreta ou ultrasecreta, de forma a admitir restrição de acesso por até 5 anos, 15 anos ou 25 anos, respectivamente.
INFORMAÇÕES PESSOAIS são aquelas relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, que terão acesso restrito por até 100 anos.
44. No que se refere à lei de acesso à informação, que veio para regular o princípio constitucional da publicidade, podemos afirmar que a mesma excepciona as chamadas "informações sigilosas", que são aquelas relacionadas à vida pessoal de particulares?
R:	Não. As INFORMAÇÕES RELATIVAS À VIDA DE PARTICULARES NÃO PODEM SER CONSIDERADAS INFORMAÇÕES SIGILOSAS, mas sim informações pessoais.
A lei nº 12.527/2011 exige a transparência da atuação administrativa como regra, mas admite exceções relacionadas à segurança do Estado e à vida privada das pessoas.
Nesse sentido, a lei excepciona as informações sigilosas e informações pessoais.
Informações sigilosas são aquelas que possam comprometer a segurança do Estado e da coletividade e, assim, poderão ser classificadas como informação reservada, secreta ou ultrasecreta, de forma a admitir restrição de acesso por até 5 anos, 15 anos ou 25 anos, respectivamente.
Informações pessoais são aquelas relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, que terão acesso restrito por até 100 anos.
45. No que se refere à lei nº 12.527/2011, lei de acesso à informação, que regulamenta o princípio da publicidade, podemos afirmar que as INFORMAÇÕES CONSIDERADAS SECRETAS são aquelas que podem ter seu acesso negado por prazo indeterminado, a critério da Administração?
Resposta
R:	Não.
A lei nº 12.527/2011 exige a transparência da atuação administrativa como regra, mas admite exceções relacionadas à segurança do Estado.
Nesse sentido, a lei excepciona as chamadas INFORMAÇÕES SIGILOSAS, que são aquelas que possam comprometer a segurança do Estado e da coletividade.
	TIPO DE INFORMAÇÃO SIGILOSA
	RESTRIÇÃO DE ACESSO
	RESERVADA
	5 ANOS
	SECRETA
	15 ANOS
	ULTRA-SECRETA
	25 ANOS
46. Em se tratando do princípio de publicidade, podemos afirmar que o STF já decidiu que é obrigatória a DIVULGAÇÃO DA REMUNERAÇÃO PAGA AOS SERVIDORES PÚBLICOS de forma individualizada, identificando-se o agente público?
Resposta
R:	Sim. Decidiu o STF, ao julgar a ação AO nº 1.823/2013, que a divulgação da remuneração paga a seus agentes é obrigatória pela Administração, não se enquadrando a hipótese na exceção relacionada às informações pessoais de particulares e que OS AGENTES PÚBLICOS NÃO TÊM DIREITO À NÃO DIVULGAÇÃO DE SEUS RENDIMENTOS.
47. Os EMPREGADOS PÚBLICOS DAS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA são regidos pela CLT. Podemos afirmar que a demissão desses funcionários exige motivação pela estatal?
Resposta
R:	Sim. Nesse sentido, decidiu o STF (RE nº 589.998/2013) que, apesar de o regime aplicável ser o da CLT, e que a CLT não exige que os empregadores sejam obrigados a motivar a demissão de seus empregados, essa regra não deve ser aplicada à Administração.
Embora os empregados públicos NÃO TENHAM DIREITO À ESTABILIDADE, eles foram aprovados em concurso público e A ADMINISTRAÇÃO É OBRIGADA A OBEDECER O PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO no que se refere à DISPENSA DE SEUS AGENTES.
48. João, servidor público, vinha recebendo adicional de periculosidade no valor mensal de R$ 600,00 há 3 anos quando, após análise interna, verificou a Administração que os cálculos não haviam sido feitos corretamente e que esse adicional deveria ser de apenas R$ 400,00, razão pela qual o adicional foi imediatamente reduzido. Pode a Administração exigir a DEVOLUÇÃO DOS VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS AO SERVIDOR por três anos?
Resposta
R:	Não, não pode.
Ainda que tenha havido erro da Administração, o servidor recebeu os valores de boa-fé, e, assim, em obediência aos PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ E DA PROTEÇÃO À CONFIANÇA LEGÍTIMA DO PARTICULAR, não é permitida a exigência de devolução (STF, MS nº 31.259/2013).
2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E ENTIDADES PARAESTATAIS, AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS
1. A organização administrativa é o capítulo do Direito Administrativo que tem por objeto de estudo a estrutura interna da Administração Pública, os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem. Quais as técnicas que a Administração dispõe para dar cumprimento às suas competências constitucionais?
R:	Desconcentração e descentralização.
2. O que se entende por centralização?
R:	Podemos dizer que a CENTRALIZAÇÃO é o DESEMPENHO DE ATRIBUIÇÕES ADMINISTRATIVAS POR ÚNICA PESSOA JURÍDICA GOVERNAMENTAL. 
É o que ocorre quando a própria União ou os próprios estados e municípios exercem as funções estabelecidas pela Constituição.
3. Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são os únicos entes que formam a Administração Pública Indireta? 
R:	Sim, essas são as entidades da Administração Pública Indireta, tomando o cuidado de verificar que:
ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS		 São
AUTARQUIAS FUNDACIONAIS ESPÉCIES DE
AGÊNCIAS REGULADORAS 		 AUTARQUIAS
(via de regra)
4. Quais entes da administração pública indireta possuem personalidade jurídica de direito público?
R:	Estão inseridas neste grupo as autarquias e as fundações públicas de direito público, lembrando que:
As AGÊNCIAS REGULADORAS  têm sido criadas como ESPÉCIES DE AUTARQUIAS. 
Os CONSÓRCIOS PÚBLICOS com PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO são as ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS, ESPÉCIES DE AUTARQUIAS.
As Fundações Públicas poderão ser criadas com personalidade jurídica de direito público ou privado. A grande maioria das fundações possui personalidade de DIREITO PÚBLICO, e, assim, terão as MESMAS PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS, razão pela qual são chamadas de AUTARQUIAS FUNDACIONAIS, ou FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS.
As FUNDAÇÕES PÚBLICAS com PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO seguirão as MESMAS REGRAS DAS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. 
5. Sobre a criação das entidades da administração pública indireta. Pergunta-se:
1- Qual o instrumento normativo necessário para se criar uma autarquia?
2- A Constituição exige este mesmo instrumento normativo da criação de autarquias para se criar fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista?
R:
1- Lei ordinária específica;
2- Não. Porém é necessário que uma lei específica AUTORIZE que sejam criadas.
Assim, podemos esquematizar da seguinte forma:
Somente por LEI ESPECÍFICA poderá:
§  Ser CRIADA autarquia; e
§  Ser AUTORIZADA A INSTITUIÇÃO de:
- EMPRESA PÚBLICA;
- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA; e
- FUNDAÇÃO, cabendo à LEI COMPLEMENTAR, neste caso, definir as áreas de sua atuação.
Para essas entidades, após a autorização por lei específica, a EFETIVA CRIAÇÃO ocorrerá com o REGISTRO DO ATO CONSTITUTIVO NO ÓRGÃO COMPETENTE.
Apesar de a CF dispor que as Fundações terão a sua criação AUTORIZADA por lei, a doutrina entende que deve-se separar as Fundações de Direito Público das Fundações de Direito Privado; as Fundações de Direito Público devem ser entendidas como espécies de autarquias (autarquias fundacionais) e, assim, essas seriam criadas diretamente por lei, diferentemente das Fundações de Direito Privado, que teriam sua criação autorizada por lei.
6. Dispõe a CF que cabe à lei específica autorizar a criação das fundações. É correto afirmar que todas as fundações terão a sua criação apenas autorizada por lei? 
R:	Não. A redação do artigo 37 XIX da CF é muito falha.
Na verdade, as fundações públicas podem ter personalidade
jurídica de direito público ou de direito privado.
Apenas para as de direito privado  a lei irá "autorizar" a sua criação (sendo que a criação ocorrerá com o registro do estatuto da fundação no órgão competente).
As fundações públicas com personalidade jurídica de direito público são consideradas como espécies de autarquias (autarquias fundacionais) e, assim, terão as mesmas características das autarquias, inclusive no que se refere à criação, que será feita diretamente pela lei (nesse caso a lei não "autoriza" apenas).
São exemplos de fundações públicas de direito público: FUNAI, IPEA, Fiocruz, IBGE, Fundação Biblioteca Nacional, entre outros.
Exemplo de fundação pública de direito privado: FUNPRESP
7. As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são as entidades que, embora façam parte da Administração Pública Indireta, possuem regime jurídico de Direito Privado, inclusive com pessoal regido pelas regras da CLT.
Essas duas entidades no entanto possuem algumas diferenças. Quais são essas diferenças no que tange a:
1- Participação do capital público no capital social da entidade;
2- Forma societária usada para instituição;
3- Foro competente para julgamento de seus litígios.
R:
8. Podemos dizer que as "AGÊNCIAS REGULADORAS" (ANP, ANATEL, ANEEL...) nada mais são do que autarquias, mas com regime especial que possuem a função de controle e fiscalização de atividades privadas?
R:	Sim. As AGÊNCIAS REGULADORAS são as chamadas AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL, pois têm as características comuns das autarquias, diferenciando-se delas por possuírem:
DIRIGENTES ESTÁVEIS e 
Com MANDATOS PREFIXADOS.
 
A nomeação desses dirigentes depende de PRÉVIA APROVAÇÃO PELO SENADO FEDERAL 
É PROIBIDA A EXONERAÇÃO DO DIRIGENTE ANTES DO TÉRMINO DO MANDATO, pelo Presidente da República.
Têm a função de REGULAÇÃO DE DETERMINADO SETOR DE INTERESSE PÚBLICO (energia elétrica, telecomunicações, planos de saúde...).
Essas agências irão: 
EDITAR NORMAS TÉCNICAS a serem obedecidas pelas empresas do setor
FISCALIZAR os serviços prestados e 
APLICAR SANÇÕES.
Por fim, SUA ATUAÇÃO ESTÁ SUJEITA À SUPERVISÃO MINISTERIAL tal qual qualquer outra autarquia.
9. Agências reguladoras e Agências executivas são sinônimos?
R:	Não.
- AGÊNCIAS REGULADORAS (ANP, ANEEL, ANTT...): São aquelas autarquias que, como o próprio nome sugere, foram criadas para "REGULAR" A ATIVIDADE PRIVADA, exercendo sobre ela CONTROLE e FISCALIZAÇÃO. 
- AGÊNCIA EXECUTIVA (INMETRO): É uma "QUALIFICAÇÃO" passível de ser recebida por AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES PÚBLICAS que celebrem "contrato de gestão". 
 Atenção: Outras entidades e órgãos poderão firmar CONTRATO DE GESTÃO com o Poder Público, mas SOMENTE AS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS é que, após firmarem tal contrato, receberão a qualificação da "AGÊNCIA EXECUTIVA".
 
CONTRATO DE GESTÃO? O QUE É ISSO?
Trata-se da previsão do art. 37 §8º, CF, incluído pela EC 19 em 1998, que prevê uma AMPLIAÇÃO DA AUTONOMIA de ÓRGÃOS e ENTIDADES que firmarem este "acordo" com o Poder Público. 
Em contrapartida à ampliação da autonomia, ocorre uma FIXAÇÃO DE METAS DE DESEMPENHO. Vejamos o teor do dispositivo:
"A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser AMPLIADA MEDIANTE CONTRATO, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de METAS DE DESEMPENHO para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o PRAZO DE DURAÇÃO do contrato;
II – os CONTROLES E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, DIREITOS, OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES;
III – a REMUNERAÇÃO DO PESSOAL".
 
OBS: Vale lembrar que tal CONTRATO também pode ser firmado com ENTIDADES PRIVADAS – as chamadas ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. Todavia, para tais entidades, o contrato de gestão NÃO REPRESENTA UMA AMPLIAÇÃO DA AUTONOMIA e sim uma RESTRIÇÃO, pois, em contrapartida ao recebimento de INCENTIVOS do Poder Público, estas entidades privadas serão obrigadas a responder por certas RESPONSABILIDADES inerentes ao setor público, como prestação de contas. 
10. Qual a diferença entre Consórcio Público e Associação Pública?
 CONSÓRCIO PÚBLICO 
- É gênero que pode possuir 2 espécies distintas quanto a natureza: 
a) CONSÓRCIO PÚBLICO COM NATUREZA DE DIREITO PRIVADO = NÃO INTEGRA A AP.
b) CONSÓRCIO PÚBLICO COM NATUREZA DE DIREITO PÚBLICO = o qual é chamado de ASSOCIAÇÃO PÚBLICA, INTEGRANDO A AP.
 
A previsão consta no art. 241 da CF, in verbis:
Art. 241. A União, os Estados, o DF e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
CONSÓRCIO PÚBLICO pode ser definido então como o NEGÓCIO JURÍDICO PLURILATERAL que tem por objeto MEDIDAS DE MÚTUA COOPERAÇÃO entre entidades federativas (União, Estados, DF e Mun.), resultando na CRIAÇÃO DE UMA PESSOA JURÍDICA AUTÔNOMA com natureza de direito PRIVADO ou de direito PÚBLICO.
Se o consórcio tiver natureza jurídica de direito privado, não integrará a administração pública.
Por seu turno, se as entidades consorciadas optarem por conferir natureza jurídica de direito público, A NOVA PESSOA JURÍDICA RECEBE A DENOMINAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO PÚBLICA, devendo assim integrar a administração pública indireta de todos os entes consorciados.
Desta forma, poderíamos ter a entidade transfederativa, associação pública integrante da União, Estados e Municípios
11. Podemos dizer que a administração pública indireta abrange não só as autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e associações públicas, mas também as entidades paraestatais?
 Cite dois exemplos de entidades paraestatais.
R:
1- Não. As ENTIDADES PARAESTATAIS NÃO FAZEM PARTE DA AP INDIRETA.
O nome paraestatais é usado para se referir às entidades que atuam paralelamente ao Estado, sendo formado pelo termo grego pára (lado), além da palavra estatais.  
Assim, a ideia central do conceito remete a PESSOAS PRIVADAS QUE COLABORAM com a AP. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são pessoas colaboradoras que não se preordenam a fins lucrativos, como os serviços sociais.
As associações públicas na verdade não são nova espécie de entidade da Administração Indireta, mas sim um tipo de autarquia (assunto estudado no tema serviços públicos - consórcios públicos).
2- São exemplos os "SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS", as "ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (O.S.)" e as "ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (O.S.C.I.P)".
 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS:
- São PJ´s de direito PRIVADO
- Criadas mediante AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA
- Compõem o denominado sistema “S”, justamente por estarem ligadas à ESTRUTURA SINDICAL e sua denominação se iniciar com o vocábulo SERVIÇO, tais como Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Sesi (Serviço Social da Indústria), Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e Sesc (Serviço Social do Comércio), para ficarmos com os mais conhecidos. 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL 
- É a PJ de direito PRIVADO
- Sem fins lucrativos
- Instituída por iniciativa de particulares
- Mediante CONTRATO DE GESTÃO com o Poder Público, desempenha SERVIÇO PÚBLICO DE NATUREZA SOCIAL.
Vale lembrar então, que a ENTIDADE é criada com a forma jurídica de uma ASSOCIAÇÃO ou FUNDAÇÃO e, APÓS FIRMAR O CONTRATO DE GESTÃO, habilita-se perante o poder público, recebendo a QUALIFICAÇÃO.
Fique atento ao fato que a OS não exerce atividades públicas estatais mediante delegação, mas ATIVIDADES PRIVADAS COM INCENTIVO DO ESTADO.
 OSCIP 
- Também é uma qualificação dada a PJ´s de direito PRIVADO
- Sem fins lucrativos
- Desempenham SERVIÇOS SOCIAIS NÃO EXCLUSIVOS DO ESTADO com incentivo e fiscalização pelo Poder Público.
- Diferentemente da O.S. que se qualifica firmando um contrato de gestão, a OSCIP se qualifica
através de um TERMO DE PARCERIA com o MINISTÉRIO DA JUSTIÇA.
12. Quais as teorias utilizadas pela doutrina para explicar a atuação dos agentes públicos atribuída ao Estado?
R:	Quatro são as teorias, vejamos:
- teoria da identidade,
- teoria da representação,
- teoria do mandato e
- teoria da imputação.
13. Qual a teoria atualmente aceita de forma unânime pela doutrina para explicar a atuação dos agentes públicos atribuída ao Estado, e quais são os seus fundamentos?
R:	A teoria aceita pela doutrina é a Teoria do ÓRGÃO ou Teoria da IMPUTAÇÃO VOLITIVA, parte da premissa de que O AGENTE PÚBLICO ATUA EM NOME DO ESTADO, como titular de um órgão público, de forma que a atuação do agente é a atuação do próprio Estado.
Tal teoria foi desenvolvida pelo alemão Otto Friedrich Von Gierke, a partir da comparação entre o Estado e o corpo humano, de modo que cada repartição estatal funciona como uma parte do corpo, como um dos órgãos do ser humano. Desta forma, a personalidade do corpo é do todo e não dos órgãos, da mesma forma a do Estado, pois suas repartições não têm personalidade (entes despersonalizados), somente tem personalidade o Estado em sua completude.
A banca CESPE, além de cobrar o conhecimento sobre a autoria de tal teoria, ainda relaciona tal teoria ao princípio da impessoalidade.
(CESPE) Foi o jurista alemão Otto Gierke quem estabeleceu as linhas mestras da teoria do órgão e indicou como sua principal característica o princípio da imputação volitiva.
Correto.
 
(CESPE/PGE-PE) De acordo com o princípio da impessoalidade, é possível reconhecer a validade de atos praticados por funcionário público irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação do órgão, e não do agente público.
Correto.
14. A tradicional classificação dos órgãos públicos proposta por Hely Lopes Meirelles parte de três diferentes critérios: quanto à posição hierárquica, quanto à estrutura e quanto à atuação funcional.
Como se classificam os órgãos segundo esses critérios?
	Quanto à POSIÇÃO HIERÁRQUICA
	INDEPENDENTES ou PRIMÁRIOS
	- Originados diretamente na CF, por isso, não estão sujeitos a NENHUMA SUBORDINAÇÃO
- São os ÓRGÃOS DE CÚPULA dos Poderes Estatais
	- Formados pelas casas legislativas, chefias do executivo, tribunais do Poder Judiciário, MP e TC´s (*)
	AUTÔNOMOS
	- Localizam-se imediatamente abaixo dos independentes
- Gozam de AUTONOMIA administrativa, técnica e financeira
- Têm competência de PLANEJAMENTO, SUPERVISÃO E CONTROLE SOBRE OUTROS ÓRGÃOS
	- Ex: ministérios, secretarias estaduais e municipais.
	SUPERIORES
	- Também possuem competência decisória e diretivas, todavia, encontram-se subordinados a uma chefia superior. 
- Desprovidos de autonomia financeira ou administrativa.
	- Ex: gabinetes, procuradorias administrativas, departamentos
	SUBALTERNOS
	- São os que exercem atribuições predominantemente EXECUTÓRIAS.
	- Ex: seção de expediente, de portaria
(*) Importante destacar que nesta classificação o autor adotou um sentido ampliativo de órgão, o que se mostra contraditório à natureza subordinada dos órgãos).
	Quanto à ESTRUTURA
	SIMPLES ou UNITÁRIOS
	- Constituído por apenas UM CENTRO DE COMPETÊNCIA
	- Ex: Presidência da República
	COMPOSTOS
	- Constituídos por diversos ÓRGÃOS MENORES.
	- Ex: Secretarias 
	Quanto à ATUAÇÃO FUNCIONAL
	SINGULARES ou UNIPESSOAIS
	- Composto por UM ÚNICO AGENTE
	- Ex: Prefeituras municipais, governadorias
	COLEGIADOS ou PLURIPESSOAIS
	- Formados por VÁRIOS MEMBROS.
	- Ex: Tribunais e TC´s
15. As entidades paraestatais são obrigadas a realizar concurso público para seleção de pessoal?
Resposta
R:	Não. As ENTIDADES PARAESTATAIS são ENTIDADES PRIVADAS, SEM FINS LUCRATIVOS, que atuam ao lado do Estado, auxiliando o Poder Público ao desempenhar alguma ATIVIDADE DE INTERESSE PÚBLICO, em alguma ÁREA SOCIAL (como saúde, educação, pesquisa, desenvolvimento institucional...).
Não integrando a Administração Pública, A OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL DE REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO NÃO PODE SE APLICAR A ELAS, embora as mesmas devam obedecer aos princípios da Administração. Por essa razão, a contratação não pode ser pessoal, o que faz com que essas entidades elaborem um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO, que não é concurso público.
16. As entidades do terceiro setor, ou paraestatais, são obrigadas a realizar licitação pública para contratação de bens e serviços?
R:	Não. As ENTIDADES PARAESTATAIS (ou ENTIDADES INTEGRANTES DO TERCEIRO SETOR) são entidades privadas, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado, auxiliando o Poder Público ao desempenhar alguma atividade de interesse público, em alguma área social (como saúde, educação, pesquisa, desenvolvimento institucional...).
Não integrando a Administração Pública, A OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL DE REALIZAÇÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SE APLICAR A ELAS, embora as mesmas devam obedecer aos princípios da Administração, tais como impessoalidade, moralidade, transparência...
As entidades paraestatais mais conhecidas são as OS, OSCIP e as OSC.
As OS (Organizações sociais) e as OSCIP (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) devem elaborar um REGULAMENTO PRÓPRIO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES, que deve ser previamente aprovado.
As OSC não precisam nem mesmo elaborar esses regulamentos de compras, desde que, da mesma forma, façam contratações impessoais e por valores compatíveis com os valores de mercado.
17. As entidades paraestatais podem ser contratadas pela Administração sem licitação?
R:	Não, nem sempre!
As OS podem ser contratadas por DISPENSA DE LICITAÇÃO prevista no artigo 24 XXIV da Lei 8666, mas AS DEMAIS PARAESTATAIS EXIGEM ALGUM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:
As OSCIP devem ser selecionadas a partir de CONCURSO DE PROJETOS realizado pela Administração
As OSC devem ser escolhidas por CHAMAMENTO PÚBLICO.
18. É correto dizer que uma das diferenças entre as OS e as OSCIP é que as aquelas firmam contrato de gestão  com a Administração e que essas  firmam termo de parceria?
R:	Sim, é verdade.
O contrato de gestão pressupõe um vínuclo duradouro que está sendo firmado entre a Administração e a OS e, assim, a Administração acaba "terceirizando" o serviço, ou seja, permitindo que a OS atue naquele setor (por exemplo, na saúde), o que serve para enxugar os quadros da Administração, trazendo como consequência a extinção de órgãos e entidades, e de cargos públicos.
O termo de parceria é pontual. A OSCIP é escolhida para ajudar prestando determinado serviço por determinado tempo, não causando a extinção da estrutura da Administração.
19. Podemos dizer que a qualificação de entidades filantrópicas como OS ou OSCIP é poder discricionário da Administração?
R:	Não.
A qualificação como OS de fato é poder discricionário da Administração, que escolhe se deseja contratar a entidade, com dispensa de licitação, para atuar em determinado setor.
A qualificação de entidade como OSCIP, por outro lado, é poder vinculado, ou seja, a entidade que cumpre os requisitos estabelecidos em lei tem o direito de se qualificar como OSCIP, e depois a Administração realizará concurso de projetos para escolher a OSCIP com a qual deseja trabalhar.
R: a
5. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
1. Os poderes vinculado e discricionário não são poderes autônomos e independentes, mas sim características dos demais poderes da Administração. Correto?
R:	Correto. A Administração possui quatro poderes autônomos, que são o poder regulamentar, o poder disciplinar, o poder hierárquico e o poder de polícia. Cada um desses quatro poderes será vinculado ou discricionário, conforme a característica de cada um, caso a caso.
2. A legalidade e a discricionariedade são incompatíveis entre si?
R:	De forma alguma. A discricionariedade retrata a possibilidade que o agente público tem de tomar decisões diante de cada concreto, mas apenas nos limites estabelecidos pela lei. O exemplo
característico do poder discricionário, sempre citado nas questões de concurso público, é o da vigilância sanitária. Suponha que a legislação sanitária preveja que a multa aplicável no caso da venda de alimentos fora do prazo de validade seja de até R$ 100.000,00; nessa hipótese o fiscal de vigilância sanitária diante de cada caso concreto poderá aplicar multa de R$ 1.000,00 quando a situação encontrada não seja considerada grave, ou multa de R$ 90.000,00 quando a situação for por ele considerada bem mais grave. Ambas as sanções aplicadas têm respaldo legal, uma vez que a lei previu a multa de ATÉ R$ 100.000,00. Uma multa de R$ 110.000,00 seria sim ilegal, uma vez que a medida tomada seria arbitrária, e não coberta pela discricionariedade.
3. Qual princípio serve para limitar o poder discricionário e balizar a atuação do agente diante do caso concreto?
R:	A razoabilidade e a proporcionalidade devem ser levadas em conta pelo agente de forma a limitar a sua discricionariedade. O agente deve aplicar uma multa proporcional à gravidade da situação, e não deve fazer exigências, imposições ou restrições que não sejam razoáveis, que não tenham fundamento.
4. O agente público deve atentar para os princípios da razoabilidade e proporcionalidade apenas quando o seu poder é discricionário, e não quando o seu poder é vinculado. Está certo?
R:	Correto. Quando o poder do agente é discricionário, tal como ocorre com a vigilância sanitária e, de forma geral, na maioria das medidas decorrentes do poder de polícia, esse agente deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma a não aplicar sanções, imposições e limitações além do que seja necessário, razoável e proporcional. Quando o poder do agente público é vinculado, no entanto, não caberá a esse agente verificar se a medida é razoável ou proporcional, mas sim aplicá-la diante da DETERMINAÇÃO legal. Dessa forma, em uma fiscalização tributária, quando a lei determina que a multa aplicável no caso de falta de recolhimento de determinado imposto é de 200% do imposto não recolhido, esse agente fiscal deverá aplicar multa nesse valor sem levar em consideração se o valor final a pagar é elevado ou não, se o contribuinte deixou de recolher o tributo de forma dolosa ou culposa, se foi levado a erro por culpa de outrem… Nesse caso, a medida decorrente do poder vinculado é obrigatória.
5. Os chamados “conceitos jurídicos indeterminados” denotam a presença do poder discricionário da Administração?
R:	Sim. Quando, por exemplo, a legislação sanitária prevê que, no caso da venda de alimentos com prazo de validade expirado a sanção aplicável seja a multa de até R$ 100.000,00 ou a interdição em casos graves, caberá ao agente fiscal decidir diante do caso concreto se aquela situação é ou não “grave” contando apenas com a sua experiência técnica e razoabilidade, uma vez que a lei não determina com precisão o que seja um “caso grave”. Assim sendo, os “conceitos jurídicos indeterminados” são, conforme nossa doutrina, aqueles conceitos utilizados pela legislação mas que não estão suficientemente definidos por ela. Assim por exemplo encontramos os termos “grave”, “escandaloso”, “perigoso”, “notório”, “ilibada”…
6. Seria correta a sentença abaixo?
“A Administração não tem a obrigação de nomear os candidatos aprovados em concurso público fora do número de vagas definido no edital ainda que surjam novas vagas durante o prazo de validade do referido certame, tratando-se aqui de poder discricionário da Administração a nomeação desses candidatos”.
R:	Correto. 
Havia muita controvérsia sobre o tema, mas o STF acabou julgando a matéria de forma definitiva, atribuindo repercussão geral à matéria em 09/12/2015, na ação  RE 837.311:
Fixada tese de repercussão geral em recurso sobre nomeação de candidatos fora das vagas de edital
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou nesta quarta-feira (9) a tese de repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE) 837311, julgado em outubro, que discutiu a nomeação de candidatos classificados fora das vagas previstas em edital, antes da convocação dos aprovados em concurso posterior.
A tese estabelece que: “O SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS ou a ABERTURA DE NOVO CONCURSO para o MESMO CARGO, DURANTE O PRAZO DE VALIDADE do certame anterior, NÃO GERA AUTOMATICAMENTE O DIREITO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS FORA DAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL, ressalvadas as hipóteses de PRETERIÇÃO ARBITRÁRIA e IMOTIVADA por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
Assim, o DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DO CANDIDATO APROVADO em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses:
1 - Quando a APROVAÇÃO OCORRER DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS dentro do edital;
2 – Quando houver PRETERIÇÃO NA NOMEAÇÃO por não observância da ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO;
3 – Quando SURGIREM NOVAS VAGAS, ou for ABERTO NOVO CONCURSO DURANTE A VALIDADE do certame anterior, E ocorrer a PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS DE FORMA ARBITRÁRIA E IMOTIVADA por parte da administração nos termos acima.
7. Podemos dizer que o PODER REGULAMENTAR é aquele que permite à Administração editar normas de forma a criar obrigações e imposições novas aos particulares?
R:	Não. Dispõe a nossa Constituição Federal em seu artigo 5º II que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Assim sendo, somente a lei deve criar obrigações ou proibições novas aos particulares. 
A Administração não pode editar normas, atos normativos, tais como decretos e regulamentos, que venham a criar obrigações aos administrados sem prévia disposição legal. A LEI é norma originária, enquanto que os ATOS NORMATIVOS são normas secundárias, que servem apenas para explicar, detalhar as obrigações criadas e impostas por LEI.
Muito se diz que o princípio da LEGALIDADE aplicável aos particulares determina que os mesmos devam obediência à LEI e aos ATOS NORMATIVOS (como decretos), e não apenas à lei em sentido estrito. Isso de fato é verdade em decorrência da “presunção de legalidade dos atos administrativos”, ou seja, não cabe a cada particular decidir, por conta própria, quais atos administrativos entenda ser legal ou não para, então, cumprir aqueles que entenda serem legais. O particular deve obediência aos atos normativos uma vez que eles foram presumidamente editados de acordo com a lei e, assim, não é o ato normativo que está criando obrigações para o particular, mas apenas explicando melhor as obrigações que foram originariamente criadas pela lei.
Assim sendo, o poder regulamentar é aquele que permite à Administração editar normas de forma a explicar melhor a lei, regulamentando as leis que precisarem ser explicadas para sua perfeita execução.
8. O PODER REGULAMENTAR permite que uma AGÊNCIA REGULADORA EDITE NORMAS TÉCNICAS a serem seguidas pelas empresas que atuem no setor regulado, correto?
R:	Certo (mais ou menos!!!). Existe grande divergência doutrinária acerca do alcance da expressão “poder regulamentar”. A maior parte da doutrina entende que poder regulamentar e poder normativo são termos sinônimos que denotam a possibilidade da Administração editar normas, atos normativos que sirvam para explicar as leis. Nesse sentido, por exemplo, no nível federal o Presidente da República pode editar decretos e regulamentos, os Ministros de Estado podem editar Resoluções, o Secretário da Receita Federal edita Instruções Normativas, os órgãos colegiados editam Deliberações e as agências reguladoras podem editar normas para o setor regulado.
Há no entanto parte da doutrina, capitaneada pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, que prefere utilizar a expressão “poder regulamentar” para se referir à faculdade do Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de editar decretos regulamentares e a expressão “poder
normativo” para se referir à possibilidade dos demais órgãos e autoridades da Administração de editar os demais atos normativos, tal como o Ministro ao editar resoluções e a agência reguladora ao editar normas técnicas.
CUIDADO!!! Em uma questão de múltipla escolha, aquela afirmativa deve ser, a princípio, escolhida como a certa, a não ser que haja outra opção “mais certa”. Em uma questão do Cespe/UnB, de “certo ou errado”, é melhor seguir a doutrina majoritária e colocar “certo”, e torcer para que a banca tenha seguido a corrente majoritária!!!
8. Analise a sentença e diga se está correta:
“O poder hierárquico tem diversas consequências, tais como, dentre outras, a possibilidade de delegação e avocação de competências, além da capacidade de revisão dos atos praticados por uma entidade da Administração Indireta pelo Ministério supervisor”.
R:	Errado. A possibilidade de delegação e avocação de competências está intimamente relacionada ao poder hierárquico, no entanto, a REVISÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA PELA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, quando permitida, não estará fundada no poder hierárquico uma vez que não há qualquer relação de subordinação hierárquica entre a entidade descentralizada e a Administração Direta. O Ministério exerce a chamada “SUPERVISÃO MINISTERIAL” sobre a entidade a ele VINCULADA, para fins de controle finalístico. A relação é portanto de vinculação, e não de subordinação, afastando-se o poder hierárquico.
9. O PODER HIERÁRQUICO traz diversas consequências, tais como a possibilidade de delegação e avocação de competências. Nesse sentido podemos afirmar então que a delegação de competência e a avocação de competência só poderão existir entre órgãos hierarquicamente subordinados entre si?
R:	Não. A AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA é o fenômeno pelo qual um órgão ou agente atrai para si a competência do órgão/agente a ele subordinado, partindo-se da máxima de que “quem pode mais, pode menos”. Nesse sentido, a avocação de competência SÓ PODE EXISTIR FUNDADA NO PODER HIERÁRQUICO.
Quanto à DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, essa obrigatoriedade não existe. De fato a delegação de competência ocorre em maior grau dentro da mesma estrutura hierárquica, quando um órgão ou agente permite que o órgão/agente a ele subordinado exerça uma competência que a lei havia originalmente outorgado ao superior, no entanto, É POSSÍVEL A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA A ALGUÉM QUE NÃO LHE SEJA SUBORDINADO, tal como prevê o artigo 12 da Lei nº 9.784/1999:
“Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial”
10. Em se tratando do poder hierárquico, é correto afirmar que a delegação de competência traduz um poder discricionário, no sentido de que uma autoridade pública pode delegar livremente quaisquer competências a outros agentes conforme a sua conveniência?
R:	Não. A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA É DE FATO DISCRICIONÁRIA, no sentido de que a autoridade pública pode decidir por delegar ou não determinada competência quando entender conveniente, no entanto, essa possibilidade NÃO É ABSOLUTA, uma vez que A LEI VEDA A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA EM DETERMINADAS HIPÓTESES, tal como previsto na Lei nº 9.784/1999:
“Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
…
Art. 13. NÃO PODEM SER OBJETO DE DELEGAÇÃO:
I - a edição de ATOS DE CARÁTER NORMATIVO;
II - a DECISÃO DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS;
III - as matérias de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA do órgão ou autoridade.”
11. Em se tratando do poder hierárquico, é correto afirmar que A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA PODE SER FEITA POR PRAZO INDETERMINADO, mas a AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA SÓ PODE SER ADMITIDA DE FORMA TEMPORÁRIA?
R:	Sim, está correto. A delegação de competência ocorre com muita frequência na Administração e, assim, é comum que uma competência delegada por determinado Presidente da República a seus Ministros por prazo indeterminado em certa época perdure indefinidamente enquanto os novos Presidentes que o sucederem não decidirem revogar tal delegação. 
A AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA, por outro lado, SÓ SE JUSTIFICA EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS e sempre de forma temporária, tal como prevê a Lei nº 9.784/1999:
“Art. 15. Será permitida, em caráter EXCEPCIONAL e por motivos relevantes devidamente justificados, a AVOCAÇÃO TEMPORÁRIA de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”
12. A APLICAÇÃO DE SANÇÕES pela Administração decorre do poder disciplinar?
R:	Não, nem sempre. O poder disciplinar é aquele que permite à Administração aplicar punições disciplinares a todos aqueles que estejam sujeitos a obedecer as normas disciplinares da Administração. 
Assim, por exemplo, as Sanções Aplicadas Aos Servidores Públicos após processo administrativo disciplinar decorrem do PODER DISCIPLINAR, no entanto, as Sanções Aplicadas Aos Particulares que não estejam sujeitos às normas disciplinares da Administração decorrem do PODER DE POLÍCIA, como acontece com as multas e interdições aplicadas a estabelecimentos comerciais.
13. As SANÇÕES APLICADAS ÀS EMPRESAS CONTRATADAS PELA ADMINISTRAÇÃO em decorrência da INEXECUÇÃO CONTRATUAL são fundadas no Poder Disciplinar da Administração?
R:	Sim. O poder disciplinar permite à Administração aplicar punições disciplinares a todos aqueles que estejam sujeitos a obedecer as normas disciplinares da Administração. 
As pessoas físicas ou jurídicas contratadas pelo Poder Público se obrigam a obedecer as normas internas da Administração por meio do vínculo contratual formado entre eles. O poder disciplinar é mais notório na aplicação de sanções aos servidores estatutários, assim, podemos afirmar que, para a existência de poder disciplinar, é necessário haver um vínculo entre a Administração e a pessoa punida, seja o vínculo contratual ou estatutário.
14. As SANÇÕES eventualmente aplicadas às CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS pelas AGÊNCIAS REGULADORAS decorrem do poder de polícia da Administração?
R:	Não. O poder de polícia permite que a Administração aplique restrições às liberdades e interesses individuais sempre em benefício da coletividade, sendo aplicável, portanto, a particulares; o PODER DISCIPLINAR permite à Administração aplicar punições disciplinares a todos aqueles que estejam sujeitos a obedecer as normas disciplinares da Administração, o que é mais notório na aplicação de sanções aos servidores estatutários, no entanto, as pessoas físicas e jurídicas que firmam contrato com a Adminsitração passam a obedecer às normas administrativas em função do vínculo contratual estabelecido entre eles.
As concessionárias de serviço público devem OBEDIÊNCIA AO CONTRATO DE CONCESSÃO FIRMADO e, sendo assim, as sanções decorrentes do descumprimento contratual são fundadas no poder disciplinar, e não no poder de polícia.
15. Quando um servidor público ocupante de cargo de chefia aplica uma advertência verbal a um subordinado que costuma chegar atrasado ao serviço, podemos afirmar que essa medida está amparada no poder disciplinar da Administração?
R:	Não. O poder disciplinar é aquele que permite à Administração aplicar punições disciplinares a todos aqueles que estejam sujeitos a obedecer as normas disciplinares da Administração, como os servidores estatutários, no entanto, na situação descrita, não houve efetivamente a aplicação de nenhuma sanção ao servidor, o que afasta a ocorrência de poder disciplinar.
No caso em questão, o chefe, usando de seu poder hierárquico, efetuou o controle e fiscalização sobre as atividades de seus subordinados, ocorrendo, portanto, o poder hierárquico e não o

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