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EAD ECONOMIA Unidade 1 Parte 1

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Unidade 1 - Parte 1
Uma visão geral da economia: 
importância na área de negócios
Renata Ferreira
Economia, é uma palavra que nos faz pensar 
em algumas imagens:
Na pessoa “muquirana” (para alguns, mas para outros 
vista como segura) que economiza todo e qualquer centavo.
 ▪ Em conseguir comprar aquela roupa desejada na 
liquidação do shopping.
 ▪ Na gritaria dos operadores da bolsa de valores.
 ▪ Nas oscilações do mercado financeiro e no lucro das 
empresas.
 ▪ Em uma reunião de governantes internacionais.
 ▪ Nos programas dos governos.
 ▪ Nas notícias dos jornais que ninguém entende.
Nossa, se formos colocar no papel todas as imagens 
que	ligamos	à	economia,	teríamos	uma	lista	extensa.
Sim, a lista é longa, pois a Economia está ligada a pra-
ticamente tudo o que vivenciamos. É cada vez mais comum 
discutirmos sobre fatos econômicos, como: aumento de pre-
ços, períodos de crise econômica, desemprego, diferenças 
salariais,	 balança	 comercial,	 oscilações	 na	 taxa	 de	 câmbio,	
crescimento	de	setores,	 taxa	de	 juros,	elevação	de	 impostos	
e tarifas públicas, globalização, entre outros. Como a maioria 
das	pessoas	liga	a	Economia	ao	âmbito	financeiro	e	a	proble-
mas sociais e de política econômica, à primeira vista estudar 
Economia	tem	baixa	popularidade.
Então, para que estudar Economia? Os autores Hall e 
Lieberman (2003) apontam alguns motivos interessantes:
 ▪ “Para compreender melhor o mundo”, já que a aplica-
ção de ferramentas da economia pode ajudar a enten-
der eventos globais e locais simples (como o trânsito 
da cidade, as oscilações nos preços dos produtos, por 
exemplo)	ou	complexos	e	duradouros	(como	as	guerras	
entre nações e os ciclos econômicos).
 ▪ “Para	adquirir	 autoconfiança”:	 as	pessoas	que	 jamais	
se interessaram por economia têm a impressão de que 
se trata de algo nebuloso, que ninguém entende e que 
nunca vão entender. Os economistas têm um voca-
bulário complicado, o “economês”, que muitas vezes 
parece incompreensível, desestimulando as pessoas a 
gostarem do assunto. Depois de aprender um pouco 
sobre a economia, esse sentimento muda. Nesse con-
texto,	a	seção	de	Economia	dos	jornais	não	parece	mais	
escrita em uma linguagem “de outro planeta”, assim 
como o desespero de mudar de canal quando começa 
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o telejornal diminui, pois agora as pessoas passam até 
a arriscar comentários sobre as notícias econômicas do 
dia.
 ▪ Para realizar mudanças sociais, atualmente as pes-
soas despertaram interesses em “construir um mundo 
melhor” e, para tanto, a economia é indispensável, já 
que é preciso compreender as raízes dos problemas 
sociais (como fome, pobreza, doenças, violência, etc.) 
e ambientais (poluição, aquecimento global, falta de 
recursos	naturais,	 entre	outros)	a	fim	de	desenvolver	
esforços para resolvê-los.
 ▪ Mais um motivo para que você pense a respeito: para 
ajudar na preparação da sua carreira.
Ao longo do nosso curso você verá que a Economia é 
uma	ciência	complexa,	mas	fascinante.	Que	seu	foco	não	está	
nos problemas, mas na melhoria da qualidade de vida das 
pessoas. Entendendo esse foco, você verá que o estudo da 
Economia é interessante e até divertido. 
Duvida? Então acompanhe a nossa disciplina e verá. 
Em	cada	unidade	venceremos	um	novo	desafio	que	o	enco-
rajará a desenvolver o gosto por esta ciência. E se não chegar 
a tanto, você pelo menos entenderá porque é imprescindível 
aprender um pouco de economia nos dias atuais, indepen-
dentemente	da	sua	profissão,	dos	seus	interesses	pessoais	e	
das suas preocupações.
Vamos lá?
16
1.1
Conceito de Economia
Em termos etimológicos a palavra Economia origina-
-se do termo grego oikosnomos, sendo oikos = casa e nomos 
=	norma,	lei.	Portanto,	significa	a	arte	de	administrar	o	lar.	
Gradativamente, esse conceito foi sendo ampliado para 
a “arte de administrar a polis” (cidade-estado).
A utilização do termo Economia provém de Aristóteles, 
que lançou as bases da ciência e quem primeiro formulou os 
problemas econômicos que interessariam aos pensadores 
posteriores. Apenas na Idade Moderna é que a Economia tor-
nou-se uma ciência, a partir da obra de François Quesnay, 
Tableau Économique (O Quadro Econômico), de 1758, na qual 
o	autor	apresenta	de	forma	simplificada	a	interdependência	
das atividades econômicas, usando terminologias da Biologia 
(já	que	além	de	filósofo	e	economista,	o	autor	era	médico)	e	
de Adam Smith, economista escocês, cuja obra intitulada A 
Riqueza das Nações, de 1776, investiga a causa e a natureza 
da riqueza das nações, analisando a Inglaterra no auge da 
Revolução Industrial.
Com	isso,	apresentamos	abaixo	um	conceito	atual:
Economia é a ciência social que estuda 
como o indivíduo e a sociedade decidem 
(escolhem) empregar recursos produti-
vos escassos na produção de bens e ser-
viços, de modo a distribui-los entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade, a 
fim de satisfazer as necessidades huma-
nas. (VASCONCELLOS e GARCIA, 
2004, p. 2).
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Vamos decifrar esse conceito.
A economia é uma ciência social porque estuda a orga-
nização e o funcionamento da sociedade e, também, o relacio-
namento entre as pessoas (que no caso da economia enfoca 
como os indivíduos se empenham na produção, distribuição 
e consumo dos bens e serviços).
Em decorrência do fato de que os recursos produti-
vos são escassos, a sociedade se depara com a necessidade 
de fazer escolhas. A escassez é o problema fundamental da 
Economia, pois como não é possível produzir tudo o que se 
deseja, na quantidade e na forma que se deseja, é preciso criar 
mecanismos para analisar as melhores condições e situações 
de modo que se atendam às necessidades humanas. Este é o 
foco da Economia: estudar as melhores formas de resolver os 
problemas	para	que	se	utilizem	os	recursos	de	forma	eficiente	
a	fim	de	satisfazer	as	necessidades	de	um	maior	número	de	
pessoas, buscando o bem-estar.
1.2
Divisões da Economia
A Teoria econômica se divide em duas grandes áreas: 
Microeconomia e Macroeconomia.
Microeconomia
Vem	 da	 palavra	 grega	 mikos,	 que	 significa	 pequeno.	
Dedica-se ao estudo em close, ou seja, como se a economia esti-
vesse sendo analisada por um microscópio. Estuda o comporta-
mento individual dos agentes econômicos (famílias, empresas 
e governo). Estuda a formação dos preços nos diversos merca-
dos a partir da ação conjunta da demanda e da oferta.
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Macroeconomia
Vem	da	palavra	 grega	makros,	 que	 significa	 grande.	
Dedica-se a uma visão geral da economia, ou seja, estuda 
o resultado global do comportamento dos agentes a partir 
da	 análise	 de	 indicadores	 (inflação,	 desemprego,	 produção	
total, consumo, volume total de poupanças, etc.). Estuda as 
condições de equilíbrio estável entre a renda e o dispêndio 
nacional. As políticas econômicas de intervenção procuram 
sempre estabelecer tal equilíbrio.
1.3
O Problema da Escassez
Vimos que o principal problema econômico é a escas-
sez.	Na	 realidade,	 a	 escassez	 significa	que	a	 sociedade	 tem	
menos a oferecer do que aquilo que os indivíduos desejam e 
necessitam. Ou seja, a escassez surge porque as necessidades 
humanas são ilimitadas e os recursos necessários para satis-
fazer tais necessidades são limitados. Por isso, a Economia é 
conhecida como a “ciência da escolha”, já que é preciso esco-
lher quais recursos serão utilizados, em que quantidade e 
quais necessidades serão atendidas.
Fazemos escolhas constantemente: desde a roupa quecolocaremos para sair, o que comeremos no café da manhã, a 
quantidade de dinheiro que destinaremos para as férias, qual 
será	o	passeio	do	final	de	semana,	até	questões	mais	impor-
tantes	como	a	profissão	que	escolhemos,	a	universidade	que	
frequentamos, a aquisição de uma moradia, entre outras. 
Enquanto isso, as empresas fazem escolhas sobre fornecedo-
res, materiais, recursos humanos, projetos, entre outras. Os 
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governos, por sua vez, decidem empregar os recursos do orça-
mento nas áreas, como: educação, saúde, infraestrutura, etc. 
As escolhas ponderam as necessidades e os desejos 
com duas limitações essenciais: a escassez de tempo e de 
poder aquisitivo. Os consumidores, as empresas e os gover-
nos analisam as alternativas possíveis e decidem qual é a 
mais conveniente. Ao fazerem isso, estão atuando no âmbito 
da Economia.
Você vê como a Economia está presente em tudo? 
Resumindo:
NECESSIDADES
HUMANAS
ILIMITADAS
RECURSOS
PRODUTIVOS
LIMITADOS
ESCASSEZ
As necessidades humanas
Segundo Passos e Nogami (2003) “as necessidades 
humanas representam a sensação de carência de algo unida 
ao desejo de satisfazê-la”. As pessoas têm diversos tipos de 
necessidades: ar, água, alimentos, vestuário, moradia, lazer, 
sabedoria, paz, amor, etc.
Essas necessidades são sempre renovadas (desejamos 
novas coisas e cada vez mais) e, por isso, diz-se que as neces-
sidades humanas são ilimitadas. Por serem ilimitaddas, nem 
todas as necessidades podem ser satisfeitas. O ditado “quanto 
mais	se	tem	mais	se	quer”	parece	refletir	fielmente	a	atitude	
dos indivíduos em relação às necessidades.
Assim, a Economia se preocupa com o atendimento 
das necessidades humanas que podem ser satisfeitas por 
bens produzidos pelo homem (e têm um preço), denomina-
das de necessidades econômicas. Essas necessidades econô-
micas, por sua vez, são satisfeitas por bens econômicos.
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Os Bens
BEM é tudo aquilo capaz de satisfazer uma necessidade 
humana	(RIZZIERI,	2005,	p.	10).	Existem	vários	critérios	de	
classificação	dos	bens:
 ▪ livres: são abundantes na natureza, podem ser obtidos 
com pouco ou nenhum esforço humano e, por isso, não 
possuem	preço	(ex.:	ar,	luz	do	sol,	mar,	etc.)
 ▪ econômicos: são relativamente escassos, demandam 
trabalho humano na sua obtenção e possuem preço. É o 
objeto de estudo da Economia. Podem ser divididos em:
 ▪ imateriais ou serviços: mesmo sem criar objetos 
materiais, destinam-se à satisfação das necessida-
des; são intangíveis e, por não poderem ser toca-
dos,	não	podem	ser	estocados	(ex.:	serviços	médicos,	
serviços advocatícios, consultoria empresarial, aula 
ministrada, etc.)
 ▪ materiais: permitem a atribuição de características 
físicas de peso, forma, dimensão, sendo portanto 
tangíveis	e,	por	isso,	podem	ser	estocados	(ex.:	rou-
pas, alimentos, veículos, relógios, canetas, etc.). São 
divididos em:
 ▪ bens de consumo: diretamente utilizado para 
satisfazer as necessidades.
Bens de consumo duráveis
Bens de consumo não durá-
veis (ou perecíveis) 
Quando podem ser utiliza-
dos por um longo período 
de tempo (ex.: roupas, 
eletrodomésticos).
Quando são usados uma 
única vez, ou poucas vezes 
(ex.: alimentos, combustí-
vel). 
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 ▪ bens de capital: servem para a produção de outros 
bens (máquinas, instalações, etc.) e, por isso, aten-
dem indiretamente à satisfação de necessidades.
Recursos Produtivos
Para	 satisfazer	 as	 infinitas	 necessidades	 econômicas,	
precisamos produzir os bens, que, por sua vez, dependem da 
utilização de recursos produtivos (ou fatores de produção). 
Qualquer bem que se produza na economia resulta da combi-
nação	desses	recursos.	Os	economistas	classificam	os	recur-
sos produtivos em:
 ▪ Terra (ou recursos naturais): Na economia o termo 
terra é usado no sentido amplo indicando os elemen-
tos da natureza que podem ser utilizados na ativi-
dade produtiva (solo para agricultura e construções 
prediais, recursos hídricos, recursos minerais, etc.). O 
preço pago pela utilização do recurso “terra” é deno-
minado aluguel.
 ▪ Trabalho: Representa o esforço humano, físico ou inte-
lectual, despendido na produção de bens e de serviços. 
A qualidade e o tamanho da força de trabalho também 
são limitadas. A remuneração dos proprietários do 
recurso “trabalho” é denominada salário.
 ▪ Capital: Conjunto de bens duradouros, fabricados pelo 
homem, utilizados no processo de produção de outros 
bens	 (ex.:	 edifícios,	 máquinas,	 equipamentos,	 maté-
rias-primas, etc.). Ao contrário do recurso “terra”, que 
a natureza nos dá, o recurso capital é produzido em 
algum período passado. Desse modo, em economia o 
termo	capital	significa	capital	físico	(ou	capital	real),	o	
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que	é	diferente	de	capital	financeiro	(dinheiro,	ações,	
títulos,	etc.).	Uma	carteira	de	ações,	por	exemplo,	não	
é capital no sentido econômico porque não constitui 
um recurso produtor de bens e serviços. Não haverá 
aumento	de	riqueza	na	sociedade	se	o	capital	financeiro	
aumentar sem que ocorra aumento no capital real. Esse 
recurso também inclui o capital humano, ou seja, as 
habilidades e os conhecimentos adquiridos pelos indi-
víduos	por	meio	da	educação	e	da	experiência.
Em geral, nas economias capitalistas, esses recursos são 
de propriedade privada, constituem capital próprio e seus pro-
prietários têm direito a receber os lucros produzidos por aque-
le capital. Se forem tomados de empréstimo, então constituem 
capital de terceiros, os quais recebem juros como remuneração.
1.4
Questões Centrais da Economia
Da escassez dos recursos ou fatores de produção as-
sociada às necessidades ilimitadas do homem, originam-se 
as questões centrais da economia (ou problemas econômicos 
fundamentais):
 ▪ O que e quanto produzir?
Dada a escassez de recursos, a sociedade terá que es-
colher, dentro das possibilidades de produção, quais bens e 
serviços serão produzidos e suas respectivas quantidades.
 ▪ Como produzir? (tecnologia)
A sociedade terá que escolher ainda de que maneira 
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será feita a produção, de acordo com os diferentes tipos de 
técnicas	existentes.	Os	produtores	escolherão,	dentre	os	méto-
dos	mais	eficientes,	aquele	que	tiver	o	menor	custo,	além	de	
escolher a energia que será empregada, os insumos utiliza-
dos, a quantidade de trabalho humano na produção e suas 
características.
 ▪ Para quem produzir? (distribuição)
A sociedade terá que decidir também quem irá receber 
esses bens e serviços. Em outras palavras, como os indivídu-
os desfrutarão do total da produção nacional.
1.5
O Problema da Escassez: A Curva 
de Possibilidade de Produção
O problema da escassez - e a necessidade de fazer 
escolhas	-	pode	ser	explicada	pela	Curva	de	Possibilidade	de	
Produção (CPP) ou Fronteira de Possibilidade de Produção. A 
escassez de recursos faz com que a capacidade produtiva de 
uma economia tenha limites e, por isso, é necessário tomar 
a decisão (escolha), de quais bens serão produzidos e suas 
quantidades. Ou seja, em algumas situações será necessário 
produzir mais de um bem A e menos de um bem B.
Para	 simplificar,	 consideremos	 o	 seguinte	 exemplo:	
uma	 empresa	 do	 segmento	 têxtil	 que	 produza	 pijamas	 e	
camisolas. O dono dessa empresa solicitou um levantamento 
das	máximas	combinações	da	produção	de	pijamas	e	camiso-
las utilizando a totalidade da capacidadeprodutiva. O resul-
tado apresentado foi o seguinte:
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Alternativa Pijamas
(unidades)
Camisolas
(unidades)
A 0 10.000
B 6.000 8.000
C 10.000 6.000
D 13.000 4.000
E 15.000 2.000
F 16.000 0
Possibilidade de Produção - Empresa X
Se utilizar toda a capacidade para produzir pijamas, 
não terá como produzir camisolas (alternativa F). Por outro 
lado, se sua dedicação for somente para a produção de cami-
solas, não produzirá pijamas (alternativa A). Essas são duas 
posições	 extremas,	mas	 existem,	 entre	 elas,	 inúmeras	 solu-
ções alternativas que combinam as duas produções (repre-
sentadas	no	exemplo	pelas	alternativas	B,	C,	D	e	E).	
Se	traçarmos	o	gráfico	com	essas	alternativas	de	pro-
dução, temos o seguinte resultado:
0 6000 10.000 13.000 16.000 Pijamas
Camisolas
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
Combinação
Impossível
Subutilização
A
B
H
G
C
D
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A linha resultante da união dos pontos que compõem 
as alternativas de produção é a Curva de Possibilidade de 
Produção (CPP).
Assim, a CPP mostra todas as combinações possí-
veis de dois bens que podem ser produzidos dentro de uma 
limitada quantidade ou qualidade de recursos (BOYES e 
MELVIN, 2006, p. 25). Através desse conceito, vale ressaltar 
que os pressupostos do modelo são:
 ▪ Os	recursos	são	fixos	(número	de	máquinas	e	trabalha-
dores	é	fixo);
 ▪ O conhecimento tecnológico é constante (no curto 
prazo não há nenhuma inovação tecnológica);
 ▪ Somente dois produtos são passíveis de fabricação.
Algumas constatações merecem destaque:
a. Eficiência	produtiva:	Tem-se	eficiência	produtiva	em	
qualquer ponto sobre a fronteira (ao longo da linha 
AF), na qual ao aumentarmos a produção de pija-
mas temos que reduzir a produção de camisolas e 
vice-versa.
b. Um ponto dentro da curva (Ponto H): Representa 
uma produção possível de ser atingida, embora 
implique em ociosidade na utilização dos fatores de 
produção. (Situação de desemprego - terras inati-
vas, trabalhadores desocupados, máquinas paradas 
ou	qualquer	outro	tipo	de	utilização	ineficiente	dos	
recursos disponíveis). 
c. Um ponto fora da curva (Ponto G): Representa uma 
produção impossível de ser alcançada com a utiliza-
ção dos fatores de produção disponíveis. A produ-
ção	em	um	ponto	fora	da	curva	exigiria	a	utilização	
de mais recursos ou um avanço tecnológico (que 
26
permitiria um aumento na qualidade dos recursos 
utilizados), essas situações provocariam o desloca-
mento da CPP para fora até alcançar o ponto G.
Custo de Oportunidade
A Curva de Possibilidade de Produção permite identi-
ficar	o	conceito	econômico	de	Custo	de	Oportunidade,	o	qual	
representa aquilo que se deve renunciar para se obter algo, 
mas, concretamente, representa as quantidades de um bem 
que se deve abrir mão para aumentar a produção do outro 
bem (MOCHÒN, 2006, p. 5).
A	economia	nos	ensina	que	não	existe	“nada	grátis”,	
para conseguirmos algo, temos que renunciar a outras coisas 
e esse é o princípio do custo de oportunidade.
No	nosso	exemplo:	suponha	que	a	empresa	esteja	pro-
duzindo no Ponto A e decida produzir a alternativa B: (aumen-
tar a produção de pijamas). O custo de oportunidade seria:
Ponto A => Ponto B
0 pijamas => 3.000 pijamas
10.000 camisolas => 8.000 camisolas
O custo de oportunidade de se aumentar a produção de 
pijamas	para	3.000	unidades	são	as	2.000	camisolas	sacrificadas.
Agora suponha que a empresa esteja operando no 
ponto B e decida aumentar a produção de camisolas, pas-
sando a produzir no ponto A.
Ponto B => Ponto A
8.000 camisolas => 10.000 camisolas
3.000 pijamas => 0 pijamas
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O custo de oportunidade de se aumentar a produção 
de camisolas para 10.000 unidades são as 3.000 unidades de 
pijamas	sacrificadas.
1.6
Funcionamento	Simplificado	da	
Economia:	Fluxo	Circular
Com os conceitos que aprendemos até agora, já é possí-
vel	entender	de	modo	simplificado	como	a	economia	funcio-
na. Em uma economia, são utilizadas várias combinações dos 
recursos produtivos “terra”, “capital” e “trabalho”, resultando 
na	produção	dos	bens	e	serviços	existentes.
RECURSOS
(terra, capital e trabalho)
RESULTADO:
Produtos e Serviços
Dessa	relação	surge	nosso	primeiro	fluxo:	o	fluxo	real	
da	economia.	Por	Fluxo	Real	entendemos	o	movimento	dos	re-
cursos produtivos e bens e serviços entre os diversos agentes 
econômicos.	Como	estamos	tratando	de	uma	simplificação,	va-
mos considerar apenas dois grandes agentes: as famílias - pro-
prietárias dos recursos de produção - e as empresas - produto-
ras	dos	bens	e	serviços	disponíveis.	As	firmas	contratam	mão	
de obra, compram matérias-primas e bens de investimento 
(ou seja, adquirem os recursos produtivos) e produzem bens. 
Esses	 são	posteriormente	vendidos	a	outras	firmas,	 as	quais	
transformam ainda mais o produto até chegarem ao produto 
final,	o	qual	é	vendido	ao	consumidor/famílias.
28
Sabemos que toda vez que um bem é transferido de 
um agente para outro, são efetuados pagamentos em troca 
deles.	Surge,	então,	mais	um	fluxo:	o	monetário.	As	empresas,	
ao adquirem os recursos produtivos das famílias, pagam por 
eles; os donos das terras recebem aluguel por suas proprie-
dades; os trabalhadores recebem os salários e os detentores 
do capital ganham os juros ou o lucro. As famílias, por sua 
vez, utilizam seus recursos monetários para comprar os bens 
e serviços oferecidos pelas empresas. O dinheiro recebido 
com a venda das mercadorias e dos serviços retorna para as 
empresas, que podem adquirir mais recursos de produção, 
tornando	o	fluxo	circular.	Assim,	o	fluxo	monetário	gira,	con-
sequentemente,	em	direção	contrária	ao	fluxo	real.
Recursos Remuneração
Terra
Capital
Trabalho
Aluguel
Juros - Lucro
Salário
Ao	juntarmos	os	dois	fluxos,	temos	o	“Fluxo	Circular	
da Renda”, o qual representa um modelo econômico elemen-
tar	que	demonstra,	de	forma	simplificada	e	gráfica,	a	organi-
zação	econômica.	Esse	fluxo	está	exemplificado	a	seguir:
Famílias EMPRESAS
Mercado dos 
fatores de 
Produção
Mercado 
de Bens e 
Serviços
Fornecimento dos recursos de produção
Fornecimento de bens e serviços
Pagamento pelos fatores de produção
Pagamento pela compra dos bens e serviços
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No	diagrama	acima,	o	fluxo	monetário	está	representa-
do	pelas	setas	azuis	e	o	fluxo	real	pelas	setas	vermelhas.	Esse	
diagrama também permite responder a três questões centrais 
da economia:
a. O que e quanto produzir?
As necessidades e desejos dos consumidores (famílias) 
determinarão quais bens e serviços serão produzidos e em que 
quantidade, surgindo, assim, o mercado de bens e serviços.
b. Como produzir?
É determinado pela concorrência entre produtores. 
Cada produtor procurará minimizar seus custos e buscará 
métodos	e	recursos	mais	eficientes	para	maximizar	seus	re-
sultados e sobreviver à concorrência. Cria-se um mercado de 
fatores de produção, no qual as empresas buscam os melho-
res recursos para sua produção.
c. Para quem?
Será determinado pela oferta e demanda no mercado 
de fatores de produção, já que a remuneração desses recursos 
(aluguéis, lucro, juros e salários) determina a renda disponí-
vel de cada agente. Isso permite a aquisição de certos bens e 
serviços, fazendo com que o preço se torne um instrumento 
de	exclusão,visto	que	alguns	indivíduos	não	terão	renda	dis-
ponível para o consumo de alguns bens.
Podemos	usar	esse	fluxo	para	analisar	vários	mercados	
e	situações.	E,	se	quisermos	um	fluxo	mais	complexo	e	rea-
lístico,	basta	 incluirmos	o	governo,	o	mercado	financeiro	e,	
ainda, o comércio internacional.
30
REfERêNCIA
BOYES, W.; MELVIN, M. Introdução à Economia. São Paulo: 
Ática, 2006.
HALL, R. E.; LIEBERMAN, M. Microeconomia: princípios e 
aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
MANKIW, G. N. Introdução à Economia: princípios de mi-
cro e macroeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MOCHÓN, F. Economia: teoria e política. 5. ed. São Paulo: 
Mc Graw Hill, 2006.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. 4. 
ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
RIZZIERI, J. A. B. Introdução à Economia. In: PINHO, D. 
B.s; VASCONCELLOS, M. A. S. (org.) Manual de Economia. 
Equipe de Professores da USP. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 
2005. p. 3-24.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos 
de Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
A análise desse diagrama nos aponta novas termino-
logias, como mercados, oferta, demanda, preços, etc. Mas a 
discussão	sobre	esses	conceitos	é	assunto	da	nossa	próxima	
unidade. Nos encontramos lá!

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