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ANATOMIA PATOLÓGICA • GERAL: Estuda as reações básicas das células e tecidos aos estímulos anormais que servem de base a todas as doenças. PATOLOGIA • ESPECIAL: A especial examina as respostas específicas por parte dos órgãos e tecidos especializados. Um processo mórbido é constituído de 04 (quatro) aspectos: 1.Causa (etiologia): Genéticas, Adquiridas, Idiopáticas 2.Mecanismos de desenvolvimento (patogenese)- Refere-se a seqüência de acontecimentos em resposta das células, tecidos ou de todo o organismo à causa---- desde o estimulo inicial até a última expressão de manifestações da doença. 3.Alteração estruturais nas células e órgãos- Refere-se ás mudanças estruturais e funcionais das células e tecidos envolvidos na patologia. 4.Consequência funcional (sig.clínico)---- As alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes órgãos ou tecidos, influenciam a função normal e determinam os aspectos clínicos ( sinais e sintomas). MORFOLOGIA DAS CÉLULAS LESADAS As células lesadas quando examinadas, tem-se por objetivo determinar se a lesão é reversível ou se há morte celular. Na lesão reversível existe 2 padrões que podem ser reconhecidas na microscopia ótica: A)Tumefação celular--- Edema celular b) Metamorfose gordurosa--- acúmulo de gordura dentro das células. Na morte celular as células são dadas como mortas somente após serem passadas por uma seqüência de alterações denominadas de NECROSE. Há 2 processos que proporcionam as alterações de necrose: a) digestão enzimática da célula b) desnaturação das proteínas As enzimas catalíticas originam-se ou dos lisossomos das células mortas, caso em que a digestão enzimática é referida como AUTOLISE, ou dos lisossomos de leucócitos imigrantes, chamada de HETEROLISE. TIPOS DE NECROSE 1- NECROSE DE COAGULAÇÃO- Ocorre quando há isquemia grave em órgãos tais como rins, coração e supra-renais. 2- NECROSE DE LIQUEFAÇÃO- É característico da isquemia em tecidos cerebrais. 3-NECROSE GORDUROSA- Este padrão é encontrado na morte celular de tecidos adiposos devido a ação das lipases. É encontrado na necrose pancreática aguda, e em tecidos como a mama. 4- NECROSE CASEOSA- Ocorre em infeções tuberculosas. 5- NECROSE GANGRENOSA- É quando há uma isquemia grave, seguida de um ataque por germes bacterianos, atraindo grande quantidade de leucócitos ao local. É uma necrose de coagulação com presença de leucócitos. DEFINIÇÃO E CAUSAS DAS LESÕES E ADAPTAÇÕES CELULARES As células normais situam-se numa faixa bastante estreita de função e estrutura mantendo-se em equilíbrio. Estresses fisiológicos ou patológicos provocam “adaptações celulares" que geram um novo estado de equilíbrio, por exemplo, os músculos de um halterofilista são adaptações celulares. O aumento da massa muscular reflete o aumento do tamanho dos feixes musculares individualmente (hipertrofia). Ao contrario, a "atrofia" é uma resposta adaptativa na qual há uma diminuição do tamanho e da função celular. Caso forem excedidos os limites da capacidade de adaptação, ou quando não é mais possível uma resposta adaptativa, segue-se uma seqüência de eventos, grosseiramente chamados de lesão celular, que pode ou não ser reversíveis. Por exemplo: se o suprimento de sangue para o miocardio for interrompido por mais ou menos 15 min, as células se recuperam. Caso este stop for maior que 1 hora, a célula morre dando uma lesão irreversível. As causas das lesões e morte celular variam desde uma violência extrema (acidentes de carro) até causas muito sutis (falta de uma enzima----lactose). Portanto, adaptação, lesão reversível e morte celular devem ser consideradas como estados ao longo de um leque de agressões à função normal e estrutura das células. A maior parte das influencias adversas podem ser agrupadas nas seguintes categorias: 1-HIPOXIA- É a redução do fornecimento de oxigênio às células, enquanto a parada total desse suprimento é denominada anóxia. A causa mais comum de hipoxia é quando há diminuição do suprimento sangüíneo para um determinado órgão (isquemia). Outra causa é a oxigenação inadequada do sangue devida a uma insuficiência cardiorrespiratória; A perda por parte do sangue da capacidade de transportar oxigênio, como na anemia ou envenenamentos é a terceira causa mais comum de hipoxia. 2-AGENTES FISICOS- Estes incluem: a- traumatismos mecânicos b- extremos de temperatura (calor e frio) c- choque elétrico 3-AGENTES QUIMICOS- A lista de agentes químicos e drogas que podem produzir lesão celular é extremamente grande. Agentes simples como a glicose e o sal em concentrações hipertônicas podem determinar lesões ao perturbar a homeostasia liquida e eletrolítica. O oxigênio também em concentrações elevadas é extremamente tóxico (cérebro, olhos). Drogas (álcool, narcóticos, medicamentos) levam a lesões celulares reversíveis ou não. Lembrar sempre que o álcool é um grande depressor do SNC. 4-AGENTES INFECCIOSOS- Estes variam desde pequenos vírus até enormes vermes, passando por fungos e bactérias. Sempre lembrar que as reações infecciosas seguem a tese descrita pela fórmula: Infecção= RH e Virulência do Germe. Os processos infecciosos são definidos também como infecções comunitárias ou hospitalares. Quanto aos germes eles também recebem definições especiais tais como germes hospitalares, comunitários, oportunistas entre outros. 5-REAÇÕES IMUNOLÓGICAS- Embora o sistema imunológico sirva como defesa contra agentes biológicos, as reações imunes podem na verdade causar lesão celular. A reação anafilática é o exemplo básico, e acredita-se que as reações aos auto-antigenos endógenos sejam responsáveis por uma quantidade das assim chamadas doenças auto-imunes. 6-DISTURBIOS GENÉTICOS- Os defeitos genéticos como causa de lesão celular são de grande interesse. As lesões genéticas normalmente levam a malformações grosseiras como na sd. Down. 7-DESEQUILIBRIO NUTRICIONAL- As deficiências calórico-proteica, bem como as hipovitaminoses lesam muitas vezes de forma irreversível as células. Ironicamente, os excessos alimentares tornaram-se importantes causas de lesão celular como por exemplo o excesso de lipídios predispõe a aterosclerose, e a obesidade leva a sobrecarga de praticamente todos os órgãos. A obesidade é definida como o aumento da quantidade de gordura no tecido adiposo. Segundo a localização, a obesidade classifica-se em central e periférica, dependendo se o acumulo de gordura ocorre no tronco ou membros. A obesidade central, mais comum em homens, é mais maligna, pois predispõe à aterosclerose, diabete e litíase biliar. A gordura intravascular representado pelo aumento do colesterol e triglicerídeos são os principais elementos nas doenças isquêmicas. Em relação às carências calórico-proteica nas crianças há o desenvolvimento da desnutrição (marasmo e kwashiorkor) enquanto que nos adultos levam a caquexia. Anormalidade do Crescimento Celular As células várias vezes apresentam uma condição na qual chamamos de "adaptação celular", Que nada mais é que uma resposta das células a estímulos normais ou anormais. Por ex., o aumento da mama no período de amamentação ou o aumento do útero durante a gravidez. A adaptação celular é portanto o estado que se situa intermediariamente entre a célula normal, não estimulada, e a célula lesada, agredida. As situações adaptativas ao crescimento e diferenciação celular que são particularmente importantes incluem-se: Atrofia, hipertrofia, hiperplasia, displasia e metaplasia.; 1-ATROFIA: É a diminuição do tamanho da célula mediante perda de substância celular. Ela representa uma forma de resposta adaptativa. Quando um número suficiente de células está envolvido, todo p tecido ou órgão diminui de tamanho, ou seja, se tornaatrófico. Causas: 1- diminuição da carga de trabalho 2-perda inervação 3-diminuição suprimento 4-nutrição inadequada 5-perda de estimulação endócrino 6-envelhecimento Exs.: A tala gessada ou a perda de inervação como a poliomielite, paraplegia leva a atrofia do músculo. Na vida adulta tardia, o cérebro sofre uma atrofia progressiva, devido ao aumento a ateroesclerose que faz com que haja diminuição do apetite sangüíneo. Tanto a atrofia ocasionada por estímulos fisiológicos ou patológicos, levam as mesmas alterações morfológicas da atrofia. Há uma retração da célula deixando-se menor de tamanho, porém com chances de sobrevida. Embora as células atróficas diminuam de tamanho e de função, elas não estão mortas. Obviamente, a atrofia pode progredir até a parte em que as células são lesadas e morrem. Se o suprimento de sangue for inadequado mesmo para manter a vida das células retraídas, advém a morte celular. As células atróficas são então substituídas por tecido conjuntivo e adiposo. 2.HIPERTROFIA: É um aumento do tamanho das células e, como tal, um aumento do tamanho do órgão. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica como a causada por uma demanda funcional maior ou por uma estimulação hormonal específica. O crescimento fisiológico do útero durante a gravidez envolve tanto hipertrofia como hiperplasia. Este é um exemplo de hipertrofia fisiológica deflagrada por estímulo hormonal. A hipertrofia com resposta adaptativa tem como exemplo clássico o halterofilista. Talvez o melhor exemplo de hipertrofia adaptativa ocorra no coração de várias doenças cardiovasculares que colocam uma maior sobrecarga sobre o miocárdio. Nas pessoas com HAS, o coração que deve contrair-se contra uma maior pressão na aorta, hipertrofia-se e pode atingir pesos de 700 e 800, em vez do peso normal de 350g. A hipertrofia cardíaca também ocorre secundariamente a valvulopatias cardíacas. Quando as válvulas são lesadas, há esvaziamento incompleto das cavidades cardíacas e estiramento das fibras musculares cardíacas. Eventualmente a hipertrofia alcança um limite além do qual o crescimento da massa muscular não mais consegue compensar a maior sobrecarga e há a deflagração da ICC. Neste estágio ocorreu várias alterações degenerativas, sendo as mais importantes a lise e a perda de elementos contráteis. 3. HIPERPLASIA: Constitui num aumento no número de células em um órgão ou tecido. A hipertrofia e a hiperplasia estão intimamente relacionadas e muitas vezes se desenvolvem simultaneamente. Nem todos os tipos de células adultas possuem a capacidade de crescimento hiperplásico. Os principais tecidos que se hiperplasiam são: epitélio intestinal, epiderme, hepatócitocitos as células da medula óssea. Os que não possuem esta capacidade são: as células nervosas, cardíacas e esqueléticas. A hiperplasia tem sido dividida em fisiológica e patológica. - Fisiológica: os dois tipos mais comuns são: . Hiperplasia hormonal (mama) . Hiperplasia compensatória (hepatectomia parcial) - Patológica: consiste em casos de excessiva estimulação hormonal ou em efeitos de fatores de crescimento sobre células alvo. Ela constitui em um fator que eventualmente possa surgir proliferação cancerosa. 4. METAPLASIA: É uma alteração reversível em que um tipo de célula adulta(epitelial ou mesenquimal) é substituída por outro tipo de célula adulta. Também pode representar uma substituição adaptativa das células melhor capacitadas a suportar o meio adverso. Exemplo claro é a metaplasia escamosa que ocorre nas vias aéreas em resposta a irritantes crônicos. As células epiteliais colunares são substituídas por células escamosa estratificadas. Embora essas novas células suportem mais os agressores o órgão perde um importante mecanismo protetor que é a secreção de muco. Mais ainda, as influências que predispõem a metaplasia, se persistentes, podem induzir ao câncer. Exemplos: metaplasia bronco-pulmonar e esôfago de Barret. 5. DISPLASIA: Ela significa desenvolvimento celular alterado. O termo é aplicado para células epiteliais ou mesenquimatosas, que sofreram proliferação atípica envolvendo tamanho, forma e organização celular. Ela é mais comumente encontrada em epitélios de revestimento (útero). Estão intimamente ligadas ao câncer (pré-maligna), embora possa ser reversível se retirados os fatores agressores. Está diretamente relacionada ao aparecimento de células atípicas. As principais alterações citológicas atípicas envolvem tamanho, cor, forma e organização celular (divisão).
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