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Artigo Energia Eolica para Revisão final (1)

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Energia Eólica: Geração de empregos no interior baiano
José Vitor G. S. R. Miranda1
Ramon Caio Batista Oliveira1
Elber da Silva Nascimento1
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus de Irecê
RESUMO
Este artigo apresenta estudos realizadosfeitos com a finalidade de analisar o crescimento da energia eólica no interior do nordeste baiano, a grande geração de emprego resultada deste crescimento e salientar sobre a falta de mão de obra qualificada na região para construir e manter os parques eólicos. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática sobre a temática, e logo em seguida uma análise de síntese. Estes estudos contribuíram para a discussão, destacando que é de que é de importante condição a utilização de pessoas qualificadas para o setor e que as empresas em parceria com o instituto federal ou órgão governamental, possam disponibilizar cursos qualificantes gratuitos na área de construções eólicas para a população, com intuito de reduzir a demanda da mão de obra exterior na construção dos parques. O uso das riquezas naturais dos municípios tem que ser devolvido com a presença de melhorias para a cidade e o uso da qualificação irá ser de benefício para as empresas e a população, para que a fonte de renda e a sobrevivência dos mesmos sejam mantida e para isso será necessários investimentos. 
Palavras chave: Energia Eólica;, Qualificação;, Emprego.
Introdução
Desde 1970 o campo do desenvolvimento sustentável é o foco do crescimento e atualmente os investimentos têm sido notórios, devido às crises energéticas de produtos não renováveis, os países tem buscado urgentemente fontes de energias limpas e renováveis, principalmente no nordeste do Brasil, onde as fontes para a produção são de grande escala, destacando regiões com elevações superiores a 1000m, como a cidade de Morro do Chapéu no interior da Bahia, cidade berço da Chapada Diamantina.  Os programas institucionais e os incentivos fiscais fornecidos pelo governo brasileiro também são discutidos, incluindo seus impactos na sociedade. 
O impulso da produção trouxe para cidades onde são construídos os parques eólicos, fonte de renda e geração de empregos temporários para os habitantes, principalmente em zonas rurais, onde os parques são montados, com arrendamentos de terras e alugueis de espaços para implantação das torres geradoras de energia. Mas, 75% dos empregos gerados são serviços de mão de obra bruta, pedreiros, serventes, motoristas e etc. A qualificação para empregos em empresas eólicas é escassa, ou pouco investido nas cidades onde as empresas multinacionais possuem seus sistemas. 
Os recursos adquiridos podem ser utilizados para a criação de cursos de qualificação para a população, assim então qualificando os trabalhadores da região, para que não seja necessário importar serviços de outras regiões. 
Desta forma, o objetivo do trabalho foi aAnalisar o mundo do trabalho na instalação e manutenção dos parques eólicos, relacionando a utilização da mão-de-obra local com a necessidade de qualificação dessa atividade.
Desenvolvimento 
2. Desenvolvimento
O crescimento da energia eólica no mundo devido às crises energéticas, faz com que o mundo se volte a fontes inesgotáveis para a produção, e por conta do avanço da tecnologia os ventos são a principal fonte. Apesar das variações climáticas, são realizados estudos para medição de capacidade onde as cidades do Nordeste, principalmente no interior, se destacam. 
O desenvolvimento dessas fontes de energia eólica no Brasil está ajudando o país a atingir seus objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e criar empregos
A geração de empregos é ponto de partida para o desenvolvimento econômico em uma região. Um conceito que vem ganhando espaço nas discussões de benefícios sociais e econômicos em uma economia de baixo carbono é o de empregos verdes, ou green jobs. Segundo o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), empregos verdes são aqueles que contribuem substancialmente para preservar ou recuperar a qualidade ambiental. Esses empregos estão localizados em diversos setores da economia, e incluem empregos em eficiência energética, tecnologias limpas, eficiência na utilização de recursos naturais, e em atividades de baixa emissão de GEE (Unep/ILO/IOE/Ituc, 2008).
Pesquisadores relatam que caso a economia surpreender e crescer além das expectativas o setor de produção energética terá de ser revisto, para poder acompanhar a demanda, a pesquisa afirma que não terá chance de desabastecimento de energia caso a economia cresça aceleradamente, a produção no Brasil será suficiente para fazer frente ao crescimento. O fornecimento de energia elétrica no Brasil ainda depende diretamente das usinas hidrelétricas, no ano passado (2018), 87,5% da energia gerada foi produzida em 152 usinas instaladas em 16 bacias. Mas há investimentos para mudar a matriz energética nacional e tornar o setor energético do País menos dependente de hidrelétricas. Fonte: Sistema Interligado Nacional (SIN)
A China é destaque na produção mundial de energia eólica ocupando o primeiro lugar, o Brasil em 2012 ocupava o decimo quinto lugar, em 2019 tornou-se a decima segunda potência e segundo o estudo da consultoria A.T. Kearney, até 2026 o Brasil alcançara a oitava posição no setor mundial tonando o maior da América Latina, a previsão é devido ao pais conter espaço suficiente para expansão de projetos eólicos, a Holanda por exemplo, não possui mais espaços para implantação de parques eólicos, onde a solução foi apostar na construção de parques “offshore” refere-se à construção de parques eólicos em grandes massas de água para gerar energia elétrica. Essas instalações podem utilizar os ventos mais frequentes e poderosos que estão disponíveis nesses locais e têm menos impacto estético na paisagem do que os projetos baseados em terra. No entanto, os custos de construção e manutenção são consideravelmente maiores. 
A Bahia aparece como o segundo maior produtor de energia limpa no Brasil, tendo grande possibilidade de crescimento, principalmente no interior, onde já se faz presente 80% da produção no estado. A Bahia já planeja liderar a produção de energia eólica no Brasil, a previsão é que em 2020 os resultados já sejam alcançados, ultrapassando assim o Rio Grande do Norte. A empresa italiana ENEL GREEN POWER já anunciou a construção e expansão dos seus parques, onde a geração de empregos será visível, porém, a falta de qualificação profissional da população é o impasse que temos para o setor eólico, os cursos são em metrópoles distantes da realidade onde são montadas as sedes das empresas produtoras de energia, tornando assim inviável para os mesmos que planejam e tem em mente permanecer trabalhando não só no período de construção, que é de aproximadamente oito8 meses.
Os maiores beneficiários de renda no setor são os arrendatários de terra, onde tem contratos com pagamentos mensais de R$ 1.200,00 a R$ 1.800,00. Mas os trabalhadores sem qualificação se desligam do período e volta para casa sem esperança de continuidade de uma renda, onde muitos dependem de um auxílio do governo ou até mesmo das terras para plantio e trabalho familiar, mas deixam de exercer esse papel devido as empresas chegarem e montar os seus parques.
	Um estudo recente da UFMG prevê que a indústria eólica do Brasil impulsionará mais de R$ 40 bilhões em atividade econômica nos próximos anos, com emprego para atingir 200.000 postos de trabalho em todos os estados até 2026. Isso se deve parcialmente à produção, que em 2018, contou com o desenvolvimento de 13.240,10 MW de capacidade de energia eólica em todos os estados presentes.
No interior baiano o quadro de geração de empregos prevê até 2023 a geração de 24 mil postos de trabalho de forma direta e indireta. Na cidade de maior destaque, Morro do Chapéu gerou de acordo com site O Ccorreio 24 horas, 6 mil vagas de trabalho desde o seu início em 2016 até a conclusão e operaçãoem 2017, com a intenção de crescimento das empresas no interior, a geração até 2023 pode ser superior e ofertas de empregos estará disponível.
Dos cerca de 200.000 postos de trabalho projetados, o estudo espera:
23.000 brasileiros a trabalhar em instalações de produção de energia eólica;
,
90.000 para construir, operar e manter turbinas eólicas (atualmente, os técnicos de energia eólica, são relatados como sendo o trabalho que mais cresce no setor) e; 
, 
87.000 trabalhadores em outros trabalhos de apoio ao setor.
Figura 1, fonte: https://www.portal-energia.com/energia-eolica-vai-gerar-45-mil-postos-trabalho-no-brasil/
O Rio Grande do Norte se mantém como maior produtor de energia eólica no Brasil, com 1.244,8 MW médios de energia entregues nos primeiros sete meses de 2018. Na sequência, aparecem a Bahia com 1.094,8 MW médios produzidos, o Piauí com 576,9 MW médios, o Rio Grande do Sul com 569,9 MW médios, o Ceará, com 553,4 MW médios. (ABEEólica, 2018).
Com o aumento da tecnologia, as operações de manutenção tornaram um passo importante, a assistência em campo se torna inevitável, por isso a necessidade de profissionais para execução dos reparos, mesmo com o monitoramento dos aerogeradores através de computadores. O crescimento evidente na geração de empregos, principalmente na área de O&M, operação/manutenção onde os técnicos realizam manutenção preventiva e corretiva em aerogeradores, evitando ao máximo a parada dos equipamentos.
A geração de empregos locais, só da devido a duas questões indispensáveis. A primeira é que ao trazer o desenvolvimento tecnológico para a região, existe a necessidade de busca de inovação, assim criando empregos estáveis e de alta qualificação. A segunda é indispensável o investimento em capacitação da população para o aumento no número de trabalhadores locais nas instalações para que não seja de forma temporária e sim estável, com a intenção de diminuir a quantidade de trabalhadores trazidos deslocados de outras regiões. O treinamento e capacitação desses trabalhadores para o campo de energia renováveis, além de aumentar a quantidade de mão de obra local, se torna um adicional as empresas, que terá nas proximidades pessoas qualificadas, favorecendo sua competitividade e investimento. Em razão da maioria dos empregos gerados serserem de forma temporária, existe a necessidade de criação de projetos e políticas para que as empresas possam manter e aumentar o número de projetos de geração de energia limpa.
No nordeste do Brasil é uma das áreas mais promissoras para a exploração do vento. Assim, durante esse período crítico, os parques eólicos podem produzir energia elétrica, economizando as águas do São Francisco e, além disso, sem risco ambiental, emissão de gases na atmosfera. Por conta desses fatores, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão regulador brasileiro, aprovou 77 projetos de construção de parques eólicos, atraindo investimentos estrangeiros, além da instalação de indústrias de aerogeradores.
A visão energética no interior baiano é de escala mundial, 85% da energia gerada pertence ao nordeste, os níveis de desenvolvimento nas áreas onde são implantados os parques são eficientes para a produção e para suprir a necessidade de energia para o estado. 
A força do vento no Brasil é mais intensa de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuva. Isso coloca o vento como uma potencial fonte complementar de energia para a hidroeletricidade
 Considerações Finais
A energia eólica tem um grande potencial para a geração de empregos, além disso, pode trazer outros benefícios sociais, podendo aumentar a renda total das comunidades atingidas pelos parques e oferecer oportunidades de empregos temporários. 
A concentração de usinas eólicas na região do Nordeste que é um dos estados mais subdesenvolvidos do país, trás dessa maneira novas fontes de renda à sociedade local, além de atrair turistas para regiões remotas e pouco procuradas, aumentando a receita e o desenvolvimento da região. 
Assim o crescimento da energia eólica no interior do nordeste brasileiro pode trazer diversos benefícios e contribuir para o desenvolvimento sustentável, principalmente nas regiões mais carentes do estado, a energia eólica com uma junção de uma política eficiente e gestão participante, pode contribuir significantemente para o desenvolvimento das comunidades rurais e da população.
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José Vitor G. S. R. Miranda – vitoruibai@gmail.com
Ramon Caio Batista Oliveira – rcaiobatista@gmail.com	
Elber da Silva Nascimento – amaterasus173@gmail.com

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