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quinhentismo

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Quinhentismo
1500 a 1601
Contexto Histórico
O fim da Idade Média é marcado pelo Renascimento, período entre os séculos XV e XVI que trouxe profundas transformações na forma de pensar e ver o mundo. O Renascimento significou uma ruptura com o mundo feudal, baseado na fé e na religião, pois defende a crença no homem e na razão. Nesse período, de intensa atividade cultural e científica, o homem europeu fez coisas inimagináveis até então.
Quando os navegadores europeus chegaram ao Oriente pelo mar, por exemplo, chegaram também à conclusão de que a Terra era redonda. E mais: descobriram que os oceanos não eram habitados por monstros e dragões. Além disso, a formulação do heliocentrismo significou um golpe para os dogmas da Igreja. Segundo essa teoria, o Sol era o centro do Universo, e não a Terra, como queriam os religiosos. Grandes feitos como esses fizeram com que o Homem se sentisse tão poderoso quanto Deus.
Polêmica: Descobrimento ou chegada?
Quando usamos o termo “Descobrimento do Brasil” parece que nossa terra não era habitada e os portugueses foram os primeiros a encontra-la. Desta forma, desconsideramos a presença de mais de cinco milhões de indígenas, divididos em várias nações, que já habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses. 
 
Portanto, muitos historiadores preferem falar em “Chegada dos Portugueses ao Brasil”. Desta forma é valorizada a presença dos nativos brasileiros no território. Diante deste contexto, podemos afirmar que os portugueses descobriram o Brasil para os europeus. 
Literatura informativa
	Como era costume na época cada descobrimento foi rigorosamente registrado para que o rei, a nobreza e a Igreja tivessem conhecimento das novas posses. A intenção desses escritos era garantir que os governantes tivessem relatos preciosos sobre as riquezas comerciais e os interesses religiosos o que havia na terra, quem habitava o local, quais os seus costumes, qual o clima, a vegetação e os alimentos locais.
Documentos do período
	Os registros elaborados por escrivães oficiais, as cartas, os diários de navegação e os estudos sobre a flora, a fauna e os índios do Brasil constituíram os primeiros documentos do período quinhentista denominado de literatura informativa.
	A expansão marítima portuguesa, além de ter sido uma conquista política e comercial foi também um processo de dilatação do cristianismo. Luís de Camões explicitou essa ideia na sua epopeia – Os Lusíadas:
	E também as memórias gloriosas
	Daqueles reis que foram dilatando
	A Fé, o Império, e as terras viciosas
	De África e de Ásia andaram devastando,
	(Canto 1,2)
	CAMÕES, Luís Vaz de Obra Completa. Rio de Janeiro:
	Nova Aguilar, 1998. P.9
	Nessa perspectiva, a expansão não era só do Império, mas da fé também.
Carta de Descobrimento
	Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonha. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijamente sobre o batel; (...)
		A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados,de bom rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros , do comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber. Os cabelos são corredios . e andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e raspados até por cima das orelhas.
	E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobra o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com uma confecção branda como cera (mas não era), de maneira que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
Literatura Jesuíta
	Com a reforma católica, em 1549, os jesuítas chegam no território brasileiro, com o projeto de catequizar os índios e de instalar o ensino público no país, fundaram colégios, que eram a única forma de cultura que existia na colônia portuguesa naquela época.
		Assim, começaram a aparecer as obras literárias que formam o Quinhentismo do Brasil, período literário de cartas, documentos, mapas e ensaios informativos sobre as novas terras, a literatura jesuíta foi responsável pela melhor produção literária, além da poesia de devoção, cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em passagens bíblicas, e produziam documentos que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos.
	Entre os principais autores da literatura jesuíta se destaca Manuel de Nóbrega junto de seu missionário Fernão Cardim, esse foi chefe da primeira missão da catequese, cujas cartas que enviava para sua ordem servia como documento histórico, participou da fundação de Salvador e do Rio de Janeiro, das suas obras, as mais valiosas são:  Diálogos sobre a conversão do gentio (1554), primeira obra em prosa da literatura brasileira, e Cartas do Brasil (1549-1570).
	A primeira missa foi realizada, após cinco dias da data do descobrimento, num banco de areia na praia, o Frei Henrique de Coimbra e seus assistentes realizaram a missa, os índios mostraram interessados.
	“E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles (os índios) se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado: e então tornaram-se a assentar como nós… e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.”
Teatro religioso
	Os jesuítas tinham, como já foi dito, o objetivo de moralizar os costumes dos brancos colonos e catequizar os índios. E o instrumento mais utilizado para atingir o objetivo era o teatro. 
Padre José de Anchieta
	Um dos maiores representantes do período, escreveu poemas, hinos, canções e autos (teatro). Sendo o ultimo onde teve maior destaque. 
Poema a virgem;
Música Ave Maria traduzida para o tupi. 
Autos de Anchieta
	Retomada das criações de Gil Vicente e toda manifestação cultural materializada na Idade Média. 
	Obteve muito sucesso com os índios pois, ás vésperas de comemorações religiosas, escrevia peças que, levava ao público a mensagem, fazendo com que aquele sentimento fizesse renovar a fé e não se tornasse tão cansativo, como o que ocorria com os Sermões.
O Auto de São Lourenço
	
É dividido em cinco atos. O primeiro mostra o sofrimento de São Lourenço que, no segundo, junto com São Sebastião e o Anjo da Guarda, impede que Guaixará, o rei dos diabos, destrua junto com seus servos uma aldeia indígena com o vício e o pecado.
No terceiro ato, Aimbirê e Saraiva, os servos de Guaixará, torturam os responsáveis pela morte de São Lourenço, Décio e Valeriano. No quarto ato, o temor e o amor de Deus se manifestam aos índios, dizendo-lhes que devem amar a Deus por tudo o que ele fez e sacrificou por eles.
O auto termina no quinto ato, com um jogral de doze crianças na procissão de São Lourenço.
20
Características
Multilíngue,
Foco principal na figura indígena,
Levava em consideração o gosto de que os índios dispunham por festas, danças, músicas e representações.
Resumo
Quinhentismo: é a denominação das manifestações literárias ocorridas em território brasileiro durante o século XVI que é a época de seu descobrimento.
Literatura informativa
	De caráter documental, sem valor literário, pois apresenta como objetivo informar sobre a nova terra, habitantes, costumes, e principalmente, riquezas que pudessem ser exploradas, tendo como exemplo as cartas de Pero Vaz de Caminha, com o olhar do estrangeiro
 Literatura Jesuítica
	Para catequizar os índios,
como exemplo temos Padre José de Anchieta com sua religiosa e poética (destaque em seus teatros com fins pedagógicos) e Padre Antônio Vieira com seus sermões
Importância nos dias de hoje
	Para o leitor de hoje, a literatura informativa satisfaz a curiosidade a respeito do Brasil nos seus primeiros anos de vida, oferecendo o encanto das narrativas de viagem. Para os historiadores, os textos são fontes obrigatórias de pesquisa. Mais adiante, com o movimento modernista, esses textos foram retomados pelos escritores brasileiros, como Oswald de Andrade, como forma de denúncia da exploração a que o país sofrera desde então.
	Uma interpretação moderna das imagens da terra propagandeada desde o Quinhentismo é o filme Rio. Semelhante às intenções de Caminha, que buscava atrair o olhar português para nossas terras, o filme anuncia também quem é o Brasil atual, sua gente, sua fauna e flora exuberantes. O contexto agora é atrair os estrangeiros para conhecerem a terra "abençoada por Deus e bonita por natureza" que foi lançado no período de Copa da Mundo e Olimpíadas, em que estamos vivendo.
Referências
 pt.wikiwpedia.org/wiki.Botocudos (25 de março de 2015)
pt.wiki.org/wiki/Botoque (25 de março de 2015)
pt.wikibooks.org/wiki/Civilização_macrojê/Cultura (25 de março de 2015)
http://www.geocities.ws/terrabrasileira/ornato/o-ornato/o-facial.html (25 de março de 2015)
http://archivo.losandes.com.ar/notas/2011/3/2/denuncia-indigena-londres-contra-represa-mundo-553717.asp (25 de março de 2015)
http://www.jornalolhonu.com/jornais/olhonu_n_114/homenagem.html (25 de março de 2015)
http://pt.wiktionary.org/wiki/rijamente (25 de março de 2015)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batel (25 de março de 2015)
Alunos
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