Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Trabalho e Energia Nota Alguns slides, figuras e exercícios pertencem às seguintes referências: HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos da Física. V 1. 4a.Edição. Ed. Livro Técnico Científico S.A. 2002; TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física. Volume 1, 5a Ed, Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2006; da Silva, E. Z, et al., “Curso de Física Geral F-128”; Trabalho e Energia Força Trabalho e Energia 2 Trabalho Gradiente de Energia As leis de Newton permitem analisar vários movimentos. Essa análise pode ser bastante complexa, necessitando de detalhes do movimento simplesmente inacessíveis. 00v ?v Trabalho e Energia 3 Por exemplo, o cálculo da velocidade final de um carrinho na chegada da percurso da montanha russa da figura ao lado seria bastante complicado se utilizarmos as leis de Newton. Porém, com as definições de trabalho e energia, este problema se torna bastante simples, como veremos neste capítulo. Considere deslocamento em x. cosxFxFW x Trabalho e Energia 4 Trabalho: Forças constantes onde F e ∆x são módulos (>0) e θ é o ângulo entre a força e o deslocamento. 1 joule = 1 J = 1 N.mUnidade SI: Trabalho: Forças constantes Se N forças atuarem sobre o corpo, o trabalho total é a soma dos trabalhos realizados por cada força. xFxFxFW Nxxxtotal ...21 Ou seja, para que haja trabalho é necessário ocorrer um deslocamento ao longo do qual a resultante de forças é diferente de zero! Trabalho e Energia 5 xFW N i ixtotal )( 1 cos, xFxFW resxrestotal 2 2 1 mvK A energia cinética não pode assumir valores negativos e é uma grandeza escalar. O trabalho também é uma grandeza escalar e pode assumir valores negativos. Trabalho e Energia 6 Energia Cinética: definição Energia cinética de um corpo com velocidade v. 1 joule = 1 J = 1 N.m = 1 kg.m2.s-2Unidade SI: Teorema Trabalho - Energia Cinética Se a força resultante é constante, a aceleração também será. Assim, xavv x2 2 0 2 2 0 2 2 1 2 1 mvmvxFx Apesar desta dedução ser válida apenas para força resultante constante, o teorema trabalho-energia é válido mesmo quando a força variar e o movimento não for retilíneo. Trabalho e Energia 7 x vv ax 2 )( 20 2 x vv mmaF xx 2 )( 20 2 KWtotal Exemplo Um guindaste ergue uma peça de 1t, com velocidade constante, do chão até o terraço de um prédio, a 10m do chão. (a) Qual é o trabalho realizado por cada força que atua sobre a peça? (b) Do resultado do item a, calcule o trabalho total sobre a peça. (c) Este resultado poderia ser obtido pelo teorema trabalho-energia cinética? Justifique. Trabalho e Energia 8 cosyFyFW y )1x(10x81,9x1000180cos oyP ymgyPW JWP 98100 1x10x81,9x10000cos oyT ymgyTW JWT 98100 0, yFWWW yresTPtotal (a) (b) (c) 0 2 1 2 1 2 0 2 mvmvKWtotal (velocidade constante!) Trabalho para uma força variável O trabalho é a área sob a curva da força, no intervalo ∆x. Trabalho e Energia 9 Para uma força constante, teremos: Inicialmente, podemos aproximar uma força variável F(x) por uma série de forças constantes Fi. O trabalho realizado pela força variável, no intervalo ∆x, é aproximadamente a soma das áreas dos retângulos Fi∆xi, entre x1 e x2. No limite 0ix Trabalho e Energia 10 Trabalho para uma força variável 2 1 lim x x ii xFW 2 1 )( x x dxxFW 0ix O trabalho é a área sob a curva da força, no intervalo entre x1 e x2. Força elástica: kxF Força restauradora da mola Trabalho e Energia 11 Exemplo: força varia com a posição Trabalho realizado pela força da mola x F xi xf )( 2 1 )( 22 if x x x x mola xxk xdxk dxxFW f i f i Se xi < xf W < 0 Trabalho e Energia 12 Exemplo: força varia com a posição Trabalho e Energia 13 Trabalho de força variáveis em 2 e 3D Considere uma partícula movendo-se ao longo de uma curva qualquer no espaço, sob a ação de uma força F. A força pode ser decomposta em uma componente tangencial à curva, Fs, na direção do deslocamento (responsável pela variação do módulo da velocidade), e outra componente perpendicular ou radial à curva, F┴,(responsável pela variação da direção da velocidade). Trabalho e Energia 14 Trabalho de força variáveis em 2 e 3D O trabalho dW, de uma força F agindo ao longo de um deslocamento infinitesimal ds será apenas devido à componente na direção do deslocamento. Ou seja, cosFdsdsFdW s Podemos expressar o resultado acima através da definição de produto escalar. Dado dois vetores A e B, o produto escalar entre eles é definido como: onde Ф é o ângulo entre A e B. Assim, o trabalho dW pode ser escrito da forma: sdFdW Trabalho e Energia 15 Trabalho de força variáveis em 2 e 3D O trabalho, W, realizado sobre a partícula quando ela se move entre os pontos s1 e s2 será: 2 1 s s sdFW Se várias forças atuarem sobre a partícula, o trabalho total será i iitotal sdFsdFFsdFsdFdW )()(... 2121 iresF , ou seja, 2 1 s s restotal sdFW Pergunta: força centrípeta realiza trabalho? v sd cF 090cos ocdsFdW Ou, pelo teorema trabalho – energia cinética: ctev WK 0 Trabalho e Energia 16 sdFdW cc 0W KW Lembre-se que força centrípeta não muda o módulo da velocidade! Potência Até agora não nos perguntamos sobre quão rápido é realizado um trabalho! Potência, P, é a razão (taxa) de realização do trabalho por unidade de tempo: dt dW P Dado que o trabalho dW realizado por uma força F é: sdFdW dt sd F dt sdF dt dW P Ou seja, vFP Unidades SI: J/s = W Trabalho e Energia 17 Podemos escrever: Curiosidades Esquema da 1a máquina a vapor de J. Watt - 1788 1 hp = 550 ft.lb/s=746 W No sistema de unidades inglesa, a potência é medida em pé-libra por segundo. A unidade de potência cavalo-valor (hp, do inglês “horse power”) é um múltiplo da unidade inglesa, criada por Watt para fazer o marketing de sua máquina a vapor, utilizando algo familiar à sociedade da época: o trabalho realizado por cavalos. Trabalho e Energia 18 O “horse power” é a potência necessária para elevar verticalmente, a uma velocidade de 1 pé/min (≈ 0,3 m/min), uma massa de 33.000 libras (≈15 t). A “conta de luz” que pagamos mensalmente, traz a quantidade de energia gasta na residência, e não a potência. O consumo é medido em quilowatt- hora de energia, ou seja: 1 kW.h = (103 W)(3600 s) = 3,6 x 106 W.s = 3.6 MJ Exemplo Trabalho e Energia 19 Exemplo 6-11 – Tipler, 5ª Edição: Mostre que a potência fornecida a uma partícula por uma força resultante atuante sobre ela é igual à taxa temporal com a qual a energia cinética da partícula varia. v dt vd mvamvFP resres Mas, v dt vd dt vd vv dt vd dt vvd dt dv 2 )( 2 ou seja, dt dv v dt vd 2 2 1 continuação exemplo: Trabalho e Energia 20 )()( 22 1 22 mv dt d dt dv mv dt vd mPres Assim, K dt dK Pres Trabalho e Energia 21 Trabalho e Energia em 3D dt dK vFres Do exemplo anterior, temos que, Integrando ambos os lados da equação acima em função do tempo, teremos, td dt dK dtvF t t t t res 2 1 2 1 KdsdF s s K K res 2 1 2 1 sd KKKWtotal 12 resP Energia Potencial O trabalho realizado sobre um sistema de partículas pode tanto variar a energia cinética de uma ou mais partículas do sistema, como também pode ser armazenado em forma de energia potencial U do sistema. Trabalho e Energia 22 A energia potencial é uma energia associada com a configuração (ou arranjo) de sistemas cujas partículas exercem forças umas sobre as outras. Se a configuração muda, a energia potencial também pode mudar. Energia PotencialTrabalho e Energia 23 Considere um levantamento de peso, conforme figura ao lado. Vamos considerar que o haltere possui massa m e é elevado até uma altura h, em relação ao ponto mais baixo do movimento. O trabalho realizado pela força peso, durante o levantamento do haltere será, o yP mghyPW 180cos mghWP deslocamento e peso em sentidos opostos O trabalho realizado pelas mãos do esportista será, 0KWtotal 0NmPtotal WWW mghWNm vi = vf = 0 )( mghWW PNm Energia PotencialTrabalho e Energia 24 onde Pse é a força gravitacional que o esportista faz sobre o sistema (no caso, a Terra); Nsm é a força de contato entre a mão do esportista e o sistema (no caso, o haltere) e Nsp é a força de contato entre os pés do esportista e o sistema (no caso, o chão). Que forças realizam trabalho sobre o sistema? Considere agora que o sistema é formado pelo haltere e pela Terra (incluindo o chão). O diagrama de forças (externas) para este sistema será, Energia PotencialTrabalho e Energia 25 O trabalho é armazenado no sistema haltere-Terra como energia potencial, que neste caso é gravitacional. Esta energia está associada à configuração do sistema, ou seja, à posição do haltere em relação à Terra. O movimento da Terra é desprezível, assim Pse e Nsp não realizam trabalho. O trabalho realizado por Nsm é mgh (calculado anteriormente). mghWWWW NsmNsmPseexttotal 00, mghW exttotal , Assim o trabalho total realizado sobre o sistema por todas as forças externas será, Mas, 0K vsist,i = vsist,f = 0 Trabalho e Energia 26 Forças Conservativas Uma força é conservativa quando o trabalho total que ela realiza sobre uma partícula é nulo, quando esta partícula percorre um caminho fechado (posição final = posição inicial). Considere então que uma partícula saia da posição 1 e percorra um caminho fechado, voltando à posição 1, conforme figura ao lado. O trabalho total pode ser calculado através da soma, 2112 WWWtotal onde W12 é o trabalho realizado pela força na trajetória 1-2 e W21 é o trabalho realizado pela força na trajetória 2-1. Trabalho e Energia 27 Forças Conservativas Se a força aplicada for conservativa, então, 0totalW Isto significa que, independente da trajetória que a partícula percorrer para ir de um ponto a outro, se a força aplicada a ela for conservativa, o trabalho total realizado por esta força será sempre o mesmo. Assim, 02112 WWWtotal 02112 WW 2112 WW Trabalho e Energia 28 Exemplo: forças conservativas Caminho fechado: sair de A e voltar a A, passando por B. 1º Caso A B BAAB WW A B 0'BAABtotal WWW ' BAAB WW ' BABA WW A B 0' BAABtotal WWW BAAB WW ' ' ABAB WW 2º Caso 3º Caso trajetória AB trajetória BA trajetória BA’ trajetória AB’ trajetória AB trajetória BA 0BAABtotal WWW Funções Energia Potencial Trabalho e Energia 29 Força conservativa → Trabalho não depende da trajetória → Trabalho depende apenas da posição inicial e final → Função de estado → Associa-se uma função energia potencial à força. UsdFW s s c 2 1 Funções Energia PotencialTrabalho e Energia 30 UsdFW s s c 2 1 Desta definição vemos que o trabalho positivo acarreta a diminuição da energia potencial, e vice-versa. Podemos ver o exemplo do haltere da seguinte forma: o trabalho realizado pela força gravitacional (força interna ao sistema), sobre o haltere, aumenta a energia potencial do sistema, durante seu levantamento, e diminui a energia potencial do sistema, quando ele é abaixado. No exemplo acima já estamos considerando o fato de que a força gravitacional é uma força conservativa. Funções Energia Potencial Trabalho e Energia 31 UsdFW s s c 2 1 UsdFW s s c 0 ou s s sdFUUU 0 0 s s sdFUU 0 0 onde U0 é a energia potencial em s0. Nota: Sempre que possível, faremos U0 = 0 em s0 = 0. Próximo à superfície da Terra: Trabalho e Energia 32 Energia Potencial Gravitacional y y s s s s mgdyUsdmgUsdFUU 000 000 ) ˆ( j gmwF Eixo vertical (y) positivo para cima: jˆmggm Como , teremos ymgUU 0 Considerando U0 = 0 em y0 = 0, teremos mgyU Trabalho e Energia 33 Energia Potencial de Uma Mola ou Elástica iˆkxFx considerando eixo x positivo para a direita x x s s s s kxdxUsdkxUsdFUU 000 000 ) ˆ( i )( 2020 2 1 2 1 kxkxUU Vamos considerar U0 = 0 em x0 = 0. Veja que a posição é definida como x0 = 0 quando a mola está relaxada. Assim, 2 2 1 kxU Trabalho e Energia 34 Exemplo Um projétil de massa 2,40kg é disparado para cima, do alto de uma colina de 125m de altura, com uma velocidade de 150m/s e numa direção que faz 410 com a horizontal. (a) Qual a energia cinética do projétil no momento em que é disparado? (b) Qual a energia potencial do projétil no momento em que é disparado? Suponha que a energia potencial gravitacional é nula na base da colina ( y=0 ). Exercício 10(a) e (b) – Capítulo 8 – Halliday, 4ª Edição (a) (b) Qual será a resposta dos itens (a) e (b) para o projétil no ponto mais alto de seu movimento? dx dU Fx Trabalho e Energia 35 Energia Potencial e Equilíbrio s s sdFU 0 A variação de energia dU, em um deslocamento infinitesimal ds, será sdFdU Uma força conservativa unidimensional genérica pode ser escrita da forma F = Fxî, desta forma, a equação acima ficará sdFsdFdU x )ˆ( i dxFdU x dx dU Fx Trabalho e Energia 36 Considere o gráfico da energia potencial elástica em função da posição de uma mola ideal qualquer 2 2 1 kxU A força é o valor negativo da inclinação da reta tangente à curva no ponto analisado. Equilíbrio Estático Em x=0, a inclinação da curva é igual a zero e, consequentemente, Fx =0. Defini-se que uma partícula está em equilíbrio estático quando a força resultante sobre ela é nula. No caso acima, a partícula estará em equilíbrio estático quando x=0, ou seja, quando a mola estiver relaxada. Trabalho e Energia 37 Como a força é o valor negativo da inclinação da reta tangente à curva no ponto analisado, teremos que, para valores positivos de x, a força será negativa, e vice-versa. Ou seja, para qualquer lado que nos afastarmos de x =0, sempre haverá uma força acelerando a partícula na direção à menor energia potencial (à posição de equilíbrio). Equilíbrio (Estático) Estável Defini-se como equilíbrio estável a condição onde um pequeno deslocamento ocasiona uma força, conhecida como força restauradora, que acelera a partícula no sentido de retorno à posição de equilíbrio estático. Ainda considerando, como exemplo, o gráfico de U versus x para uma mola. Trabalho e Energia 38 A curva ao lado é um exemplo onde a energia potencial é um máximo no ponto de equilíbrio (x = 0). Neste caso, teremos que, para valores positivos de x, a força será negativa, e vice-versa. Comoanteriormente, para qualquer lado que nos afastarmos de x =0, sempre haverá uma força acelerando a partícula na direção à menor energia potencial (extremos da curva). Ou seja, a partícula tenderá a se afastar do ponto de equilíbrio. Defini-se como equilíbrio instável a condição onde um pequeno deslocamento ocasiona uma força que acelera a partícula no sentido de afastá-la da posição de equilíbrio estático. ponto de equilíbrio: x=0 Equilíbrio (Estático) Instável Trabalho e Energia 39 Equilíbrio (Estático) Neutro ou Indiferente Defini-se como equilíbrio neutro (ou indiferente) a condição onde a força permanece nula para um pequeno deslocamento,mantendo a partícula em equilíbrio estático. No exemplo ao lado, a energia potencial possui um valor constante na região em torno de x = 0. A força é nula tanto em x =0, quanto nos pontos vizinhos (pequenos deslocamentos). Trabalho e Energia 40 Exemplo EQUILÍBRIO ESTÁVEL EQUILÍBRIO INSTÁVEL EQUILÍBRIO NEUTRO
Compartilhar