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UPO004 AGPS Cap 1 2 010617 RRVF

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Prévia do material em texto

ANATOMIA GERAL E 
PRIMEIROS SOCORROS
Maurício Mandalozzo Ruppel 
Samia Moreira Akel
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens de capa: © stihii // Shutterstock; © elenabsl // Shutterstock; © Tefi // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2016
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Diretor Geral de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Operações de EAD
Autoria
 
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Validação Institucional
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Renato Dutra
Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Prof. Maurício Mandalozzo Ruppel e 
Profa. Samia Moreira Akel
Profa. Denise Terenzi Seixas
Bianca de Brito Nogueira
Caroline Chaves de França, Regiane Rosa 
e Silvia Mara Hadas
Valdir de Oliveira
FabriCO
KOL Soluções em Gestão do 
Conhecimento Ltda EPP 
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
R946 Ruppel, Maurício Mandalozzo
 Anatomia geral e primeiros socorros [recurso eletrônico]. / 
 Maurício Mandalozzo Ruppel, Samia Moreira Akel. – Curitiba : 
 Universidade Positivo, 2016. 
 218 p. : il.
 Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.
 Modo de acesso: <http://www.up.edu.br>
 Título da página da Web (acesso em 25 out. 2016).
 ISBN: 978-85-8486-255-9
 1. Anatomia humana. 2. Primeiros socorros.
 I. Akel, Samia Moreira. II. Título. 
CDU 611:616-083.98
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação ....................................................................................................................7
Os autores ..........................................................................................................................8
Capítulo 1 
Introdução à anatomia ....................................................................................................11
1.1 A história da anatomia ...............................................................................................11
1.1.1 Introdução ...............................................................................................................................................................12
1.1.2 Origem, significados e conceitos ............................................................................................................................12
1.1.3 Conservação e dissecação das peças anatômicas ...................................................................................................13
1.1.4 Curiosidades sobre anatomia ..................................................................................................................................14
1.2 Termos técnicos .........................................................................................................15
1.2.1 Terminologia aplicada............................................................................................................................................ 16
1.2.2 Termos gerais e abreviaturas ..................................................................................................................................18
1.2.3 Divisão do corpo humano e posição anatômica ................................................................................................... 20
1.2.4 Planos e eixos do corpo humano .......................................................................................................................... 22
1.3 Níveis de organização corporal ..................................................................................26
1.3.1 Organização do corpo humano ............................................................................................................................. 27
1.3.2 Conceitos gerais: órgãos, sistemas e aparelhos ..................................................................................................... 28
1.3.3 Apresentação dos sistemas ................................................................................................................................... 28
1.3.4 Cavidades corporais ............................................................................................................................................... 30
1.4 Nomenclatura atualizada ...........................................................................................31
1.4.1 Novos critérios ........................................................................................................................................................ 32
1.4.2 Nomes atuais ......................................................................................................................................................... 33
Referências ......................................................................................................................34
Capítulo 2 
Sistema musculoesquelético ..........................................................................................35
2.1 Sistema esquelético ...................................................................................................35
2.1.1 Funções do sistema esquelético ............................................................................................................................. 35
2.1.2 Tipos de ossos ........................................................................................................................................................ 36
2.1.3 Manutenção, remodelamento e reparação óssea ................................................................................................. 39
2.1.4 Esqueleto axial e apendicular .................................................................................................................................41
2.2 Articulações ...............................................................................................................42
2.2.1 Funções das articulações ....................................................................................................................................... 42
2.2.2 Tipos de articulações ............................................................................................................................................. 43
2.2.3 Movimentos articulares ........................................................................................................................................ 43
2.2.4 Componentes das articulações sinoviais ............................................................................................................... 45
2.3 Sistema muscular ......................................................................................................48
2.3.1 Classificação dos músculos .................................................................................................................................... 48
2.3.2 Funções dos músculos estriados esqueléticos .....................................................................................................50
2.3.3 Terminologia muscular e composição muscular ....................................................................................................51
2.3.4 Ações musculares .................................................................................................................................................. 56
2.4 Outros tecidos ............................................................................................................59
2.4.1 Fáscias .................................................................................................................................................................... 59
2.4.2 Bolsas sinoviais ...................................................................................................................................................... 60
2.4.3 Bainhas sinoviais ....................................................................................................................................................61
Referências .....................................................................................................................63
O fascínio pelo estudo do corpo humano vem desde a antiguidade, e quanto mais 
conhecemos sua formação, maior é a admiração por detalhes e funcionamento tão 
perfeitos. Esse conhecimento, além de fascinante, é de fundamental importância aos 
profissionais da área da saúde, que deverão entender detalhadamente as partes e o fun-
cionamento do organismo para intervir na melhoria de sua performance ou na restaura-
ção de sua atividade normal. 
Este livro se propõe ao estudo e à discussão dos temas relacionados à Anatomia 
Humana e Primeiros Socorros. Sendo assim, estudaremos as partes de nosso corpo e os 
principais procedimentos utilizados no atendimento inicial às vítimas dos diversos tipos 
de emergências clínicas e traumáticas com as quais poderemos nos deparar na execu-
ção de nossas atividades profissionais. 
Apresentação
A todos que participaram direta ou 
indiretamente da construção dessa obra 
da Universidade Positivo e da FabriCO.
A minha esposa Daiana, pela dedicação, 
apoio e incentivo a este trabalho e por me 
proporcionar a alegria de ser pai.
Os autores
O professor Maurício Mandalozzo Ruppel é Mestre em Gestão Ambiental 
pela Universidade Positivo e Especialista em Gerontologia pela UEPG e em Fisioterapia 
Ortopédica Funcional e Fisioterapia Desportiva pelo COFFITO. Graduado em Fisio-
terapia pela UEL, é membro e sócio especialista da Sociedade Nacional de Fisioterapia 
Desportiva (SONAFE). 
Currículo Lattes: 
 <lattes.cnpq.br/4802292885282536>
Dedico a minha família, especialmente 
meu marido. Cada ser humano é único, 
e o valor de sua vida, inestimável. 
A Professora Samia Moreira Akel é Mestre em Fisiologia Humana pela UFPR e 
Graduada em Fisioterapia pela UTP. Tem experiência na área de Fisioterapia, com ên-
fase em Neurofisiologia, atuando principalmente na Fisioterapia Respiratória, Orto-
pédica e Neurofuncional.
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/1183450293495998>
1 Introdução à anatomia
Iniciaremos agora um resgate histórico da anatomia e a compreensão dos 
conceitos básicos ligados a essa área do conhecimento. Estudaremos a terminologia 
utilizada na anatomia, os sistemas e as cavidades do corpo humano e alguns princípios 
de nomenclatura. 
Na maioria das situações diárias, não utilizamos o conhecimento anatômico pura 
e simplesmente, mas sim associado a outros assuntos ou no entendimento de outras 
áreas, como fisiologia, cinesiologia, cinesioterapia, ginástica e musculação, radio-
logia, entre outras.
A fisiologia e a cinesiologia estudam, respectivamente, o funcionamento e o movimento do 
corpo humano. Já a cinesioterapia foca os exercícios terapêuticos por meio de movimentos do 
corpo, e a radiologia analisa o corpo utilizando imagens coletadas dele. 
Assim, os termos e conceitos abordados deverão ser utilizados não apenas 
no estudo da anatomia, como também servirão como base para a compreensão de 
outras disciplinas e de textos técnicos e livros utilizados na área da saúde. Este mate-
rial dará subsídios para o entendimento de normas de nomenclatura, a discussão 
sobre assuntos relacionados à saúde humana e a compreensão de termos utilizados 
em exames de diagnóstico.
1.1 A história da anatomia
Conhecer a anatomia é importante, tanto que existem evidências históricas de 
que esse conhecimento foi valioso para a sobrevivência do homem na pré-história. 
Van de Graaff (2003) explica que, provavelmente, o conhecimento de uma anatomia 
comparada dava aos caçadores da época a noção de qual região do corpo dos animais 
deveriam atingir para abatê-los rapidamente. Além disso, os caçadores precisavam 
conhecer o próprio corpo, para identificar quais as partes mais sensíveis, que deveriam 
ser protegidas para minimizar os danos. 
A partir desse conhecimento básico, o entendimento do corpo humano foi 
evoluindo por muito tempo, ainda que lentamente, até se expandir com a melhoria dos 
métodos de avaliação e diagnóstico, que se tornaram não invasivos e mais acessíveis. 
É esse o assunto desta seção, que trará um breve histórico e algumas curiosidades da 
anatomia e explicará alguns conceitos básicos.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 12
1.1.1 Introdução
A anatomia estuda tanto as estruturas que podem ser vistas macroscopicamente 
quanto aquelas que só podem ser visualizadas microscopicamente (com auxílio para a 
visualização). Entretanto, quando utilizado isoladamente, o termo anatomia normal-
mente se refere à anatomia macroscópica. Quando precisamos de equipamentos 
como microscópio para ampliar a visibilidade das estruturas estudadas, temos a 
anatomia microscópica, também denominada histologia. 
Também podemos dividir a anatomia em: anatomia funcional, que estuda a 
relação da estrutura com suas funções; anatomia radiológica, que analisa o corpo 
por meio de raios-x; anatomia antropológica, que se ocupa dos grupos étnicos, e a 
anatomia comparativa, que se refere ao estudo comparado dos órgãos de indivíduos 
de espécies diferentes.
Sendo assim, a observação e a visualização são as técnicas que devem ser utili-
zadas pelo estudante para aprender anatomia. Ela é muito mais do que apenas memori-
zação de listas de nomes, pois, segundo Drake, Vogl e Mitchell (2005), o conhecimento 
da anatomia exige a compreensão do contexto em que a terminologia possa ser 
lembrada. Tendo isso em mente, estudaremos a partir de agora a origem da anatomia, 
para, depois, abordarmos seus principais termos técnicos.
1.1.2 Origem, significados e conceitos
A anatomia é uma das ciências médicas mais antigas e foi formalmente estu-
dada desde o Egito Antigo, de acordo com Moore, Dalley e Agur (2010). Os autores 
relatam a evolução dos achados abordando a anatomia, desde descrições anatômicas 
em papiros datados de 3000 a 2500 a. C. até registros da Grécia antiga, entre 460 e 
377 a. C., período no qual a anatomia humana foi ensinada por Hipócrates, considerado 
o “pai” da medicina e um fundador da ciência da anatomia. 
Aristóteles, entretanto, foi o primeiro a usar o termo anatome, que, em grego, 
significa cortar em pedaços ou separar. É daí que vem a definição de anatomia: (ana = 
através de; tomia = processo de corte) como o estudo das estruturas que formam o 
corpo humano. 
Muito tempo depois, Andrea Vesalius, que viveu entre 1514 e 1564 d. C., deu 
início a uma nova era no ensino da medicina, tornando a anatomia uma disciplina obje-
tiva, baseada em observações e princípios científicos. Moore, Dalley e Agur (2010) 
destacam ainda que, por volta do século XVII, as escolas europeias de medicina incor-
poraram a dissecação e começaram a criar museus de anatomia em muitas cidades.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 13
Durante os séculos XVIII e XIX, surgiram as primeiraspublicações e descobertas 
anatômicas. Nessa época, a escassez de cadáveres para dissecação desencadeou o 
uso de meios ilegais para obtenção de corpos humanos, algo que se busca evitar atual-
mente, uma vez que os países têm diferentes legislações abordando os procedimentos 
de aquisição de cadáveres humanos para dissecação. Entenderemos no próximo tópico 
como se realiza essa prática no estudo da anatomia.
No Brasil, a Lei n. 8.501/1992 (BRASIL, 1992) dispõe sobre a utilização de cadáver não recla-
mado, isto é, sem documentação ou sem parentes ou responsáveis legais, para fins de estudos 
ou pesquisas científicas.
1.1.3 Conservação e dissecação das peças anatômicas
Quando uma pessoa morre, tem início a autólise pós-morte, que é a degradação 
química das proteínas corporais realizada pelas enzimas. Por causa dessa deterioração, 
com a finalidade de utilizar o corpo para estudos, é necessário realizar procedimentos 
para conservar o corpo.
A conservação do cadáver se dá em duas etapas, explicadas a seguir.
Visa à manutenção e conservação estrutural de tecidos e dos órgãos e deve ser realizada de 
maneira interna e externa. Na fixação interna, um líquido é introduzido no corpo através de 
grandes artérias por meio de um aparelho de injeção movido a ar comprimido. Na fixação 
externa, o cadáver é estocado em recipientes ou tanques.
Fixação
É a parte em que o cadáver, órgãos ou tecidos são mantidos em tanques ou reservatórios, 
mergulhados em substância fixadora, para evitar a proliferação de bactérias e a putrefação do 
cadáver. Como líquidos de fixação, utilizam-se álcool, formaldeído (formol) e também ocorre 
a adição de pequenas quantidades de glicerol. Algumas técnicas ainda utilizam ácidos, como 
ácido bórico e ácido fênico, em pequenas quantidades.
Armazenamento
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 14
A dissecação, por sua vez, envolve o estudo desses cadáveres, analisando suas 
partes internas. A dissecação é executada da seguinte forma:
inicialmente, deve ser feita uma inspeção de preparação, para verificar as condições em que se encontra 
o cadáver;
em seguida, inicia-se a dissecação da pele, verificando, no tecido adiposo subcutâneo, vasos e nervos 
subcutâneos;
posteriormente, as camadas são removidas sucessivamente para obter acesso às estruturas mais 
profundas;
por último, ocorre a abertura das cavidades corporais, seguida da dissecação do pescoço, depois da cabeça 
e, finalmente, dos membros.
Com a conservação e a dissecação, é possível estudar na prática a anatomia, 
observando de perto membros, órgãos, tecidos e toda a composição do corpo 
humano.
1.1.4 Curiosidades sobre anatomia
O corpo humano é constituído por 100 trilhões de células (TORTORA; NIELSEN, 
2013), e, nessa imensidão, existem diferentes órgãos e tecidos que se complementam 
e interagem. Alguns deles apresentam características únicas e que se tornam até 
mesmo espantosas em função da engenhosidade da construção do corpo humano.
O maior órgão do corpo é a pele, podendo medir cerca de dois metros quadrados, 
e seu peso corresponde a cerca de 15% do peso corporal. Já o maior osso é o fêmur, 
que pode chegar a medir 50 centímetros de comprimento. Por outro lado, os ossículos 
do ouvido são os menores ossos, do tamanho de um grão de arroz.
O coração pesa entre 250 a 400 gramas e tem a capacidade de bombear sete mil 
litros de sangue por dia. Para tanto, um indivíduo adulto tem em seu corpo aproxima-
damente 200 quilômetros de artérias, veias e vasos sanguíneos.
O estudo da anatomia pode nos ajudar a conhecer melhor o corpo humano e 
desmistificar algumas ideias, por exemplo, a de que nossas unhas continuam crescendo 
após a morte. Elas continuam crescendo por apenas algumas horas após o falecimento, e 
não para sempre. Outro detalhe é que as unhas das mãos crescem mais rapidamente do 
que as dos pés e podem aumentar cerca de um centímetro por mês. (GLOBO, 2008; 2013)
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 15
O anatomista alemão Günther Von Hagens ajuda a disseminar o conhecimento 
do corpo humano graças à plastinação, suas técnica de dissecação e conservação dos 
cadáveres. Nos últimos tempos, essa técnica tem sido destaque nos meios e exposi-
ções sobre os corpos humanos e anatomia. 
Hagens criou em 1977 um método de conservação baseado no congelamento do cadáver e na 
troca de seus fluidos por polímeros. Em entrevista à Superinteressante, ele conta ter curiosi-
dade pela morte desde criança, tanto que, aos 10 anos, chegou a pedir ao tio para dissecar um 
bezerro (ZAPPIA, 2002).
Corpos humanos conservados pela técnica de plastinação
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Agora que já conhecemos um pouco sobre a origem e a evolução da anatomia e enten-
demos princípios básicos, como a dissecação e a conservação, podemos iniciar o estudo dos 
termos técnicos ligados a essa área do conhecimento, que é o tema da próxima seção.
1.2 Termos técnicos
O histórico da anatomia nos mostra que seu estudo se desenvolveu a partir de 
diferentes culturas, pensamentos e objetivos, o que fez com que fossem empregados 
diferentes termos e linguagens para uma mesma parte do corpo ou estrutura corporal. 
Essa diferença de nomenclaturas e de designações para uma mesma estrutura acon-
tece em todas as esferas, inclusive no conhecimento popular. Em um mesmo país, 
podem existir designações diferentes para uma mesma estrutura. Além disso, existem 
diferenças de nomenclatura entre países distintos. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 16
As palavras mandioca, macaxeira e aipim são empregadas para designar um mesmo alimento 
em diferentes partes do Brasil.
Para evitar que essa desorganização de termos colocasse em risco a confiabili-
dade de estudos e a cientificidade da anatomia, foram estabelecidos termos e normas 
precisos para que as pessoas utilizem a mesma linguagem em todos os lugares onde se 
estuda anatomia. 
1.2.1 Terminologia aplicada
A terminologia aplicada é a linguagem científica utilizada na anatomia. Para que 
possamos entendê-la, precisamos antes diferenciar os métodos de estudo do corpo 
humano. 
O primeiro é a anatomia regional, que considera o corpo como diferentes 
partes ou regiões e estuda cada uma delas separadamente. Esse método separa, 
por exemplo, a cabeça, o tronco e os membros e estuda cada uma dessas partes em 
sequência. Inicia com o estudo dos ossos, músculos, articulações, vascularização, iner-
vação e função de toda a cabeça. Depois, aborda o tronco e todas as partes dessa 
região e assim sucessivamente para todas as partes do corpo. 
A anatomia de superfície é essencial para o estudo da anatomia regional, pois 
aborda as informações sobre as estruturas situadas abaixo da pele e verifica quais 
delas podem ser perceptíveis à palpação ou toque, fornecendo registros importantes 
sobre nosso corpo. O objetivo dessa palpação (anatomia palpatória) é formar imagens 
mentais das estruturas que dão o contorno à superfície corporal ou são palpáveis 
abaixo dela e identificar as anormalidades ou possíveis variações dessas estruturas 
para compor um diagnóstico. 
O segundo método de estudo do corpo humano é a anatomia sistêmica, que consi-
dera a organização do corpo em conjuntos de órgãos e sistemas que atuam juntos para 
realizar determinada função e estuda cada um desses sistemas separadamente. Desse 
modo, por exemplo, quem utiliza esse método estuda primeiramente todos os ossos do 
corpo, depois passa para os músculos, para as articulações e assim sucessivamente para 
todos os onze sistemas do corpo, que serão estudados mais adiante neste capítulo.
Por fim, a anatomia clínica ou aplicada aborda aspectos estruturais e funcionais 
importantes para a prática das ciências da saúde. Assim, estuda, por exemplo, as alte-
rações estruturais e funcionais no coração de um indivíduo que está sofrendo de um 
infarto agudodo miocárdio, ou então, as alterações dos alvéolos pulmonares em uma 
pessoa que sofre de enfisema pulmonar.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 17
No estudo da anatomia, na dissecação e na observação dos corpos, normalmente 
encontramos semelhanças entre os indivíduos. Mas em uma observação mais atenta, 
podemos encontrar pequenas diferenças ou variações entre os grupos estudados 
ou até em um único indivíduo (DÂNGELO; FATTINI, 2009). São as variações anatô-
micas, que podem ser externas ou internas ao corpo e normalmente não representam 
nenhum prejuízo funcional para o indivíduo. Basta compararmos o trajeto de artérias 
e veias de duas pessoas que poderemos comprovar essa variação. Além disso, uma 
única pessoa apresenta pequenas diferenças entre um lado e outro nos músculos dos 
membros (normalmente, mais volumosos no lado de predominância da lateralidade, 
ou seja, o lado direito é mais volumoso em destros, e o lado esquerdo é mais volumoso 
em canhotos). Quando um desvio do formato anatômico provoca uma perturbação do 
funcionamento, trata-se de uma anomalia (DÂNGELO; FATTINI, 2009).
Dângelo e Fattini (2009) ainda citam alguns fatores gerais de variação na compo-
sição corporal dos seres humanos, listados a seguir.
• Notáveis modificações anatômicas ocorrem ao longo da vida, desde a 
infância até a senilidade.Idade
• Existem diferenças entre os sexos, principalmente do sistema 
urogenital.Sexo
• Alterações na cor da pele, nos cabelos, no formato dos olhos e nas 
curvaturas da coluna podem ocorrer entre as etnias negra, branca 
e amarela.
Etnia
• Existem três biótipos, que apresentam diferenças na proporção entre 
os membros e troncos. O longilíneo é, em geral, magro e alto, com 
pescoço e membros longos em relação ao tronco. O brevilíneo geral-
mente é baixo, com pescoço curto, tórax volumoso e membros curtos 
em relação ao tórax. Por fim, os normolíneos ou mediolíneos têm 
características intermediárias entre os dois tipos anteriores.
Biótipo
• A observação de indivíduos vivos deve ser diferenciada da observação 
de cadáveres, em função de diferenças na coloração, hidratação, 
consistência e elasticidade dos tecidos. A diferença de evolução 
também pode ser constatada ao comparar as medidas dos crânios de 
antepassados encontrados em escavações arqueológicas com as dos 
crânios do homem moderno.
Evolução
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 18
Portanto, no estudo anatômico poderemos perceber que nem todos os indivíduos 
serão exatamente iguais, como cópias perfeitas. Essa constatação reforça a conscien-
tização de que cada indivíduo é único e deve ser tratado como tal.
1.2.2 Termos gerais e abreviaturas
A terminologia descritiva anatômica está baseada na comparação dos órgãos e 
na situação deles com relação a determinados pontos de referência. Para que a escrita 
anatômica seja exata, precisamos de termos de posicionamento e termos de direção que 
descrevam com detalhes as estruturas anatômicas e confiram a devida exatidão ao texto.
A maior parte dos termos de descrição pode ser reunida em pares que têm signifi-
cados opostos, como superior e inferior. Esses termos só tem importância por serem rela-
tivos, ou seja, descrevem uma estrutura em relação a determinado ponto de referência. 
Os termos mais utilizados são listados a seguir.
Descreve uma estrutura que está mais próxima em relação à linha mediana.
Medial
Descrever uma estrutura que está mais afastada em relação à linha mediana.
Lateral
 
Descreve uma estrutura que está mais próxima da raiz de implantação do membro no tronco, 
ou seja, da cintura pélvica ou escapular.
Proximal
Descreve uma estrutura que está mais afastada da raiz de implantação do membro no tronco, 
ou seja, da cintura pélvica ou escapular.
Distal
 
Descreve uma estrutura que está mais próxima da cabeça.
Superior ou cranial (cefálico)
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 19
Descreve uma estrutura que está mais afastada da cabeça.
Inferior ou caudal
Descreve uma estrutura que está mais à frente no corpo.
Anterior ou ventral
Descreve uma estrutura que está mais atrás no corpo.
Posterior ou dorsal
Pode ser usado como sinônimo de três referências diferentes: medial, profundo ou do lado de dentro.
Interno
Pode ser usado como sinônimo de três referências diferentes: lateral, superficial ou do lado de fora.
Externo
Termos direcionais
©
 C
LI
PA
R
E
A
 | 
C
us
to
m
 m
ed
ia
 / 
/ S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 20
Além de conhecer os principais termos que descrevem as partes do corpo humano, é 
necessário saber o que significam as abreviaturas mais utilizadas no estudo da anatomia.
Principais abreviações utilizadas na terminologia anatômica
Abreviação Significado
a. artéria
aa. artérias
fasc. fascículo
gl. glândula
lig. ligamento
ligg. ligamentos
m. músculo
mm. músculos
n. nervo
nn. nervos
r. ramo
rr. ramos
v. veia
vv. veias
MMSS membros superiores
MMII membros inferiores
Nos textos anatômicos formais e informais, não raramente serão vistas as abre-
viações anteriores, e os termos de posicionamento serão exaustivamente usados para 
a descrição de estruturas anatômicas.
1.2.3 Divisão do corpo humano e posição anatômica
Vimos que as diferentes designações dos nomes das partes anatômicas podem 
gerar confusões quando usadas sem critérios determinados. Da mesma forma, para evitar 
erros nas descrições das partes do corpo, foi estabelecida a divisão do corpo humano 
da seguinte forma: cabeça, tronco e membros. A cabeça se divide em: crânio (parte de 
trás) e face (parte da frente). O tronco, em pescoço (união da cabeça com o corpo), tórax 
(região das costelas e esterno) e abdome (região entre as costelas e os ossos da pelve. 
Os membros são classificados em superiores e inferiores, sendo os superiores formados 
por cintura escapular (raiz de implantação do membro superior no corpo), braço (entre 
ombro e cotovelo), antebraço (entre cotovelo e punho) e mão (abaixo do punho), e os infe-
riores, por cintura pélvica (raiz de implantação do membro inferior no tronco), coxa (entre 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 21
o quadril e joelho), perna (entre joelho e tornozelo) e pés (abaixo do tornozelo). Podemos 
observar mais claramente essa divisão na imagem a seguir.
Divisões do corpo humano
cintura escapular
braço
antebraço
mão
cintura pélvica
coxa
perna
pé
cabeça
tronco
membros
crânio
face
pescoço
tórax
abdome
superiores
inferiores
co
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Dessa forma, sempre que nos referimos à perna, por exemplo, estamos falando da 
parte do membro inferior abaixo do joelho e acima do tornozelo, e não ao membro infe-
rior como um todo. Ou, se discorremos sobre o braço, estamos estudando a parte do 
membro superior situada entre o ombro e o cotovelo, e não o membro superior inteiro. 
Da mesma forma que a divisão do corpo humano foi estabelecida para evitar 
confusões de localização, outros parâmetros também foram criados. Observemos: se 
um indivíduo está deitado, e queremos nos referir à parte superior do corpo, podemos 
supor que essa região seria o abdômen ou o tórax, já que são essas partes que estão 
voltados para cima. Mas se essa pessoa estiver em pé, a parte do corpo que está 
voltada para cima é a região superior da cabeça. Então, qual seria considerada corre-
tamente a parte superior do corpo? Para responder a perguntas como essa e organizar 
a terminologia, foi estabelecida a posição anatômica de estudo do corpo humano. 
Assim, ao escrevermos textos técnicos ou utilizarmos uma referência da posição do 
corpo, esta deverá ser padronizada da seguinte forma:
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 22
• com o corpo em pé (posição ortostática ou bípede) e tronco ereto, cabeça er-
guida e voltada para frente, olhar no horizonte;
• com os membros superiores estendidos ao longo do corpo, com os dedos uni-
dos e as palmas das mãos voltadas para frente;
• com os membros inferiores unidos e estendidos, com os dedos dos pés aponta-
dos para frente.
Posição anatômica de estudo do corpo humano
Tanto a divisão quanto a posição anatômica de estudo do corpo humano estu-
dadas nesta seção serão utilizadas daqui para frente em todo o estudo da anatomia.
1.2.4 Planos e eixos do corpo humano
Podemos estudar o corpo humano de diferentes formas e posições e também sob 
diferentes pontos de vista. Podemos querer observá-lo de dentro para fora, da direita 
para a esquerda, de cima para baixo. Podemos também estabelecer relações de proxi-
midade ou localização entre os órgãos ou entre partes de um mesmo órgão, como 
mostra a imagem a seguir. 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 23
Vistas e planos seccionais do cérebro
Visão
Visão
Visão
Plano
transverso
Plano frontal
Plano sagital mediano
Secção sagital mediana
AnteriorPosterior
(a)
(b)
(c)
Secção transversa
Secção frontal
Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 38. (Adaptado). 
Para facilitar esse estudo e normatizar o posicionamento do observador em 
relação à parte do corpo que está sendo observada, o corpo humano pode ser delimi-
tado por planos tangenciais ou pode ser cortado por planos seccionais.
Imaginemos o corpo humano em posição anatômica acomodado dentro de uma 
caixa. As paredes que delimitam essa caixa são os planos tangenciais. Sendo assim, 
teremos quatro planos verticais e dois planos horizontais. O que passa à frente do 
corpo é o plano anterior, e o que passa atrás é o plano posterior. Nas laterais, temos 
o plano lateral direito e o plano lateral esquerdo. Finalmente, os planos que passam 
acima da cabeça e abaixo dos pés são, respectivamente, o plano superior ou cranial e 
o plano inferior ou podálico. 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 24
Os planos tangenciais delimitam o corpo, mas podemos também cortá-los. 
Esses planos que cortam o corpo em duas partes são os planos seccionais, que são 
como superfícies planas imaginárias que atravessam o corpo em determinadas dire-
ções. As descrições anatômicas também podem ser feitas com base nos eixos do 
corpo humano, que são linhas imaginárias traçadas perpendicularmente aos planos 
seccionais. 
Existem três planos seccionais e três os eixos perpendiculares, que podem ser 
visualizados nas imagens a seguir.
Plano sagital
Eixo
látero-lateral
Plano
sagital
Fonte: BEHNKE, 2014, p. 48. (Adaptado). 
O plano sagital ou mediano é o plano que corta o corpo no sentido anteroposte-
rior, dividindo-o num lado direito e outro esquerdo. Ele tem esse nome porque acom-
panha o sentido anteroposterior da sutura sagital, que é a delimitação entre os dois 
ossos parietais no ápice do crânio. Quando este plano corresponde exatamente ao 
centro do corpo, podemos chamá-lo de linha mediana. Essa linha só existe no plano 
sagital porque é o único plano que teoricamente divide o corpo em duas partes idênticas. 
O eixo transversal ou látero-lateral é o eixo que corre perpendicularmente ao 
plano sagital.
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 25
Plano coronal ou frontal
Eixo
anteroposterior
Plano
frontal
Fonte: BEHNKE, 2014, p. 48. (Adaptado). 
O plano coronal ou frontal é o plano que corta o corpo no sentido látero-lateral, 
dividindo-o numa parte anterior e outra posterior. Ele tem esse nome porque acom-
panha o sentido látero-lateral da sutura coronal, que é a junção entre o osso frontal e 
os ossos parietais no ápice do crânio. 
O eixo sagital ou anteroposterior é o eixo que corre perpendicularmente ao 
plano frontal. Agora passamos para o terceiro plano de estudo do corpo humano:
Plano transversal
Plano
horizontal
Eixo
vertical
Fonte: BEHNKE, 2014, p. 48. (Adaptado). 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 26
O plano transversal ou transverso é o plano que corta o corpo no sentido hori-
zontal, dividindo-o numa parte superior e outra inferior.
O eixo longitudinal ou craniocaudal é o eixo que corre perpendicularmente ao 
plano transversal.
Para finalizar nosso entendimento sobre a constituição do corpo, Dângelo e 
Fatinni (2009) abordam os princípios gerais de construção do corpo humano: anti-
meria, metameria, paquimeria e estratificação. Desses quatro, apenas dois são de 
interesse para nosso estudo: antimetria e estratificação. Vamos compreender esses 
conceitos.
O plano mediano normalmente divide o corpo em duas metades, cada uma é um 
antímero. Segundo Dângelo e Fattini (2009), os dois antímeros do ser humano são 
iguais. Embora essa simetria não seja perfeita, já que temos órgãos ímpares, como 
coração, fígado, baço, pâncreas etc., para efeito de estudos, o corpo humano é consi-
derado simétrico. Isso significa que não estudamos o bíceps braquial direito e depois o 
esquerdo, por exemplo, mas sim, unicamente o bíceps braquial, considerando que ele 
é igual dos dois lados.
O outro princípio é a estratificação, que determina que o corpo humano é 
formado por camadas concêntricas que se sobrepõem (DÂNGELO; FATTINI, 2009). 
Ou seja, temos várias camadas formando nosso corpo, como pele, tela subcutânea, 
membranas ou fáscias musculares, músculos, membranas ósseas, ossos etc. Essa 
estratificação também deve ser considerada nos órgãos, como estômago, coração etc.
Com a compreensão dos planos e eixos do corpo humano, já podemos ter a noção 
de posicionamento e direção e começar a compreender a organização corporal, que 
envolve os órgãos, os sistemas e as cavidades.
1.3 Níveis de organização corporal
As estruturas do corpo humano se organizam de forma crescente e organizada, 
das menores e mais simples para as maiores e mais organizadas. Essa organização, 
segundo Tortora e Nielsen (2013), ocorre em seis níveis: químico, celular, tecidual, 
orgânico, sistêmico e de organismo. A interação e o funcionamento harmônico do 
corpo humano em todos os níveis é fundamental para a manutenção da homeostase.
De acordo com Tortora e Nielsen (2013), a manutenção das condições relativamente estáveis 
do corpo humano é denominada homeostase (homeo = semelhança; stase = estabilidade).
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 27
1.3.1 Organização do corpo humano
Os seis níveis de organização do corpo humano, segundo Tortora e Nielsen 
(2013), são ilustrados e listados a seguir.
Níveis de organização do corpo humano
Membrana
Serosa
Camadas
musculares
Tecido
epitelialEstômago
1 Nível químico
Átomos Célula muscular lisa
Esôfago
Sistema digestório
Estômago
Pâncreas
Intestino delgado
Intestino grosso
Reto
Fígado
Tecido muscular liso
2 Nível celular
3 Nível tecidual
4 Nível orgânico
5 Nível sistêmico6 Nível organísmico
Vesícula biliar
Molécula
(DNA)
Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 27.
Inclui os átomos individualmente e as moléculas que são a união de dois ou mais átomos em 
uma ligação.
Nível químico
As moléculas unidas e organizadas formam as células, que são as unidades anatomofuncionais 
do corpo humano.
Nível celular
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 28
A união de célulaspara realizar uma determinada função forma os tecidos. São quatro os tipos 
de tecidos que formam o corpo humano: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular, 
tecido nervoso.
Nível tecidual
São estruturas com dois ou mais tipos de tecido com funções específicas.
Nível orgânico
Conjunto de órgãos com função específica.
Nível sistêmico
É um organismo vivo, ou seja, todos os órgãos e sistemas funcionando juntos e interagindo 
para manutenção da homeostase.
Nível de organismo
Concluímos, então, que o corpo humano é formado por uma série de estruturas, 
que vão se aglomerando em estruturas maiores e formam os órgãos, sistemas e apare-
lhos, que serão estudados a partir de agora.
1.3.2 Conceitos gerais: órgãos, sistemas e aparelhos
Segundo Castro (1985), órgãos são constituídos pela reunião de vários tecidos, 
um exemplo é o coração, que possui tecido conjuntivo, muscular e nervoso. Sistema é 
um conjunto de órgãos em que há um tecido que predomina para executar sua função. 
O sistema ósseo, por exemplo, é formado pelo tecido ósseo, assim como o sistema 
nervoso é predominantemente formado por tecido nervoso. Os aparelhos, por sua 
vez, são conjuntos de órgãos nos quais não há um predomínio de determinado tecido, 
como o aparelho respiratório, que é formado por tecidos diferentes: cartilagens, 
mucosas, glândulas etc.
1.3.3 Apresentação dos sistemas
O corpo humano é formado basicamente por onze sistemas, ilustrados na 
imagem a seguir, com suas determinadas funções.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 29
Sistemas formadores do corpo humano
1 2 3 5
Sistema circulatório
Formado pelo coração, artérias e veias, realiza, entre outras funções, o transporte de 
nutrientes e oxigênio para as células do corpo por meio da circulação, da remoção de 
resíduos celulares e da regulação hídrica e térmica.
1
Sistema respiratório
Formado pelos pulmões e vias aéreas, realiza trocas gasosas entre o ar inspirado e o 
sangue, ajuda no controle da temperatura corporal, entre outras funções.
2
Sistema digestório
Formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos, fígado e pâncreas, 
tem como funções degradar quimicamente os alimentos e extrair e absorver seus 
nutrientes, eliminar dejetos, entre outras.
3
Sistema nervoso
Formado pelo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos, tem como funções o 
controle e a regulação de todos os sistemas no organismo, entre outras.
4
Sistema endócrino
Formado pelas glândulas e tecidos formadores de hormônios, tem como função regular 
as atividades do corpo por meio da atividade dos hormônios, entre outras.
5
Sistema urinário
Formado pelos rins e vias urinárias, é responsável por filtrar o sangue, remover resíduos 
metabólicos, regulação hidroeletrolítica, entre outras funções.
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 30
Sistema esquelético
Formado pelos ossos e articulações, é responsável pela proteção, sustentação e loco-
moção do corpo, a produção de células sanguíneas, o armazenamento de minerais e 
gordura, entre outras funções.
7
Sistema muscular
Formado pelos músculos e tendões, tem como funções a execução de movimentos 
corporais, manutenção da postura, produção de calor, entre outras.
8
Sistema linfático
Formado pelos vasos linfáticos, baço, timo e linfonodos, tem como função o retorno 
de líquidos e proteínas para a corrente sanguínea, imunidade, transporte de lipídeos, 
entre outras.
9
Sistema genital masculino e feminino
Formado pelas gônadas e órgãos sexuais, é responsável, entre outras funções, pela repro-
dução e produção de hormônios responsáveis pelas características sexuais secundárias.
10
Sistema tegumentar
Formado pela pele e anexos, tem como funções a proteção e o suporte externo do 
corpo, ajudando a regular a temperatura corporal e detectando a sensibilidade de 
temperatura, dor, tato, pressão etc.
11
Os órgãos de cada um desses sistemas estão localizados em diversas cavidades 
existentes em nosso corpo, que serão estudadas na próxima seção.
1.3.4 Cavidades corporais
As cavidades corporais são espaços delimitados na parte interna do corpo e 
contêm órgãos protegidos e sustentados por membranas associadas a essa cavidades 
(VAN DE GRAAFF, 2003).
Possuímos duas cavidades principais. A primeira é a cavidade posterior ou dorsal, 
que abriga o encéfalo e a medula espinhal. A outra é a cavidade anterior ou ventral, 
que, separada pelo músculo diafragma, forma outras duas cavidades: a torácica (supe-
rior) e a abdominopélvica (inferior). 
A cavidade torácica é formada por três outras cavidades: as cavidades pleurais, 
que envolvem os pulmões direito e esquerdo, e a pericárdica, que envolve o coração. A 
região entre os dois pulmões é chamada de mediastino.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 31
Já a cavidade abdominopélvica consiste em uma cavidade abdominal superior, 
que contém órgãos abdominais como estômago, intestino delgado e grosso, fígado, 
baço e pâncreas, e outra inferior, a cavidade pélvica, ocupada pelo final dos intes-
tinos, bexiga urinária e órgãos genitais (VAN DE GRAAFF, 2003).
Podemos visualizar um esquema com as cavidades corporais de nosso corpo a 
seguir.
Cavidades corporais
(a) Visão lateral direita (b) Visão anterior
Cavidade
do crânio
Canal
vertebral
Cavidade
torácica
Cavidade
abdominal
Cavidade
pélvica
Cavidade
abdominopélvica:
Cavidade do crânio É formada pelos ossos do crânio e contém 
o encéfalo.
Cavidade vertebral É formada pela coluna vertebral e contém a medula espinhal e o início dos nervos espinhais.
Cavidade torácica Cavidade do tórax; contém as cavidades pleurais e do pericárdio e o mediastino.
Cavidade pleural Cada uma circunda um pulmão; a membrana serosa de cada cavidade pleural é a pleura.
Cavidade 
do pericárdio
Circunda o coração; a membrana serosa 
da cavidade do pericárdio é o pericárdio.
Mediastino
Porção central da cavidade torácica entre os 
pulmões; estende-se do esterno até a coluna
vertebral e do pescoço até o diafragma; contém 
o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e vários 
grandes vasos sanguíneos.
Cavidade 
abdominopélvica Subdividida em cavidades abdominal e pélvica.
Cavidade 
abdominal
Contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula
biliar, o intestino delgado e a maior parte do intes-
tino grosso; a membrana serosa da cavidade 
abdominal é o peritônio.
Cavidade pélvica Contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais femininos e masculinos.
Cavidade Comentários
Diafragma
Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 39. (Adaptado). 
Ao compreender a formação de nosso corpo desde suas menores estruturas (os 
átomos e moléculas) até as maiores (todos os órgãos interagindo de maneira a manter 
o organismo funcionando), finalizamos nossos estudos sobre os primeiros conceitos 
básicos de anatomia. Agora, faremos breves considerações sobre a nomenclatura 
anatômica, fundamental no estudo do corpo humano.
1.4 Nomenclatura atualizada
A nomenclatura anatômica é o conjunto de termos utilizados para designar ou 
descrever um organismo e suas partes. Como toda ciência, a anatomia tem sua própria 
linguagem, portanto, é importante aprender a nomenclatura correta, e não apenas a 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 32
popular para que possamos nos comunicar precisamente com colegas de nossa área 
e de outras áreas afins. Com o conhecimento dessa nomenclatura, é como se todos 
falassem uma mesma linguagem, independentemente da nacionalidade ou cultura. Os 
termos populares, entretanto, precisam ser conhecidos pelos profissionais da saúde, 
pois, nas avaliaçõese anamneses (entrevistas sobre as patologias), os pacientes os 
utilizam com frequência. 
Ao falarmos a palavra sovaco, estamos utilizando o nome popular da parte do corpo conhecida 
na anatomia como axila. 
Trabalhos de escolas anatômicas e médicas importantes na Itália, França, 
Inglaterra e Alemanha denominavam de maneira diferente as mesmas estruturas 
encontradas no corpo humano, por essa razão (em função da falta de metodologia), 
convencionou-se a criação de uma nomenclatura internacional e comum a todos. A 
primeira tentativa ocorreu em 1895, passando por revisões subsequentes em diversas 
ocasiões. Em 1955, foi aprovada oficialmente a nomenclatura adequada, chamada de 
Paris Nomina Anatomica (PNA). 
A nomenclatura procura adotar termos que informem algo sobre a caracterís-
tica ou descrição da referida estrutura, como a forma, a posição, o trajeto, conexões, 
relações com outras estruturas, funções etc. Assim como a linguagem, ela tem caráter 
dinâmico e pode ser modificada, desde que existam razões e que sejam aprovadas em 
Congressos Internacionais de Anatomia. 
A língua oficialmente utilizada é o latim, e cada país pode traduzir os termos para 
seu próprio idioma. Por isso, antes da PNA, tínhamos determinados nomes anatômicos 
que sofreram modificações em nossa língua. Por exemplo, as traduções corretas do 
latim para a língua portuguesa não eram rótula, omoplata e perônio, mas sim, patela, 
escápula e fíbula, respectivamente. Compreenderemos alguns dos novos critérios de 
nomenclatura em anatomia a seguir.
1.4.1 Novos critérios
Dentro do princípio de atualização, foram abolidos da nomenclatura os 
epônimos, isto é, os nomes de pessoas para designar estruturas. O tendão de aquiles, 
por exemplo, agora é chamado de tendão calcâneo, e a trompa de falópio é denominada 
tuba uterina. Também foram realizadas as corretas atualizações para a língua portu-
guesa, que também vem se modificando com o tempo. Além dos termos corretos para 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 33
patela, escápula e fíbula citados anteriormente, também podemos citar a ulna, que era 
chamada de cúbito; a mandíbula, que era conhecida como maxilar inferior, o tálus, que 
era denominado astrágalo, entre outras alterações.
 A designação atual para a nomenclatura que se refere às estruturas do corpo 
humano segue as normativas da Terminologia Anatômica Internacional (International 
Anatomical Terminology), proposta pela Comissão Federativa da Terminologia 
Anatômica (Federative Committee on Anatomical Terminology) em 1998. O referido 
documento é o guia de referência internacional especializado em terminologia anatô-
mica. No Brasil, a terminologia é traduzida pela Comissão de Terminologia Anatômica, 
da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).
1.4.2 Nomes atuais
Embora ainda encontremos na prática diária e em textos mais antigos muitos 
nomes de estruturas com a terminologia desatualizada, devemos sempre optar por 
utilizar corretamente os termos anatômicos atualizados em produções textuais, preen-
chimento de prontuários e declarações técnicas, comunicações entre profissionais e no 
dia a dia do aprendizado de seu curso de formação. A lista com os nomes das estru-
turas anatômicas atualizadas e corretas é extensa, e em uma busca na internet é 
possível encontrá-los.
O site Aula de Anatomia (2015) traz uma lista de nomes atualizados em tabelas divididas por 
sistemas. Você também pode conferir uma reportagem da revista Superinteressante (1996) 
sobre as mudanças na nomenclatura, com alguns exemplos dos novos termos.
Ao longo deste capítulo, iniciamos nossos estudos sobre anatomia geral e 
primeiros socorros, compreendendo a formação do corpo humano, diferenciando 
órgãos, tecidos e sistemas e conhecendo alguns termos gerais e aspectos importantes 
sobre a nomenclatura que deve ser empregada nessa área do conhecimento. Também 
fizemos um breve histórico do surgimento da anatomia e compreendemos a divisão 
geral do corpo humano e sua posição anatômica.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 34
Referências
AULA DE ANATOMIA. Nomenclatura Atualizada. Disponível em: <www.auladeanatomia.
com/site/pagina.php?idp=81>. Acesso em: 03/12/2015.
BEHNKE, R. S. Anatomia do Movimento. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BRASIL. Lei n. 8.501, de 30 de novembro de 1992. Diário Oficial da União, Brasília, 1 dez. 1992. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8501.htm>. Acesso em: 03/12/2015.
CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Makron Books, 1985.
DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos: com a 
descrição dos ossos, junturas, músculos, vasos e nervos. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 
DRAKE, R. L.; VOGL, W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s Anatomia para Estudantes. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2005.
GLOBO. Fantástico. Viagem Fantástica. 2008. Programa de TV. Disponível em: 
<fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL844877-15605,00.html>. Acesso em: 
15/12/2015.
GLOBO. Globo Repórter. Fantástica Máquina Humana: Globo Repórter revela detalhes 
do fantástico corpo humano. 2013. Programa de TV. Disponível em: <g1.globo.com/globo-
reporter/noticia/2013/05/globo-reporter-revela-detalhes-do-fantastico-corpo-humano.
html>. Acesso em: 15/12/2015.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia Orientada para a Clínica. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
REDAÇÃO SUPER. Novo dicionário da anatomia. Superinteressante, São Paulo, n. 110, nov. 
1996. Disponível em: <super.abril.com.br/ciencia/novo-dicionario-da-anatomia>. Acesso 
em: 03/12/2015.
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003.
ZAPPIA, J. Cadáver, o plastificador de corpos. Superinteressante, São Paulo, n. 180, set. 
2002. Disponível em: <super.abril.com.br/ciencia/cadaver-o-plastificador-de-corpos>. 
Acesso em: 17/11/2015.
2 Sistema musculoesquelético 
O corpo humano possui três sistemas que trabalham juntos para executar os 
movimentos: o sistema esquelético, o sistema muscular e o sistema articular, 
que, juntos, formam o sistema musculoesquelético Cada um tem funções especí-
ficas: o esquelético funciona como uma armadura, protegendo os órgãos internos e 
sustentando o corpo; o articular faz a ligação entre os componentes do esqueleto; e o 
sistema muscular é responsável, entre outros, por movimentar o esqueleto. 
Essa relação com o movimento faz com que o aparelho musculoesquelético seja 
especialmente importante para as profissões que utilizam o movimento como ferra-
menta para alcançar objetivos de avaliação das capacidades, melhoria do desempenho 
físico e recuperação da saúde. Sendo assim, esse é um tema bastante explorado nos 
cursos de Educação Física, Fisioterapia e Ciências Biomédicas, e este capítulo obje-
tiva iniciar o estudo do aparelho musculoesquelético como um ponto de partida para 
desencadear o estudo aprofundado nas diversas disciplinas que compõem a formação 
nessas três profissões. Estudaremos, assim, cada sistema separadamente, conhecendo 
seus componentes e suas funções.
2.1 Sistema esquelético
O esqueleto é um tecido vivo que exerce funções importantes e altamente espe-
cializadas para o funcionamento adequado do corpo humano e a manutenção de sua 
homeostase. Ele está em constante remodelação, com a substituição de seus componentes 
formadores, como o cálcio, que são utilizados pelo corpo para diversas outras funções.
Homeostase é a manutenção das condições relativamente estáveis para que o corpo funcione 
de modo efetivo e contribua para a sobrevivência do indivíduo.
Nesta seção, conheceremos como esse sistema atua no corpo humano e quais 
são os tipos de ossos.
2.1.1 Funções do sistema esquelético
O esqueleto humano não é apenas um tecido rígido que se assemelhaa um pilar 
de sustentação de uma construção, é um tecido vivo que participa ativamente de 
diversas funções no nosso organismo.
Segundo Moore, Dalley e Agur (2010), as principais funções do esqueleto adulto são:
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 36
sustentação do corpo e de suas cavidades vitais;
base mecânica para as alavancas de movimento e ações dos músculos ;
produção de células sanguíneas por meio da medula óssea vermelha (hemopoiese);
armazenamento de gordura (triglicerídeos) por intermédio da medula óssea amarela.
proteção para as estruturas vitais, por meio dos ossos do crânio (protege o encéfalo), da caixa torácica 
(protege coração, pulmões e outras vísceras), da coluna vertebral (protege a medula espinhal), da face 
(protege órgãos dos sentidos) e da pelve (protege órgãos geniturinários);
armazenamento de sais e íons, como o cálcio e o fósforo, funcionando como uma reserva destes para as 
reações químicas do corpo humano;
Todas essas funções evidenciam que o esqueleto é de extrema importância para o 
bom funcionamento do organismo. 
O sistema esquelético é formado por ossos, que podem ser encontrados em dife-
rentes formatos e tamanhos. A seguir, conheceremos, então, a classificação dos ossos. 
2.1.2 Tipos de ossos
Os ossos são classificados de acordo com seu formato em: ossos longos, ossos 
curtos e ossos chatos.
São aqueles em que o 
comprimento predomina 
sobre as outras dimensões e 
são, normalmente, tubulares.
Exemplos: fêmur, tíbia, 
úmero e rádio.
São aqueles que possuem 
as três dimensões seme-
lhantes. Exemplos: ossos 
do carpo e do tarso.
São aqueles em que a 
espessura é reduzida. 
Exemplos: ossos do crânio 
e o esterno .
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Ossos longos Ossos curtos Ossos chatos ou planos 
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Moore, Dalley e Agur (2010) ainda acrescentam a essa classificação os tipos listados 
a seguir. 
• Ossos irregulares
Aqueles que não têm o formato definido e que não se encaixam na classificação 
tradicional, como os ossos da face. 
• Ossos sesamóides 
Os que se desenvolvem no interior de alguns tendões, onde estes cruzam as extre-
midades dos ossos longos, como a patela. 
• Ossos acessórios, ou supranumerários
Aqueles em número maior do que o normal, como uma vértebra a mais em alguma 
das regiões da coluna vertebral.
• Ossos heterotópicos 
Formados nos tecidos moles, onde normalmente não estariam presentes. Ocorrem 
geralmente como consequência de lesões crônicas.
Macroscopicamente, as estruturas de um osso podem ser identificadas nos ossos 
longos e consistem em sete partes, segundo Tortora e Nielsen (2013).
Estrutura macroscópica do osso
Linha epifisária
Osso esponjoso
Osso compacto
Cavidade medular
Endósteo
Periósteo
Cartilagem epifisial
Epífise
proximal
Epífise
distal
Metáfise
Metáfise
Diáfise
Cartilagem articular
Fonte: TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 144. (Adaptado).
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A haste ou o corpo do osso longo, que é geralmente cilíndrica.
Diáfise
Correspondem às extremidades dos ossos longos.
Epífises
São as partes que unem as epífises com a diáfise em ossos maduros. Nos ossos em cresci-
mento, contêm uma cartilagem que permite o crescimento longitudinal do osso, local que 
chamamos de linha epifisária.
Metáfises
Recobre epífises ou extremidades dos ossos e serve para diminuir o atrito entre eles em uma 
articulação.
Cartilagem epifisial
É uma membrana de tecido conjuntivo denso não modelado que envolve o osso e contém 
células formadoras de osso que permitem o crescimento dele em diâmetro ou espessura. Além 
disso, protege o osso, auxilia no reparo de fraturas e serve como ponto de fixação ou inserção 
de músculos. É inervado e responsável pela sensibilidade do osso.
Periósteo
É o espaço cilíndrico dentro da diáfise, que, em adultos, contém a medula óssea amarela 
armazenadora de triglicerídeos e, em crianças, contém a medula óssea vermelha produtora de 
células sanguíneas.
Cavidade medular
É uma membrana delgada que reveste a cavidade medular e também é responsável pela 
formação de ossos.
Endósteo
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 39
O tecido ósseo, assim como outros tecidos conjuntivos, contém abundante mate-
rial extracelular (que circunda as células). Essa matriz é composta por 25% de água, 
25% de fibras colágenas e 50% de sais minerais (VAN DE GRAAFF, 2003) . Os ossos são, 
portanto, formados por uma matriz extracelular orgânica e por minerais inorgânicos. A 
matriz orgânica é responsável pela resistência do osso às trações e torsões, e os sais 
minerais são responsáveis pela resistência à compressão e pela dureza dos ossos.
Esse tecido ósseo pode se apresentar de duas formas: tecido ósseo esponjoso 
e tecido ósseo compacto. O esponjoso está localizado internamente ao tecido ósseo 
compacto e apresenta aspecto poroso. Pequenas espículas ósseas, as trabéculas, dão 
ao osso esponjoso um aspecto entrelaçado, o que confere a ele grande força com peso 
mínimo. Já o tecido ósseo compacto forma a parte externa do osso e é geralmente 
chamado de camada cortical ou córtex ósseo. Ele é muito duro e denso e possui uma 
arquitetura rigorosamente estruturada para oferecer resistência nas diferentes dire-
ções impostas pelo movimento do corpo humano.
Existem cinco tipos principais células no tecido ósseo: 
• as células ostogênicas (progenitoras de osteoblastos), 
• os osteoblastos (formadoras de tecido ósseo), 
• os osteócitos (células ósseas maduras), 
• os osteoclastos (decompositoras de tecido ósseo) e 
• as células de revestimento ósseo (reguladoras de íons). 
A perfeita sincronia entre elas permite a manutenção, o remodelamento e a repa-
ração óssea em um indivíduo em condições saudáveis.
2.1.3 Manutenção, remodelamento e reparação óssea
O modelamento ósseo corresponde à fase do crescimento ósseo, que acontece a 
partir da sexta semana de desenvolvimento do embrião e se dá a partir de dois meca-
nismos: ossificação intramembranosa (formação de osso a partir de membranas) e 
ossificação endocondral (formação de osso a partir de moldes cartilagíneos). Esse 
processo, ilustrado na figura a seguir, encerra-se com o fechamento da epífise de cresci-
mento, o que geralmente acontece por volta dos 18 a 21 anos de idade nos ossos longos.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 40
Crescimento ósseo
 
Crescimento da
cartilagem na
lâmina epifisial
Linha epifisial
(remanescente da
lâmina epifisial)
Linha epifisial
Centros de
ossificação
secundários
Centros de
ossificação
secundários
Centro de
ossificação
primário
Cartilagem
calcificada
Cartilagem
calcificada
Cartilagem
hialina
Colar
periosteal
ósseo
Modelo
cartilagíneo
Capilares epifisiais
Pericôndrio
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
Periósteo em
desenvolvimento
Cartilagem
articular
Cartilagem articular
Osso esponjoso
Osso esponjoso
Osso
esponjoso
Osso
compacto
Periósteo
Cavidade
medular
(medula)
Cavidade
medular
Osso
compacto
em desen-
volvimento 
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 140. (Adaptado).
Para a manutenção óssea, ou remodelamento ósseo, é necessário existir um 
equilíbrio entre a produção e absorção do tecido ósseo, o que ocorre graças à inte-
ração dinâmica entre osteoblastos e osteoclastos. Para tanto, o organismo precisa 
estar saudável, ou seja, em suas condições metabólicas, hormonais e nutricionais 
normais. Qualquer alteração nessas condições poderá levar a mudanças na resistência 
óssea. É o que acontece em situações patológicas como a osteoporose,na qual condi-
ções de envelhecimento e da menopausa podem aumentar a atividade dos osteo-
clastos, gerando um desequilíbrio entre produção e absorção. 
Em caso de fraturas e lesões ósseas, a reparação óssea se dá a partir da ativi-
dade dos osteoclastos e macrófagos (células especializadas em englobar e destruir 
bactérias e corpos estranhos), removendo os resíduos ósseos resultantes da fratura. 
Posteriormente, a ação do endósteo e do periósteo estimula os osteoblastos a acelerar 
a produção de novo tecido ósseo, até que o local onde ocorreu a fratura seja preen-
chido, formando o calo ósseo. Esse calo ósseo, com o passar do tempo, também vai 
sofrendo remodelação óssea, sendo que o volume excessivo vai sendo reabsorvido 
para que o osso volte a seu formato original.
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2.1.4 Esqueleto axial e apendicular
O esqueleto humano é formado por 206 ossos e pode ser dividido em esqueleto 
axial, destacado em azul na figura a seguir, e esqueleto apendicular. O esqueleto axial 
é formado pelos ossos situados ao redor do eixo longitudinal do corpo, e o apendicular, 
pelos ossos dos membros superiores e inferiores de sua ligação com o tronco.
Esqueleto axial e esqueleto apendicular
Falanges
Falanges
Calcâneo
Fíbula
Osso frontal Osso parietalOsso temporal
EscápulaEscápula
Úmero
Ulna
Ílio
Ílio
Púbis
Ísquio
Sacro
Cóccix
Rádio
Ulna
Úmero
Clavícula
Clavícula
Osso occipital
Coluna vertebral
Maxila
Costelas
Mandíbula
Osso zigomáticoCrânio
Tíbia
Fíbula
Tíbia
Patela
Fêmur Fêmur
Ossos meta carpais
Ossos metatarsais 
Ossos tarsais 
Ossos carpais
Cíngula 
do membro
superior
Cíngula 
do membro
superior
Esterno
Costelas
Cartilagens costais
Caixa
torácica
Ossos do
quadril
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2013, p. 133. (Adaptado).
O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça e do pescoço. A cabeça é 
formada por 22 ossos, sendo oito ossos do crânio e 14 ossos da face. O crânio possui um 
osso frontal, um occipital, um esfenoide, um etmóide, dois temporais (dentro de cada um 
deles, estão o três ossículos do ouvido: martelo, bigorna e estribo) e dois parietais. Os 
ossos formadores da face são um vômer, uma mandíbula, dois maxilares, dois palatinos, 
dois zigomáticos ou malares, dois lacrimais, dois nasais e duas conchas nasais inferiores.
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Ligando a cabeça ao tronco, está o pescoço, onde, em sua parte superior, fica o 
osso hióide, o único osso que não se articula com outros ossos. O tronco é constituído 
por coluna vertebral, esterno e costelas. A coluna é formada por 33 vértebras, sendo 
sete cervicais, 12 torácicas ou dorsais, cinco lombares, cinco sacrais (fundidas em um só 
osso) e quatro coccígeas (também fundidas em um só osso). O esterno é um osso ímpar, 
plano, localizado na parte anterior do tórax. Por fim, existem 12 pares de costelas, clas-
sificadas em: sete pares verdadeiros, três pares falsos e dois pares flutuantes.
Os ossos do esqueleto apendicular formam os membros superiores e inferiores. 
Nos membros superiores, a cintura escapular é formada pela escápula e pela clavícula. 
O braço é formado pelo úmero, e o antebraço, pelo rádio e pela ulna. A mão é consti-
tuída por oito ossos do carpo (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trape-
zoide, capitato e hamato), cinco metacarpos e cinco dedos, cada um com três falanges 
(proximal, média distal), com exceção do polegar, que tem apenas duas falanges.
Nos membros inferiores, a cintura pélvica é formada por dois ossos ilíacos, que 
são divididos em ílio, ísquio e púbis. A coxa é composta pelo fêmur; na interseção 
entre a coxa e a perna, está a patela; e a perna é formada pela tíbia e fíbula. O pé é 
constituído por sete ossos do tarso, cinco metatarsos e cinco dedos, cada um com três 
falanges, com exceção do hálux, que tem apenas duas falanges.
Os ossos do corpo humano precisam se ligar uns aos outros, e é para isso que 
existem as articulações, que são o tema de estudo de nossa próxima seção.
2.2 Articulações
As articulações, também conhecidas como juntas, ou junturas, são o conjunto de 
tecidos e estruturas que servem para unir um osso ao outro, quase sempre proporcio-
nando movimento entre esses dois ossos. A partir de agora, conheceremos as funções 
e os tipos de articulações e quais são os movimentos articulares.
2.2.1 Funções das articulações
Basicamente, a função das articulações é unir um osso ao outro e, se necessário, 
proporcionar o movimento entre esses dois ossos. 
As articulações, entretanto, também possuem elementos com funções espe-
cíficas: os ligamentos e a cápsula articular direcionam e limitam os movimentos; as 
estruturas como a cartilagem articular e o líquido sinovial são capazes de facilitar 
o deslizamento entre dois ossos; e componentes como os discos e meniscos servem 
para melhorar o acoplamento entre os ossos, além de terem a capacidade de absorver 
o choque e distribuir as forças compressivas que incidem em uma articulação.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 43
2.2.2 Tipos de articulações
As articulações podem ser classificadas de acordo com a forma ou o tipo de 
tecido pela qual os ossos são unidos.
Nas articulações fibrosas, a união entre os ossos é feita pelo tecido conjuntivo 
fibroso, em grande ou pequena quantidade, dependendo do local em que se encontra. 
Essas articulações geralmente permitem pouco ou nenhum movimento entre os ossos 
e são encontradas entre os ossos do crânio. 
Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem hialina ou 
fibrocartilagem. Essas articulações geralmente apresentam movimentos limitados, com 
pequena amplitude, e são encontradas nas articulações entre as vértebras. 
Por fim, as articulações sinoviais possuem vários elementos que permitem e regulam 
a movimentação entre os ossos. Têm uma cavidade articular preenchida pelo líquido sino-
vial e são encontradas nas articulações móveis, como ombro, joelho, cotovelo etc.
Funcionalmente, as articulações também podem ser classificadas em três tipos: 
sinartroses, ou articulações imóveis (que não possuem movimento), anfiartroses, ou 
articulações semimóveis (que possuem movimentos limitados) e diartroses, ou arti-
culações móveis (que possuem movimentos amplos). Compreenderemos melhor esses 
movimentos a partir de agora.
2.2.3 Movimentos articulares
Para descrevermos e compreendermos os movimentos articulares, precisamos 
antes entender que dois ossos formam um sistema de alavancas, no qual cada osso 
atua como um braço de força, e a articulação funciona como o ponto de apoio ou os 
vértices de movimentos angulares. Nesse sistema, os músculos e a força da gravidade 
serão as forças atuantes no sistema, e os movimentos ocorrerão aumentando ou dimi-
nuindo o ângulo de movimento. 
É importante salientar também que os movimentos geralmente ocorrem em 
cada um dos três eixos de movimento definidos ou acompanhando os três planos 
seccionais, também definidos previamente. Os movimentos são descritos e definidos 
partindo-se da posição anatômica de estudo do corpo humano.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 44
Movimentos do corpo humano
Abdução
Adução
Adução
Abdução
Abdução
Adução
Flexão
Extensão
Flexão
Flexão
Extensão
Extensão
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 209. (Adaptado).
Nesse sentido, os movimentos que ocorrem no plano sagital em torno do eixo 
transverso são a flexão e a extensão, que correspondem, respectivamente, à dimi-
nuição e ao aumento do ângulo entre dois ossos. 
O plano sagital corta o corpo no sentido anteroposterior, dividindo-o num lado direito e outro 
esquerdo. O transversal divide o corpo,no sentido horizontal, em uma parte superior e outra 
inferior. O coronal secciona o corpo no sentido látero-lateral, dividindo-o numa parte anterior 
e outra posterior.
Os movimentos que ocorrem no plano coronal, em torno do eixo sagital ou ante-
roposterior, são adução e a abdução, correspondendo, respectivamente, à diminuição 
e ao aumento do ângulo entre dois ossos. 
Finalmente, os movimentos que ocorrem no plano transverso, em torno do eixo 
vertical, são as rotações, que podem ser para a direita ou esquerda, caso haja movi-
mento do esqueleto axial, ou podem ser medial e lateral, quando os movimentos 
ocorrerem no esqueleto apendicular. A rotação será considerada rotação medial, ou 
interna, quando a parte anterior do membro girar se aproximando da linha mediana, e 
rotação lateral, ou externa, quando a parte anterior do membro girar se afastando da 
linha mediana.
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Algumas articulações possuem nomes específicos para determinados movi-
mentos. Nos membros superiores, a circundução é quando uma articulação descreve 
movimentos circulares. A pronação e a supinação são movimentos do antebraço em 
que a palma da mão fica, respectivamente, voltada para trás e para frente. Desvio 
radial e desvio ulnar são movimentos do punho, sendo que, no primeiro, a mão se 
inclina em direção ao rádio e, no segundo, ela se inclina em direção à ulna. 
Chegando aos membros inferiores, a plantiflexão é o movimento do tornozelo em 
que ocorre flexão da planta do pé e corresponde a ficar apoiado na ponta dos pés. A 
dorsiflexão, por sua vez, também é um movimento do tornozelo, entretanto, caracteri-
zado pela flexão do dorso do pé. Corresponde a levantar a ponta dos pés e ficar apoiado 
nos calcanhares. A inversão é o movimento do tornozelo em que a planta do pé fica 
voltada para dentro, enquanto na eversão, a planta do pé fica voltada para fora.
Quanto à coluna, temos a inclinação lateral, ou flexão lateral, que é quando 
a pelve fica estabilizada, e a coluna se inclina lateralmente; e a inclinação da pelve, 
que ocorre quando a coluna fica estabilizada, e a pelve é que se inclina lateralmente. 
A extensão axial, ou autocrescimento, é a extensão da coluna no sentido de seu 
próprio eixo. Por fim, a anteroversão e a retroversão são os movimentos da pelve em 
que sua parte superior gira, respectivamente, para frente e para trás.
Podemos ainda considerar os movimentos da escápula. A elevação é o movi-
mento das escápulas para cima (erguer os ombros), enquanto a depressão é o movi-
mento para baixo (abaixar os ombros). Na abdução, as escápulas se afastam uma da 
outra (ombros para frente), e, na adução, elas se aproximam (ombros para trás). A 
rotação externa acontece quando o ângulo inferior da escápula gira se afastando da 
linha mediana, isto é, quando fazemos uma abdução ou flexão do ombro. Finalmente, 
a rotação interna é o movimento no qual o ângulo inferior da escápula gira se aproxi-
mando da linha mediana. Ocorre quando fazemos uma adução ou extensão do ombro.
Estudar e entender esses movimentos é necessário aos profissionais da área 
da saúde para que possam utilizá-los na compreensão das outras disciplinas que 
compõem sua formação e, posteriormente, na análise desses movimentos e suas alte-
rações em seus pacientes ou clientes.
2.2.4 Componentes das articulações sinoviais
As articulações sinoviais possuem elementos que podem estar presentes em 
algumas ou em todas as articulações e têm propósitos específicos dentro dessa articu-
lação. Vamos observar os componentes de uma articulação entre o fêmur e a tíbia na 
imagem a seguir. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 46
Componentes das articulações sinoviais 
Cartilagem articular
Menisco
Cápsula articular
Músculo do quadríceps femoral
Fêmur
Tendão do quadríceps femoral
Bolsa suprapatelar
Bolsa subcutânea pré-patelar
Patela
Cavidade articular
Membrana sinovial
Ligamento patelar
Bolsa intrapatelar super�cial
Bolsa intrapatelar profunda
Tíbia
Agora, compreenderemos melhor esses componentes.
São as superfícies dos ossos que entram em contato com os ossos vizinhos. São recobertas 
pelas cartilagens articulares.
Superfície óssea articular
São as cartilagens que revestem as superfícies dos ossos que entram em contato com outros 
ossos em uma articulação móvel. Essa é uma cartilagem do tipo hialina, uniforme, transparente 
e elástica. É avascular, portanto, nutrida pelo líquido sinovial por meio de difusão e também 
pelo tecido ósseo subcondral.
Cartilagem articular
São elementos anatômicos que se destinam a proporcionar o perfeito ajuste entre a superfície 
óssea, servindo como amortecedor para que não haja uma degeneração óssea.
Disco articular e meniscos
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Disco intervertebral da coluna
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Feixes paralelos de fibras extracelulares e fileiras interpostas de núcleos de fibrócitos acha-
tados. A maioria dos ligamentos tem substanciais fibras colágenas longitudinais entrelaçadas 
com finas fibras colágenas e algumas fibras elásticas. Isso torna os ligamentos inextensíveis, 
para que possam fornecer um forte suporte e limitar a excessiva ou desalinhada movimentação 
da articulação, sem que isso impeça o alcance normal da movimentação.
Ligamentos
É o principal ligamento de uma articulação do tipo móvel, constituída de tecido conjuntivo 
fibroso, denso e regular, cujas fibras estão aderidas ao periósteo do osso. Feixes paralelos de 
fibras da camada externa da cápsula formam os ligamentos de reforço.
Cápsula articular
É uma membrana delgada, bem vascularizada, que reveste toda a cavidade articular, respon-
sável por secretar o líquido sinovial.
Membrana sinovial
Líquido responsável por nutrir a cartilagem articular e lubrificar toda articulação.
Líquido sinovial
Existem apenas nas diartroses do tipo esferóides (ombro e quadril), encontrados do lado da 
superfície côncava para aumentar a área articular, incrementando assim sua estabilidade.
Lábios
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 48
Os ossos são os componentes responsáveis pela estrutura do corpo humano e 
necessitam das articulações para que eles possam cumprir suas funções de sustentação, 
proteção e também movimento. Mas para a realização de todas essas funções, também 
é necessária a participação dos músculos, que serão os responsáveis por dar estabilidade 
e gerar o movimento de que o corpo humano precisa para realizar as suas funções. 
O correto funcionamento desses elementos é fundamental para que o movi-
mento do corpo humano possa ocorrer sem limitações e principalmente para que 
possa ser aperfeiçoado por meio de treinamento.
2.3 Sistema muscular
Para que os movimentos sejam realizados, é necessária uma perfeita coorde-
nação entre os músculos e o sistema nervoso, fazendo com que alguns músculos se 
contraiam, enquanto outros relaxem. E para que o sistema nervoso tenha sempre o 
comando imediato das contrações musculares, os músculos nunca relaxam completa-
mente, permanecendo em um estado de tensão mínima, sempre prontos para receber 
os comandos do sistema nervoso. Essa tensão mínima é chamada tônus muscular.
Nesta seção, estudaremos as principais características do sistema muscular, sua 
classificação e suas funções, além de conhecermos quais são os principais músculos do 
corpo humano .
2.3.1 Classificação dos músculos
Existem inúmeras formas de se classificar os músculos, e essas formas podem 
variar de acordo com o aspecto do músculo que pretendemos estudar.
Eles podem ser classificados, por exemplo, quanto a sua situação

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