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A INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTINÇÃO ETÁRIA FEITA ENTRE OS IDOSOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE LOAS

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Brasília - DF
2018
Autor: Irenildes Dourado de Melo
Orientador: Me .Fabrício Jonathas Alves
Pró-Reitoria Acadêmica 
Escola de Direito
Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso
A INCONSTITUCIONALIDADE DA DINSTINÇÃO ETÁRIA FEITA ENTRE O IDOSO PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS)
IRENILDES DOURADO DE MELO
A INCONSTITUCIONALIDADE DA DINSTINÇÃO ETÁRIA FEITA	 ENTRE O IDOSO PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS)
Artigo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito
	
Orientador: Fabrício Jonathas Alves
Brasília
2018
A INCONSTITUCIONALIDADE DA DINSTINÇÃO ETÁRIA FEITA	 ENTRE O IDOSO PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS)
IRENILDES DOURADO DE MELO
Resumo: 
A Constituição Federal visando assegurar um mínimo necessário a uma existência digna garantiu ao idoso, que não tenha condições de prover a própria mantença ou tê-la provida pela sua família, um salário mínimo mensal. Ocorre que a Carta Magna não definiu a pessoa a ser considerada idosa tendo tal definição sido feita pelo legislador ordinário ao elaborar a Lei 10.741/2003. Fato é que o Estatuto do Idoso e a Lei Orgânica da Assistência social ao fixarem uma idade mínima de 65 (sessenta e cinco) anos para a concessão do Benefício de Prestação Continuada, divergindo da idade trazida para conceituar o idoso no ordenamento jurídico, qual seja, 60 (sessenta anos) violaram frontalmente o texto constitucional ferindo precipuamente o princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez que a Lex Fundamentalis não qualquer menção a idade mínima para sua concessão. 
Palavras-chave: Direito Previdenciário. LOAS. Dignidade da Pessoa humana. Faixa etária. Direito Constitutional.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por escopo analisar o conflito de normas quanto ao critério etário para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (LOAS).
A constituição tem como um de seus princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana. Tal princípio fora trazido expressamente pela Carta Magna e constitui um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, pertinente à República Federativa do Brasil. 
É obvio, pois, que sua finalidade, na qualidade de princípio fundamental, é proporcionar e garantir ao homem um mínimo de direitos que devem ser respeitados pela sociedade e pelo poder público, garantindo-se um mínimo existencial para assegurar sua dignidade. 
Pensando nisso, a constituição instituiu os direitos de segunda geração, direitos estes voltados à redução de desigualdades e principalmente à proteção daqueles que se encontram em situação de hipossuficiência, por meio dos direitos relativos à previdência social, à saúde e a assistência social compreendendo assim o que alcunhamos de Seguridade Social.
Fato é que dentre os objetivos da assistência social, conforme previsão constitucional está a proteção dentre outros direitos, à velhice, conforme previsão em seu art. 203, inciso I. Tal proteção visa garantir um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme regulamentação legal.
O foco em questão é na pessoa do idoso como sujeito de direito ao benefício de prestação continuada e os conflitos existentes entre as normas quando confrontadas com a Lei maior, uma vez que a Lei 10.741/2003, qual seja o Estatuto do Idoso trouxe-nos como sendo idoso aquele que possui 60 (sessenta) anos ou mais, mas no que tange ao benefício em comento trouxe-nos, juntamente com a Lei Orgânica Social 8.742/93 (LOAS) que faz jus o idoso com 65 (sessenta e cinco) anos. 
Ocorre que a Constituição não fez qualquer menção a idade mínima, mostrando para tanto, que há uma necessidade de adequação das legislações existentes com Lei Maior, vez que esta defende o direito a igualdade de todos e a proteção ao princípio da dignidade da pessoa humana.
CONCEITO DE IDOSO
Definir o vocábulo “idoso” em suas inúmeras acepções é algo deveras complicado. Há que se analisar sua definição em diversos ângulos possíveis para que tenhamos um melhor entendimento acerca da temática em questão. A par disso, merece esclarecer que no dicionário Aurélio de português tem-se idoso por “que ou quem tem idade avançada.”. O dicionário brasileiro de língua portuguesa Michaelis, por sua vez, além da definição supramencionada define o idoso como sendo “velho”.[1: 	MICHAELIS. Moderno dicionário de língua portuguesa. 10. ed. São Paulo. Companhia Melhoramentos. 2002. Substantivo.][2: 	FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curitiba: Ed. Positivo. 2009. Substantivo. ]
Ciente dessa definição inicial trazida pelos dicionários merece esclarecer que a palavra “velhice” deriva do latim vetus e mais especificamente se traduz como “velho”. Fato é que vários são os sinônimos encontrados para o vocábulo em comento, no entanto além do significado da palavra, em si, faz-se necessário tecer considerações acerca do conceito de idoso em outros vieses. 
Em primeiro plano, vale lembrar que, conforme leciona Agustini “em 1556, a velhice tinha três perspectivas distintas, sendo estas: a “velhice verde” - dos 55 aos 65 anos; a “velhice crua” – dos 65 anos até à morte e a “velhice decrépita”, quando os homens se tornavam caducos e inúteis.”.[3: 	AGUSTINI, Fernando Coruja. Introdução ao Direito do idoso. Florianópolis. Fundação Boiteux. 2003. p. 26.]
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por sua vez, define o idoso como sendo o indivíduo com 60 anos de idade ou mais. No entanto, compete esclarecer que tal limite somente é válido para os países em desenvolvimento, como o Brasil, tendo em vista que nos países desenvolvidos, admite-se o reconhecimento de outros limites a serem adotados, podendo ser considerado idoso aquele que possui 65 anos de idade. Isso se dá porque naqueles a expectativa de vida é menor que nestes. [4: 	GONTIJO, Suzana. Envelhecimento Ativo: uma política de saúde. Brasília. World Health Organization. 2005]
Em que pese, importa trazer à baila que, consoante nos traz Luciana Moura em seu trabalho “psicologicamente, o conceito de idoso leva em consideração a idade cronológica do indivíduo, o seu histórico de vida e o grau de desenvolvimento do país em que ele vive.” Por seu turno, ela nos diz também que:
[...] a classe médica, por meio da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, entidade destinada aos estudos e pesquisas em relação aos idosos, utiliza dois conceitos distintos para definir velhice, quais sejam: O conceito simplista que se restringe única e exclusivamente ao critério cronológico e o conceito biológico o qual se refere aos fatores internos da condição humana.[5: 	MOURA, Luciana. As acepções do vocábulo idoso. 2016. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/46598/as-acepcoes-do-vocabulo-idoso > ]
Cumpre salientar ainda, que em nosso país, é comum que os vocábulos “velho e idoso”, sejam confundidos. No entanto, há de se ponderar que o termo “idoso” se diz mais respeitoso para àquele que já contribuiu, e, em diversos casos, continua contribuindo, para o desenvolvimento do país. 
Daí se segue que na visão doutrinária de Fernando Coruja Agustini, trazido por Luciana Moura também em seu trabalho, a qual diz que o termo “pessoa idosa” nada mais é que um termo social, senão vejamos:[6: 	AGUSTINI, Fernando Coruja. Introdução ao Direito do idoso. Florianópolis. Fundação Boiteux. 2003. ]
Não existe um ser “pessoa idosa”, é apenas um termo social que não tem realidade humana. O que não impede que descrevam com seus usos e costumes, seu temperamento, seus defeitos. Tudo isso projeta, para os mais jovens, uma imagem de velhice bastante ameaçadora, incapaz de corresponder a um ideal atingível, como acontece em outras civilizações e emoutras culturas. Esse ideal de ego que envelhece adquire um aspecto de bicho-papão do ego, contra o qual vai se quebrar mais de um espelho
Fato é que no decorrer dos anos houve uma necessidade indubitável de um novo conceito de velhice, uma nova interpretação de idoso. Houve a necessidade de um conceito mais adequado diante da nova compreensão, com novas atribuições de uma sociedade ciente de seus direitos, para atender à demanda de atitudes jurídicas, políticas e sociais. Nessa vereda, faz-se necessário analisar quem vem a ser idoso no âmbito jurídico.
Em primeiro plano, merece destaque tecer considerações acerca do que vem a ser o Estatuto do Idoso, vez que este nos traz a definição do que seria idoso para o ordenamento jurídico brasileiro. Tal instituto consiste em uma norma criada com o escopo de realizar da forma mais ampla possível uma ação afirmativa a fim de superar as desigualdades existentes entre os idosos, vez que representam um grupo vulnerável, e a sociedade
Em que pese, a Constituição Federal, não definiu quem é a pessoa que é considerada “idosa”, tarefa que foi feita pelo legislador ordinário, ao elaborar inicialmente a Política Nacional do Idoso (PIN), promulgada pela Lei nº 8.842/1994, a qual leciona em seu artigo 2º que “Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade o Estatuto do Idoso.” [7: 	BRASIL. Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994.  Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Brasília. 1994. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/cciVil_03/Leis/L8842.htm >. ]
Nesse mesmo sentido a Lei nº 10.741/2003, qual seja, o Estatuto do Idoso, nos trouxe em seu art. 1º de forma evidenciada o conceito de idoso, não restando dúvidas, assim, sobre quem pode ser considerado idoso no âmbito nacional, in verbis: “Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”.[8: 	BRASIL. Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Brasília. 2003. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm >. ]
Ademais, cumpre observar que o Código Civil Brasileiro não faz qualquer referência ao conceito de idoso. O legislador ordinário limitou-se tão somente a fornecer critérios para a definição dessa parcela da sociedade e a orientar na determinação do ponto de partida do qual uma pessoa pode ser considerada civilmente idosa, deixando a responsabilidade de tal definição às leis especiais.
Por todo exposto, é possível concluir que várias são as extensões e compreensões do vocábulo idoso, tanto do ponto de vista de saúde, do ponto de vista psicológico, social, político e jurídico, sendo este último de suma importância para que o legislador consiga aplicar a lei de forma mais eficaz e justa. 
Fato é que os idosos gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Direitos estes, garantidos pela Lei maior, sem prejuízo da proteção integral, sendo-lhes assegurados, todas as oportunidades e facilidades para preservação de sua saúde física e mental, bem como do seu aperfeiçoamento moral e social, em condições de igualdade e dignidade. Assim sendo, a uniformização do conceito de idoso, com um só parâmetro de idade, indubitavelmente facilitaria a aplicação das leis vigentes que versam sobre a temática.
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS)
É cediço que um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana, tendo tal fundamento se consagrado expressamente no inciso III do art. 1º da Constituição Brasileira de 1988. [9: 	BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília. Promulgada 05 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >]
Tal diretriz principiológica impõe ao Estado Brasileiro o dever de assegurar a todas as pessoas condições materiais mínimas de existência. Daí se segue o entendimento do Doutrinador Marcelo Novelino de que:[10: 	NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional. 9. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: MÉTODO. 2014. p. 362.]
A consagração da dignidade humana no texto constitucional reforça, o reconhecimento de que a pessoa não é simplesmente um reflexo da ordem jurídica, mas, ao contrário, deve constituir o seu objetivo supremo, sendo que na relação entre o indivíduo e o Estado deve haver sempre uma presunção a favor do ser humano e de sua personalidade. O indivíduo deve servir de “limite e fundamento do domínio político da República”, pois o Estado existe para o homem e não o homem para o Estado.[11: 	CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da Constituição. 4. ed. Coimbra: Almedina. 2000.]
Fato é que a Lex Fundamentalis, nos trouxe aquilo que denominamos de direitos fundamentais de segunda geração. Tais direitos impõem diretrizes, deveres e tarefas a serem realizadas pelo Estado, com o escopo de possibilitar ao homem melhor qualidade de vida e um nível de dignidade como pressuposto do próprio exercício da liberdade.
Como nos traz Nilson Nunes em seu trabalho:
[...] os direitos fundamentais de segunda geração funcionam como uma alavanca ou uma catapulta capaz de proporcionar o desenvolvimento do ser humano, fornecendo-lhe as condições básicas para gozar, de forma efetiva, a tão necessária liberdade. [12: 	NUNES, Nilson. Segunda dimensão dos direitos fundamentais. ]
São direitos voltados à redução de desigualdades e principalmente à proteção dos hipossufientes. A par disso, importa salientar que, a fim de assegurar o mínimo existencial, o Estado, dentre outras medidas, organizou o que intitulamos de “seguridade social”. que compreende um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.” [13: 	BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, promulgada 05 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm > ]
Para o Professor Fábio Zambitte Ibrahim, a seguridade social pode ser conceituada como sendo:
A rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos no sentido de estabelecer ações para o sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando um padrão mínimo de vida digna.[14: 	IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 22. ed. Rio de Janeiro: Impetus. 2016. p. 5.]
É obvio, pois, que a seguridade social abarca um conceito amplo, destinado a quem dela precisar. Trata-se em verdade de um gênero, do qual são espécies a saúde, a previdência social e a Assistência social, sendo esta última regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (8.742/93). 
Nas palavras do doutrinador Frederico Amado é possível definir a Assistência social como:
[...] medidas públicas (dever estatal) ou privadas a serem prestadas a quem delas precisar, para o atendimento das necessidades humanas essenciais, de índole não contributiva direta, normalmente funcionando como um complemento ao regime de previdência social, quando este não puder ser aplicado ou se mostrar insuficiente para a consecução da dignidade humana.[15: 	AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo Previdenciário. 9. ed. rev. ampl. e atual. Salvador Ed.: JusPodivm. 2017. p. 44-45.]
Conforme previsão constitucional, a assistência social tem por objetivos: [16: 	BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília. Promulgada 05 de outubro de 1988.]
I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - O amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - A promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - A garantia de umsalário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Como se nota, a assistência social é, indubitavelmente, um dos meios de se garantir o mínimo existencial, em especial à aqueles que não dispuseram de condições de contribuir com a previdência social. Entre eles encontra-se à pessoa do idoso, o qual recebeu uma guarita constitucional, em seu art. 230, inciso V, conforme supramencionado, cabendo ao Estado e a família, o dever de a obrigação de garantir um envelhecimento digno. 
Registra-se que, o benefício de prestação continuada nada mais é uma das políticas públicas de assistência social prestadas pelo Poder Público brasileiro. É devido às pessoas com deficiência e aos idosos que, não possuem meios de garantir a sua mantença. 
No que concerne requisitos para a concessão do benefício em tela, inicialmente este seria pago ao necessitado, que, para efeitos legais, é idoso (maior de 65 anos) ou deficiente, cuja renda mensal per capita fosse inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, conforme art. 20, §3º da Lei nº 8.742/93, sendo assim, incapazes de prover sua manutenção.[17: 	BRASIL. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993.  Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília. 1993. ]
Ocorre que, o critério econômico de ¼ do salário mínimo por pessoa fora julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal na ADIn nº 1.232-DF. Desta feita o fato de a renda ser superior ao critério previsto em lei não impede a concessão do benefício. Essa posição resta pacificada nos tribunais. Veja-se o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:[18: 	BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Apelrexx. AC 0004326-78.2010.404.9999. Relator: Roger Raupp Rios. Rio Grande do Sul. 2017. ]
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA. MISERABILIDADE. PREENCHIMENTO DE REQUISITOS. RENDA FAMILIAR. ART. 20, §3º, DA LEI 8.742/93. RELATIVIZAÇÃO DO CRITÉRIO ECONÔMICO OBJETIVO. STJ E STF. PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. BENEFÍCIO DE RENDA MÍNIMA. IDOSO. EXCLUSÃO. TUTELA ESPECÍFICA. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1. O direito ao benefício assistencial previsto no art. 203, V, da Constituição Federal e no art. 20 da Lei 8.742/93 (LOAS) pressupõe o preenchimento de dois requisitos: a) condição de pessoa com deficiência ou idosa e b) condição socioeconômica que indique miserabilidade; ou seja, a falta de meios para prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. 2. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.112.557 representativo de controvérsia, relativizou o critério econômico previsto no art. 20, §3º, da Lei 8.742/93, admitindo a aferição da miserabilidade da pessoa deficiente ou idosa por outros meios de prova que não a renda per capita, consagrando os princípios da dignidade da pessoa humana e do livre convencimento do juiz. 3. Reconhecida pelo STF, em regime de repercussão geral, a inconstitucionalidade do §3º do art. 20 da Lei 8.742/93 (LOAS), que estabelece critério econômico objetivo, bem como a possibilidade de admissão de outros meios de prova para verificação da hipossuficiência familiar em sede de recursos repetitivos, tenho que cabe ao julgador, na análise do caso concreto, aferir o estado de miserabilidade da parte autora e de sua família, autorizador ou não da concessão do benefício assistencial. 4. Deve ser excluído do cômputo da renda familiar o benefício previdenciário de renda mínima (valor de um salário mínimo) percebido por idoso integrante da família. Aplicação analógica do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003. (…) (Supressão do autor) (TRF4, AC 0004326-78.2010.404.9999, Quinta Turma, Relator Roger Raupp Rios, D.E. 18/11/2014, com grifos acrescidos) 
Doravante, no que tange ao critério etário para a concessão de LOAS aos idoso importa trazer à baila que, o benefício assistencial em comento substituiu a antiga “renda mensal vitalícia”, que era regulamentada pela Lei nº 6.179/74. Segundo Jefferson Luis Kravchychyn et. al. in verbis:[19: 	KRAVCHYCHYN, Jefferson Luis [et. al.]. Prática processual previdenciária: administrativa e judicial. 5. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 485]
[...] a renda mensal vitalícia era o benefício pago pela Previdência Social ao maior de 70 anos de idade ou inválido que não exercesse atividade remunerada, não auferisse qualquer rendimento superior ao valor da sua renda mensal, não fosse mantido por pessoa de quem dependesse obrigatoriamente e não tivesse outro meio de prover ao próprio sustento.
Tal renda integrou a lista de benefícios da Previdência Social até a regulamentação do inciso V do art. 203 da Carta Magna, que se deu pela Lei n.º 8.742, de 7.12.93.”, a qual, lecionava em sua redação original que:[20: 	BRASIL. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993.  Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília.1993 Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8742.htm >.]
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
Ocorre que, a Medida Provisória nº 1599-39, de 11 de dezembro de 1997, e reedições, medida esta que fora convertida na Lei nº 9.720/1998, nos trouxe a seguinte redação em seu art. 38: “A idade prevista no art. 20 desta Lei reduzir-se-á para 67 (sessenta e sete) anos a partir de 1º de Janeiro de 1998”, diminuindo, assim, a idade mínima estabelecida para a concessão do benefício de LOAS. [21: 	BRASIL. Medida Provisória nº 1.599-39, de 11 de dezembro de 1997.  Dá nova redação a dispositivos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, sobre a organização da Assistência Social, e dá outras providências. Brasília. 1997. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/1996-2000/1599-39.htm >]
Finalmente, em 2003 com o advento do Estatuto do Idoso a idade mínima para a concessão do benefício assistencial em comento foi novamente alterada estabelecendo como 65 (sessenta e cinco anos) a idade mínima conforme previsão do art. 34 do referido diploma legal. 
Fato é que, a criação da Lei nº 10.741/2003 instaurou contradição entre as normas reguladoras do benefício de prestação continuada ao idoso. De um lado tínhamos o artigo 20 da LOAS cumulado com o art. 38 do mesmo dispositivo legal que estabeleciam a idade de 67 (sessenta e sete) anos e do outro lado tínhamos o Estatuto do Idoso que determinava de 65 (sessenta e cinco anos), como idade mínima. 
 Finalmente tal conflito de leis fora resolvido em 2011, pela Lei n. 12.435, de julho de 2011, a qual revogou o artigo 38 da lei de LOAS e deu nova redação ao artigo 20 da LOAS estabelecendo como 65 (sessenta e cinco) anos a idade mínima legal para percepção do benefício supramencionado. 
DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E O CASO DA JUSTIÇA FEDERAL 
A Constituição Federal em seu artigo 5º, previu aquilo que denominamos de princípio da igualdade, ou princípio da isonomia ao dizer que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Por tal razão, José Afonso da Silva leciona em sua obra que o princípio em comento constituiu o signo fundamental da democracia.[22: 	SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional positivo. 25° ed. Malheiros: São Paulo, 2005, p. 211.]
Fato é que o princípio constitucional da igualdade não proíbe que a lei estabeleça tratamento diferenciado entre pessoas que guardem distinções de grupos sociais, de condição econômica, de profissão, de sexo, ou de idade, entre outros; o que não se admite aqui, é que os parâmetros diferenciadores sejam arbitrários, desprovidos de razoabilidade, ou deixe de atender alguma relevante de razão de interesse público.[23: 	PAULO,Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 7ª ed. São Paulo: Método, 2011. p. 121.]
A par disso, há que se tecer considerações acerca da distinção etária feita entre o idoso para a concessão do benefício de prestação continuada, tendo em vista que, embora o conflito etário entre as normas supramencionadas tenha sido resolvido momentaneamente ao se estabelecer 65 (sessenta e cinco) anos como idade para a concessão do benefício em tela, há uma controvérsia ao se analisar que o artigo 1º do Estatuto do Idoso conceituou a “pessoa idosa” como aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Em rápidas pinceladas revela ressaltar que, de um lado, o artigo 203, inciso V, da Constituição Federal leciona que será concedido um benefício mensal aos idosos. A par disso, o artigo 1º do Estatuto do Idoso juntamente com o artigo constitucional supracitado nos leva a concluir que as pessoas com 60 anos ou mais fazem jus ao benefício.
 Ocorre que, o artigo 34 também do Estatuto do Idoso, bem como o artigo 20 da Lei nº 8.742/1993, este último com a redação dada pela Lei n. 12.435/2011, aduzem que apenas os idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais têm direito ao benefício.
Via de consequência, com o advento do Estatuto do Idoso emergiu-se a discussão envolvendo a constitucionalidade da limitação etária para concessão do Benefício de Prestação Continuada aos idosos. Assim, questiona-se se é constitucional limitar a concessão do benefício a uma faixa etária dos idosos, como tem sido feito? [24: 	LIMA, Thiago Borges Mesquita de. A inconstitucionalidade da limitação etária estabelecida pelos artigos 34 da Lei nº 10.741/2003 e 20 da Lei nº 8.742/1993 para a concessão do benefício de prestação continuada ao idoso. Brasília. 2016. Disponível em: < http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-inconstitucionalidade-da-limitacao-etaria-estabelecida-pelos-artigos-34-da-lei-no-107412003-e-20-da-lei-no-8,55755.html >. ]
Seguindo o silogismo de Luciana Ferreira Batista Martins entendemos que a resposta a essa pergunta é negativa uma vez que, a Constituição garante o direito a qualquer idoso. A carta constitucional não abriu qualquer exceção para a concessão do benefício, assim, estipular uma idade por mera decisão política, fere de morte nossa lei maior.[25: 	MARTINS, Luciana Ferreira Batista. Critério etário: Conflito entre a Constituição Federal, estatuto do idoso e lei orgânica da assistência social. Disponível em: < https://lex.com.br/doutrina_27157550_CRITERIO_ETARIO_CONFLITO_ENTRE_A_CONSTITUICAO_FEDERAL_ESTATUTO_DO_IDOSO_E_LEI_ORGANICA_DA_ASSSISTENCIA_SOCIAL.aspx >. ]
. É óbvio, pois, que, se o artigo 203, inciso V, da Constituição garantiu um salário mínimo mensal aos idosos que não tenham condições de prover a própria manutenção e considerando que o legislador ordinário considerou como idosas todas as pessoas com 60 (sessenta) anos ou mais, não há que se falar em possibilidade de distinção etária. 
A Lex Fundamentalis não fez qualquer ramificação acerca de quem é idoso para a concessão do benefício em comento. Em verdade a única exigência feita pelo legislador constituinte para fazer jus a percepção do benefício é a impossibilidade do idoso prover a sua própria manutenção ou não a ter provida por sua família. 
Por iguais razões, evidencia-se que, a definição de idoso é una, tendo em vista que o legislador foi claro ao defini-los em seu artigo 1º. Nessa vereda sua definição não comporta subdivisões pois isso a distinção etária em tela claramente viola o princípio constitucional da igualdade. 
Nesse sentido também se perfilha os ensinamentos do professor Celso Antônio Bandeira de Mello, ao dizer que:
Rezam as Constituições – e a brasileira estabelece no art. 5º, caput – que todos são iguais perante a lei. Entende-se, em concorde unanimidade, que o alcance do princípio não se restringe a nivelar os cidadãos diante da norma legal posta, mas que a própria lei não pode ser editada em desconformidade com a isonomia. O preceito magno da igualdade, como já tem sido assinalado, é norma voltada quer para o aplicador da lei quer para o próprio legislador. Deveras, não só perante a norma posta se nivelam os indivíduos, mas, a própria edição dela assujeita-se ao dever de dispensar tratamento equânime às pessoas.[26: 	BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. O Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª ed. 23ª tir. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 9. ]
Ou seja, se a lei não pode ser editada em desconformidade com a isonomia nada mais certo que questionar a constitucionalidade do art. 34 do estatuto do idoso e art. 20 da Lei nº 8.742/1993 e declara-los inconstitucionais por estarem afrontando um dos mais importantes princípios constitucionais. 
Vale ter presente que a temática em comento já fora objeto de discussões em tribunais conforme notícia, veiculada no site da Seção Judiciária de Santa Catarina e extraído do JusBrasil, na qual a juíza Adriana Regina Barni Ritter, da 2ª Vara do Juizado Especial Federal de Criciúma, considerou como inconstitucionais os artigos supramencionados que preveem o benefício para pessoas com mais de 65 (sessenta e cinco) em situação de carência.
 Nas palavras da ilustre magistrada: "Não tendo a Constituição Federal limitado a idade do idoso para fins de amparo social, a lei não poderia fazê-lo, porque isso implica (...) total afronta ao princípio da igualdade". Como se nota a magistrada sabiamente, entendeu que “se o Estatuto do Idoso estabelece que as pessoas a partir de 60 são consideradas idosas e devem ter proteção integral, a idade mínima para receber o benefício deveria ser a mesma. ” [27: 	Criciúma – pessoa de 62 anos terá benefício assistencial de idoso. Juíza Federal Adriana Regina Barni Ritter. Disponível em http://jf-sc.jusbrasil.com.br/noticias/3109503/criciuma-pessoa-de-62-anos-tera-beneficio-assistencial-de-idoso.]
De igual modo julgou o Magistrado Marcelo Octaviano Diniz Junqueira, da 2ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foro de Atibaia no Processo nº 4004161-84.2013.8.26.0048, em que o Sr. Zacarias Jose Boto litiga em face do Instituto Nacional do Seguro Social, senão vejamos: 
[...] quando a lei do amparo social foi criada em 1993, sequer existia o Estatuto do Idoso, esse gerado somente 10 anos depois. Embora uma lei seja mais velha que a outra, não faz muito sentido elas coexistirem hoje, cada uma dizendo uma coisa. Pensando nessas diferenças foi que a juíza Adriana Regina Barni Ritter, da 2ª Vara do Juizado Especial Federal de Criciúma, resolveu nivelar idoso a partir dos 60 anos para efeito de BPC e concedeu o benefício para uma pessoa com 62 anos. ” Pois bem, para que o benefício perseguido fosse deferido, necessário seria o preenchimento dos dois requisitos necessários e com base na prova inequívoca constante do laudo social e nos documentos que atestam a condição clínica do autor, entendo que foram preenchidos. Além disso, é do conhecimento de todos os elevados custos em nosso país dos remédios e tratamentos, bem como o acesso da população aos grandes hospitais que realizam ao procedimento cirúrgico necessário pelo autor, eis que como é do conhecimento de todos o problema de saúde que acomete o autor necessita de intervenção cirúrgica. Evidente, portanto, que o autor necessita da assistência Estatal prevista em nossa Constituição Federal, que é clara e precisa em atribuir ao Estado o dever de não deixar ao desamparo considerável parcela da população. Portanto, todos passaram a ter direito à saúde (art. 196) e também à assistência social estatal (art. 203). A autor é portador de doença com efeitos progressivos, os quais já estão sendo sentidos pelo autor, necessitando de procedimento cirúrgico, além de ter dificuldade de prover as necessidades básicas da vida, uma vez estar incapacitado. Como se vê, preenche os requisitos indispensáveis à concessão do benefício assistencial. De rigor, portanto, a procedência do pedido. Do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por ZACARIAS JOSÉ BOTO em facedo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL para conceder ao autor o benefício de amparo assistencial, previsto no artigo 20 da Lei nº 8.742/93, que por sua vez foi complementado pelo Decreto nº 1.744/95, beneficiando-a com uma pensão mensal no valor de 1 (um) salário mínimo, a partir da citação. ” (Grifo Nosso)[28: 	JUSTIÇA FEDERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Criciúma - pessoa de 62 anos terá benefício assistencial de idoso. JUSBRASIL. 2012. Disponível em: < https://jf-sc.jusbrasil.com.br/noticias/3109503/criciuma-pessoa-de-62-anos-tera-beneficio-assistencial-de-idoso >. Acesso em: 04.jun.2018. ]
Em arremate, por todo exposto não restam dúvidas que fazer uma distinção etária afronta a nossa lei maior e por tal razão judiciário tem caminhado no sentido de demonstrar que distinção etária existente para a concessão do benefício de prestação continuada para a pessoa idosa é indevida pois não encontra respaldo constitucional e fere um de seus princípios fundamentais, qual seja o princípio da igualdade. 
CONCLUSÃO
Por todo exposto pode-se concluir que, a Constituição aos nos trazer como um de seus princípios fundamentais o princípio da dignidade da pessoa humana impôs ao Estado e à sociedade a obrigação de garantir um mínimo existencial aos idosos que não possuem condições de prover a própria mantença. 
Para tanto, garantiu a eles o direito a ver concedido um salário mensal sem, contudo, fazer qualquer distinção etária para limitar qual idoso poderia perceber o benefício assistencial em comento. 
Fato é que, várias são as acepções do vocábulo idoso. Entretanto, no âmbito jurídico brasileiro quem nos trouxe aquele que devemos considerar como idosos foi o Estatuto do Idoso em seu art. 1º ao defini-los como sendo aqueles que possuem 60 (sessenta anos) ou mais. 
A par disso, não tendo feito a constituição qualquer distinção etária não faz sentido o art. 20 da Lei de LOAS, bem como o art. 34 do Estatuto do Idoso limitarem essa idade aos idosos que possuem mais de 65 (sessenta e cinco) anos pois se a constituição não limitou idade tal distinção fere de morte o princípio da igualdade.
The Unconstitutionality of the age distinction made between the elderly for the concession of the Continuous Benefit Bank (LOAS)
Abstract:
The Federal Constitution aimed at ensuring the minimum necessary for a dignified existence guaranteed the elderly, who can not afford to maintain their own or have it provided by their family, a monthly minimum wage. It occurs that the Magna Carta did not define the person to be considered elderly and such a definition was made by the ordinary legislator when drafting Law 10.741 / 2003. It is a fact that the Statute of the Elderly and the Organic Law of Social Assistance set a minimum age of 65 (sixty-five) years for the granting of the Continuous Benefit, diverging from the age brought to conceptualize the elderly in the legal system, 60 (sixty years) violated frontally the constitutional text hurting the principle of the dignity of the human person, since the Lex Fundamentalis did not mention the minimum age for granting it. 
Keywords: Social Security Law. Old man. Loas. Dignity of human person. Age group. Constitutional right.
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