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trabalho RELAÇOES RACIAIS E DESIGUALDADE NO BRASIL

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE GOIAS 
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇOES INTERNACIONAIS
BACHARELADO EM DIREITO 
SOCIOLOGIA JURIDICA
PROFESSOR: VALDIR
RELAÇOES RACIAIS E DESIGUALDADE NO BRASIL
AMANDA CAMPOS 
DAYANE COSTA
ESTER FLORENTINO
SARA CABRAL
VITORIA HELENA
C05
GOIANIA
2018
AMANDA CAMPOS
DAYANE COSTA 
ESTER FLORENTINO
SARA CABRAL
VITORIA HELENA 
RELAÇOES RACIAIS E DESIGUALDADE NO BRASIL
Trabalho de sociologia jurídica.
Apresentado pelos alunos: Amanda 
Campos, Dayane Costa, Ester Florentino, Sara Cabral, Vitoria Helena.
Professor: Valdir
Turma: C05
GOIANIA
2018
SUMARIO
INTRODUÇAO.............................................................................................................4
ERA VARGAS E O MITO DA DEMOCRACIA............................................................5
O PROTESTO NEGRO NA ERA VARGAS.................................................................6
O APAGAMENTO DA MEMÓRIA E DA HISTÓRIA...................................................7
A REDEMOCRATIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SIMBÓLICAS E CONCRETAS...............................................................................................................8
DITADURA MILITAR E O PROTESTO NEGRO.........................................................9
DEMOCRATIZANDO AS RELAÇÕES RACIAIS NO PÓS-GUERRA......................10
PROTESTO NEGRO DE 1940 E A LEI AFONSO ARINOS......................................10
A UNESCO INVESTIGA AS RELAÇÕES RACIAIS BRASIELIRAS........................11
AS IDEIAS DE ORACY NOGUEIRA.........................................................................11
AS IDEIAS DE FLORESTAN FERNANDES.............................................................12
AS IDEIAS DE THALES DE AZEVEDO....................................................................13
CONCLUSAO............................................................................................................14
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................15
INTRODUÇAO
O Brasil encontra-se as maiores economias do mundo e foram considerados, ao longo de várias décadas, o pais da “democracia racial”. Entretanto, embora nunca tenha se considerado no pais um regime de separação racial legal e formal, a realidade brasileira e outra. 
As informações apresentadas praticamente falam por si mesmas. As desigualdades são graves e, ao afetarem a capacidade de inserção dos negros na sociedade brasileira, comprometem o projeto de construção de um pais democrático e com oportunidades iguais para todos. 
Esperamos que as informações e analises aqui contida sirvam para uma reflexão profunda sobre as desigualdades racionais no Brasil, levando a sugestão e a doação de medidas que venham a beneficiar, um curto prazo, a população negra do Brasil. 
ERA VARGAS E O MITO DA DEMOCRACIA
Era Vargas, ficou marcado por um período democrático, onde surgiu as leis trabalhistas e foi inserido um pouquinho mais daquilo que chamamos de democracia hoje. Nesse momento surgiu “O mito da democracia racial”. Até então havia teorias no Brasil de que a sociedade deveria ser esbranquiçada, tendo então uma grande visão de racismo, porque não aceitavam a presença negra no Brasil, por conta da herança colonial, que tinham o negro como escravo.
Nesse processo vemos claramente o negro sendo excluído, tanto politicamente, como socialmente. Os teóricos da época, para forjar uma identidade nacionalista, ou seja, fazer com que o próprio Brasileiro, seja ele branco, negro ou índio, se entendesse como brasileiro e valoriza-se a pátria que nela habitava. Foi na Era Vargas que começou valorizar o samba, candomblé e capoeira, que são práticas culturais negras e que passaram a ter certo tipo de valor. Realizando esse tipo de atividade, parecia que o negro estava englobado dentro do processo de sociedade. Durante a Era Vargas, vai quebrar um pouquinho desse mito de que o branco é superior. Gilberto Freyre nasceu em Recife em 15 de março de 1900, fez a graduação em Baylor e sua pôs em Colúmbia. Foi eleito deputado federal pela UDN. Buscou ao longo da vida, interpretar o Brasil sob os ângulos da sociologia, antropologia e história. Principal obra foi CASA GRANDE& SENZALA. Foi um livro onde ele buscou interpretar o Brasil, a partir de relatos de campo. Quis entender a formação social e familiar do brasileiro ( patriarcalismo), a partir de costumes, sexo e culinária, e diz que a miscigenação sexual seria a forma de criar equilíbrio, tanto para relações Senhor da Casa grande e Negro da Senzala quanto da sociedade brasileira.
Ele propõe um novo projeto para o Brasil, dizendo que a solução para o Brasil, seria a união entre as raças. A ideia de mito é porque, por mais que eles fizessem tudo isso tentasse fazer a inserção do negro dentro do processo social, ainda eram visto como ex-escravos. Tentando inserir o negro na sociedade, apenas parar forjar uma ideia de identidade, ou seja, que o Brasil era um país que vivia em plena harmoniza entre a raça branca, indígena e negra. Mas que na verdade, aos olhos dos europeus, a raça branca sempre seria superior.
O PROTESTO NEGRO NA ERA VARGAS
A partir do governo Vargas, a grande organização que surge nesse período é a Frente Negra Brasileira (FNB), em 1931, que exaltava o " negro brasileiro" como elemento forte da " raça brasileira&quot. O pensamento, os sentimentos e o modo de vida da população negra paulista, pode ser revisitados com a leitura da imprensa negra, prova incontestável da exclusão educacional e letrada superada parcialmente pelo autodidatismo das lideranças dedicadas à imprensa alternativa. O grupo chega a se constituir como partido político em 1936, mas é dissolvido no ano seguinte, após o início do Estado Novo de Getúlio Vargas, que extinguiu as legendas no país. Em seus anos de atividade, chegou a contar com cerca de 20 mil associados (com direito a " carteirinha"), e lançou um jornal próprio, chamado A Voz da Raça. "A Frente Negra é um marco na história do Brasil” foi a maior organização e mais representativa, certamente. Em termos de discurso, eles declaravam ser ‘a voz dos negros brasileiros’, que querem ser reconhecidos e fazer parte da comunidade nacional. Segundo Leite (1992, p.37), o primeiro jornal da imprensa negra da época, o Jornal Menelick, surgiu em 1916, seu título homenageava a linhagem imperial do povo etíope, celebrada até hoje no culto rastafári a Hailé Selassie. O discurso de Selassié proferido na Liga das Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas, é até hoje tido como um marco dos movimentos de resistência: "Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda categoria de qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa não for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos por igual os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que suprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar, se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois somos confiantes na vitória do bem sobre o mal." A Frete Negra Brasileira era fundamentada calçada nos valores vigentes de ascensão social,acreditando que o negro venceria a medida que conseguisse firmar-se nos diversos níveis das ciências, das artes e da literatura. Essa movimentação social em busca de cidadania suscitou muita preocupação com a situação racial de conflito aberto. Para termos uma ideia da preocupação das elites, basta lembrar que a celebração dos cinquenta anos da Abolição da Escravatura contou apenas com atividades culturais, festivas e dançantes; as manifestações de cunho político foram totalmente proibidas.
O APAGAMENTO DA MEMÓRIA E DA HISTÓRIA
No Brasil o Mito da democracia racial distorceu a compreensão de alguns processos históricos relativos às relações raciais brasileiras. O apagamento de alguns fatos históricos da memória e da história foi uma das consequências desse mito. Alguns livros didáticos, até hoje divulgam a ideia de que a escravidão era comum no continente africano e, por isso, os negros se adaptaram ao trabalho forçado no Brasil, outra falta de memória foi a invisibilidade da resistência quilombola ao sistema colonial escravista e o apagamento da memória coletiva da saga de Zumbi dos Palmares- hoje resgatado como herói nacional e celebrado com feriado e vários municípios brasileiros; desprezo pela descendência de origem africana dos líderes de diversas revoltas e rebeliões brasileiras e de personalidade de prestigio, Como vimos, o abandono do imaginário das teorias racistas foi importante, mas restava outro dilema: passar do plano da integração simbólica para uma integração de fato. O escritor Machado de Assis, Mario de Andrade, Chiquinha Gonzaga, entre outros.
A REDEMOCRATIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SIMBÓLICAS E CONCRETAS
Com uma guerra ideológica e o avanço da sociedade, os negros, tanto homens como mulheres passaram a ter seu espaço, apesar de ainda sofrerem abuso e preconceito até hoje, depois de diversas lutas pelos seus direitos. Sofriam com a iniquidade dos salários entre negros e brancos que exerciam a mesma função, a ausência deles no meio acadêmico em geral. Houve uma intensificação das pesquisas com o objetivo de diagnosticar a desigualdade racial, sendo essencial para o combate ao racismo, dando a voz que lhe foram tiradas por muitos anos. Conquistaram no âmbito jurídico os primeiros órgãos governamentais a defesa da população negra, no âmbito municipal tiveram iniciativas do Estado para a integração, a expansão dos conselhos para a política institucional, a Fundação Cultural Palmares que teve o objetivo de promover a integração cultural, econômica e política dos negros, além da emissão da certidão dos territórios de remanescentes dos quilombos. Um grande avanço aconteceu quando as revistas agregaram o “black is beautiful” ao mercado profissional da estética negra. Transformando-se em um veículo muito importante para a luta contra o racismo e trazendo as personalidades negras para a indústria cultural, principalmente a música.
As mudanças no Brasil ocorreram e ocorrem de forma lenta pelo pensamento arcaico da população em relação ao combate ao racismo. Temos três leis importantes que retratam essa lentidão e graduação que os brasileiros possuem de admitir mudanças, que só aconteceram por pressão social e resistência das manifestações políticas.
- A Lei de Caó ou a Lei nº 7.716/1989: que criminalizou o racismo;
- O artigo nº 68: deu uma nova identidade racial à população negra rural e aos remanescentes das comunidades dos quilombos;
- A Lei nº 10.639/2003: que prezava a educação e mobilidade social por serem importantíssimas para a estratificação social. Alterando o artigo nº 26 da Lei nº
9.394/1996 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e incluiu no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana. A solidez dessa lei estimulou à educação antirracista que promulgou a Lei nº 645/2008, que trata da inclusão da cultura indígena nos currículos.
Hodiernamente temos o Movimento Negro Brasileiro (MNB) que possui como objetivos o combate ao racismo manifestado nas relações sociais marcadas pelo preconceito e a defensoria dos direitos da população negra, organizado em todas as regiões brasileiras.
Tendo também algumas datas comemorativas, sendo elas:
- Dia internacional pela eliminação da discriminação racial, 21 de março;
- Dia nacional de denúncia contra racismo, 13 de maio;
- Dia da mulher negra afro-latino-americana e caribenha, 25 de julho;
- Dia nacional da Consciência negra, 20 de novembro.
DITADURA MILITAR E O PROTESTO NEGRO
No final dos anos 1960 as relações raciais brasileiras começaram às manifestações contra ditadura militar. Um dos papéis mais eficaz dos movimentos sociais foi a democratização da sociedade, esses movimento sociais tinha como finalidade despertar a mudança de mentalidade da sociedade da época, os negros protestaram contra a discriminação racial, contra violência policial, e a favor da valorização de identidade cultural negra, e como estavam na fase da ditadura militar houve o mito da democracia racial, pois por mais que os negros lutassem para a igualdade entre eles, continuavam sendo vistos como inferiores e que a senzala era o lugar deles.
Entre os muitos momentos que fizeram, ficou conhecido também Grupo Palmares que foi criado em Porto Alegre (RS) em 1971 o grupo que propôs que o dia 13 de maio, considerado a data da falsa abolição deixasse de ser comemorado, e em seu lugar seria eleito o dia 20 de novembro, data do assassinato de Zumbi dos Palmares. Assim, em 20 de novembro daquele ano o grupo Palmares realizou o primeiro ato de repúdio à história do Brasil em homenagem a Zumbi. Mesmo com os movimentos, os negros continuavam sofrendo várias restrições e em favor disso isso teve a mobilização da juventude negra que por essa vez teve a maioria classe de jovens lutando para condições de vida melhores do que estavam sendo submetidos, entre vários ficou conhecido " Black Rio " reunindo vários jovens de todo o Rio de Janeiro como ponto de encontro. No dia 7 de julho de 1978, foi fundado o Momento Unificado Contra a Discriminação Racial com pessoas de vários estados do Brasil todos repudiaram, denunciaram e exigiram providências diante da discriminação racial sofrida. Teve também um Núcleo Negro Socialista que foi criado por universitários negros e pelos jornalistas do jornal Versus com propósito de lutar em favor do antirracismo, o Núcleo pretendia defender não somente os negros, mas todos aqueles que sofriam discriminação, mulheres indígenas etc. Após intensos debates o dia 13 de maio entrou no calendário de luta como O Dia Nacional de Luta Contra o Racismo. Já o dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra representaria a ampliação da consciência social contra o racismo buscando resgatar e valorizar a memória de Zumbi dos Palmares. Algumas conquistas políticas, históricas e culturais dos negros ao longo da história; Início da Guerra dos Palmares (1690); Revolta da Chibata (1910); Criação do Instituto de Pesquisa e Cultura Negra em - IPCN (1975), entre outros.
DEMOCRATIZANDO AS RELAÇÕES RACIAIS NO PÓS-GUERRA
Essa democratização se dá no fim da ditadura varguista, em ares mais livres. O governo e as organizações negras se voltaram para as relações raciais no Brasil apesar de não chegarem a um dominador comum.
PROTESTO NEGRO DE 1940 E A LEI AFONSO ARINOS
Abdias Nascimento um ferrenho ativista antirracismo, poeta, dramaturgo, sociólogo e parlamentar. Fazia um certo ligamento entre o Brasil e a cultura pan-africanista que se dava pela união dos povos africanos como uma forma de potencializar a voz deste continente no contexto internacional. Pan-africanismo surge em meados do século XIX. 
A CNN (Convenção Nacional do Negro) que foi realizada em São Paulo se tornou um marco do ressurgimento de manifestações politicas das organizações negras. A constituinte até lança uma plataforma de ação contra o racismo.
Diante de muitos protestos e pressões, o deputado Afonso apresenta o projeto de lei antirracista que foi aprovado sob a Lei n.1390/1951.E ficou conhecida como Lei Afonso Arinos, sendo a primeira do gênero no Brasil, incluindo o preconceito como uma contravenção penal.
Não sendo suficiente para coibir o preconceito e a discriminação racial, na Constituição de 1988 foram criminalizados os atos de racismo e a base foi a Lei Federal n.7.716/1989 conhecida como Lei Caó, promulgada no governo Sarney.
A UNESCO INVESTIGA AS RELAÇÕES RACIAIS BRASIELIRAS 
Entre meados de 1940 e 1950 o Brasil estabelece um imenso e valioso intercambio cientifico e de grande cultura com os EUA e a França, o que muda na época a percepção acadêmica sobre as relações raciais brasileiras. 
Desde o início, Casa-grande & Senzala de Gilberto Freyre recebeu críticas, porém desmentiu-se posteriormente com os estudos que foram realizados, por estudiosos brasileiros e norte-americanos.
A UNESCO planeja dois projetos de pesquisa para conferir o padrão de relacionamento entre negros e brancos no Brasil, uma sendo em Salvador (BA) e em São Paulo (SP), na Bahia por Thales de Azevedo e em São Paulo por Florestan e Roger Bastide.
AS IDEIAS DE ORACY NOGUEIRA
Oracy também faz parte do grupo de São Paulo, pela UNESCO, sobre influencias da sociologia norte-americana, o estudo foi uma comparação entre as relações raciais no Brasil e nos EUA. E criou-se o conceito; Preconceito de Marca para compreender o racismo existente no Brasil em contraste com o; Preconceito de Origem que caracteriza o racismo nos EUA.
O estudo de Oracy Nogueira de 1954 teve reflexo no imaginário popular na medida em que fundamentou a diferenciação dos indivíduos pela cor da pele. Eles são classificados por características fenotípicas (cor da pele, cabelo, olhos, forma dos lábios, nariz entre outras).
Observou que em São Paulo os preconceitos de marca e de classe conviviam plenamente.
AS IDEIAS DE FLORESTAN FERNANDES 
O livro Negro e Branco em São Paulo de 1955 publicou os resultados finais da pesquisa da UNESCO coordenada por Florestan e Roger.
1)	Qual o comportamento das classes sociais diante do preconceito racial?
2)	Como ocorrera a integração do negro na sociedade de classes diante do desenvolvimento do Brasil? 
A pesquisa trouxe novidades. Primeiro, que embora haja traços de modernidade, a sociedade paulistana ainda conserva uma mentalidade de que os negros ainda são escravos (escravagista), diante das dificuldades de transformar o escravo em cidadão.
Neste mesmo estudo conclui-se que o negro foi incorporado no mercado de trabalho, porém sempre nas posições mais desqualificadas. Há também situação de preconceito de cor existente nos comportamentos dos brancos e negros de diferentes classes sociais.
No geral a elite mantinha contato com os negros somente no privado, no restrito e nos ambientes familiares, quando se tratava de relações publicas e que aconteciam fora de casa já não eram assim.
Poderia se observar que a superação do preconceito de classe ocorre com a melhoria da situação econômica dos negros em decorrência do desenvolvimento do Brasil.
AS IDEIAS DE THALES DE AZEVEDO
Os estudos na Bahia concluíram que a pobreza e o subdesenvolvimento na região nordeste explicam a existência de um maior número de negros na base da pirâmide racial. Entre as posições sociais a discriminação por cor foi minimizada e já a posição social transformada no critério que justifica a falta de mobilidade e a pobreza dos negros.
Na pesquisa a condição social deu-se um fator preponderante para definir a desigualdade da sociedade brasileira e não atinge apenas negro, mas a base de estrutura social também.
Segundo Thales no Brasil há sobreposição e hierarquia de classes (grau de riquezas ou de renda para definir a posição na sociedade) e da hierarquia racial (prestigio social pela cor ou origem familiar)
Esta pesquisa na UNESCO foi de grande valia, pois reconheceu a existência sim do preconceito por raças no Brasil, porem presenciou mais uma vez o ocultamento da cor como imposição da desigualdade entre os brasileiros. O ocultamento da cor da pele se adequou perfeitamente ao mito da democracia racial.
CONCLUSAO
A partir das divergências existentes no campo das ciências sociais acerca da adoção do conceito de “raça”, buscou-se analisar a pertinência de sua incorporação pelo direito para o combate da discriminação contra afrodescendentes no Brasil.
O contato com novos povos, como negros e ameríndios, em decorrência do período de “descobertas” do século XV inseriu a civilização ocidental o questionamento acerca do conceito do “outro”, cuja humanidade buscou-se justificar a partir de balizas religiosas. O advento do primado da racionalidade, da justificação da humanidade do “outro”, centrando-a na razão. Na realização deste objetivo foi importado das ciências naturais o conceito de “raça”, abrindo flanco para o nascimento da disciplina designada com Historia Natural da Humanidade, posteriormente transformada em Biologia e Antropologia Física.
É claro que os negros alcançaram algumas vitorias, mas a realidade ainda esta longe da ideal. Ainda vivemos o mito da democracia racial, e segundo o IBGE precisaremos de pelo menos 20 anos de politicas afirmativas no Brasil para fomentar a igualdade entre os negros e brancos. 
Atualmente, a população negra no Brasil ainda esta em desvantagem em relação aos brancos em todos os itens, como violência, renda, educação, saúde, emprego, habitação e indicie de desenvolvimento humano (IDH). Segundo um relatório da ONU, não existe região ou estado brasileiro em que a condição de vida da população negra seja melhor do que a da população branca. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
ABRAMO, Helena; BRANCO, Pedro Martoni, Retratos.da.juventude.brasileira: analises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Perseu Abramo, 2005. 
AZEVEDO, Thales: As elites de cor: um estado de ascensão social. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1995.

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