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UCA001 Fundamentos Economia I Tema17 (2)

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O mercado em concorrência perfeita
José Tadeu de Almeida
Introdução
Nesta aula, discutiremos a determinação de oferta e demanda do mercado, ou seja, a relação 
entre compradores e produtores que determina, por sua vez, as quantidades e os preços dos pro-
dutos que geram o equilíbrio de mercado.
Neste processo, você estudará uma estrutura específica de mercado conhecida como 
concorrência perfeita, na qual produtores e consumidores podem, sem interferências externas, 
vender e comprar livremente suas mercadorias sob determinadas condições, que serão devida-
mente discutidas nesta aula.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender como o mercado determina o preço do produto e a quantidade produzida/
demandada em concorrência perfeita.
1 Lei da demanda e oferta
A Microeconomia, que, resumidamente, é o ramo das Ciências Econômicas que dedica-se ao 
estudo do comportamento, das preferências e ações dos consumidores e produtores nos diferen-
tes mercados de bens, tem como um de seus principais objetos de análise o estudo das questões 
relacionadas à oferta e à demanda de bens e serviços no mercado.
Quando trazemos a expressão mercado, vale dizer, estamos tratando de um espaço não 
físico, onde agentes econômicos transacionam bens com maior ou menor grau de liberdade em 
relação aos preços. Em nossa aula, discutiremos o mercado sobre condições de concorrência 
perfeita, nas quais o preço é dado através de mecanismos de mercado.
A lei da demanda e da oferta, também conhecida como lei da oferta e da procura, des-
creve o comportamento de produtores e consumidores em um mercado de bens ao longo de um 
determinado período de tempo. Neste mercado, os agentes transacionam comerciam diferentes 
quantidades de bens e/ou serviços, de acordo com o tipo de mercado, mediante certos níveis de 
preço (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Caso não haja intervenção externa, como políticas governamentais de fixação de preços, o 
equilíbrio entre preços e quantidades ocorrerá dentro do próprio mercado. Observe o gráfico:
Figura 1 – Equilíbrio de um mercado de bens sob concorrência perfeita
Preço (P)
D
Quantidade (Q)
Pe
Qe
S
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
Você pode perceber o comportamento da oferta e da demanda através deste gráfico. A curva 
S representa a oferta (do inglês supply). Já a curva D (do inglês demand) representa a demanda.
Analise acurva de demanda e perceba que ela apresenta, na maioria das vezes, uma inclina-
ção negativa, ou descendente, indicando-nos que quanto menor o preço de um bem, tanto maiores 
serão as quantidades demandadas. Por outro lado, veja que a curva de oferta tem uma inclinação 
positiva (crescente), uma vez que, conforme o preço das mercadorias elevar-se, mais os produto-
res estarão dispostos a ofertar sua produção no mercado (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
SAIBA MAIS!
As curvas de oferta e demanda possuem a característica de tender ao infinito: a 
oferta será cada vez maior quanto mais o preço aumentar; por sua vez, quanto mais 
ele diminuir, mais os consumidores buscarão adquirir o bem que demandam.
Como regra geral, a tendência do mercado é convergir ao equilíbrio entre preços e quantida-
des. Esta convergência, conforme afirmamos, dá-se a partir das ações dos consumidores e dos 
produtores. Contudo, cada relação dentro de um mercado possui suas especificidades.
Uma estrutura de mercado muito estudada na Microeconomia é o modelo de concorrência per-
feita. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013), veja quais são as premissas principais deste modelo:
 • a oferta e a demanda dos bens são determinadas dentro de seus respectivos mercados, 
isto é, supõe-se que não haja intervenção de agentes, como o Estado, as instituições 
regulatórias, empresas ou consumidores de grande porte, dentre outros.
EXEMPLO
Cada bem possui seu mercado específico, desde a cana-de-açúcar até o etanol nas 
bombas dos postos de gasolina.
 • não há interferência do Estado. A ação governamental, sob qualquer caracterização, 
como através de regulação de preços (mínimos ou máximos), controle da oferta ou da 
demanda com fins a criar reservas de mercado, descaracteriza o mercado de concor-
rência perfeita, dado que produtores e consumidores não terão liberdade absoluta para 
transacionar bens neste espaço-mercado.
FIQUE ATENTO!
O fato de o modelo não pressupor a existência de intervenções estatais não signi-
fica que elas não possam existir. Por exemplo, o Governo pode fixar uma política 
de preços mínimos para agradar a seus eleitores, apesar desta medida poder gerar 
restrições à oferta de bens.
 • o mercado, como a própria denominação do modelo nos indica, deve ser essencial-
mente competitivo, ou seja, o número de produtores e consumidores é bastante grande 
e nenhum deles, de forma individual, tem poder de mercado suficiente para definir os 
preços que serão praticados neste mesmo mercado. Caso algum agente disponha de 
concentração de mercado (medido em termos do volume de vendas) suficiente para 
determinar um preço, este modelo tenderia a ser um oligopólio, no qual poucas empresas 
controlam a dinâmica do mercado, ou mesmo um monopólio, em que todo o mercado 
está nas mãos de um único produtor.
Figura 2 – Mercado em Délhi, na Índia
Fonte: Don Mammoser/Shutterstock.com
 • os produtos, dentro de um mesmo mercado de bens, são homogêneos, ou seja, não 
possuem grau de diferenciação em termos de qualquer característica, como cor, cheiro, 
sabor, aroma, marca ou algum outro. Sendo assim, qualquer consumidor poderá livre-
mente adquirir qualquer bem de qualquer produtor, sabendo que todos são iguais 
dentro daquele mercado específico. Vale dizer que tal classificação não se aplica, por 
exemplo, para os bens de luxo, que possuem um perfil de demanda diferenciado.
Figura 3 – Laranjas, bens significativamente homogêneos
Fonte: Kazyavka/Shutterstock.com
EXEMPLO
Em uma feira livre, encontramos um modelo de mercado bastante parecido com o 
de concorrência perfeita. Os bens vendidos, frutas, legumes e verduras, são bastan-
te homogêneos e os produtores são, geralmente, de pequeno porte e não controlam 
os preços de mercado sozinhos.
 • não há qualquer barreira à entrada ou à saída de consumidores e produtores: supondo, 
por exemplo, que os preços de equilíbrio de mercado passaram por uma alteração 
e diminuíram, alguns produtores cujos custos de produção são maiores que o novo 
preço de mercado podem optar por deixarem-no sem qualquer forma de barreira ou 
constrangimento legal. Da mesma forma, se a demanda se acelerar em vista, por 
exemplo, de um aumento da renda dos consumidores, novos produtores, antes fora do 
mercado, poderão nele ingressar, a fim de atender às necessidades dos consumidores 
e seus níveis de demanda.
FIQUE ATENTO!
Em outras estruturas de mercado, como oligopólios e monopólios, as barreiras à entra-
da são bastante intensas, seja por conta da necessidade dos produtores em investirem 
volumes muito altos de capital para ofertarem produtos, ou por conta de alguns produ-
tores deterem patentes e concessões governamentais que lhes dão direitos exclusivos.
 • não há assimetrias de informação. Os consumidores estão cientes dos preços de todos 
os produtores e das características dos bens que eles transacionam de tal forma que 
podem fazer suas aquisições sem correr o risco de um comportamento lesivo desses 
mesmos produtores. Os consumidores conhecem, ainda, o preço de mercado e ajustarão 
suas preferências de compra conforme este preço. Como decorrência deste processo, os 
produtores também possuem conhecimento apurado a respeito do comportamento do 
mercado e do preço dos produtos praticado pela concorrência. Um produtor individual 
poderá alterar seus preços para cima ou para baixo, indo à falência por falta de vendas ou 
esgotando sua capacidade de produção e quebrandoas máquinas por excesso de uso: 
a opção é do produtor.
SAIBA MAIS!
As assimetrias de informação são um dos principais problemas de mercado para 
o seu bom funcionamento. Em várias situações, os produtores conhecem os 
problemas e vícios de seus produtos e ocultam-nos para forçar suas vendas, como 
no caso do mercado de carros usados, por exemplo: os vendedores tentam ocultar 
defeitos, batidas e outros problemas do produto. Essa assimetria de informações 
nesse mercado foi estudada por George Akerlof, em um artigo de 1970. Você 
pode encontrar maiores informações sobre este trabalho e sobre o problema da 
assimetria de informações em outro artigo, de Frederico Franco Orzil e Aleixina 
Maria Lopes Andalécio, “Confiança nas transações no meio digital: abordagens e 
fundamentos”. Disponível em:<http://www.revista.ufpe.br/gestaoorg/index.php/
gestao/article/viewFile/541/360>.
A partir dos pressupostos indicados, torna-se possível estabelecer, sob o regime de concor-
rência perfeita, a relação entre oferta e demanda em um mercado de bens.
2 Mecanismo de mercado
Quando alocamos conjuntamente as curvas de oferta e demanda em um mercado de bens, 
conforme realizado na figura “Equilíbrio de um mercado de bens sob concorrência perfeita”, obser-
vamos os preços de equilíbrio e suas quantidades correspondentes. No ponto de equilíbrio, tanto 
a oferta quanto a demanda são iguais e o mercado está equilibrado (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Um mercado livre, como o que observamos no modelo de concorrência perfeita, no entanto, 
também está sujeito a flutuações de diferentes formas. Observe o gráfico:
Figura 4 – Oscilações de preços em um mercado de bens
Preço (P)
D
Quantidade (Q)
P2
P1
Pe
Qe
S
Excesso
Escassez
Fonte: elaborado pelo autor, 2016.
Neste gráfico, você pode observar duas situações que podem vir a ocorrer no mercado livre. 
Por exemplo, se há um choque de preços que eleve seu nível de Pe para o ponto P1, os produto-
res tenderão a colocar mais produtos no mercado, aumentando a oferta para além da demanda (pois 
haverá consumidores que não poderão ou não quererão adquirir este bem a este preço). O excesso de 
oferta, através do próprio funcionamento do mercado, irá gerar um excesso de produto cujos preços ten-
derão a cair até o ponto Pe, restaurando, assim, o equilíbrio do mercado (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Suponha, agora, a situação inversa: uma queda de preços fez o seu nível cair para o ponto P2. 
Nestas circunstâncias, diversos produtores de bens não irão ofertá-los no mercado, por diferentes 
razões, seja por dificuldades técnicas (os custos de produção são maiores que o preço P2, fazendo-os 
terem prejuízo), ou mesmo por livremente optarem por não ofertar. A demanda, por sua vez, tenderá a 
ter um aumento que não será atendido pela oferta, caracterizando-se, assim, um estado de escassez.
Esta situação faz com que os consumidores se disponham a pagar mais caro para ter acesso 
ao bem de que necessitam e, deste modo, progressivamente, os preços retornam ao seu nível de 
equilíbrio, juntamente com as quantidades de produtos ofertados. Através do próprio funciona-
mento livre dos mercados, as quantidades e os preços de bens ofertados e demandados em um 
mercado convergem ao equilíbrio sob condições de concorrência perfeita.
FIQUE ATENTO!
Embora possa parecer que o mecanismo de regulação de mercado atue de forma 
automática, reagindo a variações dos preços em termos de oferta e demanda, nem 
sempre os processos são tão rápidos: eles podem variar em função de cada situa-
ção. Em uma feira livre, como citamos, o reajustamento de preços pelos ofertantes 
pode ocorrer em minutos. No setor siderúrgico, pode ocorrer em prazos bem maio-
res, dada a escala da produção, contratos assumidos e outras variáveis.
Fechamento
Nesta aula, você teve oportunidade de:
 • compreender a dinâmica entre oferta e demanda em um mercado de bens, dinâmica 
esta que condiciona o seu equilíbrio sob condições de concorrência perfeita;
 • entender a estrutura de mercado conhecida como concorrência perfeita e suas princi-
pais características;
 • verificar que o mercado é capaz de se autorregular, no sentido de gerar seu próprio 
equilíbrio de quantidades e preços de bens ofertados e demandados.
Referências
ORZIL, Frederico Franco; ANDALÉCIO, Aleixina Maria Lopes. Confiança nas transações no meio digital: 
abordagens e fundamentos. Revista Gestão.org. v.13, n.1, p.1-10. UFPE, 2015. Disponível em:<http://
www.revista.ufpe.br/gestaoorg/index.php/gestao/article/viewFile/541/360>. Acesso em: 19 dez. 2016.
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. Pearson: São Paulo, 2013.

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