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ZO O LO G IA D O S V ER TE B R A D O S II UNIDADE DE CARANGOLA Prof. Michel Barros Faria michel.faria@uemg.br AVES PENAS Penas: características gerais As penas e altas taxas metabólicas são elementos essenciais para a habilidade de voar, mas essas características evoluíram separadamente. As penas evoluíram antes do voo, ilustrando o conceito de que a função em curso de um caráter não é necessariamente a mesma daquela de sua origem evolutiva. Penas Descobertas recentes de fósseis de dinossauros com traços de penas indicam que as penas evoluíram antes do vôo. Este lapso de tempo entre o aparecimento das penas e o vôo ilustra um princípio importante, que a função de uma estrutura numa espécie vivente não é necessariamente a mesma de sua função original nas linhagens evolutivas. Em outras palavras, a utilidade atual das penas não é a mesma da origem evolutiva. A função original das penas era quase que certamente prover isolamento térmico que reteria calor produzido pelo metabolismo, e sua modificação como aerofólio e aerodinâmica nas aves é um evento secundário. Aves Penas e voo As penas desenvolvem-se de reentrâncias ou folículos na pele, geralmente arranjados em regiões ou pterilas, que são separadas por áreas de pele sem penas ou aptérias. • vôo • isolamento térmico • Cortejo • camuflagem • exibição Funções das penas Pena Apesar de toda a sua complexidade estrutural, as penas são notavelmente simples e uniformes quanto à composição química. Mais que 90 por cento de uma pena consiste de beta queratina, uma proteína relacionada com a queratina, a qual forma as escamas dos lepidossauros. Cerca de 1 por cento da pena consiste de lipídeos, cerca de 8 por cento é água e a fração restante é com- posta de pequenas quantidades de outras proteínas e pigmentos, tal como a melanina. As cores das penas são produzidas por caracteres estruturais e pigmentos. Tipos de penas As penas estão fixas à pele por uma base curta e tubular, o cálamo, que permanece firmemente implantado no folículo até que ocorra a muda . Cálamo Uma longa raque afilada estende-se do cálamo e possui ramificações laterais muito próximas entre si denominadas de barbas. Barbas Barbulas As bárbulas são ramificações das barbas, e ramos distais e proximais das bárbulas dispõem-se nos lados opostos das barbas. As terminações das bárbulas distais têm a forma de ganchos que se prendem em fendas das bárbulas proximais da barba adjacente. Os ganchos e fendas atuam como velcro fixando barbas adjacentes entre si, formando uma pena flexível. Estruturas das penas Cálamo P o rç ão p e n ác e a ab e rt a P o rç ão p e n ác e a f e ch ad a V EX IL O Ráquis Estrutura • cálamo– base implantada no folículo • raque– eixo central • barbas e bárbulas– ramificações laterais • bárbulas com ganchos (hâmulus) • vexilo As aves realinham as bárbulas deslizando sobre elas seu bico levemente entreaberto Tipos de penas – Penas de vôo • vexilo bem desenvolvido • textura penácea • rêmiges– asa • rectrizes– cauda As rêmiges (penas das asas) e as retrizes (penas da cauda) São grandes e rijidas, em geral, penas de com- torno penáceas modificadas para o voo. Por exemplo, a partes distais das rêmiges primárias externas, de muitas espécies de aves, são afiladas abruptamente ou chanfradas de tal forma que, quando as asas estão abertas, as pontas destas rêmiges primárias são separadas por espaços ou fendas conspícuos . Esta condição reduz o arrasto exercido sobre a asa e, associada à marcante assimetria dos vexilos externo e interno, permite girar as pontas das penas quando as asas batem, agindo como pás individuais propulsoras. Buteo lagopus Rêmiges Retrizes Foto: Oscar Fenalti Rêmiges Retrizes Estruturas das penas As semiplumas são penas com estrutura intermediária entre as penas de contorno e as plúmulas. Elas combinam uma raque longa com vexilos inteiramente plumáceos e podem ser distinguidas das plúmulas pelo fato da raque ser mais longa do que a maior barba. Em geral as semiplumas estão escondidas sob as penas de contorno. Elas fornecem isolamento térmico e ajudam a preencher o contorno do corpo da ave. Estruturas das penas As plúmulas, de vários tipos, são penas inteiramente plumáceas na quais a raque é mais curta do que a maior barba ou está ausente. As plúmulas provê em isolamento térmico para as aves adultas de todas as espécies. Além do mais, a plúmula do recém-nascido, que é estruturalmente mais simples que a plúmula do adulto, fornece uma cobertura isolante térmica em muitas aves, na eclosão ou logo depois. As cerdas são penas especializadas, com uma raque rígida e as barbas, quando existem, localizam-se apenas na parte proximal. As cerdas ocorrem mais comumente em tomo da base do bico, ao redor dos olhos como pestanas, na cabeça ou mesmo nos artelhos de algumas aves. Na maioria das cerdas a parte distal da raque é colorida, de marrom-escuro ou preto, por grânulos de melanina. A me- lanina não só colore as cerdas como as toma mais fortes, resistentes ao uso e aos danos fotoquímicos. Estruturas das penas As filoplumas são penas finas, capilares, com umas poucas barbas curtas ou bárbulas na extremidade distai. Em algumas aves, tais como os biguás, as filoplumas crescem sobre as penas de contor- no e contri- buem para a aparên- cia externa da plu- magem, mas normal- mente elas não são expostas. As filoplumas são estruturas sensoriais que ajudam na ação das outras penas. Possuem numerosas termina- ções nervosas livres nas pare- des de seus folículos e estes nervos conectam-se a recep- tores de pressão e de vibração ao redor dos folícu- los. Transmitem informa- ções sobre a posição e o movimento das penas de contorno, por meio destes receptores. Comparativo Tipos de Penas André Luiz Briso Foto: Carlos Garcia
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