Buscar

Elementos do Estado (Território)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

E-book 
ELEMENTOS DO ESTADO 
O objetivo deste e-book é que o aluno aprenda os “Elementos do 
Estado Moderno”, tema obrigatório da disciplina de Teoria Geral do 
Estado e suplementar para Direito Constitucional. 
 
 
OBSERVAÇÕES ÚTEIS: 
*Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem 
autorização prévia (Lei n. 9.610/98). 
 
 
Ficha técnica 
E-book produzido por: Ronaldo Bastos 
www.ronaldobastosjr.com.br 
contato@ronaldobastosjr.com.br 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
2 
INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo deste e-book é que o aluno aprenda os “Elementos do 
Estado Moderno”, tema obrigatório da disciplina de Teoria Geral do 
Estado e suplementar para Direito Constitucional. 
 Esse material possui, além de texto, três videoaulas, cujos links serão 
expostos no início de cada capítulo. 
 “Elemento” designa a composição de algo. Assim, podemos dizer que 
a disciplina dos “elementos do Estado” diz respeito às partes que compõe um 
Estado e que, sem uma delas, não podemos chamar algo de “Estado”. 
Se tomarmos a definição de Weber (1988, p. 506) para o Estado, é 
visível como ela envolve os seus três elementos tratados neste e-book: “O 
Estado é aquela comunidade humana (POVO, primeiro elemento) que, dentro 
de determinado território (segundo elemento), reclama para si o monopólio 
da coação física legítima (SOBERANIA, terceiro elemento)”. 
Dividimos este e-book em três capítulos. O capítulo I trata do emento 
“humano” do Estado, o povo; o capítulo II trata do elemento “físico” do 
Estado, o território; e o capítulo III trata do elemento “político” do Estado, a 
soberania. 
 Espero que aproveite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
3 
CAPÍTULO I – POVO 
 
Link da videoaula: https://goo.gl/coEYf7 
 
Vou começar pelo elemento humano do Estado: o “povo”. Povo é o 
conjunto de indivíduos ligados por um vínculo jurídico permanente a um (ou, 
excepcionalmente, a mais de um) Estado, participando da vontade desse 
ente e do exercício do seu poder soberano, sendo comumente reconhecido 
pelo nome de cidadãos, razão pela qual é possível, para sintetizar, definir o 
povo como o “conjunto de cidadãos do Estado”. 
 
Aspectos objetivos e subjetivos do povo 
 
Jellinek (1954) faz uma distinção entre os aspectos objetivo e 
subjetivo do povo. Pelo aspecto objetivo, o povo é objeto da atividade 
estatal, enquanto que pelo aspecto subjetivo o povo é sujeito do poder 
público, através da abstração da qual ele é elemento, o Estado. A 
consequência é que, pelo aspecto objetivo, a relação entre o Estado e o povo 
é de subordinação; por exclusão, a relação entre os indivíduos é 
de coordenação. No primeiro caso, em razão da sujeição, os indivíduos 
seriam sujeitos de deveres, e no segundo, sujeito de direitos. 
Evidentemente, esta é uma questão de ênfase do publicista alemão, 
na medida em que tanto o indivíduo possui direitos em relação ao Estado 
quanto deveres em relação aos outros indivíduos. 
Aprofundando um pouco mais, posso, com Dallari (1995, p. 85), traçar 
três consequências do vínculo jurídico entre o Estado e o povo: 
(i) exigência de atitudes NEGATIVAS, pois a subordinação de 
indivíduos é disciplinada pelo direito, impedindo o Estado de ir além de 
certos limites, como ocorre com a separação dos poderes ou com o 
estabelecimento de garantias individuais; 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
4 
(ii) exigência de atitudes POSITIVAS, uma vez que o Estado é 
obrigado a agir para proteger e favorecer o indivíduo, como ocorre 
com a segurança pública ou com a prestação de serviços de saúde ou 
educação; e 
(iii) exigência de atitudes de RECONHECIMENTO, pois em certas 
circunstâncias há indivíduos que agem no interesse do Estado e este é 
obrigado a reconhecê-los como órgãos seus, como ocorre com 
servidores públicos efetivos (p. ex., juízes e auditores) ou com os 
cidadãos (na condição de eleitores ou jurados). 
 
Povo vs. População 
 
Povo não se confunde com população. A população representa a 
quantidade total de indivíduos que vivem dentro de certos limites territoriais 
de um país, o que inclui os nacionais e os estrangeiros, o que implica em 
dizer que quando falamos em população estamos tratando de um conceito 
quantitativo. Já o povo se trata de um conceito qualitativo, na medida em 
que, para ser considerado enquanto tal, é necessário possuir um vínculo 
jurídico permanente com o Estado, que o direito constitucional comparado 
denomina de nacionalidade. 
 
Povo vs. Nação 
 
É preciso, entretanto, ter cuidado com as denominações, já que, 
embora o direito constitucional comparado tenha consagrado o termo “direito 
de nacionalidade” para estabelecer o povo do Estado, o conceito de povo 
também não se confunde com o de nação. 
A nação é formada por um grupo de indivíduos que se sentem 
pertencentes a um ideal que é criado em razão de origem, história, língua e 
aspirações comuns, cujo ápice pode desembocar na ideia de nacionalismo ou 
de patriotismo. 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
5 
A consequência é que podemos ter várias nações convivendo dentro 
de um mesmo Estado ou uma mesma nação espalhada por diversos Estados. 
De fato, como exemplifica Azambuja, “o Império Austro-húngaro até o fim da 
guerra europeia de 1914-1918 era um Estado que compreendia 
o POVO austro-húngaro; não existia, porém, a NAÇÃO austro-húngara, pois 
aquela população, de origem e aspirações tão diversas, não se sentia unida 
por nenhum laço comum”. De outro lado, “Os poloneses, pela origem e 
identidade de interesses, costumes e ideias, foram há séculos uma nação 
bem caracterizada. No entanto, as vicissitudes históricas têm frequentemente 
desmembrado a nação polonesa entre vários Estados” (AZAMBUJA, 2008, pp. 
36-37). 
Mas esses são apenas dois exemplos dentre vários. De minha parte, 
penso nos judeus. A nação judia não tinha um Estado até 1948, do mesmo 
modo que a nação cigana não o tem até hoje, embora essa não seja uma 
reivindicação pública. De outro lado, nações africanas foram divididas e, em 
alguns casos, ao serem colocadas em um mesmo Estado foram forçadas a 
constituírem o mesmo povo, o que necessariamente potencializou os conflitos 
que observamos naquele continente, embora isto não explique os problemas 
africanos completamente. Na América Latina, Estados como Bolívia e 
Equador estabeleceram em suas constituições mais recentes que são 
plurinacionais, isto é, compostos por um povo pertencente a várias nações. 
Diz o preâmbulo da constituição da Bolívia (2009): 
 
En tiempos inmemoriales se erigieron montañas, se desplazaron ríos, 
se formaron lagos. Nuestra amazonia, nuestro chaco, nuestro altiplano 
y nuestros llanos y valles se cubrieron de verdores y flores. Poblamos 
esta sagrada Madre Tierra con rostros diferentes, y compreendíamos 
desde entonces la pluralidad vigente de todas las cosas y nuestra 
diversidad como seres y culturas. Así conformamos nuestros pueblos, 
y jamás comprendimos el racismo hasta que lo sufrimos desde los 
funestos tiempos de la colonia. 
El pueblo boliviano, de composición plural, desde la profundidad de la 
historia, inspirado en las luchas del pasado, en la sublevación indígena 
anticolonial, en la independencia, en las luchas populares de 
liberación, en las marchas indígenas, sociales y sindicales,en las 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
6 
guerras del agua y de octubre, en las luchas por la tierra y territorio, y 
con la memoria de nuestros mártires, construimos un nuevo Estado. 
 
Povo vs. Raça/Etnia 
 
Aproveitando que o trecho mencionou o racismo dirigido aos “povos” 
originários da América Latina, é preciso registrar, por fim, que povo 
também não se confunde com raça ou etnia, conceitos mais atrelados à 
ideia de nação, embora esta – a raça, assim como a língua ou a religião – 
não constitua um fator essencial para a constituição da nação, cujo fator 
essencial é a identidade histórica, a tradição comum (AZAMBUJA, 2008, p. 
39), como vimos acima. 
Em síntese, o povo é o elemento humano do Estado cujo 
conceito não se confunde com o de população, nação, raça ou etnia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
7 
CAPÍTULO II – TERRITÓRIO 
 
Link da videoaula: https://goo.gl/vmrvXN 
 
O elemento físico do Estado é o “território”. O território é a base 
espacial onde o Estado exerce o seu poder coercitivo sobre pessoas e coisas. 
Materialmente, o território é constituído pela “terra firme” (que envolve o 
solo, o subsolo e as águas internas – rios, lagos e mares internos), pelo 
espaço marítimo (que envolve o mar territorial, a zona econômica exclusiva e 
a plataforma continental) e o espaço aéreo. 
Existem alguns diplomas normativos que regulam essas questões 
específicas sobre o território, como a própria constituição, na parte em que 
explicita os bens da União (CF, art. 20); a Convenção de Montego Bay sobre 
Direitos do Mar (CNUDM) e a Lei n. 8.617/93, que efetivou a referida 
Convenção; a Lei n. 6.634/79 e o Decreto n. 84.064/90, que tratam da faixa 
de fronteiras; além de uma série de convenções que regulam o espaço 
aéreo, como a Convenção de Varsóvia (1929) e a Convenção de Chicago 
(1994). 
 
Fronteiras 
 
A primeira questão que eu queria abordar é sobre as fronteiras. 
Azambuja (2008, p. 56) classifica as fronteiras em naturais e artificiais, sendo 
as primeiras aquelas compostas por rios, montanhas e outros acidentes 
geográficos, e as últimas por linhas geométricas ou geodésicas assinaladas 
por marcos divisórios. 
A defesa da soberania nacional, entretanto, impõe uma fiscalização 
não só das fronteiras, mas dos seus arredores, espaço denominado 
tecnicamente de “faixa de fronteira”, que é entendido como a linha interna 
de 150km de largura paralela à linha divisória do território nacional (Lei n. 
6.634/79, art. 1º). Como é nesta região que ocorre a cooptação da 
população para o tráfico internacional de drogas e outros delitos 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
8 
transnacionais, além de ser fundamental à estratégica de defesa nacional, 
várias atividades são vedadas nesta região, como a concessão e alienação de 
terras públicas (Lei n. 6.634/79, art. 2º, I), posse e propriedade de terras 
particulares por estrangeiros (art. 2º, V), instalações de indústrias que 
interessam à segurança nacional (art. 2º, III), bem como instalação de 
empresas que se dediquem à exploração de recursos minerais ou colonização 
(art. 2º, IV), dentre outras proibições. 
Mas as fronteiras não são apenas aquelas situadas em “terra firme”. 
Quanto ao ambiente marítimo, estudos geopolíticos desenvolvidos pela 
Marinha brasileira vêm consolidando o conceito de “Amazônia Azul”, que 
se refere ao espaço marítimo que cerca as nossas fronteiras e que, por esta 
razão, também possuem uma importância decisiva para a soberania nacional 
e para o desenvolvimento econômico do país. 
Chama-se, inclusive, de “Amazônia Azul” justamente porque ela teria 
biodiversidade e recursos naturais a serem explorados similares aos 
encontrados na região amazônica e, por encontrar-se em ambiente oceânico, 
foi-lhe atribuída o adjetivo “azul”. Inclusive, o Congresso Nacional, pela Lei 
n.º 13.187/2015, instituiu o dia 16 de novembro como o Dia Nacional da 
Amazônia Azul. Nessa data, em 1994, passou a vigorar internacionalmente e 
para o Brasil, pelo Decreto n.º 1.530/95, a Convenção das Nações Unidas 
sobre o Direito do Mar (CNUDM), que estabeleceu novos conceitos de direitos 
e deveres dos Estados nos espaços oceânicos. 
Além do solo e das águas, também é território do Estado o espaço 
aéreo, estudado pelo chamado “Direito Internacional Aéreo” ou 
“Aeronáutico”, que possui como principais convenções as que seguem: 
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo 
Internacional – Convenção de Varsóvia (1929), regulamentada pelo Decreto 
20.704, de 24/22/1931; Convenção sobre Aviação Civil Internacional –
 Convenção de Chicago (1994), regulamentada pelo Decreto 21.713, de 
27/08/1946; e Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao 
Transporte Aéreo Internacional – Convenção de Montreal (1999), 
regulamentada pelo Decreto 5.910 de 27/11/2006. 
A regra geral é que as aeronaves de propriedade de Governo só 
poderão sobrevoar livremente os territórios dos Estados aos quais 
pertençam e áreas internacionais. Já as aeronaves civis poderão 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
9 
sobrevoar livremente os territórios dos Estados aos quais 
pertençam, àqueles Estados das quais possuam tratado que verse 
sobre a matéria e áreas internacionais. 
 
Modos de aquisição do Território 
 
Passo agora para um tema fundamental, que são as formas pelas 
quais o Estado adquire território: (i) ocupação; (ii) acessão; (iii) cessão; e 
(iv) prescrição. 
A ocupação ocorre quando o Estado se apropria de uma res nullius, 
isto é, um território que não pertence a nenhum outro Estado e, a partir daí, 
passa a exercer soberania sobre ele. 
A acessão é um acréscimo de território ocasionado por um fato 
natural, como a ação de rios e mares. O mais comum é que ela seja de 
ordem natural, como aquela ocasionada por aluvião, avulsão, formação de 
ilhas etc. Mas também é possível que seja artificial, após a construção de 
diques ou quebra-mares pelo ser humano. 
A cessão ocorre com a transferência de território mediante acordo 
entre Estados. 
Neste ponto, é preciso mencionar a questão da alienação do 
território. Em razão do território ser objeto de ação soberana do Estado ele 
também é objeto de direitos deste, de modo que é possível ao Estado alienar 
parte do seu território. Exemplos são os territórios comprados pelos Estados 
Unidos da França (Louisiana), do México (Novo México e Arizona) e do 
Império Russo (Alasca), bem como o território negociado entre o Brasil e a 
Bolívia (Acre). 
É possível também a troca de territórios, como sucedeu 
pelo Tratado de Limites de 1970, onde foram transferidos 2,702.9 acres 
(10,938 km²) do território mexicano para os EUA, e em troca os EUA 
cederam 2,087.87 hectares (8,4493 km²) para o México. 
Por fim, a prescrição ocorre com o domínio efetivo, ininterrupto e 
sem contestação do território por um longo prazo de duração, que indique 
uma renúncia tácita do seu antigo soberano. 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
10 
A questão da extraterritorialidade 
 
Uma outra questão a ser trabalhada é a relativa à extraterritorialidade. 
A jurisdição estatal alcança espaços localizados fora do seu território, mas 
que são considerados como se fossem extensão do territórioestatal, ainda 
que, de fato, não o sejam (PORTELA, 2018, p. 188). São exemplos as 
aeronaves e embarcações militares onde quer que estejam, as aeronaves e 
embarcação privadas situadas em águas ou no espaço aéreo internacionais, 
as missões diplomáticas e consulares, bem como os artefatos espaciais e 
bases militares. O próprio Código Penal trata desses casos: 
CP, art. 5º, parágrafo único, § 1º – Para os efeitos penais, 
consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se 
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. 
O conceito de extraterritorialidade está imerso em uma confusão 
generalizada. Apesar deste nome, eles são considerados “como se 
fossem” território nacional, embora não o sejam juridicamente. 
Basta ver a dicção utilizada pelo código penal: “consideram-se como 
extensão do território nacional…”. Na verdade, todos os locais mencionados 
no dispositivo legal não são atingidos pela legislação dos países onde estão 
situados em razão de um costume internacional, que hoje está codificado e 
que é chamado de imunidade de jurisdição, e não por ser território 
nacional dentro do território de Estado estrangeiro. É o instituto da 
imunidade de jurisdição que, nos termos da Convenção de Viena sobre 
relações diplomáticas (1961) e consulares (1963), fundamenta as 
prerrogativas de diplomatas e cônsules que estejam a serviço dos seus países 
em embaixadas e consulados situados em território estrangeiro. 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
11 
Natureza jurídica da relação do Estado com o território 
 
As teorias em relação à natureza jurídica da relação do Estado com o 
seu território se dividem em duas vertentes. 
A primeira vertente defende que a relação é de propriedade. Os 
publicistas vinculados a esta corrente sustentam que o Estado exerce 
domínio sobre o território, ainda que parcela dele esteja desocupada, e, por 
consequência, possuem poder sobre as pessoas que nele se encontram. 
Laband vai dizer que se trata de “direito real de natureza pública”. Já 
Bourdeau, embora defenda a impossibilidade de se considerar esta relação 
como direito de propriedade, defende que se trata de um “direito real 
institucional”. 
Esta vertente, no entanto, não consegue explicar a questão da 
extraterritorialidade, onde o Estado possui domínio sobre as pessoas que 
estão em uma parcela do território que não lhe pertence, como embaixadas, 
consulados, navios de guerra etc. Como vimos anteriormente, estes locais 
são considerados como se fossem territórios do Estado, sem o serem 
efetivamente; o domínio é fundamentado no instituto da imunidade de 
jurisdição. 
Esta vertente também não explica como particulares podem ter direito 
de propriedade se o território também pertence ao Estado, isto é, como 
supor dois direitos de propriedade incidindo sobre o mesmo objeto. 
Já a segunda vertente defende que a relação é de império, isto 
é, trata-se de um poder sobre as pessoas e, através desse poder, o Estado 
exerce poder sobre o território. Esta é a posição de Jellinek e, segundo 
Dallari (1995, p. 75), é sob esta teoria que se justifica que as invasões de 
território são consideradas ofensivas à personalidade jurídica do Estado, e 
não violação de direito real. 
Esta vertente também não está isenta de problemas. Como alerta 
Azambuja (2008, p. 65), se o Estado exerce poder diretamente sobre as 
pessoas e apenas reflexamente sobre o território, como explicar o poder que 
o Estado exerce sobre os trechos desabitados do território. Do mesmo modo, 
como justificar juridicamente as vendas, permutas e cessões gratuitas de 
partes do território a outro Estado. 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
12 
Penso que uma explicação da natureza jurídica da relação do Estado 
com o seu território deva ser realizada através de uma teoria eclética, que 
ainda não foi formulada pelos publicistas e que eu ainda não tive tempo de 
parar para pensar. De todo modo, não vejo muitas implicações práticas 
nestas imprecisões teóricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
13 
CAPÍTULO III – SOBERANIA 
 
Link da videoaula: https://goo.gl/pm2kvN 
 
O elemento político do Estado e o mais importante, embora seja o 
que mais se transformou desde o seu surgimento, é a “soberania”. Embora 
seja um conceito conhecido dos medievais, a sua significação moderna surgiu 
por volta do século XVI e indica, filosoficamente, o supremo poder (summa 
potestas), e politicamente o poder de um Estado instituir a sua ordem 
jurídico-política, poder este que está acima de qualquer outro e não 
admite limitações, salvo as postas por ele próprio. 
Existem uma série de teóricos que trabalharam ao longo da história o 
conceito de soberania. 
O jurista francês Jean Bodin foi o primeiro teórico a sistematizar este 
conceito. Bodin conceitua a soberania como um poder supremo, absoluto, 
ilimitado e incontrastável do Estado, que é imprescindível à sua 
própria existência enquanto organização política. De todas as 
características trabalhadas por Bodin (2011), eu destacaria as seguintes: 
Una (não existe mais de um poder supremo em um determinado 
âmbito territorial); 
Indivisível (não pode ser dividida em sua essência, sob pena de 
deixar de existir, embora seu exercício possa ser distribuído); 
Imprescindível (os atos do Estado originam relações jurídicas que se 
transferem de geração em geração e vigoram até serem alterados); e 
Inalienável (não pode ser cedida ou transferida). 
Sobre esta última característica, da inalienabilidade, cabe mencionar 
que ela foi desenvolvida particularmente por Jean-Jacques Rousseau a 
partir do conceito de “vontade geral”, base da doutrina democrática da 
soberania popular. Para Rousseau (2005, p. 32), a vontade geral consiste 
na soma das distintas frações do poder político pertencentes a cada 
indivíduo que é membro de determinada comunidade e constituem, 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
14 
em conjunto, a vontade geral de todos os membros do Estado nas 
questões político-decisórias. A vontade geral, pois, é uma diretiva 
suprema, constituinte do contrato social, segundo a qual o corpo político 
seria formado por cada membro, como parte indivisível do todo, e é partir 
desta participação que, abstratamente, pode-se chegar à ideia de soberania 
(popular, no caso de Rousseau). 
Mas, ao contrário do que possa parecer, a vontade geral não se 
tratava de uma mera soma aritmética de interesses particulares; na verdade, 
ela seria formada pelos pontos comuns das vontades individuais (ROUSSEAU, 
2005, p. 41). Assim, embora seja possível a existência de interesses 
particulares remanescentes que separem os homens, a fundação da 
sociedade só poderia ser concretizada pela harmonia dos interesses (idem, p. 
39). A vontade geral, pois, seria o resultado da identificação de certos 
interesses comuns e quem detivesse o poder apenas representaria esta 
vontade racionalmente construída. É por isso que a soberania, para Bodin, e 
fundamentalmente para Rousseau nunca poderia ser alienada; seria comoalienar a vontade geral, ato que careceria de legitimidade (idem). O máximo 
que se poderia fazer era transmitir o exercício do poder, e não a vontade. 
No entanto, a diferença entre os dois autores é notória. Enquanto 
Bodin sustentava que a soberania pertenceria ao monarca (legibus 
solutus, superiorem non recognoscens), Rousseau defendia que ela 
pertenceria ao povo, e isso possui consequências no conteúdo da 
soberania, como veremos mais à frente. 
Com a Revolução Francesa, porém, surgiu um novo conceito, o de 
SOBERANIA NACIONAL, que seria um “ponto de equilíbrio”, tanto teórico 
quanto prático, entre as duas perspectivas: ao mesmo tempo que impedia a 
volta das monarquias absolutistas (como queria Bodin) não permitia um 
excessivo poder popular (como queria Rousseau). Tendo como maior 
representante Joseph Sieyès (2014), a ideia de soberania nacional 
identificava a nação com os interesses daqueles que sustentavam 
economicamente a sociedade e, no entanto, estavam excluídos 
politicamente. 
Isto porque o Conselho de Estado francês (os “Estados Gerais”) era 
dividido em três estados: o primeiro era ocupado pela nobreza, o segundo 
pelo clero e o último por diversos grupos sociais, que constituíam a maioria 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
15 
da sociedade e eram liderados pela burguesia. O problema era que, para 
efeito das decisões políticas, cada “estado” tinha apenas um voto, 
independentemente da quantidade de indivíduos que o integravam. Assim, 
como nobreza e clero sempre se uniam em torno dos seus privilégios, a 
maioria da população não conseguia ter os seus pleitos atendidos. Assim, em 
razão do “terceiro estado” sustentar economicamente a sociedade e 
ser constituído pela maioria do povo francês, na verdade, diz Sieyès, 
o “terceiro estado” representava racionalmente toda a nação, e se o 
ordenamento jurídico assim não reconhecia, ele era injusto e 
desrespeitava os direitos naturais de um povo de conduzir o seu 
próprio destino. O pleito prático de Sieyès era que na Reunião dos Estados 
Gerais os votos fossem contabilizados individualmente, e não por “estado”, 
pois só assim o interesse nacional poderia ser concretizado. 
A influência da ideia de soberania nacional foi notória e pode ser vista 
em um dos principais documentos jurídicos da época, a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão: “O princípio de toda a soberania reside, 
essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode 
exercer autoridade que dela não emane expressamente” (Art. 3°). 
Entender essa evolução é importante porque a soberania sai de 
uma conceituação exclusivamente política (Bodin e, em certa 
medida, Rousseau e Sieyès) para uma conceituação jurídica. 
De fato, com Bodin a soberania expressava a eficácia do poder, sendo 
coerção pura, não admitindo confrontações, o que implicava em que a 
questão da legitimidade não era considerada. Lembre-se que Bodin criou a 
teoria do “direito divino dos reis”, que em uma síntese apertada indicava que 
como a legitimidade do governo monárquico era obtida de deus, sendo o rei 
o seu maior representante na terra, o povo tinha apenas que se submeter às 
ordens régias, na medida em que o rei prestava contas apenas à deus, e não 
ao povo. Por outro lado, Rousseau defendia que a soberania, na verdade, se 
originava do povo, isto é, em uma racionalidade obtida por decisões 
majoritárias, o que evidentemente desconsiderava o que as minorias 
pensavam. Sieyès, em pensamento similar ao de Rousseau, embora seja 
mais elitista, vai sustentar que a nação é representada por aqueles indivíduos 
que, excluídos politicamente, sustentam economicamente o Estado. 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
16 
Apesar de Rousseau e Sieyès mencionarem que a vontade geral e a 
nação eram consequências racionais dos direitos naturais, podemos dizer que 
elas são exemplos, juntamente com Bodin, de doutrinas políticas da 
soberania, que com o tempo cederam espaço para concepções jurídicas, 
como explica Dallari (1995, p. 98): 
Uma concepção puramente jurídica leva ao conceito de soberania 
como o poder de decidir em última instância sobre a atributividade das 
normas, vale dizer, sobre a eficácia do direito. Como fica evidente, 
embora continuando a ser uma expressão do poder, a soberania é 
poder político utilizado para fins jurídicos. Partindo do pressuposto de 
que todos os atos dos Estados são passíveis de enquadramento 
jurídico, tem-se como soberano o poder que decide qual a regra 
jurídica aplicável em cada caso, podendo, inclusive, negar a 
juridicidade da norma. 
A soberania pode ser dividida em interna e externa. Como 
vimos, internamente a soberania se refere a um poder de supremacia sobre 
pessoas, bens e relações jurídicas dentre de um determinado território, com 
respeito aos direitos fundamentais. Por outro lado, externamente a soberania 
consiste na igualdade jurídica entre os Estados, bem como a independência 
de um Estado em relação a outro, não podendo os mais poderosos ofender a 
soberania interna dos Estados mais vulneráveis. 
Como, porém, nem sempre esse respeito ocorreu, o direito 
internacional passou a defender princípios como o da autonomia dos 
Estados e da não-intervenção, que foram consagrados na Carta das 
Nações Unidas. O art. 2º, 4 da Carta da ONU diz que “Todos os membros 
deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força 
contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer 
Estado…”, e o art. 2º, 7 estabelece que “Nenhum dispositivo da presente 
Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam 
essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a 
submeterem tais assuntos a uma solução”. 
Por outro lado, como alguns Estados apresentavam risco de ofensa à 
integridade política de outros Estados, o direito internacional 
previu exceções ao princípio da não-intervenção, para possibilitar a 
chamada legítima defesa. O art. 51 da Carta da ONU diz que “Nada na 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
17 
presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou 
coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das 
Nações Unidas…”. Contrariamente a este dispositivo, os Estados argumentam 
que esperar um ataque militar para só assim poder atacar não é razoável, 
principalmente com as armas de destruição em massa atuais, razão pela qual 
esta norma deveria ser flexibilizada. O problema é que tal prática pode gerar 
abusos, como se viu, por exemplo, na doutrina da “legítima defesa 
preventiva”, capitaneada pelos EUA. 
De fato, foi com base na doutrina da “legítima defesa 
preventiva” que, após os ataques terroristas de 11 de setembro, foi 
implementada a “guerra contra o terror”, chamada por George W. Bush de 
“Estratégia de Segurança Nacional” (National Security Strategy). Esse 
documento dispõe que o objetivo prioritário americano, no que concerne à 
segurança nacional, é destruir todas as organizações terroristas e que, para 
isso, os Estados Unidos não hesitarão em agir sozinhos para exercer seu 
direito de autodefesa, agindo preventivamente contra tais terroristas, para 
impedi-los de fazer o mal contra o povo americano (UNITED STATES OF 
AMERICA, 2002, p. 5-6). O argumento central do Estado americano – mas 
não só dele – é que, como eu já mencionei, com as armas de destruição em 
massa não é razoável exigir que os Estados esperem ser atacados para só 
depois iniciarem umcontra-ataque. 
Uma outra exceção ao princípio da não-intervenção ocorre quando 
os Estados não respeitavam os direitos fundamentais dos seus cidadãos, que 
é chamado pela doutrina de cumprimento do dever legal e tem por finalidade 
proteger os nacionais de outros países que se encontram em países 
violadores de convenções internacionais. Esta intervenção, chamada de 
“intervenção por humanidade”, é tida como legítima quando se 
verifica um comportamento ativo de um Estado, objeto da 
intervenção, em relação a determinado grupo ou população. Esta 
“intervenção por humanidade” adianta algumas das práticas que 
posteriormente seriam incentivadas pela ONU e intensamente debatidas, 
como a questão da solidariedade internacional. A sua legitimidade está no 
fato de que ela serve de proteção às normas do direito internacional, a 
exemplo dos direitos humanos. 
Inclusive, em 2005 as Nações Unidas, após a Cúpula Mundial da ONU, 
lançaram a Iniciativa R2P (Responsability to Protect – Responsabilidade 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
18 
por Proteger), que visa atribuir aos Estado a responsabilidade de proteger 
pessoas sob sua jurisdição contra grandes atrocidades (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 2006). Segundo o documento, caso algum Estado 
descumpra as suas obrigações de proteger a sua própria população, 
a comunidade internacional, por meio da ONU, terá a 
responsabilidade de empregar os meios pacíficos necessários para 
prevenir as consequências perversas da ação estatal contrária às 
normas do direito internacional, agindo sempre, porém, de acordo com 
os capítulos VI e VII da Carta da ONU. 
Assim, também na soberania externa houve um deslocamento de 
uma soberania exclusivamente política, onde o Estado era 
inteiramente livre para regular as relações com outros Estados, 
chegando-se a aceitar o direito de declarar guerra e de anexar 
território do Estado que fosse derrotado, para uma soberania 
político-jurídica, que promoveu uma conciliação entre a SOBERANIA 
irrestrita do Estado nacional com as regras do Direito 
Internacional, não provenientes de qualquer autoridade superior 
(BARACHO, 1987, p. 21). 
Esta conciliação, no entanto, não deixa de ser problemática, visto que 
“a ênfase na soberania do Estado implica sacrifício maior ou menor do 
ordenamento internacional e, vice-versa, a ênfase no âmbito internacional se 
faz com restrições de grau variável aos limites da soberania estatal” 
(BONAVIDES, 2016, p. 123). 
Por fim, o processo de globalização vem promovendo novas 
configurações na esfera jurídica interna e externa de cada Estado. 
Isto advém principalmente das dinâmicas do comércio internacional, que na 
busca por quebrar as barreiras de circulação de bens, capitais, serviços e 
pessoas exigiu dos Estados a abdicação de atos típicos de soberania, como o 
controle da política tributária, fiscal e financeira para facilitar processos de 
integração, que são de diferentes tipos e graus de profundidade, podendo ir 
da “união aduaneira”, passando por “áreas de livre comércio” e “mercado 
comum”, até chegar na “união econômica e monetária”. 
Exemplos desses blocos econômicos são o NAFTA (Área de Livre-
comércio da América do Norte), o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul, que 
não é ainda um mercado comum, mas pretende sê-lo) e a UNIÃO EUROPEIA 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
19 
(que é um mercado comum avançado), não existindo atualmente nenhum 
bloco que se enquadre como união econômica e monetária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
20 
REFERÊNCIAS 
 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 4 ed. rev., ampl. e atual. São 
Paulo: Globo, 2008. 
BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Regimes políticos. São Paulo: Resenha 
Universitária, 1987. 
BODIN, Jean. Os seis livros da República: livro primeiro. São Paulo: Ícone 
Editora, 2011. 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo: Malheiros, 2016. 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 19 ed. 
atual. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 98. 
JELLINEK, Georg. Teoría generale del Estado. Buenos Aires: Ed. Albatroz, 
1954. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Resolução 1674, do Conselho de 
Segurança. Disponível 
em: http://www.who.int/hiv/universalacess2010/worldsummit.pdf. 
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e 
privado: incluindo noções de direitos humanos e direito comunitário. 10 ed. 
Rev., atual. e ampl. Salvador: Juspodivm, 2018. 
ROUSSEAU, Jean-Jaques. Do contrato social. São Paulo: Martin Claret, 
2005, p. 32. 
SIEYÈS, Joseph. A constituinte burguesa. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 
2014. 
WEBER, Max. Gesammelte politische Schriften. 5. ed. Tübingen: J. C. B. 
Mohr (Paul Siebeck), 1988, p. 506. 
 
 
 
 
E-book “Elementos do Estado”, produzido por 
Blog Ronaldo Bastos <https://ronaldobastosjr.com.br/loja/> 
21 
Ficha técnica 
E-book produzido por: Ronaldo Bastos 
www.ronaldobastosjr.com.br 
contato@ronaldobastosjr.com.br

Continue navegando

Outros materiais