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CDC-CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA (1)

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA – CESVALE
DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR
PROFESSOR: RONALDO
COMPONENTES:Airton Cândido, Alana, Daniel Marcone, Francisco Expedito, Flávio, Lina Santana, Simone
PRINCÍPIOS ADOTADOS PELO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
1INTRODUÇÃO
	O presente trabalho tem por finalidade apresentar os princípiosadotados pelo Código de Defesa do Consumidor – CDC,bem como dos princípios de direito processual, que norteiam as relações de consumo. Os primeiros estão contidos dentro do próprio Código, e os segundos ocorrem quando a relação de consumo for objeto de uma ação.
	O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (CDC) é, no ordenamento jurídico brasileiro, um conjunto de normas que visam a proteção aos direitos doconsumidor, bem como disciplinar as relações e as responsabilidades entre o fornecedor (fabricante de produtos ou o prestador de serviços) com o consumidorfinal. 
	Este trabalho faráum relato dos princípiosrelativos ao direito do consumidor, tomando como base o conceito e características dos princípios em geral.
2.PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM AS RELAÇÕES DE CONSUMO
	Na busca de soluções mais rápidas para casos concretos,as técnicas legislativas passaram a fundamentar-se em princípios, meio julgado mais célere e adequado para a solução de lides modernas, dada a complexidade de sua natureza. Assim, encontra-se uma série de princípios previstos na Constituição Federal, bem como na legislação complementar e ordinária, da qual o CDC faz parte. No que se refere ao CDC, a fim de estabelecer o equilíbrio e a justiça contratual, este consagrou princípios aplicáveis a todos os contratos de consumo.
1.Princípio da vulnerabilidade do consumidor
Previsto no artigo 4º, inciso I da Lei 8.0078/90 (lei que institui o Código de Defesa do Consumidor – CDC), reconhece a fragilidade do agente mais fraco nas relações de consumo. Este princípio tem reflexo direto no campo de aplicação do CDC, ou seja, ele determina quais relações contratuaisestarão sob a égide desta lei e de seu sistema de combate ao abuso. Importante ressaltar que não se confunde vulnerabilidade com hipossuficiência. Esta é uma marca pessoal, limitada a alguns, até mesmo a uma coletividade, mas nunca a todos os consumidores. Sendo, portanto, distinta da vulnerabilidade, que abrange todos os consumidores.
 2. Princípio da Intervenção estatal
Este princípio está previsto nos artigos 5º, XXXII, e 170, ambos da Constituição Federal. Conforme determina, o Estado deve promover a defesa do consumidor. Neste sentido também há o artigo 4º, II, CDC. 
Baseando-se nesse princípio, o Estado tem obrigação de atuar nas relações de consumo com a finalidade de proteger a parte mais fraca, a saber, o consumidor. Isto se dá por meio legislativo e administrativo. O objetivo maior é garantir o respeito aos interesses consumeristas.
Alguns doutrinadores, como Hugo Leonardo Penna Barbosa, defendem que a participação do Estado é imprescindível para que haja o equilíbrio de condições entre o fornecedor e o consumidor. Para tanto, deve atuar em dois “momentos distintos, inicialmente na elaboração de normas que atendam ao interesse da coletividade e, a posteriori na entrega da efetiva prestação jurisdicional”.
Com o objetivo de efetivar os direitos dos consumidores, o Estado deve atuar diretamente, utilizando de seu poder de polícia, ou indiretamente, por meio de políticas governamentais. Neste sentido, esta obrigação governamental não será intervenção estatal pura e simplesmente para inviabilizar a relação entre as partes, mas, para instigar o respeito e consideração contratual, no sentido de equivalência das partes.
Verifica-se que o Estado tem obrigação de, mediante ação direta ou indireta, proteger os interesses dos consumidores, bem como garantir a efetividade dos direitos desses. A necessidade da intervenção governamental se dá em virtude de o consumidor ser, reconhecidamente, a parte mais fraca da relação jurídica de consumo.
3- Princípio Do Equilíbrio
Este princípio foi o principal fundamento para a criação do Código de Defesa do Consumidor. Ele tem como objetivo a busca da igualdade substancial, uma vez que diante ao fornecedor, o consumidor é vulnerável. Com isso, a busca por uma igualdade deve sempre nortear o legislador e o magistrado no momento de interpretá-las e aplicá-las.
4.  Princípio da Publicidade
Conforme preleciona Maria Helena Diniz,
“são aqueles que regem a informação ou mensagem publicitária, evitando quaisquer danos ao consumidor dos produtos ou serviços anunciados, tais como: liberdade, o da legalidade, o da transparência, o da boa-fé, o da identificabilidade, o da vinculação contratual, o da obrigatoriedade da informação, o da veracidade, o da lealdade, o da responsabilidade objetiva, o da inversão do ônus da prova napublicidade e o da correção do desvio publicitário.”
5- Princípio do Dever Governamental
Previsto no artigo 4º, inciso II, VI e VII do CDC vem orientar a proteção efetiva do consumidor, seja por iniciativa direta, incentivo à criação e desenvolvimento de associações, presença do Estado no mercado de consumo ou garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho (que por sinal fazer parte dos direitos básicos do consumidor).
Néri Tadeu Câmara Souza, fazendo menção ao Artigo 5º, XXXII e Art. 170 da Constituição Federal em que determina que “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”, afirma categoricamente que o “Estado tem a obrigação de zelar pelo direito do consumidor, inclusive em seus serviços...” (2003:01).  Assim,  entidades como o PROCON  e o Judiciário, fiscalizam o direito do consumidor.
6- Princípio da Boa-Fé Objetiva
Nas relações de consumo, previsto aborda que a relação jurídica entre as partes devem se pautar na lealdade e cooperação entre consumidor e fornecedor visando combater os abusos praticados no mercado e que os interesses particulares sobreponham-se aos interesses sociais.
7- Princípio da Informação
Está implícito no Artigo 4º, inciso IV CDC que responsabiliza pelo esclarecimento dos direitos e deveres dos consumidores e fornecedores, com vistas a harmonizar a relação de consumo e de tornar ilegal qualquer ato ou procedimento que atente contra o direito à informação do consumidor. Todas as informações devem ser amplas, substanciais, extensivas a todos os aspectos da relação de consumo estabelecida.
8-  Princípio da Garantia da Adequação - Art. 4°, II, "D" e V
É o princípio que emana a necessidade da adequação dos produtos e serviços ao binômio, qualidade/segurança, atendendo completamente aos objetivos da Polícia Nacional das Relações de Consumo, elencado no caput do art. 4°, consistente no atendimento dos eventuais problemas dos consumidores, no que diz respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos e a melhoria da sua qualidade de vida.
A concretização desse princípio, diz respeito ao binômio, qualidade/segurança, que é o fim perseguido pelo sistema de proteção e defesa do consumidor, fica a cargo do fornecedor que será oficialmente auxiliado pelo Estado, a quem está incumbido o dever de fiscalização, que é uma outra atribuição do "princípio de dever governamental" o qual já se expôs.
9. Princípio do Acesso à Justiça
Primeiramente, far-se-á um breve relato deste princípio no campo constitucional do qual ele emana através do art. 5°, inc. XXXV da Constituição Federal de 1988 in verbis: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito", e segundo Nelson Nery Jr. (2002, p. 98) tem-se: "Embora o destinatário principal desta norma seja o legislador, o comando constitucional atinge a todos indistintamente, vale dizer, não pode o legislador e ninguém mais impedir que o jurisdicionado vá a juízo deduzir pretensão".
Isto significa que todos têm direito do acesso à justiça para pleitear a tutela jurisdicional reparatória ou preventiva, no que diz respeito a um direito. Contemplando-se aqui tanto direitosindividuais quanto coletivos.
Todavia, este princípio não está expresso nos incisos do art. 4° do CDC, mas ele se reveste de suma importância, a partir do momento em que o legislador do diploma consumerista, teve como uma de suas grandes preocupações a busca pela criação de novos mecanismos, que pudessem facilitar ainda mais o acesso dos cidadãos à justiça, como um meio de defesa de seus direitos, daí se observarão consubstanciados em vários artigos do código alguns desses caminhos.

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