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CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM: ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Cláudio Márcio de Oliveira Leal Procurador-Geral COREN-PI TÓPICOS DA PALESTRA Introdução Conceituação: a) Aspectos Éticos b) Aspectos Legais Visão Holística x Visão Cartesiana Humanização da Prática de Enfermagem CONSULTA DE ENFERMAGEM É a atividade privativa do Enfermeiro, que utiliza componentes do método científico para identificar situações de saúde/doença, prescrever e implementar medidas de Enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade. (COFEN, 1993) PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM É o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. ÉTICA Instrumento social orientador do comportamento humano, para determinar o que se deve fazer para conseguir a “boa vida”, o “bem estar” das pessoas vivendo em sociedade” (OGUISSO, SCHMIDT, 2007 p.73). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. LEGAL Legal: Conforme ou relativo à Lei. Nosso senso moral inato pode nos levar a praticar boas ações. Mas é inegável que o conhecimento das normas do dever facilita o seu cumprimento. ASPECTOS ÉTICOS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM RESOLUÇÃO COFEN 311/2007 CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. A Ética no exercício da enfermagem é tanto um direito como um dever do profissional. DIREITOS Art. 1º - Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade. Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência. Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. DEVERES Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão. Art. 49 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que firam preceitos do presente Código e da legislação do exercício profissional. DEVERES Art. 50 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional. Art. 52 - Colaborar com a fiscalização de exercício profissional. Art. 56 - Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem. PROIBIÇÕES Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na legislação vigente e em situação de emergência. Art. 56 - Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem. Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. PROIBIÇÕES Art. 73 - Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou jurídicas que desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de enfermagem. Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que não seja enfermeiro. Art. 113 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. ARTIGOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais. Art. 49 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que firam preceitos do presente Código e da legislação do exercício profissional. ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Constituição Federal Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais Capítulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Constituição Federal Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais Capítulo II Dos Direitos Sociais Art. 6° - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, à proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma desta constituição ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Constituição Federal Título VIII – Da Ordem Social Capítulo II – Seção II - Da Saúde Art. 196 - A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art.197- São de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Lei 7.498/86 Dispõe sobre a regulamentação do exercício das enfermagem e dá outras providências Art. 11 – O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe: I- Privativamente: i) Consulta de enfermagem; j) Prescrição da assistência de enfermagem; II – Como integrante da equipe de saúde: c)Prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM DECRETO 94.406/87 Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: I - Privativamente: ... e) Consulta de Enfermagem; f) Prescrição da assistência de enfermagem; II – Como integrante da equipe de saúde: ... c)Prescrição de medicamentos “previamente” estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;RESOLUÇÃO COFEN Nº 159/93 DISPÕE SOBRE A CONSULTA DE ENFERMAGEM Art. 1º - Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem. Art. 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua assinatura. RESOLUÇÃO COFEN 271/2002 REVOGADA PELA RESOLUÇÃO COFEN 317/2007 Resolução COFEN Nº 271/2002 – Regulamentava as ações do Enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e requisição de exames. Entretanto a sua revogação em nada afetou os efeitos da consulta e prescrição de enfermagem pelos motivos a seguir delineados: Lei nº. 7.498, de 25/06/1986 prevê em seu artigo 11, inciso I, alínea “i” a consulta de enfermagem, e alínea “j” a prescrição da assistência de enfermagem como atos privativos do Enfermeiro; e no artigo 11, inciso II, alínea “c” a prescrição de medicamentos estabelecidos em programa de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, como integrante da equipe de saúde. RESOLUÇÃO COFEN 271/2002 REVOGADA PELA RESOLUÇÃO COFEN 317/2007 Decreto nº 94.406, prevê em seu artigo 8º, inciso I, alínea “e” a consulta de enfermagem, e alínea “f” a prescrição da assistência de enfermagem, como atos privativos do Enfermeiro; e ainda no art. 8°, inciso II, alínea “c”, a prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programa de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, como integrante da equipe de saúde. A continuidade dos efeitos da Resolução COFEN 159/93 (Dispõe sobre a consulta de Enfermagem) e Resolução COFEN 195/97 (Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares por Enfermeiro). PORTARIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE Nº 648/2006 E Nº 1625/2007 Além do texto legal, as Portarias MS nº 648/2006 e 1.625/2007 que regulam a estratégia saúde da família encontram-se em plena vigência e normatizam sobre o tema, citamos: “PORTARIA Nº 648, DE 28 DE MARÇO DE 2006 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Omissis... PORTARIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 648/2006 E 1625/2007 2 - SÃO ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS Omissis... Do Enfermeiro: II - conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; PORTARIA 1.625, DE 10 DE JULHO DE 2007 Altera atribuições dos profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF) dispostas na Política Nacional de Atenção Básica. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II da Constituição Federal, e Considerando o disposto na Política Nacional de Atenção Básica aprovada pela Portaria 648/GM, de 28 de março de 2006; Considerando a Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional da enfermagem; Considerando o trabalho em equipe como princípio da Atenção Básica para garantia da integralidade na atenção à saúde da população; e Considerando o consenso estabelecido quanto às atribuições dos profissionais médicos e enfermeiros das equipes de saúde da família, estabelecido em reunião realizada em 25 de abril de 2007, em que estiveram presentes representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Federal de Enfermagem, resolve: Art. 1º Alterar o Anexo I da Política Nacional de Atenção Básica, aprovada pela Portaria 648/GM, de 28 de março de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, página 71, no que se refere, em seu item 2, às atribuições específicas do enfermeiro das Equipes de Saúde da Família, que passa a vigorar com a seguinte redação: "Do Enfermeiro: Omissis... II - realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo (Ministério da Saúde), os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal." PARECER MINISTÉRIO DA SAUDE Em atenção ao comunicado veiculado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, em 29/08/2008, acerca de decisão judicial proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região relativa à Resolução 272 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e de uma conseqüente anulação de dispositivos da Portaria MS 648/2006, que regulamenta a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a execução da Estratégia Saúde da Família no Brasil, seguem abaixo os seguintes e importantes esclarecimentos: 1. Em primeiro lugar, o Ministério da Saúde, por meio da Diretoria do Departamento de Atenção Básica – Secretaria de Atenção à Saúde, informa que nenhuma disposição legal constante das Portarias Ministeriais nº 648/2006 (PNAB) e nº 1.625/2007 encontra-se suspensa e, muito menos, anulada por qualquer decisão judicial. 2. A suposta decisão judicial pertinente à Resolução nº 272 [o correto é Resolução n° 271] do COFEN, em ação interposta peloSindicato dos Médicos do Estado do Rio Grande do Sul (SIMERS) - junto ao TRF da 1ª Região, não traz qualquer reflexo à PNAB e às suas disposições, até porque os comandos normativos da Política Nacional de Atenção Básica não são objeto de discussão na Referida contenda judicial. 3. Diante disso, cumpre informar que não há qualquer decisão judicial no país que imponha a nulidade das normas constantes da PNAB, encontrando-se as mesmas em plena vigência. 4. De outro lado, a informação de que a Portaria nº 1625/2008, que alterou as atribuições dos profissionais de enfermagem e dos médicos no âmbito das equipes de Saúde da Família, estaria suspensa em função de recurso de Agravo de Instrumento (Processo nº 2007.01.00.000126-2/TRF) também não procede. O referido Agravo de Instrumento, citado na nota veiculada, não discute a Portaria nº 1.625/2007, ou seja, não poderia juridicamente suspender tal disposição legal. 5. Além disso, o mencionado recurso de Agravo de Instrumento discutia tão-somente a manutenção de uma medida cautelar concedida ao Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2007 para suspender um pequeno trecho da PNAB que tratava das atividades do profissional de enfermagem (Portaria nº 648/2006). Contudo, tal trecho da PNAB que tratava da atuação dos enfermeiros na Estratégia Saúde da Família foi alterado antes mesmo do julgamento da ação e com a anuência do Conselho Federal de Medicina, tornando assim a decisão do agravo de instrumento em questão desconstituída de qualquer efeito prático, ainda que a mesma fosse vigente. O mais importante, porém, é que a possibilidade de solicitação de exames por Enfermeiro, assegurada pela legislação profissional quando fundamentada nos Programas de Saúde Pública ou em rotinas institucionais, mediante Protocolos elaborados pela Instituição ou pelo Ministério da Saúde, permanece em pleno vigor e, nenhuma decisão judicial declarou suspensa ou sem vigência tais dispositivos da Lei que regulamentam o exercício da enfermagem. Desta forma nos parece de manifesto desconhecimento dos preceitos legais e das decisões judiciais que versam sobre a matéria, as atitudes de gestores públicos visando impedir o pleno exercício das atividades de Enfermagem junto aos Programas de Saúde Pública. 5. Além disso, o mencionado recursode Agravo de Instrumento discutia tão-somente a manutenção de uma medida cautelar concedida ao Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2007 para suspender um pequeno trecho da PNAB que tratava das atividades do profissional de enfermagem (Portaria nº 648/2006). Contudo, tal trecho da PNAB que tratava da atuação dos enfermeiros na Estratégia Saúde da Família foi alterado antes mesmo do julgamento da ação e com a anuência do Conselho Federal de Medicina, tornando assim a decisão do agravo de instrumento em questão desconstituída de qualquer efeito prático, ainda que a mesma fosse vigente. 6. Ratificando o exposto, a ação judicial movida pelo CFM contra trecho da PNAB e que deu origem ao já comentado Agravo de Instrumento acima mencionado já foi julgada extinta, sem julgamento do mérito, pelo Juiz Federal da 4ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, em 04/03/2008, tendo tal sentença decisória transitado em julgado em 27/08/2008, ou seja, não se mostra cabível qualquer recurso em contrário (Processo nº 2006.34.00.034.729-1). 7. Vale ressaltar que a decisão judicial relativa à Resolução nº 272 do COFEN é pertinente a um outro processo judicial que não produz qualquer efeito sobre a ação movida pelo CFM contra disposições da PNAB, até porque esta, como já dito, foi extinta pelo Juiz Federal responsável. As ações não são conexas e muito menos tramitaram ou tramitam juntos, ou seja, a decisão tomada em uma delas não afeta diretamente a outra. 8. Tanto a Portaria MS nº 648/2006 (PNAB), quanto o texto da Portaria MS 1625/2007, não possuem qualquer relação com a Resolução Cofen nº 272, que em momento algum estabelece normas acerca de diagnóstico clínico, prescrição de medicamentos ou da solicitação de exames de modo autônomo por parte dos enfermeiros. Aliás, a Resolução nº 272 do COFEN sequer trata dos programas ou rotinas aprovadas em instituições de saúde. 9. Ressalte-se que a PNAB e a Portaria MS 1625/2007: a) em momento algum determinam a possibilidade dos enfermeiro de realizar diagnóstico; b) não permitem ao enfermeiro realizar a solicitação de exames complementares ou a prescrição de medicações de modo autônomo, já que sempre devem ser observados os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal; c) não regulamentam as atribuições dos enfermeiros, fundando-se apenas nas normas da profissão de enfermagem atualmente vigentes e não suspensas por decisão judicial, em especial a Lei 7.498, de 25/06/1986 que prevê em seu artigo 11, inciso I, alínea "i", a consulta de Enfermagem, e alínea "j" a prescrição da assistência de Enfermagem como atos privativos do Enfermeiro, e ainda prevê em seu artigo 11, inciso II, alínea "c", a prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, como atividade do Enfermeiro na condição de integrante da equipe de saúde. 10. Diante do exposto, o DAB/SAS/MS reitera a todos os gestores da atenção básica a inexistência de qualquer suspensão ou nulidade judicial das Portarias MS nº 648/206 e nº 1.625/2007, estando as referidas normas bem como todas as disposições alusivas à Estratégia Saúde da Família em plena vigência e em estrita consonância com a legalidade, não havendo motivos para quaisquer mudanças nas diretrizes atualmente seguidas na condução da atenção básica dos entes federados. ASPECTOS LEGAIS DA CONSULTA E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Desta forma nos parece de manifesto desconhecimento dos preceitos legais e das decisões judiciais que versam sobre a matéria, as atitudes de gestores públicos visando impedir o pleno exercício das atividades de Enfermagem junto aos Programas de Saúde Pública. VISÃO CARTESIANA X VISÃO HOLÍSTICA A visão cartesiana estabelece princípios filosóficos que valorizam a eficiência técnica e o conhecimento científico e negam a possibilidade de um conhecimento metafísico, implantando o realismo científico. A visão holística pode ser definida como a visão de um determinado fenômeno como um todo, ou seja que leve em consideração todos os fatores que podem influenciar o fenômeno observado. VISÃO CARTESIANA A influência do paradigma cartesiano sobre o pensamento médico resultou no chamado modelo biomédico, que constitui o alicerce conceitual da moderna medicina científica. O corpo humano é considerado uma máquina que pode ser analisada em termo de suas peças; a doença é vista como um mau funcionamento dos mecanismos biológicos, que são estudados do ponto de vista da biologia celular e molecular; o papel dos médicos é intervir, física ou quimicamente para consertar o defeito do funcionamento de um específico mecanismo enguiçado. VISÃO CARTESIANA Três séculos depois de Descartes a medicina muitas vezes ainda se baseia como escreveu Engel: “nas noções do corpo como uma máquina, da doença como conseqüência de uma avaria na máquina, e da tarefa do médico como conserto dessa máquina”. Ao concentrar-se em partes cada vez menores do corpo, a medicina moderna perde freqüentemente de vista “o paciente” como ser humano, e, ao reduzir a saúde a um funcionamento mecânico, não pode mais ocupar-se com o fenômeno da cura. VISÃO CARTESIANA O porque disso recai sobre os paradigmas cartesianos que levam as pessoas a aceitarem a descrição do mundo que lhes é oferecida sem criticar os fundamentos íntimos de tal descrição. Qualquer coisa que não seja coerente com tal descrição passa despercebida; é vista como elemento marginal ou sem importância. Os profissionais educados conforme o paradigma cartesiano-newtoniano tendem a analisar as doenças sob uma ótica essencialmente mecanicista e geralmente não consideram aspectos ambientais e emocionais – os conflitos e as dificuldades existenciais e de adequação social do indivíduo – em seus diagnósticos. VISÃO CARTESIANA O mau funcionamento é visto exclusivamente como uma avaria em um mecanismo específico que tem que ser reparado por meios físicos o químicos (Medina J. P.S. O Brasileiro e seu corpo. 3.ed. Campinas: Papirus, 1991,135p.) O Principal alvo da atenção do profissional da saúde começa a ser a doença e cura. Todas as energias sã direcionadas no sentido de uma medicina curativa” (Martim L. M. A ética e a humanização hospitalar. Mundo saúde, 2003, 27:206-218) DORES SEM ACHADOS NOS EXAMES É nervoso VISÃO HOLÍSTICA Hipócrates há mais de dois mil anos, também já demonstrava ser possuidor de um enfoque mais amplo do processo saúde-doença, exemplo disso é sua afirmação de que não se deve analisar as doenças de forma isolada, mas “no homem vítima da enfermidade, com toda a natureza que o rodeia, com todas as leis universais que a regem e com a qualidade individual dele, que se fixa com segura visão.” VISÃO HOLÍSTICA Há dois mil anos atrás a holística já influenciava no trato da saúde. A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, em 1986, resgata uma concepção ainda mais ampla de saúde assumindo que esta “é a resultante das condições alimentares, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso aos serviços de saúde, é assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social.” A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM O Programa Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar (PNHAH), lançado em Brasília, em 2001, prova que a relação humanitária não é apenas mais uma moda, e sim, antes de tudo, uma necessidade ética para com os usuários e para com todos os profissionais que atuam na área de saúde. Nunca como hoje se faz tão necessário à reflexão histórico-filosóficapara que se possa re-humanizar a medicina e as ciências da saúde em geral (Gallian D. M. C. A (re) humanização da medicina, 2001.) A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM A influência da visão holística sobra a humanização da assistência hospitalar, trata-se do desenvolvimento de uma visão do ser humano inserido num contexto biopsicossocial, como um ser singular que traz consigo uma história de vida impregnada de valores culturais, vivenciando um momento em que, normalmente, se encontra fragilizado pelo seu problema de saúde e pela própria situação imposta pela internação, ou seja, é uma fase na qual o indivíduo é retirado de seu cotidiano e passa a obedecer às regras institucionais. A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM É com esta visão que devem ser dado prosseguimento a consulta e prescrição de enfermagem. Deste modo, não será só a lei que garantirá aos enfermeiros estas práticas, mas a população que clamará por um atendimento diferenciado. A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM Humanizar a assistência seguindo PNHAH (2001) é: Aceitar esta necessidade de resgate e articulação dos aspectos subjetivos, indissociáveis dos aspectos físicos e biológicos. Mais do que isso, humanizar e adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde. Humanizar refere-se portanto à possibilidade de assumir uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento do desconhecido e de reconhecimento dos limites. A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM Não é fácil trabalhar em condições adversas, onde a estrutura física é precária, a falta de material é constante, a remuneração é baixa e a carga horária é absurda. É preciso, como pediu o Reitor do Centro Universitário São Camilo, Prof. Dr. Pe. Christian de Paul de Barchifontaine pediu que, ao trabalhar na área da saúde, os futuros profissionais colocassem “o coração nas mãos”. Explicou que nas mãos temos a técnica, mas que para trabalhar com o ser humano a técnica não basta, precisamos de coração, que é a sede do amor. A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM Diante da realidade da enfermagem na atualidade, da sua força, do compromisso dos profissionais e na diferença que faz no trato com o ser humano, sobretudo os menos favorecidos, vai os parabéns de um apaixonado pela enfermagem e pelos que fazem dela tão digna. Ao tempo que fica o apelo, de mesmo diante de todas as adversidades a assistência de enfermagem permaneça com o tempero da humanidade e do amor. A HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM HUMANIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENFEMAGEM SEJA A MUDANÇA QUE VOCE QUER VER NO MUNDO (DALAI LAMA). OBRIGADO! claudiomarcioleal@hotmail.com 3222-7861 9976-8853 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53
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