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Direito Ambiental Aula 06

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Aula 06
Direito Ambiental p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)
Professor: Rosenval Júnior
Direito Ambiental para Delegado da Polícia Civil - PE 
Aula 06 - Prof. Rosenval Júnior 
 
 
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AULA 06 ± Licenciamento Ambiental 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Licenciamento ambiental (LC nº 140/2011, Lei nº 
6.938/1981, Res. CONAMA nº 428/2010 e 
regulamentos). Parte 1 
2 
Questões comentadas 44 
Lista de questões 86 
 
TEMAS MAIS IMPORTANTES (FOCO TOTAL PARA A PROVA): 
x Conceitos de licença e licenciamento; 
x Tipos de licenças (LP, LI, LO); 
x Prazos de validade de cada licença e de renovação; 
x Possibilidades de modificação, suspensão e cancelamento da 
licença; 
x EIA/RIMA; 
x Audiência pública; 
x Compensação ambiental; 
x EIV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Ambiental para Delegado da Polícia Civil - PE 
Aula 06 - Prof. Rosenval Júnior 
 
 
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Introdução 
 
 O fundamento da exigência do licenciamento ambiental reside na 
possibilidade, constitucionalmente outorgada, de o Poder Público impor 
condições/restrições ao exercício do direito de propriedade e do direito ao 
livre empreendimento, a fim de que a função socioambiental da 
propriedade seja observada. 
O licenciamento ambiental reflete os princípios da supremacia do 
interesse público na proteção do meio ambiente em relação aos interesses 
privados, já que cuida de proteger o direito fundamental da pessoa humana 
ao equilíbrio ecológico, disposto no art. 225, caput, da Constituição Federal, 
de 1988. 
Dada a indisponibilidade deste direito, cabe ao Poder Público ± em 
defesa do meio ambiente ± intervir nas atividades privadas, condicionando 
o seu exercício a determinadas obrigações que busquem atingir um padrão 
de desenvolvimento reputado sustentável. 
As ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões e 
permissões relacionadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de 
competência exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente. 
O licenciamento tem a finalidade de controlar atividades 
potencialmente poluentes, procurando imprimir-lhes um padrão de atuação 
sustentável, de modo a prevenir e/ou mitigar danos ambientais. 
Assim, conforme dispõe o art. 10, da Lei 6.938/81, a construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores 
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental 
dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
O licenciamento operacionaliza os princípios da precaução, da 
prevenção e do poluidor-pagador, além de outros como a exigência de 
publicidade. Cabe também o princípio da participação através de audiências 
públicas, convocadas de acordo com regulamentação do Conama. Os 
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Aula 06 - Prof. Rosenval Júnior 
 
 
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pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão 
publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de 
grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo 
órgão ambiental competente. 
Uma aplicação do princípio da prevenção e da precaução seria o 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Quando da realização de um EIA 
poderá haver a necessidade de aplicação de um ou de outro princípio, que 
determinará a concessão ou não da licença ambiental. 
Assim, se o risco é conhecido, certo, concreto, a análise pode indicar 
medidas preventivas no intuito de mitigar os impactos ou até mesmo a não 
aprovação da obra ou empreendimento propostos. 
 Por outro lado, se identificados apenas riscos potenciais, incertos, 
abstratos, em que não haja certeza científica quanto à extensão ou o grau 
dos mesmos, a atividade poderá não ser aprovada por conta da aplicação 
do princípio da precaução, haja vista que devemos adotar a opção mais 
favorável à manutenção do equilíbrio ambiental (in dubio pro natura) e 
da saúde (in dubio pro salute). 
 O Licenciamento e a Avaliação de Impactos Ambientais são 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (Art. 9º, IV da 
Lei 6.938/81). A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, § 
1º, IV, exige estudo prévio de impacto ambiental para instalação de 
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação 
do meio ambiente. 
Importante dizer que a LC 140/2011 dispôs sobre as competências 
em matéria ambiental e disciplinou alguns pontos acerca do licenciamento 
ambiental. Além disso, cabe observar as regras dispostas pelo Conama, em 
especial, as Resoluções 01/86, 237/97, 09/87 e Instruções 
Normativas IBAMA nº 184/2008 e nº 14/2011. Há ainda Resoluções 
e Instruções Normativas específicas para algumas atividades, como 
exploração de gás e petróleo, mineração, entre outras. 
A localização, construção, instalação, ampliação, modificação 
e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de 
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recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio 
licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras 
licenças legalmente exigíveis. 
A licença ambiental para empreendimentos e atividades 
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa 
degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto 
ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente 
(EIA/RIMA), ao qual será dado publicidade, garantida a realização de 
audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. 
O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa 
degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes 
ao respectivo processo de licenciamento. 
Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental (EIA) 
e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA) o licenciamento 
de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: 
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II - Ferrovias; 
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do 
Decreto-Lei nº 32, de 18 de setembro de 1966; 
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e 
emissários de esgotos sanitários; 
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais 
como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de 
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, 
GUHQDJHP�H�LUULJDomR��UHWLILFDomR�GH�FXUVRV�G¶iJXD, abertura 
de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
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IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidasno 
Código de Mineração; 
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos 
tóxicos ou perigosos; 
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte 
de energia primária, acima de 10MW; 
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais 
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, 
hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios); 
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - 
ZEI; 
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas 
acima de 100 (CEM) hectares ou menores, quando atingir áreas 
significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de 
vista ambiental; 
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 (CEM) hectares ou 
em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a 
critério da SEMA e dos órgãos estaduais ou municipais; 
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou 
produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por 
dia. 
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 
1.000 (MIL) hectares ou menores, neste caso, quando se tratar 
de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do 
ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental. 
XVIII - Empreendimentos potencialmente lesivos ao 
patrimônio espeleológico nacional. 
 
 Essas são algumas atividades que devem ser licenciadas e para as 
quais é exigido o EIA/RIMA. É um rol aberto, exemplificativo. Notem que o 
caput GR� DUWLJR� GL]� ³WDLV� FRPR´�� RX� VHMD�� VmR� H[HPSORV� Não é um rol 
taxativo ou exaustivo, pois o órgão ambiental pode exigir EIA/RIMA de 
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qualquer atividade que cause ou possa vir a causar significativo impacto 
ambiental. 
 
Veja como caiu em prova! 
 
(CESPE / UnB± Juiz Federal - TRF 2º Região - 2013) 
A resolução do CONAMA que regulamenta a realização de EIA 
enumera exaustivamente as atividades obrigatoriamente sujeitas a 
esse tipo de estudo. 
Errado. O rol não é taxativo ou exaustivo. A Resolução do CONAMA 
apresente um rol aberto ou exemplificativo de atividades sujeitas ao 
EIA/RIMA. 
 
 Muita atenção, pois licenciamento ambiental e Estudo de Impacto 
Ambiental e seu Relatório (EIA/RIMA) não são sinônimos! 
 O Licenciamento ambiental é um procedimento administrativo 
(exercício do poder de polícia) pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia um empreendimento considerado efetiva ou potencialmente 
poluidor ou que possa causar degradação ambiental. 
 Para realizar o Licenciamento são exigidos estudos 
ambientais. Um desses estudos pode ser o EIA/RIMA, pois existem 
outros estudos. 
 O detalhe é que o EIA/RIMA é exigido nos casos de efetivo ou 
pontencial SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. Não é para qualquer 
atividade ou empreendimento. 
 
Veja como foi cobrado em prova! 
 
(CESPE / UnB - Juiz Federal - TRF 3º Região - 2013) 
O estudo prévio de impacto ambiental e o respectivo relatório de 
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA) é necessariamente 
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exigido em todas as atividades que causem impacto ao meio 
ambiente. 
Errado. O EIA/RIMA é exigido para atividades ou empreendimentos com 
potencial de causar SIGNIFICATIVA degradação ambiental. O item está 
errado ao afirmar que será necessariamente exigido em todas as atividades 
impactantes. 
 
O órgão ambiental definirá os estudos ambientais pertinentes ao 
respectivo processo de licenciamento, caso o empreendimento não seja 
potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente. 
Assim, estudos mais simples podem ser exigidos. 
Cabe destacar que a análise dos estudos ambientais é atividade 
própria do Poder Executivo, é exercício do poder de polícia! Tanto União, 
Estados, DF e Municípios possuem competência para licenciar, de acordo 
com as disposições da Lei Complementar 140/11. Cabe lembrar que é 
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer 
de suas formas. 
 
Jurisprudência 
CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. MANDADO DE 
SEGURANÇA. CONSTRUÇÃO DE PISCICULTURA PARA CRIAÇÃO DE ROBALO 
EM CATIVEIRO. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL E ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. NECESSIDADE. 
COMPETÊNCIA GERENCIAL-EXECUTIVA, COMUM E CONCORRENTE DA 
UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS. FISCALIZAÇÃO CONJUNTA DOS 
AGENTES DO PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL DAS ENTIDADES FEDERADAS 
COMPETENTES. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA DO IBAMA. 
LEGITIMIDADE. I - Na ótica vigilante da Suprema Corte, "a incolumidade 
do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais 
nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, 
ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a 
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disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros 
princípios gerais, àquele que privilegia a"defesa do meio ambiente"(CF, art. 
170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio 
ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial 
(espaço urbano) e de meio ambiente laboral (...) O princípio do 
desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter 
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em 
compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa 
fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as 
da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando 
ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a 
uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie 
o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: 
o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum 
da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e 
futuras gerações" (ADI-MC nº 3540/DF - Rel. Min. Celso de Mello - DJU de 
03/02/2006). Nesta visão de uma sociedade sustentável e global, baseada 
no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça 
econômica e numa cultura de paz, com responsabilidades pela grande 
comunidade da vida, numa perspectiva intergeneracional, promulgou-se a 
Carta Ambiental da França (02.03.2005), estabelecendo que "o futuro e a 
própria existência da humanidade são indissociáveis de seu meio natural e, 
por isso, o meio ambiente é considerado um patrimônio comum dos seres 
humanos, devendo sua preservação ser buscada, sob o mesmo título que 
os demais interesses fundamentais da nação, pois a diversidade biológica, 
o desenvolvimento da pessoa humana e o progresso das sociedades estão 
sendo afetados por certas modalidades de produção e consumo e pela 
exploração excessiva dos recursos naturais, a se exigir das autoridades 
públicas a aplicação do princípio da precaução nos limites de suas 
atribuições, em busca de um desenvolvimento durável. II - A tutela 
constitucional, que impõe ao Poder Público e a toda coletividade o dever de 
defender e preservar,para as presentes e futuras gerações, o meio 
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ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, 
como direito difuso e fundamental, feito bem de uso comum do povo (CF, 
art. 225, caput), já instrumentaliza, em seus comandos normativos, o 
princípio da precaução (quando houver dúvida sobre o potencial deletério 
de uma determinada ação sobre o ambiente, toma-se a decisão mais 
conservadora, evitando-se a ação) e a consequente prevenção (pois uma 
vez que se possa prever que uma certa atividade possa ser danosa, ela 
deve ser evitada) , exigindo-se, assim, na forma da lei, para instalação de 
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do 
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade (CF, art. 225, § 1º, IV). III - Na hipótese dos autos, versando 
a controvérsia em torno de suposta ilegalidade de licença ambiental, 
expedida, tão-somente, pelo órgão ambiental municipal, deve o IBAMA 
adotar as medidas cabíveis, na condição de responsável pela ação 
fiscalizadora decorrente de lei, a fim de coibir abusos e danos ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, por eventuais beneficiários de 
licenças emitidas sem a sua participação, na condição de órgão executor 
da política nacional do meio ambiente, pois é da competência gerencial-
executiva e comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios proteger as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, as paisagens naturais notáveis, os sítios arqueológicos e o meio 
ambiente e, ainda, preservar as florestas, a fauna e a flora (CF, art. 23, 
incisos III, VI e VII). IV - Em sendo assim, no caso em exame, afigura-se 
insuficiente o licenciamento concedido pela municipalidade, sem o 
acompanhamento fiscal do IBAMA e a elaboração do respectivo EIA/RIMA, 
para fins de licenciar a atividade a ser realizada em Zona Costeira, de 
acordo com o que estabelece o art. 6º, § 2º, da Lei nº 7.661/1988, bem 
assim, conforme dispõe a Constituição Federal, quando determina a 
proteção especial à Mata Atlântica e à Zona Costeira (CF, art. 225, § 4º), 
caracterizando-se, portanto, a legitimidade da multa aplicada e o embargo 
da referida atividade, na espécie dos autos. V - Apelação desprovida. 
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(TRF-1 - AMS: 805 BA 2004.33.01.000805-7, Relator: DESEMBARGADOR 
FEDERAL SOUZA PRUDENTE, Data de Julgamento: 21/05/2012, QUINTA 
TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.1192 de 22/08/2012). 
 
Conceitos 
 
Artigo 1º da Resolução Conama 01/86 
Impacto ambiental 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, 
afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. 
 
Art. 1º da Resolução Conama 237/97 
Licenciamento Ambiental 
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
Licença Ambiental 
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece 
as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão 
ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para 
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades 
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utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental. 
Estudos Ambientais 
São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a 
análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e 
projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, 
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área 
degradada e análise preliminar de risco. 
Impacto Ambiental Regional 
É todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de 
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois 
ou mais Estados. 
 
Art. 2º da LC 140/2011 
Licenciamento Ambiental 
Procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental. 
*Notem que a LC 140/2011 praticamente repetiu o conceito apresentado 
pela Resolução do CONAMA 237/97. 
 
Termo de referência (TR) 
Documento elaborado pelo órgão ambiental competente que 
estabelece o conteúdo necessário dos estudos a serem 
apresentados no processo de licenciamento ambiental. 
 
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Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único 
nível de competência e todas as despesas e custos referentes à 
realização do estudo de impacto ambiental correrão por conta do 
proponente do projeto (empreendedor). 
 Assim, os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão 
ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas 
do empreendedor. Atenção aqui! Os estudos são pagos pelo 
empreendedor! É muito comum questões afirmando que o órgão 
ambiental assume os custos, o que deve ser julgado como errado! 
 O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos 
serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às 
sanções administrativas, civis e penais (TRÍPLICE 
RESPONSABILIZAÇÃO). 
 As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do 
empreendimento ou atividade. 
 O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais 
específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da 
atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de 
licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação do 
empreendimento ou atividade. Olhem aí mais uma competência do 
Conama! Memorizem mais essa! Cai direito dizendo que é competência do 
Ibama...o que está errado, claro! 
 No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, 
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o 
local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com 
a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a 
autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da 
água, emitidas pelos órgãoscompetentes. 
 
Diretrizes Gerais 
 
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O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em 
especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do 
Meio Ambiente, obedecerá às seguintes DIRETRIZES GERAIS: 
I - Contemplar TODAS as alternativas tecnológicas e de 
localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não 
execução do projeto; 
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos 
ambientais gerados nas fases de implantação e operação da 
atividade; 
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou 
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de 
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia 
hidrográfica na qual se localiza; 
lV - Considerar os planos e programas governamentais, 
propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua 
compatibilidade. 
 
Atividades Técnicas 
 
O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as 
seguintes ATIVIDADES TÉCNICAS: 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, 
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas 
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação 
ambiental da área, antes da implantação do projeto, 
considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, 
destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e 
DSWLG}HV� GR� VROR�� RV� FRUSRV� G¶iJXD�� R� UHJLPH�KLGUROyJLFR�� DV�
correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e 
a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade 
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ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas 
de extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos 
da água e a socioeconomia, destacando os sítios e monumentos 
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações 
de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais 
e a potencial utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, 
discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e 
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas 
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e 
benefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos 
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de 
tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. 
IV - Elaboração do programa de acompanhamento e 
monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os 
fatores e parâmetros a serem considerados. 
 
Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - RIMA 
 
 O relatório de impacto ambiental (RIMA) refletirá as 
conclusões do estudo de impacto ambiental (EIA) e deve ser 
apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. 
As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, 
ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de 
comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e 
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de 
sua implementação. 
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O RIMA é o instrumento que apresenta em uma linguagem mais 
acessível, de maneira mais compreensível para leigos, as informações 
técnicas do EIA. Lembrem-se de que o EIA é um estudo extremamente 
técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar, assim temos 
engenheiros, biólogos, advogados, antropólogos, geólogos, geógrafos, 
enfim, diversos profissionais que irão fazer as suas análises no seu campo 
de atuação e apresentarão os seus estudos, laudos e pareceres sobre o 
local, acerca dos possíveis impactos. 
Notem que no EIA é utilizado um jargão técnico, muito específico e 
que não é de entendimento de pessoas que não são da área. Por isso, o 
RIMA tem que ser elaborado em uma linguagem GLJDPRV�³PDLV�GLGiWLFD´�
para que a população interessada e afetada pela proposta tenha 
entendimento suficiente sobre os impactos negativos e positivos da 
atividade ou empreendimento. 
 
O relatório de impacto ambiental - RIMA conterá, no mínimo: 
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e 
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas 
governamentais; 
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e 
locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de 
construção e operação a área de influência, as matérias primas, e 
mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnicas 
operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos e perdas de 
energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados; 
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos 
ambiental da área de influência do projeto; 
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da 
implantação e operação da atividade, considerando o projeto, suas 
alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e 
indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua 
identificação, quantificação e interpretação; 
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V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de 
influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto 
e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização; 
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras 
previstas em relação aos impactos negativos, mencionando 
aqueles que não puderem ser evitados, e o grau de alteração 
esperado; 
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos; 
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável 
(conclusões e comentários de ordem geral). 
 
 Respeitado o sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelo 
interessado, o RIMA será acessível ao público. 
 
Etapas do Licenciamento Ambiental Federal (Competência do 
Ibama) 
 
De acordo com a Instrução Normativa IBAMA nº 184 /08 
alterada pela Instrução Normativa IBAMA nº 14 de 27/10/2011, que 
estabelece, no âmbito do Ibama, os procedimentos para o licenciamento 
ambiental federal, os procedimentos para o licenciamento ambiental 
deverão obedecer as seguintes etapas: 
 
9 Instauração do processo; 
9 Licenciamento prévio; 
9 Licenciamento de instalação; e 
9 Licenciamento de operação. 
 
A instauração do processo de licenciamento ambiental federal obedecerá 
as seguintes etapas: 
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9 Inscrição do empreendedor noCadastro Técnico Federal - CTF do 
IBAMA (http://www.ibama.gov.br/cogeq) na categoria Gerenciador 
de Projetos; 
9 Acesso ao Serviços on line - Serviços - Licenciamento Ambiental pelo 
empreendedor, utilizando seu número de CNPJ e sua senha emitida 
pelo CTF e a verificação automática pelo sistema da vigência do 
Certificado de Regularidade; 
9 Preenchimento pelo empreendedor do Formulário de Solicitação de 
Abertura de Processo - FAP e seu envio eletrônico ao IBAMA pelo 
sistema; 
9 Geração de mapa de localização utilizando as coordenadas 
geográficas informadas no FAP, como ferramenta de auxílio a tomada 
de decisão; 
9 Verificação da competência federal para o licenciamento. 
9 Abertura de processo de licenciamento. 
9 Definição dos estudos ambientais e instância para o licenciamento 
(Diretoria de Licenciamento Ambiental - DILIC ou Núcleo de 
Licenciamento Ambiental - NLA). 
 
A solicitação de EIA/RIMA se dará na fase de licenciamento prévio 
para empreendimentos de significativo impacto ambiental. 
Em empreendimentos de impacto pouco significativo e quando não 
couber análise locacional, o IBAMA suprimirá a fase de Licença Prévia. 
Para empreendimentos de impacto pouco significativo o IBAMA 
exigirá Estudo Ambiental Simplificado e Plano de Controle Ambiental, sendo 
que estes poderão ser licenciados integralmente pelos NLAs. 
 
Tipos de Licenças Ambientais 
 
Licenças Ambientais, Resolução Conama 237/97. 
LP x Concedida na fase preliminar do planejamento; 
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x Aprova sua localização e concepção; 
x Atesta a viabilidade ambiental; e 
x Estabelece os requisitos básicos e condicionantes 
LI x Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade. 
LO x Autoriza operação do empreendimento ou atividade. 
 
 
No licenciamento ambiental ordinário federal, o Poder Público, no 
exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do 
planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização 
e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os 
requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas 
fases de sua implementação. 
Instaurado o processo, o empreendedor deverá providenciar o envio 
SHOR�³6HUYLoR�on line - Serviços - Licenciamento Ambiental de proposta de 
Termo de Referência - 75�SDUD�HODERUDomR�GR�(VWXGR�$PELHQWDO´��FRP�EDVH�
no Termo de Referência Padrão da tipologia específica do empreendimento, 
disponibilizado no site do IBAMA/Licenciamento. 
O IBAMA providenciará agendamento para a apresentação do 
empreendimento pelo empreendedor, convidando os órgãos intervenientes 
quando necessário. Neste momento serão discutidos preliminarmente o 
teor do TR e a necessidade de realização de vistoria ao local pretendido 
para o empreendimento. 
O EIA e o RIMA deverão ser elaborados pelo empreendedor em 
conformidade com os critérios, as metodologias, as normas e os padrões 
estabelecidos pelo TR definitivo aprovado pela Diretoria de Licenciamento 
Ambiental - DILIC. O RIMA deverá ser elaborado em linguagem acessível 
ao entendimento da população interessada. 
Aos órgãos envolvidos no licenciamento será solicitado 
posicionamento sobre o estudo ambiental no que segue: 
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x Orgãos Estaduais de Meio Ambiente envolvidos - avaliar o projeto, 
seus impactos e medidas de controle e mitigadoras, em consonância 
com plano, programas e leis estaduais; 
x Unidade de conservação - identificar e informar se existem restrições 
para implantação e operação do empreendimento, de acordo com o 
instrumento de criação, do plano de manejo ou zoneamento; 
x FUNAI e Fundação Palmares - identificar e informar possíveis 
impactos sobre comunidades indígenas e quilombolas e, se as 
medidas propostas para mitigar os impactos são eficientes; 
x IPHAN - informar se na área pretendida já existe sítios arqueológicos 
identificados e, se as propostas apresentadas para resgate são 
adequadas. 
O RIMA ficará disponível no site do IBAMA na Internet e nos locais 
indicados na publicação. 
Para a realização de Audiência Pública, o IBAMA providenciará a 
publicação de Edital de Convocação, informando data, horário e local. 
A(s) ata(s) da(s) audiências públicas deverão ser disponibilizadas no 
site do IBAMA/Licenciamento. 
A DILIC emitirá Parecer Técnico Conclusivo sobre a viabilidade 
ambiental do empreendimento, e o encaminhará à Presidência do IBAMA 
para subsidiar o deferimento ou não do pedido de licença. 
O parecer técnico conclusivo deverá ser disponibilizado no site do 
IBAMA/Licenciamento. 
Para a emissão da Licença Prévia, o empreendedor deverá apresentar 
ao IBAMA a Certidão Municipal, a qual declara que o local de instalação do 
empreendimento está em conformidade com a legislação aplicável ao uso 
e ocupação do solo ou documento similar. 
 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do 
empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes 
dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de 
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controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem 
motivo determinante. 
A concessão da Licença de Instalação - LI é subsidiada pelo Projeto 
Básico Ambiental - PBA e a emissão de autorização de supressão de 
vegetação, por Projeto ou Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - 
PRAD e Inventário Florestal. 
O PBA e o Inventário Florestal deverão ser elaborados em 
conformidade com os impactos identificados no EIA e com os critérios, 
metodologias, normas e padrões estabelecidos pelo IBAMA e fixados nas 
condicionantes da LP. 
Quando couber, deverá ser apresentada pelo empreendedor, no 
momento do envio do PBA, a outorga de utilização de recursos hídricos. 
 
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da 
atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento 
do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle 
ambiental e condicionantes determinados para a operação. 
Para subsidiar a concessão da Licença de Operação - LO, o 
empreendedor deverá elaborar os seguintes documentos técnicos: 
I - Relatório Final de Implantação dos Programas Ambientais; 
II - Relatório Final das Atividades de Supressão de Vegetação, quando 
couber; e 
III - No caso de licenciamento de Usinas Hidrelétricas e Pequenas 
Centrais Hidrelétricas, o Plano de Uso do Entorno do reservatório 
(PACUERA). 
O requerimento de LO deverá ser gerado pelo empreendedor 
utilizando o Serviço on line - Serviços - Licenciamento Ambiental Federal 
após o envio dos relatórios. 
 
Etapas 
 
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Assim, de forma resumida o procedimento de licenciamento 
ambiental obedecerá às seguintes ETAPAS: 
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação 
do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos 
ambientais,necessários ao início do processo de 
licenciamento correspondente à licença a ser requerida; 
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, 
acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais 
pertinentes, dando-se a devida publicidade; 
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do 
SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais 
apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando 
necessárias; 
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente integrante do SISNAMA, uma 
única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e 
estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a 
reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e 
complementações não tenham sido satisfatórios; 
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a 
regulamentação pertinente; 
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, 
quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os 
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; 
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, 
parecer jurídico; 
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, 
dando-se a devida publicidade. 
 
O órgão ambiental competente definirá, se necessário, 
procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a 
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natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento 
e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas 
de planejamento, implantação e operação. 
Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as 
atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental. 
Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental 
para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para 
aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, 
previamente, pelo órgão governamental competente, desde que definida a 
responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades. 
Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os 
procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e 
empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de 
gestão ambiental, visando a melhoria contínua e o aprimoramento do 
desempenho ambiental. 
O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser 
estabelecido por dispositivo legal, visando o ressarcimento, pelo 
empreendedor, das despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. 
Logo, o órgão ambiental não faz essa análise de graça! 
Quem tiver curiosidade pode conferir aqui a tabela e a fórmula de 
cálculo: 
http://www.ibama.gov.br/licenciamento/index.php 
Será facultado ao empreendedor acesso à planilha de custos 
realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença. 
O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise 
diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das 
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a 
formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo 
máximo de 6 meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu 
deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver 
EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 
meses. 
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A contagem do prazo será suspensa durante a elaboração dos 
estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos 
pelo empreendedor. 
Os prazos estipulados poderão ser alterados, desde que justificados 
e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 
O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e 
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro 
do prazo máximo de 4 meses, a contar do recebimento da respectiva 
notificação O prazo estipulado poderá ser prorrogado, desde que justificado 
e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 
O não cumprimento dos prazos estipulados para o órgão ambiental 
competente analisar as licenças ambientais e o prazo para o empreendedor 
atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, 
respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha 
competência para atuar supletivamente e ao arquivamento do pedido de 
licença do empreendedor. 
O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a 
apresentação de novo requerimento de licença, mediante novo pagamento 
de custo de análise. 
 
Prazos de validade das licenças 
 
O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de 
validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo 
documento, levando em consideração os seguintes aspectos: 
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no 
mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, 
programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não 
podendo ser superior a 5 anos. 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá 
ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do 
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 anos. 
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III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá 
considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 anos 
e, no máximo, 10 anos. 
 
Prazos das licenças, art. 18 da Resolução Conama 237/97 
Licenças: Prazo de validade: 
LP - Licença Prévia 5 anos 
LI - Licença de Instalação 6 anos 
LO - Licença de Operação 4 a 10 anos 
 
A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os 
prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos 
máximos estabelecidos. 
O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade 
específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou 
atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a 
encerramento ou modificação em prazos inferiores. 
Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão 
motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação 
do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de 
vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos. 
O § 4º do art. 18 da Resolução CONAMA 237/97 dispõe que a 
renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 
(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado 
na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a 
manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
Já o § 4º do artigo 14 da LC 140/11 prevê que a renovação de 
licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 
120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado 
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na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a 
manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
 
Modificação, Suspensão ou Cancelamento de Licença 
 
O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, 
suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
 
I - violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou 
normas legais; 
II - omissão ou falsa descrição de informações relevantes que 
subsidiaram a expedição da licença; 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 
Os entes federados, para exercerem suas competências 
licenciatórias, deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, 
com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus 
quadros ou a sua disposição profissionais legalmente habilitados. 
 
Audiências Públicas 
 
 De acordo com a Resolução CONAMA Nº 9 de 1987, as 
audiências públicas têm por finalidade expor aos interessados o conteúdo 
do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo as dúvidas e 
recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. 
 
Órgão do Meio Ambiente promoverá a realização de Audiência 
Pública: 
x Sempre que o órgão ambiental julgar necessário, ou 
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x Quando for solicitado 
o por entidade civil, 
o pelo Ministério Público, ou 
o por 50 ou mais cidadãos, 
 
 No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do 
Órgão ambiental não realizá-la, a licença não terá validade. 
 A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos 
interessados. Em função da localização geográfica dos solicitantes e da 
complexidade do tema, poderá haver mais de uma audiência pública sobre 
o mesmo projeto e respectivo RIMA. 
 A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão 
licenciador que, após a exposição objetiva do projeto e o seu respectivo 
RIMA, abrirá as discussões com os interessados presentes. 
 Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta. 
Serão anexados à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem 
entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção. A ata da Audiência 
Pública e seus anexos servirão de base, juntamente com o RIMA, para a 
análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto. 
 
Órgãos e Entidades envolvidos no Licenciamento Ambiental 
 
No âmbito do Licenciamento ambiental federal, são os órgãos 
públicos federais (Fundação Nacional do Índio-FUNAI, da Fundação Cultural 
Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(IPHAN) e do Ministério da Saúde) incumbidos da elaboração de parecer 
sobre temas de sua competência, em processo visando à emissão de licença 
ambiental, no âmbito do procedimento de licenciamento ambiental. 
De acordo com a Portaria Interministerial nº 419, de 26 de 
outubro de 2011, os órgãos e entidades envolvidos no licenciamento 
ambiental deverão apresentar ao IBAMA manifestação conclusiva sobre o 
Estudo Ambiental exigido para o licenciamento. 
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I ± Fundação Nacional do Índio-FUNAI ± Avaliação dos impactos 
provocados pela atividade ou empreendimento em terras indígenas, bem 
como apreciação da adequação das propostas de medidas de controle e de 
mitigação decorrentes desses impactos. 
II ± Fundação Cultural Palmares ± Avaliação dos impactos provocados 
pela atividade ou empreendimento em terra quilombola, bem como 
apreciação da adequação das propostas de medidas de controle e de 
mitigação decorrentes desses impactos. 
III ± Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN ± 
Avaliação acerca da existência de bens acautelados identificados na área 
de influência direta da atividade ou empreendimento, bem como apreciação 
da adequação das propostas apresentadas para o resgate. 
IV ± Ministério da Saúde ± Avaliação e recomendação acerca dos 
impactos sobre os fatores de risco para a ocorrência de casos de 
malária, no caso de atividade ou empreendimento localizado em 
áreas endêmicas de malária. 
A manifestação dos órgãos e entidades envolvidos deverá ser 
conclusiva, apontando a existência de eventuais óbices ao 
prosseguimento do processo de licenciamento e indicando as medidas ou 
condicionantes consideradas necessárias para superá-los. 
 
Atores envolvidos no processo de EIA são: 
x Órgão Ambiental Licenciador 
x Ministério Público 
x Empreendedor: É o interessado, do Poder Público ou privado; 
x Equipe Interdisciplinar: São os consultores da empresa; 
x Órgão NmR� *RYHUQDPHQWDLV� �21*¶V��� Grupos sociais 
organizados; 
x População afetada: Direta ou Indiretamente; 
x Instituições Governamentais: Outros órgãos do governo (FUNAI, 
IPHAN...); 
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x Consultores Autônomos: Especialistas que podem ser contratados 
para auxiliarem na análise do EIA e do RIMA. 
 
 
Atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento 
ambiental, de acordo com o Anexo I da Resolução Conama 237/97. 
 Obs.: Trata-se de uma relação aberta, portanto não taxativa. 
 
Extração e tratamento de minerais 
- pesquisa mineral com guia de utilização 
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento 
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento 
- lavra garimpeira 
- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural 
 
Indústria de produtos minerais não metálicos 
- beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração 
- fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: 
produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre 
outros. 
 
Indústria metalúrgica 
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos 
- produção de fundidos de ferro e aço / forjados / arames / relaminados 
com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia 
- metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, 
inclusive ouro 
- produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia 
- relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas 
- produção de soldas e anodos 
- metalurgia de metais preciosos 
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- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas 
- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, 
inclusive galvanoplastia 
- fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia 
- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície 
 
Indústria mecânica 
- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e 
sem tratamento térmico e/ou de superfície 
 
Indústriade material elétrico, eletrônico e comunicações 
- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores 
- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para 
telecomunicação e informática 
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos 
 
Indústria de material de transporte 
- fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e 
acessórios 
- fabricação e montagem de aeronaves 
- fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes 
 
Indústria de madeira 
- serraria e desdobramento de madeira 
- preservação de madeira 
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e 
compensada 
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis 
 
Indústria de papel e celulose 
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- fabricação de celulose e pasta mecânica 
- fabricação de papel e papelão 
- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra 
prensada 
 
Indústria de borracha 
- beneficiamento de borracha natural 
- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de 
pneumáticos 
- fabricação de laminados e fios de borracha 
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, 
inclusive látex 
 
Indústria de couros e peles 
- secagem e salga de couros e peles 
- curtimento e outras preparações de couros e peles 
- fabricação de artefatos diversos de couros e peles 
- fabricação de cola animal 
 
Indústria química 
- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos 
- fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de 
rochas betuminosas e da madeira 
- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo 
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais 
vegetais e outros produtos da destilação da madeira 
- fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha 
e látex sintéticos 
- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-
desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos 
- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais 
- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos 
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- fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, 
inseticidas, germicidas e fungicidas 
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, 
solventes e secantes 
- fabricação de fertilizantes e agroquímicos 
- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários 
- fabricação de sabões, detergentes e velas 
- fabricação de perfumarias e cosméticos 
- produção de álcool etílico, metanol e similares 
 
Indústria de produtos de matéria plástica 
- fabricação de laminados plásticos 
- fabricação de artefatos de material plástico 
 
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos 
- beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos 
- fabricação e acabamento de fios e tecidos 
- tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e 
artigos diversos de tecidos 
- fabricação de calçados e componentes para calçados 
Indústria de produtos alimentares e bebidas 
- beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos 
alimentares 
- matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de 
origem animal 
- fabricação de conservas 
- preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados 
- preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados 
- fabricação e refinação de açúcar 
- refino / preparação de óleo e gorduras vegetais 
- produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para 
alimentação 
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- fabricação de fermentos e leveduras 
- fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais 
- fabricação de vinhos e vinagre 
- fabricação de cervejas, chopes e maltes 
- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e 
gaseificação de águas minerais 
- fabricação de bebidas alcoólicas 
 
Indústria de fumo 
- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de 
beneficiamento do fumo 
 
Indústrias diversas 
- usinas de produção de concreto 
- usinas de asfalto 
- serviços de galvanoplastia 
 
Obras civis 
- rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos 
- barragens e diques 
- canais para drenagem 
- retificação de curso de água 
- abertura de barras, embocaduras e canais 
- transposição de bacias hidrográficas 
- outras obras de arte 
 
Serviços de utilidade 
- produção de energia termoelétrica 
-transmissão de energia elétrica 
- estações de tratamento de água 
- interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto 
sanitário 
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- tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos) 
- tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos 
e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros 
- tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles 
provenientes de fossas 
- GUDJDJHP�H�GHUURFDPHQWRV�HP�FRUSRV�G¶iJXD 
- recuperação de áreas contaminadas ou degradadas 
 
Transporte, terminais e depósitos 
- transporte de cargas perigosas 
- transporte por dutos 
- marinas, portos e aeroportos 
- terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos 
- depósitos de produtos químicos e produtos perigosos 
Turismo 
- complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos 
 
Atividades diversas 
- parcelamento do solo 
- distrito e pólo industrial 
 
Atividades agropecuárias 
- projeto agrícola 
- criação de animais 
- projetos de assentamentos e de colonização 
 
Uso de recursos naturais 
- silvicultura 
- exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais 
- atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre 
- utilização do patrimônio genético natural 
- manejo de recursos aquáticos vivos 
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- introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas 
- uso da diversidade biológica pela biotecnologia 
 
Licenciamento Ambiental para o Uso Ecologicamente Sustentável 
dos Apicuns e Salgados 
 
O novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) disciplinou o uso 
ecologicamente sustentável dos apicuns e salgados. A Zona Costeira é 
patrimônio nacional, nos termos do § 4o do art. 225 da Constituição 
Federal, devendo sua ocupação e exploração dar-se de modo 
ecologicamente sustentável. Os apicuns e salgados podem ser utilizados 
em atividades de carcinicultura e salinas, desde que observados os 
seguintes requisitos: 
I - área total ocupadaem cada Estado não superior a 10% (dez por cento) 
dessa modalidade de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e 
cinco por cento) no restante do País, excluídas as ocupações consolidadas; 
II - salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos 
processos ecológicos essenciais a eles associados, bem como da sua 
produtividade biológica e condição de berçário de recursos pesqueiros; 
III - licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental 
estadual, cientificado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e, no caso de uso de terrenos de 
marinha ou outros bens da União, realizada regularização prévia da 
titulação perante a União; 
IV - recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e 
resíduos; 
V - garantia da manutenção da qualidade da água e do solo, respeitadas as 
Áreas de Preservação Permanente; e 
VI - respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades 
locais. 
A licença ambiental será de 5 (cinco) anos, renovável apenas se o 
empreendedor cumprir as exigências da legislação ambiental e do próprio 
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licenciamento, mediante comprovação anual, inclusive por mídia 
fotográfica. 
São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - 
EPIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA os novos empreendimentos: 
I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares, vedada a fragmentação 
do projeto para ocultar ou camuflar seu porte; 
II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se potencialmente causadores 
de significativa degradação do meio ambiente; ou 
III - localizados em região com adensamento de empreendimentos de 
carcinicultura ou salinas cujo impacto afete áreas comuns. 
O órgão licenciador competente, mediante decisão motivada, poderá, 
sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, bem 
como do dever de recuperar os danos ambientais causados, alterar as 
condicionantes e as medidas de controle e adequação, quando ocorrer: 
I - descumprimento ou cumprimento inadequado das condicionantes ou 
medidas de controle previstas no licenciamento, ou desobediência às 
normas aplicáveis; 
II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou enganosa, inclusive por 
omissão, em qualquer fase do licenciamento ou período de validade da 
licença; ou 
III - superveniência de informações sobre riscos ao meio ambiente ou à 
saúde pública. 
 
Compensação Ambiental 
 
 Compensação ambiental é um instrumento previsto no art. 36 da 
Lei 9.985/00, que obriga o empreendedor a apoiar a implantação e 
manutenção de unidade de conservação, nos casos de licenciamento 
ambiental de empreendimentos que causem significativo impacto 
ambiental, com fundamento no EIA/RIMA. 
 Segundo o Caput do art. 36, as unidades de conservação beneficiadas 
são as pertencentes ao grupo de proteção integral; entretanto no parágrafo 
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3º do mesmo artigo, temos que no caso de o empreendimento afetar uma 
unidade específica (mesmo que não seja de Proteção Integral) ou sua zona 
de amortecimento, a unidade afetada deverá ser uma das beneficiárias, ou 
seja, se uma unidade de conservação sustentável for afetada pela 
atividade, também deverá ser beneficiada com a compensação. Além disso, 
o licenciamento só será concedido mediante autorização do órgão 
responsável pela administração da UC atingida. 
 A lei estabeleceu, em seu texto original, que o montante de recursos 
a ser destinado para as unidades de conservação pelo empreendedor não 
poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais de implementação do 
empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental 
licenciador de acordo com o grau de impacto causado pelo 
empreendimento. 
 O artigo 36, § 1o da lei 9.985/2000, ainda traz essa redação. E é aqui 
que mora o perigo! Pois o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio 
por cento dos custos totais previstos para a implantação do 
empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. 
Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). 
 Por esse motivo, eu risquei a exigência do percentual mínimo de 
0,5%. Hoje não temos mais um piso! O órgão ambiental fixará o 
montante de acordo com o grau de impacto causado, com 
fundamento no EIA/RIMA. 
 Observe que a decisão do STF declarou inconstitucional 
apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional 
e continua em vigor. 
Assim, para os fins de fixação da compensação ambiental, o IBAMA 
estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto 
ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, 
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. 
ATENÇÃO! É o IBAMA que faz o cálculo da compensação ambiental! 
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 Apenas para complementar o assunto, vale dizer que, de acordo com 
o art. 36, § 2º da Lei 9.985/00, as unidades de conservação a serem 
beneficiadas são definidas pelo órgão ambiental licenciador, 
considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o 
empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas 
unidades de conservação. Além disso, o Decreto 4.340/02 acrescenta que 
fixado em caráter final o valor da compensação, o IBAMA definirá sua 
destinação, ouvindo tabém o Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade - Instituto Chico Mendes. 
A aplicação dos recursos da compensação ambiental nas 
unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à 
seguinte ordem de prioridade: 
I - regularização fundiária e demarcação das terras; 
II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; 
III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, 
gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua 
área de amortecimento; 
IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova 
unidade de conservação; e 
V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da 
unidade de conservação e área de amortecimento. 
 
O Valor da Compensação Ambiental - CA será calculado pelo produto 
do Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR, de acordo com a 
fórmula a seguir: 
CA = VR x GI, onde: 
CA = Valor da Compensação Ambiental; 
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do 
empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, 
projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental 
para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os 
encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, 
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inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de 
seguros pessoais e reais; (As informações necessárias ao calculo do VR 
deverão ser apresentadas pelo empreendedorao órgão licenciador antes 
da emissão da licença de instalação) 
GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 
0,5%. O EIA/RIMA deverá conter as informações necessárias ao cálculo do 
GI. O grau de impacto considera o Impacto sobre a Biodiversidade; o 
Comprometimento de Área Prioritária; e a Influência em Unidades de 
Conservação. 
 
Jurisprudência 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 
3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE 
DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS 
DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE 
PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 
1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da 
Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da legalidade, dado haver 
sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as 
unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação 
ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação 
do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 
2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, 
de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser 
dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 
3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o PRINCÍPIO USUÁRIO-
PAGADOR, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da 
responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade 
econômica. 
4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. 
Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à 
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defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras 
gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade 
constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que 
sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua 
higidez. 
5. Inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio 
por cento dos custos totais previstos para a implantação do 
empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. O valor da 
compensação-compartilhamento é de ser fixado proporcionalmente ao 
impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a 
ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os 
custos do empreendimento. 
6. Ação parcialmente procedente. 
(STF: ADI 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 
08/04/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-112 Divulg. 19-06-
2008 Public. 20-06-2008) 
 
 Por fim cabe dizer que o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) 
dispôs em seu artigo 41, § 6o, que os proprietários localizados nas zonas 
de amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral são 
elegíveis para receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no 
art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, com a finalidade de 
recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade. 
De acordo com a Resolução do CONAMA nº 428/2010, o 
licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental que 
possam afetar Unidade de Conservação (UC) específica ou sua Zona de 
Amortecimento (ZA), assim considerados pelo órgão ambiental licenciador, 
com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório 
de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), só poderá ser concedido após 
autorização do órgão responsável pela administração da UC ou, no caso 
das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), pelo órgão 
responsável pela sua criação. 
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Ainda conforme disposição da Resolução do CONAMA nº 
428/2010, caso o empreendimento de significativo impacto ambiental 
afete duas ou mais UCs de domínios distintos, caberá ao órgão licenciador 
consolidar as manifestações dos órgãos responsáveis pela administração 
das respectivas UCs. 
 
Licitações e o Licenciamento Ambiental 
 
A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os 
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são 
correlatos. 
De acordo com o art. 12 da Lei 8.666/93, os projetos básicos e 
projetos executivos de obras e serviços serão considerados 
principalmente os seguintes requisitos: 
I - segurança; 
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; 
III - economia na execução, conservação e operação; 
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e 
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e 
operação; 
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da 
durabilidade da obra ou do serviço; 
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho 
adequadas; 
VII - impacto ambiental. 
O Projeto Básico é conceituado como o conjunto de elementos 
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para 
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caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da 
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos 
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado 
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que 
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do 
prazo de execução. 
Já Projeto Executivo é o conjunto dos elementos necessários e 
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas 
pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas ± ABNT. 
Consoante disposto no art. 10 da Lei 11.079/04, a contratação de 
parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade 
de concorrência, estando a abertura do processo licitatório 
condicionada a: 
I ± autorização da autoridade competente, fundamentada em estudo 
técnico que demonstre: 
a) a conveniência e a oportunidade da contratação, mediante identificação 
das razões que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada; 
b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de 
resultados fiscais previstas no Anexo referido no § 1o do art. 4o da Lei 
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos 
financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento 
permanente de receita ou pela redução permanente de despesa; e 
c) quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25 
desta Lei, a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação 
dos arts. 29, 30 e 32 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, 
pelas obrigações contraídas pela Administração Pública relativas ao objeto 
do contrato; 
II ± elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos 
exercícios em que deva vigorar o contrato de parceria público-privada; 
III ± declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas 
pela Administração Pública

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