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TCC JESSICA ANVERSA VENTURINI

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA MCT PARA 
CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS SOLOS E ROCHAS 
DA REGIÃO DE SANTA MARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
Jéssica Anversa Venturini 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2015 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA MCT PARA 
CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS SOLOS E ROCHAS DA 
REGIÃO DE SANTA MARIA 
 
 
 
 
 
 
por 
 
 
 
 
Jéssica Anversa Venturini 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia 
Civil, Área de Concentração em Geotecnia, da Universidade Federal de 
Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau 
de 
Engenheira Civil 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Rinaldo José Barbosa Pinheiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2015 
 
 
 
 
Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Tecnologia 
Curso de Engenharia Civil 
 
 
 
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de 
Conclusão de Curso 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA MCT PARA CLASSIFICAÇÃO DE 
ALGUNS SOLOS E ROCHAS DA REGIÃO DE SANTA MARIA 
 
 
elaborado por 
Jéssica Anversa Venturini 
 
 
 
como requisito parcial para obtenção do grau de 
Engenheira Civil 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
 
Rinaldo José Barbosa Pinheiro, Dr. 
(Presidente/Orientador) 
 
 
Andrea Valli Nummer, Dra. (UFSM) 
(Avaliadora) 
 
 
Mauricio Silveira dos Santos, Me. (UNIPAMPA) 
(Avaliador) 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, 11 de Dezembro de 2015 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus pela vida e amor que sempre demostrou por mim, me 
guiando e orientando nas decisões que deviam ser tomadas ao longo desta 
caminhada. 
Aos meus pais Loacir e Marlova, que são a base da minha vida. Obrigada 
pelo belo exemplo, apoio, carinho e confiança, me estimulando a seguir meus 
sonhos e objetivos desde sempre. Ao meu irmão Natan, pela amizade, 
companheirismo e abraço amigo. Só cheguei ao lugar onde estou hoje devido a todo 
incentivo que recebi de vocês ao longo deste trajeto. Por vocês tenho a gratidão e o 
maior amor do mundo. 
Ao meu namorado Tiago, sempre oferecendo ajuda, atenção e apoio, 
principalmente quando os dias eram difíceis e cansativos, mostrando que a distância 
é insignificante diante de um grande amor. 
 Aos meus amigos e colegas, agradecimento especial à querida amiga 
Amanda, vocês tornaram os 10 semestres de graduação ainda mais proveitosos, 
mostraram que a amizade vai além das junções de estudo pré prova. A Engenharia 
me presenteou com grandes amigos, os quais levarei para a vida toda. 
Aos alunos de iniciação científica, Tairine, Letícia, Lucas e Venâncio e ao 
laboratório LMCC (Laboratório de Materiais de Construção Civil) nas pessoas do Sr. 
João e Alisson, agradecimento pelo auxílio na coleta de amostras e na realização 
dos ensaios. 
Ao Prof. Dr Rinaldo, por todo ensinamento repassado a mim, dedicando 
tempo, compartilhando conhecimentos e experiências, sempre com muita paciência 
e vontade, tornando possível a conclusão deste trabalho e contribuindo para meu 
crescimento pessoal e profissional. 
Por fim, gostaria de agradecer a todos que de alguma forma contribuíram 
para a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
Curso de Engenharia Civil 
Universidade Federal de Santa Maria 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA MCT PARA CLASSIFICAÇÃO DE 
ALGUNS SOLOS E ROCHAS DA REGIÃO DE SANTA MARIA 
AUTORA: Jéssica Anversa Venturini 
ORIENTADOR: Prof. Dr. Rinaldo José Barbosa Pinheiro 
Data e Local de Defesa: Santa Maria, 11 de Dezembro de 2015. 
 
Solos de clima tropical apresentam comportamento diferenciado, além de uma série 
de peculiaridades mineralógicas e estruturais em decorrência das condições 
climáticas em que estão sujeitos e da atuação de processos geológicos típicos das 
regiões tropicais úmidas. Dois grandes grupos dividem os solos tropicais segundo 
seu comportamento: solos de comportamento laterítco (L) e solos de comportamento 
não laterítico (N). O objetivo geral deste trabalho consiste na aplicação da 
Metodologia MCT desenvolvida por Nogami e Villibor (1981), a fim de classificar 
solos tropicais coletados a partir de amostras em perfis de solos e camadas de 
rochas localizadas em Santa Maria (AMO1 coletada de um talude de corte, as 
margens da estrada Pedro Fernandes da Silveira, próximo do campus da UFSM; 
AMO2, AMO3 e AMO4 coletadas da voçoroca do Buraco Fundo na comunidade de 
Alto das Palmeiras, distrito de São Valentim) e comparar os resultados obtidos com 
as classificações tradicionais de solos: Sistema Unificado de Classificação dos Solos 
(SUCS.) e Highway Research Board (HRB). A metodologia aplicada neste trabalho 
consistiu na investigação de campo e realização dos ensaios de caracterização, 
compactação, CBR, Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão para classificação dos 
solos tropicais segundo seu comportamento. Segundo o Sistema Unificado de 
Classificação dos Solos (SUCS), as amostras AMO1 e AMO4 são areias siltosas, a 
AMO2 é uma areia argilosa e a AMO3 é um silte elástico. Quanto à classificação 
MCT, as amostras AMO1 e AMO4 apresentam comportamento "não laterítico" do 
grupo das areias com granulometrias típicas de areias, areias siltosas e siltes. A 
AMO2 apresenta comportamento "não laterítico" do grupo das areias siltosas e 
areias argilosas não-lateríticas e a AMO3 apresenta comportamento "não laterítico" 
do grupo das argilas, argilas siltosas e argilas arenosas não-lateríticas. 
 
 
Palavras-chave: solos tropicais, classificação MCT; mini-MCV; perda de massa por 
imersão; 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................3 
2.1 Breve Histórico da Metodologia MCT........................................................................3 
2.2 Peculiaridades dos solos tropicais............................................................................4 
2.2.1 Solos Lateríticos .............................................................................................................8 
2.2.2 Solos Saprolíticos ........................................................................................................ 10 
2.2.3 Solos Transicionais ..................................................................................................... 13 
2.3 Ensaios geotécnicos para classificação MCT ..................................................... 14 
2.3.1 Ensaio de Compactação Mini-MCV.......................................................................... 15 
2.3.2 Ensaio de Perda de Massa por Imersão ................................................................. 20 
2.3.3 Classificação Geotécnica MCT ................................................................................. 21 
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 23 
3.1 Etapa de Gabinete ....................................................................................................... 23 
3.2 Etapa de Campo ........................................................................................................... 24 
3.3 Etapa de Laboratório .................................................................................................. 25 
3.3.1 Ensaios de Caracterização ........................................................................................25 
3.3.2 Ensaio de Compactação Proctor Normal ................................................................ 27 
3.3.3 Ensaio de Capacidade Suporte CBR (Índice de Suporte Califórnia – ISC)....... 28 
3.3.4 Ensaios de Caracterização Química ........................................................................ 29 
3.3.5 Ensaio de Compactação Mini-MCV.......................................................................... 30 
3.3.6 Ensaio de Perda de Massa por Imersão ................................................................. 32 
4. ÁREAS DE ESTUDO ...................................................................................................... 33 
4.1 Identificação e caracterização regional das áreas de estudo ......................... 34 
4.1.1 Talude de corte no campus da UFSM – Santa Maria/RS .................................... 34 
4.1.2 Voçoroca Buraco Fundo no distrito de São Valentim – Santa Maria/RS........... 35 
 
 
 
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................. 38 
5.1 Ensaios de Caracterização Geotécnica dos materiais ...................................... 38 
5.2 Ensaios de Compactação e CBR ............................................................................. 43 
5.3 Ensaio de Compactação Mini-MCV e Ensaio de Perda de Massa Por Imersão
 .............................................................................................................................44 
5.4 Ensaios de Caracterização Química ....................................................................... 56 
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 57 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura Página 
Figura 1: Perfil esquemático de ocorrência de solos em ambiente tropical. ..................5 
Figura 2: Mapa das principais áreas de ocorrência dos solos lateríticos no território 
brasileiro. ...................................................................................................................................6 
Figura 3: Fotografia microscópica de um solo laterítico – aumento de 3000x. .............9 
Figura 4: Distribuição dos solos lateríticos, em termos mundiais. ................................ 10 
Figura 5: Fotografia microscópica de um solo saprolítico – aumento de 3000x. ....... 13 
Figura 6: Ábaco de classificação MCT-M. ........................................................................ 14 
Figura 7: Equipamento utilizado no ensaio Mini-MCV. ................................................... 16 
Figura 8: Família de Curvas de Compactação obtidas através do ensaio de Mini -
MCV. ....................................................................................................................................... 18 
Figura 9: Família de Curvas Mini-MCV obtidas através do ensaio de Mini-MCV. ..... 19 
Figura 10: Ensaio de Perda de Massa por Imersão........................................................ 20 
Figura 11: Gráfico da classificação MCT. ......................................................................... 22 
Figura 12: Acondicionamento das amostras de solo. ..................................................... 24 
Figura 13: Ensaio do peso específico real dos grãos. .................................................... 25 
Figura 14: Ensaio de Limite de Liquidez. .......................................................................... 26 
Figura 15: Ensaio de Limite de Plasticidade. ................................................................... 26 
Figura 16: Ensaio da análise granulométrica por peneiramento e sedimentação com 
e sem defloculante................................................................................................................ 27 
Figura 17: Ensaio de compactação proctor normal......................................................... 28 
Figura 18: Ensaio de Capacidade suporte CBR. ............................................................. 29 
Figura 19: Compactador miniatura..................................................................................... 31 
Figura 20: Preparação das amostras. ............................................................................... 31 
Figura 21: Colocação de material dentro do cilindro com ajuda de funil. .................... 31 
Figura 22: Corpo de prova após aplicação de série de golpes. .................................... 31 
Figura 23: Alavanca para extração do corpo de prova................................................... 33 
Figura 24: Corpo de prova com saliência de cerca de 10mm. ...................................... 33 
Figura 25: Corpos de prova colocados em imersão na posição horizontal. ............... 33 
Figura 26: Desprendimento de solo ao final do ensaio. ................................................. 33 
Figura 27: Localização dos perfis estudados na região de Santa Maria, RS. ............ 34 
Figura 28: Camada de arenito. ........................................................................................... 35 
 
 
 
Figura 29: Horizontes que compõem a voçoroca Buraco Fundo.................................. 36 
Figura 30: Horizonte A/B Pedológico e Rocha Alterada. ............................................... 36 
Figura 31: Camada de Arenito............................................................................................ 37 
Figura 32: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante 
da AMO1. ............................................................................................................................... 41 
Figura 33: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante 
da AMO2. ............................................................................................................................... 41 
Figura 34: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante 
da AMO3. ............................................................................................................................... 42 
Figura 35: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante 
da AMO4. ............................................................................................................................... 42 
Figura 36: Ábaco da Classificação MCT. .......................................................................... 46 
Figura 37: Curvas de compactação da AMO1. ................................................................ 51 
Figura 38: Curvas de deformabilidade da AMO1. ........................................................... 51 
Figura 39: Curva Mini-MCV x Perda por Imersão da AMO1. ........................................ 51 
Figura 40: Curva Mini-MCV x Umidade da AMO1........................................................... 51 
Figura 41: Curvas de compactação da AMO2. 
 
 
 
 
 
 
................................................................ 52 
Figura 42: Curvas de deformabilidade da AMO2. ........................................................... 52 
Figura 43: Curva Mini-MCV x Perda por Imersão da AMO2. ........................................ 52 
Figura 44: Curva Mini-MCV x Umidade da AMO2........................................................... 52 
Figura 45: Curvas de compactação da AMO3. ................................................................ 53 
Figura 46: Curvas de deformabilidadeda AMO3. ........................................................... 53 
Figura 47: Curva Mini-MCV x Perda por Imersão da AMO3. ........................................ 53 
Figura 48: Curva Mini-MCV x Umidade da AMO3........................................................... 53 
Figura 49: Curvas de compactação da AMO4. ................................................................ 54 
Figura 50: Curvas de deformabilidade da AMO4. ........................................................... 54 
Figura 51: Curva Mini-MCV x Perda por Imersão da AMO4. ........................................ 54 
Figura 52: Curva Mini-MCV x Umidade da AMO4........................................................... 54 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela Página 
Tabela 01 - Principais ensaios da Metodologia MCT com a respectiva descrição de 
suas aplicações. .................................................................................................................... 15 
Tabela 02 - Massa específica real dos grãos e Limites de Atterberg........................ 39 
Tabela 03 - Análise Granulométrica e Classificação dos Solos............................... 39 
Tabela 04 – Resultados dos Ensaios de Compactação e CBR................................ 42 
Tabela 05 – Resumo dos coeficientes e classificação MCT..................................... 45 
Tabela 06 – Resultados de Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão obtidos para os 
5 índices de umidade da AMO1................................................................................. 46 
Tabela 07 – Resultados de Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão obtidos para os 
5 índices de umidade da AMO2................................................................................ 47 
Tabela 08 – Resultados de Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão obtidos para os 
5 índices de umidade da AMO3................................................................................ 48 
Tabela 09 – Resultados de Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão obtidos para os 
5 índices de umidade da AMO4................................................................................ 49 
Tabela 10 – Valores de B e Pi da AMO1................................................................... 54 
Tabela 11 – Valores de B e Pi da AMO2................................................................... 54 
Tabela 12 – Valores de B e Pi da AMO3................................................................... 54 
Tabela 13 – Valores de B e Pi da AMO4................................................................... 54 
Tabela 14 - Resultado da Análise Química .............................................................. 55 
Tabela 15 - Comparativo Entre as Classificações ................................................... 55 
 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A identificação e classificação dos solos que existem na natureza são 
necessárias para que se indiquem solos com características geotécnicas comuns a 
partir da análise táctil-visual e de ensaios simples de laboratório. É através da 
classificação dos solos que se permite resolver alguns problemas simples além de 
servir de apoio na seleção de um dado solo quando se podem escolher vários 
materiais a serem utilizados. 
 Existem diversos sistemas de classificação de solos, sendo o Sistema 
Unificado de Classificação dos Solos (S.U.C.S.) e Highway Research Board (H.R.B.) 
ou American Association State Highway Officials (A.A.S.H.O.) as classificações 
geotécnicas tradicionais mais usadas para obras viárias, ambas normatizadas pela 
ASTM (1984, 1985, 1988). Esta estabelece uma hierarquização para os solos do 
subleito a partir da realização de ensaios granulométricos por peneiramento e a 
determinação dos limites de liquidez e plasticidade, aplicada no reconhecimento de 
solos para construção de pavimentos rodoviários em todo o mundo. Já aquela, foi 
desenvolvida visando a aplicação na seleção de materiais para projetos de 
aeroportos, considerando como principais parâmetros classificatórios a distribuição e 
a forma da curva granulométrica, o limite de liquidez, o índice de plasticidade e a 
compressibilidade dos solos. 
O uso dessas classificações para projetos de pavimentos de solos 
tipicamente tropicais leva frequentemente a resultados não condizentes com o 
desempenho real, devido ao seu comportamento diferenciado. Tendo em vista as 
deficiências e dificuldades apontadas no uso das classificações desenvolvidas para 
solos de clima frio e temperado quando aplicadas em solos de ambientes tropicais, 
Nogami e Villibor (1981) desenvolveram a Metodologia MCT (Miniatura Compacta 
Tropical). A partir dessa metodologia surge uma nova classificação que se baseia 
em propriedades mecânicas e hídricas dos solos e é específica para solos 
compactados tropicais. 
Para a classificação dos solos tropicais através da Metodologia MCT, são 
realizados ensaios de compactação Mini-MCV (Moisture Condition Value) e ensaios 
2 
 
de Perda de Massa por Imersão (Pi) com corpos de prova de dimensões reduzidas 
(50mm de diâmetro) e com diferentes teores de umidade. Nesse sentido, os ensaios 
presentes na metodologia apresentam-se como uma avaliação direta para 
classificação de solos tropicais além de serem de fácil aplicação e reproduzirem as 
condições reais de camadas de solos tropicais compactados aferindo propriedades 
geotécnicas que espelham o comportamento “in situ” dos solos tropicais. 
Devido a essa grande diferença entre as classificações para um mesmo tipo 
de solo, muitos estudos são feitos a fim de conhecer e compreender melhor as 
características dos solos tropicais. O objetivo geral deste trabalho consiste na 
aplicação da classificação MCT desenvolvida por Nogami e Villibor (1981), a fim de 
classificar 4 amostras de solos tropicais localizados em Santa Maria: AMO1 coletada 
de um talude de corte, as margens da estrada Pedro Fernandes da Silveira, próximo 
do campus da UFSM; AMO2, AMO3 e AMO4 coletadas da voçoroca do Buraco 
Fundo na comunidade de Alto das Palmeiras, distrito de São Valentim e confrontar 
os resultados obtidos com as classificações tradicionais de solos: Sistema Unificado 
de Classificação dos Solos (S.U.C.S.) e Highway Research Board (H.R.B.) ou 
American Association State Highway Officials (A.A.S.H.O.). 
Entre seus objetivos específicos estão: (a) realizar uma revisão bibliográfica 
consistente sobre o assunto em estudo; (b) aplicar a metodologia proposta na 
bibliografia e detalhar os procedimentos utilizados nas amostras das áreas de 
estudo; (c) verificar a aplicação da classificação MCT como método para 
classificação dos solos estudados; (d) fazer a análise e as considerações pertinentes 
a respeito dos resultados encontrados no estudo. 
Este trabalho constitui-se dos seguintes capítulos: 1) Introdução; 2) Revisão 
Bibliográfica; 3) Metodologia; 4) Áreas de Estudo; 5) Apresentação e Análise dos 
Resultados; 6) Conclusões; e 7) Referências Bibliográficas. 
 
 
 
3 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Neste capítulo será apresentada uma revisão abordando os seguintes temas: 
(a) breve histórico da metodologia MCT; (b) peculiaridades dos solos tropicais; e (c) 
ensaios geotécnicos para classificação MCT. 
 
2.1 Breve Histórico da Metodologia MCT 
 
Classificar um solo e enquadrá-lo dentro de um grupo com características 
semelhantes, é uma das etapas preliminares e essenciais para obtenção do perfil do 
subsolo e escolha de amostras apropriadas nos projetos de obras de engenharia 
para adotar um tipo de solo ou fazer um projeto com base no mesmo. 
Tanto no Brasil quanto no estrangeiro,atualmente se utilizam quase que 
exclusivamente, para classificação dos solos, procedimentos baseados nas suas 
características plásticas e na granulometria. O uso dessas classificações, na maioria 
das vezes não condiz com o comportamento real de solos tropicais. Diversos 
profissionais de engenharia tem se dedicado ao estudo sobre os sistemas de 
classificação de solos mais adequados para a classificação de solos tropicais de 
clima tropical, quente e úmido. 
Nogami e Villibor (1981, 1995) tiveram grande contribuição na concepção da 
Matodologia MCT, constituindo um marco na Geotecnia Nacional, onde é possível 
identificar e caracterizar as propriedades e comportamento mecânico e hidráulico 
dos solos tropicais. 
O Mini-CBR foi o primeiro ensaio realizado da Metodologia MCT em 1972, 
baseado nos procedimentos desenvolvidos pela Universidade do Estado de Iowa 
(Iowa State University) nos Estados Unidos. Este procedimento difere do CBR 
tradicional por apresentar dimensões reduzidas (5cm de diâmetro e 5cm de altura) 
dos corpos de prova e a compactação realizada com soquete de seção plena. 
Através das adaptações feitas baseadas no ensaio de compactação 
desenvolvido por Parsons (1976), no Laboratório de Pesquisas em Transportes e 
Estradas (Transport and Road Research Laboratory, UK) e a introdução do ensaio 
de perda de massa por imersão, permitiram o desenvolvimento de uma classificação 
geotécnica (Nogami e Villibor, 1980, 1981) que veio a denominar-se Classificação 
4 
 
MCT. Em trabalhos mais recentes, (Villibor e Nogami 2001) propuseram adequações 
a metodologia aplicada, a fim de reduzir a série de golpes do ensaio de 
compactação dos corpos de prova com o intuito de simplificar e tornar mais ágil o 
processo de classificação de solos tropicais. 
 
2.2 Peculiaridades dos solos tropicais 
 
Para Barroso (2002) as características de um solo são determinadas em 
função do clima, topografia, fauna e tempo. Regiões de clima tropical têm como 
características predominantes as altas temperaturas, altos índices pluviométricos, 
ausência de congelamento do subsolo, lixiviação, etc. O autor ressalta que não 
existe uma terminologia consagrada para a definição do que são solos tropicais. 
Desse modo, vários estudos e bibliografias nacionais e internacionais são 
encontrados a fim de que se possa definir o que são solos tropicais. Essas acepções 
geram confusões no âmbito técnico-científico, já que termos iguais podem ser 
usados para definir materiais diferentes. 
Em 1996, no boletim informativo nº 153 da Associação Brasileira de 
Pavimentação, Nogami descreveu solos tropicais segundo a conceituação 
astronômica: 
 
A conceituação mais simples e exata seria a astronômica, isto é, compreenderia 
os solos que se concentram na faixa astronômica entre os trópicos de Câncer e 
Capricórnio afastados cerca de 23 graus norte e sul do equador e que delimitam 
 zona tropical ou inter-tropical. 
 
Porém, de acordo com Barroso (2002), Nogami não considera essa definição 
satisfatória, já que podem ser encontrados solos com diferentes características entre 
os trópicos, em função das diferentes condições geológicas e climáticas que estão 
submetidos. Surge então a conceituação climática: 
 
 
Mais racional e genérico, seria conceituar solos tropicais os que ocorrem em área 
 de climas quentes e úmidos. 
 
Segundo essa conceituação, solos diferentes poderiam ser enquadrados em 
uma mesma classe, existindo o problema de alguns tipos de solos (solos de dunas, 
solos de tálus, solos aluviais) se formarem independentes do clima ser tropical ou 
5 
 
não. Em 1995, Nogami e Villibor classificaram solos tropicais de acordo com a 
conceituação geotécnica: 
 
Aqueles que apresentam peculiaridades de propriedades e de comportamento, 
 relativamente aos solos não tropicais, em decorrência da atuação no mesmo de 
 processos geológicos e /ou pedológicos, típicos das regiões tropicais úmidas. 
 
Já em 1996, Nogami ressalta que os solos precisam apresentar duas 
condições para que sejam considerados tropicais: possuir propriedades e 
comportamentos distintos dos solos tradicionais (solos tropicais apresentam 
resultados não condizentes com o desempenho real quando classificados através 
das classificações tradicionais de solos SUCS e HBR) e ocorrer em clima úmido e 
quente. Consequentemente, para que seja considerado tropical é necessário que 
não apenas tenha sido formado na faixa astronômica tropical ou em região de clima 
tropical úmido, mas que possua determinadas propriedades de interesse geotécnico. 
Nas regiões tropicais, são encontrados solos lateríticos, saprolíticos e 
transportados. A Figura 01 ilustra um perfil esquemático da ocorrência destes tipos 
de solos. No Brasil, para os escritores citados acima, duas grandes classes de solos 
se destacam: solos de comportamento laterítico e de comportamento não laterítico. 
A figura 02 apresenta as principais áreas de ocorrência dos solos no território 
brasileiro, segundo Villibor et al (2000). 
 
 
 
 Figura 1: Perfil esquemático de ocorrência de solos em ambiente tropical. 
 Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABQT0AD/tipos-sondagem?part=3. 
 
6 
 
 
Figura 2: Mapa das principais áreas de ocorrência dos solos lateríticos no território brasileiro. 
Fonte: Villibor et al, 2000. 
 
Com a finalidade de melhorar a identificação e caracterização dos solos 
tropicais, na década de 80, Nogami e Villibor propuseram uma nova sistemática de 
classificação denominada M (Miniatura), C (Compacta), T (Tropical) na qual se utiliza 
corpos de prova compactados de dimensões reduzidas permitindo a avaliação das 
propriedades e comportamento dos mesmos. Nesta classificação, Nogami e Villibor 
(1981) propuseram dois grupos de solos que podem apresentar comportamento 
laterítico (L) ou comportamento não laterítico (N) subdivididos em 7 grupos, 
conforme relacionado em Nogami e Villibor (1995): 
 Areias lateríticas (LA): neste grupo estão inclusas as areias com poucos 
finos de comportamento laterítico, típicas do horizonte B dos solos 
conhecidos pedologicamente como areias quartzosas e regosolos; 
 Solos arenosos lateríticos (LA’): solos tipicamente arenosos, e constituintes 
do horizonte B dos solos conhecidos pedologicamente no Brasil por 
latossolos arenosos e solos podzolizados arenosos (textura média). Estes 
solos, além da presença dos matizes vermelho e amarelo, dão cortes firmes 
(pouco ou não erodíveis), nitidamente trincados, quando expostos as 
intempéries; 
7 
 
 Solos argilosos lateríticos (LG’): este grupo é formado por argilas e argilas 
arenosas que constituem o horizonte B dos solos conhecidos 
pedologicamente por latossolos, solos podzólicos e terras roxas estruturadas. 
Quando apresentam percentagem de areia elevada, tem um comportamento 
semelhante aos solos do grupo LA’; 
 Areias não lateríticas (NA): Os solos pertencentes a este grupo são as 
areias, siltes e misturas de areias e siltes, nos quais os grãos são constituídos 
essencialmente de quartzo e/ou mica. Praticamente não possuem finos 
argilosos coesivos siltes caoliníticos; 
 Solos arenosos não lateríticos (NA’): compostos granulometricamente por 
misturas de areias quartzosas (ou de minerais de propriedades similares) com 
finos passando na peneira 0,075mm, de comportamento não laterítico. 
Geneticamente os tipos mais representativos são solos saprolíticos originados 
de rochas ricas em quartzo tais como os granitos, gnaisses, arenitos e 
quartzitos impuros; 
 Solos siltososnão lateríticos (NS’): este grupo compreende os solos 
saprolíticos silto-arenosos peculiares, resultantes do intemperismo tropical 
nas rochas eruptivas e metamórficas, de constituição predominantemente 
feldspática-micácea-quartzosa. As variedades mais ricas em areia quartzosa 
podem ter características mecânicas e hidráulicas que se aproximam do solos 
do grupo NA’; 
 Solos argilosos não lateríticos (NG’): este grupo compreende os solos 
saprolíticos argilosos, provenientes de rochas sedimentares argilosas 
(folhelhos, argilitos, siltitos), ou cristalinas pobres em quartzo e ricas em 
anfibólios, piroxênios e feldspatos cálcicos. Classificam-se neste grupo os 
solos superficiais pedogênicos não lateríticos, como os vertissolos bem como 
muitos solos transportados. 
Através de um ábaco de classificação proposto por Nogami e Villibor (1981), é 
possível distribuir os solos conforme os valores do coeficiente c’ e índice e’ que 
devem ser obtidos pelos ensaios de Mini-MCV (DNER-ME 258/94) e Perda de 
Massa por Imersão (DNER-ME 256/94). O coeficiente c’ é representado na abcissa 
do ábaco e está associado à argilosidade do solo , enquanto que o índice e’ 
corresponde às ordenadas e reflete o caráter laterítico do solo. 
8 
 
2.2.1 Solos Lateríticos 
 
Os solos lateríticos são geralmente resultantes da atuação de processos 
pedológicos em condições bem drenadas, clima úmido e tropical. Seguem algumas 
características citadas por Nogami e Villibor, 1981: 
(a) Posição no perfil: ocupam a parte mais superficial do perfil de solo das 
áreas bem drenadas (acima do lençol freático), como os demais solos de 
origem pedológica; 
(b) Espessura: frequentemente constituem camadas com mais de 2 metros 
mas raramente ultrapassam 10 metros de espessura; 
(c) Estrutura da ocorrência: constituem camadas que acompanham 
aproximadamente a superfície do terreno. Essas camadas podem ser 
compostas por outras, pouco diferenciadas, que também acompanham 
aproximadamente a superfície do terreno. Essas camadas são originadas 
sobretudo pela atuação de processos pedológicos. Os limites destas 
camadas são geralmente graduais; 
(d) Condições hidrológicas: as condições de drenagem dos solos lateríticos 
são muito boas, de maneira que só excepcionalmente, tais solos podem 
conter temporariamente nível d’água suspenso, após chuva muito intensa; 
(e) Cor: predominam os matizes vermelho e amarelo; 
(f) Macroestrutura: apresentam-se como que aparentemente homogênea e 
isotrópica, sendo que as variedades argilosas exibem aglomeração, 
formando torrões que podem ser bastante resistentes à ação hídrica e 
grande quantidade de vazios preenchidos de ar. Nas variedades arenosas 
percebem-se frequentemente vazios intergranulares. Devido a essas 
peculiaridades os solos lateríticos tem sido considerados como “porosos” 
pela sua aparência macroscópica, o que justifica a sua baixa massa 
específica aparente e elevada permeabilidade; 
(g) Constituição mineralógica e microestrutura: mineralogicamente, 
caracterizam-se pela presença de grãos muito resistentes mecânica e 
quimicamente, na fração areia e pedregulho, e elevada porcentagem de 
partículas constituídas de hidróxidos e óxidos de Fe e Al, na fração argila 
(partículas de diâmetro menor que 2 µm); o argilo mineral geralmente 
presente na nessa fração é a caulinita. Os grãos mais finos estão 
9 
 
agregados, formando uma massa de aspecto esponjoso cujos elementos 
constituintes lembram pipocas. Nessas condições distingue-se grande 
volume de vazios, mas não os grãos individuais. 
A principal peculiaridade dos solos lateríticos, que os diferencia dos solos de 
clima temperado, é a presença de uma cimentação natural causada pelos óxidos e 
hidróxidos de ferro e alumínio. A Figura 03 exemplifica, a partir de imagem em 
escala microscópica, um solo laterítico por Takeda (2006). Observa-se que os grãos 
mais finos encontram-se agregados e o solo apresenta um aspecto cimentado. 
 
Figura 3: Fotografia microscópica de um solo laterítico – aumento de 3000x. 
Fonte: Takeda, 2006. 
 
Dados as particularidades químicas, mineralógicas e estruturais dos solos 
lateríticos, eles são na engenharia rodoviária, considerados como aqueles que 
quando devidamente compactados, ao perderem umidade, adquirem condição de 
baixa perda de resistência ou até nenhuma perda, mesmo na presença de água. E 
ainda que em estado natural, quanto maior seu grau de laterização, menor será a 
sua susceptibilidade a erosão. (GODOY et al., 2000). 
Santana e Gontijo (1987 apud MARSON, L. A., 2004) relatam que, em geral, 
os solos leteríticos apresentam CBR relativamente alto e baixa expansão, Limite de 
Liquidez (LL) e Índice de Plasticidade (IP) elevados além de alto módulo resiliente. 
Podem apresentar contração elevada quando secos e possuem aglomeração bem 
desenvolvida, tornando-se permeáveis e resistentes à erosão. 
Quanto a sua distribuição geográfica, os solos lateríticos estão situados 
geralmente, na faixa do planeta denominada intertropical, em regiões com condições 
climáticas favoráveis ao intemperismo intenso e rápido, com altas temperaturas, 
10 
 
ambiente úmido, com chuvas abundantes e percolação d’água (BERNUCCI, 1995). 
Estima-se que os solos lateríticos ocupam cerca de 8,1% da superfície dos 
continentes (Figura 04). No Brasil, os solos lateríticos encontram-se distribuídos em 
quase todo território. 
 
 
Figura 4: Distribuição dos solos lateríticos, em termos mundiais. 
Fonte: Charman, 1988 apud Bernucci, 1995. 
 
De acordo com a classificação MCT os solos de comportamento laterítico são 
designados pela letra L e subdivididos em 3 grupos: 
 LA – areia laterítica quartzosa; 
 LA’ – solo arenoso laterítico; e 
 LG’ – solo argiloso laterítico. 
 
2.2.2 Solos Saprolíticos 
 
Solos saprolíticos são aqueles que resultam da decomposição e/ou 
desagregação “in situ” da rocha (considerada material consolidado da crosta 
terrestre), mantendo ainda, de maneira nítida a estrutura da rocha que lhe deu 
origem (Comittee on Tropical Soils of ISSMFE, 1985). Outras características são 
expostas por Nogami e Villibor, 1981: 
(a) Posição no perfil: encontram-se, em suas condições naturais, sempre 
adjacentes a uma camada de outro tipo genético de solos, tais como: solo 
11 
 
laterítico, solo superficial de outro tipo pedológico, solo orgânico ou ainda 
solo transportado; 
(b) Espessura: as espessuras dessas camadas são as mais variadas, 
atingindo frequentemente várias dezenas de metros; 
(c) Estrutura de ocorrência: constituem camadas cujas espessuras podem se 
afastar sensivelmente da superfície topográfica. As suas diversas partes 
constituintes possuem frequentemente formas geométricas das mais 
variadas e complexas. Essas partes ou camadas apresentam formas 
predominantemente herdadas da estrutura da rocha matriz. Outras vezes 
essas camadas são originadas pelas diferenças nos graus de atuação do 
intemperismo. Nessas condições, rochas de estruturas simples podem dar 
origem a estruturas complexas. Os limites das camadas podem ser tanto 
graduais como bruscas, estas sobretudo quando herdadas da rocha 
matriz. Podem ocorrer com frequência, anisotropias herdadas da rocha 
matriz como xistosidades e estratificações e ainda podem conter partes 
ainda não inteiramente transformadas em solos; 
(d) Condições hidrológicas: é comum encontrar nível d’água freático, 
suspenso ou confinado, mas grande parte deles também se encontra com 
boas condições de drenagem; 
(e) Cor: apresentam presença de manchas e mosqueamentos com feições 
herdadas da rocha matriz ou desenvolvidas no processo de imtemperismo. 
Só raramente apresentam-seem cor única ou com pequena diferença 
entre suas diversas partes. Nestes solos podem ocorrer partes com cores 
das mais diversas, sendo particularmente características as seguintes: 
branco, preto, cinza, róseo, roxo, esverdeado, azulado, etc; 
(f) Macroestrutura: apresentam predominantemente heterogeneidade e 
anisotropia destacadas. Grande parte dessas feições relacionam-se com a 
estrutura da rocha matriz e quando essa relação existe, são consideradas 
como tendo macroestrutura reliquiar ou herdada. Contrastando com os 
solos lateríticos que são genuinamente residuais. Muitas feições contudo 
podem desenvolver-se no processo de intemperismo. A estrutura “porosa” 
decorrente da formação de torrões não ocorre nos solos saprolíticos, 
contudo pode ocorrer a formação de pseudo-torrões, nas superfícies 
12 
 
expostas as interpéries, devido ao porcesso de molhagem e contração 
sucessivas; 
(g) Constituição mineralógica e microestrutura: sua constituição mineralógica 
é caracterizada pela presença frequente de grande número de minerais, 
parte dos quais são decorrentes do processo de intemperização e parte 
herdados da rocha matriz. Os minerais neoformados constituem, na 
maioria dos casos associações, muitas vezes pseudomorfas, mas os seus 
contornos são facilmente distinguíveis em microscopia de varredura. Na 
fração argila pode ocorrer grande variedade de argilo-minerais e a fração 
silte pode ter mineralogia muito variada e particular, como os macrocristais 
de caulinita e micas, que podem impor comportamentos peculiares a estes 
solos. 
Entre as peculiaridades deste solo, está o fato de que o mesmo pode variar 
de extremamente plástico até não plástico e de altamente expansivo (quando 
encharcados) até muito contrátil (quando seco), de acordo com a rocha de origem. 
São bastante erodíveis e comumente apresentam baixos valores de CBR e de 
módulo de resiliência. A presença de mica na fração areia pode mudar seu 
comportamento, causando problemas de ordem geotécnica. Na fração silte, a 
elevada concentração desse mineral torna o solo muito expansivo, tanto na 
molhagem quanto na secagem. 
Segundo Nogami e Villibor (1995), os solos saprolíticos siltosos, micáceos 
e/ou caoliníticos ou arenosos micáceos geralmente possuem valor de suporte abaixo 
das previsões baseadas nos índices classificatórios tradicionais ou dos grupos das 
classificações tradicionais. Apresentam ainda, valor de expansão relativamente 
elevado, devido ao baixo LL e IP. 
Solos de comportamento não-laterítico são designados pela letra N segundo a 
classificação MCT e subdivididos em 4 grupos: 
 NA – areias, siltes e misturas de areias e siltes com predominância de grão de 
quartzo e/ou mica, não laterítico; 
 NA’ – misturas de areias quartzosas com finos de comportamento não 
laterítico (solo arenoso); 
 NS’ – solo siltoso não laterítico; e 
 NG’ – solo argiloso não laterítico. 
13 
 
A Figura 05 exemplifica, a partir de imagem em escala microscópica, um solo 
saprolítico por Takeda (2006). 
 
 
Figura 5: Fotografia microscópica de um solo saprolítico – aumento de 3000x. 
Fonte: Takeda, 2006. 
 
2.2.3 Solos Transicionais 
 
Em 1988, Vertamatti introduziu uma nova classificação, os solos transicionais, 
a fim de designar solos transportados, geralmente coluvionares, ou ainda, solos não 
muito afetados pelos processos pedogênicos. Seu estudo foi baseado nos solos 
plintíticos da Amazônia, que podem passar totalmente ou ter uma parcela retida na 
peneira de abertura igual a 2 mm. 
Através do estudo e observação do comportamento dos solos sedimentares 
da região Amazônica, houve a proposta de modificação da classificação MCT, 
incluindo no ábaco um grupo de solos trancisionais (T), dado que se posicionam em 
uma faixa central do ábaco da classificação MCT, evidenciando assim, um caráter 
de transição no processo de evolução genética dos solos tropicais. Como 
consequência os solos tropicais foram divididos em 11 grupos: 
 NA (areia não laterítica); 
 NG’ (solo argilosos não letrítico); 
 NS’ (solos siltosos não lateríticos); 
 NS´G’ (solo silto-argiloso não laterítico); 
 TA’ (solo arenoso transicional); 
14 
 
 TA’G’ (solo areno-argiloso transicional); 
 TG’ (solo argiloso transicional); 
 LA (areia laterítica); 
 LA’ (solo arenoso laterítico); 
 LA’G’ (solo areno-argiloso laterítico); 
 LG’ (solo argiloso laterítico). 
O ábaco (Figura 06) apresentado por Vertamatti (1988) foi denominado MCT-
M (M de modificado). É possível observar que os solos trancicionais ocupam uma 
faixa intermediária entre os solos que apresentam comportamento laterítico e não 
laterítico. 
 
 
Figura 6: Ábaco de classificação MCT-M. 
Fonte: Vertamatti, 1988. 
 
2.3 Ensaios geotécnicos para classificação MCT 
 
A Metodologia MCT é composta por vários ensaios que podem desde 
classificar solos segundo o comportamento laterítico ou não laterítico até servir de 
parâmetros para dimensionamento de pavimentos e escolha de solos em obras de 
engenharia rodoviária. Ela é aplicada somente aos solos que apresentam no mínimo 
95% de material passante na peneira de abertura nominal igual a 2 mm. O 
comportamento de solos mais grossos não é previsível por este método, pois se 
despreza a influência da parte grossa no comportamento integral do solo. A Tabela 
15 
 
01 apresenta a descrição simplificada das aplicações de cada um dos ensaios assim 
como os resultados que podem ser obtidos através da mesma. 
 
Tabela 1 - Principais ensaios da Metodologia MCT com a respectiva descrição 
de suas aplicações. 
 
 
Compactação 
- Preparo de CP´s para ensaios diversos; 
- Obtenção da umidade ótima e MEASmáx, para a energia 
escolhida; 
- Obtenção de dados para classificação MCT. 
Capacidade de 
Suporte 
- Dimensionamento de pavimentos; 
- Escolha de solos (reforço subleito, bases, acostamentos). 
Contração 
- Escolha de solos (reforço subleito, bases, acostamentos, 
aterros, quando sujeitos a secagem). 
Infiltrabilidade - Idem acima. 
Permeabilidade - Cálculos de escoamento em meios saturados. 
Perda de massa por 
imersão 
- Obtenção de dados para classificação MCT; 
- Erodibilidade em presença de lâmina d’água. 
Penetração da 
Imprimação 
- Escolha de material betuminoso adequado ao solo 
compactado; 
- Escolha de solos de bases. 
Controle de 
Compactação 
- Desvio de teor de umidade para a energia adotada; 
- MEASmáx do solo efetivamente utilizado na compactação. 
 
Visando especificamente a classificação MCT de um solo, é necessária a 
utilização de dois dos ensaios da metodologia para que se obtenha os dados 
necessários: o ensaio de Compactação Mini-MCV e o ensaio de Perda de Massa 
por Imersão. 
 
2.3.1 Ensaio de Compactação Mini-MCV 
 
Ensaio no qual a compactação é efetuada com equipamento miniatura, onde, 
para cada teor de umidade, se aplicam, de maneira padronizada, energias 
crescentes, até conseguir uma massa específica aparente máxima. Está 
fundamentado no mesmo processo de compactação proposto por Parsons em 1976, 
16 
 
objetivando sobre tudo, o controle de compactação na Inglaterra, com cilindros de 
100mm e soquete de 7kg. O procedimento do “valor da condição de umidade” 
(Moinsture Condition Value) foi adaptado para solos tropicais por Nogami e Villibor 
em 1980 com o uso de corpos de prova de 50mm e soquete de 2,270kg. 
Para a execução deste ensaio devem ser seguidos os procedimentos das 
normativas DNER-CLA259-96 e DNER-ME258-94. O equipamento utilizado para o 
ensaio de compactação denominado Mini-MCV é um compactador miniatura (Figura 
07) composto por uma basede concreto de 35 cm x 35 cm x 60 cm, soquete 
cilíndrico de aço com altura de queda de 30,5 cm e 2270 g, moldes cilíndricos de 
compactação de aço inoxidável, cilindro padrão de aço com diâmetro de 49,8mm de 
faces perfeitamente paralelas e polidas com altura de 50 mm e extensômetro com 
curso mínimo de 50 mm, graduado em 0,01 mm e provido de contagiros. Este 
equipamento ainda é provido de um dispositivo de alavanca para extração dos 
corpos de prova quando finalizado o ensaio. 
 
 
Figura 7: Equipamento utilizado no ensaio Mini-MCV. 
Fonte: Ilustração DNER-ME 228/94, desenho adaptado por Andrade, 2005. 
 
 
O primeiro passo para a realização do ensaio, consiste na determinação da 
umidade ótima do material, que deve ser obtido pelo ensaio de Compactação 
Proctor Normal. De posse da umidade ótima do mesmo, separa-se 2500g de fração 
17 
 
passante na peneira de abertura 2mm e em seguida subdivide-se essa fração em 5 
porções com cerca de 500g cada. Adiciona-se água de forma que consiga se obter 
porções com umidades sucessivamente crescentes, de cerca de 1,5 a 2% nos solos 
arenosos, 3 a 4% nos solos argilosos lateríticos e de 5% nas argilas não lateríticas e 
siltes micáceos e cauliníticos. Essas porções devem abranger a faixa de umidade tal 
que um ponto fique próximo da umidade ótima do material, dois pontos fiquem no 
ramo seco e dois pontos no ramo úmido da curva de compactação. 
As amostras de 500g devem ser homogeneizadas e acondicionadas em 
sacos de polietileno ou recipiente plástico com tampa, hermeticamente vedado e 
deixadas em repouso por um período de 24 horas de antecedência a realização do 
ensaio de compactação miniatura, de forma que não haja perda de umidade. 
Antes da realização do ensaio Mini-MCV, deve-se medir a altura do cilindro 
padrão que será utilizado (Ex: Ac = 50mm) e fazer a aferição do aparelho de 
compactação miniatura, para efeito da determinação da altura do corpo de prova. 
Colocam-se sobre o pistão do compactador os discos de polietileno, o cilindro 
padrão e o soquete de maneira que este fique bem centrado. Faz-se a leitura no 
extensômetro (La) e calcula-se a constante de aferição (Ka) do conjunto 
compactador-soquete pela expressão abaixo. Utilizar sinal negativo quando o 
extensômetro for colocado de cabeça para baixo e positivo no caso contrário. 
 
Ka = Ac +/- La Equação 01 
 
Após a realização da aferição, o equipamento é então montado para a 
realização do ensaio seguindo as seguintes etapas: colocar os espaçadores 
envolvendo o pistão do compactador, posteriormente o molde sobre o mesmo e em 
seguida colocar o disco de polietileno (para que não haja aderência do solo na base 
do aparelho de compactação) no molde de maneira que cubra o topo do pistão. 
Homogeneizar novamente as porções de 500g de material e retirar uma pequena 
amostra homogeneizada para a determinação do teor de umidade. Separar 200g e 
despejar no molde com o auxilio de um funil, nivelar o solo dentro do molde com o 
auxilio do assentador. Posicionar o soquete, previamente aferido, sobre o solo do 
molde. Dar golpes sucessivos e efetuar a leitura no extensômetro correspondente a 
seguinte serie de golpes: 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64, 96, 128, 192 e 256. O 
18 
 
ensaio inicia com a amostra que apresenta maior teor de umidade. Repetir o 
procedimento para os cinco teores de umidade. 
O ensaio é interrompido quando: a diferença entre a leitura obtida após 4n 
golpes for menor que 2mm; houver intensa exsudação de agua no topo e na base do 
corpo de prova ou o numero de golpes atingir 256. Para corpos de prova com teores 
de umidade menores do que aquele que exigiu 256 golpes pode-se interromper a 
compactação com 64 golpes. 
Terminada a operação de compactação, é feita a retirada do soquete e o 
molde é colocado de ponta cabeça. Com o auxílio do extrator, desloca-se o corpo de 
prova situado dentro do molde de maneira que seu topo fique um pouco acima do 
bordo superior do molde (cerca de 10mm). Efetuar a medida da altura deslocada do 
corpo de prova. 
O procedimento descrito acima permite a plotagem da família de curvas de 
compactação e as curvas de deformabilidade Mini–MCV de um mesmo solo, ou 
seja, o comportamento de sua massa específica aparente seca máxima, em função 
da umidade, para os diversos níveis de energia representados pela série de golpes 
aplicados. 
(a) Curvas de Compactação – Coeficiente d’ 
Representam em abcissa os valores de umidade de compactação e em 
ordenada os valores de massa específica aparente seca. A Figura 08 
demonstra um exemplo de família de curvas de compactação obtidas 
através do ensaio de Mini-MCV. 
 
 
Figura 8: Família de Curvas de Compactação obtidas através do ensaio de Mini-MCV. 
Fonte: Bernucci, 1992. 
19 
 
O coeficiente d’ é definido como a inclinação da parte retilínea mais inclinada 
do ramo seco da curva de compactação, correspondente a 10 golpes no ensaio 
Mini-MCV e o teor de umidade de compactação correspondente expresso em %. 
 
(b) Curvas de Deformabilidade (Mini-MCV) – Coeficiente c’ 
Para cada teor de umidade traçam-se em gráfico mono-log, curvas que 
correspondem na abcissa ao número de golpes (n) e na ordenada a 
diferença de altura (an) dos corpos de prova. Estas curvas de 
deformabilidade são denomindas curvas Mini-MCV porque a partir delas 
pode-se determinar o valor da condição de umidade e procurando-se a 
sua interseção com a reta de equação a=2mm, que foi adotada como 
referência para os CPs da metodologia, determinando assim o valor de 
golpes B correspondente. Define-se Mini-MCV para cada teor de umidade 
pela expressão: 
 
Mini-MCV = 10 log B Equação 02 
 
A Figura 09 demonstra um exemplo de curvas do Mini MCV: 
 
Figura 9: Família de Curvas Mini-MCV obtidas através do ensaio de Mini-MCV. 
Fonte: Bernucci, 1992. 
 
O coeficiente c’ é o coeficiente angular da parte mais inclinada e retilínea da 
curva Mini-MCV correspondente a condição Mini-MCV = 10. Este coeficiente indica a 
argilosidade do solo, ou seja, um c’ elevado (acima de 1,5) caracteriza as argilas e 
solos argilosos, enquanto que valores baixos (abaixo de 1,0) caracterizam as areias 
20 
 
e os siltes não plásticos ou pouco coesivos. No intervalo entre 1,0 e 1,5 se situam 
diversos tipos de solos, tais como: areias siltosas, areias argilosas, argilas arenosas 
e argilas siltosas. 
 
2.3.2 Ensaio de Perda de Massa por Imersão 
 
O ensaio de Perda de Massa por Imersão é realizado utilizando-se os corpos 
de prova compactados segundo o procedimento Mini-MCV. Os equipamentos 
presentes nesse ensaio são recipiente de imersão, capaz de manter uma lâmina de 
água que atinja cerca de 1 cm acima da superfície externa do molde de 
compactação acomodado sobre o suporte, suporte para o molde de compactação, 
capaz de manter o molde na posição horizontal, a cerca de 4 cm do fundo do 
recipiente de imersão e cápsula com cerca de 8 cm de diâmetro e capacidade de 75 
ml. Com o auxílio do dispositivo de alavanca, o corpo-de-prova deve ser extraído de 
seu molde, de maneira que fique saliente 10 mm e, em seguida, submerso em água, 
na posição horizontal, como mostra a Figura 10. 
 
 
Figura 10: Ensaio de Perda de Massa por Imersão. 
Fonte: Nogami e Villibor, 1995. 
 
Deve-se acompanhar o desprendimento do solo e recolher a parte 
eventualmente desprendida para determinar-se sua massa seca após cerca de 20 
horas do início da imersão. A perda de massa “Pi” é expressa em porcentagem 
21 
 
relativamente àmassa seca da parte primitivamente saliente do corpo de prova para 
cada teor de umidade. 
O valor de “Pi” a ser usado para fins classificatórios é obtido por interpolação 
gráfica, traçando-se a curva de variação das porcentagens Pi x Mini-MCV, 
procurando-se o valor correspondente a Mini-MCV 10 ou 15, conforme se trate de 
solo de baixa ou elevada massa específica aparente. Considera-se baixa MEAS 
quando a altura final do corpo de prova para Mni-MCV igual a 10 for superior a 
53mm e elevada MEAS quando a altura final do corpo de prova para Mini-MCV igual 
a 15 for inferior a 53mm. 
 
 
2.3.3 Classificação Geotécnica MCT 
 
Com a finalização dos principais ensaios que compõem a classificação MCT é 
possível obter o coeficiente e’. O coeficiente e’ é calculado a partir do coeficiente d’ e 
da perda de massa por imersão Pi, expresso pela expressão: 
 
𝒆 = √
𝑷𝒊
𝟏𝟎𝟎
+
𝟐𝟎
𝒅
𝟑
 Equação 03 
 
A determinação do grupo classificatório se dá a partir do ábaco (Figura 11) 
proposto por Nogami e Villibor (1981) em que estão representados no eixo das 
abcissas os valores de c’ e no eixo das ordenadas os valores de e’. Algumas 
resalvas devem ser consideradas: 
 Quando o ponto cair sobre uma das proximidades dos limites “L/N” 
(comportamento laterítico e não laterítico), será considerado “L” 
quando Pi decrescer tendendo a zero, no intervalo Mini-MCV de 10 a 
20 e a curva Mini-MCV apresentam concavidade para cima no intervalo 
Mini-MCV de 1 a 15; 
 Será considerado “N” quando Pi variar de maneira diferente e a 
referida curva apresentar-se sensivelmente retilínea ou com 
concavidade para baixo; 
22 
 
 Será considerado transicional, representado por símbolos dos grupos 
adjacentes quando as condições não correspondem ás acima 
especificadas. 
 
 
Figura 11: Gráfico da classificação MCT. 
Fonte: Nogami e Villibor, 1981. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
A metodologia aplicada neste trabalho consistiu, fundamentalmente, em três 
etapas, no qual foram desenvolvidos os seguintes trabalhos: (a) etapa de gabinete: 
revisão bibliográfica sobre a Metodologia MCT com foco na Classificação MCT onde 
são realizados os ensaios de Mini-MCV e ensaios de Perda de Massa por Imersão; 
(b) etapa de campo: reconhecimento dos tipos de solos de cada área de estudo e 
coletada de amostras deformadas de cada perfil para realização dos ensaios 
geotécnicos; (c) etapa de laboratório: realização dos ensaios de Caracterização, 
Compactação, CBR, Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão. Com a conclusão 
dos ensaios, houve o processamento e análise dos resultados obtidos das amostras 
de perfis de solos coletadas em Santa Maria. Posterior a esta etapa, foi realizada a 
comparação dos resultados obtidos através das classificações tradicionais de solos 
S.UC.S. e H.R.B-A.A.S.H.O com a Classificação MCT. A metodologia utilizada para 
realização desta pesquisa consistiu no desenvolvimento das seguintes etapas de 
trabalho: 
 
 
3.1 Etapa de Gabinete 
 
 
Nesta etapa foram realizados os estudos referentes ao levantamento 
bibliográfico e a revisão bibliográfica através do auxilio de livros, teses, artigos, 
dissertações, publicações em congressos e simpósios de temas relacionados à 
Metodologia MCT, abrangendo seus conceitos, a Classificação MCT e os ensaios de 
laboratório para caracterização geotécnica e os ensaio de Mini-MCV e de Perda de 
Massa por Imersão que classificam solos tropicais segundo a Classificação MCT. 
 
 
 
 
 
24 
 
3.2 Etapa de Campo 
 
 
Nesta etapa, foram realizadas visitas aos locais de estudo (talude de corte, as 
margens da estrada Pedro Fernandes da Silveira, próximo do campus da UFSM e 
voçoroca do Buraco Fundo na comunidade de Alto das Palmeiras, distrito de São 
Valentim, ambos no município de Santa Maria), com o intuito de conhecer os tipos 
de solo, identificar horizontes, e fazer a coleta das amostras deformadas. 
Foram coletadas amostras deformadas de um horizonte pertencente ao talude 
de corte próximo à UFSM (AMO1) e de três horizontes da voçoroca do Buraco 
Fundo (AMO2, AMO3 e AMO4), com o objetivo de realizar os ensaio de 
caracterização, compactação, CBR e os ensaios Mini-MCV e Perda de Massa por 
Imersão que compreendem a Classificação MCT, de acordo com a norma ABNT 
NBR 6457. 
Após a limpeza superficial dos perfis, as amostras deformadas foram 
coletadas com a ajuda de pá e espátulas, aproximadamente 30 kg de cada tipo de 
solo, identificadas e dispostas em sacos plásticos conforme (LEMOS E SANTOS, 
1982). As mesmas foram levadas ao laboratório, secas ao ar, destorroadas, 
passadas na peneira #4 (4,8mm) e novamente acondicionadas nos sacos plásticos 
(Figura 12). À fim que de fossem utilizadas para a caracterização granulométrica dos 
solos, realizada segundo a norma ABNT NBR 7181, ensaio de compactação, CBR, 
Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão. 
 
 
 
Figura 12: Acondicionamento das amostras de solo. 
25 
 
3.3 Etapa de Laboratório 
 
 
Na etapa de laboratório foram realizados os ensaios de caracterização 
geotécnica que compreendem Limites de Atterberg, Granulometria por 
Peneiramento e Sedimentação e Peso Específico Real dos Grãos, Ensaios de 
Compactação com Energia Normal, Ensaio de Índice de Suporte Califórnia (CBR), 
Ensaio de Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão das amostras coletadas em um 
talude de corte, as margens da estrada Pedro Fernandes da Silveira, próximo do 
campus da UFSM e da voçoroca do Buraco Fundo na comunidade de Alto das 
Palmeiras, distrito de São Valentim. 
 
3.3.1 Ensaios de Caracterização 
 
Utilizando amostras deformadas, foram realizados os seguintes ensaios para 
a caracterização geotécnica: determinação do peso específico real dos grãos, limites 
de Atterberg e análise granulométrica. 
O ensaio do peso específico real dos grãos, observado na Figura 13, foi 
realizado de acordo com a norma ABNT NBR 6508/84 através do método do 
picnômetro. 
 
 
 
Figura 13: Ensaio do peso específico real dos grãos. 
 
26 
 
De acordo com as normas ABNT NBR 6459/84 e NBR 7180/84, foram 
realizados os ensaios dos limites de Atterberg: limite de liquidez (Figura 14) e limite 
de plasticidade (Figura 15), respectivamente. 
 
 
 
Figura 14: Ensaio de Limite de Liquidez. 
 
 
 
Figura 15: Ensaio de Limite de Plasticidade. 
 
 
 
 
Já a análise granulométrica por peneiramento e sedimentação foi realizada 
com e sem uso de defloculante com base na norma ABNT NBR 7181/84, sendo 
classificada através da escala ABNT NBR 6502/95 (Rochas e Solos) (Figura 16): 
 
27 
 
 
 
Figura 16: Ensaio da análise granulométrica por peneiramento e sedimentação com e sem 
defloculante. 
 
 
3.3.2 Ensaio de Compactação Proctor Normal 
 
O ensaio de compactação, mostrado na Figura 17, foi realizado com base na 
norma NBR 7182/86, com a finalidade de se obter a umidade ótima e a massa 
específica máxima real aparente para cada uma das 4 amostras coletadas. 
A compactação é um método de estabilização de solos que se dá por 
aplicação de alguma forma de energia. Seu efeito confere ao solo um aumento de 
seu peso específico e resistência ao cisalhamento, e uma diminuição do índice de 
vazios, permeabilidade e compressibilidade. 
Através deste ensaio é possível obter a correlação entre o teor de umidade e 
o peso específico seco de um solo quando compactado com determinada energia. O 
ensaio mais comum é o de Proctor, que é realizadoatravés de sucessivos impactos 
de um soquete padronizado na amostra. 
O ensaio Proctor tem dupla finalidade. A primeira: determinar a densidade 
máxima do solo que servirá como padrão de comparação. A segunda é determinar a 
umidade ideal do solo (ou umidade ótima) para obtenção da compactação. Este 
ensaio é de grande importância para a realização do ensaio de Mini-MCV já que é 
necessário dois pontos acima, dois abaixo e um na umidade ótima para cada 
material. 
28 
 
Para a determinação da umidade ótima, tomou-se certa quantidade de 
material passante na peneira # 4. Adicionou-se água até verificar certa consistência, 
atendendo para a perfeita homogeneização da amostra. Compactou-se a amostra 
no molde cilíndrico em 3 camadas, aplicando-se em cada uma delas 25 golpes 
distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada. Removeu-se o colarinho e 
a base, aplainou-se a superfície do material à altura do molde e pesou-se o conjunto 
cilindro mais o solo úmido compactado. Retirou-se a amostra do molde com o auxilio 
de um extrator, e partindo-a ao meio, coletou-se uma pequena quantidade para a 
determinação da umidade. Desmanchou-se o material compactado, adiciona-se 
água à amostra homogeneizando-a (60 ml). Repetiu-se assim o processo pelo 
menos por mais quatro vezes. 
 
 
 
Figura 17: Ensaio de compactação proctor normal. 
 
 
3.3.3 Ensaio de Capacidade Suporte CBR (Índice de Suporte Califórnia – ISC) 
 
O ensaio CBR (Figura 18), tem como objetivo estimar a resistência de um 
solo compactado para sua utilização em bases, sub-bases e subleitos de 
pavimentos. É possível conhecer qual será a expansão de um solo sob um 
pavimento quando este estiver saturado, e fornece indicações da perda de 
resistência do solo com a saturação. O método para realização deste ensaio foi 
baseado na norma NBR 9895/87. 
29 
 
A realização do ensaio inicia compactando-se o corpo de prova em 5 
camadas com 12 golpes (energia normal) cada uma, à umidade ótima já 
determinada pelo ensaio de compactação. Em seguida imerge-se o cilindro com o 
corpo de prova e sobrecarga em um tanque onde o mesmo permaneça durante 96 
horas, de tal forma que a água banhe o material tanto pelo topo quanto pela base 
realizando as leituras de deformação. Passadas as 96 horas, o conjunto é colocado 
na prensa onde anota-se a carga e a penetração a cada 30 segundos até decorridos 
o tempo de 6 minutos. 
 
 
 Figura 18: Ensaio de Capacidade suporte CBR. 
 
 
3.3.4 Ensaios de Caracterização Química 
 
A caracterização química é importante para se conhecer até que ponto a 
lixiviação e o empobrecimento químico podem influenciar nos processos erosivos da 
área degradada pelo ravinamento (LEPSCH, 2002). Os parâmetros analisados 
foram percentagem de argila, classe textural, pH em água, índice SMP, teores de P 
e K disponíveis, MO, Al, Ca e Mg trocáveis, além dos resultados de saturação por 
bases, saturação por Al, CTC efetiva e CTC pH7,0. 
A caracterização química foi realizada nos horizontes/camadas dos perfis em 
estudo pelo Laboratório do Departamento de Solos do Centro de Ciências Rurais da 
30 
 
UFSM o qual conta com uma equipe de profissionais qualificados, composta por dois 
professores Doutores em Ciência do Solo, um supervisor com Mestrado em Ciência 
do Solo, funcionários da UFSM, além de técnicos de laboratório e estagiários. 
 
3.3.5 Ensaio de Compactação Mini-MCV 
 
O ensaio denominado Mini-MCV é um dos principais ensaios que 
caracterizam solos tropicais quanto a Classificação MCT. 
Para a execução deste ensaio foram seguidos os procedimentos das 
normativas DNER-CLA259-96 e DNER-ME258-94. O equipamento utilizado para o 
ensaio de compactação denominado Mini-MCV é mostrado na Figura 19. Foram 
preparadas cinco amostras para cada tipo de solo (Figura 20), cada uma contendo 
teores de umidade diferentes. Duas amostras com umidade abaixo da umidade 
ótima, uma próxima à umidade ótima e outras duas acima da umidade ótima. Estas 
amostras foram preparadas 24 horas antes da realização do ensaio. Com o auxilio 
de um funil (Figura 21), 200g de material foram introduzidos dentro do molde onde 
foram aplicadas energias crescentes, seguindo uma série de golpes com o soquete, 
até se conseguir um aumento sensível de densidade (Figura 22) para os vários 
teores de umidade, obtendo-se uma família de curvas de compactação. Para cada 
série de golpes realizados foram efetuadas as leituras com a ajuda do extensômetro. 
O ensaio foi finalizado quando a diferença entre a leitura obtida após 4n golpes e a 
obtida após n golpes foi menor que 2 mm, houve intensa exsudação de água no 
topo e na base do corpo-de-prova ou o número de golpes atingiu 256. 
Toda execução da compactação (golpes) dos 20 corpos de prova, foi feita 
manualmente e por este autor, evitando assim a influência de operação associada 
ao laboratorista. Outro operador, aos cuidados deste autor ficou encarregado do 
registro de todos os dados em planilha. 
 
31 
 
 
 Figura 19: Compactador miniatura. 
 
 Figura 20: Preparação das amostras. 
 
 
Figura 21: Colocação de material dentro do cilindro 
com ajuda de funil. 
 
Figura 22: Corpo de prova após aplicação de 
série de golpes. 
 
Os resultados obtidos foram plotados em um gráfico, que representa a 
relação entre o número de golpes em escala logarítmica na abscissa e a diferença 
de leitura obtida após 4n golpes e a obtida após n golpes para cada sequencia de 
golpes na ordenada do gráfico, formando uma família de curvas de compactação. 
Essas curvas são denominadas de curvas de deformabilidade ou de Mini-MCV, pois 
a partir delas, pode-se determinar o Mini-MCV. Através da curva de deformabilidade 
correspondente ao valor que mais se aproxima do Mini-MCV igual a 10, obtém-se o 
32 
 
coeficiente c’ utilizado na classificação geotécnica MCT. Este coeficiente é o 
coeficiente angular da parte retilínea da curva de deformabilidade. Outro coeficiente 
para a determinação da classificação MCT é o coeficiente d’ obtido a partir da 
inclinação da parte retilínea do ramo seco da curva de compactação, 
correspondente a 10 golpes do ensaio de Mini-MCV plotado através de um gráfico 
da Umidade (%) versus Massa Específica Aparente Seca (g/cm³). 
 
3.3.6 Ensaio de Perda de Massa por Imersão 
 
O ensaio de Perda de Massa por Imersão foi realizado a partir do momento 
em que foi concluído o ensaio de compactação Mini-MCV. Os corpos de prova 
provenientes da compactação foram extraídos do cilindro, com a ajuda de uma 
alavanca (Figura 23), ficando cerca de 10 mm para fora do mesmo (Figura 24) e 
colocados na posição horizontal (Figura 25) a cerca de 4 cm do fundo do recipiente 
de imersão. Acompanhou-se o desprendimento do solo (Figura 26) e recolheu-se a 
parte eventualmente desprendida para determinar sua massa seca após cerca de 20 
horas do início da imersão. Obtém-se deste ensaio a perda de massa Pi que é 
expressa em porcentagem relativamente à massa seca da parte primitivamente 
saliente do corpo de prova. 
A partir da obtenção do coeficiente d’ e a perda de massa Pi é possível 
calcular o valor do coeficiente e’ expresso por uma equação que consta em (Nogami 
e Villibor 1981). De posse dos coeficientes c’ e e’ classifica-se os solos tropicais 
através de um gráfico dividido em solos de comportamento laterítico (L) e solos de 
comportamento não laterítico (N), podendo assim, prever seu comportamento. 
 
33 
 
 
Figura 23: Alavanca para extração do corpo de 
prova. 
 
Figura 24: Corpo de prova com saliência de 
cerca de 10mm. 
 
 
Figura 25: Corposde prova colocados em 
imersão na posição horizontal. 
 
Figura 26: Desprendimento de solo ao final do 
ensaio. 
 
 
4. ÁREAS DE ESTUDO 
 
 
As áreas de estudo analisadas neste trabalho estão situadas dentro do 
município de Santa Maria, a primeira em um talude de corte próximo ao Campus da 
34 
 
UFSM (P-UFSM) e a segunda em uma voçoroca no distrito de São Valentim (P-SV) 
(Figura 27). 
 
 
 
Figura 27: Localização dos perfis estudados na região de Santa Maria, RS. 
Fonte: Google Earth (2014). 
 
4.1 Identificação e caracterização regional das áreas de estudo 
 
4.1.1 Talude de corte no campus da UFSM – Santa Maria/RS 
 
A área de estudo escolhida dentro do Campus da UFSM é um afloramento 
presente em um talude, localizado as margens da estrada Pedro Fernandes da 
Silveira. Neste local foi amostrada uma camada de arenito (AMO1), de coloração 
amarelada, que pertence à parte inferior da sequencia sedimentar que constitui a 
formação Santa Maria, membro Passo das Tropas. (Figura 28). 
A camada de arenito amostrada apresenta cerca de 1 metro de espessura e 
pertence à parte inferior da sequencia sedimentar que constitui a formação Santa 
Maria, Passo das Tropas. 
 
35 
 
 
 Figura 28: Camada de arenito. 
 
4.1.2 Voçoroca Buraco Fundo no distrito de São Valentim – Santa Maria/RS 
 
A área de estudo no Distrito de São Valentim é uma voçoroca denominada 
pelos moradores da região de “Buraco Fundo”, com aproximadamente 300 m de 
extensão e 180 m de largura. A voçoroca está localizada na comunidade Alto das 
Palmeiras, na microbacia do Arroio Sarandi. 
Neste perfil foram coletadas amostras características de três 
horizontes/camadas de solo e rocha (Figura 29). O horizonte A/B pedológico (AMO2) 
apresenta aproximadamente 1,0 m de espessura. Este horizonte transiciona para 
uma camada de alteração, com espessura elevada, denominada de rocha alterada 
(AMO3) (Figura 30). Abaixo desta, encontra-se uma fina camada de siltito maciço, 
não analisada neste trabalho, e na base da voçoroca encontra-se uma camada de 
arenito (AMO4) (Figura 31), que forma uma parede vertical com aproximadamente 
9,3 m de altura. 
 
 
36 
 
 
Figura 29: Horizontes que compõem a voçoroca Buraco Fundo. 
Fonte: Adaptado de Fernandes (2011). 
 
 
 
Figura 30: Horizonte A/B Pedológico e Rocha Alterada. 
 
37 
 
 
 
Figura 31: Camada de Arenito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
 
5.1 Ensaios de Caracterização Geotécnica dos materiais 
 
 
A Tabela 02 apresenta os resultados dos ensaios para determinação dos 
limites de Atterberg (liquidez e plasticidade) e da massa específica real dos grãos 
realizados neste estudo, regidos pelas normas da ABNT: NBR 6508, 7181, 6459 e 
7180. 
 
Tabela 02 - Massa específica real dos grãos e Limites de Atterberg 
 
SOLO 𝛾𝑠 (kN/m³) LL(%) LP(%) IP(%) 
AMO1 (Arenito Passo das Tropas) 25,66 - - NP 
AMO2 (Horizonte A/B Pedológico) 25,16 34 18 16 
AMO3 (Rocha Alterada) 25,80 60 32 28 
AMO4 (Arenito São Valentim) 25,05 30 NP 30 
 
Obs: 𝛾
𝑠
= massa específica real dos grãos; Ll = limite de liquidez; Lp = limite de plasticidade; IP = 
índice de plasticidade 
 
 
A AMO1 apresentou índice de plasticidade nulo, sendo considerado um solo 
sem plasticidade. Já as AMO2, AMO3 e AMO4 apresentaram-se altamente plásticas, 
atingindo IP de 16, 28 e 30% respectivamente. Em relação ao limite de liquidez, as 
amostras AMO2, AMO3 e AMO4 apresentaram valores significativos de 
porcentagens variando entre 30 e 60%. Quanto ao limite de plasticidade, as 
amostras AMO1 e AMO4 apresentaram-se não plásticas enquanto que as amostras 
AMO2 e AMO3 apresentaram porcentagens de 18 e 32%. 
Quanto à massa específica, as amostras apresentaram valores consistentes 
com a mineralogia da camada, apresentando valores de 25,66 kN/m³ para a AMO1, 
25,16 kN/m³ para a AMO2, 25,80 kN/m³ para a AMO3 e 25,05 kN/m³ para a AMO4. 
39 
 
Os solos estudados foram classificados pelo Sistema Unificado de 
Classificação dos Solos (SUCS) e pelo HBR (Highway Research Board), esse último 
mais utilizado na caracterização de solos para uso em estradas. A análise 
granulométrica foi realizada com e sem o uso de defloculante (hexametafosfato de 
sódio) e seus resultados estão apresentados na Tabela 03. A divisão adotada para 
as frações constituintes do solo foram retiradas da NBR 6502. 
 
Tabela 03 - Análise Granulométrica e Classificação dos Solos 
 
SOLO 
Frações Granulométricas (%) 
Classificação 
Geotécnica 
Pedr. Ar. Grossa Ar. Média Ar. Fina Silte Argila HRB SUCS 
AMO1 0 23 54 11 9 3 A-2-4 SM 
AMO2 0 15 33 15 22 15 A-6 SC 
AMO3 0 1 5 12 28 54 A-7-5 MH 
AMO4 0 0 35 44 8 13 A-2-4 SM 
 
Obs: HBR = Highway Research Board; SUCS = Sistema Unificado de Classificação de Solos 
 
 
A camada de arenito do talude de corte da UFSM (AMO1) e a camada de 
arenito da voçoroca Buraco Fundo de São Valentim (AMO4) apresentaram pouca 
porcentagem de finos (silte + argila), predominando na fração grossa areia média. 
Texturalmente, estas camadas foram classificadas como areias siltosas. Segundo o 
Sistema Unificado de Classificação dos Solos as amostras são areias siltosas (SM). 
A classificação HBR, apresentou as camadas como sendo solos granulares finos 
siltosos (A-2-4) havendo concordância entre as duas classificações. 
O horizonte A/B pedológico (AMO2) também localizado na voçoroca Buraco 
Fundo apresentou predominantemente na fração grossa, areia média. Segundo o 
sistema SUCS, o mesmo é uma areia argilosa (SC), o que confronta com a 
classificação HBR em que foi classificado como uma argila siltosa mediamente 
plásticas com pouco ou nenhum material grosso (A-6). Já é de conhecimento na 
40 
 
área geotécnica as limitações desses sistemas de classificações tradicionais, 
quando utilizados em solos de regiões tropicais. 
A camada subsequente, rocha alterada (AMO3) foi classificada segundo a 
SUCS como um silte elástico (MH). Quanto a HBR, foi classificada como uma argila 
plástica com presença de matéria orgânica. De acordo com a análise 
granulométrica, a amostra apresentou predominância de material fino, sendo 54% 
fração argila. 
Nas Figuras 32, 33, 34 e 35 são apresentados gráficos dos ensaios de 
granulometria com e sem uso de defloculante juntamente com as curvas 
granulométricas das quatro camadas estudadas (AMO1, AMO2 AMO3 e AMO4), 
mostrando a porcentagem passante e a porcentagem retida em cada peneira e os 
limites entre cada fração granulométrica. 
 
41 
 
 
 
Figura 32: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante da AMO1. 
 
 
 
Figura 33: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante da AMO2. 
 
42 
 
 
 
Figura 34: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante da AMO3. 
 
 
 
Figura 35: Comparação das curvas granulométricas com e sem uso de defloculante da AMO4. 
 
43 
 
 
5.2 Ensaios de Compactação e CBR 
 
 
Para cada uma das 4 amostras de solos mencionadas neste trabalho, foram 
realizados ensaios de compactação na energia normal a fim de se obter a umidade 
ótima de cada material pra realização do ensaio Mini-MCV. De posse dos resultados 
do teor de umidade ótima e da massa específica aparente seca máxima, foram 
realizados os ensaios de CBR. Os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 
04. 
Observa-se que as amostras AMO2 e AMO4, na umidade ótima, apresentam 
valores baixos de expansão,

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