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CLT COMENTADA Arts. 442 a 476 Reforma Trabalhista Lei n. 13.467/2017 Getúlio Zenit Alves Graduado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Paulista Docente do Instituto Brasileiro de Capacitação e Gestão - IBCG Docente da Escola Superior de Capacitação Profissional - ESCAPR CLT COMENTADA Arts. 442 a 476 Reforma Trabalhista Lei n. 13.467/2017 Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem autorização por escrito do autor. O infrator ficará sujeito, nos termos da Lei nº 6.895, de 17/12/80, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.610, de 19/02/98, à penalidade prevista nos artigos 184 e 186 do Código Penal, a saber: reclusão de um a quatro anos. © Copyright by Ozéias de Jesus dos Santos Ficha catalográfica ___________________________________ 342.68 Campinas, 2018. 23cm. 1. CLT Comentada Direito do Trabalho. I. Título. ___________________________________ Edição 2018 Principais obras: Dicionário de Terminologia Jurídica - 1950 pgs. Ed. Vale do Mogi Resenha Fiscal - 1368 pgs. Editora Vale do Mogi Concurso de Cartório - 936 pgs. Editora Syslook Adoção - 300 pgs. Editora Syslook Manual do Advogado On Line - 1966 pgs - Ed. Tradebook Office Jurídico - 1980 pgs. Editora Vale do Mogi Prática Forense do Inquilinato e Condomínio - 1350 pgs - Editora Vale do Mogi Prática Forense e Administrativa do Código de Defesa do Consumidor- 1810 pgs - Editora Vale do Mogi Vademecum Jurídico, Militar, Comercial, Acadêmico, Canônico, Ambiental e Funerário - 1300 pgs. Editora Vale do Mogi Prática Forense do Direito das Sucessões - 1850 pg. - Editora Quorum Divórcio Constitucional - 300 pgs. - Editora Syslook Prática do Direito de Família e RCPN - 1300 pgs. - Editora Vale do Mogi Petições Cíveis - 300 pgs. - Editora Vale do Mogi Abalo de Crédito - 300 pgs. - Editora Vale do Mogi Contratos - 1100 pgs. - Editora Vale do Mogi Direito Registral e Notarial - 300 pgs. - Editora Vale do Mogi Posse - 1300 pgs. - Editora Fapi Dia-a-dia do Advogado - 1300 pgs. - Editora Fapi Tributos, Contribuições e Taxas - 7.000 pgs. - Editora Syslook Ações Possessórias - 300 pgs. - Editora Vale do Mogi Prática de Registros Públicos - 1300 pgs. - Editora Fapi Concurso para Juiz. 26 volumes. 5.600 pgs. Ed. Vale do Mogi. CLT Comentada. 11 volumes. 7.500 pgs. Ed. Vale do Mogi Alfarrábios Al-Farabi foi um filósofo que viveu em Bagdad no Século IX. De seu nome e fama resultou o antropônimo alfarrábio, cujo significado é “colecionador ou vendedor de alfarrábios”. Modernamente, alfarrábio significa escrito, livro ou livreiro. A transmissão do conhecimento envolve uma complexa cadeia, onde temos os pensadores, que ousando externar seus conhecimentos e experiências se tornam autores. Na sequência temos os investidores ou editores, os quais, acreditando na empreitada, arriscam seu capital para que o que existia no mundo das ideias passe para o mundo concreto, por meio do livro. De forma simples, está no final desta cadeia o “Alfarrábio” ou distribuidor dos livros, que os fazem chegar ao consumidor final, para lhes trazer alívio, conhecimento e principalmente oferecer oportunidade para novos e mais aprimorados pensamentos, dos quais, se espera, que nasçam novos escritores e inúmeros livros. Neste sentido, dentre os inúmeros distribuidores, aos quais muito deve o mundo jurídico, quero destacar os modernos alfarrábios Shintaro Mizuno, Satoru Mizuno, Yoshiro Mizuno, Katsuso Mizuno, Juarez Cordeiro de Oliveira, João Roberto Parizatto Alberto Messias de Lima, Cláudia Pereira Cristo, Kleber de Lima, Odamiron Mascarenhas, Emir da Silva, Irene M. Reberte, Edson Jordão, Vladimir Elias Santos, Katsuso Mizuno, Mário Emílio Riquelme, Mário Roberto Russo, Denis Heiffig, Roberto Serrano, Juliana Mizuno, Gilberto Mizuno, Ramon Mizuno, e Roberto Manoel Santos. A eles esta singela homenagem do autor. Dedicatória O labor de um glosador é algo de difícil comparação. Lê, procura, compara, indaga, sonha, viaja, se empolga e ousa transferir sua intertextualização do mundo das ideias para o mundo concreto. Depois de muito tempo de labuta incompreendida, vez que seu trabalho é silencioso, sem destaque, quase anônimo, em razão disso, aqueles que o cerca por não verem algo palpável, por vezes chegam a duvidar de que se trata de alguém que trabalha. Pior, quando indagam: como o “livro” está indo? Se deparam com a honestidade do autor que por relatar as imensas fases a serem superadas, descreem na tão almejada finalização. Finalmente, depois de incontáveis, anos, meses e horas, o autor brada ao mundo que sua obra está terminada. Começa nova e difícil jornada. Quem ousará aplicar seu capital na produção e edição de um livro? Quando finalmente encontra o investidor, tem, que, por vezes, quase que reescrever seu livro para amoldá-lo ao gosto do editor. Daí até receber seus merecidos direitos autorais, vai mais umas três novelas. Do início até o final, o autor teve que se manter como pode, vez que é apenas no final que ele tem a paga pela sua ousadia de oferecer suas ideias ao mundo. Durante este lapso temporal da criação até a edição, o escritor vive do incentivo dos familiares e amigos, do sonho de com sua obra alcançar sucesso, da mesma forma que seus ídolos alcançaram. Pelo incentivo e reconhecimento, esta obra é dedicada a meus amigos: Dra. CaL Ana Paula Arruda Dr. Armando Gasparetti Neto Dra. CaL Fabiana Cristina Toledo Machado CaL Isabel Cristina Melani CL José Roberto Melani Dr. Antonio Carlos Chiminazzo Dr. Gustavo Garcia Francisco Dra. Denise Kussaba A vocês o carinho deste autor. Decálogo do Advogado ESTUDA - O Direito se transforma constantemente. Se não segues seus passos, serás cada dia um pouco menos advogado; PENSA - O Direito se aprende estudando, mas se exerce pensando; TRABALHA - A advocacia é uma área de fadiga posta a serviço da justiça; LUTA - Teu dever é lutar pelo Direito. Mas no dia em que encontrares o Direito em conflito com a Justiça, lute pela Justiça; SÊ LEAL - Leal para com teu cliente, a quem não deves abandonar até que compreenda que é indigno de ti. Leal com o adversário, ainda mesmo que ele seja desleal contigo. Leal para com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que tu dizes e que, quanto ao direito, vez por outra, deve confiar no que tu lhe invocas; TOLERA - Tolera a verdade alheia na mesma medida em que seja tolerada a tua; TEM PACIÊNCIA - O tempo se vinga das coisas que se fazem sem a sua colaboração; TEM FÉ - Tem fé no direito, como o melhor instrumento para a convivência humana; na justiça, como destino normal do direito; na paz, como substituto da justiça; e, sobretudo, tem fé na liberdade sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz; ESQUECE - A advocacia é uma luta de paixões. Se, em cada batalha, fores enchendo a tua alma de rancor, chegará um dia em que a vida será impossível para ti. Terminado o combate, esquece logo tua vitória, como tua derrota; AMA TUA PROFISSÃO - Trata de considerar a advocacia de tal maneira, que no dia em que teu filho lhe peça conselho sobre o seu destino, consideres uma honra para ti, propor-lhe que se torne ADVOGADO... Sumário CLT COMENTADA Arts. 442 a 476 Reforma Trabalhista Lei n. 13.467/2017 Principais obras: Alfarrábios Dedicatória Decálogo do Advogado TÍTULO IV DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Trabalho Autônomo Trabalhador autônomo e cláusula de exclusividade Contrato de Trabalho Intermitente Trabalho Intermitente e a Necessidade da Empresa Benefícios trabalhistas no Trabalho Intermitente Trabalho Intermitente e Contribuições à Previdência Trabalho Intermitente e Férias Contrato de Trabalho Intermitente Forma de Convocação do Trabalhador Intermitente Casos de Convocação do Trabalhador IntermitenteRecusa do Trabalhador Intermitente Chamado do Trabalhador Intermitente por diferentes Contratantes Atividades que se enquadram no trabalho intermitente Trabalho Intermitente e Trabalho Constante Habitual Na hipótese do trabalho ser constante e habitual, não pode ser enquadrado como intermitente. Benefícios do Trabalhador intermitente Diferença entre o trabalho intermitente, trabalho temporário e Terceirização Não convocação do Trabalhador Intermitente Multa por descumprimento do acordo Período de Inatividade do Trabalhador Intermitente Tempo de Inatividade do Trabalhador e Rescisão do Contrato Direitos do Trabalhador intermitente na rescisão do contrato Trabalhador Intermitente e saque do FGTS Carência para o trabalhador demitido ser recontratado pela mesma empresa Trabalho Intermitente ou sob Demanda Salários Altos Acordo Salarial Período de Inatividade Rescisão do Contrato Intermitente Distrato dos Contratos Intermitentes Verbas Rescisórias do Contrato Intermitente Quarentena de Contratação Recolhimento das Contribuições Acordo Salarial Salários Altos Sucessão Empresarial Subsistência dos Direitos Trabalhistas Trabalho Intermitente Rescisão de Contrato do Trabalho Pedido de Demissão Extinção do Contrato por Prazo Determinado Aposentadoria Contrato de Sub-empreitada Padrão de Vestimenta Rotina Trabalhista Trabalho Temporário Empresa de Trabalho Temporário Empresa Tomadora de Serviço ou Cliente Trabalhador Temporário Funcionamento da Empresa - Registro no MTE Modelo da Anotação na CTPS do Trabalhador Proibições Contrato de Prestação de Serviço Temporário Prorrogação do Contrato Direitos do Trabalhador Temporário Direitos Trabalhistas Direitos Previdenciários Outros Direitos Direitos Rescisórios Rescisão antecipada por parte do empregado: Contrato Escrito de Trabalho Temporário Justa Causa no Trabalho Temporário Justa Causa do Empregado Justa Causa do Empregador Local de Trabalho do Trabalhador Temporário - Consideração Acidente do Trabalho Folha de pagamento, contribuições previdenciárias e GFIP GPS dos Trabalhadores Temporários GPS dos Empregados Permanentes Retenção de 11% sobre a Nota Fiscal da Prestação de Serviço do Trabalho Temporário GFIP Falência da Empresa de Trabalho Temporário Registro de Empresa de Trabalhador Temporário Rotina Trabalhista Aposentadoria por Tempo de Serviço ou Idade Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Trabalhador(a) Avulso(a) Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Professor(a) Informação complementar: Direito adquirido Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Empregado(a) Doméstico(a) Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Contribuinte Individual/Facultativo Exigências cumulativas para o recebimento deste tipo de benefício: Aposentado que retorna à atividade Benefícios assegurados ao aposentado que retorna à atividade Rotina Trabalhista Sucessão de Empregadores Hipóteses de sucessão Empregador - Empresa Requisitos caracterizadores da sucessão Responsabilidade da empresa sucessora Alteração na documentação Mudança de data base FGTS - SEFIP Terceirização CAPÍTULO II DA REMUNERAÇÃO Salários e sua Composição Verbas Remuneratórias Direitos Negociáveis Natureza Salarial do Prêmio e sua Integração Pagamentos Legais Auxílio Alimentação Equivalência Salarial Turnos ininterruptos de revezamento Isonomia Salarial Acúmulo de Funções e Caracterização Jurisprudência Identidade de Função e Valor Equiparação Salarial em Cadeia Diferenças salariais Desconto nos Salários Multa por atraso do Pagamento Jurisprudência Prestação do Salário em Espécie Pagamento salarial em moeda estrangeira Adicional de Transferência Jurisprudência Recibo de Pagamento de Salário Jurisprudência Pagamento do Salário em Dia e Local Jurisprudência Pagamento de Comissões e Percentagens Reflexos da parcela denominada Guelta Intervalo intrajornada. Supressão parcial Jurisprudência Pagamento da Verba Incontroversa Responsabilidade Subsidiária Rotina Trabalhista Vale Transporte Utilização do Vale Transporte Benefícios do Vale Transporte Servidores Públicos Estaduais e Municipais Empregador – Desobrigação Não Cobertura de Todo Trajeto Fornecimento em Dinheiro – Vedação Requisitos Para o Exercício do Direito de Receber Falta Grave Custeio do Vale Transporte Proporcionalidade do Desconto Faltas/Afastamentos – Devolução Base de Cálculo Para o Desconto Valor Inferior a 6% Quantidade e Tipo de Vale-Transporte - Obrigação do Empregador Comprovação da Compra Natureza Salarial - Não Constituição Empregado que Utiliza Veículo Próprio Rotina Trabalhista Salário-Família - Documentação que deve ser apresentada pelo Empregado Declaração e termo de responsabilidade Apresentação de comprovantes Comunicação Suspensão do Benefício Guarda dos Documentos CAPÍTULO III DA ALTERAÇÃO Alteração Contratual Adicional de Transferência Obrigatoriedade do Adicional Transferência Provisória - Remoção Despesas da Transferência Rotina Trabalhista Transferência do Local de Trabalho Despesas de Transferência Com Mudança de Domicílio Sem Mudança de Domicílio Adicional de Transferência Impossibilidade de Transferência – Líder Sindical Transferência de Representante da CIPA Transferência Para Empresa do Mesmo Grupo Transferência Definitiva Livro ou Ficha de Registro do Empregado Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED RAIS FGTS Prática Adicional de Transferência Adicional de Transferência e seus Reflexos CAPÍTULO IV DA SUSPENSÃO E DA INTERRUPÇÃO Suspensão Disciplinar Gravidade do Ato Faltoso Rotina Trabalhista Advertência e suspensão disciplinar Advertência Suspensão Requisitos essenciais Efeitos no contrato individual de trabalho Férias 13º Salário Recusa do empregado em receber a penalidade Duração da suspensão Modelo de carta de advertência Carta de advertência Modelo de suspensão disciplinar Bibliografia TÍTULO IV DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. (Incluído pela Lei nº 8.949, de 9.12.1994) Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. (Incluído pela Lei nº 11.644, de 2008). Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no Art. 3º desta Consolidação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no Art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde quecumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o Art. 3º. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo único renumerado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) b) de atividades empresariais de caráter transitório; (Incluída pelo Decreto- lei nº 229, de 28.2.1967) c) de contrato de experiência. (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do Art. 451. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 446 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 447 - Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. § 1º - Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito. (Redação dada pela Lei nº 6.449, de 14.10.1977) § 2º - Havendo concordata na falência, será facultado aos contratantes tornar sem efeito a rescisão do contrato de trabalho e consequente indenização, desde que o empregador pague, no mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao empregado durante o interregno. Art. 450 - Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, interinamente, ou em substituição eventual ou temporária, cargo diverso do que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do tempo naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior. Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. (Vide Lei nº 9.601, de 1998) Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vinte e quatro horas para responder ao chamado, presumida, no silêncio, a recusa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4º (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 5º (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 6º Na data acordada para o pagamento, observado o disposto no § 11, o empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - remuneração; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) III - décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) IV - repouso semanal remunerado; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) V - adicionais legais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 7º O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 8º (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 10. O empregado, mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três períodos, nos termos dos § 1º e § 2º do Art. 134. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 11. Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o § 6º não poderá ser estipuladopor período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 13. Para os fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social a partir da data do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto § 3º do Art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 14. O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos termos do disposto no § 3º do Art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 15. Constatada a prestação dos serviços pelo empregado, estarão satisfeitos os prazos previstos nos § 1º e § 2º. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - locais de prestação de serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) II - turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) III - formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) IV - formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos dos § 1º e § 2º do Art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-C. Para fins do disposto no § 3º do Art. 443, considera-se período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente haja sido convocado e tenha prestado serviços nos termos do § 1º do Art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º No contrato de trabalho intermitente, o período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja remuneração por tempo à disposição no período de inatividade. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-D. Decorrido o prazo de um ano sem qualquer convocação do empregado pelo empregador, contado a partir da data da celebração do contrato, da última convocação ou do último dia de prestação de serviços, o que for mais recente, será considerado rescindido de pleno direito o contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-E. Ressalvadas as hipóteses a que se referem os Art. 482 e Art. 483, na hipótese de extinção do contrato de trabalho intermitente serão devidas as seguintes verbas rescisórias: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - pela metade: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) a) o aviso prévio indenizado, calculado conforme o Art. 452-F; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, prevista no § 1º do Art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º A extinção de contrato de trabalho intermitente permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do inciso I-A do Art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990, limitada a até oitenta por cento do valor dos depósitos. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º A extinção do contrato de trabalho intermitente a que se refere este artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-F. As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados apenas os meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no intervalo dos últimos doze meses ou o período de vigência do contrato de trabalho intermitente, se este for inferior. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º O aviso prévio será necessariamente indenizado, nos termos dos § 1º e § 2º do Art. 487. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-G. Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente pelo prazo de dezoito meses, contado da data da demissão do empregado. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-H. No contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações, observado o disposto no Art. 911-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 453 - No tempo de serviço do empregado, quando readmitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se aposentado espontaneamente. (Redação dada pela Lei nº 6.204, de 29.4.1975) § 1º Vide ADIN 1770-4). § 2º O ato de concessão de benefício de aposentadoria a empregado que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, ou trinta, se mulher, importa em extinção do vínculo empregatício, (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) (Vide ADIN 1721-3). Art. 454 - Na vigência do contrato de trabalho, as invenções do empregado, quando decorrentes de sua contribuição pessoal e da instalação ou equipamento fornecidos pelo empregador, serão de propriedade comum, em partes iguais, salvo se o contrato de trabalho tiver por objeto, implícita ou explicitamente, pesquisa científica. (Vide Lei nº 9.279, de 14.5.1996) Parágrafo único. Ao empregador caberá a exploração do invento, ficando obrigado a promovê-la no prazo de um ano da data da concessão da patente, sob pena de reverter em favor do empregado da plena propriedade desse invento. (Vide Lei nº 9.279, de 14.5.1996) Art. 455 - Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro. Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações previstas neste artigo. Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito. (Vide Decreto-Lei nº 926, de 1969) Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimentano meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Trabalho Autônomo O autônomo, com pessoalidade na prestação do serviço não poderia atuar como na legislação anterior, em razão de geração de vínculo empregatício, mas agora, pode ser contratado. A consolidação das Leis do Trabalho, com as alterações da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 e da Medida Provisória 808, de 2017, estabelece que: “Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação. (Lei 13.467, de 13.07.2017)” “Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)” Para isso, exige-se contrato descrevendo toda a atividade a ser realizada. Esta modalidade de serviço não gera vínculo empregatício. Trata-se de contratação por tempo determinado, para a atividade que necessitar. O novo art. 442-B da CLT prevê que “a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação”. O objetivo final da norma é precarizar a relação de trabalho e institucionalizar a fraude, obrigando o trabalhador a se inscrever como “autônomo” na Previdência Social e, assim, elidir os direitos que a relação de emprego lhe assegura. Trata-se de prática que, pelo simples artifício da constituição de uma condição de “autônomo”, ainda que presentes a subordinação e a regularidade do exercício da atividade e com exclusividade a um contratante, tem o propósito de afastar a relação de emprego e, com isso, os encargos trabalhistas. A simples contratação do “autônomo”, na forma do dispositivo, já seria suficiente para afastar a qualificação como empregado. O que caracteriza a relação de emprego são a subordinação e a prestação contínua do trabalho, na forma do art. 3º da CLT, que assim estipula: “Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” Trata-se de permissivo legal que torna nula a integralidade do art. 7º da Constituição, caracterizando fraude à Constituição. Qualquer outra “interpretação” é burla à Constituição, que em seu art. 7º assegura o rol dos direitos dos empregados. Dessa forma, não é válida a proposição, que nesse dispositivo mais uma vez revela o seu caráter perverso e excludente. Trabalhador autônomo e cláusula de exclusividade O legislador incluiu os §§ 1º ao 6º ao art. 442-B do Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, buscando conferir maior clareza à contratação do trabalhador autônomo, inclusive para aquelas atividades e profissões reguladas por leis específicas, vedando cláusula de exclusividade em contratos dessa natureza, sob pena de reconhecimento de vínculo empregatício, caso cumpridos os requisitos previstos no art. 3º da CLT. Em relação ao Autônomo, o legislador trouxe proibição da cláusula de exclusividade no contrato de prestação de serviços do autônomo, mas não condena a prestação de serviços a apenas um tomador de serviços. Poderá o autônomo poderá prestar serviços para diversos contratantes e poderá recusar a realização de atividades demandadas pelo contratante. Vejamos o teor do artigo 442-B: “Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)” Referidas modificações visam salvaguardar a atividade dos autônomos, especialmente aqueles que, por uma questão prática, prestam serviços a apenas um tomador. Caso permaneçam a descoberto, atividades como a de venda direta de produtos serão postas em risco, haja vista a insegurança jurídica promovida por diferentes decisões judiciais de reconhecimento de vínculo empregatício. Ao mesmo tempo,assevera que, preenchidos os requisitos previstos no art. 3º da CLT, notadamente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. Verifica-se com a nova redação, que o autônomo exclusivo não pode ocorrer, eis que o legislador propõe nova regra para o trabalho autônomo, vedando cláusula de exclusividade, para não configurar vínculo empregatício. “Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços”. O legislador veda a celebração de cláusula de exclusividade e permite o vínculo de emprego reconhecido, se presentes os elementos do art. 3º da CLT (Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário). A norma prevê que não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços, sendo que prevê que o autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo. A lei prevê que os motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º. Contrato de Trabalho Intermitente Buscando melhor definir os elementos que caracterizam o regime de contratação de trabalho intermitente, alterou-se o art. 452-A e incluir os arts. 452-B a 452-H ao Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, para não restar dúvida quanto às diferenças desta forma de contração das demais já previstas na legislação, como o contrato por prazo indeterminado, o contrato com jornada parcial e o contrato temporário. Vejamos o teor dos referidos artigos: “Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vinte e quatro horas para responder ao chamado, presumida, no silêncio, a recusa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 6º Na data acordada para o pagamento, observado o disposto no § 11, o empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - remuneração; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) III - décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) IV - repouso semanal remunerado; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) V - adicionais legais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017) § 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 10. O empregado, mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três períodos, nos termos dos § 1º e § 2º do art. 134. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 11. Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o § 6º não poderá ser estipulado por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 13. Para os fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social a partir da data do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto § 3º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 14. O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos termos do disposto no § 3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) § 15. Constatada a prestação dos serviços pelo empregado, estarão satisfeitos os prazos previstos nos § 1º e § 2º. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) I - locais de prestação de serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) II - turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) III - formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços; (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) IV - formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos dos § 1º e § 2º do art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) ... Art. 452-H. No contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações, observado o disposto no art. 911-A. (Incluído pelaMedida Provisória nº 808, de 2017)” Da exegese do artigo 452-A constata-se o estabelecimento de que o contrato de trabalho intermitente deverá ser celebrado por escrito e registrado em carteira de trabalho, ainda que previsto em acordo ou convenção coletiva, e estabelece também integrantes básicos deste contrato de trabalho, como identificação, valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, as parcelas integrantes do pagamento imediato (remuneração, férias proporcionais com acréscimo de um terço, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado e adicionais legais), dentre outros dispositivos. Os direitos do trabalhador em contrato intermitente, estão dispostos no § 13, estabelecendo que o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social, empregado com contrato de trabalho intermitente, a partir da data do início da incapacidade, não se aplicando o disposto no § 3º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991. Já o §14 estabelece que o salário maternidade da contratada para prestação de trabalho intermitente será pago diretamente pela Previdência Social, aplicando-se o disposto no §3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991. Trata-se de provisões indispensáveis para a correta estipulação dos direitos do trabalhador intermitente, que não estiveram disciplinados na Lei nº 13.467, de 2017. O legislador no artigo 452-B convenciona que é facultado às partes convencionar no instrumento contratual os locais de prestação de serviços, os turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços, as formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços e o formato de reparação recíproca em caso de cancelamento de serviços previamente agendados. Ao alterar texto original da Lei nº 13.467, de 2017, o novo texto propõe-se também a eliminar a multa de 50% (cinquenta por cento),prevista para os casos de descumprimento contratual. Assim, no tocante ao trabalho intermitente, o legislador realizou diversos ajustes nas regras deste regime, incluindo cálculos rescisórios, prazo para pagamento da remuneração, aviso prévio, férias, licença-maternidade etc. Dessume-se que quanto ao trabalho intermitente o legislador restou regulamentando esta espécie de contrato de trabalho, de forma que agora há uma carência para que se possa contratar trabalhador demitido, que antes tinha contrato por tempo indeterminado. “Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente pelo prazo de 18 meses, contado da data da demissão do empregado”; Impende salientar que o artigo 452-H estabelece que “No contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações, observado o disposto no art. 911-A”. Ocorre que a inconstitucionalidade da matéria do referido artigo restaram discutidas conforme teses aprovadas na II JORNADA realizada pela ANAMATRA: “É inconstitucional o regime de trabalho intermitente previsto no art. 443, § 3º, e art. 452-A da CLT, por violação do art. 7º, I e VII da constituição da república e por afrontar o direito fundamental do trabalhador aos limites de duração do trabalho, ao décimo terceiro salário e às férias remuneradas”. “A proteção jurídica do salário mínimo, consagrada no art. 7º, VII, da Constituição da República, alcança os trabalhadores em regime de trabalho intermitente, previsto nos arts. 443, § 3º, e 452-A da CLT, aos quais é também assegurado o direito à retribuição mínima mensal, independentemente da quantidade de dias em que for convocado para trabalhar, respeitado o salário mínimo profissional, o salário normativo, o salário convencional ou o piso regional”. Ainda do escólio dos eminentes juristas Jorge Luiz Souto Maior e Valdete Souto Severo, extraímos as seguintes passagens: “e) Art. 442-B De plano, há de se destacar que causa espécie uma legislação trabalhista se preocupar em regular o trabalho autônomo, pois o que o Direito do Trabalho normatiza é o outro lado dessa moeda, qual seja, o trabalho subordinado. A intenção é clara: abrir supostos espaços legais para que um trabalho subordinado seja compreendido como autônomo e, consequentemente, não tenha a incidência dos direitos trabalhistas. Trata-se, pois, de um movimento autofágico de uma lei trabalhista que está preocupada com a sua própria negação. Tarefa ingrata, no entanto, vez que os artigos 2º e 3º da CLT continuam vigentes e definem, de maneira há muito integrada à doutrina trabalhista, as figuras do empregador e do empregado, respectivamente. E o artigo 9º da CLT, ademais, deixa claro que “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.” O art. 442-B tem seu caput alterado para supressão da expressão "com ou sem exclusividade”. Novamente trata-se de resposta às críticas formuladas à possibilidade de contratação de autônomo exclusivo. De novo, nada além do reconhecimento das incoerências da lei e, portanto, de veracidade das críticas a ela formuladas por juízes e advogados. Esse dispositivo ganha o § 1º, estabelecendo que “É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput”, ou seja, o exato contrário do que havia disposto a lei cuja vigência não tinha sequer uma semana! É certo que não apenas a exclusividade determina a caracterização da relação de emprego e que essa redação não afastará, como aliás pontua Ferraço em seu relatório, quando afirma, em relação à “reforma”, que: “nenhum destes dispositivos afasta a competência da Justiça de Trabalho de reconhecer a relação de emprego quando presentes os seus requisitos, previstos nos arts. 2o e 3o da CLT: trabalho prestado por pessoa física, pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação”. O § 2º incluído nesse dispositivo estabelece que “não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços”. É certo o fracasso de regras que pretendam dizer o que não é determinada relação social, assim como é certa a importância que a primazia da realidade tem na análise jurídica dessas relações. O texto normativo está gastando palavras inutilmente, pois é como se dissesse: empregado é empregado; autônomo é autônomo! O § 3º dispõe que “O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo”. Mais uma tremenda bobagem. Dispor, em lei, que o trabalhador pode ter mais de um vínculo de trabalho, seja ele autônomo ou subordinado, é nada dizer. É exatamente o mesmo que ocorre em relação à disposição de que: “Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato” (§ 4º). O § 5º, cuja redação é “Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º”. Chuva no molhado, que, de todo modo, revela a tentativa desesperadora de conseguir que a lei “golpista” permita que se cometam fraudes contra a ordem jurídica. Incide no mesmo equívoco e com um agravamento: segue não havendo disposiçãoexpressa acerca de quais seriam esses “requisitos legais” a serem observados. Resta, novamente, a proposição: autônomo é autônomo, empregado é empregado! O § 6º dispõe que “presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício”. Ainda bem que a MP 808 disse isso, pois, do contrário, nenhum profissional da área jurídica trabalhista saberia! Fica, no entanto, a dúvida: seria soberba ou ignorância daqueles que elaboraram a MP? Da análise do conjunto da “reforma” pende-se mais para a soberba, pois em algumas passagens da Lei nº 13.467/17 chega-se a dizer que a Constituição deve ser respeitada, como se o respeito a Constituição dependesse dessa “autorização”. Ao menos se tem aqui, nesse dispositivo da MP, a confissão de que a regulação não passou de uma tentativa de fraudar a lei por meio da lei, afastando a configuração da relação de emprego onde efetiva relação de emprego existe. O § 7º fixa que "o disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante." A nossa criatividade para dizer a mesma coisa de maneiras diferentes não é tão grande quanto a dos autores da MP, então não temos mais nada a dizer a respeito, ficando, assim, sem comentário o § 7º. f) Art. 452-A O Art. 452-A foi alterado em seu caput, para substituir a expressão “deve ser celebrado” por “será celebrado” e para acrescentar (desnecessariamente, haja vista o art. 29 da CLT) a expressão “registrado na CTPS”. Acrescenta, ainda, o aposto “ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva”, também irrelevante no contexto da “reforma”, porque não estabelece a necessidade de previsão em norma coletiva, apenas a faculdade. A expressão "deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não”, que continha o caput desse dispositivo passa a constar nos incisos a ele acrescidos. O inciso I determina que conste do contrato “identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes”, o II “valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12”. A exigência de observância do valor devido aos demais empregados passa a constar no § 12: “O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função”. Mantém-se, no entanto, como letra morta, o disposto na Constituição, inciso VII, art. 7º, a “garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável”, sob o falso argumento de que o recebimento do salário mínimo é apenas devido a quem cumpre jornada integral de oito horas, o que se trata de uma interpretação totalmente indevida da Constituição, que em nenhum momento diz isso. Pela obrigatoriedade da literalidade, salário mínimo é o mínimo e ponto! Incluiu-se, ainda, no art. 452-A, o inciso III, determinando que conste “o local e o prazo para o pagamento da remuneração”, novamente uma resposta às críticas formuladas pela doutrina trabalhista. O § 2º piora a condição anterior, fixada pela Lei nº 13.467/17, pois em lugar de um dia útil, o empregado passa a ter “o prazo de vinte e quatro horas para responder ao chamado”. De novo, a alteração responde à crítica acerca da dificuldade, inclusive, de cômputo desse prazo, dependendo do horário em que a comunicação tiver sido feita ao empregado. A multa, absolutamente inconstitucional, não é alterada. O § 6º, que dispunha pagamento ao final de cada período de prestação de serviço e que foi amplamente criticado pela dificuldade que geraria inclusive para a contabilidade e organização do empregador, foi alterado para dispor: “Na data acordada para o pagamento, observado o disposto no § 11, o empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas.” Se a situação já era ruim para o trabalhador agora ficou pior, pois a tal “data acordada”, ainda mais em se tratando de um trabalhador intermitente, sempre será a mais distante possível do trabalho realizado. O referido § 11, acrescentado pela MP, dispõe que “Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o § 6º não poderá ser estipulado por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço”. De novo, não se trata de honrar o ajuste feito com o Parlamento, já que a única crítica tecida por Ferraço foi no sentido da não limitação das categorias para as quais tal contrato seria aplicável. A alteração é - outra vez - resposta às críticas formuladas pela doutrina trabalhista, evidenciando a má técnica legislativa. O pior é que segue admitindo que haja convocação excedendo o período de um mês e não foi incluída cláusula que garanta valor mensal mínimo de remuneração. Segue, portanto, havendo ofensa direta à Constituição, que diz que o salário mínimo é direito fundamental dos trabalhadores. A MP ainda acrescenta a esse dispositivo o § 10 dispondo que “O empregado, mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três períodos, nos termos dos § 1º e § 2º do art. 134”. Ao estabelecer a possibilidade de fracionamento corrobora a tese de que tal período deva ser remunerado, como aliás determina a Constituição, ratificando a crítica já feita no decorrer deste estudo. O § 13, também acrescentado, estabelece que “Para os fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social a partir da data do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto § 3º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991; o § 14: “O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos termos do disposto no § 3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991” e o § 15: “Constatada a prestação dos serviços pelo empregado, estarão satisfeitos os prazos previstos nos § 1º e § 2º." Ora, o § 13 pretende retirar do trabalhador o direito à remuneração em relação aos primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, promovendo um retorno à lógica do Século XVIII. Também, neste ponto, é evidente a tentativa de ajustar equívocos insuperáveis da “reforma”, ao propor modalidade de trabalho completamente precária e infensa à proteção constitucionalmente assegurada. O remendo, pior do que o soneto, apenas sublinha a percepção de que essa modalidade de contratação também está destinada ao fracasso. Acrescentou-se, ainda, um Art. 452-B, para estabelecer que “É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente: I - locais de prestação de serviços; II - turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços; III - formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços; IV - formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos dos § 1º e § 2º do art. 452-A.” como se houvesse na realidade brasileira, em que existem milhões de desempregados, alguma possibilidade de “ajuste” entre as partes para a fixação das condições de trabalho. O Art. 452-C, também acrescentado pela MP, dispõe que: “Para fins do disposto no § 3º do art. 443, considera-se período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente haja sido convocado e tenha prestado serviços nos termos do § 1º do art. 452- A”. O § 1º refere que “Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho”, o que alémde ser completamente inútil, pois como já afirmamos nada impede o trabalhador de manter mais de um vínculo de emprego, logo essa “faculdade” não precisa ter previsão legal, apenas chancela a supressão do direito constitucional às férias, pois de nada adianta um empregador reconhecer o direito ao descanso, mas a atividade laboral seguir sendo prestada para os demais. A MP reforça, assim, a perversão do sentido de liberdade, dando a entender que o trabalhador é livre quando presta serviços a muitos empregadores ao mesmo tempo, esquecendo-se de que esse dado apenas reforça a sua submissão e dependência. Esse dispositivo ganha, ainda, um § 2º, que estabelece: “No contrato de trabalho intermitente, o período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja remuneração por tempo à disposição no período de inatividade”. Além da péssima redação, esse confuso dispositivo apenas está buscando repetir o que a definição de trabalho intermitente já contempla, trazendo, ainda, um recado, numa clara tentativa de desestímulo à remuneração do período à disposição, em expressa contrariedade à norma do caput do art. 4º da CLT. Ainda assim, o que efetivamente faz é ratificar a necessidade de descaracterização dessa modalidade absurda de contrato, sempre que evidenciada a fraude. A vontade de precarizar é de tal modo intensa, que a fúria legislativa segue, criando um art. 452-D que diz: “Decorrido o prazo de um ano sem qualquer convocação do empregado pelo empregador, contado a partir da data da celebração do contrato, da última convocação ou do último dia de prestação de serviços, o que for mais recente, será considerado rescindido de pleno direito o contrato de trabalho intermitente”. Novamente é preciso pontuar que essa alteração, longe de significar resultado do pacto formulado entre Parlamento e governo, constitui uma resposta (perversa) às críticas formuladas quanto à possibilidade de o empregado permanecer eternamente vinculado ao contrato, sem qualquer chamado, perdendo, portanto, inclusive o direito à rescisão. Entretanto, a forma de solucionar o problema é ilegal, pois admite o reconhecimento da rescisão após um ano de “inatividade”, desrespeitando, portanto, o caráter sinalagmático que deve informar a relação de trabalho e rompendo com a regra de contraprestação mensal dos deveres principais dessa relação jurídica, mesmo sem a prestação de serviços. Ora, se não houver convocação por mais de um mês, já há razão suficiente para a rescisão do vínculo, mediante aplicação analógica do que dispõe o art. 474 da CLT (A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho). Incluiu-se, ainda, um art. 452-E: “Ressalvadas as hipóteses a que se referem os art. 482 e art. 483, na hipótese de extinção do contrato de trabalho intermitente serão devidas as seguintes verbas rescisórias: I - pela metade: a) o aviso prévio indenizado, calculado conforme o art. 452- F; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990; e II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas”. E § 1º: “A extinção de contrato de trabalho intermitente permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990, limitada a até oitenta por cento do valor dos depósitos”. Nada alterado, portanto, senão a forma de redação dessas regras. O § 2º desse dispositivo introduz mais uma perda de direito, como se tudo que já se produzira pela Lei nº 13.467/17 não fosse já suficiente: “A extinção do contrato de trabalho intermitente a que se refere este artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego”. Interessante que a MP não tem exposição de motivos, mas ainda que tivesse, nada justificaria que o trabalhador intermitente, já precarizado em seus direitos mais elementares, perdesse acesso ao seguro-desemprego, quando da perda involuntária do trabalho. Trata-se de regra, uma vez mais, flagrantemente inconstitucional. De todo modo, serve para demonstrar que mesmo o “regulador” não considera que o trabalho intermitente seja emprego, embora seja claro que para efeitos estatísticos, com o fim de tentar justificar o “sucesso” da “reforma” na criação de empregos vai integrar os trabalhados intermitentes ao rol dos empregos criados. Mas se é assim a modalidade criada, em sua totalidade, não passa pelo crivo da constitucionalidade, eis que aos trabalhadores a Constituição garante, no inciso I, do art. 7º, o direito à relação de emprego e, no inciso, II, o recebimento do seguro-desemprego, no caso de desemprego involuntário. Se o trabalho intermitente é emprego, os trabalhadores intermitentes terão direito ao seguro-desemprego, tantas quantas forem as suas relações. Se a modalidade não é inconstitucional, na íntegra, pois o avesso da relação de emprego é o trabalho subordinado e não pode haver, assim, relação de trabalho que não é, ao mesmo tempo, relação de emprego e trabalho autônomo. Aliás, reforça a crença do “regulado” de que não está cuidando de um emprego, a regra que estabelece, sem critério algum, o pagamento pela metade de algumas verbas rescisórias (452-F, I – acima), o que não encontra qualquer suporte constitucional. O Art. 452-F refere que “As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho intermitente. § 1º No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados apenas os meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no intervalo dos últimos doze meses ou o período de vigência do contrato de trabalho intermitente, se este for inferior”. O § 2º desse dispositivo menciona que: “O aviso prévio será necessariamente indenizado, nos termos dos § 1º e § 2º do art. 487”. Neste ponto o elaborador da MP 808 revela sua incapacidade de compreensão da legislação trabalhista. Aviso prévio é tempo. Não é rubrica. É tempo para organização do trabalhador, ou da empresa, para encarar o término do contrato. Não há, portanto, como aplicar uma regra que nega o próprio instituto que busca regular. Concretamente, todo esse emaranhado de normas regulando o trabalho intermitente é apenas um disfarce, para parecer que se estão garantindo direitos nesse tipo de trabalho, que, de fato, é um estágio muito próximo da própria supressão da condição humana do trabalhador, pois, no fundo, tudo não passará de um cálculo meramente matemático em que o empregador oferecerá um valor X para o trabalho e dentro desse valor fará uma distinção de parcelas, como se estivesse respeitando direitos, mas que, efetivamente, direitos não são. Falando da realidade, não existissem todos esses dispositivos, que, como se vê, não nada asseguram ao trabalhador, e só houvesse a possibilidade de se contratar trabalhadores pela regra da intermitência, sem direito algum, os valores desembolsados pelas empresas seriam exatamente os mesmos. Essa lógica matemática inquestionável é o suficiente para negar validade a esse tipo de contratação que, praticamente, generalizada, destrói toda a base do Estado Social brasileiro, conduzindo-nos, todos, trabalhadores intermitentes ou não, à barbárie. E não cola o argumento de que é melhor para os desempregados essa precariedade do que nada, porque todo o aparato constitucional dos direitos sociais se consagrou exatamente para romper essa lógica econômica que já foi experimentada e conduziu a humanidade a duas guerras mundiais. O “regulador” autoritário bem sabe disso, pois tenta evitar que se proceda a troca do empregado efetivo, com plenos direitos, pelo intermitente (art. 452-G), mas não consegue,e não quer, na verdade, impedir que os novos postos de trabalho sejam preenchidos por essa via precária, o que, inclusive, deixa o efetivo em situação de extrema fragilidade perante o empregador. Diz o art. 452-G: “Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente pelo prazo de dezoito meses, contado da data da demissão do empregado”. (MAIOR, Jorge Luiz Souto e SEVERO, Valdete Souto. A “reforma” já era – Parte V: MP 808, a balbúrdia total! Disponível em Fonte: http://esquerdadiario.com.br/A-reforma-ja-era-Parte-V-MP-808-a- balburdia-total. Acesso em 16.11.2017). Trabalho Intermitente e a Necessidade da Empresa Tal modalidade de trabalho não era prevista em lei e passou a existir com a reforma trabalhista. Pode a empresa pode convocar o trabalhador somente quando houver necessidade, de maneira que mesmo com registro de emprego, o salário é pago de forma proporcional, apenas por hora trabalhada, e o profissional contratado fica livre para formar vínculos com outras empresas. Na realidade, busca-se beneficiar os trabalhadores informais, aqueles que deveriam ser registrados como empregados e receber os benefícios trabalhistas previstos na lei. Quanto à remuneração do trabalho intermitente, o legislador estabelece que o trabalhador receberá o chamado salário-hora, que não poderá ser inferior ao salário mínimo ou ao dos profissionais que exerçam a mesma função na empresa, assegurado o pagamento do trabalho noturno superior à do diurno. Esse pagamento será proporcional às horas trabalhadas. Se em um determinado mês ele não for convocado, não receberá salário nesse período. Benefícios trabalhistas no Trabalho Intermitente O empregado terá direitos previstos como férias proporcionais ao tempo trabalhado mais o pagamento de 1/3, depósito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), descanso semanal remunerado e 13º salário, proporcionais ao período trabalhado. Trabalho Intermitente e Contribuições à Previdência Tratando-se de trabalho intermitente, cumpre ao empregador fazer o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado um comprovante de que cumpriu essas obrigações. O legislador estabeleceu que é necessário do trabalhador de fazer uma contribuição adicional ao INSS em caso de receber menos de um salário mínimo para ter os benefícios da Previdência e a proibição de receber seguro-desemprego. No que se refere ao auxílio-doença, o legislador estabeleceu que ele será pago ao segurado da Previdência Social a partir da data do início da incapacidade, mesmo que seja no primeiro dia de trabalho. Quanto ao salário-maternidade, este será pago diretamente pela Previdência Social. Trabalho Intermitente e Férias O trabalhador intermitente poderá parcelar as férias em três períodos. Antes, se previa que o trabalhador intermitente teria direito a um mês de férias a cada 12 meses, agora, o legislador passou a autorizar o parcelamento das férias em até três períodos. Contrato de Trabalho Intermitente Deverá haver no contrato de trabalho intermitente, especificação quanto ao período de trabalho que será executado, por número de horas, por dias ou por meses. Referido contrato deve ser feito por escrito e conter especificamente o valor da hora de trabalho. A MP prevê que as partes devem definir os seguintes pontos no contrato de trabalho intermitente: - Locais de prestação de serviços; - Turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços; - Formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços; - Formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados. Forma de Convocação do Trabalhador Intermitente Cumpre ao empregador informar ao profissional contratado sobre a jornada a ser cumprida, com pelo menos três dias corridos de antecedência. O legislador altera o prazo para o empregado responder a um chamado de trabalho intermitente após o recebimento da convocação, sendo que antes, o prazo era de um dia útil, agora, o prazo passa para 24 horas em qualquer dia. Casos de Convocação do Trabalhador Intermitente Os casos em que a empresa pode convocar o trabalho intermitente somente deve ser acionada em casos excepcionais, quando houver um fluxo maior de trabalho na empresa e o empregador precisar de mais mão de obra. Recusa do Trabalhador Intermitente O trabalhador com vínculo pode se recusar a trabalhar quando for convocado. Em caso de silêncio do convocado nesse prazo será presumida a recusa, com direito do trabalhador a prestar seus serviços para outra empresa. Chamado do Trabalhador Intermitente por diferentes Contratantes Na hipótese do trabalhador ter cinco contratantes diferentes, ele terá direito a esses benefícios com todos eles, sendo que todos esses vínculos deverão estar na carteira de trabalho e em contrato. Nada obsta que o trabalhador possa ter chamados de diversos empregadores, caso em que atuará para um no momento de inatividade de outro. Cada contrato garantirá todos os direitos, pois regulamentará as condições de trabalho e todos os vínculos devem estar também na carteira de trabalho. Cada contrato é celebrado de forma independente, exceto se a prestação de serviços se der entre diversas empresas de um mesmo grupo econômico. Atividades que se enquadram no trabalho intermitente No caso de atividades realizadas em apenas algumas horas e dias da semana, como em festas e bufês, são as que mais representam o conceito de trabalho intermitente, daí a necessidade da sua regulamentação. É o caso de garçons, músicos, produtores e promotores de eventos, os quais, costumam ter ocupações informais que geralmente recebem por dia trabalhado e que agora podem ser registradas. Da mesma forma, a lei atinge também pedreiros, marceneiros, azulejistas, copeiras, motoristas, seguranças, cozinheiros, em especial dos setores de entretenimento, turismo, construção civil e serviços. No caso de trabalhadores domésticos, como cuidadores de idosos, babás e piscineiros, que fazem trabalhos eventuais e são contratados por dias específicos, sendo pagos por hora, estes também podem se enquadrar na modalidade. Da mesma forma, as diaristas que não trabalham mais de dois dias por semana na mesma casa também poderão ser contratadas dentro da modalidade. Trabalho Intermitente e Trabalho Constante Habitual Na hipótese do trabalho ser constante e habitual, não pode ser enquadrado como intermitente. No caso de haver uma regularidade do trabalho, não pode ser considerado trabalho intermitente. Se trabalhar nos mesmos dias da semana configura trabalho normal e não intermitente. Na hipótese do trabalhador ser chamado para trabalhar de sexta a domingo configura trabalho contínuo, como é o caso de muitos garçons que trabalham com todos os requisitos de relação de emprego, como habitualidade, salário e subordinação e, portanto, têm direito ao recebimento de todos os direitos trabalhistas de forma integral. Benefícios do Trabalhador intermitente O legislador assegura os benefícios se o trabalhador prestar o serviço somente uma vez para o contratante, mesmo que por apenas um dia. Desta forma, todos os direitos e benefícios serão pagos proporcionalmente ao período trabalhado. No caso do trabalhador ser registrado, com contrato assinado, poderá procurar seus direitos na Justiça do Trabalho em caso de irregularidades por parte do empregador. No caso do direito não ser respeitado ou se não for anotado em contrato específico, será aplicada então a regra geral prevista na CLT, de maneira que o contrato intermitente é exceção.
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