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aula 2 24 01 2019

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ÉTICA 
 
O nosso trabalho vai considerar a ética como a ciência da conduta humana, do fim a que se destina 
essa conduta e dos meios para atingir esse fim, apoiado nos filósofos que consideram a natureza do homem. 
Palavra de origem grega constituída por duas outras: “philo” e “sophia”. A primeira deriva de “philia”, que 
significa amizade, amor fraterno, respeito. A segunda significa sabedoria. É dela que deriva a palavra sábio, 
do grego, “sophos”. 
 
ANTIGA GRÉCIA 
 
As teorias éticas gregas, entre o século IV e o século V a.C. são marcadas por dois aspectos 
fundamentais: 
• Polis: A organização política em que os cidadãos vivem – as cidades-estado – favorece a sua 
participação ativa na vida política da sociedade. As teorias éticas apontam para um dado ideal de 
cidadão e de sociedade. 
• Cosmos – algumas das teorias ético-políticas procuram igualmente se fundamentarem em concepções 
cósmicas. 
 
Fundamentos da Ética: Na Grécia estava relacionado a honestidade, fidelidade e harmonia entre seus 
cidadãos, para que a cidade-estado pudesse se desenvolver 
 
TEORIAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS GREGAS 
 
Sofistas – defendem o relativismo de todos os valores, afirmando que cada cidadão deveria alcançar o prazer 
supremo que seria o poder político. No entanto, esse mesmo poder pertenceria a poucos mais fortes na força 
das palavras, e a maioria dos fracos deveria ser dominada por essa minoria. 
 
Sócrates: a conduta do ser humano deve ser pautado no equilíbrio para se evitar a falta de ética. Para Sócrates, 
virtude é sabedoria (sofia) e conhecimento. O Vício seria resultado da ignorância. Defende o caráter eterno de 
certos valores como o bem, a virtude, a justiça e o saber. O valor supremo da vida é atingir a perfeição. Tudo 
deve ser feito em função desse ideal, o qual só pode ser obtido através do saber. Na vida privada ou na vida 
pública, todos tem a obrigação de se aperfeiçoarem fazendo o bem, sendo justos. 
 
 
 
 
Sócrates → Mais de um século depois de Tales de Mileto vamos encontrar na cidade grega de Atenas 
Sócrates, provavelmente o mais famoso nome não apenas da cultura grega, mas de toda a Filosofia. Tal 
como ocorre em relação a Tales, não temos nenhum registro escrito das doutrinas que Sócrates professava. 
Os motivos, porém, são bastante diferentes. Enquanto os escritos de Tales simplesmente perderam-se em 
algum ponto da História, de Sócrates não herdamos obra alguma porque este durante toda a sua vida 
recusou-se a registrar por escrito seus pensamentos, entre outros motivos, por desconfiar seriamente da 
validade filosófica da palavra escrita. Ao invés disso, preferia sempre a utilização da conversação, do 
diálogo, da palavra viva e dinâmica. Em compensação, a figura e os ensinamentos de Sócrates foram 
brilhantemente descritos por um dos seus discípulos, o qual veio a se tornar tão famoso quanto o seu mestre: 
Platão. Este guardou de Sócrates a paixão pela dinâmica do diálogo mas, por outro lado, não quis renunciar 
a escrever suas obras. Procurou, então, um meio-termo; como resultado, praticamente todos os seus textos 
foram redigidos na forma de diálogos. Em muitos desses diálogos Platão fez de Sócrates o interlocutor 
principal e são eles que nos indicam o sentido e a dimensão do trabalho de Sócrates. E isso ocorre de uma 
forma tão profunda, aliás, que é muitas vezes impossível distinguir onde termina a contribuição histórica 
real de Sócrates e onde começa a de Platão. 
De toda forma, é certo que, com Sócrates, começa propriamente a Antropologia. O homem em 
suas muitas faces foi sempre o único interesse de Sócrates. Ali, então, já aparecem claramente diferenciados 
o reino de fenômenos naturais e a dimensão dos fenômenos humanos – onde encontramos o interesse de 
Sócrates. Lembremos que nem entre os pensadores da época mitológica, nem entre os primeiros filósofos 
essa diferença estava suficientemente clara. Na mitologia, o mundo natural se apresentava, de certa forma, 
como uma mera extensão do mundo humano, sendo governado por leis idênticas. Para os primeiros filósofos 
o homem é quase uma decorrência – ela mesma natural – do mundo natural; encontrada a chave de 
explicação do cosmos, o homem estaria imediatamente explicado. Em Sócrates a diferença que vai da 
explicação de um fenômeno natural, por exemplo, a chuva, até a investigação de questões especificamente 
humanas, como a Justiça, é evidente. Sócrates parece preocupar-se exclusivamente com questões desse 
último tipo. Platão também dedicou-se preferencialmente à investigação dessa dimensão, embora tenha 
escrito também textos nos quais se dedica a investigar questões cosmológicas. Aristóteles, o terceiro grande 
nome da Filosofia clássica grega e que foi aluno de Platão, se dedicará com igual intensidade seja ao estudo 
da natureza, seja ao estudo de temas como a ética e a política. Voltemos, porém, a Sócrates. 
Não é suficiente afirmar que o interesse de Sócrates é um interesse antropológico. Oque realmente 
preocupa a Sócrates é a dimensão moral do homem. As questões que ele está sempre a colocar são do 
seguinte tipo: Que é a justiça? Que é a virtude? Que é o bem? A todos os pretensos sábios de sua época 
Sócrates dirigia estas questões. Atenção, porém, Sócrates formulava estas questões num sentido filosófico, 
o que implica, lembremo-nos, uma ideia de totalidade e uma ideia de unidade. Assim, se à pergunta “O que 
é a justiça?” alguém dá como resposta “pagar as dívidas devidas” Sócrates retrucaria, por exemplo, que 
“punir os malfeitores” é também um ato justo. Isso significa que a resposta à pergunta pela natureza da 
justiça deve abranger a todos os casos em que a justiça está em questão. Ainda mais: se a mesma questão 
fosse respondida da seguinte forma: “Justiça é pagar as dívidas devidas e punir os malfeitores”, com certeza 
isto ainda não satisfaria a Sócrates. A pergunta que ele imediatamente dirigiria a seu interlocutor seria algo 
do tipo: “Falas em pagar as dívidas devidas e punir os malfeitores; dize-me então o que há de comum entre 
esses dois atos tão diferentes entre si que permite identificar a ambos como atos de justiça.” Assim fica 
claro que uma resposta filosófica à questão “O que é a justiça” deve responder a duas exigências básicas: 
deve abranger a totalidade das coisas consideradas justas e deve, ainda, encontrar a razão de sua unidade. 
Há ainda um elemento que devemos considerar em relação ao mundo grego. É aí que nasce a forma 
de governo que denominamos democracia. São os gregos, também, os primeiros a se dedicarem de forma 
intensa, profunda e sistemática ao estudo da política. É do grego Aristóteles a clássica definição do homem 
como um “animal político”. Nesta afirmação múltiplas implicações estão imbricadas e, sobretudo, esta: o 
homem só se realiza plenamente e só pode ser compreendido de forma perfeita quando está inserido numa 
determinada sociedade. É ainda Aristóteles que afirma que um ser que não vive em sociedade é “uma besta 
ou um deus”, argumentando com isto que o viver em sociedade é uma característica essencial do homem e 
aqueles seres que vivem em condições diferentes estão acima ou abaixo da condição humana e, de qualquer 
forma, fora dela. Isto significa, finalmente, que a relação dos homens com a comunidade em que vivem é 
uma relação muito íntima; um homem faz parte de uma comunidade da mesma forma que um órgão faz 
parte de um corpo, isto é, é inseparável e incompreensível sem a referência à totalidade da qual faz parte. 
Assim a concepção grega de homem estará sempre ligada a uma compreensão do homem como parte de 
uma estrutura política que, afinal define esse homem. 
 
Platão: discípulo de Sócrates. Criou a metafísica: existe um mundo real e o mundo das ideias imutáveis. 
Defende o valor supremo do bem.O ideal que todos os homens livres deveriam tentar atingir. Para que isto 
acontecesse, deveriam ser reunidas, pelo menos duas condições: 
a) Os homens deviam seguir apenas a razão, desprezando os instintos ou as paixões. 
b) A sociedade devia ser reorganizada, sendo o poder confiado aos sábios, de modo a evitar que as almas 
fossem corrompidas pela maioria composta por homens ignorantes e dominadas por instintos ou paixões. 
i. Sua ética era de acordo com as ideias dominantes, a partir da realidade social e política daquela época 
ii. Sócrates criou em Atenas a ACADEMIA 
Virtudes de Platão: 
i. Prudência: parte racional do homem, a razão 
ii. Fortaleza: ou valentia, é a virtude do entusiasmo, impulsos de vontade e ânimo 
iii. Temperança ou autodomínio: relaciona-se ao apetite, à impulsiva e instintiva 
iv. Justiça: equilibra todas as virtudes 
 
Artistóteles: professor de Alexandre, o Grande. Felicidade é a finalidade de todo homem e há três formas de 
se alcançar: virtude, sabedoria e prazer. 
 
ÉTICA ROMANA 
 
Ética Romana e Cícero: político romano. Conduta humana, caráter individual e costumes formam a 
MORAL. As teorias éticas são nitidamente individualistas, limitando-se, em geral, a apresentar um conjunto 
de recomendações (máximas) sobre a forma mais agradável de viver a vida. 
 
TEORIAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS ROMANAS 
 
Epicuro (341-270 a.C.) – em seus 31º e 37º princípios doutrinários propunha que “as leis existem para os 
sábios, não para impedir que cometam, mas para impedir que recebam injustiça. (...) A justiça não tem 
existência por si própria, mas sempre se encontra nas relações recíprocas, em qualquer tempo e lugar em que 
exista um pacto de não produzir nem sofrer dano.” 
 
Cínicos (Antístenes, Diógenes) – o objetivo da vida do sábio é viver de acordo com a natureza, afastando-se 
de tudo aquilo que provoca ilusões e sofrimentos: convenções sociais, preconceitos, usos e costumes sociais, 
etc. Cada um deve viver de forma simples e despojada. 
 
Estóicos (Zenão de Cítio, Séneca e Marco Aurélio) – o homem é um simples elemento do cosmos cujas leis 
determinam o nosso destino. O sábio vive em harmonia com a natureza, cultiva o autodomínio, evitando as 
paixões e os desejos, em suma, tudo aquilo que pode provocar sofrimento. 
Céticos (Pirro, Sexto Empírio) – defendem que nada sabemos, que nada podemos afirmar com certeza. Em 
face dessa posição de princípio, a felicidade só pode ser obtida través do alheamento do que se passa a nossa 
volta, cultivando o equilíbrio interior. 
 
Ética Cristã na Idade Média: toma conta quando o Império Romano cai. Os dogmas da igreja são baseados 
nos ensinamentos de Cristo. 
 
Ética Cristã → Nessa nossa rápida visão histórico-antropológica, daremos agora um salto de dez séculos 
para mergulharmos nesse período histórico que encontramos denominado nos livros de Idade Média e que 
abrange um período de cerca de mil anos, indo desde a invasão de Roma pelos bárbaros até o início do 
Renascimento italiano. 
A Idade Média é representada, muitas vezes, como um período no qual a História paralisou ou 
desandou e a cultura desapareceu. Costuma-se chamar esse período, às vezes, de “Idade das Trevas”. É 
bom, pois, que se diga logo que nada disso é verdade. O que ocorreu, mais simplesmente, é que com a queda 
de Roma, terminou o ciclo dos grandes impérios ocidentais, sendo estes substituídos por uma infinidade de 
pequenos reinos independentes política e economicamente. Com isto, é claro, a comunicação entre pontos 
diversos do mundo europeu tornou-se mais difícil, e as atividades em geral sofreram uma espécie de 
desaceleração. O comércio tornou-se obviamente muito mais difícil, pois não era raro que tais pequenas 
unidades políticas entrassem em conflito pelos mais diversos motivos; além disso, o trânsito através deles 
deveria pagar tributo a qualquer duque ou barão pelas terras de quem esse trânsito se efetuasse. Com isso, 
a base econômica predominante passou a ser a agricultura praticada de forma independente por cada reino 
ou feudo. 
Com uma tal desestruturação poder-se-ia esperar logicamente que a própria cultura como um todo 
e o tesouro espiritual da humanidade até então acumulado fosse fragmentado, dispersado e, afinal, perdido. 
Isso, entretanto, não ocorreu por pelo menos dois bons motivos: em primeiro lugar, porque, como já 
afirmamos anteriormente, a desestruturação social e política não foi tão completa como se pretende algumas 
vezes; em segundo lugar – e fundamentalmente – porque nesse período existia uma grande e poderosa 
instituição que ligava sub-repticiamente boa parte da Europa de então. Essa instituição tinha forças 
suficientes para manter um certo nível de organização e um trânsito cultural relativamente ordenado no 
meio do caos que então se instalava na Europa. Referimo-nos, é claro, à Igreja cristã. Em mosteiros, 
conventos, abadias e outros tantos centros de devoção religiosa, bibliotecas contendo muitas obras da 
Antiguidade foram preservadas da aniquilação e do esquecimento absoluto. Além disso, muitos dos grandes 
religiosos medievais, alguns dos quais foram mais tarde santificados pela Igreja foram também grandes 
pensadores e eruditos. 
De um modo geral os pensadores cristãos não produziram obras que introduzissem novidades 
radicais em relação ao que os grandes pensadores gregos já haviam feito; limitaram-se, via de regra, a um 
trabalho de interpretação dos autores clássicos. Os maiores entre os filósofos medievais tomaram a si uma 
tarefa que consideravam fundamental: adaptar a Filosofia clássica – primeiro Platão, depois Aristóteles – 
aos limites e às necessidades teóricas da teologia cristã. Nem só a repensar os autores antigos, no entanto, 
dedicaram-se os autores medievais. Ocorre que, com o advento da religião cristã, uma nova dimensão do 
homem passou a ser tomada como essencial e, com isso, passou a receber a atenção de vários pensadores. 
Se os antigos se interessavam expressamente pela dimensão política e social do homem, vislumbrando-o 
como “cidadão” e interessando-se, então, basicamente pelo comportamento moral do homem na cidade, aos 
cristãos interessava uma dimensão mais oculta e subjetiva da alma humana: algo que denominaríamos de 
“interioridade”. 
Isso ocorre na medida em que noções como a de “pecado” ou “fé” fazem referência a uma dimensão 
do espírito humano que se constitui numa espécie de “foro íntimo”, dimensão esta que os antigos não viam 
como um problema a ser resolvido, uma vez que toda a questão espiritual se colocava imediatamente como 
um problema moral a ser equacionado em parâmetros políticos. É nesse ponto que encontramos uma das 
grandes fontes de originalidade do pensamento medieval. O homem já não é mais entendido unicamente 
desde o ponto de vista político, enquanto cidadão, mas é visto, também, como membro de uma comunidade 
celestial de almas. Assim, podemos resumir da seguinte forma o que se passa nesse período: a herança 
filosófica da Antiguidade é preservada, retomada e adaptada ao universo cristão ao mesmo tempo, recebe 
um impulso na direção da interioridade. 
Devemos ter cuidado, entretanto, em não confundirmos interioridade com individualidade. 
Lembremo-nos de que a religião cristã propõe uma alma imortal indissoluvelmente ligada a Deus. O grau 
de originalidade que pode ser assumido deve restringir-se a uma interpretação das escrituras e dos autores 
consagrados pela Igreja. Recordemo-nos, ainda, que a imensa maioria trabalhadora da época está ligada 
economicamente a terra na qual trabalha e por meio dela ligado politicamente ao senhor feudal ao qual deve 
obediência. Vemos então que os homens de então eram duplamente dependentes: seu corpo pertencia ao 
seu senhor, em defesa do qual tinham aobrigação de entregar a própria vida; sua alma pertencia a Deus e à 
Igreja. Noções que hoje nos são comuns, como as de “liberdade” e “individualidade”, eram então 
completamente estranhas; seu surgimento na História está ligado a uma revolução de vastas proporções que 
nos levou ao período histórico que denominamos de Modernidade. 
 
São Tomás de Aquino: foi um frade dominicano. Aplicou a visão aristotélica na doutrina cristã e criou a 
escolástica. 
 
Idade Moderna: Reforma Protestante, Revolução Científica e Grandes Navegações. Immanuel Kant é o 
último filósofo da Era Moderna e crio o imperativo categórico. 
 
Idade Moderna → No início do século 16 uma série de mudanças de grande porte ocorreu no mundo 
europeu. Tais mudanças afetaram todos os campos: a moral, a religião, a arte, a ciência, a Filosofia, a 
economia, a política. Todas estas mudanças estão, naturalmente, interligadas. São, entretanto, conhecidas 
por diferentes nomes. Assim, as mudanças profundas na estrutura religiosa iniciadas nos estados germânicos 
são conhecidas por Reforma Protestante e a reação a estas mudanças deu origem à Contrarreforma Católica. 
A grande impulsão que conheceram as artes, notadamente na Itália, são identificadas como Renascimento. 
Na Economia, o capitalismo deu seus primeiros passos, enquanto a descoberta e colonização da América 
dá origem ao sistema comercial do Mercantilismo. A ciência, tal como a entendemos, dá seus primeiros 
passos com Bacon e se afirma definitivamente com Newton. Na política assistimos à decadência do 
feudalismo e à ascensão dos primeiros Estados nacionais. A Filosofia liberta-se enfim do jugo do 
cristianismo que a utilizara durante mil anos como serva. O Discurso do Método de Descartes é um brado 
contra toda submissão à tradição e ao respeito sagrado que sempre cercara os textos de autores consagrados 
pela Igreja, como Aristóteles. Abrem-se as portas para a originalidade e a palavra de ordem passa a ser o 
“Ousa Saber!” 
Toda essa série de mudanças implicou uma profunda e ampla caracterização da natureza humana. 
É nesse momento histórico que surgem as noções de “indivíduo” e de “sujeito”. A primeira dessas encontra 
lugar desde que, com o fim do sistema feudal e da vinculação direta do homem a terra na qual ele trabalha, 
tem início um processo de independentização dos homens dos fortes laços que os ligavam aos senhores 
feudais. Ao mesmo tempo, com a perda do poder de influência da Igreja, a noção de “comunidade”, tão 
presente em toda a Idade Média, é substituída pelo espírito de competitividade e de valorização do 
empreendimento individual típicos do período inicial do capitalismo. Todos estes fatores conduzem à 
formação de um novo homem. Este tem uma noção totalmente nova acerca do mundo, de sua relação com 
este e com os demais homens. 
Este novo caráter ficará mais claro se notarmos que é a esta época que remonta à criação da 
“História” como disciplina e perspectiva de estudo do homem. Lembramos que, em toda a Antiguidade 
sempre houve uma total falta de perspectiva histórica, essa noção que hoje nos é tão comum. Estamos 
acostumados a representar a nossa sociedade e nosso modo de vida como um período particular de uma 
longa série de mudanças levadas a cabo pela humanidade ao longo do tempo. Ora, esta visão encontra sua 
origem exatamente no início da época moderna. Com a perspectiva histórica, dois elementos centrais foram 
incorporados na visão que o homem tem de si mesmo e de seu mundo: em primeiro lugar, aprendemos a 
relativizar a própria sociedade e sua época; com isto reconheceu-se que os valores morais e os costumes os 
quais estamos acostumados a considerar como normais não são absolutos, mas devem ser colocados em seu 
devido lugar. Em segundo lugar, ao mesmo tempo em que isto ficou claro, isto é, em que ficou evidente que 
o mundo se transforma ao longo do tempo, ficou igualmente evidente que é o próprio homem o agente dessa 
mudança, o sujeito responsável por essa transformação. 
Toda essa série de mudanças a que aqui fizemos menção moldaram o homem moderno e o mundo 
que conhecemos. A ciência, a visão histórica, as artes e a moral tais como as conhecemos, foi aí que 
receberam a direção que hoje em dia apresentam. O caminho que conduziu desse direcionamento inicial até 
os dias de hoje não foi, entretanto, sem acidentes ou equívocos. Esta, porém, já é uma outra história. 
 
Na Idade Contemporânea, surgem os filósofos Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke. O 
primeiro desenvolve teorias políticas e de estado, enquanto John Locke afirma que o direito está enraizado 
numa “lei da natureza” da qual “deriva a própria constituição do mundo em que todas as coisas observam nas 
suas operações uma lei e um modo de existência adequados à sua natureza”. John Locke mais tarde afirmará 
que a lei da natureza é a lei da razão. Foi só no século XVIII que o conceito “direitos naturais” foi substituído 
por “direitos humanos”. Essa designação surgiu pela primeira vez na obra de Thomas Paine, intitulada “Rights 
of Man” (Direitos do Homem), 1791-1792. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ética a Partir dos Paradigmas 
 
Podemos afirmar que no mundo da Filosofia, de um modo geral, a ética é vista como o conjunto de 
ideias que orientam a humanidade na busca de uma convivência satisfatória. Todos os seres humanos desejam 
encontrar um modo de vida que lhes satisfaça o anseio natural de estar de bem com os semelhantes. Todos, 
em princípio, querem viver uma vida boa. Nesta perspectiva, a ética passa a ser entendida como um conjunto 
de normas e princípios a partir dos quais os homens procuram distinguir o bem do mal, o certo do errado, o 
justo do injusto, para melhor poderem conviver em sociedade. Nesses termos, a ética regulamenta as ações do 
convívio humano. Pode-se, contudo, também destacar que a ética é o conjunto de conhecimentos e teorias, 
expressos em princípios e normas, de que se serve a vontade humana para bem conduzir as suas ações. Essas 
ações voltam-se para a sobrevivência e a realização do ser humano como ser complexo dotado de razão, 
sentimentos e emoções. Assim, a ética visa a tornar a vida relacional possível e quer ajudar as pessoas na sua 
realização. A ética passa a ser a mediação necessária para que a humanidade possa aproximar-se da utopia 
sonhada em termos de convivência. 
 
a) Distinção entre deontologia, moral e ética: deontologia vem do grego déontos, “dever” e lógos, 
“discurso”. É um tratado, um conjunto de deveres, princípios e normas adotados por um determinado grupo 
profissional. Já a palavra moral tem sua origem no latim. Ela provém dos termos mos ou mores que significam 
os usos e costumes de um povo. Também podem significar um conjunto de regras adquiridas pelo hábito. Já 
a palavra ética tem a sua origem na palavra grega ethos e significa o modo de ser, caráter adquirido. Os três 
termos, em sua origem etimológica, expressam uma forma de comportamento adquirido. Daí porque muitas 
vezes não se faz distinção entre moral e ética. Nesse nosso texto seguiremos essa compreensão, no entanto é 
bom termos presente também a distinção que muitos pensadores fazem e que está bastante presente em nosso 
meio. Para estes, a moral é o conjunto de normas que regulamentam as ações no convívio social. É a prática 
consagrada pelo costume, pelo hábito. É a cultura vigente que norteia e delimita as ações. Age moralmente 
quem segue os princípios estabelecidos tacitamente. A ética, por sua vez, é a reflexão dessa prática moral. É 
a discussão, o debate em torno das práticas consagradas pelo costume ou que estão sendo instituídas como 
formas corretas de vida moral. Sob esta ótica, a ética passa a ser um estudo metódico em tornode um objeto 
específico. A ética será, então, uma ciência cujo objeto é a moral. É a ciência que estuda e analisa o 
comportamento habitual do modo de vida do dia a dia das pessoas. Nesse sentido, a ética não é normativa 
como a moral, mas apenas discute o sentido de determinada prática moral. Esta discussão pode resultar numa 
interferência nas normas morais na medida em que a reflexão evidencia a necessidade de uma mudança do 
comportamento vigente. Para que tal mudança aconteça é preciso que as pessoas passem, gradualmente, a 
assumir um novo comportamento. 
 
b) Quando nasceu a ética? A ética nasceu no momento em que duas ou mais pessoas decidiram viver em 
grupo. No momento em que o homem tomou esta decisão percebeu imediatamente que a vida grupal só seria 
viável mediante uma regulamentação dos comportamentos e das ações. A vida solitária é sempre sem ética, 
mas como o homem é praticamente impensável fora de uma sociedade, a ética tornou-se imprescindível. 
Assim, a ética surge nas sociedades mais primitivas, antecedendo as normas jurídicas. Estas apenas aparecem 
com o nascimento da sociedade civil, quando a moral tornara-se insuficiente para garantir a boa convivência. 
 
c) Qual é a base da ética? A partir da própria definição terminológica pode-se afirmar que a base da ética é 
sempre a cultura, o hábito, o modus vivendi de um grupo. Esse modus vivendi começa de uma forma bem 
simples, com poucas orientações e restrições. Na medida em que a vida de um grupo ou um povo vai-se 
prolongando, também a complexidade vai aumentando, exigindo cada vez mais princípios que possam 
salvaguardar a dignidade humana e a felicidade de viver. O modus vivendi vai sendo construído a partir da 
visão de mundo e de homem que o grupo ou o povo vai constituindo. Esta visão de mundo (cosmovisão), 
somada à visão de homem, é que irá formar uma visão ampla de toda realidade que chamaremos de paradigma. 
O paradigma é construído lentamente pela História da humanidade. É um modelo de compreensão do mundo 
das coisas e da vida e servirá de fundamento para nortear as ações humanas. Assim, a partir de cada paradigma 
vai-se constituindo uma ética. Isso significa que a ética é, propriamente, o resultado da cosmovisão e da visão 
de homem. Quando lançamos um olhar sobre a História da humanidade percebemos que, inicialmente, a 
cosmovisão é fortemente influenciada pela fantasia e pelo temor do homem diante das “forças divinas” ou 
“cósmicas”. A ética é, assim, o resultado das exigências atribuídas aos seres ou forças invisíveis que, de certa 
forma, nos controlam. Aos poucos essa visão vai-se modificando e o homem, de simples criatura subserviente, 
vai-se tornando senhor do seu destino. Daí em diante o homem passa a ser senhor do mundo e das próprias 
ações. A ética, resultante dessa visão, caracterizar-se-á pela busca da satisfação das vontades individuais que, 
na maioria das vezes, estão voltadas apenas para os interesses próprios de cada homem. É o início da 
modernidade que vai produzir reflexos negativos que hoje amargamos e que, pela reflexão e discussão, 
procuramos superar. 
 
d) Quais são os grandes paradigmas? Até aqui temos defendido a hipótese de que a ética resulta da visão 
de mundo e de homem que a humanidade constrói. Se a nossa hipótese estiver correta perguntamo-nos: Quais 
são os grandes paradigmas que a humanidade produziu e que sustentaram historicamente a ética? Entendemos 
que podemos dividir a História da humanidade em quatro grandes paradigmas, com o quarto deles ainda em 
fase de estruturação, visto que a nossa época é de crise. A crise que hoje vivenciamos configura-se nos 
seguintes termos: já sabemos que o que está aí, não queremos. De certa forma também já sabemos o que 
queremos. Não sabemos, porém, qual é o ideal de homem e de ética que devemos perseguir para que possamos 
superar o que consideramos negativo no atual modelo. Os paradigmas, historicamente consagrados, são os 
seguintes: o mitológico, o da objetividade e o da subjetividade. O paradigma da intersubjetividade nos parece 
ser o que está em construção. Esses paradigmas são os grandes pilares que serviram e servem de fundamento 
da ética. Na nossa análise iremos caracterizar cada paradigma pela sua cosmovisão e visão antropológica. 
Depois procuraremos entender a ética que decorre de cada paradigma. Em seguida apontaremos para alguns 
elementos responsáveis pela crise de cada paradigma e a consequente necessidade de gestar um novo modelo. 
 
História da Ética a Partir dos Paradigmas 
a) 1º Paradigma: Mitológico 
Período que antecede a Filosofia. 
 
Cosmovisão: A concepção mitológica é a que forma o primeiro paradigma do qual temos conhecimento. É o 
período dos povos mais antigos até o século 7º a.C. Segundo essa concepção, a Terra é o centro de tudo. O 
mundo todo, que gira em torno da Terra, está prenhe de deuses, de espíritos que controlam o universo todo. 
Tudo está animado e é determinado por estes seres sobrenaturais. O universo parece muito pequeno. Ele se 
reduz ao Sol, à Lua, algumas estrelas e à Terra, que é central e é a porção maior. Para além desses elementos 
há somente os deuses (ou espíritos) responsáveis por tudo o que acontece. Nesse sentido, o Universo 
comandado por esses seres é muito terrível. Parece que a natureza, como um todo, por meio de suas forças, 
conspira contra o homem. São os animais, com as suas especialidades de defesa e ataque que atemorizam os 
homens. São os fenômenos naturais como as tempestades, vulcões ou terremotos que levam o homem a 
concluir sobre sua pequenez e fragilidade. 
 
Antropologia: O homem está profundamente imerso nesse universo e é apenas uma peça a mais no conjunto 
das coisas que existem. O homem não se reconhece como um ser importante, um ser que fosse superior aos 
demais animais. Pelo contrário, quase sempre o homem se julgou um ser inferior, merecedor de comiseração. 
Na sua vida miserável, o melhor a fazer era entregar-se ao destino incontrolável. Afinal, o homem era apenas 
um reflexo da vontade e da ação dos deuses. Se os deuses brigavam, os homens também entravam em guerra. 
Se os deuses faziam a paz, os homens faziam o mesmo. Se os deuses quisessem eliminar alguém ou alguns, 
realizavam seu intento por meio de raios ou outras forças cósmicas. Com base nessa concepção o homem 
sentia-se profundamente dominado pelas forças dos deuses ou espíritos, sobre os quais não tinha poder. O 
máximo que o homem podia fazer era implorar pela benevolência dos deuses ou espíritos, o que fazia por 
meio de ritos e orações. 
 
Ética: O ideal ético que brota desse paradigma é de que o homem deve viver conforme os limites impostos 
pelos deuses. Como tudo já está predestinado, a melhor maneira de o homem viver neste mundo está na 
resignação diante do que lhe fora reservado. É salutar ao homem não se revoltar contra o que o destino já lhe 
traçou. A submissão à vontade dos deuses é que se recomenda. Para saber da vontade dos deuses os povos 
criaram as suas lendas, os seus mitos. Nesse período predomina a emoção, o sentimento colado intimamente 
à atividade do dia a dia. O homem não toma distância das coisas ou de sua realidade. Sente-se como que um 
prolongamento da natureza, que nem sempre lhe é favorável. 
Crise: O homem é um eterno insaciável. Por isso, aos poucos e naturalmente o mito, que era a fonte de 
explicação de tudo e de acomodação do homem diante das incertezas, num dado momento vai-se esgotando. 
O homem não mais se satisfazia com o que o mito significava e representava para ele. Nascia assim, aos 
poucos, uma nova visão de mundo e das coisas, que teria por base não mais o sentimento e a emoção, mas a 
razão. 
 
b) 2º Paradigma: da Objetividade 
Vai do início da Filosofia até a época moderna.É também chamado de período da Razão Clássica. 
 
Cosmovisão: O mundo, aos poucos, “tornava-se” mais ameno. O homem já não se sentia mais um refém dos 
espíritos que estariam animando o universo. Agora o universo passou a ser visto como algo que é comandado 
pela Razão Universal, que escapa aos nossos olhos. É uma Razão que comanda tudo e somente é 
compreensível aos olhos da inteligência. Na Idade Média esta Razão é substituída pelo Deus único do povo 
hebreu, encarnado na pessoa de Jesus Cristo. O universo, nesse segundo paradigma, já não é mais tão 
assustador quanto no paradigma anterior, no entanto permaneceu ainda o geocentrismo. Quanto aos deuses, 
estes deram lugar à Razão Universal ou ao Deus único dos cristãos. Este universo, porém, na sua aparência, 
não é confiável. O verdadeiro mundo não podia resumir-se àquilo que os nossos sentidos atestavam. O mundo, 
pela sua pluralidade e mutabilidade, parecia muito caótico. Por isso, entendia-se que, para além desse mundo, 
deveria existir um outro mundo constituído por uma ordem OBJETIVA, perfeita, eterna e imutável. Este outro 
mundo seria o verdadeiro e devia ser buscado pelos homens mediante o uso da inteligência racional, ou então 
pela fé, como se propunha na Idade Média. Essa ordem objetiva, portanto, eterna e perfeita, características 
fundamentais da verdade, não dependia dos homens, mas, os homens poderiam alcançar este mundo mediante 
o conhecimento que resultava do esforço intelectual ou da vivência da fé. 
 
Antropologia: Nesse novo paradigma o homem é visto como um ser livre, mas apenas em parte. No fim de 
tudo, predomina o destino, por maior que seja o esforço do homem. O homem, contudo, não mais se sujeita 
às explicações oriundas dos mitos, no entanto continua sujeito ao Logos (Razão Universal) ou à Providência 
Divina. O que é que distingue o período medieval em relação à época antiga? Na época antiga tudo se ordena, 
em último caso, à razão objetiva. A liberdade humana necessariamente desemboca no destino. Na época 
medieval esse Logos universal é substituído por Deus. Ali não se fala mais em destino, mas tudo acaba na 
Providência Divina. Como surge esse novo paradigma da objetividade? Omito chega a um momento de 
saturação. A explicação da realidade com base na emoção e no sentimento parecia carecer de fundamento. 
Busca-se então uma explicação que visa a ser racional, objetiva e lógica, mas tem sempre como pressuposto 
a existência de uma ordem objetiva, eterna e imutável. Por isso a verdade também é eterna, objetiva e imutável. 
E ao homem cabe a tarefa de compreender essa ordem. Quanto mais o homem souber dessa ordem, mais livre 
será. O mal não é nada mais, em última instância, do que a ignorância. O homem nunca age contrário ao bem. 
Ele faz o mal achando que é o bem. Com essa visão de homem já temos um indicativo do que será a ética. 
Ética: Nesse contexto, ética significa buscar sempre mais a sabedoria. Sócrates entende que o conhecimento 
se iguala à ação. O nosso agir depende exclusivamente do conhecimento que temos. E o conhecimento não é 
algo pronto. Ninguém é possuidor do conhecimento perfeito. Por isso, o constante debate e a incessante 
investigação são exigências da moral para que possamos atingir a melhor maneira de viver na pólis. A razão 
especulativa e discursiva é que torna os homens aptos para viverem moralmente em sociedade. Aristóteles 
também defende que é uma obrigação moral do homem buscar o saber teórico. Isto porque somente o saber 
teórico, que é livre, poderá satisfazer a sede natural que o homem tem de saber. E o saber nos leva à virtude. 
A virtude, segundo Aristóteles, está sempre no meio de dois extremos. O mal está nos excessos por falta ou 
demasia. Somente o saber é que nos poderá aproximar desse meio-termo. Assim, a moral resulta do uso correto 
da razão que está na investigação constante do que é e do que deva ser. 
O cristianismo não foge dessa visão objetiva, porém a verdade que o homem busca está em Deus. E 
os meios pelos quais ela é atingida estão na fé e na razão, privilegiando, de modo geral, mais a primeira. Além 
disso, o cristianismo traz um elemento novo que é a questão da liberdade e da igualdade. O Deus criador, 
segundo os cristãos, fez o homem livre para que ele possa fazer da sua vida o que quiser. O homem poderá 
optar por Deus, o que será a sua felicidade, ou contra Deus, o que será a sua perdição. Temos aqui, de certa 
forma, a superação da ideia do destino próprio da visão grega. No lugar do destino, contudo, o cristão apresenta 
a ideia da Divina Providência. Dessa forma a liberdade é entendida dentro de uma submissão a essa Divina 
Providência. 
 
Crise: Esse paradigma entra em crise quando o homem começa a perceber que essa ordem objetiva, eterna e 
imutável, não é tão objetiva, eterna e imutável. O homem dá-se conta de que não existe uma razão que possa 
elucidar toda essa ordem. Durante 2 mil anos o homem tentou compreender essa ordem, porém nunca 
conseguiu realizar a contento essa pretensão. Por isso, aos poucos nasce a compreensão de que a realidade 
toda só tem o seu sentido e o seu ser a partir do sujeito. Ou melhor, essa ordem toda é sempre construção que 
passa pela razão humana. É o homem que vai dizer o que é eterno, o que é imutável. 
 
c) 3º Paradigma: da Subjetividade 
Início: século 16 com Descartes. Razão moderna. Dali em diante, até hoje, o homem, como sujeito, está 
colocado no centro. 
 
Cosmovisão: O universo tem as suas leis e a sua trajetória própria, mas a sua existência só tem sentido na 
medida em que está aí para servir ao homem. O universo deixou de ser um elemento estranho. O homem não 
só pode, como deve dominá-lo. A Terra não é mais o centro de tudo. É o fim do geocentrismo e o começo do 
heliocentrismo. É também o início de uma compreensão de que o conhecimento deve gerar uma dominação 
sempre mais acelerada sobre o universo. Com essa cosmovisão desencadeia-se um processo de visão 
científica, baseada no método experimental, que repudia as humanidades e incentiva uma progressiva 
valorização da técnica que deve proporcionar um domínio e um controle sempre maior sobre a natureza. É o 
princípio da fragmentação do saber e da exagerada valorização da especialização em detrimento de uma visão 
holística. 
 
Antropologia: O homem é o Sujeito, é o Senhor. Não existe mais Deus. Deus está morto. As Ciências, baseadas 
na razão e no método experimental, dão sinais de que resolverão todos os problemas humanos, até mesmo a 
morte. Instaura-se aos poucos a razão instrumental, ou seja, a razão a serviço da produção científico-
tecnológica. E tudo terá sentido, na medida em que estiver servindo aos interesses do homem. Dessa forma, 
aos poucos o homem vai sentindo as “vantagens” desse seu domínio sobre a natureza e cada vez mais vai 
cedendo à ideia da “lei” do menor esforço possível. A técnica facilita a vida de tal modo que, somando à 
possibilidade do lucro, a busca da inovação tecnológica torna-se uma obsessão. 
Nesse período o homem passa a não mais aceitar a concepção de que exista uma ordem objetiva, 
eterna imutável. A verdade deixa de ser algo absoluto que está para além do homem. A verdade agora passa a 
depender do sujeito que se sente cada vez mais livre e senhor de tudo, porém o sujeito aos poucos vai ser 
apenas aquele que tem poder. Os demais serão “objetos” que lutarão competitivamente para conseguirem a 
sua emancipação, que será cada vez mais difícil. 
 
Ética: É bom aquilo que satisfaz ou que vem ao encontro dos desejos do homem. O sujeito é que determina o 
bom. E o bom depende das circunstâncias atuais e dos interesses momentâneos. Oque importa é o momento e 
a vontade de cada um. E cada um quer exercitar sempre mais a sua liberdade e o seu poder. No final, bom éaquele que consegue vencer. É, no fundo, a reabilitação da moral da selva em tempos modernos. 
 
Crise: A absolutização da subjetividade conduz ao relativismo. Isso significa o fim da ética, pois tudo se torna 
relativo ao indivíduo que oscila conforme a sua vontade. Para compreendermos melhor essa crise 
apresentaremos três características que consideramos fundamentais na elucidação do relativismo. 
1º: Cada um é dono absoluto de si. Cada um tem uma vontade própria, que é a fonte da verdade. O 
ser humano pensa que ali está a sua realização, independente da realização ou felicidade alheia. A sociedade 
de consumo, mediante a publicidade, cria falsas necessidades, que se transformam em interesses particulares 
dos indivíduos, ou seja, o indivíduo tem desejos, vontades, que, na verdade, foram criados por quem quer 
vender. O indivíduo, porém, considera, falsamente, que esses desejos, essas vontades, são o resultado de sua 
liberdade. O homem pensa que ele mesmo criou ou engendrou em si essas necessidades. Uma vez “possuído” 
por esses desejos, o homem, que é dono absoluto de si, faz o possível para satisfazer esses desejos, ou 
necessidades, pensando que assim há de se realizar, mesmo que para isso precise destruir a natureza e até 
mesmo coisificar o outro. 
2º: O homem está diante do problema criado pela assim chamada razão instrumental (razão que está 
em função da produção técnica). Essa razão é responsável pela geração dos avanços no campo da informática, 
da robótica, da biogenética, etc. Sem dúvida, são avanços importantes para a humanidade. Só que esses 
avanços também, cada vez mais, excluem as pessoas do meio social. Isso mais uma vez nos revela a dimensão 
paradoxal da vida humana: o homem é o Senhor do Mundo, mas cada vez mais sente-se esmagado por forças 
incontroláveis. O homem é o Senhor da natureza; mas a natureza, desrespeitada e destruída aos poucos, 
também vai matando o homem. O homem é o Senhor da bomba atômica; mas ela só foi criada para destruir 
esse mesmo homem. O homem é o Senhor da informática, da robótica e da biogenética; mas tudo isso 
transforma, muitas vezes, o homem num “sobrante”. O homem é o Senhor do mercado; mas agora é o mercado 
que vai decidir se haverá emprego ou desemprego, quem tem direito de sobreviver ou não. Normalmente a 
humanidade tentou encobrir essa ambiguidade, fazendo prevalecer o lado dos poderosos como algo necessário, 
algo que brota da fatalidade. E a ideologia encarregou-se de mostrar que nada pode ser feito contra essa 
fatalidade. 
3º: O problema do novo como critério de verdade. Esse problema decorre do cientificismo-tecnicista. 
Os avanços rapidíssimos no campo tecnológico levaram o homem da cultura atual a entender que a verdade 
acompanha o que existe de mais novo. Cada modelo novo que se cria parece ser melhor e, como tal, mais 
verdadeiro que o anterior. Qual é a consequência desse tipo de visão da realidade? É que essa concepção da 
realidade leva o homem a uma atitude de espera e consequente acomodação. Oque será que vão inventar daqui 
a pouco? Oque “eles” vão criar para que os problemas sejam resolvidos? E enquanto a solução não vem, o 
homem se refugia nas drogas, no prazer a qualquer custo ou nos jogos de azar, ou se lança em qualquer 
subterfúgio com a intenção de encontrar a solução para seus problemas. O resultado disso é o aumento do 
número de crimes, assaltos, estupros, violência e, por fim, uma vida sem sentido. 
 
d) 4º Paradigma: da Intersubjetividade Comunicativa 
É o paradigma que está em construção e está apontando para novas perspectivas. É uma proposta neo moderna. 
 
Cosmovisão: O homem já não mais se coloca como Senhor da Natureza. Ele vai tomando consciência da 
imensidão do universo e reconhecendo que sabe muito pouco sobre tudo o que está aí. Ao mesmo tempo, cada 
vez mais o homem cria a consciência de que a natureza precisa ser preservada e que desse cuidado resulta a 
garantia de escaparmos de um desastre ecológico. Neste sentido, preservar a natureza é preservar a própria 
vida. 
 
Antropologia: No paradigma da subjetividade predominou a razão técnica. Pensava-se que a racionalidade 
instrumental era a dimensão mais importante do ser humano e que ela, quando desenvolvida, daria conta de 
todas as limitações e insuficiências do homem. Como já vimos, porém, essa racionalidade entrou em crise por 
representar, mais do que uma solução para os problemas do homem, uma ameaça para a vida como um todo. 
Por isso, na nova perspectiva que estamos gestando, a razão técnica precisa ser controlada pela razão 
comunicativa. 
O novo paradigma não vem para suplantar os anteriores. Apenas se fará uma releitura de tudo o que 
já é passado, no sentido de apresentar a realidade sob um novo enfoque, o que nos dará uma nova compreensão 
de tudo o que está aí. No paradigma da razão instrumental o homem entendeu que fundamentalmente possuía 
uma razão para produzir instrumentos. Essa razão começou a se desenvolver a partir do momento em que o 
macaco usou um osso apropriado para bater na cabeça do seu adversário. Esse desenvolvimento culminou, 
por enquanto, no seu aspecto mais negativo, que foi a produção e o lançamento da bomba atômica. 
No novo paradigma entende-se que a racionalidade fundamental do homem não está na produção de 
instrumentos, mas na capacidade que o homem tem de se entender com outro homem em vista a um 
determinado fim. Assim, a racionalidade fundamental se constituirá pela produção do entendimento entre os 
homens em torno de seus mundos. 
É importante ressaltar que dessa nova visão da racionalidade decorre uma nova compreensão do que 
seja a produção do conhecimento científico. Científico será o resultado do entendimento que os homens 
construírem em torno do mundo objetivo e social. Desse modo, algo será aceito como verdadeiro quando 
fundado numa discussão e num discurso argumentativo realizado pelos integrantes da comunidade. Essa 
verdade, assim constituída, será sempre provisória, pois novos elementos poderão, futuramente, integrar o 
discurso que colocará a comunidade diante de uma nova situação. Para que esse paradigma possa dar uma 
nova resposta aos anseios humanos é preciso que se estabeleça algo parecido com uma comunidade ideal de 
fala. Isto significa que os integrantes da comunidade devem ter a pretensão de serem entendidos; devem dizer 
o que realmente pensam e devem estar abertos ao novo. 
 
Ética: A ética se dará no mundo social e no mundo subjetivo. Ela se constituirá a partir do entendimento que 
se produzirá em torno dos diversos temas morais. E cada discurso, marcado pela pretensão de validade, 
buscará um sentido para um determinado tema em que a questão básica será a justiça. Por exemplo: “O homem 
tem direito à vida”. Cada discurso em torno do tema terá como objetivo a validade e buscará, não a verdade, 
mas a justiça. E o resultado dessa discussão não se dará por um “democratismo”, mas deverá se aproximar ao 
máximo do consenso. Assim, a ética será uma construção coletiva na qual deverá predominar a discussão 
argumentativa com base na busca sincera de um entendimento consensual. 
 
TEORIAS ÉTICAS 
 
Segundo o antropólogo Lévi-Strauss (2000), a passagem da natureza à cultura foi produzida pela 
instauração da lei, pela proibição do incesto, mediante a qual se estabeleceram as relações de parentesco e de 
aliança e o mundo humano, simbólico, foi construído. Essa orientação normativa da conduta, no entanto, é 
exterior ao indivíduo, de modo que a adequação ou não à norma estabelecida, bem como a variação de tempo 
e lugar, é que acaba definindo se o ato é moral ou imoral. A moral, porém, não é apenas um conjunto de regras 
impostas aos indivíduos, mas a livre e consciente adesão a elas, razão pela qual um ato só podeser considerado 
moral se passar pela aceitação da norma, ou seja, não é verdadeiramente moral o ato que for cumprido ou não 
mediante ameaça de sanções. Oque não significa que uma norma não possa ser questionada, mas também não 
pode ser persistentemente interrogada, porque isto pode levar à destruição da moral. 
Segundo Gianotti, a flexibilidade existe, porém não pode levar a um relativismo em todas as formas 
de conduta: Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciado a partir do século XVIII, estipulam 
condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; 
deve, entretanto, aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de vista. E com 
isso está obedecendo à sua própria moral de uma maneira especialíssima, tomando os imperativos categóricos 
dela como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse modo, a moral do 
bandido e a do ladrão tornam-se repreensíveis do ponto de vista da moralidade pública, pois violam o princípio 
da tolerância e atingem direitos humanos fundamentais (1992, p. 245). 
Para ser moral um ato deve ser livre, consciente, intencional e responsável. Isso cria um compromisso 
de reciprocidade e compromisso com a comunidade. O sujeito, assim, deve saber o que e por que faz, não 
deve ser coagido ou obrigado a fazer algo e, além disso, deve assumir a autoria do seu ato, reconhecendo-o 
como seu e respondendo pelas consequências de sua ação. A reponsabilidade, assim entendida, acaba criando 
um dever: a obrigatoriedade, o que implica a interiorização da norma, na autoimposição do seu cumprimento. 
Apesar de parecer paradoxal, o cumprimento da norma não é coercitivo, mas é sinônimo de liberdade. Por 
isso, nem mesmo a desobediência – o que determina o caráter moral ou imoral do ato – pode ser excluída, pois 
justamente por ser livre é que o sujeito pode transgredir a norma, mesmo aquela por ele escolhida. 
Diante disso, podemos afirmar que a moral é uma construção humana. Como, porém, o ser humano 
não é um ser natural e fixamente definido, além disso, é um ser social e a sociedade sofre transformações, 
dizemos que a moral é uma construção histórica. Por isso é que apesar de os sistemas morais estarem 
fundamentados em valores como o bem e a liberdade, aquilo que seja o bem e a liberdade, o seu conceito, 
varia historicamente. Isto explica a diversidade de concepções éticas. 
 
Correntes Filosóficas: Podemos ser Livres? 
 
O conceito de liberdade pode ser pensado a partir de inúmeras perspectivas. Alguns filósofos 
encetaram uma discussão profunda e até mesmo radical sobre o problema, no sentido de buscar saber se somos 
ou podemos ser livres ou se a liberdade seria apenas uma ilusão. 
 
Liberdade e Determinismo 
 
O conflito entre liberdade e determinação foi pensado de diversas formas pelos filósofos. Na tradição 
filosófica grega, a liberdade humana absoluta foi enfatizada como liberdade incondicional, ao passo que, na 
Idade Média, especial mente com Santo Agostinho, ela aparece como noção de livre-arbítrio, indicando a 
possibilidade de o homem agir de um modo ou de outro apesar das forças que o constrangem. Segundo tal 
perspectiva, ser livre é decidir sem determinação causal, seja pela força determinante do ambiente, seja pela 
força determinante dos desejos. Já na Idade Moderna, a exemplo de Descartes, o intelecto passou a ter 
prioridade sobre as paixões, de modo que conhecê-las era o melhor meio para dominá-las. 
O determinismo, por sua vez, diz que tudo o que existe e acontece tem uma causa. Trata-se do reino 
da necessidade, e necessário é tudo aquilo que tem de ser de certa maneira nem pode deixar de ser; exatamente 
o oposto de contingência que diz que as coisas podem ser de um jeito e também de outro. Este princípio rege 
toda a Ciência, sem o qual, inclusive, tampouco seria possível estabelecer qualquer lei. Auguste Comte e, mais 
tarde, na Psicologia behaviorista, Watson e Skinner, são os principais representantes dessa corrente. 
 
Racionalismo 
Os filósofos desta corrente procuram pensar a dupla definição do homem como ser determinado e 
livre. Para eles, o homem é dotado de consciência moral enquanto é capaz de conhecer e decidir sobre suas 
ações, de modo que mesmo sofrendo influência da cultura, do tempo e do espaço, ele pode identificar estes 
condicionamentos. Conhecendo as causas, então, seria possível construir um projeto de ação, razão pela qual 
a liberdade encontrar-se-ia no poder de transformação do homem tanto sobre a natureza do mundo como 
também da humana. A ação livre, portanto, poderia concretizar-se no trabalho do indivíduo como ser 
consciente e prático. 
 
Fenomenologia 
 
No século 20, filósofos desta corrente tematizaram a questão da liberdade visando a superar 
justamente a antinomia determinismo-liberdade. Para eles, a liberdade não se efetivaria pela privilegiada 
atividade da consciência ou da razão, mas a partir de um sujeito situado no espaço e no tempo e capaz de se 
relacionar com o mundo e consigo mesmo. Por isso, ao invés de os filósofos desta teoria falarem em 
determinismo e liberdade, referem-se à facticidade (o fato de o sujeito estar no mundo, na forma de um corpo, 
com determinadas características psicológicas, pertencente a uma família, a um grupo social, situado num 
tempo e espaço que não escolheu) e à transcendência (o fato de o sujeito não estar no mundo apenas como as 
coisas estão, por isso seria capaz de superar tais determinações, não para negá-las, mas para lhes dar sentido). 
Neste caso, a dimensão da liberdade estaria justamente ligada a esta capacidade humana de transcendência. O 
filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) relaciona a liberdade à compreensão do corpo. Para ele, 
esta seria a condição de nossa experiência no mundo, no sentido de que o corpo não seria um mero objeto no 
mundo, mas aquilo pelo qual o mundo existe para mim (“sou um corpo e não tenho um corpo”). Não haveria, 
portanto, um mundo de objetos (facticidade) de um lado, e um mundo da consciência (transcendência) de 
outro, posto que o mundo apareceria para cada um segundo a sua percepção, sua vivência, seu modo de existir 
e de dar sentido ao mundo. 
 
Existencialismo 
 
Como um dos mais importantes representantes desta corrente, o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-
1980) destaca uma questão fundamental do existencialismo, expressa na famosa frase “A existência precede 
a essência”. Em oposição às correntes tradicionais que defendem uma essência humana, uma natureza humana 
universal, para Sartre o homem, além de não ter uma natureza, é aquilo que se concebe e faz de si mesmo após 
existir, porque, diferentemente dos animais, é o único capaz de se colocar fora-de-si e se autoexaminar. E 
mais: por não haver destino, uma essência ou um modelo que o oriente seu futuro encontra-se aberto, razão 
pela qual, para Sartre, o homem está irremediavelmente condenado a ser livre. 
 
A Diversidade das Teorias 
 
Como vimos, a ética não é um assunto novo. Desde os gregos, os filósofos se debruçam sobre o 
problema da ética e o vêm fazendo até os dias atuais com discussões cada vez mais complexas. Por isso é que 
não existe “a ética” propriamente, mas “éticas”, no sentido de que os debates em seu entorno são tão 
numerosos quanto as tendências de suas abordagens. 
 
Ética Grega 
 
Na Antiguidade clássica o sujeito moral não podia ser compreendido na sua completa 
individualidade. Como os gregos eram, antes de tudo, cidadãos, a ética ligava-se diretamente à política, 
exatamente onde a liberdade era exercida. Outro aspecto importante da ética grega era o caráter metafísico 
que ela assumia, ou seja, a busca pela compreensão e sentidodo ser, da sua essência. Daí a importância que, 
desde Sócrates, foi dada à definição do conceito. É justamente nesse sentido que Platão vai defender que 
“alcançar o bem” está ligado à capacidade de “compreender o bem”. 
Aristóteles, por seu turno, aprofundou as discussões éticas inicialmente pela busca do fim último de 
todas as atividades humanas, uma vez que tudo o que fazemos visa àquilo que nos parece ser um bem. 
Pergunta-se, então, pelo sumo bem, aquele que é em si mesmo um fim e não um meio, coisa que ele encontra 
no conceito de “vida feliz” (em grego, eudaimonia). Por tal razão, prazer, riqueza, honra, fama, não são 
condições necessárias para nos conduzirem à felicidade, e sim as ações que mais próximas chegam daquilo 
que é essencial ao ser humano: o exercício da inteligência teórica, a contemplação. A virtude aristotélica, 
portanto, concilia a ação, um certo modo de vida, com um princípio racional. 
Assim, a virtude torna-se uma permanente disposição de caráter para querer o bem, supondo a 
coragem para assumir os valores escolhidos e o enfrentamento dos obstáculos que dificultam a ação, razão 
pela qual a vida moral não se resume a um ato ocasional e fortuito, mas ao hábito. Ademais, como a moral 
implica o enfrentamento dos elementos irracionais da alma, como as paixões, Aristóteles cria a teoria da 
mediania, de encontrar o justo meio: a virtude é boa quando é controlada no seu excesso e na sua falta (a 
coragem em excesso é audácia e deficiente é covardia). 
 
 
 
Ética Helenista 
 
Nessa fase (séculos 3º e 2º a.C) a ética surge dividida em duas doutrinas: a hedonista e a estoicista. 
Quanto à primeira, representada por Epicuro, o bem se encontra no prazer. Não, porém, nos prazeres materiais 
e corporais, que causam ansiedade e sofrimento, mas nos espirituais, sobretudo na amizade. Já para a segunda, 
representada por Zeno de Cítio, as paixões devem ser desprezadas, de modo que sábio é aquele que vive de 
acordo com a natureza e a razão, aceitando de forma impassível o destino e a dor. Ou seja, como para os 
estoicos o universo segue um movimento e ordem necessários e nada pode ser feito contra ele, a felicidade 
consiste na liberdade interior de aceitar a dor e o sofrimento. 
 
Ética Medieval 
 
Após a queda do Império Romano, a Igreja Católica surge como elemento agregador das diferenças 
ao difundir a mesma fé cristã. E como único detentor da educação e da tradição greco-romana, o Clero passa 
a defender a primazia dos elementos sobrenaturais sobre os humanos, de modo que toda ação volta-se à 
contemplação de Deus e à conquista da vida eterna. Os valores religiosos, portanto, tornam-se definidores das 
concepções éticas, razão pela qual as concepções de bem e de mal tornam-se dependentes da fé e da esperança 
de vida após a morte. Por isso mesmo é que a concepção estoica é bem aceita pelo cristianismo, especialmente 
porque orienta à resignação e ao controle das paixões. 
 
Ética do Dever 
 
Um dos maiores expoentes desta corrente é o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Para ele, 
enquanto na natureza tudo é regido segundo leis, no mundo humano as ações são regidas por princípios, porque 
o homem é portador de vontade e de capacidade de escolha, não é orientado apenas pelos desejos ou instintos. 
A vontade ou razão prática, então, torna-se o instrumento para compreender o mundo dos costumes e orientar 
o indivíduo na ação. Assim, ao analisar os princípios da consciência, Kant emprega o conceito de imperativo: 
aquilo que se impõe como um dever na orientação da ação. Pode ser de tipo hipotético (ordena a ação como 
um meio: a ação é boa porque possibilita alcançar outra coisa) e de tipo categórico (a ação é necessária por si 
mesma, é boa em si, e não por ter como objetivo outra coisa). 
Para Kant, porém, a vontade humana é verdadeiramente moral quando regida pelo imperativo 
categórico. Por isso rejeita as concepções éticas desenvolvidas até então, que norteiam a ação a partir de 
condicionantes como a felicidade ou o prazer. A ação não pode ser movida por interesses, mas deve estar 
fundada na razão, além de ser universal, necessária e não meramente subjetiva. O imperativo categórico assim 
rege: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” 
(Kant, 1980, p. 129). 
É importante ressaltar que o imperativo kantiano não é exterior ao indivíduo, imposto de fora ao 
sujeito, mas é um dever autoimposto. Daí a ideia de autonomia tão cara a Kant: ela não visa apenas a uma 
realização subjetiva, mas à universalidade. A ação moral, portanto, é aquela que pode ser exercida por todos, 
indiscriminadamente. Isso leva a outro conceito kantiano, o da dignidade humana: “Aja de tal maneira que 
uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como 
fim e nunca simplesmente como meio” (Kant, 1980, p. 135). 
 
Ética Consequencialista 
 
O consequencialismo afirma que devemos agir de modo a aumentar os benefícios produzidos por 
nossa ação, independentemente da situação. Em geral, ele pretende resolver os dilemas éticos, ou seja, uma 
situação complexa que coloca demandas contraditórias cujas consequências são igualmente negativas, mas 
dentre as quais é preciso decidir. Ex.: dilema do maquinista. 
 
Ética Utilitarista 
 
É um tipo de consequencialismo. Seu criador foi Jeremy Bentham (1748-1832) e seu divulgador foi 
John Stuart Mill (1806-1873). Segundo tal concepção o critério de avaliação do ato moral é considerar o bem 
como aquilo que possibilita a felicidade, reduz a dor e o sofrimento e beneficia o maior número de pessoas. À 
semelhança do hedonismo grego, portanto, para o utilitarista a felicidade é o critério para avaliar as 
consequências de uma ação, de modo que a busca do prazer deve levar em consideração o caráter social e não 
apenas pessoal. 
 
Ética nietzschiana 
 
Nietzsche critica a tradição por ter valorizado demasiadamente a consciência como capaz de dominar 
as paixões. Em contrapartida, seu pensamento orienta-se na perspectiva de recuperar as forças vitais, 
instintivas, que foram subjugadas pela razão durante séculos. Critica a tradição grega socrática, o cristianismo 
e o pensamento moderno, denunciando a incompatibilidade entre moral e vida, no sentido de que sob o 
domínio da moral, o homem torna-se fraco, doente e culpado. Ao fazer a crítica à tradição e propor a 
“transvaloração dos valores”, Nietzsche questiona o valor dos valores, ou seja, busca saber como, quando e 
porque foram criados, alegando que os valores de bem e mal não foram senão criados pelo próprio homem. 
Diante disso, cria a genealogia como método: a busca pela origem da moral, mostrando as lacunas, o que não 
foi dito, os valores que predominaram na cultura de modo inquestionável. Assim, Nietzsche denuncia a falsa 
moral de rebanho, de escravos, que submetem os instintos vitais em nome da bondade, da humildade e da 
piedade. 
 
Ética do Discurso 
 
No século 20 a consciência, tal como era entendida na modernidade, deixou de ser o critério último 
de avaliação e cedeu lugar à interpretação da linguagem. Nesse sentido, é que o filósofo Jürgen Habermas 
(1929) desenvolve a teoria da ação comunicativa, recorrendo à razão para sua fundamentação. Uma razão, 
porém, fundada no sujeito, mais especificamente na interação entre os indivíduos do grupo e mediada pela 
linguagem, pelo discurso, formada por seres capazes de se posicionarem criticamente diante das normas. As 
normas, assim, são formuladas a partir do diálogo e do consenso, supondo o entendimento e a possibilidade 
de convencimento do outro mediante argumentos racionais, pelo que a sociabilidade, a espontaneidade, a 
solidariedadee a cooperação são instauradas. 
 
Ética com outras ciências 
 
• Ética e Política 
• Bioética: foca na vida humana e nas melhorias da qualidade de vida 
• Ética e Sociologia: estrutura das sociedades humanas, evolução das máquinas, campo e 
superpopulação. 
• Ética e Direito: normas que regulamentam a sociedade 
 
Fundamentos Éticos: perspectiva clássica – da razão à responsabilidade da decisão 
 
O sociólogo da moral interpreta aqui o moralista, obrigando-o a basear-se no real. O sociólogo parte 
da verificação de um fato: a liberdade democrática deixa a cada um a responsabilidade moral de si próprio, 
sancionando apenas juridicamente os comportamentos que a sociedade considera como inaceitáveis. O que o 
indivíduo faz além destas normas jurídicas, depende exclusivamente dele próprio. A moral clássica já havia 
dito que ninguém pode penetrar na consciência moral do outro. E assim, atualmente, a moral procura o 
fundamento “na gestão teórica e prática dos conflitos que surgem sempre das diferenças entre opiniões morais 
divergentes”. 
 
Bases mentais e conduta – sem perder sua autonomia científica, a ética tem ligações muito fortes com as 
doutrinas mentais e espirituais. Os estudos científicos da mente chegaram a conclusões comuns no que tange 
à influência dos conhecimentos adquiridos nas primeiras idades. 
 
Determinismo genético e educação ética – apesar de estar vencida no campo da ciência, uma pequena dúvida 
ainda paira sobre a crença de que nascemos bons ou maus em decorrência de atavismos e que isso não possa 
ser mais adaptável à vida. Parte-se do princípio de que a conduta advém da vontade e quando esta se manifesta 
obedece a um comando de estruturas já definidas. A vontade é que sucede à consciência e não esta àquela. 
Influências ambientais – a educação é vulnerável a um ambiente adverso, especialmente se é ministrada com 
deficiências ou se ensejar espaços para incompreensões. O meio em que vive a mídia eletrônica, as 
publicações, enfim, tudo que possa interferir no sentido de corroer a moral educacional, pode acarretar a 
transformação das referências adquiridas na base educacional. Acumulação dos problemas no curso da 
existência – essa teoria prevê que a formação ética depende de ambiência sadia, virtuosa, inspiradora de uma 
consciência no sentido de não prejudicar quem se forma moralmente. Senão, diante de uma crise no curso da 
existência, o indivíduo abandonará sua formação ética, tornando-se menos capaz para a prática de ato virtuoso. 
 
Controle na formação da consciência ética – não basta somente o sustentáculo da educação. É necessário 
acompanhar o educando para ver se ele cumpre corretamente o que lhe foi ministrado, aplicando-lhe os 
corretivos racionais e humanos, ou seja, sem rigor excessivo e sem motivar pânico, medo ou covardia. Há 
quase 2.000 anos Sêneca já advertia: “não se pode amar quem se teme”. 
 
Ambiência despreocupada com a moral – entre os modelos que formam a mente do cidadão e os modelos 
da norma de que ele necessita cumprir como atitude, podem existir conflitos. O descumprimento de um dever 
ético pode estar explicado nos conceitos de virtude que foram absorvidos pela educação ou pela ambiência do 
ser. O natural passa a ser a traição para quem conviveu em um ambiente deformado; natural ser corrupto onde 
se tolera a corrupção. A lesão aos bons costumes, quando se consagra como prática aceita socialmente, 
compromete o futuro das novas gerações, por desrespeito ao passado e negligência no presente. Sabemos que 
o homem recebe a influência dos instintos, mas não é pré-determinado por eles. Sua inteligência é vontade 
livre e soberana. Seus caminhos são dirigidos pela bússola mais íntima que é sua consciência, e ele tem algo 
que o diferencia dos animais: sua capacidade de perceber valores e contemplar o mundo, ultrapassando os 
determinismos biológicos. A cultura acumulada na humanidade do homem e sua educação recebida 
possibilitam que, além de suas necessidades primárias atendidas pelo instinto, possa ele buscar bens e outros 
valores, tais como: 
 
i. Realização pessoal – habilidades, destrezas, conhecimentos, fama, posição social e política e êxito 
profissional. 
ii. Valores – relações pessoais, costumes morais, bens estéticos, amizade e amor. 
iii. Virtudes – todas as qualidades que o fazem um ser humano honrado e honesto. 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA CONTEMPORÂNEA 
 
Ética dos fins ou ética dos bens 
 
É representada pela defesa de valores fundamentais denominados de bem comuns e suas 
manifestações mais importantes são: hedonismo, utilitarismo, eudemonismo e ética dos valores para os quais 
o fim último é respectivamente o prazer, o útil, a felicidade e os valores. 
 
Morais deontológicas ou do dever ou da lei – as que afirmam que o critério supremo é o Dever ou as Leis. 
O termo deontologia surgiu das palavras gregas “déon, déontos” que significam dever e “lógos” e se traduzem 
por discurso ou tratado. Sendo assim, a deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, 
princípios e normas adaptadas por um determinado grupo profissional. Logo, a deontologia é uma disciplina 
da ética especial adaptada ao exercício da uma profissão. 
 
Morais situacionais e relativistas – são as que se recusam a construir a moral sobre um princípio absoluto, 
seja ele o fim último ou o dever. Sem alguma base, algum critério objetivo, não é possível escolher um sistema 
moral bom em lugar de um ruim. Se ambos são igualmente emotivos e irracionais, são ambos igualmente 
arbitrários tornando qualquer diferença entre eles apenas produto de propensões acidentais ou caprichos 
pessoais. Nenhuma escolha poderia ser racionalmente defendida. A humanidade é carregada de regras morais, 
fundamentada ora no cientificismo, ora no transcendente, mas ambos carentes de ética. Assim, “vale tudo” 
para você ser feliz (por exemplo, cometer adultério, mas desde que em segredo); “você pode” tudo (comer, 
beber, jogar, se drogar, assistir ao que quiser curtir a vida adoidado, até dizer coisas que depreciem os outros 
ou até passar por cima dos outros para conseguir sua meta). Em outras palavras, alguém que assistiu a repetidas 
cenas fictícias de estupro, de assaltos, de corrupção, tende a ficar mais insensível diante de outras cenas 
semelhantes. A ética é mais ampla e universal durando mais tempo, enquanto a moral é restrita e funciona em 
determinados campos da conduta humana em determinados períodos. A moral nasce da ética e se a ética desce 
de sua generalidade e de sua universalidade, fala-se da existência de uma moral. Mecanismos que são 
fundamentos das regras do direito e da moral: para sobreviver, o homem se conforma com tais regras e não 
pode agir de outro modo. É preciso ser ético, porém, a Ética é algo maior, e a moral algo mais limitado, restrito; 
de maneira que podemos dizer sob esse ângulo de análise, que a ética é um estudo ou uma reflexão sobre o 
comportamento moral dos indivíduos em uma determinada sociedade. 
 
A ética que analisa, investiga e explica a moral 
Exemplos de falso moralismo: 
a) Pai que proíbe a filha de sair, mas sai escondido com pessoas mais jovens. 
b) Proíbe o uso de certas roupas, mas é inconveniente com pessoas na rua que usam as mesmas roupas. 
c) Virgindade. 
As normas morais surgem na hora em que somos levados à dúvida de como devemos agir e do fato que 
julgamos e pelo mal de sermos julgados. 
 
Normas morais – a dúvida de como devemos agir e o fato que julgamos ou pelo qual somos julgados 
pressupõem que haja princípios, normas, regras ou leis, que são os parâmetros de comportamento social e, 
que nos confrontam com o nosso julgamento do que significa ser leviano, imoral, incompetente ou 
simplesmenteintrometido. 
 
Todos os brasileiros são iguais perante a lei. O preconceito racial é crime. Devemos fazer o bem e evitar o 
mal. 
 
Apesar das normas existentes (jurídicas, morais, etc.), muitas vezes ainda ficamos na dúvida sobre como agir 
com retidão. Isso porque ou não existem normas ainda, ou nós não as conhecemos, ou não sabemos interpretá-
las. Em poucas palavras, na nossa vida real estamos sempre às voltas com problemas morais práticos como 
atos, juízos, normas morais. Isso vale para todos. Não se pode escapar aos problemas concretos e muitas vezes 
não fáceis da moral. A moral é uma forma de comportamento humano que compreende tanto o aspecto 
normativo (regras de ação) quanto o factual (necessidade de adequação dos atos humanos às normas). A moral 
é também um fato social – com tendência a ajudar a sociedade a organizar suas ações com base em valores e 
fins para solucionar suas necessidades. 
 
O normativo e o fatual 
 
A moral é um conjunto de normas aceitas livre e conscientemente que regulam o comportamento individual e 
social dos homens. Encontramos na moral dois planos: o normativo, constituído pelas normas ou regras de 
ação e pelos imperativos que enunciam algo que deve ser. E o factual, que é o plano dos fatos morais 
constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente. Os atos adquirem um significado moral – 
são positivos ou moralmente valiosos quando estão de acordo com a norma; negativos quando violam ou não 
cumprem as normas. Portanto, certos atos são incluídos na esfera moral por cumprirem ou não uma 
determinada norma. O normativo não existe independentemente do fatual, mas aponta para um 
comportamento efetivo, pois toda norma postula um tipo de comportamento que considera devido, exigindo 
que esse comportamento passe a fazer parte do mundo dos fatos morais, isto é, do comportamento efetivo real 
dos homens. O fato de uma norma não ser cumprida não invalida a exigência de que ela seja posta em prática. 
Essa exigência e a validade da norma não são afetadas pelo que acontece no mundo dos fatos. 
 
 
 
 
Diferenças entre moral e moralidade 
 
A moral efetiva compreende as normas ou regras de ação e os fatos que possuem relação com ela. 
No entanto, esta distinção entre o plano normativo (ou ideal) e o fatual (real ou prático) leva alguns autores a 
propor dois termos para designar cada plano: moral e moralidade. A moral designaria o conjunto dos 
princípios, normas, imperativos ou ideias morais de uma época ou sociedade determinadas. A moralidade seria 
um componente efetivo das relações humanas concretas que adquirem um significado moral em relação à 
moral vigente. A moral estaria no plano ideal e a moralidade no plano real. A moralidade é a moral em ação, 
a moral prática e praticada. Por isso, cremos que é melhor empregar um termo só: moral, indicando os dois 
planos, o normativo e o efetivo. Portanto, na moral se conjugam o normativo e o fatual.

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