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R. C. Sproul - A fé e as obras

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A FÉ E AS BOAS OBRAS
R. C. Sproul
Verdades essenciais da fé cristã; doutrinas básicas em linguagem simples e prática. v. 2 (São Paulo: Cultura Cristã, 1999), pp. 79-80.
Muitas pessoas supõem que ao tentar viver uma vida boa, já fizeram tudo que é necessário para obterem o céu. Põe sua confiança nas obas obras que fazem com o fim de satisfazer as demandas da justiça de Deus.
Esta é uma esperança fútil. A lei de Deus requer perfeição. Visto que não somos perfeitos, não temos a bondade necessária para entrarmos no céu. Desta maneira, nunca podemos sentir-nos realizados vivendo uma vida boa. Só podemos concretizá-lo confiando na justiça de Cristo. Seu mérito é perfeito e é colocado à nossa disposição por meio da fé. 
Crer que somos justificados por nossas boas obras à parte da fé é abraçar a heresia do legalismo. Crer que somos justificados por um tipo de fé que não produz obras é abraçar a heresia do antinomianismo.
A relação de fé e boas obras é aquela que pode ser distinguida, mas nunca separada. Embora nossas boas obras não acrescentem nenhum mérito à nossa fé diante de Deus e apesar da única condição de nossa justificação ser nossa fé em Jesus Cristo, se as boas obras não seguem nossa profissão de fé, isto é uma clara indicação de que não possuímos a fé que justifica. A fórmula da Reforma é: "Somos justificados só pela fé, mas não por uma fé que está só". A verdadeira justificação sempre resulta no processo de santificação. Se há justificação, a santificação inevitavelmente se seguirá. Se a santificação não resulta, é certo que a justificação não se fez realmente presente. Isso não significa que a justificação dependa ou se apóia na santificação. A justificação depende da verdadeira fé, a qual por sua vez inevitavelmente conduz às obras de obediência.
Quando Tiago declara que a fé sem obras é morta, está dizendo que tal "fé" não pode justificar ninguém, porque não é viva. A fé viva produz boas obras, mas essas boas obras não são a base da justificação. Somente o mérito conquistado por Jesus Cristo pode justificar o pecador. 
É um grave erro e de fato uma forma moderna da heresia do antinomianismo sugerir que uma pessoa pode ser justificada aceitando Jesus como Salvador, mas não como Senhor. A verdadeira fé aceita Cristo como Salvador e como Senhor. Confiar só em Cristo para salvação é reconhecer a total dependência dele e arrepender-se dos pecados. Arrepender-se dos pecados significa submeter-se à autoridade de Cristo. Negar seu senhorio é buscar justificação com uma fé impenitente, a qual na verdade não é fé.
Embora nossas boas obras não nos proporcionem salvação, elas são a base sobre a qual Deus promete distribuir recompensas no céu. Nossa entrada no Reino de Deus é pela fé somente. Nossa recompensa no Reino será de acordo com nossa boas obras, as quais são, conforme disse Agostinho, um caso de graciosa coroação de Deus de seus próprios dons.

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