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R. C. Sproul - O Espírito Santo

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O ESPÍRITO SANTO
R. C. Sproul
Verdades essenciais da fé cristã; doutrinas básicas em linguagem simples e prática. v. 2 (São Paulo: Cultura Cristã, 1999), pp. 9-16.
A divindade do Espírito Santo
Na liturgia da igreja freqüentemente ouvimos as seguintes palavras: "No nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo, amém". Este expressão é uma fórmula trinitariana que descreve a deidade das três pessoas na Trindade.
Da mesma forma nós cantamos o "Gloria Patri": "Glória seja ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, é hoje e para sempre, eternamente Amém. Amém.”
Este hino atribui glória às três pessoas da Trindade. Ao Espírito Santo é atribuída a glória eterna juntamente com o Pai e o Filho.
Enquanto a divindade de Cristo foi motivos de debates por séculos, e os debates continuam hoje, a divindade do Espírito Santo é geralmente aceita na igreja. Talvez a razão de não ter sido a divindade do Espírito Santo motivo de debates, seja porque o Espírito jamais tomou uma forma humana.
A Bíblia claramente apresenta o Espírito Santo como possuindo atributos divinos e exercendo autoridade divina. Nos primeiros séculos da igreja foi voz comum que o Espírito Santo é divino.
O Velho Testamento se refere constantemente a Deus como o Espírito de Deus. As expressões "Deus disse" e o "Espírito disse" são repetidamente intercambiadas. No Novo Testamento este padrão continua. Em Atos dos Apóstolos 5.3-4 encontramos talvez a mais evidente declaração, quando Pedro afirma: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? ... Não mentiste aos homens, mas a Deus." Simplesmente, Pedro coloque que mentir ao Espírito Santo é mentir ao próprio Deus.
As Escrituras também atribuem virtudes divinas ao Espírito Santo. Paulo escreve que o Espírito é onisciente em I Coríntios 2.10-11: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus." O Salmista atesta a onipresença do Espírito no Salmo 139.7-8: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;" O Espírito também trabalha na criação, pairando sobre a face das águas (Gênesis 1.1-2).
Como uma afirmação conclusiva sobre a divindade do Espírito Santo, temos a bênção impetrada por Paulo em sua Segunda carta aos Coríntios: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." (II Coríntios 13.13)
A Personalidade do Espírito Santo
Na noite em que minha esposa se converteu a Cristo, ela afirmou: "Agora eu sei quem é o Espírito Santo!". Antes disso esta pessoa imaginava que o Espírito Santo era um "isto" e não um "quem" pessoal.
Quando falamos da personalidade do Espírito Santo, queremos dizer que o terceiro membro da Trindade é uma pessoa e não uma força. Isto é claro nas Escrituras, onde somente pronomes pessoais são usados quando se referem ao Espírito Santo. Em João 16.13, Jesus afirmou: "...quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade: porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir." 
Porque o Espírito santo é real e um pessoa distinta e não uma força impessoal, é possível para nós gozarmos de um relacionamento pessoal com Ele. Paulo impetra a bênção à igreja de coríntios sublinhando isto: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam sobre vós. Amém" ( II coríntios 13.13). Ter comunhão com alguém é entrar em um relacionamento pessoal com este alguém. Além disso, somos chamados a não pecarmos contra o Espírito Santo, não resisti-Lo, ou entristecê-Lo. Uma força impessoal não pode ser "entristecida" Tristeza só pode ser experimentada por um ser pessoal.
Porque o Espírito Santo é uma pessoa, é apropriado orarmos a Ele. Seu papel na oração é nos assistir fazendo-nos nos expressarmos adequadamente ao Pai. Assim como Jesus intercede por nos como nosso Sumo Sacerdote, assim o Espírito Santo intercede por nós em nossas orações.
Finalmente, a Bíblia fala do Espírito Santo assumindo funções que somente pessoas podem realizar. O Espírito conforta, guia e ensina os eleitos (veja João 16). Estas atividades são feitas de maneira a envolver inteligência, vontade, sentimento e poder. Ele perscruta, seleciona, revela, conforta, convence e admoesta. Somente uma pessoa pode fazer estas coisas. A resposta dos crentes, então, não é uma mera afirmação que tal coisa existe, mas uma resposta em obediência, amor e adoração ao Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade.
O Testemunho Interno do Espírito Santo
Em qualquer drama de um tribunal que inclua uma testemunha, o testemunho dado é crucial para o caso. O testemunho é importante porque foi estabelecido para trazer a tona a verdade de uma determinada situação. Em alguns tribunais o testemunho da testemunha é rejeitado porque o caráter dela é suspeito. O testemunho de um mentiroso psicopata tem pouco valor. Para que o testemunho tenha credibilidade a testemunha tem que ter credibilidade.
Quando Deus testifica a verdade de alguma coisa, Seu testemunho é imutável. Seu testemunho traz a realidade toda de todos os fatos e por isto é completamente abrangente. O testemunho que tem a Deus como o seu autor não pode falhar. É, de fato, um testemunho infalível. Procede do mais elevado caráter, da mais profunda fonte de conhecimento, de uma autoridade suprema. A fidedignidade do testemunho de Deus fez com que Lutero declarasse sem excitação: "O Espírito Santo não é céptico" As verdades que o Espírito Santo revela são mais certas do que a própria vida.
João Calvino ensinou que embora as Escrituras manifestam claros e racionais sinais de sua autoridade divina e exibem evidências suficientes de sua origem divina, estas evidências não nos persuadem plenamente até e a menos que sejam elas seladas em nossos corações pelo testemunho interno do Espírito Santo. Calvino reconheceu a diferença entre a prova e a persuasão. Ainda que sejamos capazes de oferecer provas objetivas e compelidoras da verdade das Escrituras, não será garantia que as pessoas irão crer, render-se ou obedecê-las. Para que possamos ser persuadidos de sua verdade precisamos da ajuda do testemunho interno do Espírito Santo. O Espírito produz em nós a aquiescência ou rendição às evidências compelidoras da verdade das Escrituras.
Em seu testemunho interno, o Espírito Santo não oferece novas informações secretas ou argumentos espertos que nós não poderíamos obter de outra forma. Pelo contrário, ele opera sobre o nosso espírito para romper e sobrepujar nossa resistência à verdade de Deus. Ele nos move a nos rendermos ao claro ensino da Palavra de Deus e recebê-lo com total segurança.
O testemunho interno do Espírito não é uma fuga ao misticismo ou um escape ao subjetivismo onde os sentimentos pessoais são elevados a um status de autoridade absoluta. Há uma diferença crucial entre o testemunho do Espírito Santo ao nosso espírito e o testemunho humano do nosso próprio espírito. O testemunho do Espírito Santo é a Palavra de Deus. Ele não vem a nós aparte da ou sem a Palavra.
Tal como o Espírito Santo testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus, confirmando a Sua palavra a nós (Romanos 8.16), assim o Espírito Santo dentro de nós nos assegura de que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Iluminação do Espírito Santo
Uma das invenções mais úteis da vida moderna é a lanterna. Quando a energia vai embora e a casa entra em densa escuridão, a lanterna é de grande utilidade. Funciona para arremessar luz sobre as trevas. Existe para iluminar o ambiente.
ABíblia não é um livro de trevas. Pelo contrário, é uma fonte mais necessária de luz. O salmista afirma sobre a Palavra de Deus: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos" (Salmo 119.105).
Nem todas as partes das Escrituras são igualmente claras ao nosso entendimento. Certas passagens são difíceis de alcançar. Lutamos em certos pontos para termos a habilidade de penetrar no significado de certos textos. O pecado tem um efeito sobre nós, obliterando o nosso entendimento, mantendo nossa mente no escuro. Em nossa natureza caída, somos criaturas das trevas que desesperadamente carecem de luz.
Embora a Escritura em si mesma seja luz para nós, precisamos de iluminação adicional de tal modo que possamos perceber a luz. O mesmo Espírito Santo que inspira a Escritura, trabalha para iluminar a Escritura para o nosso benefício. Ele lança mais luz à luz original. Iluminação é obra do Espírito Santo. Ele nos ajuda a ouvir, receber e entender corretamente a mensagem da Palavra. O Apóstolo assim escreve: “Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”. (I Coríntios 2.9-11)
Paulo aqui traça uma analogia com a experiência humana. Você pode aprender muitas coisas sobre mim ao observar-me ou do ouvir-me, mas você não pode saber o que se passa dentro de minha mente ou do meu espírito, a menos que eu decida revelá-lo. Somente eu sei o que eu penso. (Embora algumas vezes fica a impressão que a minha esposa esteja lendo a minha mente!)
Da mesma forma, é o Espírito Santo que conhece os pensamentos profundos de Deus. Paulo diz que o Espírito "perscruta" as coisas profundas de Deus. Isto não significa que o Espírito Santo tenha que investigar ou inquirir para dentro da mente de Deus de tal maneira que seja instruído. Ele não está em busca de informação que de outra forma estaria privado. Ele "perscruta" como uma lanterna escaneia a noite afim de trazer à luz aquilo que de uma outra forma permaneceria escondido.
Iluminação não pode ser confundido com revelação. É muito comum hoje ouvirmos pessoas falando de revelações particulares que afirmam ter recebido do Espírito Santo. A obra do Espírito Santo na iluminação não é o suprimento de novas informações ou atuais revelações além daquelas que são encontradas nas Sagradas Escrituras.
O Cristianismo Reformado enfaticamente nega que Deus esteja dando novas revelações normativas hoje. O Espírito ainda continua iluminado aquilo que foi revelado nas Escrituras. O Espírito nos ajuda a entender a Bíblia, para nos convencer da verdade da Bíblia e para aplicar esta verdade às nossas vidas. Ele trabalha com a Palavra e através da Palavra. Sua tarefa não é jamais ensinar contra a Palavra. É, portanto, sempre necessário testar o que ouvimos pelo ensino da Escritura. A Escritura é o livro do Espírito.

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