Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA – CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO BRUNA GABRIELE MEZZAROBA SAYMON ROODES LARRISA TONELLO TRABALHO SOCIOLOGIA PROFESSOR: WILLIAM NUNES TEMA: AGROFLORESTAS FREDERICO WESTPHALEN, RS 2018 Devido ao mal-uso do solo e dos recursos naturais do planeta para a agricultura, durante o período de sua criação até os dias atuais, estamos sofrendo as consequências. A escassez da água potável, o aumento de preços para os alimentos que consideramos básicos, doenças causadas pelo uso excessivo de agrotóxicos, extinção de plantas e animais nativos de determinada região, tudo isso vem se acumulando de um modo que não seremos capazes de reverter a longo prazo. Decorrente disso, vem surgindo várias propostas de como reduzir esses acontecimentos, e ainda utilizar esses métodos para gerar trabalho e consequentemente lucro, preservando o meio ambiente. Uma dessas propostas para promover restaurações ecológicas seriam Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como Agroflorestas. Agroflorestas são sistemas que combinam métodos agrícolas com árvores e plantas da floresta e/ou animais, em um determinado espaço, que buscam usufruir do manejo sustentável da terra para aumentar a produção de forma geral, para maiores benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos aqueles quem usam o solo em diversas escalas. Quando é utilizado animais agrícolas juntamente com culturas para sua sobrevivência e árvores, é chamado de sistemas agrossilvipastoris, e quando é composto por espécies florestais e culturas anuais é chamado de sistemas agrossilviculturais, já, quando se é utilizado um sistema muito diversificado e similares aos ecossistemas florestais naturais do local, é chamado de agroflorestas sucessionais ou biodiversas. Imagem 1: Agrossilvipastoril imagem 2: Agrossilvicultural Imagem 3: Sucessionais ou Biodiversas Esses sistemas trazem múltiplos benefícios ambientais, econômicos e sociais, que variam em grau e importância de acordo com o contexto, o tipo de sistema praticado e o manejo dos sistemas ao longo do tempo. Podem ajudar a proteger e alimentar a biodiversidade, conter as mudanças climáticas e aumentar a capacidade de adaptação a seus efeitos. Podem promover a regulação do ciclo hidrológico, controle da erosão e do assoreamento, ciclagem de nutrientes e, portanto, aumento da fertilidade do solo, melhorando suas propriedades. Além disso, geram uma série de produtos úteis aos seres humanos e que podem ser comercializados, como alimentos, remédios, fibras, sementes, matérias primas para abrigo e energia. Contribuem também para a segurança alimentar, visto que possuem melhor relação custo-benefício quando comparados à restauração florestal convencional devido às práticas de manejo e o aproveitamento dos produtos. Também possibilitam produção diversificada, pois conta com várias culturas consorciadas, o que alivia a sazonalidade, fenômeno comum no setor agropecuário, e trazem menor risco por ataques de pragas e doenças, e contribuem para o aumento da produção de alimentos e renda rural, em especial gerada por meio de produtos florestais, como madeira, frutos, sementes e óleos. No Brasil, as Agroflorestas têm se mostrado como atividade economicamente viável em diferentes contextos, no entanto, essa viabilidade depende da realização de um bom planejamento econômico, que inclui pesquisa de mercado e a execução com técnicas adequadas, que tem se tornado uma limitação a adesão desses sistemas. A sua apropriação por técnicos e agricultores familiares enfrenta barreiras e limitações que precisam ser vencidas para aumentar a sua adoção. Algumas destas dificuldades são específicas ao contexto local, portanto precisam de soluções práticas desenvolvidas na escala da propriedade e da paisagem na qual está inserida. Outras são comuns à grande maioria dos contextos, questões mais estruturais como o baixo acesso a políticas públicas de desenvolvimento rural (ATER, capacitação e crédito rural), por isso dependem de soluções de governança a médio e longo prazo. A alta demanda por mão de obra pode ser outro fator extremamente limitante para a condução desses sistemas, assim como o acesso a insumos, fatores ambientais, falta de planejamento agroflorestal e econômico e manejo inadequado. Outros problemas, seria que mesmo tendo acesso a políticas públicas, elas contam com pouquíssimos técnicos para atender a demanda de agricultores familiares em geral e poucos possuem capacitação suficiente para orientar sobre a aplicação de princípios agroecológicos e sobre a restauração com sistemas agroflorestais. Os sistemas produtivos recomendados muitas vezes são baseados em pacotes tecnológicos específicos que podem estar desalinhados com a vocação e as condições do agricultor e seu acesso aos recursos necessários para o sucesso daquela tecnologia (conhecimento, insumos, mão de obra, etc.) e a Dificuldades para cumprir complexas normas fiscais e sanitárias para processamento e comercialização de produtos e também para licenciamento de unidades de processamento. A implantação desses sistemas é um ótimo método podendo ser utilizado em diversas áreas e que produz muitos benefícios, mas por ter muitos motivos que façam com que esse método falhe ou até mesmo não seja utilizado, é necessário uma intervenção governamental, como o ministério do meio ambiente propor esse tema assim como o da agricultura propõe o sistema convencional de culturas anuais, que veem degradando os locais onde é implantado a séculos, devido aos fatores citados na introdução do texto. Outro método também seria a contratação de engenheiros florestais para o auxílio técnico, para aqueles que pretendo a implantação de uma Agrofloresta, já que a maioria dos tecnólogos na área da agricultura não tem uma capacitação para isso durante sua formação. Referências: Restauração Ecológica com Sistemas Agroflorestais: como conciliar conservação com produção. Opções para Cerrado e Caatinga / Andrew Miccolis ... [et al.]. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN/Centro Internacional de Pesquisa Agorflorestal – ICRAF, 2016 Agrofloresta : aprendendo a produzir com a natureza / Walter Steenbock; Fabiane Machado Vezzani. – Curitiba : Fabiane Machado Vezzani, 2013. CORRêA NETO, Nelson Eduardo et al. AGROFLORESTANDO O MUNDO – DE FACÃO A TRATOR. Barra do Turvo: ., 2016. 180 p. http://www.agrofloresta.net/
Compartilhar