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Seminario Poder Constituinte e Soberania

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Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
 
AULA 2 - Seminário 
 
Material de Apoio 
 
PODER CONSTITUINTE e SOBERANIA 
 
1. Introdução 
 
De acordo com Celso Bastos, o poder constituinte é aquele que põe 
em vigor, cria ou mesmo constitui normas jurídicas de valor constitucional. 
Paulo Bonavides explica que a teoria do Poder Constituinte é, 
basicamente, a legitimidade do poder, o qual passou a ser notado no meio jurídico, sob uma 
nova forma, à luz dos conceitos de soberania nacional e soberania popular em decorrência 
dos acontecimentos históricos e revolucionários do fim do século XVIII. 
Em seguida, esclarece o autor que não se deve confundir o Poder 
Constituinte com sua teoria. 
Poder Constituinte sempre houve em qualquer sociedade política, 
seja ela democrática ou não. No entanto, uma teorização para legitimá-lo surgiu somente com 
a aparição do constitucionalismo. Foi nessa época que o poder decadente e absoluto dos 
monarcas, embasado no direito divino, foi substituído pela vontade soberana e popular. 
Assim, conclui-se que o Poder Constituinte tem a ver com premissa 
“ubi societas, ibi ius”, pois onde existe uma dada sociedade, existe um Direito organizado, 
proveniente desse poder, que aparece e se desenvolve organizando o Estado de forma 
benéfica ou maléfica, ao passo que sua legitimação se encontra presente somente perante 
um Estado Soberano e Democrático. 
O Poder Constituinte resulta de um poder do qual provém. É um 
poder que institui os demais, e, por isso, chamado de “poder constituinte”. Nas palavras de 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho a Constituição é tratada como lei suprema, base e fonte de 
validade de todo ordenamento jurídico, e sua supremacia decorre justamente de sua origem, 
desse poder que constitui os demais. 
Diante disso, face à supremacia do texto, são viciados todos os atos 
que se chocam com a Constituição, o que resulta na criação de um sistema de controle de 
constitucionalidade, objeto de estudo em outra ocasião. 
 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
 
2. Titularidade e exercício 
Para a doutrina moderna o titular do poder constituinte é o povo, que 
o exerce por meio de representantes. Para Emmanuel Joseph Sieyes, o titular do Poder 
Constituinte era a nação. Essa afirmação foi feita na obra “Qu’est-ce que le tier État?” (O que 
é o Terceiro Estado?). 
 
3. Histórico 
Nos moldes de hoje, o Poder Constituinte foi visto pela primeira vez 
na época do movimento constitucionalista, por volta do final do século XVIII. A idéia de que a 
Constituição é fruto de um poder distinto daqueles que ela estabelece (Executivo, Legislativo 
e Judiciário) é contemporânea à figura da Constituição escrita e, sob esse prisma, a afirmativa 
feita na introdução de que a teorização do Poder Constituinte deu-se somente nessa época 
se confirma, uma vez que, na Antiguidade, todas as leis possuíam o mesmo valor. Antes disso, 
não havia supremacia das normas umas sobre as outras. Da mesma forma, na Idade Média, 
quando então o direito consuetudinário ocupava maior espaço no cenário. Portanto 
impossível falar-se em Poder Constituinte naquelas épocas. 
 
4. Natureza 
Duas grandes escolas procuram esclarecer a natureza do Poder 
Constituinte. 
Para os positivistas ele é um poder de fato, pois não se baseia em 
regra anterior, funda-se em si próprio, o que os leva a concluir por sua ilimitabilidade absoluta. 
Para a escola iusnaturalista, é poder de direito, funda-se no Direito 
Natural. Para essa corrente existe um direito anterior ao Estado, portanto anterior ao Direito 
Positivo. 
 
5. Agente e veículo; direito de revolução e direito de resistência 
A titularidade do Poder Constituinte (que pertence ao povo), não se 
confunde com seu agente (grupo que atua em nome do titular). O que acontece com 
freqüência na elaboração de uma Constituição é a presença de uma Assembléia Constituinte, 
composta de representantes do povo, atuando como agente do Poder Constituinte. Ocorre 
que, após confeccionada a Constituição, o Poder Constituinte do agente (no caso o da 
Assembléia Constituinte) desaparece, restando apenas o que lhe foi delegado pela 
Constituição (no Brasil, as regras para emendar a Constituição), enquanto que, o poder do 
titular (povo) permanece. 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
A expressividade inicial do Poder Constituinte se dá justamente em 
um momento de ausência de Estado. É ele a força responsável pela instituição de algo que 
até então não existia. No entanto, na prática, o fenômeno não se mostra exatamente desta 
forma, podendo o Poder Constituinte (originário) se manifestar em locais, ou situações, nas 
quais já existe uma ordem jurídica, mas que em decorrência de algum acontecimento, acaba 
perdendo a força ou validade, ocasionando assim a manifestação inicial do Poder 
Constituinte, que nunca fugiu da titularidade do povo. 
“Essa perda de eficácia traduz um evento revolucionário, ou melhor, 
a revolução quebra a Constituição até então em vigor (pois revolução juridicamente falando, 
é sempre rompimento da ordem vigente) e assim abre caminho para a nova Constituição. É 
por isso que se costuma dizer que a revolução é o veículo do Poder Constituinte originário.” 
No entanto, observa-se que há Constituições não precedidas de revolução, que decorrem ou 
de uma reforma da ordem anterior, acarretando enormes inovações e repletas mudanças, ou 
concedidas por um Estado libertador a uma antiga colônia que, anteriormente, estava sob 
seu domínio. 
Mediante o exposto, conclui-se que o povo também é titular do 
Direito de Revolução. Este por sua vez, ao lado do Direito de Resistência, decorre do conceito 
de liberdade, liberdade no sentido de liberdades públicas. Só a liberdade justa pode servir de 
motivo para o emprego da força contra a lei positiva imposta. Sem dúvida a força é a última 
racio a ser utilizada. 
 
 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
Caso 1 
 
A Venezuela vive hoje um clima de instabilidade. A eleição 
presidencial na Venezuela em 2018 ocorreu em 20 de maio de 2018, com a reeleição de 
Nicolás Maduro, em uma votação marcada de polêmicas e de maior abstenção da história do 
país. Diversos países do mundo não reconheceram a reeleição. Considerada uma eleição 
antecipada, a data eleitoral original foi agendada para dezembro de 2018, posteriormente, 
antecipada para 22 de abril de 2018, mas depois adiada por algumas semanas para maio de 
2018. Antes disso, em 2009 uma Emenda Constitucional garantiu ao Presidente (na época 
Hugo Chavez) o direito de reeleição ilimitada. 
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid 
Ra'ad al-Hussein, declarou que a eleição "não preenche, de forma alguma, condições mínimas 
para serem livres e confiáveis". Em 23 de março de 2018, um funcionário das Nações Unidas 
informou que a organização não ofereceria assistência eleitoral nas eleições, sem explicar os 
motivos. 
Antes das eleições, o Grupo de Lima, com suas nações participantes 
(Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, 
México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia), declarou que não reconhece os resultados 
das eleições presidenciais devido à percepção de falta de transparência. 
Em 24 de fevereiro de 2018, em sessão extraordinária, o Conselho 
Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), rejeitou fazer uma declaração, 
proposta pela Argentina,com o apoio do Brasil e dos Estados Unidos da América, de 
reconhecimento de Juan Guaidó como presidente venezuelano. Guaidó é o atual presidente 
da Assembleia Nacional da Venezuela. Apenas 16 países, dos 35 que compõe a OEA, foram 
favoráveis ao reconhecimento do autodeclarado presidente da Venezuela Juan Guaidó e à 
realização de nova eleição. Tal declaração da OEA necessitava do apoio de dois terços dos 35 
países que compõe a organização, ou seja, 23 votos favoráveis. A declaração também foi 
rejeitada pela representante da Venezuela na organização, Asbina Ixchel Marin Sevilla. 
Recentemente vários países enviaram mantimentos, mas o país 
adotou fechamento de fronteira e a ajuda está sendo recusada 
(https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/02/23/ajuda-
humanitaria-deve-chegar-a-venezuela-de-forma-pacifica-diz-guaido-em-pronunciamento-
na-colombia.ghtml). 
 Fala-se na invasão de tropas militares de outros países, em especial 
os EUA no território venezuelano. 
 
 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
Lendo o texto referente ao Caso 1 e comente. 
 
1. Tomando os conceitos de Regime Político – Democrático ou Impositivo como 
você vê a situação ao longo dos últimos anos da Venezuela. 
 
2. Emenda Constitucional de 2009 garantiu ao Presidente da Venezuela a (na época 
Hugo Chavez) o direito de reeleição ilimitada. Como você essa forma de exercício 
de governo? Comente. 
 
3. Tomando em conta o conceito de soberania como você entende que se 
atualmente se encontra a soberania da Venezuela? O que acontece com ela 
interna e externamente? 
 
4. É certo a Venezuela recusar ajuda humanitária de outros países? O que isso tem 
a ver com a soberania? 
 
5. O artigo 333 da Constituição Venezuela diz que: Da garantia desta Constituição - 
Artigo 333. Esta Constituição não perderá a sua validade se deixar de ser 
observada por força de lei, se for revogada por qualquer outro meio que não 
aquele que nela estiver previsto. Em tal eventualidade, qualquer cidadão 
investido com ou sem autoridade, terá o dever de colaborar no restabelecimento 
de sua validade efetiva. Com base nesse dispositivo Juan Guaidó pode justificar 
ter assumido o Poder? 
 
6. O Brasil poderia invadir a Venezuela para cuidar dos indivíduos que estão 
passando necessidade? E dos venezuelanos que entram no Brasil? O Brasil pode 
ou deve cuidar? 
 
 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
CASO 2 
 
Na madrugada de 19 de maio de 2002 o Timor Leste1 se transformou no mais novo país do 
mundo ao declarar formalmente a sua independência O secretário-geral da ONU, Kofi 
Annan, passou oficialmente o comando da administração do território ao novo governo, que 
proclamou a independência. Durante o seu discurso, Annan afirmou que "nunca antes na 
história da humanidade tantas nações se uniram para ajudar um pequeno país como o Timor 
a se tornar independente". Logo depois, a bandeira vermelha, amarela e preta do Timor 
Leste foi hasteada oficialmente pela primeira vez na capital do país, Dili, e o ex-líder 
guerrilheiro Xanana Gusmão tomou posse como presidente. 
 
 
 
Vários líderes mundiais foram ao Timor Leste para prestigiar a cerimônia, entre eles a 
presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, e o primeiro-ministro de Portugal, José 
Durão Barroso. Milhares de timorenses festejaram a independência durante toda a noite em 
várias partes do país. A cerimônia de independência foi antecedida por uma série de shows 
e danças tradicionais da região. Os timorenses votaram pela independência num referendo 
em 1999, e o território vinha sendo administrado desde então pela ONU. 
Cerca de 200 mil pessoas morreram na luta pela independência - muitas delas assassinadas 
por milícias pró-Indonésia na época do referendo. O presidente Xanana Gusmão pediu à 
população que esqueça o passado e trabalhe para formar uma nova nação. O ministro das 
Relações Exteriores do novo país, José Ramos Horta, afirmou que a independência do Timor 
Leste representa uma mensagem de "tolerância e perdão". 
A causa de Timor-Leste pela independência ganhou maior repercussão e reconhecimento 
mundial com a atribuição do Prêmio Nobel da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e a José 
Ramos Horta em outubro de 1996. Em julho de 1997, o presidente sul-africano Nelson 
Mandela visitou o líder da FRETILIN, Xanana Gusmão, que estava na prisão. A visita fez com 
que aumentasse a pressão para que a independência fosse feita através de uma solução 
negociada. A crise na economia da Ásia no mesmo ano afetou duramente a Indonésia. 
Muitos países, inclusive o Brasil, ajudaram de várias maneiras na organização do País 
internamente como, por exemplo, na estruturação do Poder Judiciário. Uma nova 
Constituição foi elaborada. 
 
 
 
1 https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/020519_timoram1.shtml 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
História 
O primeiro contato europeu com a ilha foi feito pelos portugueses quando estes lá chegaram 
em 1512 em busca do sândalo. Durante quatro séculos, os portugueses apenas utilizaram o 
território timorense para fins comerciais, explorando os recursos naturais da ilha. Díli, a 
capital do Timor Português, apenas nos anos 1960 começou a dispor de luz elétrica, e na 
década seguinte, de água, esgoto, escolas e hospitais. O resto do país, principalmente em 
zonas rurais, continuava atrasado.[12] 
Até agosto de 1975, Portugal liderou o processo de autodeterminação de Timor-Leste, 
promovendo a formação de partidos políticos, tendo em vista a independência do território. 
Quando as forças pró-indonésias atacaram as forças portuguesas no território, estas foram 
obrigadas a deixar a ilha de Timor e a refugiarem-se em Ataúro, quando se dá início à Guerra 
Civil entre a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN) e as forças da 
União Democrática Timorense (UDT). A FRETILIN saiu vitoriosa da guerra civil e proclamou a 
independência a 28 de novembro do mesmo ano, o que não foi reconhecido por Portugal. 
A proclamação da independência por um partido da FRETILIN de tendência marxista levou a 
que a Indonésia invadisse Timor-Leste. Em 7 de dezembro, os militares indonésios 
desembarcavam em Díli, ocupando brevemente toda a parte oriental de Timor, apesar do 
repúdio da Assembleia-geral e do Conselho de Segurança da ONU, que reconheceram 
Portugal como potência administradora do território 
Direito Constitucional 
Teoria Geral 
 
Professor Caio Marco Berardo 
Monitor: Rafael Tavares Malato 
Com base no texto do Caso 2 comente: 
 
1. Tomando em conta o conceito de Estado e seus elementos como você vê a 
independência do Timor Leste? Consegue identificar no texto esses elementos? 
 
2. Você pensa que o Estado se organizou de maneira Soberana? Sim? Não? Por que? 
 
3. O que é possível extrair da fala do presidente Xanana Gusmão quando o pediu à 
população que esquece o passado e trabalhasse para formar uma nova nação? 
 
4. A cerimônia de independência foi antecedida por uma série de shows e danças 
tradicionais da região. Os timorenses votaram pela independência num referendo 
em 1999, e o território vinha sendo administrado desde então pela ONU. Comente 
e debata essa afirmação sob a ótica da soberania.

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