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higiene bronquica em pediatria

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1 
Higiene brônquica em pediatria 
 
Bronchialhygiene in pediatrics 
Bruna Paula Xavier Andrade Silva1, GiullianoGardenghi2 
1Fisioterapeuta. Pós-graduanda em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva. 
Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada (CEAFI). 
E-mail: brunapx26@hotmail.com 
 
2Fisioterapeuta. Doutor em Ciências pela FMUSP. Coordenador Científico do 
Serviço de Fisioterapia do Hospital ENCORE/GO. Coordenador Científico do CEAFI 
Pós-graduação/GO. Coordenador do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia 
Hospitalar do Hospital e Maternidade São Cristóvão – São Paulo/SP. 
 
Resumo 
 
Introdução:A fisioterapia respiratória convencional é uma modalidade de tratamento 
fisioterapêutico, que tem sido amplamente utilizada nos últimos anos e considerada 
um tratamento coadjuvante de grande auxílio na prevenção e tratamento de 
enfermidades pulmonares na infância. Objetivo: Apresentar as manobras de higiene 
brônquica de maior relevância utilizadas em pediatria, sendo elas a percussão 
torácica, vibração, drenagem postural, exercícios e padrões respiratórios, higiene 
nasal, desobstrução rinofaríngea retrógada (DRR), aumento do fluxo expiratório 
(AFE), expiração lenta prolongada (ELPr), técnica de expiração forçada (TEF), ciclo 
ativo da respiração (CAR), exercícios a fluxo inspiratório controlado (EDIC), 
oscilação oral de alta frequência (OOAF), máscara de pressão expiratória positiva 
(PEP) e a inspirometria de incentivo.Métodos:O estudo foi desenvolvido por meio de 
uma revisãocom artigos científicos publicados no período de 1995 a 2014. 
A fisioterapia respiratória utiliza as técnicas de higiene brônquica,que consistem em 
vários procedimentos manuais, posturais e cinéticos dos componentes tóraco-
abdominais, que podem ser aplicadas isoladamente ouassociada com outras 
técnicas, com o objetivo de melhorar a ventilação pulmonar e o descolamento e 
eliminação de secreção de muco acumulado nas vias aéreas superiores.Conclusão: 
Se incorporadas à prática pediátrica de rotina para o gerenciamento de doenças 
respiratórias, as técnicas de higiene brônquica poderão contribuir para a redução da 
morbimortalidade infantil atribuída a essas doenças e para a melhoria da qualidade 
de vida da criança e sua família. 
 
Palavras-chave:Higiene brônquica em crianças. Fisioterapia respiratória. Técnicas 
de higiene brônquica. 
 
2 
Abstract 
 
Introduction: The conventional respiratory therapy is a mode of physical therapy 
treatment, which has been widely used in recent years and is considered anco-
adjuvant treatment of great help in the prevention and treatment of lung diseases in 
childhood. Objective: To present the bronchial hygiene more used in pediatrics, of 
great relevance as adjuvants in the treatment of respiratory diseases in children. 
Method: The study was developed through a systematic review developed with 
scientific articles published from 1995 to 2014. Respiratory therapy uses the 
bronchial hygiene techniques, which consist of multiple manuals, postural and kinetic 
procedures of thoraco-abdominal components, which can be applied alone or in 
combination with other techniques. We highlight the following maneuvers: postural 
drainage; percussion or tapping; vibration; chest compression; the cough stimulation 
or facilitation of cough among others. The basis of the procedures is to detach and 
remove the accumulated secretion of mucus in the upper airway. Conclusion: If 
incorporated into routine pediatric practice for the management of respiratory 
diseases, bronchial hygiene techniques may contribute to the reduction of infant 
morbidity and mortality attributed to these diseases and to improving the quality of life 
of children and their families. 
 
 
Keywords: bronchial hygiene in children. Respiratory therapy.Bronchial hygiene 
techniques. 
 
3 
Introdução 
As doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de 
morbimortalidade de crianças no mundo, sobretudo nos países em 
desenvolvimento1.Nestes países, aOrganização Mundial de Saúde (OMS) estima 
que, em 1995, 4,3 milhões de crianças com idade inferior a cinco anos morreram por 
doenças respiratórias agudas, sendo as pneumonias, as principais causas.Segundo 
as estimavas, cerca de 40 milhões de crianças menores de cinco anos adquirem 
pneumonia anualmente2. 
No Brasil, as doenças respiratórias agudas e crônicas também ocupam 
posição de destaque.No município de São Paulo, no período de 1995 a 2000, o 
número de internações por doenças respiratórias, na faixa etária de 0 a 4 anos 
superou todas as demais patologias. As pneumonias também foram as principais 
causas de internações entre essas crianças (61,27%). Neste período,observou-se 
um aumento de internações por doenças crônicas, sobretudo a asma3,que em 2012 
ainda é uma doença de prevalência elevada na criança e responsável por número 
significativo de hospitalizações devido às exacerbações4. 
Segundo a OMS, entre 2000 e 2011, nos países de alta renda, apenas uma 
em cada 100 mortes é de criança com menos de 15 anos.Ao contrário, em países de 
baixa renda, quase 4 em cada 10 mortes foram de crianças menores de 15 
anos.Predominam as mortes por doenças infecciosas, as infecções respiratórias 
inferiores. As complicações do parto, devido à prematuridade, asfixia durante o parto 
e nascimento e trauma estão entre as principais causas de morte de muitos recém-
nascidos e bebês5. 
Em 2012, nos países de renda média e baixa a mortalidade infantil foi de 6,6 
milhões de crianças inferiores à faixa etária de cinco anos. Cerca de 44% das 
mortes ocorreram no período neonatal. As três principais causas das mortes foram a 
prematuridade, as pneumonias e a asfixia ao nascer6. 
Esses dados epidemiológicos vêm enfatizar a importância da fisioterapia 
respiratória como adjuvante no tratamento da maioria das doenças respiratórias em 
crianças, visto que as infecções podem causar perdas funcionais, tais como as 
atelectasias ou anormalidades na hematose e/ou na mecânica pulmonar8. 
Mesmo uma pequena redução no diâmetro da via aérea pediátrica, 
especialmente em recém-nascidos resulta em redução clinicamente significativa na 
seção transversal das vias aéreas, resultando em aumento da resistência ao fluxo 
4 
aéreo e o trabalho de respiração9.As manobras de higiene brônquica visam manter a 
permeabilidade das vias aéreas, ao mobilizar as secreções e promover o seu 
deslocamento10. 
O objetivo deste estudo foi apresentar as manobras de higiene brônquica 
maisutilizadasem pediatria, de grande relevância, como adjuvantesnos tratamentos 
das doenças respiratórias em crianças. 
 
Métodos 
 
O estudo foi desenvolvido por meio de uma revisãocom artigos científicos 
publicados no período de 1995 a 2014. Este recorte temporal mais amplo teve por 
finalidade acompanhar a evolução da fisioterapia respiratória e das técnicas de 
higiene brônquica. 
Foram realizadas pesquisas em livros e nas seguintes bases eletrônicas: 
Medline, Lilacs e Scielo. A busca e a seleção restringiram-se ao Ministério da Saúde 
e aOrganização Mundial da Saúde. As palavras chaves utilizadas foram: fisioterapia 
respiratória, higiene brônquica, manobras de higiene brônquica. 
 
Revisão de Literatura 
 
Fisioterapia respiratória 
 
A fisioterapia respiratória (FR) pode ser definida como uma especialidade da 
fisioterapia que utilizaestratégias, meios e técnicas de avaliação e tratamento que 
buscam a otimização do transportede oxigênio, prevenindo, revertendo ou 
minimizando disfunções pulmonares, promovendo a máxima funcionalidade e 
qualidade de vida dos pacientes, sendo de grande importância na atenção 
pediátrica7. 
As técnicas de FR de maior relevância utilizadas têm como resultados 
amelhorada função respiratória, apromoção e manutençãodos níveis adequados de 
oxigenação e de gás carbônicona circulação e apreservaçãoda função pulmonar11, 
sem promover grandes transtornos ou repercussões negativas em seu organismo12. 
As trocas gasosas e a melhoria da mobilidade da caixa torácica, assim como a 
prevenção de complicações respiratórias são favorecidas pela melhoria da 
5 
clearencemucociliar, da ventilação e a da prevenção ou eliminação do acúmulo de 
secreções13. 
Dois aspectos caracterizam a fisioterapia respiratória: a higiene brônquica, ou 
seja, a remoçãodas secreções retidas, também utilizada no tratamento de 
enfermidades do sistema respiratório e, a manutenção da expansibilidade 
pulmonar11. 
 
Fisiologia da limpeza das vias respiratórias 
 
O epitélio nasal, assim como o das vias respiratórias da traqueia e dos 
pulmões é ciliado e esses cílios vibram constantemente na direção da faringe. Todo 
esse epitélio ciliado é revestido por uma fina camada de muco, segregado da 
membrana mucosa que recobre suas superfícies, o qual ajuda a limpar o trajeto 
aéreo, pois os cílios batem na direção da faringe.Assim, pequenas partículas 
estranhas e muco são deslocados ao longo da traquéia para a faringe, da mesma 
maneira que os corpos estranhos no nariz são também deslocados para a faringe. 
Quando este material penetra na faringe, seja por resultado da tosse ou pela ação 
dos cílios, é expectorado ou engolido14. 
O reflexo da tosse é praticamente essencial à vida, pois a tosse é um meio 
pelo qual os corpos estranhos são expelidos, mantendo livre as vias respiratórias. O 
reflexo do espirro é muito semelhante ao reflexo da tosse, exceto que envolve as 
vias nasais ao invés das vias respiratórias baixas14. 
Em condições normais,as secreções são mucoides frequentemente em 
pequena quantidade. O sistema mucociliar e o reflexo da tosse limpam eficazmente 
o exsudato inflamatório, o que não ocorre durante a infecção, onde as secreções 
tendem a ser purulentas e volumosas9,12. 
O comprometimento no mecanismo mucociliar e da capacidade de 
expectoração de secreção brônquica pode determinar o acúmulo de secreções 
brônquicas15, que aumentam a resistência ao fluxo aéreo, dificultam as trocas 
gasosas e tornam excessivo o trabalho dos músculos respiratórios16. 
Quando a quantidade de secreção aumenta, como em pacientes com doença 
pulmonar caracterizada por hipersecreção de muco, a tosse torna-se um mecanismo 
adicional para a clearancemucociliar. Normalmente a expectoração é contaminada 
com células da orofaringe, bactérias, alimentos e saliva. Se a quantidade de muco 
6 
torna-se muito grande para estes dois mecanismos, especialmente nas vias aéreas 
de pequeno calibre onde a tosse é menos efetiva, o resultado é o acúmulo de 
secreções12. 
As constantes intervenções terapêuticas nas Unidades de Tratamento 
Intensivo (UTI), tais como: a entubação traqueal e a traqueostomia, a sedação, a 
ventilação mecânica em si, a oxigenioterapia com frações inspiradas de oxigênio 
elevadas, bem como as lesões provocadas pelo procedimento de aspiração traqueal 
podem comprometer o mecanismo mucociliar15. 
Cabe ao Fisioterapeuta, como integrante de uma equipe multidisciplinar, 
amenizar tal problemas, por meio da utilização das mais variadas técnicas 
destinadas a auxiliar a remoção e a expectoração das secreções brônquicas, afim 
de evitar o acúmulo das mesmas e melhorar a função pulmonar15. 
 
Higiene brônquica 
 
As manobras ou técnicas de higiene brônquica são descritas tradicionalmente 
na literatura como fisioterapia respiratória convencional (FRC).Consistemem vários 
procedimentos manuais, posturais e cinéticos dos componentes tóraco-abdominais, 
que podem ser aplicadas isoladamente ou em associação com outras técnicas. 
Destacam-se as seguintes manobras: percussão torácica, vibração, drenagem 
postural, exercícios e padrões respiratórios, higiene nasal, desobstrução rinofaríngea 
retrógada (DRR), aumento do fluxo expiratório (AFE), expiração lenta prolongada 
(ELPr), técnica de expiração forçada (TEF), ciclo ativo da respiração (CAR), 
exercícios a fluxo inspiratório controlado (EDIC), oscilação oral de alta frequência 
(OOAF), máscara de pressão expiratória positiva (PEP) e a inspirometria de 
incentivo9,10. 
Os principais objetivos da terapia de higiene brônquica são auxiliar a 
mobilização e remoção das secreções retidas,melhorar a ventilação pulmonar, 
promover a reexpansão pulmonar, melhorar o intercâmbio gasoso,reduzir o trabalho 
respiratório e o consumo de oxigênio. Dessa forma é possível prevenir complicações 
e acelerar a recuperação do paciente12. 
Um grande número de técnicas podem ser associadas às modalidades de 
ventilação mecânica17. As técnicas de remoção da secreção brônquica são utilizadas 
para facilitar o transporte de muco. Os princípios básicos consistem em descolar e 
7 
eliminar a secreção acumulada nas vias aéreas, para que a secreção seja carreada 
às vias aéreas superiores formando glóbulos centrais de muco, que facilitam a sua 
eliminação por meio da tosse e/ou aspiração traqueal18. 
Alguns critérios são fundamentais para a indicação da terapia de higiene 
brônquica e a escolha da técnica de melhor efeito e menor dano. São eles: o 
diagnóstico funcional, a dificuldade de expectoração do paciente e o impacto da 
retenção de secreções sobre a função pulmonar19. 
Na avaliação a beira do leito, alguns sinais ou sintomas podem indicar uma 
possível retenção de secreções, tais como: a produção ausente ou aumentada de 
escarro, uma tosse ineficaz, padrão respiratório exaustivo, diminuição dos ruídos 
respiratórios, presença de crepitações ou roncos, a taquipnéia, a taquicardia ou a 
febre12. 
Além do conhecimento da fisiopatologia das doenças respiratórias é essencial 
para uma melhor compreensão da fisioterapia respiratória e execução das manobras 
de higiene brônquica, um conhecimento profundo da superfície anatômica dos 
pulmões para a marcação dos lobos e segmentos broncopulmonares. Uma linha a 
partir da segunda coluna torácica à sexta costela na linha mamária corresponde à 
borda superior do lobo inferior ou a maior fissura interlobar. No lado direito uma linha 
horizontal a partir do esterno ao nível da quarta cartilagem costal, elaborado para 
atender a linha da grande fissura interlobar marca o limite entre os lobos superior e 
médio ou menor fissura. A maior parte do pulmão, como vista a partir da parte de 
trás da caixa é composta do lobo inferior e compreende apenas os vértices do lobo 
superior. Os lóbulos médios e superiores do lado direito e do lobo superior do lado 
esquerdo estão representadas na frente9. 
A fisioterapia para crianças pequenas pode ser feita, de preferência com o 
bebê deitado sobre o fisioterapeuta ou colo de mãe, de modo que travesseiros 
possam ser adicionados para que a posição desejada possa ser alcançada. Durante 
a fisioterapia o bebê deve ser posicionado de tal forma que a cor facial e a 
respiração podem ser verificadas com frequência. Brinquedos, caixas de música 
podem ser mostrados para prender a atenção das crianças ao fazer FR para superar 
seu medo e apreensão10. 
Os exercícios de respiração são uma parte integrante da fisioterapia 
respiratória. Eles desempenham um papel importante na desobstrução das vias 
8 
aéreas e da expansão do parênquima, melhorando a eficiência dos músculos 
respiratórios9,10. 
 
Manobras de higiene brônquica 
 
 Técnicas Definição 
Técnicas 
convencionais 
Percurssão torácica- tapotagem 
Vibração manual ou mecânica 
Aplicação de energia mecânica 
sobre a parede torácica utilizando-se 
as mãos ou alguns dispositivos 
elétricos ou pneumáticos 
 
Drenagem Postural (DP) 
Utilização da gravidade e do 
posicionamento corporal para 
mobilização de secreções 
pulmonares de vias aéreas distais 
para proximais 
 
Exercícios e padrões 
respiratórios 
Trabalho da musculatura respiratóriade maneira ativa, direcionada e 
controlada por comando verbal do 
fisioterapeuta 
Técnicas 
atuais Higiene nasal 
Instilação nasal de solução 
fisiológica a 0,9%, com 
posicionamento da cabeça 
facilitando a fluidificação da secreção 
dos seios da face 
 
Desobstrução rinofaríngea 
retrógada (DRR) 
Manobra de inspiração forçada nasal 
para desobstrução da rinofaringe, 
realizada de forma passiva ou ativa 
de acordo com a idade da criança 
 
Aumento do fluxo expiratório 
(AFE) 
Técnica de favorecimento de 
desobstrução brônquica 
caracterizada por pressão manual 
toracoabdominal sincronizada, 
realizada pelo fisioterapeuta durante 
o tempo expiratório 
 
Expiração lenta prolongada 
(ELPr) 
Pressão manual toracoabdominal 
lenta realizada pelo fisioterapeuta, 
iniciada no final de uma expiração 
espontânea e realizada até o volume 
residual 
 Técnica de expiração forçada 
(TEF) 
Combinação de uma ou duas 
expirações forçadas (huffs) e 
períodos de controle respiratório 
 
Ciclo ativo da respiração (CAR) 
Ciclos repetidos de controle 
respiratório, exercícios de expansão 
torácica e técnica de expiração 
forçada 
 
Exercícios a fluxo inspiratório 
controlado (EDIC) 
Manobras inspiratórias lentas e 
profundas executadas em decúbito 
lateral, com o auxílio de um 
inspirômetro de incentivo 
9 
 
Oscilação oral de alta 
frequência (OOAF) 
Aparelho portátil que gera uma 
pressão positiva oscilatória 
controlada e interrupção do fluxo 
expiratório, quando se expira através 
dele. 
 
Máscara de pressão expiratória 
positiva (PEP) 
 Máscara facial associada a 
resistores expiratórios de orifícios ou 
mola, transmitidos à via aérea 
pressões entre 10 e 20cm H²0 
 
Inspirometria de incentivo 
Artefato de estímulo inspiratório que 
utiliza fluxo aéreo e/ou volume 
associado a um feedback visual ou 
sonoro 
 
 
O tempo ea duração das manobras de higiene brônquica 
 
Asmanobras de higiene brônquicadevem ser realizadasuma a quatro vezes 
ao dia, de preferência meia hora antes das refeições ou uma hora e meia após as 
refeições25. 
A duração total não deve exceder 30 minutos com três a seis minutos em 
cada posição9. 
A inalação prévia de um broncodilatador, de preferência salbutamol, pode 
efetivamente limpar as secreções pulmonares em crianças com broncoespasmo 
associado9. 
Áreas diferentes serão drenadas em períodos diferentes. O controle 
auscultatório norteará o momento de mudar a posição ou de solicitar a tosse para 
que haja maior deslocamento ou expectoração. Isso evitará o cansaço e o consumo 
desnecessário de oxigênio do paciente no esforço da tosse12. 
Os exercícios de respiração ou respiração profunda ou atividade vigorosa, 
como pular e saltar pode preceder a drenagem postural, a fim de soltar as 
secreções, desde que tal atividade não seja contraindicada. O procedimento deve 
ser ensinado aos pais da criança. Uma folha impressa com fotos de várias posições 
de drenagem explicando os procedimentos deveser colocada à disposição dos pais9. 
 
10 
Exercício físicos 
 
Os exercícios físicos aumentam a eliminação de muco em até 40% em 
comparação com a respiração normal e é um componente importante de limpeza 
das vias aéreas normais. Os exercícios visando a mobilização e a tosse aumentam 
ainda mais a eliminação do muco.Os exercíciosaumentar a produção de escarro, 
melhoram a coordenação ventilação/perfusão e a função pulmonar, além do 
condicionamento geral, da autoestima e a qualidade de vida do paciente15. 
A imobilidade é o principal fator contribuinte para a retenção de secreções. 
Em crianças acamadas, a imobilização pode limitar ou impedir o exercício físico, 
prejudicando sua capacidade de manter a capacidade aeróbica e de volume 
pulmonar26. A mobilização precoce e a mudança frequente de posição são medidas 
preventivas contra a atelectasia e a pneumonia pós-operatória. Contudo, uma prévia 
avaliação física do paciente com comprometimento pulmonar é necessária, porque o 
cansaço promovido pelos exercícios físicos pode determinar a dessaturação de 
oxigênio entre os pacientes12. 
 
As indicações para a fisioterapia respiratória 
 
A escolha da terapia pediátrica para depuração das vias aéreas deve ter 
como princípios básicos as diferenças anatômicas, fisiológicas, os processos 
patológicos vigentes e as especificidades dos grupos etários27. 
Retenção abundante de secreções das vias aéreas e a presença demuco 
espessoafetam a função normal e os componentes físico-químicos biológicos do 
sistema de defesa pulmonar. As secreções excessivas ou retidas sofrem alterações 
qualitativas para se tornar espessa, pegajosa, infecciosa e eventualmente ferem o 
tecido pulmonar saudável, desorganizando as trocas de oxigênio e gás carbônico30. 
Crianças com mecânica respiratória e tosse fraca, paralisia das cordas vocais, lesão 
do tronco cerebral e doenças neuro-muscularessão as que mais se beneficiam das 
técnicas de higiene brônquica9 
Na cifoescoliose a função pulmonar é restrita pela diminuição da 
complacência da parede torácica e pode resultar em expansão pulmonar desigual 
levando a incompatibilidade ventilação/perfusão. Esses fatores juntos aumentam o 
trabalho respiratório e predispõe à insuficiência respiratória9. 
11 
Em crianças acamadas, a imobilização pode limitar ou impedir o exercício 
físico, prejudicando sua capacidade de manter a capacidade aeróbica e de volume 
pulmonar26. 
Em bronquiolite não foi perceptível os benefícios clínicos ou impacto no curso 
da doença devido a fisioterapia torácica26. 
Na asma aguda grave a fisioterapia respiratória não melhora a função 
pulmonar. Pode ser vantajosa para acelerar a recuperação na presença de 
atelectasia e secreções retidas, particularmente na criança asmática ventilada. O 
tratamento inadequado na presença de broncoconstrição pode agravar muito a 
situação. As manobras de higiene brônquica em pacientes com asma, durante a 
fase de exacerbação é um tema controverso, pela possibilidade de induzir ou 
acentuar broncoespasmo pré-existente31. 
Segundo o estudo de Lanza31 as técnicas de tapotagem e vibrocompressão 
são seguras e podem ser realizadas em crianças asmáticas com hipersecreção 
brônquica e hospitalizadas. O grupo avaliado não apresentou mudanças 
significantes nos valores das frequências: respiratória, cardíaca FR, FC e do pico de 
fluxo expiratório. 
Em unidade de terapia intensiva (UTI), a fisioterapia respiratória é o 
tratamento de escolha apenas para pacientes com atelectasia lobar aguda. A 
posição prona melhora a oxigenação em alguns pacientes com insuficiência 
respiratória aguda grave. Há muito pouca ou nenhuma evidência para sugerir que a 
fisioterapia de rotina na UTI evita complicações pulmonares ou é eficaz no 
tratamento de doenças pulmonares (com exceção de atelectasia lobar aguda) ou 
facilita o desmame, diminui a duração da estadia, e reduz a mortalidade ou 
morbidade20. 
 
Contraindicações da fisioterapia respiratória 
 
As contraindicações podem ser divididas em absolutas e relativas. As 
absolutas estão relacionadas às hemorragias com instabilidade hemodinâmica e às 
lesões de cabeça ou pescoço, até que sejam estabilizadas. As contraindicações 
relativas são atribuídas aos seguintes quadros: pressão intracraniana superior a 
20mmHg; hipertensão arterial sistêmica não controlada; hemoptise maciça; pós-
operatório de câncer pulmonar e/ou após radioterapia; hipoxemia; broncoespasmo e 
12 
hipotensão aguda, cirurgia medular recente ou lesão medular aguda; edema 
pulmonar associado a insuficiência cardíaca congestiva; fístula bronco-pleural; 
fratura de costela; embolia pulmonar; derrames pleurais volumosos; crianças e 
idosos com refluxo gastroesofágico pelo risco de aspiração; e intolerância à 
posição8. 
Outras contraindicaçõescitadas por Costa12 se referem a: pós-operatórios de 
neurocirurgia craniana, pós-operatórios imediatos, pacientes ortopédicos com 
limitações importantes, hérnia de hiato, paciente em ventilação mecânica e com 
insuficiência respiratória aguda, infarto do miocárdio, arritmias, insuficiência cardíaca 
congestiva, angina ao exercício, edema pulmonar, embolia pulmonar, tuberculose 
ativa, pneumotórax, empiema, derrame pleural volumoso, hipertensão 
descontrolada, queimaduras e feridas abertas no tórax, osteoporose. 
Além destas contraindicações, a manipulação externa do tórax não pode ser 
realizada nos casos de: enfisema subcutâneo, pneumatoceles, pneumotórax, 
recente infusão espinhal peridural ou raquianestesia, enxertos de pele recentes ou 
abas sobre as queimaduras no tórax, feridas abertas e infecções da pele do tórax, 
suspeita de tuberculose pulmonar, contusão pulmonar, broncoespasmo, osteomielite 
das costelas, osteoporose, coagulopatia, trombocitopenia grave, queixa de dor na 
parede torácica, marcapasso colocado transvenoso ou subcutâneo recentemente12. 
São ainda contraindicados todos os posicionamentos nos casos de: aumento 
da pressão intracraniana, lesão de cabeça e pescoço antes que esteja estabilizada; 
hemorragia ativa com instabilidade hemodinâmica; cirurgia da coluna vertebral 
recente ou lesão aguda da coluna vertebral; hemoptise ativa; empiema, fístula 
broncopleural; grandes derrames pleurais; embolia pulmonar; edema pulmonar 
associada com insuficiência cardíaca congestiva; pacientes confusos ou ansiosos 
que não toleram a mudança de posição; fratura de costela; ferida cirúrgica ou tecido 
de cicatrização. Já a posição de Trendelenburg não pode ser realizada em pacientes 
nos quais o aumento da pressão intracraniana deve ser evitada (neurocirurgia, 
aneurismas, a cirurgia do olho), hipertensão não controlada; abdômen distendido; 
cirurgia de esôfago; hemoptise grave recente, vias aéreas com risco de aspiração 
(tubo de alimentação ou refeição recente). Enquanto que a posição reversa de 
Trendelenburg é contraindicada caso haja hipotensão ou tenha sido ministrado um 
fármaco vasoativo9. 
13 
Algumas complicações passíveis de ocorrer durante a fisioterapia respiratória 
convencional são: hipoxemia, aumento da pressão intracraniana, hipotensão aguda, 
hemorragia pulmonar, dor ou lesão aos músculos, costelas ou coluna, vômitos, 
aspiração, broncoespasmo e disritmias27. 
 
Exercícios de respiração 
 
Os exercícios de respiração integram o tratamento de desobstrução das vias 
aéreas em fisioterapia respiratória e também é usado para a reabilitação pulmonar. 
Os objetivos dos exercícios de respiração são aumentar o diâmetro das vias 
respiratórias e ajudar a soltar e deslocar a secreção brônquica evitando o colapso 
alveolar. Assim sendo promove o aumento da eficiência respiratória e do volume 
corrente funcional, facilitando a expansão pulmonar e liberação periférica das vias 
aéreas.Os exercícios são indicados em diferentes patologias, tais como: doenças 
pulmonares obstrutivas, defeitos pulmonares e presença de atelectasia pulmonar. 
Os principais exercícios respiratórios são: inspiração máxima sustentada ajudando 
com sentido tátil, exalando através dos lábios e exercícios de respiração modificados 
em crianças9. 
 
Conclusão 
 
A fisioterapia respiratória convencional é uma modalidade de tratamento 
fisioterápico, que consiste na realização de técnicas de higiene brônquica. É 
essencial para a desobstrução das vias aéreas de doenças respiratórias agudas e 
crônicas, com secreções das vias aéreas acumulados. 
A eliminação das secreções otimiza as trocas gasosas e reduz o trabalho 
respiratório de crianças cuja mecânicarespiratória é pouco eficiente. Se incorporadas 
à prática pediátrica de rotina para o gerenciamento de doenças respiratórias, as 
técnicas de higiene brônquicapoderão contribuir para a redução da morbimortalidade 
infantil atribuída a essas doenças e para a melhoria da qualidade de vida da criança 
e sua família. 
 
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Endereço para correspondência: 
 
Bruna Paula Xavier Andrade Silva 
Avenida Bandeirantes, 2419 
Vila Virgínia 
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Ribeirão Preto-SP

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