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Universidade Federal do Pampa Campus Tecnológico de Alegrete Engenharia Civil Arinaldo Carvalho de Moraes Júnior PRÁTICAS ACADÊMICAS INTEGRADAS A UNIVERSIDADE E A CIDADE: SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA Diagnóstico e possíveis soluções dos principais problemas enfrentados pelos moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, situada no bairro Promorar do Município de Alegrete/RS Alegrete 2014 ARINALDO CARVALHO DE MORAES JÚNIOR PRÁTICAS ACADÊMICAS INTEGRADAS A UNIVERSIDADE E A CIDADE: SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA Diagnóstico e possíveis soluções dos principais problemas enfrentados pelos moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, situada no bairro Promorar do Município de Alegrete/RS Trabalho referente ao projeto Práticas Acadêmicas Integras, do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pampa, campus Alegrete. Nome do orientador: Alessandro Girardi Alegrete 2014 AGRADECIMENTOS Deixo aqui o meu agradecimento aos amigos que colaboraram como voluntários no projeto, Jéssica Silveira, Robson Ferreira, Ricardo Abreu e Jeferson Resende. Vocês formaram minha equipe de trabalho e em momento algum mediram esforços para o desenvolvimento deste projeto, grande parte dos objetivos alcançados é de competência de vocês, muito obrigado! Agradeço ao responsável pelo projeto Alessandro Girardi, que me deu a oportunidade de ser o acadêmico representante do curso de Engenharia Civil neste projeto, que colaborou imensamente para minha formação acadêmica e profissional. Muito obrigado Professor. Por fim, agradeço à todos que colaboraram com a disponibilidade de informações para o projeto, em especial aos moradores da Rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, que sempre recebeu a equipe de trabalho de forma cordial, Obrigado a todos. RESUMO O projeto “A Universidade e a Cidade: soluções práticas para a melhoria da qualidade de vida” tem por objetivo auxiliar na aproximação entre a população e a Universidade, diagnosticando possíveis problemas que os moradores enfrentam no seu cotidiano, apontando com isso, possíveis soluções do ponto de vista da engenharia que sejam viáveis em sua praticidade e economicamente. Neste trabalho, iremos abordar a questão da infraestrutura da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, situada no bairro Promorar do município de Alegrete. Primeiramente levantamos um material fotográfico da região, com o intuito de se ambientar ao local. Após isso, buscou-se dados estatísticos junto as entidades competentes, e por fim aplicamos um questionário de entrevistas junto aos moradores da área de estudo, a fim de diagnosticar os principais problemas enfrentados na região. Com a análise das entrevistas, conseguimos verificar a ocorrência de problemas ligados à infraestrutura e saneamento básico da região. A pavimentação inadequada e a mistura do esgoto cloacal com a rede pluvial, foram as questões onde o estudo se concentrou. No que se refere a pavimentação, propomos e orçamos a solução com dois diferentes tipos de materiais: a pavimentação asfáltica e a pavimentação com blocos intertravados de concreto. Na questão do esgotamento sanitário, propomos a criação de um sumidouro provido de filtro ligado a fossa séptica de cada residência, que conduziria e infiltraria o esgoto cloacal diretamente ao solo, não havendo contado entre o morador e o esgoto. Os problemas de saneamento e infraestrutura, são cada vez mais comuns em regiões periféricas de cidades medianas, na qual a renda per capita é extremamente baixa e onde a maioria dos moradores desconhecem seus deveres e direitos. A falta de fiscalização nessas áreas, contribui diretamente para o acúmulo de problemas enfrentados pelos moradores. Analisaremos de forma complexa a infraestrutura e o saneamento básico da região de estudo, apontando soluções viáveis economicamente para uma melhoria da qualidade de vida de seus moradores. Palavras-chaves: Bairro Promorar, Qualidade de vida, Infraestrutura, Pavimentação, Esgoto, Drenagem. ABSTRACT The project "The University and the City: practical solutions to improve the quality of life" aims to assist in approach between the population and the University, diagnosing possible problems that people face in their daily lives, pointing to it, possible solutions point of view of engineering that are viable in its practicality and cost. In this paper, we address the issue of infrastructure street Mário Sabóia Bandeira de Mello, located in Promorar neighborhood of the city of Alegrete. First lift a photographic material of the region, in order to settle in to the site. After that, we tried to statistical data from the competent authorities, and finally applied a questionnaire interviews with residents of the study area in order to diagnose the main problems faced in the region. With the analysis of the interviews, we were able to verify the occurrence of problems related to infrastructure and basic sanitation in the region. Inadequate paving and mixing of sewage with storm sewer network, were the issues on which the study focused. As regards the paving, and budgeted propose the solution with two different types of materials: asphalt paving and paving blocks interlocking concrete. On the issue of sewage, we propose the creation of a filter fitted sink connected to septic each residence, which would infiltrate and the cloacal sewage directly to the ground, with no counted among the resident and the sewer. Sanitation problems and infrastructure, are increasingly common in peripheral regions of medium size cities, where per capita income is extremely low and where most residents are unaware of their rights and duties. The lack of oversight in these areas, directly contributes to the accumulation of problems faced by the residents. Analyze a complex way the infrastructure and sanitation of the study area, indicating economically viable solutions to improving the quality of life of its residents. Keywords: Neighborhood Promorar, Quality of Life, Infrastructure, Paving, Sewerage, Drainage. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEDA – Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Asfalto ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CBQU – Concreto Betuminoso a Quente CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte DMAE – Departamento Municipal de Água e Esgoto EAP – Emulsões Asfálticas FUNASA – Fundação Nacional de Saúde IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NBR – Norma Brasileira ONU – Organização das Nações Unidas SINAPI – Sistema de Preços Custos e Índices UNIPAMPA – Universidade Federal do Pampa UPA – Unidade de Pronto Atendimento LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Indicação da área de estudo.............................................................................15 Figura 2: Delimitação da área de estudos – Fonte IBGE/2010........................................15 Figura 3: Distribuição dos moradores do bairro Promorar por sexo – Fonte IBGE/2010..17 Figura 4: Faixa etária dos moradores do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010.................18 Figura 5: Distribuição entre jovens e idosos do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010.......19 Figura 6: Carta de apresentação ao projeto.....................................................................22Figura 7: Agentes comunitários abordam moradores......................................................23 Figura 8: Agente comunitário preenche ficha de cadastramento.....................................24 Figura 9: Sexo da pessoa responsável por manter a residência......................................25 Figura 10: Número de moradores por domicílio...............................................................26 Figura 11: Renda mensal por residência.........................................................................27 Figura 12: Número de pessoas que contribuem para a renda familiar.............................28 Figura 13: Grau de escolaridade dos moradores.............................................................29 Figura 14: Pessoas que recebem benefício financeiro do governo..................................30 Figura 15: Índice de frequência ao ensino dos moradores...............................................30 Figura 16: Faixa etária dos moradores............................................................................31 Figura 17: Condições do leito da Rua Mário Sabóia Bandeira de Mello...........................32 Figura 18: Proximidade de lixões na percepção dos moradores......................................33 Figura 19: Iluminação da rua na visão dos moradores.....................................................34 Figura 20: Segurança da rua na visão dos moradores.....................................................34 Figura 21: Situação do domicílio.....................................................................................35 Figura 22: Tipo de construção.........................................................................................36 Figura 23: Visão dos moradores sobre a falta de água na sua residência........................37 Figura 24: Água para beber em casa...............................................................................37 Figura 25: Conta de água de um morador da área de estudo..........................................38 Figura 26: Cursos d'água mal cheirosos nas proximidades na visão dos moradores......39 Figura 27: Esgoto a céu aberto nas proximidades na visão dos moradores.....................40 Figura 28: Esgoto a céu aberto na rua Plínio Brasil Milano..............................................41 Figura 29: Ocorrência de inundações nas proximidades.................................................42 Figura 30: Rua com capacidade de drenagem................................................................43 Figura 31: Possibilidade de locomoção na rua após ocorrência de chuvas.....................43 Figura 32: Lixo/entulho em terrenos próximos.................................................................44 Figura 33: Disposição do lixo...........................................................................................45 Figura 34: Presença de cães como animais domésticos.................................................46 Figura 35: Presença de gatos como animais domésticos................................................47 Figura 36: Ocorrência de doenças domiciliares...............................................................48 Figura 37: Principal problema enfrentado na visão dos moradores.................................49 Figura 38: Morador tentando desentupir bueiro...............................................................51 Figura 39: Ilustração das etapas de execução.................................................................54 Figura 40: Depósito para cimento asfáltico......................................................................55 Figura 41: Depósito para agregados...............................................................................55 Figura 42: Silos para agregados......................................................................................56 Figura 43: Usina para misturas asfálticas........................................................................56 Figura 44: Equipamento para distribuição e acabamento................................................57 Figura 45: Caminhão para transporte da mistura.............................................................57 Figura 46: Equipamento para compactação....................................................................58 Figura 47: Ferramentas e equipamentos acessórios.......................................................58 Figura 48: Tipos de assentamento com blocos de concreto............................................61 Figura 49: Padrões de cores nos tipos de assentamento................................................62 Figura 50: Tipos de pavimentos: Raquete, Holandês e Unistein......................................62 Figura 51: Nivelamento do subleito.................................................................................63 Figura 52: Compactação do subleito com "sapos"...........................................................64 Figura 53: Contenções laterais com meio fio...................................................................64 Figura 54: Espalhamento da areia de assentamento.......................................................65 Figura 55: Alinhamento das peças..................................................................................66 Figura 56: Espalhamento da areia de rejuntamento com vassouras...............................66 Figura 57: Tanque séptico de câmara única preconizado pela NBR 7.229 (ABNT, 1993)...............................................................................................................................70 Figura 58: Funcionamento geral de um tanque séptico...................................................71 Figura 59: Despejo do corante no vaso sanitário.............................................................73 Figura 60: Corante despejado no vaso sanitário chega à rede pluvial.............................74 Figura 61: Caminhos do esgoto sem tratamento.............................................................75 Figura 62: Caminhos do esgoto tratado...........................................................................75 Figura 63: Ilustração de um sumidouro............................................................................78 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Dados do bairro Promorar – Análise figura 4 – Fonte IBGE/2010....................18 Quadro 2: Dados sobre domicílio do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010.......................20 Quadro 3: Dados estatísticos obtidos da figura 10...........................................................26 Quadro 4: Dados estatísticos obtidos da figura 34...........................................................46 Quadro 5: Dados estatísticos obtidos da figura 35...........................................................47 Quadro 6: Anexo A – Questionário de entrevista junto aos moradores............................82 Quadro 7: Anexo B – Orçamento para pavimentação asfáltica........................................87 Quadro 8: Anexo C – Orçamento para pavimentação com blocos intertravados de concreto..........................................................................................................................89 SUMÁ RIO 1. Introdução..................................................................................................................................13 2. Região de Estudo.........................................................................................................................14 3. O Bairro Promorar.......................................................................................................................16 3.1. População Promorar............................................................................................................................173.1.1. Homens x Mulheres..............................................................................................................17 3.1.2. Faixa Etária da População de Promorar................................................................................18 3.1.3. Jovens x Idosos.....................................................................................................................19 3.1.4. Domicílios.............................................................................................................................20 4. Metodologia................................................................................................................................21 5. Apresentação dos Resultados da Pesquisa...................................................................................25 5.1. Dados Socioeconômicos.......................................................................................................................25 5.2. Dados da Infraestrutura da Rua e Domicílio.........................................................................................32 5.3. Dados Sobre o Abastecimento de Água................................................................................................36 5.4. Dados do Esgotamento Sanitário.........................................................................................................38 5.5. Dados de Drenagem.............................................................................................................................42 5.6. Dados de Resíduos Sólidos....................................................................................................................44 5.7. Dados sobre vetores de doenças infecto contagiosas...........................................................................46 5.8. Dados Sobre Doenças Domiciliares.......................................................................................................48 6. Identificação dos Principais Problemas........................................................................................49 7. Propostas.....................................................................................................................................53 7.1. Pavimentação Asfáltica........................................................................................................................53 7.1.1. Etapas de Execução..............................................................................................................54 7.1.2. Maquinário e Estrutura........................................................................................................55 7.1.3. Orçamento para Pavimentação Asfáltica.............................................................................59 7.2. Pavimentação com Blocos Intertravados de Concreto..........................................................................59 7.2.1. Principais Vantagens............................................................................................................60 7.2.2. Execução de Pavimento Intertravado...................................................................................61 7.2.3. Orçamento para Pavimentação com Blocos Intertravados...................................................67 7.3. Esgotamento Sanitário.........................................................................................................................67 7.3.1. Sistemas Individuais Para Esgotamento Sanitário................................................................69 7.3.2. Programa Esgoto Certo.........................................................................................................72 7.3.3. Esgoto cloacal ligado à rede fluvial na rua Mário Sabóia Bandeira de Mello.........................73 7.3.4. Possíveis Soluções................................................................................................................76 8. Conclusões...................................................................................................................................79 9. Referências Bibliográficas.............................................................................................................81 ANEXO A - Questionário de Entrevista Junto aos Moradores................................................................82 ABEXO B - Orçamento para Pavimentação Asfáltica.............................................................................87 ANEXO C - Orçamento para Pavimentação com Blocos Intertravados de Concreto................................89 13 1. INTRODUÇÁ O O presente projeto, desenvolvido na UNIPAMPA, tem o objetivo de propor soluções de engenharia para problemas de infraestrutura e saneamento básico, enfrentados pela população, de forma a melhorar a qualidade de vida. Nesse contexto, analisou-se diversos bairros da cidade de Alegrete/RS, de forma a tentar encontrar uma região que se encaixasse com as necessidades e características do projeto. Infraestrutura é o conjunto de atividades e estruturas da economia de um país que servem de base para o desenvolvimento de outras atividades. Por exemplo, para que as empresas de um país possam exportar são necessários portos e aeroportos (elementos da Infraestrutura de um país). Fazem parte da Infraestrutura de um país: rodovias, usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, rodoviárias, sistemas de telecomunicações, ferrovias, rede de distribuição de água e tratamento de esgoto, sistemas de transmissão de energia, etc. A Infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país. Sem ela, as empresas não conseguem desenvolver adequadamente seus negócios. Quando um país apresenta uma Infraestrutura pouco desenvolvida, os produtos podem encarecer no mercado interno (prejudicando os consumidores) e também no mercado externo (dificultando as exportações em função da concorrência internacional). Saneamento básico é a atividade relacionada com o abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. É o conjunto de procedimentos adotados numa determinada região visando a proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes. Após estudos e visitas, definiu-se que a rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, situada no bairro Promorar do Município de Alegrete/RS, seria a área de estudo, já que apresenta características comuns à maioria das ruas da periferia da cidade, além de estar localizada próxima ao Rio Ibirapuitã, em local crítico para a questão ambiental. A partir daí, levantaríamos discussões sobre as deficiências de infraestrutura e suas causas. O projeto, a partir de então, ocorreu em quatro etapas. São elas: 1) Levantamento de dados estatísticos oficiais junto aos órgão públicos: Nesta etapa, buscamos informações e dados estatísticos sobre o bairro Promorar junto aos seguintes órgãos: Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Alegrete), Unidade de Pronto 14 Atendimento (UPA) do bairro Promorar, Vigilância Sanitária (ANVISA), Sindicato dos moradores do bairro Promorar e Prefeitura do Município de Alegrete. 2) Entrevistas junto aos moradores: Nesta etapa, elaboramos e aplicamos um questionário sobre os principais temas relacionados à infraestrutura e qualidade de vida da população da região de estudo. 3) Comparação e análise dos dados obtidos: Nesta fase do projeto, fizemos a comparação entre os dados estatísticos oficiaise os dados obtidos junto à pesquisa aplicada aos moradores do bairro. Foram gerados gráficos e tabelas que serão apresentadas adiante. 4) Proposta: Com a análise dos dados obtidos, podemos diagnosticar os problema em comum na visão dos moradores da Rua Mário Sabóia Bandeira de Mello. A partir dos problemas diagnosticados, elaborou-se propostas viáveis do ponto de vista da engenharia, as quais serão apresentadas adiante. Ao fim dos estudos, será a presentada à comunidade e aos órgãos competentes o resultado deste projeto, bem como as propostas para os problemas diagnosticados. 2. REGIÁ O DE ESTUDO Nossos estudos e pesquisas concentram-se na rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, situada no bairro Promorar, no município de Alegrete, demonstrada na figura 1. Na área de pesquisa, levantamos discussões sobre a infraestrutura da rua na visão crítica dos moradores. Após um consenso sobre o principal problema diagnosticado que afeta diretamente a qualidade de vida dos moradores, propomos uma solução viável economicamente para a região, sempre no ponto de vista da engenharia. 15 Figura 1 - Indicação da área de estudo. Para o levantamento dos dados, mapeamos e delimitamos a área de estudos com o auxílio dos programas ARC GIS e GOOGLE EARTH. A figura 2 demonstra a área de estudo delimitada. Figura 2 - Delimitação da área de estudos – Fonte IBGE/2010. 16 A região de estudos conta com 7156, 13 m² de área, e inclui toda rua Mário Sabóia Bandeira de Mello que é o foco dos estudos. Para uma análise crítica maior e pontos de vistas diferentes sobre um mesmo assunto, incluímos pequenos trechos de outras ruas que cruzam a rua principal de estudo. Na busca por dados estatísticos junto aos órgãos competentes, foi verificado que os mesmos trabalham com informações estatísticas por bairros, não sendo possível assim um levantamento estatístico de uma rua individualmente. Devido a essa circunstância, foi tomada como base os dados estatísticos do bairro Promorar como um todo, no qual a rua de estudo está situada. 3. O BÁIRRO PROMORÁR O Bairro Promorar é um dos bairros mais antigos do município de Alegrete, e está situado na Zona Leste da cidade, próximo ao rio Ibirapuitã e a UNIPAMPA. Atualmente conta com uma unidade de pronto atendimento exclusiva para o bairro. Possui também, a Associação de Moradores do Bairro, que reivindicam junto aos órgão públicos, melhorias em diversos aspectos, a se destacar a infraestrutura e o saneamento básico. 17 3.1 POPULÁÇÁ O PROMORÁR As informações sobre a população desse bairro possuem origem no Censo 2010 do IBGE, no qual consta que este bairro possui 1933 habitantes. 3.1.1 HOMENS X MULHERES A população masculina do Bairro Promorar representa 922 habitantes, e a população feminina, 1.011 habitantes. O gráfico da figura 3 demonstra essa relação. Figura 3 - Distribuição dos moradores do bairro Promorar por sexo – Fonte IBGE/2010 Ou seja, no bairro Promorar existem mais mulheres do que homens. A população é composta de 52,3% de mulheres e 47,7% de homens. 18 3.1.2 FÁIXÁ ETÁ RIÁ DÁ POPULÁÇÁ O O gráfico da figura 4 demonstra a faixa etária do bairro, agrupando em faixas de 0 a 4 anos, 0 a 14 anos, 15 a 64 anos e 65 anos ou mais. Figura 4 - Faixa etária dos moradores do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010 Quadro 1 - Dados do bairro Promorar – Análise figura 4 – Fonte IBGE/2010 Faixa Etária População Porcentagem 0 a 4 anos 124 6% 0 a 14 anos 452 22% 15 a 64 anos 1318 64% 65 anos e + 162 8,% 6% 22% 64% 8% Faixa etária dos moradores do bairro promorar 0 a 4 anos 0 a 14 anos 15 a 64 anos 65 anos ou mais 19 3.1.3 JOVENS X IDOSOS Comparação ente jovens e idosos. Entende-se por jovens a faixa etária de 0 a 14 anos e por idosos pessoas com mais de 65 anos. Figura 5 - Distribuição entre jovens e idosos do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010. Ou seja, no bairro Promorar existem mais jovens do que idosos, sendo a população composta de 23,4% de jovens e 8,4% de idosos. 20 3.1.4 DOMICI LIOS Quadro 2 - Dados sobre domicílio do bairro Promorar – Fonte IBGE/2010. Domicílios Particulares Permanentes 632 População Residente 1933 População Homens 922 População Mulheres 1011 Razão de Dependência Jovens 34,40% Razão de Dependência Idosos 12,30% Razão de Dependência Total 46,70% Média de Moradores por Domicílio 3,2 Os dados do quadro 2 mostram que há uma média de 3,2 moradores por domicílio e que pelo menos 46,7% dos moradores são dependentes (jovens ou idosos). 21 4. METODOLOGIÁ A metodologia utilizada ao longo do projeto se baseou na análise visual da área e em dados estatísticos. Primeiramente foram buscados dados estatísticos junto aos órgãos competentes. Nesta etapa, visitamos diversas entidades, que colaboraram de imediato com a disponibilidade de dados estatísticos e materiais referentes à região de estudo. Com o intuito de familiarizar as entidades ao projeto, na abordagem por busca de dados exibiu-se uma carta de apresentação do trabalho, que destacava a importância da colaboração das entidades com a disponibilidade de informações. A carta de apresentação é demonstrada na figura 6. 22 Figura 6 - Carta de apresentação ao projeto. Após a obtenção de informações e dados estatísticos, aprofundou-se a pesquisa através do entendimento da visão crítica dos moradores do bairro. Assim, a frequência de visitas a região de estudo aumentou. Com isso, estudou-se os principais aspectos que influenciam para uma boa qualidade de vida, entre os quais destacamos: Dados Socioeconômicos, Infraestrutura da Rua e Domicílio, Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Drenagem, Resíduos Sólidos, Dados sobre Vetores e Dados Sobre Doenças Domiciliares. 23 A partir dos principais pontos definidos, começou-se o estudo para elaboração de um questionário, o qual serviria de base para apontar a opinião dos moradores sobre a situação em que se encontrava a sua Rua/Bairro. Nesta fase, convidamos a equipe do IBGE/ALEGRETE para nos auxiliar na formulação de perguntas e na abordagem junto aos moradores. A reunião contou com a presença dos voluntários do projeto e com dois representantes do IBGE/ALEGRETE, que deram uma palestra sobre a formulação de perguntas e o modo de abordagem para entrevistas. Assim, elaboramos o questionário para entrevistas junto aos moradores da Rua/Bairro apresentado no Anexo A. Antes de dar início às entrevistas, acompanhamos a equipe de agentes comunitários da Unidade Básica de Saúde do bairro Promorar a um cadastramento dos moradores junto à UPA, com o intuito de se ambientar ao modo de abordagem junto aos moradores, e de se tornar mais público naquela região. Figura 7 - Agentes comunitários abordam moradores. 24 Figura 8 - Agente comunitário preenche ficha de cadastramento. Após isso, ambientados à área de estudo, aos moradores e à forma correta de abordagem, demos início às entrevistas. Nos dias 15, 16, 17, 22, 23 e 24 de outubro e 5, 6, 7 de novembro de 2014, sempre entre 15:30 e 17:30 horas, com 5 voluntários se alternando, fizemos 120 entrevistas juntos aos moradores da região de estudo no bairro Promorar. Com a análise dos resultados das entrevistas, fizemosa comparação com os dados estatísticos coletados, gerando assim a discussão sobre a realidade e a estatística, que será discutida mais adiante. Além disso, com a análise dos resultados, pode-se diagnosticar problemas ligados a engenharia, os quais, se resolvidos ou minimizados, implicaria de uma maneira positiva na qualidade de vida dos moradores. Para isso, aprofundamos o estudo no problema diagnosticado e propomos uma solução viável economicamente e ligada diretamente a uma área específica da Engenharia Civil. 25 5. ÁPRESENTÁÇÁ O DOS RESULTÁDOS DÁ PESQUISÁ 5.1 DÁDOS SOCIOECONO MICOS O crescimento da força da mulher em relação ao trabalho é indiscutível em todo o mundo. E com frequência cada vez maior, a responsabilidade por manter o domicílio é dividida ente os casais. Na pesquisa feita com os moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, constatou-se que há uma grande força de trabalho em relação ao sexo feminino. Entretanto, o homem continua com maior participação na responsabilidade por manter a casa. A figura 9 destaca os resultados obtidos nas pesquisas. Figura 9 - Sexo da pessoa responsável por manter a residência. Com a análise da figura 9, constatamos que o homem sozinho ainda é quem carrega a responsabilidade de sustentar a casa na maioria dos casos. Este fato ocorreu em cerca de 46,6% das residências entrevistadas. A responsabilidade compartilhada entre ambos os sexos significou 30% e a manutenção apenas por parte da mulher apresentou 23,4% dos domicílios entrevistados. 0 10 20 30 40 50 60 Homem Mulher Homem e Mulher Responsável por manter a residência 26 Além da responsabilidade por manter o sustento da casa, pesquisamos também o número de moradores por domicílios. Neste quesito, os números foram bastantes dispersos, pois contatou-se casas que variaram de apenas 1 morador, a domicílios com até 11 moradores. A figura 10 apresenta os resultados obtidos nas entrevistas. Figura 10 - Número de moradores por domicílio. Quadro 3 – Dados estatísticos obtidos da figura 10. Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação 4,09 4,20 1,02 O quadro 3 ilustra os dados estatísticos retirados da figura 10. Com isso, vimos que em média, a rua Mário Sabóia Bandeira de Mello apresenta cerca de 4 moradores por domicílios, apesar de um alto desvio padrão. O coeficiente de variação demonstra a confiabilidade nos dados, pois quanto mais próximo de 1, mais exatidão nos dados iremos ter. Continuando com os dados socioeconômicos, abordamos a questão salarial dos moradores, questão essa que demonstrou o baixo poder aquisitivo da área de estudo, pois cerca de 50% dos moradores vivem com apenas 1 salário mínimo. A figura 11 demonstra os resultados obtidos. 2% 22% 22% 27% 7% 9% 5%4% 2% Número de moradores por domicílio 1 Morador 2 Moradores 3 Moradores 4 Moradores 5 Moradores 6 Moradores 7 Moradores 8 Moradores 11 Moradores 27 Figura 11 - Renda mensal por residência. Com essa análise, podemos afirmar que a região de estudo é de extrema carência de recursos, pois a média de número de moradores por domicílio é de 4 pessoas, sendo que a maioria das residências possui uma renda mensal total em torno de 1 salário mínimo. Para se aprofundar mais nessa questão, pesquisou-se quantas pessoas do domicilio contribuem para a renda da família. A figura 12 demonstra os resultados obtidos. 50% 41% 9% Renda mensal dos moradores por residência 1 Slario Mínimo 1 a 2 Salários Mínimos 3 a 5 Salários Mínimos 28 Figura 12 - Número de pessoas que contribuem para a renda familiar. Aqui vimos que, na maioria das vezes, entre 1 ou 2 pessoas contribuem para a renda da família. Podemos então pressupor que grande parte da população trabalha de forma informal, ou seja, não tem uma renda garantida no final do mês, pois isso não significa um acréscimo representativo na renda total da residência. A questão descrita anteriormente levanta a discussão sobre o grau de escolaridade dos moradores, questão essa que abordamos junto às entrevistas. Os resultados obtidos estão descritos na figura 13. 47% 49% 2%2% Número de pessoas que contribuem para a renda familiar Número de pessoas: 1 Número de pessoas: 2 Número de pessoas: 3 Número de pessoas: 4 29 Figura 13 - Grau de escolaridade dos moradores. Com a análise da figura 13 observamos que grande parte da população se encontra na faixa de não alfabetizado a pré-escola. Essas duas faixas somadas representaram 30% da população total da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, o que contribui para o baixo poder salarial da área de estudo. Ainda na questão financeira, abordamos um tema bem discutido atualmente: Programas Sociais. A figura 14 apresenta os resultados obtidos. 18% 12% 37% 27% 6% Grau de escolaridade dos moradores Não Alfabetizado Pré-Escola 1º Grau (Com/Incom) 2º Grau (Com/Incom) Superior 30 Figura 14 - Pessoas que recebem benefício financeiro do governo. Com a análise da figura 14, constatamos que a maioria absoluta dos moradores não são contemplado com benefícios do governo (Bolsa família, bolsa escola, etc...). Além disso, os dados da figura 14 abrem margem para abordarmos a questão de crianças e adolescentes que frequentam creches/escolas. A figura 15 apresenta os resultados dessa questão. Figura 15 - Índice de frequência ao ensino dos moradores. 20% 80% Pessoas que recebem benefício do governo Sim Não 18% 64% 7% 11% Índice de frequência ao ensino dos moradores Creches Escolas Universidades/Cursinhos Não frequentam 31 Com a análise da figura 15, vimos que a maioria dos moradores frequentam escolas, e que na maioria dos casos não há um auxílio do governo que funcione como estimulo para o jovem se manter na escola, aspecto esse que influencia para que 11% da população não tenha acesso ao ensino. Dando fim ao levantamento socioeconômico, abordamos a questão da faixa etária dos moradores. A figura 16 apresenta os resultados obtidos. Figura 16 - Faixa etária dos moradores. Observamos que a maioria da população é composta por adultos. Podemos levantar diversas discussões sobre isto, como por exemplo: se a população da Rua Mário Sabóia Bandeira de Mello é composta na sua maioria por adultos, por que sua força de trabalho é tão pequena? Para responder a esta pergunta, devemos olhar para os dados apresentados até então, pois, como mencionado antes, a população da área de estudo tem um baixo nível de escolaridade, ou seja, poucas pessoas possuem especializações em uma determinada profissão. A maioria dos moradores trabalham de forma autônoma, o que isso contribui diretamente para a baixa força de trabalho na questão salarial. 16% 16% 55% 13% Faixa etária dos moradores Crianças (0 a 10 anos) Adolescentes (11 a 17 anos) Adultos (18 a 65 anos) Idosos (mais de 65 anos) 32 5.2 DÁDOS DÁ INFRÁESTRUTURÁ DÁ RUÁ E DOMICI LIO Nesta etapa, procuramos formular perguntas para que o morador expressasse de forma crítica sua percepção sobre a qualidade da infraestrutura da sua rua e domicílio. Primeiramente, constatamos que a rua Mário Sabóia Bandeira de Mello não é pavimentada, como mostra a figura 17. Figura 17 – Condições do leito da Rua Mário Sabóia Bandeira de Mello. Este fato afeta diretamente na qualidade de vida dos moradores, que mencionaram por diversasvezes a indignação que sentem por não terem a rua pavimentada. Iremos abordar este problema mais detalhadamente mais adiante no trabalho. Dando continuidade, levantamos a hipótese de haver depósitos de lixo na rua ou nas proximidades e levamos essa questão aos moradores. Obtemos o seguinte resultado, mostrado na figura 18. 33 Figura 18 - Proximidade de lixões na percepção dos moradores. Na percepção da maioria dos moradores, não há um acumulo de resíduos sólidos nas proximidades que afetem diretamente na qualidade de vida local. Apesar disso, uma inspeção visual demonstra a existência de áreas com acúmulo de lixo, principalmente em terrenos baldios. O fato de a maioria dos moradores não considerarem isto como um problema demonstra a falta de percepção sobre aspectos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Abordamos também a questão da iluminação pública da rua e obtivemos os seguintes resultados na percepção dos moradores, demonstrados na figura 19. 32% 68% Proximidade de lixões na percepção dos moradores Sim Não 34 Figura 19 - Iluminação da rua na visão dos moradores. Com a análise da figura 19, vimos que a questão da iluminação pública não é tratada como problema na percepção da grande maioria dos moradores. A iluminação está ligada diretamente à questão da segurança da rua, questão essa que abordamos junto aos moradores, e obtivemos os seguintes resultados demonstrados na figura 20. Figura 20 - Segurança da rua na visão dos moradores. 75% 6% 19% Iluminação da rua é boa? Sim Não Mal Iluminado 34% 66% Existe segurança na rua de noite? Sim Não 35 Com a análise da figura 20, vimos que a maioria dos moradores acha que não existe segurança para andar na rua à noite, embora ela seja bem iluminada. Outras questões ligadas a infraestrutura da rua foram abordadas nas entrevistas, como a questão do transporte público na rua, questão essa que os moradores consideram estar de boa qualidade, a não ser a questão dos bancos das paradas de ônibus, que relataram não estar em boas condições. Dando continuidade, abordamos a questão da infraestrutura dos domicílios da rua. Em primeiro plano, procuramos abordar a situação do domicílio, ou seja, se ele era próprio, alugado ou cedido. Os resultados obtidos está disposto na figura 21. Figura 21 - Situação do domicílio. Com a análise da figura 21, constatamos que a maioria dos moradores possuem casa própria. Aprofundando mais o estudo da infraestrutura do domicilio, abordamos o tipo de construção na pesquisa, ou seja, se o domicílio é de alvenaria ou madeira. Os resultados obtidos será mostrado na figura 22. 68% 30% 2% Situação do domicílio Próprio Alugado Outro (Cedido, invadido, etc...) 36 Figura 22 - Tipo de construção. Como esperado, constatamos que as maiorias das residências são de alvenaria. Esse tipo de construção já se tornou há anos a mais utilizada na construção civil por diversos fatores, a se destacar a durabilidade, a resistência e o baixo custo. 5.3 DÁDOS SOBRE O ÁBÁSTECIMENTO DE Á GUÁ Verificamos que o abastecimento de água da região é realizado exclusivamente pela CORSAN. Nesta etapa procuramos levantar a discussão sobre a qualidade na prestação de serviço da empresa e na qualidade da água. Dando início à discussão, perguntou-se aos entrevistados se faltava água na região. A figura 23 apresenta as respostas dos moradores a esta pergunta. 85% 15% Tipo de construção Alvenaria Madeira 37 Figura 23 - Visão dos moradores sobre a falta de água na sua residência. Com a análise da figura 23, podemos concluir que na visão dos moradores o abastecimento de água ocorre sem problemas quanto à falta de água. Na análise da qualidade da água, levantamos a discussão sobre sua potabilidade, de forma que os moradores respondessem o que faziam para beber água em casa. A figura 24 apresenta os resultados obtidos. Figura 24 - Água para beber em casa. 0% 21% 79% Falta água ? Sempre Nunca Raramente 11% 83% 6% Água para beber em casa Filtra Não Trata Compra 38 Com a análise da figura 24, constatou-se que a potabilidade na visão dos moradores é boa, pois 83% das pessoas entrevistadas bebem a água que vem diretamente da torneira. Ainda na questão do fornecimento de água, alguns moradores relataram que a conta de água estava acima do esperado, o que dificultava bastante sua renda no final do mês. Vale ressaltar também que alguns moradores são contemplados com um programa denominado Baixa Renda, que comtempla um desconto significativo na conta de água. 5.4 DÁDOS DO EGOSTÁMENTO SÁNITÁ RIO A entidade responsável pelo tratamento de esgoto da região é a CORSAN. A mesma informou que não existe, até então, um programa de tratamento de esgoto na área. A região não tem tratamento de esgoto, fato este que vários moradores desconheciam, e afirmaram que na conta de água existe uma taxa de cobrança pelos serviços prestados com o esgoto. A figura 25 constata este fato. Figura 25 - Conta de água de um morador da área de estudo. 39 Os esgotos dos domicílios são feitos através de tanque séptica ou fossa. A maioria dos entrevistados afirmaram que o tanque séptico possuía caixa de gordura. Entretanto, nada foi comprovado, pois não é possível realizar este diagnóstico de forma visual. Grande parte do esgoto da região é jogado diretamente no rio Ibirapuitã, que se localiza bem próximo da localidade. A fim de levantar discursões sobre o tema, perguntou-se aos entrevistados se, na percepção dos mesmos, existiam cursos d’água mal cheirosos nas proximidades. A figura 26 apresenta os resultados desta pergunta. Figura 26 - Cursos d'água mal cheirosos nas proximidades na visão dos moradores. Verificou-se que a maioria dos entrevistados se queixaram sobre cursos d’água mal cheirosos próximos à área de estudo. Esse fato abriu margem para formularmos a pergunta sobre esgoto a céu aberto na região. A figura 27 apresenta os resultados. 64% 36% Cursos d'água mal cheirosos nas proximidades Sim Não 40 Figura 27 - Esgoto a céu aberto nas proximidades na visão dos moradores. Aqui constatamos que a maioria dos entrevistados se queixaram de esgoto a céu aberto nas proximidades. Este fato foi constatado visualmente na rua Plínio Brasil Milano, na qual existe grande canal de esgoto a céu aberto correndo em direção ao rio Ibirapuitã. Embora não seja a principal rua de estudos, ela faz parte da região analisada, pois os problemas que ocorrem na rua Plínio Brasil Milano afetam diretamente na qualidade de vida do bairro Promorar, e afeta ainda mais os moradores das ruas próximas, que é o caso da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello. A figura 28 mostra o esgoto a céu aberto na rua Plínio Brasil Milano. 74% 26% Esgoto a céu aberto nas proximidades Sim Não 41 Figura 28 - Esgoto a céu aberto na rua Plínio Brasil Milano. 42 Os moradores da rua Plínio Brasil Milano, relataram que, no verão, o cheiro causado pelo esgoto a céu aberto é insuportável e que o mesmo já foi responsável por ocasionar doenças nos moradores da região. 5.5 DÁDOS DE DRENÁGEM A drenagem sem dúvida é um dos principais aspectos que implicam na qualidade de vida de um determinada região. Assim, pesquisamos junto aos moradores sua percepção sobre as condições da rua depois de um chuva consideravelmenteforte. Também abordamos os moradores sobre a ocorrência de inundações nas proximidades. A figura 29 ilustra os resultados obtidos. Figura 29 - Ocorrência de inundações nas proximidades. Com a análise da figura 29 vimos que, na visão dos moradores, a área de estudos é alvo de frequentes inundações, o que levanta a discussão sobre a capacidade de drenagem da rua. Levamos essa discussão aos moradores, e na pesquisa obtivemos os seguintes resultados demonstrados na figura 30. 64%13% 23% Ocorrência de inundações nas proximidades Sempre Nunca Raro 43 Figura 30 - Rua com capacidade de drenagem. Analisando a figura 30 constatamos que os moradores consideram insuficiente a capacidade de drenagem da rua, situação essa que dificulta o deslocamento de pessoas após ocorrência de chuvas. Abordamos essa questão junto aos moradores e obtivemos os seguintes resultados demonstrados na figura 31. Figura 31 - Possibilidade de locomoção na rua após ocorrência de chuvas. 26% 66% 8% Rua com capacidade de drenagem Sim Não É Adequado 19% 36% 45% Quando chove dá pra andar na rua ? Sim Não Com Dificuldade 44 Podemos concluir que a drenagem da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello não atendem a necessidade da população, sendo necessário então, um estudo mais aprofundado sobre o tema, apontando possíveis ações a serem tomadas, com o intuto de minimizar o transtorno à população. Este fato iremos discutir mais adiante. 5.6 DÁDOS DE RESI DUOS SO LIDOS Com relação a este assunto, procuramos identificar a opinião dos moradores quanto à questão de higiene da rua, responsabilidade essa que é dividida entre os próprios moradores e a prefeitura de Alegrete, responsável pela manutenção das vias e coleta de lixo. Da responsabilidade relacionada à prefeitura de Alegrete, não houve reclamações por parte dos moradores, que mencionaram que a limpeza e coletas de lixo ocorrem com grande frequência e com bastante eficiência. Sendo assim, nos restou abordar a responsabilidade relacionada aos moradores da região. Levantamos a hipótese de haver lixo ou entulho em terrenos próximos e obtivemos os seguintes resultados demonstrados na figura 32. Figura 32 - Lixo/entulho em terrenos próximos. 68% 32% Lixo/entulho em terrenos próximos Sim Não 45 Constatamos que a maioria dos moradores percebem o acúmulo de lixo/entulho em terrenos na região ou em suas proximidades. Percebemos então, que a questão de resíduos sólidos não é problema da gestão pública, sendo necessário uma espécie de conscientização dos moradores para que o problema diminua. A fim de se aprofundar mais na questão da responsabilidade dos moradores com relação a resíduos sólidos, questionamos os mesmos sobre a disposição final do lixo, e obtivemos os seguintes resultados apresentados na figura 33. Figura 33 - Disposição do lixo. A grande maioria dos moradores deposita o seu lixo para coleta pendurado em cercas e árvores. Uma minoria relata a existência de lixeiras para depósito de lixo, o que demonstra um problema de infraestrutura. A má disposição do lixo faz com que a sujeira na rua se amplie, pois regularmente os sacos plásticos rasgam ou são abertos por animais ou transeuntes. Vale ressaltar que todos os moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, afirmaram realizar a coleta do lixo em sacos plásticos, o que contribui para o número de 74% de lixos pendurados em sua disposição final. 15% 11% 74% Disposição do lixo Lixeira Chão Pendurado 46 5.7 DÁDOS SOBRE VETORES DE DOENÇÁS INFECTO CONTÁGIOSÁS Com relação a este tema, os entrevistados afirmaram que a presença de vetores de doenças infecto contagiosas variam com o período do ano, sendo que na época de dezembro a presença de pernilongos é bastante frequente. Com relação à presença de moscas e mosquitos, os moradores afirmaram que variam conforme a região do bairro, sendo mais comum encontrá-las nas proximidades de lixões e esgotos. Abordamos também a questão de animais domésticos nas residências. Essa questão foi bastante falada na reunião junto à Associação dos Moradores do Bairro Promorar, que reclamaram do grande número de cachorros presente no bairro. Na pesquisa abordamos apenas a presença de animais domésticos, ou seja, animais de rua não estão inclusos nos dados obtidos. As figuras 34 e 35 demonstram os resultados obtidos. Figura 34 – Presença de cães como animais domésticos. Quadro 4 - Dados estatísticos obtidos da figura 34. Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação 3,8 4,04 1,06 9% 17% 22%26% 15% 6%4%0%1% Presença de cães como animais domésticos Não possui 1 cachorro 2 cachorros 3 cachorros 4 cachorros 5 cachorros 6 cachorros 7 cachorros 47 Figura 35 – Presença de gatos como animais domésticos. Quadro 5 – Dados estatísticos obtidos da figura 35. Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação 2,75 2,4 0,9 Com a análise das figuras 34 e 35, observamos que é muito intensa a presença de cães e gatos como animais domésticos na região, na opinião dos moradores. Com relação ao quadro 4, que apresenta os dados estatísticos obtidos da figura 34, percebemos que o desvio padrão é relativamente alto, pois houve uma grande dispersão nos resultados. Existem residências com 1 cão e residências com até 8 cães. O quadro 5 que apresenta os dados estatísticos obtidos da figura 35, não apresenta um desvio padrão considerado alto, pois não houve muita dispersão dos resultados. Ambas as tabelas apresentam um coeficiente de variação com grande valor de confiabilidade. 15% 52% 15% 9% 9% Presença de gatos como animais domésticos Não possui 1 gato 2 gatos 3 gatos 4 gatos 48 5.8 DÁDOS SOBRE DOENÇÁS DOMICILIÁRES Nesse caso, teve-se a intenção de se verificar a ocorrência de doenças ligadas à falta de estrutura da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello. Sem sistema de esgoto e pavimentação inadequada, a área de estudos tem grande tendência a doenças domiciliares que vão desde a diarreia à dengue, por exemplo. Em reunião junto à UPA do bairro Promorar, verificou-se que houve apenas 1 caso de suspeita de dengue no ano de 2014. Entretanto, não foi comprovada a ocorrência. Houve também poucos casos de doenças como a diarreia. A UPA informou que a procura por atendimentos varia conforme a época do ano, sendo que em Outubro/Novembro houve procura por doenças causadas apenas por viroses. Nas demais épocas, a UPA informou que não há uma grande procura por doenças domiciliares, e que também não possuíam dados com exatidão do bairro, pois a UPA recebe pacientes de toda a região do município de Alegrete. Nas entrevistas levantou-se a discussão sobre doenças domiciliares como a micose, dengue, conjuntivite e diarreia. A figura 36 apresenta os resultados obtidos. Figura 36 – Ocorrência de doenças domiciliares. 5% 13% 0%0% 82% Ocorrência de doenças domiciliares Diarréia nos últimos 6 meses Micose Dengue Conjuntivite Não Houve Ocorrência de Doenças 49 Com a análise da figura 36, vimos que grande parte da população não tem problemas com doenças domiciliares. Entretanto, a grande maioria ressaltou que a poeira que os veículos levantam quando passam pela rua causam rinite e outas irritações aos olhos e a pele. 6. IDENTIFICÁÇÁ O DOS PRINCIPÁIS PROBLEMÁS Após a apresentação dos resultados estatísticos obtidos junto aos órgãopúblicos e através das entrevistas junto aos moradores, é hora de identificar o principal problema considerado vital para a melhoria da qualidade de vida. Nas pesquisas, abrimos margem para que os moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello apontassem sua opinião de forma livre para o principal problema enfrentado no dia a dia. A figura 37 aponta a opinião dos moradores sobre o principal problema enfrentado. Figura 37 - Principal problema enfrentado na visão dos moradores. 79% 1% 20% Principal problema enfrentado na visão dos moradores Pavimentação/Drenagem Segurança Esgotamento Sanitário 50 Com a análise da figura 37, percebe-se que os problemas mais citados pelos moradores são relacionados à infraestrutura e saneamento básico. Atualmente, essa questão vem sendo discutida com muita frequência, pois a infraestrutura e o saneamento básico são os pilares para a qualidade de vida. Segundo a ONU, cerca 40% da população do mundo não possui instalações sanitárias adequadas, o que faz com que 2 milhões de pessoas, principalmente crianças, morram todos os anos por causa de doenças gastrointestinais disseminadas por veiculação hídrica. Os números em relação a essas deficiências na América Latina e Caribe, segundo a ONU, são estimados em 100 milhões de pessoas. Em cada 10 crianças, antes de completar 5 anos, pelo menos uma delas tem como causa da morte a diarréia ou a desidratação. No Brasil há problemas referentes às doenças de veiculação hídrica, especialmente na infância. Por estes motivos, que afetam a saúde mundial, a ONU instituiu o ano de 2008 como “Ano Internacional do Saneamento”. A Metas do Milênio objetivam que até o ano 2015 os números sejam reduzidos para metade em todo o mundo. Apesar da baixa ocorrência de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico na região de estudo, é fato que a área precisa de um sistema de esgoto adequado que faça com que os moradores se sintam mais confortáveis em seu cotidiano. Em uma das várias visitas que fizemos no local de estudos, encontramos um morador da região tentando desentupir um bueiro que se encontrava em más condições técnicas. A figura 38 mostra o fato descrito anteriormente. 51 Figura 38 - Morador tentando desentupir bueiro. 52 Na imagem ainda podemos ver a questão da falta de pavimentação da região, que foi o principal problema apontado pelos moradores da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, em conjunto com a falta de drenagem. Estas questões levaram ao entupimento do bueiro da figura 38, e com isso a indignação por parte dos moradores do bairro. Abordando a questão da pavimentação, os moradores afirmaram que a rua já deveria ter sido pavimentada, pois é uma das ruas mais antigas do bairro. Os moradores de ruas pavimentadas do bairro Promorar relataram que a pavimentação de suas ruas ocorreu por conta da tomada de iniciativa dos próprios moradores, fazendo uma espécie de coleta de dinheiro, comprando o material e pagando a mão de obra para a execução. É claro que essa iniciativa ameniza o problema da pavimentação. Entretanto, deve-se ressaltar a falta de estudos do melhor projeto, do melhor material e da melhor maneira de execução da pavimentação, sendo que se for mal planejada e mal executada, irá se tornar novamente um tormento presente nos cotidiano dos moradores da região. A questão da pavimentação e do esgotamento sanitário estão ligadas à questão da rede de drenagem, que designa os sistemas naturais ou artificiais capazes de drenar água superficial, em geral proveniente das chuvas, através de canais conectados entre si. Na região, os problemas ligados à drenagem afetam diretamente os moradores das regiões mais baixas da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, que chegam até a desocupar suas casas em épocas de enchentes na área. Uma solução para este problema melhoraria a vida de várias famílias da região baixa da área de estudo. Com esses fatos, podemos considerar que a questão da pavimentação, drenagem e rede de esgoto ocasiona na região de estudo um grande impacto negativo, sendo um grande desafio do ponto de vista da engenharia propor uma solução viável economicamente ao estado e que satisfaça as necessidades de seus usuários. 53 7. PROPOSTÁS 7.1. PÁVIMENTÁÇÁ O ÁSFÁ LTICÁ O revestimento asfáltico na composição de pavimentos flexíveis é uma das soluções mais tradicionais e utilizadas na construção e recuperação de vias urbanas, vicinais e de rodovias. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda), mais de 90% das estradas pavimentadas nacionais são de revestimento asfáltico. O sistema de pavimentação é formado por quatro camadas principais: revestimento de base asfáltica, base, sub-base e reforço do subleito. Dependendo da intensidade e do tipo de tráfego, do solo existente e da vida útil do projeto, o revestimento pode ser composto por uma camada de rolamento e camadas intermediárias ou de ligação. Mas nos casos mais comuns, utiliza-se uma única camada de mistura asfáltica como revestimento. O asfalto pode ser fabricado em usina específica (misturas usinadas), fixa ou móvel, ou preparado na própria pista (para tratamentos superficiais). Além da forma de produção, os revestimentos também podem ser classificados quanto ao tipo de ligante utilizado: a quente com o uso de concreto asfáltico, o chamado Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBQU) ou a frio com o uso de emulsão asfáltica (EAP). O Concreto Betuminoso Usinado a Quente é o mais empregado no Brasil. Trata-se do produto da mistura de agregados de vários tamanhos e cimento asfáltico, ambos aquecidos em temperaturas previamente escolhidas, em função da característica viscosidade-temperatura do ligante. Mais econômicas, as misturas asfálticas usinadas a frio são indicadas para revestimento de ruas e estradas de baixo volume de tráfego, ou ainda como camada intermediária (com concreto asfáltico superposto) e em operações de conservação e manutenção. Neste caso, as soluções podem ser pré-misturadas e devem receber tratamentos superficiais posteriores. 54 7.1.1 ETÁPÁS DE EXECUÇÁ O 1) Preparo da base: O capeamento asfáltico é aplicado após a execução da base e sub-base. Esse piso deve estar regular, compactado e isento de partículas soltas. A brita graduada simples é um dos materiais mais usados no País como base e sub-base de pavimentos asfálticos. Trata-se de um material cujo diâmetro dos agregados não excede 38 mm, e que tem entre 3% e 9% de finos. Seu transporte é feito em caminhões basculantes e a distribuição do material na pista é feita, normalmente, por vibroacabadora ou motoniveladora. 2) Compactação da base: A compactação é executada por rolos compactadores estáticos ou vibratórios. Essa operação deve ser feita logo após o espalhamento para evitar que a brita perca umidade. 3) Lançamento da mistura asfáltica: A mistura asfáltica deve ser lançada em uma camada de espessura uniforme. O lançamento é feito por vibroacabadora, que lança a mistura, faz o nivelamento e a pré-compactação da mistura asfáltica. O lançamento da mistura deve ser precedido por uma preparação da superfície da base - com uma imprimação, por exemplo. A imprimação consiste na aplicação de material asfáltico sobre a superfície da base já concluída, para conferir impermeabilização e permitir a aderência entre a base e o revestimento a ser executado. 4) Compactação do asfalto: Essa fase de execução da camada asfáltica geralmente se divide em: 1) rolagem de compactação e 2) rolagem de acabamento.Na primeira, se alcança a densidade, a impermeabilidade e grande parte da suavidade superficial. Na rolagem de acabamento são corrigidas marcas deixadas na superfície pela fase de rolagem anterior. Para essas tarefas são empregados rolos compactadores estáticos ou vibratórios. Após a compactação o pavimento está pronto para receber o acabamento superficial especificado. Figura 39 - Ilustração das etapas de execução. 55 7.1.2 MÁQUINÁ RIO E ESTRUTURÁ Depósito para cimento asfáltico: Deve ser capaz de aquecer o material conforme as exigências técnicas estabelecidas. A capacidade dos depósitos deve ser suficiente para, no mínimo, três dias de serviço. Figura 40 - Depósito para cimento asfáltico. Depósito para agregados: Deve ser um local drenado, coberto, disposto de maneira que não haja mistura de agregados, nem permita contaminações de agentes externos. Figura 41 - Depósito para agregados. 56 Silos para agregados: Devem ter capacidade total de, no mínimo, três vezes a capacidade do misturador, e divididos em compartimentos com dispositivos adequados de descarga. Figura 42 - Silos para agregados. Usina para misturas asfálticas: Deve estar equipada com uma unidade classificadora de agregados e dispor de misturador capaz de produzir uma mistura uniforme. A usina deve ser equipada com termômetro, com proteção metálica e escala de 90ºC a 210ºC, pirômetro elétrico, ou outros instrumentos termométricos aprovados, com dispositivos para registrar a temperatura dos agregados, com precisão de ± 5ºC. A usina deve possuir silos de agregados múltiplos, com pesagens dinâmicas individuais. Também deve possuir uma cabine de comando e quadros de força instalados em recinto fechado. Figura 43 - Usina para misturas asfálticas. 57 Equipamento para distribuição e acabamento: Deve constituir-se de vibroacabadoras capazes de espalhar e conformar a mistura no alinhamento, cotas e abaulamento definidos no projeto. As vibroacabadoras devem estar equipadas com esqui eletrônico de 3 m, alisadores e dispositivos para aquecimento à temperatura requerida para a colocação da mistura sem irregularidade. Devem ser equipadas com sistema de vibração que permita pré-compactação na mistura espalhada. Figura 44 - Equipamento para distribuição e acabamento. Caminhão para transporte da mistura: Os caminhões tipo basculante devem ter caçambas metálicas robustas, limpas e lisas, ligeiramente lubrificadas com água e sabão, óleo cru fino, óleo parafínico ou solução de cal hidratada (3:1) para evitar a aderência da mistura à chapa. Figura 45 - Caminhão para transporte da mistura. Equipamento para compactação: São rolos pneumáticos com regulagem de pressão e rolo metálico liso, tipo tandem. Os rolos pneumáticos, autopropulsionados, devem ser 58 dotados de dispositivos que permitam a calibragem de variação da pressão dos pneus de 0,25 MPa a 0,84 MPa. Figura 46 - Equipamento para compactação. Ferramentas e equipamentos acessórios: Soquetes mecânicos ou placas vibratórias para a compactação de áreas inacessíveis; pás, garfos, rodos e ancinhos para operações eventuais; vassouras rotativas, compressores de ar para limpeza da pista; caminhão tanque irrigador para limpeza de pista. Figura 47 - Ferramentas e equipamentos acessórios. 59 7.1.3 ORÇÁMENTO PÁRÁ PÁVIMENTÁÇÁ O ÁSFÁ LTICÁ Para realizar o orçamento de pavimentação asfáltica da rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, tivemos como base os índices do SINAPI. A área da região de estudo que necessita de pavimentação é de 3800 m². Os valores detalhados do orçamento asfáltico estão contidos no ANEXO B deste trabalho. 7.2 PÁVIMENTÁÇÁ O COM BLOCOS INTERTRÁVÁDOS DE CONCRETO O uso dos Blocos de Concreto Intertravados vem ganhando espaço cada vez maior no cenário da construção por se tratar da melhor opção para pavimentação, pois, soma as vantagens dos pavimentos rígidos (concreto) e flexível (asfalto) além de se enquadrar nos atuais padrões estéticos graças as opções de formas e cores. É chamado intertravado por transmitir lateralmente de um bloco para o outro as cargas sofridas, aliviando as pressões unitárias transmitidas ao sub-leito e à sub-base e reduzindo assim as deformações. Por ser de concreto prensado e vibrado, possui alta resistência mecânica, à abrasão e ataque de produtos químicos. Um dos seus principais diferenciais é a imediata liberação para o tráfego após sua conclusão. Como é encaixado pode ser montado e desmontado a qualquer momento facilitando a manutenção. A variedade de formas e cores disponíveis possibilitam ainda grandes possibilidades estéticas. 60 7.2.1 PRINCIPÁIS VÁNTÁGENS Durabilidade: Alta resistência mecânica, à abrasão e a ataques de agentes agressivos. Fácil Execução: Devido à grande facilidade de assentamento, o pavimento intertravado não requer mão de obra especializada. Manutenção Simples: A possibilidade da retirada total ou parcial do pavimento sem a perda ou quebra de peças de forma rápida, facilita e reduz significativamente os custos de reparos ou modificações quando da passagem de tubulações ou reformas. Segurança e Economia de Luz: Sua superfície é anti-derrapante, o que o torna seguro para o uso em rampas íngrimes e em dias de chuva. Por ser de tonalidade clara(natural), tem grande poder de difusão de luz e reflexão dos raios solares, apresentando melhores condições de visibilidade a noite e menor temperatura superficial de dia. Isso reduz em até 50% a iluminação sem o prejuízo da claridade buscada. Homogeneidade: A fabricação industrial possibilita um grande controle na qualidade da produção e uniformidade nas dimensões. Beleza e Conforto Térmico: Os blocos de concreto podem ter dimensões, formas e cores variadas, o que possibilita uma infinidade de combinações e grande liberdade de criação. Por ser de cor clara reflete a luz solar reduzindo consideravelmente o calor na superfície do pavimento. Ecologicamente Correto: Por ser permeável, facilita o escoamento de água, diminuindo o risco de enchentes e repondo as reservas subterrâneas de água. Por todas as qualidades descritas, o pavimento intertravado se revela como a opção mais vantajosa não só técnica como econômica, pois, além do baixo custo do bloco, sua instalação proporciona melhor aproveitamento dos recursos financeiros disponíveis. 61 7.2.2 EXECUÇÁ O DE PÁVIMENTO INTERTRÁVÁDO A execução de um piso com pavimento intertravado de concreto é relativamente simples, pois não exige a utilização de equipamentos pesados nem de mão-de-obra especializada. Como a peça de concreto já é entregue pronta para a colocação, também não é necessário curá-la durante a execução do pavimento. A seguir vamos falar um pouco sobre as etapas da execução de um piso com o pavimento intertravado de concreto. Projeto de pavimentação: O desenvolvimento de um projeto de pavimentação é de extrema importância para uma execução bem feita. O projeto irá definir a paginação do piso, ou seja, em que sentido ele será assentado. O pavimento pode ser assentado em linha, estilo espinha-de-peixe, trama, etc. Figura 48 - Tipos de assentamento com blocos de concreto. 62 Figura 49 - Padrões de cores nos tipos de assentamento. O tipo de pavimento utilizado e as cores escolhidas também terão grande influência no resultado final do piso. Figura 50 - Tipos de pavimentos: Raquete, Holandês e Unistein.O projeto também deve considerar interferências como a drenagem, mobiliário urbano (bancos, lixeiras), a necessidade de rampas de acesso e a existência de esgoto pluvial. 63 Nivelamento e compactação do subleito: Nesta etapa o subleito, que é a camada de fundação do piso, será preparado e nivelado para iniciar a execução. É importante respeitar o caimento necessário para conduzir a água para as redes de esgoto pluvial (normalmente um caimento de 1% é suficiente para esta finalidade). Figura 51 - Nivelamento do subleito. O subleito deve ser compactado com compactadores de solo (normalmente conhecidos como "sapos") para evitar que o solo ceda ou sofra deformações depois que o piso já estiver colocado. Por fim, é espalhada uma camada de brita graduada simples sobre o subleito (também conhecida como camada de base). 64 Figura 52 - Compactação do subleito com "sapos". Instalações das compactações laterais e compactação da base: Nesta etapa é necessário instalar as contenções laterais, normalmente executadas com peças pré- fabricadas de concreto chamadas de meio-fio. A altura do meio-fio depende da espessura das camadas de base da pavimentação. A contenção lateral é importante para impedir que o pavimento saia do lugar ou sofra deformações causadas pelo trânsito de veículos, por exemplo. Figura 53 - Contenções laterais com meio fio. 65 Espalhamento da areia de assentamento: Na pavimentação intertravada existem duas utilizações para a areia: areia de assentamento e areia de rejuntamento. A areia de assentamento forma uma espécie de "colchão" de apoio para as peças de concreto. Nesta etapa é necessário espalhar a areia de assentamento, nivelando-a na espessura especificada em projeto com guias e réguas. Figura 54 - Espalhamento da areia de assentamento. Alinhamento e cortes: As peças de concreto devem ser assentadas conforme o projeto. Primeiro são colocadas as peças principais, e depois são feitos os ajustes com peças cortadas (no encontro com o meio-fio, por exemplo). Cuidado para não danificar a camada de areia de assentamento nesta etapa. 66 Figura 55 - Alinhamento das peças. Rejuntamento, revisão e ajustes: Agora será utilizada a areia de rejuntamento. Com o piso colocado, é possível observar que ficam "espaços" entre as peças, chamados de juntas. A junta permite a acomodação do piso, além de facilitar a drenagem urbana (parte da água da chuva passa pelas juntas e atinge o lençol freático). A areia de rejuntamento deve ser mais fina que a areia de assentamento, pois serve para preencher as juntas entre as peças. A areia deve ser colocada em cima do pavimento e espalhada com a ajuda de vassouras. Figura 56 - Espalhamento da areia de rejuntamento com vassouras. 67 Após a retirada da areia de rejuntamento de cima do pavimento deve ser feita a compactação final. Com o mesmo compactador utilizado no subleito (o "sapo"), as peças devem ser compactadas para dar o acabamento final ao piso. É muito importante que o piso esteja bem limpo antes da compactação, pois durante a compactação grãos de areia de rejuntamento podem "machucar" a peça de concreto, prejudicando o aspecto final do pavimento. A compactação final deve ser bem feita, pois evitará a ocorrência de deformações e recalques futuros. Não iremos abordar a pavimentação com paralelepípedos por questões didáticas, pois as melhores soluções para a pavimentação são as asfálticas e as com blocos intertravados de concreto. 7.2.3 ORÇÁMENTO PÁRÁ PÁVIMENTÁÇÁ O COM BLOCOS INTERTRÁVÁDOS Para realizar o orçamento de pavimentação com blocos intertravados de concreto na rua Mário Sabóia Bandeira de Mello, tivemos como base os índices do SINAPI. A área da região de estudo que necessita de pavimentação é de 3800 m². Os valores detalhados do orçamento com blocos intertravados estão contidos no ANEXO C deste trabalho. 7.3 ESGOTÁMENTO SÁNITÁ RIO As ações de saneamento básico compreendem, principalmente, o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário e o manejo adequado das águas pluviais e dos resíduos sólidos. Essas ações integradas são indispensáveis para que várias enfermidades não ocorram em uma comunidade. Muitas doenças são veiculadas a partir de fezes humanas e podem ser transmitidas de uma pessoa doente para uma sadia por meio da água ou pelo contato com o ambiente contaminado por dejetos. O Brasil é um país com profunda desigualdade social, que torna um desafio as ações de promoção da saúde. Infelizmente, ainda é precário no Brasil o atendimento à população por serviços de saneamento básico, especialmente o esgotamento sanitário. 68 Devido ao lançamento de efluentes de esgoto sem tratamento, com elevada carga de poluição, nos recursos hídricos e suas proximidades, a população está sujeita a captar água de poços ou de mananciais superficiais, imprópria sanitariamente para consumo humano. Mesmo onde os esgotos são tratados, os sistemas utilizados, muitas vezes, removem os sólidos e a matéria orgânica presentes, permanecendo elevadas concentrações de organismos patogênicos nos efluentes lançados nos corpos de água. A falta de sistemas de coleta, tratamento e destinação final dos esgotos sanitários resulta em formas inadequadas para sua disposição, tais como: lançamento em corpos de água, disposição em terrenos, infiltração no solo e consequente poluição da água subterrânea. Com isso, favorece-se o contato, de forma indireta, das pessoas com os dejetos, ocasionando a proliferação de doenças. Isso ressalta a necessidade da adoção de sistemas adequados para destinação dos resíduos líquidos, especialmente a execução de serviços coletivos de coleta, tratamento e destinação final de esgotos domésticos. O destino adequado dos dejetos humanos do ponto de vista sanitário visa, fundamentalmente, a evitar a poluição do solo e dos mananciais e o contato de moscas e baratas (vetores) com as fezes, controlando e prevenindo as doenças a eles relacionadas. Do ponto de vista econômico, condições adequadas de saneamento propiciam uma diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis, redução do custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição dos mananciais e o controle da poluição das praias e dos locais de recreação, com o objetivo de promover o turismo e a preservação da fauna aquática (FUNASA, 2006). De acordo com Heller (1997), é possível afirmar, com segurança, que intervenções em abastecimento de água e em esgotamento sanitário provocam impactos positivos em diversos indicadores de saúde. É necessário, no entanto, o aprofundamento dessa compreensão para situações particularizadas, em termos da natureza da intervenção, do indicador medido, das características sócio-econômicas e culturais da população beneficiada e do efeito interativo das intervenções em saneamento e destas com outras medidas relacionadas à saúde. Heller (1997) ressalta, também, a grande importância da adoção de hábitos higiênicos para a melhoria das condições de saúde, como medida complementar à implantação das instalações de saneamento. A melhor maneira de evitar o contato de pessoas com dejetos é a execução de sistemas adequados de coleta, tratamento e destinação final para os esgotos sanitários. Em regiões isoladas, podem ser usadas as fossas: fossa seca ou ecológica, onde não há água encanada; e fossa séptica, composta de tanque séptico e sumidouro, onde as 69 privadas são providas com descarga de água. Além da destinação adequada dos dejetos para os esgotos
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