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unidade 1 conceitos econômicos fundamentais

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CURSO: DIREITO - 2019/1 
DISCIPLINA: ECONOMIA POLÍTICA - 1ª. Série 
Profa. Ma. Valéria C. Scudeler 
prof.valeria.scudeler@faesb.edu.br 
 
UNIDADE 1: CONCEITOS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
Bibliografia 
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20a ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
SOUZA, J. M. de. Economia brasileira. São Paulo: Pearson Education, 2009. 
TROSTER, R. L.; MORCILLO, F. M. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 2002. 
VASCONCELLOS, M.A.S., Garcia, M.E., Fundamentos de Economia, 4ª Edição, São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
VICECONTI, P. NEVES, S. das. Introdução à economia. 11a ed. São Paulo: Saraiva. 2012. 
 
1 - O Conceito de Economia 
 
Etimologia: A palavra economia, de origem grega, compõem-se de: "oikos", casa ou unidade 
doméstica, e da complexa raiz semântica "nomos", aqui utilizada no sentido regulamentar, 
administrar, organizar. 
 
 
É possível identificar pelo menos três significados do termo "economia": 
 é a qualidade de ser estrito ou austero no uso de recursos ou valores; 
 é a característica comum de uma ampla gama de atividades que 
compõem a "economia" de um país, de uma cidade, etc. Uma 
atividade é "econômica" quando visa ao ganho pecuniário, isto é, 
quando proporciona a quem a exerce um rendimento em dinheiro; 
 refere-se à ciência que tem por objeto a atividade econômica. A 
economia (ciência) é a sistematização do conhecimento sobre a 
economia (atividade). 
 
Algumas definições de Economia adotadas nos manuais são: 
Economia é a ciência social que estuda a produção, o consumo e a distribuição de bens e 
serviços para atender necessidades, bem como a distribuição de renda entre os fatores de 
produção. 
 Profa. Valéria C. Scudeler 2 
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem 
empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los 
entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Economia é a ciência social que estuda as escolhas que as pessoas, as empresas, os 
governos e sociedades inteiras fazem à medida que se defrontam com a escassez e com os 
incentivos que influenciam e conciliam essas escolhas. 
 
2 - A Economia como Ciência 
 
 O estudo dos aspectos econômicos da vida faz parte de uma das mais abrangentes 
categorias do conhecimento humano, as ciências sociais. Genericamente, a economia centra a 
sua atenção nas condições da prosperidade material, na acumulação da riqueza e em sua 
distribuição aos que participaram do esforço social de produção. 
 À semelhança do que acontece com os demais ramos das ciências sociais (como a 
ciência política, a sociologia, a antropologia, a psicologia, o direito, a filosofia, a ética, a 
história e a religião), não se pode considerar a economia como fechada em torno de si 
mesma. Pelas implicações da ação econômica sobre outros aspectos da vida humana, o estudo 
da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas das ciências humanas. Isto 
porque a economia busca alicerçar seus princípios, conceitos e modelos teóricos não apenas na 
sua própria coerência, consistência e adequação à realidade, mas também nos desenvolvimentos 
dos demais campos do conhecimento social. 
 
Figura 1: A ação econômica e seus principais condicionamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: ROSSETTI (2012). 
 
Fatores condicionantes da ação, das relações e do 
comportamento econômico 
Formas de organização 
política da sociedade 
Modos de 
relacionamento 
social 
Posturas ético-religiosas 
 
Condições limitativas do meio 
ambiente 
Estruturação da 
ordem jurídica 
 
Fatores que podem ser condicionados pela ação, pelas 
relações e pelo comportamento econômico 
Formação cultural 
da sociedade 
Padrões das 
conquistas 
tecnológicas 
 Profa. Valéria C. Scudeler 3 
3 - O Problema Econômico Fundamental: a escassez 
 
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (capital, mão de 
obra, matérias primas, terra e tecnologia, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as 
necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do crescimento 
populacional, do avanço econômico e tecnológico das sociedades e do contínuo desejo de 
elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento de um país, 
nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades 
individuais ou coletivas de sua população. 
 
 
 
 
As necessidades individuais são aquelas que 
são supridas com aquisição de bens e serviços 
com base nas preferências e poder aquisitivo de 
cada indivíduo ou família em particular. Abrangem 
desde as necessidades mais básicas para a 
sobrevivência física (alimentação, vestuário, etc.), 
as necessidades intelectuais (lazer, religião, 
cultura, estudo, etc.) até os bens de luxo que 
poucos podem comprar (iate, porsche, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
As necessidades coletivas são aquelas 
fundamentais para o funcionamento de 
qualquer coletividade moderna, 
independentemente das preferências 
individuais. Grande parte dessas 
necessidades é atendida pelo Estado por 
meio da arrecadação de impostos. 
Exemplos: transporte coletivo, iluminação 
pública, educação fundamental, saúde, 
saneamento básico, segurança, etc. 
 
 
A escassez é o fator central de qualquer sociedade, pois os recursos são limitados e 
as as necessidades humanas são ilimitadas. 
A escassez existe porque os bens, em sua maioria, são considerados “econômicos”. 
Os bens ou recursos econômicos são os diversos tipos de mão-de-obra, capital, terra e 
capacidade para empreender usados na produção de mercadorias e serviços. Como a maioria 
dos recursos de qualquer sociedade é limitada ou escassa, a capacidade de produzir bens e 
serviços também é limitada. Devido a essa escassez, todas as sociedades enfrentam os 
problemas de determinar o que produzir, como produzir, para quem produzir, como fracionar a 
produção no tempo e como prover para a manutenção e crescimento do sistema. Numa 
 Profa. Valéria C. Scudeler 4 
economia de livre mercado (na qual o governo não define diretamente a atividade econômica), 
todos esses problemas são resolvidos pelo mecanismo de preço. 
 
Os bens podem ser classificados como: 
1) livres: não implicam nenhum sacrifício ou esforço para sua obtenção: ar, água, calor solar, 
mar, etc. 
2) econômicos: requerem, para sua obtenção, um certo esforço humano, são relativamente 
escassos, são objetos de propriedade e de posse e seu valor se expressa por meio de preços. 
 
A escassez relativa pode ser explicada por várias razões: 
 quantidade e qualificação dos homens são limitadas. 
 quantidade de instrumentos auxiliares de produção é limitada. 
 os recursos naturais são limitados pela própria natureza e pelo regime de propriedade e uso 
privados. 
 o conhecimento técnico e científico também é limitado. 
 
4 - A Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade 
 
 Devido ao problema da escassez, a questão central do estudo da Economia é como 
alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população. 
Toda sociedade tem de escolher entre alternativasde produção e de distribuição dos resultados 
da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. 
Por conta da escassez, diariamente as pessoas são obrigadas a realizar escolhas. Quando 
optam por algo, precisam renunciar a outras coisas, pois os recursos disponíveis são 
escassos. Esse problema é enfrentado pelos governos, famílias e empresas. Assim, por exemplo, 
os governos precisam decidir se constroem mais escolas ou compram mais viaturas para a 
polícia. As famílias decidem se guardam dinheiro para financiar um imóvel ou gastam sua renda 
em viagens. As empresas, por sua vez, são obrigadas a optar entre aumentar os gastos com 
publicidade ou realizar novos investimentos em maquinário. 
Cada uma dessas opções tem um custo, chamado custo de oportunidade. 
 
 
 
O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a 
quantidade de outros bens ou serviços a que se deve 
renunciar para obtê-lo. 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 5 
5 - Curva de Possibilidades de Produção (CPP) 
 
 A CPP expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, supondo pleno 
emprego dos recursos ou fatores de produção disponíveis em dado momento do tempo. 
Trata-se de um conceito teórico que mostra como a escassez de recursos impõe um limite à 
capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre opções de produção. 
 Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo, 
chamado de produção potencial ou produção de pleno emprego, que é alcançada quando todos 
os recursos disponíveis estão empregados, isto é, não há capacidade ociosa. 
Na situação de pleno emprego, o aumento da produção de um bem significa o 
sacrifício da produção de outro bem, isto é, a transferência de produção de um bem para 
outro implica num custo de oportunidade. 
 
 
 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 6 
 
 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 7 
 
 
 
 
6 - Natureza e Destinação dos Produtos 
 
Natureza 
 Bens é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes de atividades primárias e 
secundárias de produção. 
 Serviços é a denominação usual de produtos intangíveis, resultantes de atividades terciárias 
de produção. 
 Profa. Valéria C. Scudeler 8 
Destinação 
 Bens e serviços de consumo: sejam duráveis ou de consumo imediato, destinam-se à 
satisfação de necessidades dos indivíduos. 
 Bens e serviços intermediários: não atingiram uma característica de produto final; são 
constituídos por insumos destinados a reprocessamento. Esses bens reingressam no aparelho 
de produção da economia, para que sejam transformados em bens capazes de atender a 
necessidades finais. Em certos casos, para se chegar ao produto final, vários bens e serviços 
intermediários passam por sucessivas fases de transformação. Ex: sementes, fibras naturais ou 
sintéticas, minérios e uma infinidade de outros bens e serviços de suporte para as atividades 
de produção do sistema. 
 Bens e serviços de produção (bens de capital): destinam-se à produção futura de outros 
bens. São destinados a suprir as necessidades de acumulação do aparelho de produção. Ex: 
máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, etc. 
 
7 - A Microeconomia e a Macroeconomia 
 
 Os principais problemas econômicos com os quais se defrontam as sociedades são: 
1) o que, como e para quem produzir os múltiplos bens e serviços demandados, a partir de 
recursos limitados; 
2) a racionalização, no tempo, do processo de distribuição destes bens e serviços; 
3) a criação de condições que impeçam a estagnação e garantam a perpetuidade do sistema 
econômico. 
As respostas a estes problemas são genericamente fornecidas pelas duas grandes 
bifurcações da Teoria Econômica, estabelecidas em meados de 1930: A Microeconomia e a 
Macroeconomia. A preocupação geral da Microeconomia refere-se ao item 1, citado acima, 
enquanto a Macroeconomia busca encontrar resposta aos itens 2 e 3. 
 
Principais características de ambas as visões: 
 
 
Microeconomia (“árvore”): é o estudo de como pessoas e empresas 
interagem no mercado e como decidem os preços e as quantidades para 
satisfazer a ambos simultaneamente. Abrange as unidades individuais de 
decisão econômica (empresas e consumidores). Preocupa-se com a 
composição e alocação da produção total. Estuda a formação dos preços dos 
bens, serviços e recursos produtivos. Busca estabelecer princípios gerais que 
devem representar todo o grupo, a partir de modelos de análise, por isso, se 
torna uma área de estudo um tanto abstrata. 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 9 
 
 
Macroeconomia (“floresta”): é o estudo do funcionamento da 
economia como um todo. Preocupa-se com o nível da produção 
total. Envolve os agregados econômicos da sociedade, como a renda, 
o emprego (ou desemprego), o consumo, a poupança e o investimento. 
Não se preocupa com o papel desempenhado pelos preços relativos; 
no máximo, aborda níveis absolutos de preços. É concreta: examina 
problemas e medidas num determinado lugar e instante no tempo 
 
8 - Recursos ou Fatores de Produção 
 
 Os fatores de produção clássicos são três, mas a capacidade tecnológica se tornou tão 
relevante nas duas últimas décadas que passou a ser incluída como mais um fator: 
1) trabalho, representado pelo esforço humano em organizar e executar o processo de produção. 
2) recursos naturais. 
3) capital, responsável por reduzir o esforço e aumentar a eficiência do homem. 
4) capacidade tecnológica 
 
A disponibilidade destes fatores determina o potencial de produção de um sistema 
 
 
8.1 - O elemento humano (trabalho) 
 
 
 
 
 O trabalho é representado pelo tempo e esforço humano dedicado em organizar e 
executar o processo de produção. O trabalho inclui esforços físicos e mentais de todas as 
pessoas que executam uma atividade produtiva. 
A qualidade do trabalho depende do capital humano, que é o conhecimento e as 
qualificações que as pessoas acumulam por meio da educação, treinamento no trabalho e 
experiência profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 10 
 
Figura 2: População e Mercado de Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: com base em ROSSETTI (2012). 
 
 
8.2 - Os recursos naturais 
 
 
 
 
Os recursos naturais são compostos por: 
a) solo e subsolo: vegetais e minerais (alimentos e matérias-
primas). 
b) recursos hidrológicos: água e energia (quedas d'água, 
barragens, marés), alimentos, matérias-primas e vias de 
transporte. 
c) clima: condiciona a cultura de determinadas espécies de 
vegetais e animais. 
 
 A dotação e utilização de recursos naturais deve ser vista de forma dinâmica e não 
estática. O avanço científico pode alterar para mais ou para menos a utilização de certos recursos, 
bemcomo a propriedade ociosa de bens. 
 
 
 
 
População 
total 
População 
em idade 
não-ativa 
(até 14 anos e 
acima de 65 
anos) 
Porção pós- 
produtiva 
(acima 65) 
Porção pré- 
produtiva 
(até 14) 
População 
em 
idade 
ativa 
(15-64 anos) 
População 
economicamente 
ativa 
População 
economicamente 
inativa 
Empregadores 
Empregados 
Autônomos 
(conta própria / 
profissionais 
liberais) 
 
Desempregados 
involuntários 
Desempregados 
voluntários 
 Profa. Valéria C. Scudeler 11 
 
Quadro 1: O fator terra (ou recursos naturais): conceito, abrangência e tipologia 
 
 
A. Solo 
Meio natural para o desenvolvimento dos vegetais. Parcela dinâmica da superfície terrestre. Sua superfície 
inferior é definida pela ação de agentes biológicos e climáticos. Seu aproveitamento econômico define-se 
pela profundidade efetiva, drenagem, saturação, fertilidade e relevo. 
B. Subsolo 
Camada da crosta terrestre em que se encontram lençóis de água; jazidas minerais, metálicas e não-
metálicas; lençóis petrolíferos e reservas de gás natural. O aproveitamento econômico dos depósitos do 
subsolo define-se pelo conhecimento geológico, qualidade das reservas, medidas e acessibilidade. 
C. Águas 
Incluem oceanos, mares e lagos. Recursos hídricos que correm pela superfície, infiltram-se no subsolo e 
renovam-se pelos mecanismos do ciclo hidrológico. O aproveitamento econômico é definido por fatores 
como propriedades físico-químicas, potabilidade, navegabilidade e potencialidade para fins hidrelétricos. 
D. Pluviosidade e clima 
A pluviosidade é uma das fases do ciclo hidrológico: sua importância, como recurso econômico, define-se 
pelos intervalos de ocorrência e pelos índices de precipitação. O clima define-se por fatores como a 
maritimidade, a continentalidade, a altitude, a localização geográfica, o relevo e a dinâmica das massas de 
ar. A pluviosidade e o clima, as variações de temperatura e a insolação complementam as potencialidades 
econômicas das demais reservas. 
E. Flora e fauna 
A flora constitui-se por todas as espécies ocorrentes nas diferentes formas de cobertura vegetal do solo, 
bem como as que ocorrem no interior dos oceanos, mares e complexos hídricos. A fauna constitui-se pelas 
espécies que habitam ecossistemas definidos: vertebrados e invertebrados; sua existência e preservação 
são diretamente definidas pelo conjunto dos demais fatores que condicionam o meio ambiente. A 
importância econômica dessas duas categorias de recursos naturais define-se pelos seus potenciais de 
aproveitamento efetivo para satisfação de necessidades humanas. Limitam-se por imposições derivadas do 
processo de extinção. 
F. Fatores extraplanetários 
O Sol, pelas suas irradiações e fontes de energia, é dado como recurso vital. São também recursos outras 
potencialidades extraplanetárias: em sentido amplo, a organização, os movimentos, as emissões de ondas 
e de outras formas de energia que se encontram no espaço sideral. 
Fonte: ROSSETTI (2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 12 
 
8.3 - O capital 
 
 
 
O fator capital compreende o conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade, que dá 
suporte às operações produtivas. O capital é composto de equipamentos, instalações, 
ferramentas, máquinas, edifícios, etc. que se destinam a gerar ou ampliar a capacidade produtiva 
do sistema econômico. O capital é riqueza acumulada destinada à geração de mais riqueza, 
podendo também ser considerado como o dinheiro que é investido na aquisição de bens de 
capital para realizar uma nova produção ou ampliar a capacidade da estrutura produtiva já em 
operação. 
 
 
8.4 - A capacidade tecnológica 
 A capacidade tecnológica é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades 
que dão sustentação ao processo de produção. 
 
 Envolve desde os conhecimentos acumulados sobre as fontes de energia empregadas, 
passando pelas formas de extração de reservas naturais, pelo seu processamento, transformação 
e reciclagem, até chegar à configuração e ao desempenho dos produtos finais resultantes. Trata-
se, assim, de um fator de produção que envolve todo o processo produtivo, em todas suas etapas. 
 
 
 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 13 
Quadro 2: O fator capital – Tipologia e categorias que o constituem 
 
Infra-estrutura 
Econômica 
Energia 
 Unidades de geração 
 Linhas de transmissão 
 Sistemas de distribuição 
Telecomunicações 
 Equipamentos instalados 
 Satélites em operação 
Transportes 
 Ferrovias 
 Rodovias 
 Aeroportos 
 Estruturas portuárias 
 Hidrovias 
 
Infra-estrutura 
Social 
Sistemas instalados de saneamento básico 
Sistemas instalados de potabilização da água 
Sistemas destinados a suprir interesses sociais 
 Educação e cultura 
 Saúde 
 Esportes 
 Lazer 
 Segurança 
 
Construções e 
Edificações 
Das administrações públicas 
De uso militar 
De fábricas 
De uso comercial 
De uso residencial 
 
Equipamentos 
de transporte 
Locomotivas e vagões 
Embarcações 
Aeronaves 
Caminhões/ônibus/utilitários 
 
Máquinas, equipamentos, 
instrumentos 
e ferramentas 
Utilizadas nas atividades extrativas 
Utilizadas na indústria de transformação 
Utilizadas na indústria de construção 
Utilizadas em atividades de prestação de serviços 
públicos e privados 
 
Agrocapitais 
Culturas permanentes implantadas 
Plantéis animais 
 De tração 
 De reprodução 
Instalações rurais 
 Currais e cercas 
 Açudes e outros sistemas de disponibilização de 
águas 
Edificações rurais 
Implementos, equipamentos e ferramentas rurais 
 Fonte: ROSSETTI (2012). 
 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 14 
Quadro 3: Capacidade tecnológica – conceito e tipologia 
 
 
Capacidade 
tecnológica 
Conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao 
processo de produção. Conceitualmente corresponde às 
expressões savoir faire (saber fazer, em francês) ou know-how 
(como fazer, em inglês). Localiza-se ao longo de toda a cadeia 
produtiva. Está presente em todos os setores e em todas as 
atividades humanas de produção. Envolve, de um lado, os 
conhecimentos acumulados sobre o fator terra; de outro lado, a 
capacitação do quadro demográfico; de outro ainda, a configuração 
e o desempenho dos bens de capital. Nesse sentido, é um elo de 
ligação entre o capital e a força de trabalho. 
 
Tipologia da capacidade 
tecnológica 
 Capacitação para atividades de pesquisa e 
desenvolvimento (P&D) 
 Capacitação para desenvolver e implantar novos projetos. 
 Capacitação para operar as atividades de produção. 
 
Capacitação para 
P&D 
Traduz-se pelo talento, pelo conhecimento e pelas habilidades 
requeridas para atividades de pesquisa básica e aplicada. Envolve 
tecnologias de armazenamento, processamento, interpretação, 
fusão e interação de conhecimentos técnico-científicos. 
Fundamentalmente, resulta em invenções. 
 
Capacitação para 
desenvolvimento e 
implantação de projetos 
Traduz-se por conhecimentos e habilidades para formatar projetos 
de novos processose de novos produtos. Envolve a seleção e a 
combinação de tecnologias dominadas e de última geração para 
definir plantas e viabilizar a produção de protótipos em escala 
econômica. Fundamentalmente, é a passagem da invenção para a 
inovação. 
 
Capacitação para 
operar o processo 
de produção 
Traduz-se por capacidades associadas à operação do processo 
produtivo. Envolve habilidades relacionadas à manutenção de 
plantas, ao planejamento e ao controle da produção, à otimização 
de processos e ao controle da qualidade de produtos resultantes. 
Diz respeito também aos relacionamentos com os demais 
integrantes da cadeia produtiva em que a atividade se situa. 
 Fonte: ROSSETTI (2012). 
 
9 - O Aparelho Produtivo 
 O aparelho produtivo é composto por três setores econômicos: 
Setor Primário ou atividades primárias de produção 
 Lavouras: Culturas permanentes. Culturas temporárias extensivas. 
Horticultura. Floricultura. 
 Produção animal: Criação e abate de gado e aves. Peca. Caça. 
Derivados da produção animal. 
 Extração vegetal: Produção florestal – silvicultura e reflorestamento 
para usos múltiplos. Extração de recursos florestais nativos. 
 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 15 
 
 
 
 
Setor Secundário ou atividades secundárias de produção 
 Indústria extrativa mineral: Extração de minerais metálicos e 
não-metálicos. 
 Indústria de transformação: Transformação de minerais não 
metálicos. Siderurgia e metalurgia. Material eletroeletrônico e de 
comunicações. Material de transporte. Beneficiamento de 
madeira e mobiliário. Celulose, papel e papelão. Química. 
Produtos farmacêuticos e veterinários. Borracha. Produtos de 
matéria plástica. Produtos de higiene e limpeza. Têxtil, vestuário, 
calçados e artefatos de couro. Produtos alimentares. Bebidas. 
Fumo. Editorial e gráfica. 
 Indústria da construção: Obras públicas. Construções e 
edificações para fins residenciais e não residenciais. 
 Atividades semi-industriais: Produção, transmissão e 
distribuição de energia elétrica. Gás encanado. Tratamento e 
distribuição de água. 
 
Setor Terciário ou atividades terciárias de produção 
 Comércio: Comércios atacadista e varejista. 
 Intermediação financeira: Bancos comerciais e de 
desenvolvimento. Sociedades de crédito, financiamento e 
investimento. Seguros. Capitalização. Atividades complementares 
do mercado de capitais. 
 Transportes e comunicações: Transportes aéreos, ferroviários, 
hidroviários e rodoviários. Comunicações. Telecomunicações. 
 Governo: Administração pública direta e autarquias, das 
diferentes esferas de governo: central, estadual, municipal. 
 Outros serviços: Assistência à saúde. Educação e cultura. Cultos 
religiosos. Hospedagem e alimentação. Conservação e reparação 
de máquinas, veículos e equipamentos. Lazer. Atividades 
profissionais liberais. 
 
 
 
 
 
 
10 - A Atividade Econômica e os Agentes Econômicos 
 
 A atividade econômica consiste na produção dos bens e serviços para a satisfação das 
necessidades humanas. Da atividade econômica deriva a atividade produtiva, que se realiza por 
meio de numerosas unidades de produção ou empresas, públicas ou privadas, que 
 Profa. Valéria C. Scudeler 16 
empregam os fatores de produção (capital, recursos naturais e trabalho) e realizam a divisão do 
trabalho. Como já visto anteriormente, os resultados da produção - bens ou serviços - são 
destinados para o consumo das famílias e do governo – bens finais; servem para 
reprocessamento – bens intermediários; ou atuam no sentido de aumentar a capacidade 
produtiva do sistema econômico – bens de produção ou de capital. Podem também ser 
classificados como pertencentes aos setores primário, secundário ou terciário. 
 
10.1 - As empresas 
 
 
 
 Nas sociedades modernas, as empresas produzem e oferecem praticamente a totalidade 
dos bens e serviços requeridos. A empresa é a unidade de produção básica. Contrata trabalho 
e compra fatores de produção a fim de produzir e vender bens e serviços. 
 As empresas variam segundo sua natureza jurídica: 
1) Individual: trata-se de empresas que pertencem a um só indivíduo e são dirigidas por ele. É de 
propriedade individual e é a forma mais simples de se estabelecer um negócio. Uma banca de 
jornal, um borracheiro, um bar ou mercearia de bairro são exemplos típicos. 
2) Social: a propriedade, neste caso, não pertence a um só indivíduo. Dentre os tipos, pode-se 
destacar: 
 Limitadas: o capital social deve ser totalmente desembolsado na constituição da sociedade. O 
capital está dividido em partes iguais, chamadas cotas. Nestas empresas os sócios não 
respondem pessoalmente a dados sociais, somente com o capital aplicado, isto é, há uma 
separação entre a pessoa física e a pessoa jurídica dos sócios. 
 Sociedades anônimas ou S. A.’s: é a forma de organização empresarial mais comum. Em 
uma S. A., o capital está dividido em pequenas partes iguais, chamadas ações, que servem 
para facilitar a captação de grandes somas de dinheiro (de capital). As ações são 
eventualmente negociadas na bolsa de valores. Cada sócio acionista tem uma 
responsabilidade limitada, respondendo apenas pela sua parte do capital. Ele não se 
responsabiliza pelas dívidas sociais da empresa. Ao limitar as responsabilidades dos 
proprietários, a sociedade proporciona menor proteção legal aos credores, isto é, a quem a 
empresa deve dinheiro. Nas sociedades anônimas, especialmente nas grandes empresas, 
existe clara separação entre a propriedade – que é dos acionistas – e a direção – que é 
exercida pelo Conselho Administrativo. É a direção que geralmente contrata técnicos 
 Profa. Valéria C. Scudeler 17 
especializados para atuarem em cargos executivos e administrativos nas diversas áreas da 
empresa. 
 Cooperativas: as sociedades cooperativas são associações criadas para satisfazer as 
necessidades comuns dos associados que compartilham de iguais riscos e benefícios. 
 
10.2 - As unidades familiares 
 
 
 
 As famílias ou unidades familiares são compreendidas como agentes privados, assim 
como as empresas. As funções das famílias consistem em, por um lado, consumir bens e 
serviços; por outro, oferecer seus recursos, isto é, trabalho e capital (financiamento) às 
empresas. Entretanto, as famílias que pretendem maximizar a satisfação obtida no consumo são 
limitadas pelo orçamento de que dispõem. 
 Comportamento similar ao das famílias é o dos indivíduos, grupos esportivos, culturais, 
associações beneficentes e religiosas, etc. A atividade econômica desses grupos atrai sujeitos 
com intenção mercantil ou empresarial. 
 
10.3 - O setor público 
 
 
 
O setor público é constituído pelos seguintes organismos, que desempenham diferentes 
funções: 
a) Órgãos de Administração (no sentido amplo, incluindo os Três Poderes): serviços de justiça, 
manutenção da ordem social, defesa social e nacional, planejamento, legislação, 
administração pública, etc. 
 
 Profa. Valéria C. Scudeler 18 
b) Unidades produtoras de bens e serviços: 
 setor primário: fazendas experimentais ou produtoras, atividades extrativas, etc; 
 setorsecundário (industrial): toda e qualquer atividade produtora de bens finais ou 
intermediários industriais, como energia elétrica, construções, aço petróleo, química, etc.; 
 serviços: como educação, saúde, saneamento, transportes, seguros, financeiros, etc. 
Os órgãos e a Administração Pública (Poder Executivo) que compõem o setor público têm 
ao menos três níveis de governo: 
 
Figura 3: Estrutura do Setor Público Brasileiro 
 
 Financeiras 
 Não-financeiras 
 
 
 Estados 
SETOR Municípios 
PÚBLICO Territórios 
 
 Sistema de Previdência Social 
 Outras administrações 
 
 Autarquias 
 Estado 
 
Fonte: TROSTER (2002). 
 
10.4 - O desenvolvimento do setor público 
 
 Em qualquer sociedade contemporânea, seja qual for sua configuração política, o setor 
público realiza funções econômicas de fundamental importância. Até o início do séc. XX, era 
freqüente afirmar que o governo deveria cuidar fundamentalmente da segurança e defesa dos 
cidadãos e de seus direitos de propriedade. Ainda, deveria garantir as condições para que as 
atividades puramente econômicas se desenvolvessem sem obstáculos. Em síntese, acreditava-
se que a função do Estado, entendido aqui como sinônimo de setor público, consistia no 
estabelecimento de um marco jurídico-institucional, sendo, porém, os indivíduos e grupos 
privados os verdadeiros responsáveis pela atividade econômica do sistema. 
 Ao longo do séc. XX, as funções públicas ampliaram-se e diversificaram-se em setores 
como saúde, educação, transportes, etc. O Estado deixou de ser um mero guardião do bom 
Setor público 
produtivo 
Administração 
pública 
Empresas 
estatais 
Unidades 
territoriais 
Previdência 
Social 
Administração 
Central 
 Profa. Valéria C. Scudeler 19 
desenvolvimento da atividade econômica para se converter em um verdadeiro agente 
econômico. 
 
Funções clássicas do Estado Moderno (a partir do séc. XVIII até 1930): garantir a defesa 
nacional, a circulação da moeda e arrecadar os tributos. 
Funções do Estado a partir da década de 1930: organização, orientação, persuasão, 
regulamentação, fiscalização, coerção, representação, proteção, coordenação ou execução de 
atividades políticas, sociais e econômicas. Algumas das formas de atuação do Estado na 
economia e na sociedade são coercitivas; outras são apenas indicativas aos agentes privados 
(empresas e famílias). 
 
Com frequência, o setor público atua como empresário e oferta os bens públicos. 
 
Bens públicos são bens proporcionados a todas as pessoas a um custo 
que não é maior que o necessário para o fornecimento. Em outras palavras, 
o fornecimento de bens públicos não tem por objetivo a realização de 
lucro. 
 
Distinção entre setor público X setor privado: O setor privado tem como objetivo último a 
maximização do lucro. O setor público tem como propósito não um interesse pessoal e privado, 
mas sim o interesse social, consubstanciado nos objetivos da política econômica. 
 
 
10.5 - A Política Econômica e seus instrumentos 
 
A Política Econômica consiste no conjunto de medidas adotadas pelo Estado tendo 
em vista um determinado objetivo, como o progresso, o desenvolvimento, a estabilidade 
econômica, a melhor distribuição de renda, a busca do pleno emprego, o pleno aproveitamento 
dos recursos e eficiente alocação dos mesmos, a justiça social, o controle da inflação, etc. É 
através dela que são traçadas as diretrizes a serem tomadas pelo Estado e pela sociedade 
(setor público e privado) na área econômica. 
As proposições de política econômica se encontram no âmbito da economia normativa. A 
definição de seus objetivos e dos meios que serão mobilizados para alcançá-los constituem, por si 
sós, processos de escolha que envolvem toda uma multiplicidade de concepções normativas, 
umas até conflitantes com outras. As ênfases diferenciadas dadas a diferentes combinações de 
objetivos e meios de política econômica geralmente envolvem questões que remetem a posturas 
filosóficas e a justificações ideológicas. 
 A concepção e a compreensão do significado e dos limites da política econômica vão, 
portanto, além de sua subordinação formal aos desenvolvimentos das teorias micro e 
 Profa. Valéria C. Scudeler 20 
macroeconômica. Além de atender aos paradigmas ideológicos da estrutura de poder 
estabelecida, a política econômica posta em prática geralmente integra um quadro ainda 
mais amplo, a que se dá a denominação de política pública. 
 A política pública abrange as relações da comunidade internacional a que o país se 
encontra integrado, a política de defesa e de segurança nacional, a política social e todo um 
conjunto inter-relacionado de ações públicas relativas à ordenação e funcionamento da economia 
e da sociedade. 
 A formulação e a execução da política econômica envolvem dois procedimentos 
interdependentes: 
 A determinação dos principais objetivos (ou fins) que se pretendem alcançar, consistentes com 
outros fins políticos e sociais. 
 A escolha dos instrumentos (ou meios) que serão utilizados para a consecução dos objetivos 
determinados. 
 A escolha entre fins e meios varia de país para país, de acordo com as diferentes 
concepções ideológicas e estruturas políticas de poder. Não há, portanto, qualquer hierarquia de 
fins e meios que se possa considerar universalmente aceita ou que não mude ao longo do tempo, 
dependendo de fatores conjunturais, negociações políticas entre nações ou mudanças nas 
diretrizes estratégicas. 
A despeito de todos esses fatores, a política econômica atende a três objetivos básicos: 
 O crescimento econômico (com manutenção de alto nível de emprego): a melhoria ou 
expansão das disponibilidades de recursos naturais, tecnológicos, de capital humano, de 
infraestrutura e de financiamento, a fim de se permitir a expansão da produção e a 
modernização do parque produtivo instalado. 
 A estabilidade econômica: garantindo a normalidade conjuntural e sustentação dos níveis 
gerais de emprego, dos preços e das transações econômicas com o exterior, envolvendo o 
equilíbrio do Balanço de Pagamentos e a manutenção de um nível adequado de reservas 
internacionais. A essa forma de intervenção do Estado se chama função estabilizadora. 
 A equitatividade: uma distribuição equitativa da renda e da riqueza, com redução ou total 
remoção dos bolsões de pobreza e do contingente de excluídos do quadro socioeconômico. 
Para a consecução de cada um de seus objetivos centrais, a política econômica conta com 
um elenco de instrumentos de ação, derivados da macroeconomia (fiscais, monetários ecambiais) e da microeconomia (intervenções diretas), a saber: 
 Política fiscal: as decisões do governo que se referem ao gasto público e aos impostos 
constituem a política fiscal. Os instrumentos fiscais referem-se ao manejo das finanças 
públicas, isto é, das várias categorias de rendas e dispêndios das diferentes esferas de 
governo. As receitas dos governos provêm de tributos que incidem sobre diferentes fatos 
econômicos: a produção e a circulação de mercadorias, a geração de rendas, as transferências 
 Profa. Valéria C. Scudeler 21 
de propriedades, as operações financeiras e as transações internacionais. As despesas são 
com o custeio da máquina burocrática, investimentos em infra-estrutura econômica e social, 
subsídios e transferências de rendas à sociedade. 
 Política monetária: por política monetária entende-se o conjunto de atos do Banco Central 
para controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de juros e, em geral, as condições de crédito. 
Os instrumentos monetários referem-se, portanto, ao manejo das operações destinadas a 
regular o suprimento de meios de pagamento e a adequada disponibilização dos demais 
estoques de ativos financeiros. O suprimento desses ativos implica a adequada irrigação da 
economia com moeda e crédito, em atendimento às exigências de liquidez do setor real. A 
liquidez insuficiente ou em excesso pode comprometer os objetivos de crescimento, de 
estabilidade ou de equitatividade. 
 Política cambial: abrange o controle do valor da moeda nacional em relação às moedas 
estrangeiras, dos impostos sobre importação e exportação, os controles quantitativos sobre 
entradas e saídas de mercadorias e das remessas de divisas para o exterior. Os instrumentos 
cambiais referem-se ao manejo da taxa de câmbio da moeda nacional relativamente a moedas 
estrangeiras. O nível efetivo dessa taxa exerce alta influência sobre importantes variáveis da 
economia, como as importações e exportações de mercadorias e serviços e os movimentos 
internacionais de capitais. O crescimento, a estabilidade e a equitatividade podem ser 
fortemente afetados pela magnitude e direção desses fluxos. 
 
 
ROTEIRO DE QUESTÕES PARA ESTUDO 
1) Quais os significados do termo Economia? 
2) Apresente a principais definições de Economia adotadas nos manuais. 
3) Explique o objetivo da Economia como uma ciência e a relação que estabelece com outras 
áreas de conhecimento. 
4) Qual a definição de necessidades individuais e necessidades coletivas? 
5) Qual é o problema fundamental da Economia? Explique. 
6) Explique o que são bens livres e bens econômicos, apresentando suas características. 
7) Qual a definição de custo de oportunidade? Qual sua relação com o conceito de escassez? 
8) O que é a Curva de Possibilidade de Produção? Em que situação pode-se afirmar que a 
economia opera de forma eficiente? 
9) Como é possível expandir a produção de uma economia que já opera de forma eficiente? 
10) Qual a natureza e destinação dos bens e serviços gerados na atividade produtiva? 
11) Defina Macroeconomia e Microeconomia. 
 Profa. Valéria C. Scudeler 22 
12) Defina o fator de produção “trabalho” e explique o que influencia sua qualidade e 
disponibilidade. 
13) Quais as classificações adotadas no mercado de trabalho, em relação à população total de 
uma país? Explique. 
14) Defina o fator de produção “recursos naturais” e explique o que influencia sua disponibilidade 
e características. 
15) Defina o fator de produção “capital” e explique o que influencia sua disponibilidade e 
características. 
16) Defina o fator de produção “capacidade tecnológica” e explique o que influencia sua 
disponibilidade e características. 
17) De que setores é composto o aparelho produtivo? Cite as atividades de cada um deles. 
18) Quais são os tipos de empresas, segundo sua natureza jurídica? 
19) Qual a participação das unidades familiares enquanto agentes econômicos? 
20) De que tipo de órgãos ou unidades é composto o setor público? 
21) Descreva as funções clássicas do Estado Moderno e as funções que ele passou a assumir a 
partir do sec. XX. 
22) O que são bens públicos? 
23) Qual a distinção básica entre setor público e setor privado? 
24) O que se entende por política econômica? Quais seus objetivos genéricos? 
25) Que políticas são utilizadas para atingir os objetivos gerais de política econômica? Explique 
cada uma delas. 
 
 
 
Figura 4: O processo e os fluxos de produção: a mobilização dos recursos e a destinação dos bens e serviços produzidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Investimentos brutos: formação bruta de capital fixo 
 
 Acumulação de capacitação tecnológica 
 
 Insumos para reprocessamento 
 
Fonte: ROSSETTI (2012). 
Aparelho 
de 
produção 
da 
 economia 
nacional: 
 unidades 
de 
produção 
interconectadas 
por 
conjuntos 
de 
cadeias 
produtivas 
ATIVIDADES 
PRIMARIAS 
DE PRODUÇÃO 
 
ATIVIDADES 
SECUNDÁRIAS 
DE PRODUÇÃO 
 
 
ATIVIDADES 
TERCIÁRIAS 
DE PRODUÇÃO 
 
Bens 
(produtos 
tangíveis) e 
serviços 
(produtos 
intangíveis) 
destinados 
 ao 
atendimento 
das 
necessidades 
de 
consumo 
 e de 
 acumulação 
da sociedade 
BENS E 
SERVIÇOS DE 
CONSUMO 
BENS E 
SERVIÇOS 
INTERMEDIÁRIOS 
BENS E 
SERVIÇOS DE 
PRODUÇÃO 
Reservas 
naturais 
PRODUÇÃO 
Contingente 
demográfico 
População 
Economicamente 
Ativa 
Capacidade 
empresarial 
Capacidade 
tecnológica 
Capital

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