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INTRODUÇAO E ESCOLA CLÁSSICA

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CRIMINOLOGIA
1. ETIMOLOGIA (ORIGEM DA PALAVRA): vocábulo híbrido formado pela conjunção da expressão latina crimen (crime, delito) e do grego logos (estudo, ciência, tratado), ou seja, estudo do crime, cuja terminologia passou a ser aceita internacionalmente com a publicação da obra Criminologia, de Raffaele Garofalo, em 1885.
2. CONCEITO:
2.1. Ciência empírica e multidisciplinar que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.
2.2. Empírica porque analisa o crime como um fenômeno social, como realidade concreta, como um drama da vida real, que influencia na vida de todos os indivíduos, e não como uma mera abstração filosófica.
2.3. Multidisciplinar porque engloba uma série de diversos outros conhecimentos oriundos de outros ramos do saber científico, isto é, da Medicina, do Direito, da Biologia, da Psicologia, da Sociologia etc. Todos eles, de uma forma ou de outra, colaboram com a construção científica da Criminologia.
2.4. Crime aqui está sob uma abordagem meramente sociológica e não dogmático-jurídico, sob uma perspectiva sociológica e não sob uma visão da criação, interpretação e aplicação da norma jurídico-penal, que pertencem ao Direito.
2.5. Infrator: elemento importantíssimo na construção da Criminologia, sendo que muitas vezes é o pivô em torno do qual gravitam os demais objetos de estudo criminológico. Poderíamos dizer, não raras vezes, que a Criminologia só existe por conta da existência do próprio infrator.
2.6. Vítima: incluída no conceito de Criminologia com o advento da Escola Moderna, eis que sempre teve papel coadjuvante e secundário dentro dos debates criminológicos. A evolução da importância da vítima no fenômeno criminológico começa, na Antiguidade, como encarregada e legitimada de proceder à execução da pena; depois, na Idade Média, é relegada apenas a testemunha de segunda classe e, ultimamente, adquire importância fundamental na dinâmica do crime.
2.7. Controle social: a Criminologia tem profunda preocupação em diagnosticar a eficácia dos instrumentos de que o Estado e a sociedade lançam mão para manter o controle e certo grau de tolerância da criminalidade em determinado contexto social. É dizer, se as políticas públicas postos à disposição da sociedade estão produzindo os efeitos necessários à manutenção da paz social.
3. 	OBJETIVOS DA CRIMINOLOGIA:
3.1. Determinar as causas pessoais e sociais do comportamento criminoso;
3.2. Desenvolver princípios válidos para o controle social do delito.
4. OBJETO DE ESTUDO:
O objeto de estudo da criminologia é, por assim dizer, a ETIOLOGIA do crime (a origem do crime), pela qual se analisam as causas exógenas (de origem externas), ou seja, que estão fora dos sujeitos envolvidos no crime (causas políticas, econômicas, sociológicas, culturais, religiosas etc.) e as causas endógenas (de origem internas), ou seja, que estão dentro dos sujeitos envolvidos no crime (biológicas, psicológicas, raciais, endócrinas etc.).
5. DIFERENÇAS ENTRE CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DIREITO PENAL:
5.1. Criminologia (sociologia): estudo do fenômeno criminoso a partir do ponto de vista sociológico; a Criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, baseada na experiência, nos sentidos humanos, na medida em que é visível no mundo real e que estuda o fenômeno criminal utilizando-se principalmente do método causal-explicativo. Ocupa-se de circunstâncias humanas e sociais relacionadas com o surgimento, a prática e a maneira de evitar o crime, assim como o tratamento dispensado aos criminosos;
5.2. Política criminal (política): objetiva a análise crítica (metajurídica) do direito posto, ajustando-o aos ideais jurídico-penais e de justiça. Liga-se à dogmática, porque seus critérios interferem na criação, interpretação e aplicação das leis penais. São atitudes, posturas e iniciativas tomadas pelas autoridades estatais, legislativas, judiciárias e administrativas, e pela sociedade, no sentido de diminuir ou aumentar os rigores do sistema punitivo do Estado, ou adotando medidas concretas no combate à criminalidade. Para tanto, baseia-se em considerações filosóficas, sociológicas e políticas para propor modificações no sistema pena vigente, ou seja, abrange o conjunto de procedimentos pelos quais o corpo social organiza as respostas ao fenômeno criminoso (perdão judicial, art. 120 do CP e § 5º do art. 121 do CP; art. 181, CP; os revogados crimes de sedução e adultério dos arts. 217 e 240 do CP);
5.3. Direito Penal (dogmática): ramo do Direito que reúne um conjunto de normas jurídicas regulamentadoras e disciplinadoras do crime e das penas, ocupando-se também da interpretação, integração e aplicação dessas normas ao caso concreto; o Direito Penal, assim como todos os ramos do Direito, é uma ciência do “dever ser”, portanto normativa e valorativa, comprometida com os valores éticos e morais da sociedade.
6. NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA:
6.1. 1764 – Cesare Bonesana ou Marquês de Beccaria, com a obra Dos delitos e das penas, em uma fase denominada período pré-científico da Criminologia, eis que era estudada sem qualquer método ou rigor científico, sendo objeto apenas de especulações, divagações e deduções dos que dela se ocupavam;
6.2. 1876 – Cesare Lombroso, com a obra L’uomo delinquente, já na fase denominada período científico da Criminologia, no qual houve aplicação de métodos científicos mais rigorosos na análise do fenômeno criminal, principalmente de natureza indutiva, para estabelecer regras preventivas.
7. MÉTODO INVESTIGATIVO DA CRIMINOLOGIA:
Por ser uma ciência empírica, utilizando-se do método indutivo (do particular para o geral) e o causal-explicativo, a interdisciplinaridade é característica importante da Criminologia, haja vista que ela recebe a contribuição de diversas outras área do saber: Biologia, Medicina, Direito, Política, Sociologia, Filosofia e Criminalística.
Observação: não confundir Criminologia com Criminalística. Esta são técnicas aplicadas para investigar e desvendar a autoria (quem cometeu o crime) e a materialidade (existência pelos vestígios) das práticas criminosas.
8. FASES DO DELITO:
8.1. Período da vingança: privada (talião); divina; e pública;
8.2. Período humanitário: ocorre com o advento do Estado Liberal, do pensamento Iluminista dos séculos XVII e XVIII e a Escola Clássica da Criminologia e do Direito Penal (etapa pré-científica da Criminologia). Marquês de Beccaria e Francesco Carrara.
8.3. Período científico: com o surgimento da Escola Positivista do Direito Penal e da Criminologia, o crime passa a ser considerado um fato humano e social, ao qual são aplicados métodos científicos das ciências naturais. Lombroso, Ferri e Garofalo.
ESCOLAS DA CRIMINOLOGIA
Introdução: 
Estudar Criminologia é, em última análise, estudar as escolas que constroem e construíram o pensamento criminológica através da História da Humanidade.
Nesse passo, vamos conhecer as principais escolas criminológicas, as teorias que as compõem, suas subdivisões e seus respectivos teóricos, a fim de que tenhamos uma ideia do que seja o fenômeno criminoso.
Iniciaremos com a Escola Clássica, passaremos pela Escola Positivista e terminaremos com a Escola Moderna da Criminologia.
1. ESCOLA CLÁSSICA
1.1. A Escola Clássica teve como base o contratualismo desenvolvido por Jean-Jacques Rousseau (Iluminismo);
1.2. Sua obra fundante foi Dos Delitos e Das Penas, de Cesare Bonasana ou Marquês de Beccaria;
1.3. Fez severas críticas à pena de morte, à denúncia anônima, à tortura, aos crimes de perigo abstrato, entre outras práticas desumanas e cruéis da época;
1.4. Procurou fundamentar a legitimidade do direito de punir;
1.5. Só é crime o fato que infringe a lei penal (Francesco Carrara)
1.6. Principais características da Escola Clássica:
1.6.1. Ela é eminentemente jurídica;
1.6.2. Baseia-se no individualismo (Teoria da Razão) e no livre arbítrio (o homem é livre para escolher entre o bem e o mal, entre cometer ou não o crime);
1.6.3. O crime é a ruptura da ordemmoral;
1.6.4. O crime é normatizado pela sociedade, que se reúne para fazer suas próprias leis (contrato social);
1.6.5. A pena é um castigo infringido ao infrator/transgressor; é uma retribuição, é um pagamento do mal pelo mal causado, que restaura a ordem ética e moral da sociedade;
1.7. Fundamentos e princípios da Escola Clássica:
1.7.1. Livre arbítrio: todos os homens são iguais e considerados normais e pode escolher livremente entre seguir o caminho do bem ou do mal;
1.7.2. Legalidade e anterioridade da lei penal: princípio da reserva legal (art. 5.º, inciso XLII, da CF/88 e art. 1.º do Código Penal);
1.7.3. Princípio da justiça absoluta: o Direito vem de Deus e se fundamenta na ordem imutável da natureza e, sendo o crime um pecado que viola esta ordem, é dever da sociedade aplicar sanções para restabelecer esta mesma ordem;
1.7.4. Responsabilidade moral: o crime é a ruptura dessa responsabilidade;
1.7.5. Proporcionalidade da pena ao dano causado;
1.7.6. O foco principal da Escola Clássica é o CRIME e não o homem criminoso, o delinquente ou o infrantor;
1.7.7. O crime é dogmático, jurídico; e não social ou biológico;
1.7.8. O método utilizado é o dedutivo (do geral para o particular) e o da abstração lógica, ou seja, da observação de vários fatos ou objetos, tentam-se retirar conceitos gerais, éticos e valorativos, que devem ser aplicados a todos os outros elementos que mantêm entre si as mesmas características;
1.8. Principais teóricos:
Cesare Beccaria; Francesco Carrara e Geovanni Carmignani.
1.9. Conclusão:
A imagem do homem como ser racional, igual e livre e a concepção utilitária do castigo, isto é, a pena como retribuição a um mal, com forte base ética, constituem, portanto, o pensamento da Escola Clássica

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