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AULA 4 - chagas

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A Doença de Chagas (Tripanossomíase americana)
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 O agente etiológico da Doença de Chagas é Trypanosoma cruzi
Epimastigota
Promastigota
-Tamanho e forma
-Flagelo
-Posicionamento: cinetoplasto, flagelo/blefaroplasto
Amastigota
Tripomastigota
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O tripomastigota é a forma infectiva desse protozoário flagelado 
- Forma infectiva no hospedeiro vertebrado
- Formas finas e delgadas
- Tripomastigotas sanguíneos e metacíclicos
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O ciclo de vida do Trypanosoma cruzi
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Barbeiro se alimentando, as formas infectivas do Trypanosoma cruzi encontram-se em suas fezes.
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A patogênese e a evolução da Doença de Chagas
- A virulência do parasitismo depende da sua linhagem genética.
- Alguns fatores do hospedeiro:
	. Idade, susceptibilidade maior em indivíduos jovens
	. Influências hormonais
	. Deficiências nutricionais
- A origem da patologia da doença é múltipla, depedendo da sua evolução 
 AS FASES DA DOENÇA DE CHAGAS
1)A fase aguda
 -Processo inflamatório local com o rompimento das
fibras ou células infectadas, migração de macrófagos e 
linfocitos
Chagoma de inoculação
Inaparente
Inchaço, vermelhidão
Sinal de Romaña
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Outras complicações e sintomatologias da fase aguda:
- Febre, dor de cabeça, fraqueza
- Inflamação ganglionar
- Inflamação no baço e fígado com aumento de volume
	
 Mais comum em crianças.
	
2)Fase indeterminada
- Assintomática, é forma mais freqüente (60-70% dos casos)
- Pode ser indeterminada do início ao fim
3) Fase crônica
- 20 a 30% dos casos
- Aspecto regional (virulência pode estar ligada a linhagem genética do T. cruzi)
- Multiplicação do parasito em fibras do tecido muscular
- Quadro clínico pode ser variado, mas predominam “megalias”:
	. Coração, esôfago, nos cólons e sigmóide, intestino delgado.
- Controvérsias em relação a gênese dessa patologia:
	1) Tempo pós-infecção até o seu desenvolvimento
	2) Baixíssima quantidade de parasitas
	
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Fenômeno de auto-imunidade 	 Neurotoxinas do parasita
Alterações nervosas secundárias ao processo de miocardite
1)Estimulação policlonal de linfócitos
2)Mimetismo antigênico
3)Transfecção de DNA do parasito para a célula hospedeira
O resultado:	1)Infiltração linfocitária no músculo 
			parasitado ou não
	 As mega-síndromes da Doença de Chagas:
1) Cardiopatia: arritmias até insuficiência cardíaca (hipo ou hiperatividade)
.Acompanhada do aumento global do coração e alterações eletrocardiográficas.
.Sintomatologia: palpitações, sensação de parada cardíaca, convulsões
.Pode levar a edemas, derrames, convulsão de órgãos (enfarte miocárdico), embolias,
tromboses e por fim a morte lenta ou súbita.
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Radiografia torácica de um paciente chagásico crônico
Corações chagásicos crônicos: 1- forma indeterminada; 2- morte súbita por arritmia; 3 - morte por insuficiência cardíaca.
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2) Megaesôfago e megacólon: disfunção do órgão pela descoordenação motora (destruição de neurônios e placas motoras). Dificuldade de deglutição e estagnação do bolo fecal
Megacólons
Megaesôfagos
Graus de dilatação ocasionado pelo megaesôfago chagásico: 1 - paciente normal; de 2 a 7 - pacientes chagásicos
1
2
3
4
5
6
7
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3) Destruição de células nervosas (processo secundário?)
	. Nos órgãos infectados, pode ser um processo secundário.
	. Pode ocorrer no sist. nervoso central com parasitismo que vai levar a pequenos edemas ou hemorragias podendo se disseminar e causar uma meningoencefalite difusa.
Processo primário de destruição mais comum na Doença de Chagas - Infiltração linfocitária acompanha a destruição da musculatura do órgão.
Amatigostas no interior de uma fibra cardíaca, onde está o infiltrado inflamatório?
Não coincide no tempo e no espaço a presença do parasita e do infiltrado inflamatório.
Autoimunidade?
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 O diagnóstico e tratamento da Doença de Chagas
1)Diagnóstico
>Pesquisa de parasitos: sangue, punção de gânglios, cultura, xenodiagnóstico, PCR.
>Diagnóstico imunológico
2)Terapêutica
>Nirfutimox, benzonidazol (controvérsia)
>Não há terapêutica eficaz
>Os recursos terapêuticos estão em aliviar os sintomas e não provocam a cura: anti-arritmia do coração, intervenção cirúrgica do megaêsofago ou cólon.
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Epidemiologia e controle da Doença de Chagas
- Estimam-se 18 milhões doentes, e 65 milhões sob risco de infecção.
- Uma das principais causas de invalidez por incapacitação física.
- Uma das principais causas de morte súbita.
Reservatórios mais comuns do T. cruzi
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Marcapasso ressincronizador átrio biventricular associado a um desfibrilador cardiovascular automático implantável 
Hospital Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 
Sistema Único de Saúde (SUS)
Marcapasso especial para pessoas que apresentam, ao mesmo tempo, taquicardia e insuficiência cardíaca. 
Reanima o coração do doente, quando os batimentos estão muito lentos e dá pequenas descargas elétricas, quando o órgão bate muito rapidamente
Serve ainda como ressincronizador, quando as válvulas cardíacas não conseguem bombear sangue suficientemente. 
A operação é necessária, geralmente, para pacientes que apresentam vários tipos de disfunção cardíaca. "Isso é muito comum, por exemplo, em pessoas com doença de Chagas, enfermidade comum no meio rural"
"Pacientes com esse perfil têm 30% de chances de morrer no primeiro ano após o diagnóstico. Em cinco anos, todos os doentes morrem". Depois que o paciente é operado, diminui para 5% as chances de óbito.
Custo do marcapasso - R$ 63 mil. 
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Distribuição da Doença de Chagas na América
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Hospedeiros invertebrados do Trypanosoma cruzi:
Hemípteros da subfamília Triatominae
1) Espécies estritamente silvestres
2) Espécies semidomiciliares ou peridomiciliares
3) Espécies predominantemente domiciliárias
São diversas espécies dos seguintes gêneros: Rhodnius (A), Triatoma (B), Panstrongylus (C)
Psammolestes, Cavernicula, Eratyrus, Parabelmintus
Destaque no Brasil e América do Sul para: Triatoma infestans, Rhodnius prolixus.
 A 	 B	 C
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Hospedeiros vertebrados do Trypanosoma cruzi:
Mamíferos silvestres: são várias espécies dos grupos marsupiais, desdentados, roedores, carnívoros e primatas.
Destaque para o gambá (Didelphis marsupialis) e o tatu (Dasypus novemcinctus)
Mamíferos domésticos: Homem, cão, gato, cobaia.
Transmissão da tripanossomíase americana
Transmissão usual: pela picada/defecação do triatomíneo infectado.
Transmissão por transfusão sanguínea
Transmissão congênita
Por outras vias: ex. via digestiva, sexual, leite materno, transplante.
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PREVALÊNCIA DA DOENÇA DE CHAGAS EM DOADORES E CANDIDATOS A DOADORES DE SANGUE EM PAÍSES DA AMÉRIA LATINA 
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A doença de Chagas, humana se mantém na América Latina não como uma fatalidade da natureza, mas sim como resultado da organização sócio-política-econômica dos seus povos. 
 "Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem estar inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e serviços sociais". Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12 de 1948).
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A primeira tarefa é contar o número de casas onde já apareceram "barbeiros" e onde podem aparecer novamente por causa de: 
tipo de telhado (palha, sapé, palma, esteios carcomidos); 
tipo de parede (sem reboco, de taipa, de pau-a-pique); 
tipo de assoalho (carcomido com frestas por cima de um porão alto). 
2) Tratamento sistemático das casas e áreas peridomiciliares com inseticidas.
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3) Utiliização de mosquiteiro 
4) Educação da população para os seguintes aspectos: como é a transmissão,
evolução e prevenção da doença. Medidas de reinvidicação de saúde urbana 
e de moradia saudável.
5) Construção
de casas decentes que torne o barbeiro transmissor não-domiciliável
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Esquema de vigilância e operacionalização: 
O município de Bambuí-MG, foi considerado um dos mais infestados pelos barbeiros até 1956. 
Através de aulas, conversas, visitas domiciliares e reuniões, a professora informa aos alunos como vive o barbeiro, de que se alimenta, onde faz seus ninhos. 
Tendo encontrado um barbeiro em casa, a criança deve colocá-lo em uma caixa de fósforo e levá-lo à escola. 
Depois de receber a caixa com o inseto, a professora coloca o rótulo padronizado. 
A caixa de fósforos rotulada, contendo o barbeiro deverá ser remetida através de caminhões de leite, ônibus, charrete ou cavalo, ao órgão executor na sede do município. 
A caixinha deverá ser entregue a um funcionário, ou deixada numa caixa de coleta especialmente colocada no prédio, de modo a receber os insetos em feriados ou fora da hora de trabalho. 
Cada inseto deverá ser catalogado em livro próprio e em seguida preparada uma ficha da moradia para o expurgo. 
O exame laboratorial seria realizado de modo a identificar o tipo de barbeiro e verificar se o mesmo era contaminado pelo micróbio da Doença de Chagas. 
Um guarda sanitário iria à casa que fez a denúncia, enviando o barbeiro, para fazer o expurgo com inseticida. Geralmente há colaboração dos moradores nesse momento, retirando alguns pertences e alimentos de dentro da casa, providenciando água a fim de ajudar o trabalho do guarda sanitário. Aproveita-se a visita para procurar os focos de barbeiros, discutir com os donos da casa os hábitos dos insetos que transmitem a doença de Chagas e enfatizar a necessidade de rebocar as paredes, tapando frestas e buracos. 
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Effect of an essential fatty acid deficient diet on experimental infection with Trypanosoma cruzi in germfree and conventional mice. Braz J Med Biol Res. 1992;25(8):795-803. 	The disease was milder in deficient than in control animals in both the GF and CV groups on the basis of parasitemia and survival, indicating that fatty acid-deficient mice are partially protected against Chagas' disease. The mechanism underlying this phenomenon requires further investigation
Alteration of the immune and nutritional status of mice by synergy between zinc deficiency and infection with Trypanosoma cruzi. J Nutr. 1982 Jun;112(6):1224-9. 
O estado nutricional do hospedeiro influi no curso da infecção

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