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Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 1 Conteúdo 1) Direitos Sociais ............................................................................................. 2 1.1) Enumeração dos direitos sociais dos trabalhadores ................................... 3 1.2) Direitos Coletivos dos Trabalhadores ....................................................... 7 3) Nacionalidade ............................................................................................... 8 3.1) Brasileiros natos (aquisição originária) .................................................... 9 3.2) Brasileiros naturalizados (aquisição secundária) ...................................... 10 3.3) Portugueses residentes no Brasil ........................................................... 11 3.4) Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado ..................... 12 3.5) Perda da nacionalidade ......................................................................... 12 3.6) Dupla nacionalidade ............................................................................. 13 4) Direitos Políticos .......................................................................................... 13 4.1) Direito ao sufrágio ............................................................................... 13 4.2) Capacidade eleitoral ativa ..................................................................... 14 4.3) Plebiscito e referendo ........................................................................... 14 4.4) Capacidade eleitoral passiva ................................................................. 15 4.5) Inelegibilidades ................................................................................... 16 4.6) Privação dos direitos políticos ................................................................ 19 4.7) Princípio da anterioridade eleitoral ......................................................... 19 5) Partidos Políticos .......................................................................................... 20 6) Exercícios de Concursos Pretéritos ................................................................. 21 7) Lista das Questões (sem os comentários) ....................................................... 57 8) Gabarito ..................................................................................................... 67 Concluiremos, hoje, o estudo dos Direitos Fundamentais, com o exame do texto constitucional do art. 6º ao art. 17 da Constituição Federal, que contemplam quatro classes desses direitos: direitos sociais (art. 6º a 11); direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13); direitos políticos (arts. 14 a 16); direitos dos partidos políticos (art. 17). Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 2 Ao contrário da nossa Aula pretérita, que foi bastante “pesada” (especialmente devido aos incontáveis entendimentos do STF sobre o alcance de dispositivos do art. 5º!), o nosso estudo de hoje será bem leve, bem mais simples para ser integralmente “digerido”! 1) Direitos Sociais O dispositivo constitucional que enuncia, explicitamente, os direitos sociais é o art. 6º, nestes termos: “Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” Antes de tudo, é importante você saber que dois (2) desses direitos sociais não constavam do texto originário da Constituição, isto é, foram acrescentados por emenda à Constituição, quais sejam: o direito à moradia (acrescentado pela EC 20/2000) e à alimentação (acrescentado pela EC 64/2010). Acredite, esse aspecto tem sido cobrado em provas de concursos! Direitos de segunda dimensão, de índole positiva Os direitos sociais são típicos direitos de segunda dimensão, que marcam o Estado social, como exigência de atuação comissiva (positiva) do Estado em prol dos hipossuficientes, homenageando a igualdade. Entretanto, cuidado! Nem todos os direitos sociais exigem prestações positivas do Estado; há, também, excepcionalmente, direitos sociais de índole negativa, que exigem, apenas, a abstenção do Estado em favor da liberdade dos indivíduos (a liberdade de associação sindical, por exemplo – art. 8º da CF). Sujeição à reserva do (financeiramente) possível Por exigirem prestações positivas do Estado (em prol dos serviços de saúde, da garantia de habitação etc.), não é difícil perceber que os direitos sociais, em sua maioria, exigem o emprego de recursos financeiros para a sua concretização. Daí, como os recursos financeiros são limitados, e as demandas por melhorias sociais são ilimitadas, a doutrina desenvolveu a chamada cláusula da reserva do (financeiramente) possível, segundo a qual o Estado, tem, sim, obrigação de assegurar (implementar, concretizar) os direitos sociais previstos na Constituição Federal, mas somente no limite do financeiramente possível. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 3 Princípio do mínimo existencial De outro lado – como uma espécie de limite à cláusula da reserva do financeiramente possível -, temos o princípio da garantia do mínimo existencial, vale dizer, a alegação de insuficiência de recursos financeiros não afasta o dever do Estado de garantir um mínimo necessário em termos de direitos sociais para uma existência digna da população (isto é, o Estado deve assegurar, pelo menos, o mínimo necessário para uma existência digna). Princípio da proibição de retrocesso (effetcliquet) O princípio da vedação de retrocesso visa a impedir que o legislador venha a retroceder, pura e simplesmente, no tocante à concretização de direitos sociais previstos na Constituição. Em simples palavras: segundo esse princípio, em se tratando de direitos sociais, a regra é “andar pra frente” (em prol dos indivíduos, na concretização de direitos sociais); não pode o Estado “andar para trás” (retroceder em direitos sociais anteriormente já concretizados). Embora não explicitamente previsto na Constituição Federal de 1988, entende-se que esse princípio tem aplicação no Brasil. Implementação de políticas públicas pelo Poder Judiciário Segundo o STF, diante de situações excepcionais de flagrante omissão no tocante à implementação de direitos sociais assegurados na Constituição Federal, o Poder Judiciário pode determinar ao Poder Público a implementação de políticas públicas em prol de indivíduos (aquisição emergencial de medicamentos, garantia de vaga em instituição pública de ensino, por exemplo). 1.1) Enumeração dos direitos sociais dos trabalhadores O art. 7º da Constituição Federal – após equiparar os direitos do trabalhador rural aos do trabalhador urbano – apresenta uma extensa enumeração (não taxativa, já que outros poderão ser assegurados em outras normas) dos direitos sociais individuais assegurados aos trabalhadores. Como muitos dos incisos do art. 7º são, por si sós, claros e suficientes para o entendimento dos direitos sociais nele previstos, reproduziremos, aqui, somente aqueles que, em nossa opinião, demandam alguma explicação, ou algum puxão de orelhapara detalhes – ou, ainda, aqueles que, mesmo óbvios em seu conteúdo, são repetidamente cobrados em concursos! Quanto aos demais, serão eles abordados nos comentários às questões, no final desta Aula. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 4 Aqui, o único detalhe é chamar atenção para o seguinte: embora assegurada constitucionalmente, a irredutibilidade do salário não é absoluta, haja vista que poderá ser afastada por negociação coletiva – convenção ou acordo coletivo de trabalho. XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Esse é um item sempre presente em prova, e sempre questionando o grau de sua eficácia. Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de regulamentação para a produção dos seus integrais efeitos. Embora já regulamentado, há muito, a natureza da norma constitucional não se altera, vale dizer, ainda hoje deve ser classificado como norma de eficácia limitada. XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Estabelecem-se, aqui, três regras distintas: (a) jornada diária máxima de oito horas; (b) jornada semanal máxima de quarenta e quatro horas; (c) possibilidade de redução e de compensação mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Aqui é importante conhecer o entendimento do STF, de que os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição (Súmula 675). XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; Embora seja a regra, cuidado: a Constituição Federal não obriga que o descanso semanal remunerado seja aos domingos; assegura, apenas, que ele seja concedido preferencialmente aos domingos. XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Num só dispositivo constitucional, duas regras distintas, com diferentes graus de eficácia: (a) a duração mínima de trinta dias do aviso prévio é norma de eficácia plena; (b) a proporcionalidade do aviso prévio ao tempo de serviço constitui norma de eficácia limitada. XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 5 Até 2006, a redação originária desse dispositivo assegurava tal assistência até 6 (seis) anos de idade; com a promulgação da EC 53/2006, alterou-se para até 5 (cinco) anos. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Novamente, duas regras em um só dispositivo: (a) o seguro contra acidentes de trabalho é de responsabilidade do empregador; (b) a contratação desse seguro pelo empregador não exclui o seu dever de indenização, quando incorrer em dolo ou culpa. XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; Esse dispositivo trata do prazo prescricional para que os trabalhadores ingressem com ações visando ao reconhecimento de créditos resultantes das relações de trabalho, e pode ser assim entendido: a) na vigência do contrato de trabalho, se o empregado ajuizar uma reclamação trabalhista contra seu empregador, poderá requerer os créditos trabalhistas relativos aos últimos cinco anos; b) quando é extinto o contrato de trabalho, ele também poderá pleitear na Justiça do Trabalho os direitos dos últimos cinco anos, mas só poderá ingressar com a reclamação trabalhista até dois anos após a extinção do contrato de trabalho; c) a partir da extinção do contrato de trabalho, o prazo começa a correr contra o empregado, isto é, cada dia em que permanece inerte, ele perde um dia de direito (se ele ingressar com a ação no último dia dos dois anos, só poderá pleitear direitos relativos aos últimos três anos do contrato de trabalho); d) se o trabalhador ingressar com a ação após dois anos da extinção do contrato de trabalho, não terá direito algum a ser pleiteado, pois terá sido fulminado pela prescrição. XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; Mais uma vez, diferentes regras num mesmo dispositivo constitucional: (a) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos; (b) proibição de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos; (c) proibição de Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 6 aprendizagem (e, por óbvio, de qualquer trabalho!) a menores de quatorze anos. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Esse é um daqueles dispositivos constitucionais que, nos dias atuais, tem que ser memorizado para a sua prova! Não tem jeito, não dá para escapar dele! Por quê? Ora, simplesmente porque ele foi alterado recentemente, pela EC 72/2013, que ampliou significativamente os direitos constitucionalmente assegurados aos trabalhadores domésticos. Atenção! Além de você saber quais foram os direitos estendidos aos trabalhadores domésticos pela EC 72/2013, é importantíssimo, também, que você saiba que tal EC dividiu esses direitos em dois grupos: de eficácia plena(imediatamente exercitáveis pelos trabalhadores domésticos); e de eficácia limitada(dependentes de regulamentação legal para o seu exercício). As bancas têm cobrado os novos direitos outorgados aos domésticos pela EC 72/2013, muitas vezes indagando sobre a sua eficácia (se plena ou limitada). Vamos, então, memorizar estes dois grupos de direitos reconhecidos ao trabalhador doméstico pela EC 72/2013: a) de exercício imediato: •garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; •proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; •duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; •remuneração do serviço extraordináriosuperior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; •redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; •reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 7 •proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; •proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; •proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. b) de exercício diferido, condicionado ao atendimento de condições estabelecidas em lei, e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades: •relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; •seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; •fundo de garantia do tempo de serviço; •remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; •salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; •assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; •seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Cuidado! Mesmo depois da EC 72/2013, não é correto afirmar que o empregado doméstico tenha todos os direitos sociaisdos trabalhadores em geral! De fato, alguns direitos sociais previstos no art. 7º da Constituição não foram estendidos aos trabalhadores domésticos (incisos V, XI, XIV, XX, XXIII, XXVII, XXIX, XXXII e XXXIV). 1.2) Direitos Coletivos dos Trabalhadores No tocante aos direitos coletivos dos trabalhadores – enumerados do art. 8º ao art. 11 da Constituição – não há muito para explicar, vale dizer, a literalidade de tais dispositivos já basta, em si, para a resolução das questões de provas. Deixemos os comentários a eles, portanto, para o final desta Aula, na apresentação das questões de concursos. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 8 Há, porém, um dispositivo que é muito cobrado em concursos, e que merece uma explicação adicional, em razão de uma jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal. Trata-se do inciso IV do art. 8º, que reza o seguinte: IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Observe que esse dispositivo prevê duas contribuições distintas: a primeira, fixada pela assembleia geral dos trabalhadores (contribuição confederativa); a segunda, prevista em lei (contribuição sindical). Sobre essas duas contribuições, é importante que você saiba: Contribuição Confederativa Contribuição Sindical Fixada pela assembleia-geral Fixada por lei Natureza não tributária Natureza tributária Devida apenas pelos trabalhadores filiados ao sindicato. Devida por todos os trabalhadores, filiados ou não ao sindicato. 3) Nacionalidade Antes de adentrarmos no estudo dos direitos fundamentais de nacionalidade propriamente ditos, faz-se necessário relembrarmos alguns conceitos que nos auxiliarão nesse estudo. Nacionais e Estrangeiros São nacionais de um Estado aqueles que o seu Direito definir como tais. Os demais (não definidos pelo Estado como seus nacionais) serão estrangeiros. Povo e Cidadão Povo é conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado. Cidadão é conceito restrito, para designar somente os nacionais (natos ou naturalizados) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do Estado. Polipátrida e Apátrida Polipátrida é aquele que possui mais de uma nacionalidade (em razão de o seu nascimento o enquadrar em distintas regras de aquisição de nacionalidade), enquanto apátrida é aquele que, dada a circunstância de seu nascimento, não Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 9 adquire nacionalidade (por não se enquadrar em nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade). Nacionalidades Primária e Secundária A nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de acordo com os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais), será estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, pois não decorre de ato de vontade da pessoa, mas simplesmente do nascimento em determinada circunstância. A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento (em regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de vontade. Critérios de atribuição de nacionalidade São dois os critérios para a atribuição da nacionalidade primária, ambos partindo do nascimento da pessoa: a) critério ius sanguinis, que se fundano vínculo de sangue, segundo o qual será nacional todo aquele que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento; b) critério ius solis, que atribui a nacionalidade a quem nasce no território do Estado que o adota, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. Atenção! No Brasil, adotamos, como regra geral, o critério ius solis; porém, existem situações de adoção do critério ius sanguinis. Agora, sim, relembrados esses importantes conceitos, passemos ao exame do texto da Constituição Federal de 1988 (arts. 12 e 13). 3.1) Brasileiros natos (aquisição originária) São brasileiros natos: a)os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; Veja que, nessa hipótese, a Constituição adotou o critério ius solis (origem territorial), considerando nato aquele nascido no território brasileiro, com apenas uma exceção: os filhos de pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país. São dois, portanto, os requisitos para o afastamento do critério iussolis: (i) ambos os pais estrangeiros; (ii) pelo menos um dos pais estar a serviço de seu país de origem. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 10 Cuidado! Se os pais estiverem no Brasil a passeio, ou a serviço de empresa privada, ou de outro país que não o seu de origem, o filho aqui nascido será brasileiro nato! b)os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Nessa hipótese, o legislador constituinte adotou o critério ius sanguinis, combinado com um critério funcional: a necessidade de que o pai ou a mãe brasileiros (ou ambos, evidentemente), natos ou naturalizados, estejam a serviço da RepúblicaFederativa do Brasil. Atenção! O serviço pode ser qualquer serviço público prestado pelos órgãos e entidades da Administração Direta ou Indireta da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios. c)os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Veja que, aqui, são duas possibilidades distintas de aquisição de nacionalidade: (i) registro em repartição brasileira; e (ii) vir o nascido no estrangeiro residir no Brasil e optar, quando atingida a maioridade. Na primeira situação – registro em repartição brasileira competente –, o mero registro já assegura, por si só, a nacionalidade brasileira. Na segunda possibilidade, são dois os requisitos para a aquisição da nacionalidade brasileira: (a) vir o nascido no estrangeiro a residir no Brasil, a qualquer tempo; (b) depois de atingida a maioridade, efetuar a opção, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. 3.2) Brasileiros naturalizados (aquisição secundária) No Brasil, a aquisição da nacionalidade secundária se dá por meio da naturalização. Atenção! No Brasil, a naturalização é sempre expressa, isto é, sempre exige manifestação de vontade expressa (requerimento) do interessado (não há naturalização tácita). São brasileiros naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária); Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 11 Em suma, podemos afirmar que a naturalização ordinária ocorre em duas hipóteses: I) no caso dos estrangeiros originários de países de língua portuguesa, exigem- se apenas: (i) residência por um ano ininterrupto; e (ii) idoneidade moral; II) já para os estrangeiros não originários de países de língua portuguesa a naturalização ordinária ocorrerá conforme dispuser a lei. Atenção! A naturalização ordinária é discricionária, isto é, ainda que tenha cumprido os requisitos, o interessado não dispõe de direito subjetivo à aquisição da nacionalidade brasileira! A decisão, pela concessão ou não, dependerá de avaliação de conveniência e oportunidade do Chefe do Poder Executivo. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária). São três os requisitos para aquisição da naturalização extraordinária: (i) residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos; (ii) ausência de condenação penal; (iii) requerimento do interessado. Atenção! Na naturalização extraordinária não há discricionariedade para o Chefe do Poder Executivo; isto é, cumpridos os quinze anos de residência no Brasil sem condenação penal, efetivado o requerimento, o Chefe do Poder Executivo não pode negar a naturalização! 3.3) Portugueses residentes no Brasil Estabelece a Constituição que “aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição” (art. 12, § 1.º). Cuidado! Nessa situação, não se trata de concessão aos portugueses da nacionalidade brasileira; os portugueses residentes no Brasil continuam portugueses e os brasileiros que vivem em Portugal continuam com a nacionalidade brasileira; o que acontece é que, uns e outros, recebem direitos que, no geral, somente poderiam ser concedidos aos nacionais de cada país. Com isso, se um português tiver residência permanente no Brasil, e Portugal reconhecer ao brasileiro com residência permanente em Portugal determinado direito não reconhecido a estrangeiro, o português poderá reivindicar igual tratamento aqui, salvo se privativo de brasileiro nato. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 12 3.4) Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado A Constituição de 1988 não permite que a lei estabeleça distinção entre brasileiro nato e naturalizado. Desse modo, os únicos casos de tratamento diferenciado admitidos são aqueles já expressamente constantes do próprio texto constitucional, a saber: a) cargos: são privativos de brasileiro nato os cargos de Presidente da República e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carreira Diplomática, Oficial das Forças Armadas e de Ministro de Estado de Defesa (CF, art. 12, § 3.º); b) função no Conselho da República: no Conselho da República, órgão superior de consulta do Presidente da República, foram constitucionalmente reservadas seis vagas a cidadãos brasileiros natos (CF, art. 89, VII); c) extradição: o brasileiro nato não pode ser extraditado, o que pode ocorrer com o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (CF, art. 5.º, LI); d) direito de propriedade: o brasileiro naturalizado há menos de dez anos não pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiofusão sonora de sons e imagens, tampouco ser sócio com mais de 30% (trinta por cento) do capital total e do capital votante e participar da gestão dessas empresas (CF, art. 222). 3.5) Perda da nacionalidade A perda da nacionalidade só poderá ocorrer nas hipóteses expressamente previstas na Constituição Federal, não podendo a leiampliar tais hipóteses. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que (CF, art. 12, § 4.º): a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; b) adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 13 3.6) Dupla nacionalidade Como regra geral, o brasileiro que adquire outra nacionalidade perde a condição de nacional brasileiro. Porém, a Constituição Federal admite, em duas situações, a dupla nacionalidade: a) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: não perderá a nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida outra nacionalidade por Estado estrangeiro, originariamente, em virtude de adoção do critério ius sanguinis; b) imposição da lei estrangeira: imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 4) Direitos Políticos Reza a Constituição Federal que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativapopular (CF, art. 14). São esses, portanto, os direitos políticos expressamente consignados na Carta da República de 1988: a) direito ao sufrágio; b) direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos; c) direito à iniciativa popular de lei. 4.1) Direito ao sufrágio O direito ao sufrágio é materializado pela capacidade de votar (capacidade eleitoral ativa) e de ser votado (capacidade eleitoral passiva). A capacidade eleitoral ativa representa o direito de votar, o direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade). A capacidade eleitoral passiva consiste no direito de ser votado, de eleger-se para um cargo político (elegibilidade). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 14 A Constituição de 1988 consagra o sufrágio universal, não exigindo para o exercício do direito de voto a satisfação de nenhuma condição econômica, profissional, intelectual etc. A vigente Carta Política impõe, ainda, que o voto direto seja periódico e secreto. 4.2) Capacidade eleitoral ativa A capacidade eleitoral ativa é a que garante ao nacional o direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos. No Brasil, a aquisição dessa capacidade dá-se com o alistamento realizado perante os órgãos competentes da Justiça Eleitoral (alistamento eleitoral). A obtenção da qualidade de eleitor, comprovada por meio da obtenção do título de eleitor, dá ao nacional a condição de cidadão, tornando-o apto ao exercício de direitos políticos, tais como votar, propor ação popular, dar início ao processo legislativo das leis (iniciativa popular) etc. Cuidado! A obtenção do título de eleitor não permite ao cidadão o exercício de todos os direitos políticos! Com o título de eleitor, o cidadão não adquire, por exemplo, o direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva)! Enfim, veremos adiante que todo elegível é obrigatoriamente eleitor; porém, nem todo eleitor é elegível! Por exemplo: o analfabeto e o menor entre dezesseis e dezoito anos possuem a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade); porém, não dispõem da capacidade eleitoral passiva (elegibilidade). O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. A Constituição brasileira não permite o alistamento dos estrangeiros e, durante o serviço militar, dos conscritos. São, portanto, os denominados inalistáveis (que não podem se alistar como eleitores). 4.3) Plebiscito e referendo Uma das formas de exercício da soberania popular será a realização de consultas à população, por meio de plebiscito e referendo (CF, art. 14), que deverão ser autorizados pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, XV). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 15 O plebiscito é convocado com anterioridade (previamente) a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. O referendo é convocado com posterioridade (posteriormente) a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. 4.4) Capacidade eleitoral passiva No Brasil a elegibilidade não coincide com a alistabilidade (não basta ser eleitor para ser elegível; nem todo eleitor é elegível). Enfim, a condição de eleitor é indispensável para ser alcançada a condição de elegível (todo elegível é eleitor; não há elegível que não seja, também, eleitor). Porém, não basta ser eleitor para ser elegível (nem todo eleitor é elegível), porquanto é exigido o cumprimento de outros requisitos para a elegibilidade. As condições de elegibilidade são as seguintes: a) nacionalidade brasileira ou condição de equiparado a português, sendo que para Presidente e Vice-Presidente da República exige-se a condição de brasileiro nato (CF, art. 12, § 3.º); b) pleno exercício dos direitos políticos (aquele que teve suspensos ou perdeu seus direitos políticos não dispõe de capacidade eleitoral passiva); c) alistamento eleitoral (comprovado pela apresentação do título de eleitor, regularmente inscrito perante a Justiça Eleitoral); d) domicílio eleitoral na circunscrição (o eleitor deverá ser domiciliado no local pelo qual se candidata, pelo período mínimo exigido pela legislação eleitoral); e) idade mínima, que deverá ser verificada tendo por referência a data da posse(e não a data do alistamento ou do registro), sendo as seguintes: trinta e cinco anos, para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República e senador da República; trinta anos, para os cargos de Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal; vinte e um anos, para os cargos de deputado federal, deputado estadual ou distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; dezoito anos, para vereador; f) filiação partidária (não se admite, no Brasil, a denominada candidatura autônoma ou avulsa, sem filiação a partido político). Atenção! Além do cumprimento das condições de elegibilidade, para que o cidadão possa ser eleito é indispensável que ele não se enquadre em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade, indicadas no subitem seguinte. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 16 4.5) Inelegibilidades A própria Constituição Federal estabelece certas hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, §§ 4.º ao 7.º). Entretanto, essas hipóteses de inelegibilidade previstas no texto constitucional não são exaustivas, porque a Constituição expressamente permite que lei complementar venha a estabelecer outras hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 9.º). A inelegibilidade pode ser absoluta (quando impede que o cidadão concorra em qualquer eleição, a qualquer mandato eletivo) ou relativa (quando impõe restrições à elegibilidade para alguns cargos eletivos, em razão de situações especiais em que se encontra o cidadão-candidato no momento da eleição). São os seguintes os casos de inelegibilidade absoluta: 1) os analfabetos, que, embora possam alistar-se e votar (capacidade eleitoral ativa), não dispõem de capacidade eleitoral passiva (não poderão ser eleitos); 2) os estrangeiros e os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, pois são não alistáveis e, como tais, inelegíveis. São os seguintes os casos de inelegibilidade relativa: 1) Por Motivos funcionais: “o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente” (CF, art. 14, § 5.º); Em decorrência dessa inelegibilidade temos que: a) a Constituição Federal não proíbe que uma mesma pessoa venha a exercer a chefia do Executivo por mais de duas vezes (três, quatro, cinco vezes); o que se veda é a eleição sucessiva ao terceiro mandato para o mesmo cargo; b) a Constituição Federal não exige a denominada desincompatibilização do Chefe do Poder Executivo que pretenda candidatar-se à reeleição, isto é, não se exige que o Chefe do Executivo renuncie, ou que se afaste temporariamente do cargo, para que possa candidatar-se à reeleição; c) o Vice-Presidente da República, os Vice-Governadores e os Vice-Prefeitos poderão, também, ser reeleitos para os mesmoscargos, por um único período subsequente; d) o Vice-Presidente da República, os Vice-Governadores e os Vice-Prefeitos, reeleitos ou não, poderão candidatar-se ao cargo do titular, mesmo tendo substituído este no curso do mandato; Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 17 e) não pode o Chefe do Executivo, que esteja exercendo o segundo mandato eletivo (por reeleição), renunciar antes do término desse com o intuito de pleitear nova recondução para o período subsequente (reeleição para um terceiro mandato subsequente); f) não pode aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia do Executivo vir a candidatar-se, no período subsequente (terceiro período), ao cargo de vice chefia do Executivo; g) não poderá aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia do Executivo candidatar-se, durante o período imediatamente subsequente, à eleição prevista no art. 81 da Constituição Federal, que determina que, vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente, far-se-á nova eleição direta, noventa dias após a abertura da última vaga, ou eleição indireta pelo Congresso Nacional, trinta dias depois de aberta a última vaga, se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato presidencial; h) não pode o prefeito que já esteja exercendo o segundo mandato sucessivo candidatar-se novamente ao cargo de prefeito, ainda que, dessa vez, em município diferente; essa hipótese veda o chamado prefeito itinerante ou prefeito profissional; i) na hipótese de ocorrer a vacância definitiva do cargo de Presidente da República, Governador ou Prefeito, o vice assumirá efetiva e definitivamente o exercício da chefia do Executivo, e somente poderá candidatar-se a um único período subsequente. Cuidado! O § 6º do art. 14 traz outra hipótese de inelegibilidade funcional, aplicável à candidatura do Chefe do Executivo para outros cargos, nos seguintes termos: “§ 6.º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.” São, pois, inelegíveis para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Essa inelegibilidade aplica-se a qualquer outro cargo eletivo, inclusive a suplente de senador. 2) Por Motivos de casamento, parentesco ou afinidade: “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 18 Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição” (CF, art. 14, § 7.º); Essa hipótese é denominada inelegibilidade reflexa, porque incide sobre terceiros. Observa-se que a inelegibilidade reflexa alcança, tão somente, o território de jurisdição do titular, nestes termos: a) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Prefeito não poderão candidatar-se a vereador ou Prefeito do mesmo Município; b) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo no Estado (vereador, deputado estadual, deputado federal e senador pelo próprio Estado e Governador do mesmo Estado); c) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Presidente da República não poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo no País. A respeito dessa inelegibilidade, temos a importante Súmula Vinculante 18 do STF, nestes termos: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7.º do artigo 14 da Constituição Federal.” 3) Pela Condição de militar: o militar é alistável, podendo ser eleito (CF, art. 14, § 8.º). Porém, é vedado ao militar, enquanto estiver em serviço ativo, estar filiado a partido político (CF, art. 142, § 3.º, V); Em face da vedação à filiação partidária do militar, o Tribunal Superior Eleitoral firmou entendimento de que, nessa situação, suprirá a ausência da prévia filiação partidária o registro da candidatura apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato. Atendida essa formalidade, o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: a) se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; b) se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 19 4) Previsões em lei complementar: a Constituição Federal deixa expresso que as hipóteses de inelegibilidade relativa previstas no texto constitucional não são exaustivas, podendo ser criadas outras, desde que por meio de lei complementar nacional, editada pelo Congresso Nacional (CF, art. 14, § 9.º). 4.6) Privação dos direitos políticos O cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado, definitivamente ou temporariamente, dos direitos políticos, o que importará, como efeito imediato, na perda da cidadania política. A privação definitiva denomina-se perda dos direitos políticos. A privação temporária denomina-se suspensão dos direitos políticos. Cuidado! A Constituição Federal não permite, em nenhuma hipótese, a cassação dos direitos políticos (supressão arbitrária)! Essa matéria está disciplinada no art. 15 da Lei Maior, que dispõe: Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II – incapacidade civil absoluta; III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5.º, VIII; V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4.º. 4.7) Princípio da anterioridade eleitoral O princípio da anterioridade eleitoral está previsto no art. 16 da Constituição, nestes termos: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência”. Atenção! O princípio da anterioridade eleitoral é cláusula pétrea, por representar uma garantia individual do cidadão-eleitor. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 20 5) Partidos Políticos Antes de concluir, falemos um pouco sobre os partidos políticos (embora, nesse assunto, não haja muito a acrescentar além do que dispõe o próprio texto constitucional). Segundo a Constituição, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana. Os partidos devem estar organizados nacionalmente(caráter nacional), prestar contas à justiça eleitoral e ter funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Mas é vedado receber recursos de entidades ou governos estrangeiros ou se subordinar a eles, bem como se utilizar de organização paramilitar (CF, art. 17, § 4°). Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (CF, art. 17, § 3°). Constituição e registro Os partidos políticos constituem-se na forma da lei civil (como pessoas jurídicas de direito privado). Posteriormente, registrarão seus estatutos no TSE. Atenção! Não é no TRE (como às vezes aparece em questões de concursos); ademais, a personalidade jurídica é adquirida na forma da lei civil anteriormente ao registro dos estatutos no TSE. Coligações O partido é livre para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, bem como para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Ou seja, não existe a chamada verticalização das coligações partidárias. Disciplina interna O STF decidiu que a fidelidade partidária é princípio constitucional que deve ser observado pelos candidatos. Portanto, salvo justa causa, a desfiliação partidária pelo eleito acarreta a perda do direito de continuar a exercer o mandato eletivo, uma vez que o destinatário do voto é o partido político viabilizador da candidatura por ele oferecida. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 21 6) Exercícios de Concursos Pretéritos 1. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da administração pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível deferida às crianças. Assim, assegura-se a elas, como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). Essa prerrogativa jurídica, em consequência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola. Ainda segundo o Supremo, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, a educação infantil não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. Item certo. 2. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A jurisprudência do STF firmou-se no sentido da existência de direito subjetivo público de crianças de até cinco anos de idade ao atendimento em creches e pré-escolas. A referida corte consolidou, ainda, o entendimento de que é possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação desse direito constitucional. Primariamente, reside nos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas públicas. Entretanto, excepcionalmente, revela-se possível ao Poder Judiciário determinar a implementação de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sempre que os órgãos estatais competentes vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 22 integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. Então, admite-se a intervenção do Poder Judiciário com vistas a garantir a concretização desse direito subjetivo das crianças (direito ao atendimento em creches e pré-escolas). Item certo. 3. (CESPE/DEFENSORIA PÚBLICA/ES/2013) Os direitos sociais não vinculam o legislador, visto que sua efetivação está sujeita às condições financeiras do Estado. O Poder Público está vinculado à necessidade de concretizar os direitos sociais previstos pela Constituição. Trata-se de obrigação constitucional da qual não se desincumbe por meio de justificativas de ordem meramente pragmática (como é a alegação de “inexistência de condições financeiras”). Item errado. 4. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Os direitos sociais previstos na Constituição, por estarem submetidos ao princípio da reserva do possível, não podem ser caracterizados como verdadeiros direitos subjetivos, mas, sim, como normas programáticas. Dessa forma, esses direitos devem ser tutelados pelo poder público, quando este, em sua análise discricionária, julgar favoráveis as condições econômicas e administrativas. Os direitos sociais podem ser caracterizados como direitos subjetivos; por isso, em seu processo de concretização, não podem se expor exclusivamente a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública. Item errado. 5. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE – RO/2013) Não sendo os direitos sociais dotados de dimensão subjetiva, diferentemente dos direitos civis e políticos, não se exigem do poder público prestações positivas a eles relativas, o que, entretanto, não impede o controle judicial de razoabilidade das políticas públicas sociais. Os direitos sociais previstos na Constituição constituem verdadeiros direitos subjetivos das pessoas. É dever do Poder Público, portanto, a adoção de medidas que possam concretizá-los. Em outras palavras, exige-se do Estado que implemente políticas públicas com vistas a efetivar tais direitos. Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 23 6. (CESPE/ESPECIALISTA/ANAC/2012) Os direitos sociais são assegurados constitucionalmente, de modo que sua concretização independe da existência de recursos financeiros. Não basta que um direito social esteja assegurado constitucionalmente para que ele seja realizado na prática. Veja, o art. 6° estabelece que são direitos sociais: “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”. Isso significa que nós, brasileiros, temos direito a saúde, educação, moradia etc. Entretanto, a concretização efetiva de tais direitos depende de diversas ações do Poder Público. Portanto, exige gastos, dispêndios financeiros por parte do Estado. O direito à saúde, por exemplo, depende da construção de hospitais, contratação de médicos, aquisição de equipamentos etc. Item errado. 7. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. Os direitos sociais relacionam-se a uma atuação positiva do Estado. Não se confundem com as liberdades negativas, ligadas a uma necessidade de abstenção estatal. As liberdades negativas constituem direitos de primeira geração. Item errado. 8. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/ES/2012) A alimentação adequada é um dos direitos sociais constitucionalmente protegidos, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricionalda população. Exatamente. A alimentação é um dos direitos sociais previstos no art. 6° da Constituição. Isso obriga o poder público a adotar medidas (políticas públicas) necessárias para concretizar esse direito a todos. Afinal, a garantia de segurança alimentar da população depende de ações do poder público (e essa atuação não é discricionária, mas determinada pela Constituição). Item certo. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 24 9. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Os direitos sociais previstos na Constituição Federal advêm de normas de ordem pública, que não se revestem de imperatividade, podendo ser alteradas pela vontade das partes integrantes da relação trabalhista. Os direitos sociais não podem se afastados por mera vontade dos contratantes. Trata-se de direitos de natureza imperativa, inviolável por vontade das partes contraentes da relação trabalhista (Alexandre de Moraes). Item errado. 10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/RJ/2012) As normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada, ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, para que se efetivem de maneira adequada, se devem cumprir exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos orçamentários e mediação do legislador. Como vimos, é certo que os direitos sociais não se efetivam integralmente pela simples inclusão na Constituição. Eles dependem de políticas estatais (prestações positivas do poder público, legislação e gastos orçamentários). Por isso se afirmar que se trata de normas constitucionais de eficácia limitada (a eficácia integral da norma não é automática a partir da sua promulgação). Item certo. 11. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE/AM/2008) A Emenda Constitucional n.º 26/2000 incluiu, entre os direitos sociais, o direito a moradia. Sendo assim, o bem de família do fiador em contrato de locação não pode ser penhorado, pois fere o direito social da moradia. O STF firmou entendimento de que o único imóvel da família (“bem de família”) pode ser penhorado em contrato de locação, para o pagamento de dívida do fiador. Atenção! Trata-se do bem do fiador. Item errado. 12. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de direitos sociais. O direito à vida e à livre locomoção não são direitos sociais, de segunda dimensão. Trata-se de direitos tipicamente individuais, de primeira geração. Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 25 13. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, não dependendo de normatividade ulterior. Há diversos direitos sociais previstos em normas de eficácia limitada, dependentes de regulamentação para que possam produzir seus efeitos integrais. Item errado. 14. (CESPE/JUIZ/TRF5/2009) Considere que Carla, menor com 10 meses de idade, não tenha acesso a uma creche pública gratuita por falta de vagas. Nessa situação hipotética, não poderia Carla ser matriculada em uma creche pública por força de decisão judicial, visto que a criação das condições desse serviço público decorre da análise dos critérios de conveniência e oportunidade do administrador, não havendo direito subjetivo na espécie. Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível deferida às crianças. Assim, impõe-se, ao Estado, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola. Nesse sentido, o poder judiciário poderia determinar a matrícula de Carla na creche, considerado seu direito subjetivo à educação infantil e tendo em vista o fato de que a concretização desse direito não se expõe a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem pode se subordinar a razões de puro pragmatismo governamental. Item errado. 15. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2013) A CF estabelece um rol de direitos de natureza trabalhista que tem como destinatários tanto os trabalhadores urbanos quanto os rurais. De fato, ao longo dos diversos incisos de seu art. 7º, a Constituição estabelece direitos tanto para os trabalhadores urbanos quanto para os trabalhadores rurais, sem fazer distinção entre eles (por exemplo, salário mínimo, décimo terceiro salário, licença à gestante, entre outros). Item certo. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 26 16. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – DF/2013) Os mesmos direitos sociais assegurados na CF aos trabalhadores urbanos e rurais são garantidos aos servidores públicos civis, mas não aos militares. Nem todos os direitos sociais são aplicáveis aos servidores públicos. Nos termos do § 3.º do art. 39 da CF/88, aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. Assim, está errado afirmar que, em sua totalidade, os direitos sociais aplicam- se aos servidores públicos, uma vez que alguns direitos se aplicam aos servidores e outros não. Item errado. 17. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) Os direitos sociais elencados no texto constitucional são integralmente assegurados aos trabalhadores urbanos, rurais e domésticos. Não, não. A Constituição Federal iguala trabalhadores urbanos e rurais. Todavia, os trabalhadores domésticos não dispõem desses mesmos direitos de forma igualitária. Embora a Emenda Constitucional 72/2013 tenha diminuído essa distinção, não se pode afirmar que ela não exista. O parágrafo único do art. 7° estabelece quais são os direitos assegurados aos trabalhadores domésticos, nestes termos: “Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.” É importante destacar que, hoje, temos duas categorias de direitos estendidos aos domésticos: (a) direitos de exercício imediato (eficácia plena) e (b) direitos de exercício diferido (eficácia limitada), dependente do atendimento de condições estabelecidas em lei, bem como da observância à simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades. Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 27 18. (CESPE/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/TCE – RS/2013) A CF veda a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais que os executem. A Constituição proíbe, expressamente, a distinção entretrabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (CF, art. 7º, XXXII). Item certo. 19. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) É incompatível com o disposto na Constituição Federal o estabelecimento de diferença de salários em razão da idade do trabalhador. A Constituição proíbe, expressamente, qualquer diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (CF, art. 7º, XXX). Item certo. 20. (CESPE/JUIZ/TJDFT/2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze ação visando obterprovimento que lhe assegure o recebimento da remuneraçãopelo trabalho noturno superior à remuneração do trabalhodiurno, o juiz deverá rejeitar o pedido, pois a CF não conferiu ao trabalhador rural o direito postulado. A Constituição equiparou trabalhadores urbanos e rurais e concedeu a eles direito à remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (CF, art. 7º, IX). Item errado. 21. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Pelo princípio da irredutibilidade salarial, a CF veda a redução de salários, mesmo que por decisão judicial, convenção ou acordo coletivo de trabalho. É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo (CF, art. 7º, VI). Item errado. 22. (CESPE/JUIZ/RN/2013) O direito do trabalhador a jornada reduzida de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento é descaracterizado se forem fixados intervalos para descanso e alimentação durante a referida jornada. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 28 A Constituição assegura aos trabalhadores jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (CF, art. 7º, XIV). De acordo com o STF, os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição (Súmula 675). Item errado. 23. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 5.ª REGIÃO/2013) A CF não previu a aposentadoria como direito social dos trabalhadores rurais e domésticos. A aposentadoria consta como direito social dos trabalhadores urbanos, rurais e domésticos (CF, art. 7º, XXIV e parágrafo único). Item errado. 24. (CESPE/ANALISTA/TCE/ES/2013) Com a Emenda Constitucional n.º 72/2013, os trabalhadores domésticos passaram a ter os mesmos direitos dos demais trabalhadores urbanos e rurais, salvo no que diz respeito à sua integração à previdência social. Ainda que a Emenda Constitucional 72/2013 tenha diminuído a distinção entre os trabalhadores domésticos e os demais, ela ainda existe. De acordo com a Constituição, temos duas categorias de direitos estendidos aos domésticos: (a) direitos de exercício imediato (eficácia plena) e (b) direitos de exercício diferido (eficácia limitada), dependente do atendimento de condições estabelecidas em lei, bem como da observância à simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades (CF, art. 7º, parágrafo único). Ademais, no final do parágrafo único do art. 7º, a Constituição assegura expressamente à categoria dos trabalhadores domésticos a sua integração à previdência social. Item errado. 25. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANAC/2012) É direito social dos trabalhadores a assistência gratuita aos filhos, desde o nascimento até os cinco anos de idade, em creches e pré-escolas. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 29 Aos trabalhadores urbanos e rurais é assegurado o direito à assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas (CF, art. 7°, XXV). Item certo. 26. (CESPE/ANALISTA/TRT/17ª REGIÃO/2009) A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada. A Constituição assegura aos trabalhadores participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei (CF, art. 7º, XI). Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de regulamentação para a produção dos seus integrais efeitos. Item certo. 27. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a jornada de sete horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Atenção! As questões que versam sobre direitos sociais, geralmente, se limitam a cobrar o conhecimento da literalidade dos incisos do art. 7° da CF/88. Portanto, vale a pena conhecer esse artigo. De acordo com o art. 7°, XIV, da CF/88, assegura-se aos trabalhadores jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Item errado. 28. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ª REGIÃO/2008) Considere a seguinte situação hipotética. João foi demitido da fazenda onde trabalhava como ordenhador de ovelhas em 21/5/2002. Em 13/5/2005, propôs reclamação trabalhista para cobrar verbas rescisórias a que tinha direito. O juiz do trabalho afastou a alegação de prescrição apresentada em contestação, sob o fundamento de que os créditos trabalhistas prescrevem em cinco anos. Nessa situação, o juiz do trabalho agiu corretamente. A assertiva está errada porquanto já havia ocorrido a prescrição quanto aos créditos trabalhistas (observe que esta ocorre dois anos após a extinção do contrato de trabalho). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 30 A regra constitucional para a prescrição dos créditos resultantes das relações de trabalho (para trabalhadores urbanos e rurais) é a seguinte (CF, art. 7°, XXIX): I) durante o contrato de trabalho, o empregado ajuizar uma reclamação trabalhista requerendo créditos trabalhistas relativos aos últimos cinco anos; II) extinto o contrato de trabalho, ele tem dois anos para ingressar com a ação (embora continue podendo pleitear os direitos dos últimos cinco anos); Observe que, passados quase 3 anos, não havia mais o que reclamar. Mas, veja que se ele ingressasse com a referida ação imediatamente antes de prescrito o prazo (ou seja, antes de completar o prazo de dois anos após a extinção), ele só teria os últimos 3 anos do seu contrato de trabalho para reclamar. Isso porque, extinto o contrato, corre contra o trabalhador o prazo prescricional de 2 anos (prazo limite para o ingresso da ação), além do prazo de 5 anos (que continua correndo). Assim, demorados dois anos para a ação só restariam três anos cobertos pelo contrato de trabalho. Item errado. 29. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ª REGIÃO/2008) O trabalho insalubre em minas de carvão ou na operação de máquinas que possam causar mutilação só é permitido a partir dos 18 anos de idade. A Constituição Federal proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (art. 7º, XXXIII). Item certo. 30. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ªREGIÃO/2008) De acordo com o princípio que manda tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, os trabalhadores avulsos devem ser tratados distintamente daqueles que têm vínculo empregatício permanente. A Constituição Federal assegura a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso (CF, art. 7º, XXXIV). Item errado. 31. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT1/2008) A regra interna de uma empresa que concede remuneração de serviço extraordinário de 60% a mais em relação à hora normal é inconstitucional. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 31 Evidentemente, a empresa pode criar regra mais favorável ao trabalhador (adicional de hora extra de 60% em vez do mínimo de 50% previsto no art. 7º, XVI, da CF/88). O que não seria admitido é que a regra interna descumprisse a Constituição em prejuízo ao trabalhador (criando, por regra interna, adicional de serviço extraordinário de 40%, por exemplo). Item errado. 32. (CESPE/PROCURADOR/TCE/PB/2014) Constitui constrangimento ilegal a revista íntima de trabalhadoras de indústria de vestuário, sob ameaça de dispensa. Segundo o STF, configura constrangimento ilegal a submissão das operárias de indústria de vestuário à revista íntima,sob ameaça de dispensa. Tal constrangimento viola a garantia constitucional da intimidade que protege as trabalhadoras. Item certo. 33. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) É obrigatória a participação de sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. É livre a associação profissional ou sindical para o trabalhador, observada a obrigatoriedade da participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho (CF, art. 8º, VI). Item certo. 34. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) A Constituição Federal assegura o direito à livre associação sindical ou profissional e veda ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical. A liberdade sindical abrange a vedação de que o Poder Público interfira ou intervenha na organização sindical (CF, art. 8º, I). A Constituição proíbe, inclusive, que a lei exija autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente. Item certo. 35. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 10ª REGIÃO/2013) O empregado filiado que vier a se aposentar perderá o direito de votar e de ser votado na organização sindical que integre. O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais (CF, art. 8°, VII). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 32 Item errado. 36. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) Em decorrência do princípio da unicidade sindical, é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um município. De fato, é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município (CF, art. 8°, II). Item certo. 37. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) As negociações coletivas de trabalho devem contar obrigatoriamente com a participação dos sindicatos. Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, sendo obrigatória a sua participação nas negociações coletivas de trabalho (CF, art. 8º, III e VI). Item certo. 38. (CESPE/ADMINISTRADOR/AGU/2010) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, até mesmo em questões judiciais ou administrativas, sendo permitida a criação, na mesma base territorial, de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, as quais serão definidas pelos trabalhadores ou empregadores interessados. Segundo o art. 8°, III, da CF/88, ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Entretanto, a assertiva está incorreta, pois é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município (CF, art. 8°, II). Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 33 39. (CESPE/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2009) A contribuição sindical definida em lei é obrigatória, mesmo para os profissionais liberais que não sejam filiados a sindicato. O art. 8° da CF trata do direito à livre associação sindical. Segundo o inciso IV, a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei. A partir desse inciso podemos concluir que são duas as contribuições: (i) uma fixada em assembleia geral (contribuição confederativa); e (ii) outra fixada por lei (contribuição sindical). O importante é você saber que apenas a última (fixada em lei) é compulsória para todos (filiados ou não) e tem natureza de tributo. A primeira é devida apenas para aqueles trabalhadores filiados. A questão trata dessa obrigatoriedade. Conforme visto, só é compulsória a contribuição sindical definida em lei. Item certo. 40. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/RR/2010) Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante dos empregados com a finalidade exclusiva de promover o entendimento direto entre eles e os empregadores. Nos termos do art. 11 da CF/88, nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Item certo. 41. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 10.ª REGIÃO/2013) A criação de entidade sindical depende de autorização do órgão competente, podendo o poder público nela intervir quando houver comprovada violação de seus atos estatutários. Não seria nada democrática a intervenção do poder público nas entidades sindicais. É importante lembrar que é livre a associação profissional ou sindical (CF, art. 8°, caput). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo &Frederico Dias 34 A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical (CF, art. 8°, I). Item errado. 42. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os sindicatos não têm legitimidade processual para atuar na defesa de direitos individuais da categoria que representem, mas são parte legítima para defender
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