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Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios 
Aula 04–Direitos Fundamentais – Parte II 
Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 
 
 
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Conteúdo 
1) Direitos Sociais ............................................................................................. 2 
1.1) Enumeração dos direitos sociais dos trabalhadores ................................... 3 
1.2) Direitos Coletivos dos Trabalhadores ....................................................... 7 
3) Nacionalidade ............................................................................................... 8 
3.1) Brasileiros natos (aquisição originária) .................................................... 9 
3.2) Brasileiros naturalizados (aquisição secundária) ...................................... 10 
3.3) Portugueses residentes no Brasil ........................................................... 11 
3.4) Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado ..................... 12 
3.5) Perda da nacionalidade ......................................................................... 12 
3.6) Dupla nacionalidade ............................................................................. 13 
4) Direitos Políticos .......................................................................................... 13 
4.1) Direito ao sufrágio ............................................................................... 13 
4.2) Capacidade eleitoral ativa ..................................................................... 14 
4.3) Plebiscito e referendo ........................................................................... 14 
4.4) Capacidade eleitoral passiva ................................................................. 15 
4.5) Inelegibilidades ................................................................................... 16 
4.6) Privação dos direitos políticos ................................................................ 19 
4.7) Princípio da anterioridade eleitoral ......................................................... 19 
5) Partidos Políticos .......................................................................................... 20 
6) Exercícios de Concursos Pretéritos ................................................................. 21 
7) Lista das Questões (sem os comentários) ....................................................... 57 
8) Gabarito ..................................................................................................... 67 
 
Concluiremos, hoje, o estudo dos Direitos Fundamentais, com o exame do texto 
constitucional do art. 6º ao art. 17 da Constituição Federal, que contemplam 
quatro classes desses direitos: direitos sociais (art. 6º a 11); direitos de 
nacionalidade (arts. 12 e 13); direitos políticos (arts. 14 a 16); direitos dos 
partidos políticos (art. 17). 
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Ao contrário da nossa Aula pretérita, que foi bastante “pesada” (especialmente 
devido aos incontáveis entendimentos do STF sobre o alcance de dispositivos do 
art. 5º!), o nosso estudo de hoje será bem leve, bem mais simples para ser 
integralmente “digerido”! 
 
1) Direitos Sociais 
O dispositivo constitucional que enuncia, explicitamente, os direitos sociais é o 
art. 6º, nestes termos: 
“Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e 
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” 
Antes de tudo, é importante você saber que dois (2) desses direitos sociais não 
constavam do texto originário da Constituição, isto é, foram acrescentados por 
emenda à Constituição, quais sejam: o direito à moradia (acrescentado pela 
EC 20/2000) e à alimentação (acrescentado pela EC 64/2010). Acredite, esse 
aspecto tem sido cobrado em provas de concursos! 
Direitos de segunda dimensão, de índole positiva 
Os direitos sociais são típicos direitos de segunda dimensão, que marcam o 
Estado social, como exigência de atuação comissiva (positiva) do Estado em 
prol dos hipossuficientes, homenageando a igualdade. 
Entretanto, cuidado! Nem todos os direitos sociais exigem prestações positivas 
do Estado; há, também, excepcionalmente, direitos sociais de índole negativa, 
que exigem, apenas, a abstenção do Estado em favor da liberdade dos 
indivíduos (a liberdade de associação sindical, por exemplo – art. 8º da CF). 
Sujeição à reserva do (financeiramente) possível 
Por exigirem prestações positivas do Estado (em prol dos serviços de saúde, da 
garantia de habitação etc.), não é difícil perceber que os direitos sociais, em 
sua maioria, exigem o emprego de recursos financeiros para a sua 
concretização. 
Daí, como os recursos financeiros são limitados, e as demandas por melhorias 
sociais são ilimitadas, a doutrina desenvolveu a chamada cláusula da reserva 
do (financeiramente) possível, segundo a qual o Estado, tem, sim, 
obrigação de assegurar (implementar, concretizar) os direitos sociais previstos 
na Constituição Federal, mas somente no limite do financeiramente possível. 
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Princípio do mínimo existencial 
De outro lado – como uma espécie de limite à cláusula da reserva do 
financeiramente possível -, temos o princípio da garantia do mínimo 
existencial, vale dizer, a alegação de insuficiência de recursos financeiros não 
afasta o dever do Estado de garantir um mínimo necessário em termos de 
direitos sociais para uma existência digna da população (isto é, o Estado deve 
assegurar, pelo menos, o mínimo necessário para uma existência digna). 
Princípio da proibição de retrocesso (effetcliquet) 
O princípio da vedação de retrocesso visa a impedir que o legislador venha 
a retroceder, pura e simplesmente, no tocante à concretização de direitos 
sociais previstos na Constituição. Em simples palavras: segundo esse princípio, 
em se tratando de direitos sociais, a regra é “andar pra frente” (em prol dos 
indivíduos, na concretização de direitos sociais); não pode o Estado “andar para 
trás” (retroceder em direitos sociais anteriormente já concretizados). 
Embora não explicitamente previsto na Constituição Federal de 1988, 
entende-se que esse princípio tem aplicação no Brasil. 
Implementação de políticas públicas pelo Poder Judiciário 
Segundo o STF, diante de situações excepcionais de flagrante omissão no 
tocante à implementação de direitos sociais assegurados na Constituição 
Federal, o Poder Judiciário pode determinar ao Poder Público a 
implementação de políticas públicas em prol de indivíduos (aquisição 
emergencial de medicamentos, garantia de vaga em instituição pública de 
ensino, por exemplo). 
 
1.1) Enumeração dos direitos sociais dos trabalhadores 
O art. 7º da Constituição Federal – após equiparar os direitos do trabalhador 
rural aos do trabalhador urbano – apresenta uma extensa enumeração (não 
taxativa, já que outros poderão ser assegurados em outras normas) dos 
direitos sociais individuais assegurados aos trabalhadores. 
Como muitos dos incisos do art. 7º são, por si sós, claros e suficientes para o 
entendimento dos direitos sociais nele previstos, reproduziremos, aqui, somente 
aqueles que, em nossa opinião, demandam alguma explicação, ou algum puxão 
de orelhapara detalhes – ou, ainda, aqueles que, mesmo óbvios em seu 
conteúdo, são repetidamente cobrados em concursos! Quanto aos demais, 
serão eles abordados nos comentários às questões, no final desta Aula. 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo 
coletivo; 
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Aqui, o único detalhe é chamar atenção para o seguinte: embora assegurada 
constitucionalmente, a irredutibilidade do salário não é absoluta, haja vista 
que poderá ser afastada por negociação coletiva – convenção ou acordo coletivo 
de trabalho. 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em 
lei; 
Esse é um item sempre presente em prova, e sempre questionando o grau de 
sua eficácia. Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de 
regulamentação para a produção dos seus integrais efeitos. Embora já 
regulamentado, há muito, a natureza da norma constitucional não se altera, 
vale dizer, ainda hoje deve ser classificado como norma de eficácia limitada. 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
Estabelecem-se, aqui, três regras distintas: (a) jornada diária máxima de oito 
horas; (b) jornada semanal máxima de quarenta e quatro horas; (c) 
possibilidade de redução e de compensação mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho. 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, salvo negociação coletiva; 
Aqui é importante conhecer o entendimento do STF, de que os intervalos 
fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não 
descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o 
efeito do art. 7º, XIV, da Constituição (Súmula 675). 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
Embora seja a regra, cuidado: a Constituição Federal não obriga que o 
descanso semanal remunerado seja aos domingos; assegura, apenas, que ele 
seja concedido preferencialmente aos domingos. 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta 
dias, nos termos da lei; 
Num só dispositivo constitucional, duas regras distintas, com diferentes graus 
de eficácia: (a) a duração mínima de trinta dias do aviso prévio é norma de 
eficácia plena; (b) a proporcionalidade do aviso prévio ao tempo de serviço 
constitui norma de eficácia limitada. 
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
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Até 2006, a redação originária desse dispositivo assegurava tal assistência até 6 
(seis) anos de idade; com a promulgação da EC 53/2006, alterou-se para até 5 
(cinco) anos. 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa; 
Novamente, duas regras em um só dispositivo: (a) o seguro contra acidentes 
de trabalho é de responsabilidade do empregador; (b) a contratação desse 
seguro pelo empregador não exclui o seu dever de indenização, quando 
incorrer em dolo ou culpa. 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com 
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o 
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
Esse dispositivo trata do prazo prescricional para que os trabalhadores 
ingressem com ações visando ao reconhecimento de créditos resultantes das 
relações de trabalho, e pode ser assim entendido: 
a) na vigência do contrato de trabalho, se o empregado ajuizar uma reclamação 
trabalhista contra seu empregador, poderá requerer os créditos trabalhistas 
relativos aos últimos cinco anos; 
b) quando é extinto o contrato de trabalho, ele também poderá pleitear na 
Justiça do Trabalho os direitos dos últimos cinco anos, mas só poderá 
ingressar com a reclamação trabalhista até dois anos após a extinção do 
contrato de trabalho; 
c) a partir da extinção do contrato de trabalho, o prazo começa a correr 
contra o empregado, isto é, cada dia em que permanece inerte, ele perde um 
dia de direito (se ele ingressar com a ação no último dia dos dois anos, só 
poderá pleitear direitos relativos aos últimos três anos do contrato de trabalho); 
d) se o trabalhador ingressar com a ação após dois anos da extinção do 
contrato de trabalho, não terá direito algum a ser pleiteado, pois terá sido 
fulminado pela prescrição. 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição 
de aprendiz, a partir de quatorze anos; 
Mais uma vez, diferentes regras num mesmo dispositivo constitucional: (a) 
proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito 
anos; (b) proibição de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo 
na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos; (c) proibição de 
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aprendizagem (e, por óbvio, de qualquer trabalho!) a menores de quatorze 
anos. 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os 
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições 
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das 
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e 
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. 
Esse é um daqueles dispositivos constitucionais que, nos dias atuais, tem que 
ser memorizado para a sua prova! Não tem jeito, não dá para escapar dele! Por 
quê? Ora, simplesmente porque ele foi alterado recentemente, pela EC 
72/2013, que ampliou significativamente os direitos constitucionalmente 
assegurados aos trabalhadores domésticos. 
Atenção! Além de você saber quais foram os direitos estendidos aos 
trabalhadores domésticos pela EC 72/2013, é importantíssimo, também, que 
você saiba que tal EC dividiu esses direitos em dois grupos: de eficácia 
plena(imediatamente exercitáveis pelos trabalhadores domésticos); e de 
eficácia limitada(dependentes de regulamentação legal para o seu exercício). 
As bancas têm cobrado os novos direitos outorgados aos domésticos pela EC 
72/2013, muitas vezes indagando sobre a sua eficácia (se plena ou limitada). 
Vamos, então, memorizar estes dois grupos de direitos reconhecidos ao 
trabalhador doméstico pela EC 72/2013: 
a) de exercício imediato: 
•garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
•proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
•duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
•remuneração do serviço extraordináriosuperior, no mínimo, em cinquenta por 
cento à do normal; 
•redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança; 
•reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
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•proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
•proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de 
admissão do trabalhador portador de deficiência; 
•proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e 
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos. 
b) de exercício diferido, condicionado ao atendimento de condições 
estabelecidas em lei, e observada a simplificação do cumprimento das 
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades: 
•relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, 
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, 
dentre outros direitos; 
•seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
•fundo de garantia do tempo de serviço; 
•remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
•salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda 
nos termos da lei; 
•assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) 
anos de idade em creches e pré-escolas; 
•seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
Cuidado! Mesmo depois da EC 72/2013, não é correto afirmar que o 
empregado doméstico tenha todos os direitos sociaisdos trabalhadores em 
geral! De fato, alguns direitos sociais previstos no art. 7º da Constituição não 
foram estendidos aos trabalhadores domésticos (incisos V, XI, XIV, XX, XXIII, 
XXVII, XXIX, XXXII e XXXIV). 
 
1.2) Direitos Coletivos dos Trabalhadores 
No tocante aos direitos coletivos dos trabalhadores – enumerados do art. 8º ao 
art. 11 da Constituição – não há muito para explicar, vale dizer, a literalidade 
de tais dispositivos já basta, em si, para a resolução das questões de provas. 
Deixemos os comentários a eles, portanto, para o final desta Aula, na 
apresentação das questões de concursos. 
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Há, porém, um dispositivo que é muito cobrado em concursos, e que merece 
uma explicação adicional, em razão de uma jurisprudência firmada pelo 
Supremo Tribunal. Trata-se do inciso IV do art. 8º, que reza o seguinte: 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo 
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição 
prevista em lei; 
Observe que esse dispositivo prevê duas contribuições distintas: a primeira, 
fixada pela assembleia geral dos trabalhadores (contribuição 
confederativa); a segunda, prevista em lei (contribuição sindical). Sobre 
essas duas contribuições, é importante que você saiba: 
 
Contribuição Confederativa Contribuição Sindical 
Fixada pela assembleia-geral Fixada por lei 
Natureza não tributária Natureza tributária 
Devida apenas pelos trabalhadores 
filiados ao sindicato. 
Devida por todos os trabalhadores, 
filiados ou não ao sindicato. 
 
3) Nacionalidade 
Antes de adentrarmos no estudo dos direitos fundamentais de nacionalidade 
propriamente ditos, faz-se necessário relembrarmos alguns conceitos que nos 
auxiliarão nesse estudo. 
Nacionais e Estrangeiros 
São nacionais de um Estado aqueles que o seu Direito definir como tais. Os 
demais (não definidos pelo Estado como seus nacionais) serão estrangeiros. 
Povo e Cidadão 
Povo é conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado. Cidadão é 
conceito restrito, para designar somente os nacionais (natos ou naturalizados) 
no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do Estado. 
Polipátrida e Apátrida 
Polipátrida é aquele que possui mais de uma nacionalidade (em razão de o 
seu nascimento o enquadrar em distintas regras de aquisição de nacionalidade), 
enquanto apátrida é aquele que, dada a circunstância de seu nascimento, não 
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adquire nacionalidade (por não se enquadrar em nenhum critério estatal que 
lhe atribua nacionalidade). 
Nacionalidades Primária e Secundária 
A nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, 
de acordo com os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais), 
será estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, pois 
não decorre de ato de vontade da pessoa, mas simplesmente do nascimento 
em determinada circunstância. 
A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do 
nascimento (em regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária 
de nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de vontade. 
Critérios de atribuição de nacionalidade 
São dois os critérios para a atribuição da nacionalidade primária, ambos 
partindo do nascimento da pessoa: 
a) critério ius sanguinis, que se fundano vínculo de sangue, segundo o qual 
será nacional todo aquele que for filho de nacionais, independentemente do 
local de nascimento; 
b) critério ius solis, que atribui a nacionalidade a quem nasce no território do 
Estado que o adota, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. 
Atenção! No Brasil, adotamos, como regra geral, o critério ius solis; porém, 
existem situações de adoção do critério ius sanguinis. 
Agora, sim, relembrados esses importantes conceitos, passemos ao exame do 
texto da Constituição Federal de 1988 (arts. 12 e 13). 
 
3.1) Brasileiros natos (aquisição originária) 
São brasileiros natos: 
a)os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
Veja que, nessa hipótese, a Constituição adotou o critério ius solis (origem 
territorial), considerando nato aquele nascido no território brasileiro, com 
apenas uma exceção: os filhos de pais estrangeiros que estejam a serviço de 
seu país. 
São dois, portanto, os requisitos para o afastamento do critério iussolis: (i) 
ambos os pais estrangeiros; (ii) pelo menos um dos pais estar a serviço de 
seu país de origem. 
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Cuidado! Se os pais estiverem no Brasil a passeio, ou a serviço de empresa 
privada, ou de outro país que não o seu de origem, o filho aqui nascido será 
brasileiro nato! 
b)os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
Nessa hipótese, o legislador constituinte adotou o critério ius sanguinis, 
combinado com um critério funcional: a necessidade de que o pai ou a mãe 
brasileiros (ou ambos, evidentemente), natos ou naturalizados, estejam a 
serviço da RepúblicaFederativa do Brasil. 
Atenção! O serviço pode ser qualquer serviço público prestado pelos órgãos e 
entidades da Administração Direta ou Indireta da União, dos estados, do 
Distrito Federal ou dos municípios. 
c)os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
Veja que, aqui, são duas possibilidades distintas de aquisição de nacionalidade: 
(i) registro em repartição brasileira; e (ii) vir o nascido no estrangeiro residir no 
Brasil e optar, quando atingida a maioridade. 
Na primeira situação – registro em repartição brasileira competente –, o mero 
registro já assegura, por si só, a nacionalidade brasileira. 
Na segunda possibilidade, são dois os requisitos para a aquisição da 
nacionalidade brasileira: (a) vir o nascido no estrangeiro a residir no Brasil, a 
qualquer tempo; (b) depois de atingida a maioridade, efetuar a opção, em 
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. 
 
3.2) Brasileiros naturalizados (aquisição secundária) 
No Brasil, a aquisição da nacionalidade secundária se dá por meio da 
naturalização. 
Atenção! No Brasil, a naturalização é sempre expressa, isto é, sempre exige 
manifestação de vontade expressa (requerimento) do interessado (não há 
naturalização tácita). 
São brasileiros naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária); 
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Em suma, podemos afirmar que a naturalização ordinária ocorre em duas 
hipóteses: 
I) no caso dos estrangeiros originários de países de língua portuguesa, exigem- 
se apenas: (i) residência por um ano ininterrupto; e (ii) idoneidade moral; 
II) já para os estrangeiros não originários de países de língua portuguesa a 
naturalização ordinária ocorrerá conforme dispuser a lei. 
Atenção! A naturalização ordinária é discricionária, isto é, ainda que tenha 
cumprido os requisitos, o interessado não dispõe de direito subjetivo à 
aquisição da nacionalidade brasileira! A decisão, pela concessão ou não, 
dependerá de avaliação de conveniência e oportunidade do Chefe do Poder 
Executivo. 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa 
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, 
desde que requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária). 
São três os requisitos para aquisição da naturalização extraordinária: (i) 
residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos; (ii) ausência de 
condenação penal; (iii) requerimento do interessado. 
Atenção! Na naturalização extraordinária não há discricionariedade para o 
Chefe do Poder Executivo; isto é, cumpridos os quinze anos de residência no 
Brasil sem condenação penal, efetivado o requerimento, o Chefe do Poder 
Executivo não pode negar a naturalização! 
 
3.3) Portugueses residentes no Brasil 
Estabelece a Constituição que “aos portugueses com residência permanente no 
país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição” 
(art. 12, § 1.º). 
Cuidado! Nessa situação, não se trata de concessão aos portugueses da 
nacionalidade brasileira; os portugueses residentes no Brasil continuam 
portugueses e os brasileiros que vivem em Portugal continuam com a 
nacionalidade brasileira; o que acontece é que, uns e outros, recebem direitos 
que, no geral, somente poderiam ser concedidos aos nacionais de cada país. 
Com isso, se um português tiver residência permanente no Brasil, e Portugal 
reconhecer ao brasileiro com residência permanente em Portugal determinado 
direito não reconhecido a estrangeiro, o português poderá reivindicar igual 
tratamento aqui, salvo se privativo de brasileiro nato. 
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3.4) Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado 
A Constituição de 1988 não permite que a lei estabeleça distinção entre 
brasileiro nato e naturalizado. 
Desse modo, os únicos casos de tratamento diferenciado admitidos são aqueles 
já expressamente constantes do próprio texto constitucional, a saber: 
a) cargos: são privativos de brasileiro nato os cargos de Presidente da 
República e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos 
Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal 
Federal, Carreira Diplomática, Oficial das Forças Armadas e de Ministro de 
Estado de Defesa (CF, art. 12, § 3.º); 
b) função no Conselho da República: no Conselho da República, órgão 
superior de consulta do Presidente da República, foram constitucionalmente 
reservadas seis vagas a cidadãos brasileiros natos (CF, art. 89, VII); 
c) extradição: o brasileiro nato não pode ser extraditado, o que pode ocorrer 
com o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (CF, art. 5.º, LI); 
d) direito de propriedade: o brasileiro naturalizado há menos de dez anos 
não pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiofusão sonora de 
sons e imagens, tampouco ser sócio com mais de 30% (trinta por cento) do 
capital total e do capital votante e participar da gestão dessas empresas (CF, 
art. 222). 
 
3.5) Perda da nacionalidade 
A perda da nacionalidade só poderá ocorrer nas hipóteses expressamente 
previstas na Constituição Federal, não podendo a leiampliar tais hipóteses. 
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que (CF, art. 12, § 4.º): 
a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional; 
b) adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de 
nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, 
pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos 
civis. 
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3.6) Dupla nacionalidade 
Como regra geral, o brasileiro que adquire outra nacionalidade perde a condição 
de nacional brasileiro. Porém, a Constituição Federal admite, em duas 
situações, a dupla nacionalidade: 
 
a) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: não 
perderá a nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida outra nacionalidade 
por Estado estrangeiro, originariamente, em virtude de adoção do critério ius 
sanguinis; 
b) imposição da lei estrangeira: imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para 
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
 
4) Direitos Políticos 
Reza a Constituição Federal que a soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos e, nos termos 
da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativapopular (CF, art. 14). 
São esses, portanto, os direitos políticos expressamente consignados na Carta 
da República de 1988: 
a) direito ao sufrágio; 
b) direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos; 
c) direito à iniciativa popular de lei. 
 
4.1) Direito ao sufrágio 
O direito ao sufrágio é materializado pela capacidade de votar (capacidade 
eleitoral ativa) e de ser votado (capacidade eleitoral passiva). 
A capacidade eleitoral ativa representa o direito de votar, o direito de alistar-se 
como eleitor (alistabilidade). 
A capacidade eleitoral passiva consiste no direito de ser votado, de eleger-se 
para um cargo político (elegibilidade). 
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A Constituição de 1988 consagra o sufrágio universal, não exigindo para o 
exercício do direito de voto a satisfação de nenhuma condição econômica, 
profissional, intelectual etc. 
A vigente Carta Política impõe, ainda, que o voto direto seja periódico e 
secreto. 
 
4.2) Capacidade eleitoral ativa 
A capacidade eleitoral ativa é a que garante ao nacional o direito de votar nas 
eleições, nos plebiscitos ou nos referendos. 
No Brasil, a aquisição dessa capacidade dá-se com o alistamento realizado 
perante os órgãos competentes da Justiça Eleitoral (alistamento eleitoral). 
A obtenção da qualidade de eleitor, comprovada por meio da obtenção do 
título de eleitor, dá ao nacional a condição de cidadão, tornando-o apto ao 
exercício de direitos políticos, tais como votar, propor ação popular, dar início 
ao processo legislativo das leis (iniciativa popular) etc. 
Cuidado! A obtenção do título de eleitor não permite ao cidadão o exercício de 
todos os direitos políticos! Com o título de eleitor, o cidadão não adquire, por 
exemplo, o direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva)! Enfim, veremos 
adiante que todo elegível é obrigatoriamente eleitor; porém, nem todo 
eleitor é elegível! Por exemplo: o analfabeto e o menor entre dezesseis e 
dezoito anos possuem a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade); porém, não 
dispõem da capacidade eleitoral passiva (elegibilidade). 
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito 
anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os 
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
A Constituição brasileira não permite o alistamento dos estrangeiros e, 
durante o serviço militar, dos conscritos. São, portanto, os denominados 
inalistáveis (que não podem se alistar como eleitores). 
 
4.3) Plebiscito e referendo 
Uma das formas de exercício da soberania popular será a realização de 
consultas à população, por meio de plebiscito e referendo (CF, art. 14), que 
deverão ser autorizados pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, XV). 
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O plebiscito é convocado com anterioridade (previamente) a ato legislativo ou 
administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe 
tenha sido submetido. 
O referendo é convocado com posterioridade (posteriormente) a ato 
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou 
rejeição. 
 
4.4) Capacidade eleitoral passiva 
No Brasil a elegibilidade não coincide com a alistabilidade (não basta ser 
eleitor para ser elegível; nem todo eleitor é elegível). Enfim, a condição de 
eleitor é indispensável para ser alcançada a condição de elegível (todo elegível 
é eleitor; não há elegível que não seja, também, eleitor). Porém, não basta ser 
eleitor para ser elegível (nem todo eleitor é elegível), porquanto é exigido o 
cumprimento de outros requisitos para a elegibilidade. 
As condições de elegibilidade são as seguintes: 
a) nacionalidade brasileira ou condição de equiparado a português, sendo que 
para Presidente e Vice-Presidente da República exige-se a condição de 
brasileiro nato (CF, art. 12, § 3.º); 
b) pleno exercício dos direitos políticos (aquele que teve suspensos ou perdeu 
seus direitos políticos não dispõe de capacidade eleitoral passiva); 
c) alistamento eleitoral (comprovado pela apresentação do título de eleitor, 
regularmente inscrito perante a Justiça Eleitoral); 
d) domicílio eleitoral na circunscrição (o eleitor deverá ser domiciliado no local 
pelo qual se candidata, pelo período mínimo exigido pela legislação eleitoral); 
e) idade mínima, que deverá ser verificada tendo por referência a data da 
posse(e não a data do alistamento ou do registro), sendo as seguintes: trinta e 
cinco anos, para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República e 
senador da República; trinta anos, para os cargos de Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal; vinte e um anos, para os cargos de 
deputado federal, deputado estadual ou distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de 
paz; dezoito anos, para vereador; 
f) filiação partidária (não se admite, no Brasil, a denominada candidatura 
autônoma ou avulsa, sem filiação a partido político). 
Atenção! Além do cumprimento das condições de elegibilidade, para que o 
cidadão possa ser eleito é indispensável que ele não se enquadre em 
nenhuma das hipóteses de inelegibilidade, indicadas no subitem seguinte. 
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4.5) Inelegibilidades 
A própria Constituição Federal estabelece certas hipóteses de inelegibilidade 
(CF, art. 14, §§ 4.º ao 7.º). Entretanto, essas hipóteses de inelegibilidade 
previstas no texto constitucional não são exaustivas, porque a Constituição 
expressamente permite que lei complementar venha a estabelecer outras 
hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 9.º). 
A inelegibilidade pode ser absoluta (quando impede que o cidadão concorra em 
qualquer eleição, a qualquer mandato eletivo) ou relativa (quando impõe 
restrições à elegibilidade para alguns cargos eletivos, em razão de situações 
especiais em que se encontra o cidadão-candidato no momento da eleição). 
São os seguintes os casos de inelegibilidade absoluta: 
1) os analfabetos, que, embora possam alistar-se e votar (capacidade eleitoral 
ativa), não dispõem de capacidade eleitoral passiva (não poderão ser eleitos); 
2) os estrangeiros e os conscritos, durante o período do serviço militar 
obrigatório, pois são não alistáveis e, como tais, inelegíveis. 
São os seguintes os casos de inelegibilidade relativa: 
1) Por Motivos funcionais: “o Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único 
período subsequente” (CF, art. 14, § 5.º); 
Em decorrência dessa inelegibilidade temos que: 
a) a Constituição Federal não proíbe que uma mesma pessoa venha a exercer a 
chefia do Executivo por mais de duas vezes (três, quatro, cinco vezes); o que 
se veda é a eleição sucessiva ao terceiro mandato para o mesmo cargo; 
b) a Constituição Federal não exige a denominada desincompatibilização do 
Chefe do Poder Executivo que pretenda candidatar-se à reeleição, isto é, não se 
exige que o Chefe do Executivo renuncie, ou que se afaste temporariamente do 
cargo, para que possa candidatar-se à reeleição; 
c) o Vice-Presidente da República, os Vice-Governadores e os Vice-Prefeitos 
poderão, também, ser reeleitos para os mesmoscargos, por um único período 
subsequente; 
d) o Vice-Presidente da República, os Vice-Governadores e os Vice-Prefeitos, 
reeleitos ou não, poderão candidatar-se ao cargo do titular, mesmo tendo 
substituído este no curso do mandato; 
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e) não pode o Chefe do Executivo, que esteja exercendo o segundo mandato 
eletivo (por reeleição), renunciar antes do término desse com o intuito de 
pleitear nova recondução para o período subsequente (reeleição para um 
terceiro mandato subsequente); 
f) não pode aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia do 
Executivo vir a candidatar-se, no período subsequente (terceiro período), ao 
cargo de vice chefia do Executivo; 
g) não poderá aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia do 
Executivo candidatar-se, durante o período imediatamente subsequente, à 
eleição prevista no art. 81 da Constituição Federal, que determina que, vagando 
os cargos de Presidente e Vice-Presidente, far-se-á nova eleição direta, 
noventa dias após a abertura da última vaga, ou eleição indireta pelo 
Congresso Nacional, trinta dias depois de aberta a última vaga, se a vacância 
ocorrer nos últimos dois anos do mandato presidencial; 
h) não pode o prefeito que já esteja exercendo o segundo mandato sucessivo 
candidatar-se novamente ao cargo de prefeito, ainda que, dessa vez, em 
município diferente; essa hipótese veda o chamado prefeito itinerante ou 
prefeito profissional; 
i) na hipótese de ocorrer a vacância definitiva do cargo de Presidente da 
República, Governador ou Prefeito, o vice assumirá efetiva e definitivamente o 
exercício da chefia do Executivo, e somente poderá candidatar-se a um único 
período subsequente. 
Cuidado! O § 6º do art. 14 traz outra hipótese de inelegibilidade funcional, 
aplicável à candidatura do Chefe do Executivo para outros cargos, nos 
seguintes termos: 
“§ 6.º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar 
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.” 
São, pois, inelegíveis para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos que 
não renunciarem aos respectivos mandatos até seis meses antes do 
pleito. Essa inelegibilidade aplica-se a qualquer outro cargo eletivo, 
inclusive a suplente de senador. 
 
2) Por Motivos de casamento, parentesco ou afinidade: “São inelegíveis, 
no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou 
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de 
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Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem 
os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular 
de mandato eletivo e candidato à reeleição” (CF, art. 14, § 7.º); 
Essa hipótese é denominada inelegibilidade reflexa, porque incide sobre 
terceiros. 
Observa-se que a inelegibilidade reflexa alcança, tão somente, o território de 
jurisdição do titular, nestes termos: 
a) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Prefeito não poderão 
candidatar-se a vereador ou Prefeito do mesmo Município; 
b) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Governador não poderão 
candidatar-se a qualquer cargo no Estado (vereador, deputado estadual, 
deputado federal e senador pelo próprio Estado e Governador do mesmo 
Estado); 
c) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do Presidente da República não 
poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo no País. 
A respeito dessa inelegibilidade, temos a importante Súmula Vinculante 18 do 
STF, nestes termos: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no 
curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7.º do artigo 14 
da Constituição Federal.” 
 
3) Pela Condição de militar: o militar é alistável, podendo ser eleito (CF, 
art. 14, § 8.º). Porém, é vedado ao militar, enquanto estiver em serviço 
ativo, estar filiado a partido político (CF, art. 142, § 3.º, V); 
Em face da vedação à filiação partidária do militar, o Tribunal Superior Eleitoral 
firmou entendimento de que, nessa situação, suprirá a ausência da prévia 
filiação partidária o registro da candidatura apresentada pelo partido político 
e autorizada pelo candidato. 
Atendida essa formalidade, o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
a) se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
b) se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade 
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a 
inatividade. 
 
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4) Previsões em lei complementar: a Constituição Federal deixa expresso que 
as hipóteses de inelegibilidade relativa previstas no texto constitucional não 
são exaustivas, podendo ser criadas outras, desde que por meio de lei 
complementar nacional, editada pelo Congresso Nacional (CF, art. 14, § 9.º). 
 
4.6) Privação dos direitos políticos 
O cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado, definitivamente ou 
temporariamente, dos direitos políticos, o que importará, como efeito imediato, 
na perda da cidadania política. 
A privação definitiva denomina-se perda dos direitos políticos. 
A privação temporária denomina-se suspensão dos direitos políticos. 
Cuidado! A Constituição Federal não permite, em nenhuma hipótese, a 
cassação dos direitos políticos (supressão arbitrária)! 
Essa matéria está disciplinada no art. 15 da Lei Maior, que dispõe: 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão 
só se dará nos casos de: 
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II – incapacidade civil absoluta; 
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos; 
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5.º, VIII; 
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4.º. 
 
4.7) Princípio da anterioridade eleitoral 
O princípio da anterioridade eleitoral está previsto no art. 16 da Constituição, 
nestes termos: 
“A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data 
de sua vigência”. 
Atenção! O princípio da anterioridade eleitoral é cláusula pétrea, por 
representar uma garantia individual do cidadão-eleitor. 
 
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5) Partidos Políticos 
Antes de concluir, falemos um pouco sobre os partidos políticos (embora, nesse 
assunto, não haja muito a acrescentar além do que dispõe o próprio texto 
constitucional). 
Segundo a Constituição, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de 
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana. 
Os partidos devem estar organizados nacionalmente(caráter nacional), 
prestar contas à justiça eleitoral e ter funcionamento parlamentar de acordo 
com a lei. Mas é vedado receber recursos de entidades ou governos 
estrangeiros ou se subordinar a eles, bem como se utilizar de organização 
paramilitar (CF, art. 17, § 4°). 
Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito 
ao rádio e à televisão, na forma da lei (CF, art. 17, § 3°). 
Constituição e registro 
Os partidos políticos constituem-se na forma da lei civil (como pessoas 
jurídicas de direito privado). Posteriormente, registrarão seus estatutos no TSE. 
Atenção! Não é no TRE (como às vezes aparece em questões de concursos); 
ademais, a personalidade jurídica é adquirida na forma da lei civil 
anteriormente ao registro dos estatutos no TSE. 
Coligações 
O partido é livre para definir sua estrutura interna, organização e 
funcionamento, bem como para adotar os critérios de escolha e o regime de 
suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as 
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Ou seja, não 
existe a chamada verticalização das coligações partidárias. 
Disciplina interna 
O STF decidiu que a fidelidade partidária é princípio constitucional que 
deve ser observado pelos candidatos. Portanto, salvo justa causa, a desfiliação 
partidária pelo eleito acarreta a perda do direito de continuar a exercer o 
mandato eletivo, uma vez que o destinatário do voto é o partido político 
viabilizador da candidatura por ele oferecida. 
 
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6) Exercícios de Concursos Pretéritos 
 
1. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A educação infantil, por qualificar-se 
como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo 
de concretização, a avaliações meramente discricionárias da 
administração pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo 
governamental. 
Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional 
indisponível deferida às crianças. Assim, assegura-se a elas, como primeira 
etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à 
pré-escola (CF, art. 208, IV). 
Essa prerrogativa jurídica, em consequência, impõe, ao Estado, por efeito da 
alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação 
constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira 
concreta, em favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, art. 208, IV), 
o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola. 
Ainda segundo o Supremo, por qualificar-se como direito fundamental de toda 
criança, a educação infantil não se expõe, em seu processo de 
concretização, a avaliações meramente discricionárias da 
Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo 
governamental. 
Item certo. 
2. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A jurisprudência do STF firmou-se no 
sentido da existência de direito subjetivo público de crianças de até cinco 
anos de idade ao atendimento em creches e pré-escolas. A referida corte 
consolidou, ainda, o entendimento de que é possível a intervenção do 
Poder Judiciário visando à efetivação desse direito constitucional. 
Primariamente, reside nos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de 
formular e executar políticas públicas. Entretanto, excepcionalmente, revela-se 
possível ao Poder Judiciário determinar a implementação de políticas 
públicas definidas pela própria Constituição, sempre que os órgãos 
estatais competentes vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a 
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integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura 
constitucional. 
Então, admite-se a intervenção do Poder Judiciário com vistas a garantir 
a concretização desse direito subjetivo das crianças (direito ao 
atendimento em creches e pré-escolas). 
Item certo. 
3. (CESPE/DEFENSORIA PÚBLICA/ES/2013) Os direitos sociais não vinculam 
o legislador, visto que sua efetivação está sujeita às condições financeiras 
do Estado. 
O Poder Público está vinculado à necessidade de concretizar os direitos sociais 
previstos pela Constituição. Trata-se de obrigação constitucional da qual não 
se desincumbe por meio de justificativas de ordem meramente pragmática 
(como é a alegação de “inexistência de condições financeiras”). 
Item errado. 
4. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Os direitos sociais previstos na 
Constituição, por estarem submetidos ao princípio da reserva do possível, 
não podem ser caracterizados como verdadeiros direitos subjetivos, mas, 
sim, como normas programáticas. Dessa forma, esses direitos devem ser 
tutelados pelo poder público, quando este, em sua análise discricionária, 
julgar favoráveis as condições econômicas e administrativas. 
Os direitos sociais podem ser caracterizados como direitos subjetivos; por 
isso, em seu processo de concretização, não podem se expor 
exclusivamente a avaliações meramente discricionárias da Administração 
Pública. 
Item errado. 
5. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE – RO/2013) Não sendo os direitos 
sociais dotados de dimensão subjetiva, diferentemente dos direitos civis e 
políticos, não se exigem do poder público prestações positivas a eles 
relativas, o que, entretanto, não impede o controle judicial de 
razoabilidade das políticas públicas sociais. 
Os direitos sociais previstos na Constituição constituem verdadeiros direitos 
subjetivos das pessoas. É dever do Poder Público, portanto, a adoção de 
medidas que possam concretizá-los. Em outras palavras, exige-se do Estado 
que implemente políticas públicas com vistas a efetivar tais direitos. 
Item errado. 
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6. (CESPE/ESPECIALISTA/ANAC/2012) Os direitos sociais são assegurados 
constitucionalmente, de modo que sua concretização independe da 
existência de recursos financeiros. 
Não basta que um direito social esteja assegurado constitucionalmente para 
que ele seja realizado na prática. 
Veja, o art. 6° estabelece que são direitos sociais: 
“a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados”. 
Isso significa que nós, brasileiros, temos direito a saúde, educação, moradia 
etc. Entretanto, a concretização efetiva de tais direitos depende de diversas 
ações do Poder Público. Portanto, exige gastos, dispêndios financeiros por parte 
do Estado. 
O direito à saúde, por exemplo, depende da construção de hospitais, 
contratação de médicos, aquisição de equipamentos etc. 
Item errado. 
7. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos 
sociais são exemplos de liberdades negativas. 
Os direitos sociais relacionam-se a uma atuação positiva do Estado. Não se 
confundem com as liberdades negativas, ligadas a uma necessidade de 
abstenção estatal. As liberdades negativas constituem direitos de primeira 
geração. 
Item errado. 
8. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/ES/2012) A alimentação adequada é 
um dos direitos sociais constitucionalmente protegidos, devendo o poder 
público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para 
promover e garantir a segurança alimentar e nutricionalda população. 
Exatamente. A alimentação é um dos direitos sociais previstos no art. 6° da 
Constituição. Isso obriga o poder público a adotar medidas (políticas públicas) 
necessárias para concretizar esse direito a todos. 
Afinal, a garantia de segurança alimentar da população depende de ações do 
poder público (e essa atuação não é discricionária, mas determinada pela 
Constituição). 
Item certo. 
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9. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Os direitos sociais previstos na 
Constituição Federal advêm de normas de ordem pública, que não se 
revestem de imperatividade, podendo ser alteradas pela vontade das 
partes integrantes da relação trabalhista. 
Os direitos sociais não podem se afastados por mera vontade dos 
contratantes. Trata-se de direitos de natureza imperativa, inviolável por 
vontade das partes contraentes da relação trabalhista (Alexandre de Moraes). 
Item errado. 
10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/RJ/2012) As normas que tratam de 
direitos sociais são de eficácia limitada, ou seja, de aplicabilidade 
mediata, já que, para que se efetivem de maneira adequada, se devem 
cumprir exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos 
orçamentários e mediação do legislador. 
Como vimos, é certo que os direitos sociais não se efetivam integralmente pela 
simples inclusão na Constituição. Eles dependem de políticas estatais 
(prestações positivas do poder público, legislação e gastos orçamentários). 
Por isso se afirmar que se trata de normas constitucionais de eficácia limitada 
(a eficácia integral da norma não é automática a partir da sua promulgação). 
Item certo. 
11. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE/AM/2008) A Emenda Constitucional n.º 
26/2000 incluiu, entre os direitos sociais, o direito a moradia. Sendo 
assim, o bem de família do fiador em contrato de locação não pode ser 
penhorado, pois fere o direito social da moradia. 
O STF firmou entendimento de que o único imóvel da família (“bem de família”) 
pode ser penhorado em contrato de locação, para o pagamento de dívida do 
fiador. 
Atenção! Trata-se do bem do fiador. 
Item errado. 
12. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O direito à 
vida e o direito à livre locomoção são exemplos de direitos sociais. 
O direito à vida e à livre locomoção não são direitos sociais, de segunda 
dimensão. Trata-se de direitos tipicamente individuais, de primeira geração. 
Item errado. 
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13. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos 
sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só podem ser classificados 
como direitos fundamentais de eficácia plena, não dependendo de 
normatividade ulterior. 
Há diversos direitos sociais previstos em normas de eficácia limitada, 
dependentes de regulamentação para que possam produzir seus efeitos 
integrais. 
Item errado. 
14. (CESPE/JUIZ/TRF5/2009) Considere que Carla, menor com 10 meses de 
idade, não tenha acesso a uma creche pública gratuita por falta de vagas. 
Nessa situação hipotética, não poderia Carla ser matriculada em uma 
creche pública por força de decisão judicial, visto que a criação das 
condições desse serviço público decorre da análise dos critérios de 
conveniência e oportunidade do administrador, não havendo direito 
subjetivo na espécie. 
Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional 
indisponível deferida às crianças. Assim, impõe-se, ao Estado, a obrigação 
constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira 
concreta, o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola. 
Nesse sentido, o poder judiciário poderia determinar a matrícula de Carla na 
creche, considerado seu direito subjetivo à educação infantil e tendo em vista 
o fato de que a concretização desse direito não se expõe a avaliações 
meramente discricionárias da Administração Pública, nem pode se subordinar a 
razões de puro pragmatismo governamental. 
Item errado. 
15. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2013) A CF estabelece um rol de direitos de 
natureza trabalhista que tem como destinatários tanto os trabalhadores 
urbanos quanto os rurais. 
De fato, ao longo dos diversos incisos de seu art. 7º, a Constituição estabelece 
direitos tanto para os trabalhadores urbanos quanto para os trabalhadores 
rurais, sem fazer distinção entre eles (por exemplo, salário mínimo, décimo 
terceiro salário, licença à gestante, entre outros). 
Item certo. 
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16. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – DF/2013) Os mesmos direitos sociais 
assegurados na CF aos trabalhadores urbanos e rurais são garantidos aos 
servidores públicos civis, mas não aos militares. 
Nem todos os direitos sociais são aplicáveis aos servidores públicos. Nos termos 
do § 3.º do art. 39 da CF/88, aplica-se aos servidores ocupantes de cargo 
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, 
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de 
admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
Assim, está errado afirmar que, em sua totalidade, os direitos sociais aplicam-
se aos servidores públicos, uma vez que alguns direitos se aplicam aos 
servidores e outros não. 
Item errado. 
17. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) Os direitos sociais elencados no texto 
constitucional são integralmente assegurados aos trabalhadores urbanos, 
rurais e domésticos. 
Não, não. A Constituição Federal iguala trabalhadores urbanos e rurais. 
Todavia, os trabalhadores domésticos não dispõem desses mesmos direitos de 
forma igualitária. 
Embora a Emenda Constitucional 72/2013 tenha diminuído essa distinção, não 
se pode afirmar que ela não exista. 
O parágrafo único do art. 7° estabelece quais são os direitos assegurados aos 
trabalhadores domésticos, nestes termos: 
“Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os 
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições 
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das 
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e 
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.” 
É importante destacar que, hoje, temos duas categorias de direitos estendidos 
aos domésticos: (a) direitos de exercício imediato (eficácia plena) e (b) direitos 
de exercício diferido (eficácia limitada), dependente do atendimento de 
condições estabelecidas em lei, bem como da observância à simplificação do 
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da 
relação de trabalho e suas peculiaridades. 
Item errado. 
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18. (CESPE/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/TCE – RS/2013) A CF veda a 
distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os 
profissionais que os executem. 
A Constituição proíbe, expressamente, a distinção entretrabalho manual, 
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (CF, art. 7º, XXXII). 
Item certo. 
19. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) É incompatível com o 
disposto na Constituição Federal o estabelecimento de diferença de 
salários em razão da idade do trabalhador. 
A Constituição proíbe, expressamente, qualquer diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor 
ou estado civil (CF, art. 7º, XXX). 
Item certo. 
20. (CESPE/JUIZ/TJDFT/2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze 
ação visando obterprovimento que lhe assegure o recebimento da 
remuneraçãopelo trabalho noturno superior à remuneração do 
trabalhodiurno, o juiz deverá rejeitar o pedido, pois a CF não conferiu ao 
trabalhador rural o direito postulado. 
A Constituição equiparou trabalhadores urbanos e rurais e concedeu a eles 
direito à remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (CF, art. 7º, 
IX). 
Item errado. 
21. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Pelo princípio da 
irredutibilidade salarial, a CF veda a redução de salários, mesmo que por 
decisão judicial, convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a irredutibilidade do salário, salvo 
o disposto em convenção ou acordo coletivo (CF, art. 7º, VI). 
Item errado. 
22. (CESPE/JUIZ/RN/2013) O direito do trabalhador a jornada reduzida de 
seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento é descaracterizado se forem fixados intervalos para 
descanso e alimentação durante a referida jornada. 
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A Constituição assegura aos trabalhadores jornada de seis horas para o 
trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação 
coletiva (CF, art. 7º, XIV). 
De acordo com o STF, os intervalos fixados para descanso e alimentação 
durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos 
ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição 
(Súmula 675). 
Item errado. 
23. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 5.ª REGIÃO/2013) A CF não previu a 
aposentadoria como direito social dos trabalhadores rurais e domésticos. 
A aposentadoria consta como direito social dos trabalhadores urbanos, rurais e 
domésticos (CF, art. 7º, XXIV e parágrafo único). 
Item errado. 
24. (CESPE/ANALISTA/TCE/ES/2013) Com a Emenda Constitucional n.º 
72/2013, os trabalhadores domésticos passaram a ter os mesmos direitos 
dos demais trabalhadores urbanos e rurais, salvo no que diz respeito à 
sua integração à previdência social. 
Ainda que a Emenda Constitucional 72/2013 tenha diminuído a distinção entre 
os trabalhadores domésticos e os demais, ela ainda existe. 
De acordo com a Constituição, temos duas categorias de direitos estendidos aos 
domésticos: (a) direitos de exercício imediato (eficácia plena) e (b) direitos de 
exercício diferido (eficácia limitada), dependente do atendimento de condições 
estabelecidas em lei, bem como da observância à simplificação do cumprimento 
das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades (CF, art. 7º, parágrafo único). 
Ademais, no final do parágrafo único do art. 7º, a Constituição assegura 
expressamente à categoria dos trabalhadores domésticos a sua integração à 
previdência social. 
Item errado. 
25. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANAC/2012) É direito social dos 
trabalhadores a assistência gratuita aos filhos, desde o nascimento até os 
cinco anos de idade, em creches e pré-escolas. 
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Aos trabalhadores urbanos e rurais é assegurado o direito à assistência gratuita 
aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em 
creches e pré-escolas (CF, art. 7°, XXV). 
Item certo. 
26. (CESPE/ANALISTA/TRT/17ª REGIÃO/2009) A disposição constitucional 
que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou 
resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada. 
A Constituição assegura aos trabalhadores participação nos lucros, ou 
resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na 
gestão da empresa, conforme definido em lei (CF, art. 7º, XI). Trata-se de 
norma de eficácia limitada, dependente de regulamentação para a produção 
dos seus integrais efeitos. 
Item certo. 
27. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É direito social dos trabalhadores 
urbanos e rurais a jornada de sete horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. 
Atenção! As questões que versam sobre direitos sociais, geralmente, se 
limitam a cobrar o conhecimento da literalidade dos incisos do art. 7° da CF/88. 
Portanto, vale a pena conhecer esse artigo. 
De acordo com o art. 7°, XIV, da CF/88, assegura-se aos trabalhadores jornada 
de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, salvo negociação coletiva. 
Item errado. 
28. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ª REGIÃO/2008) Considere a 
seguinte situação hipotética. João foi demitido da fazenda onde 
trabalhava como ordenhador de ovelhas em 21/5/2002. Em 13/5/2005, 
propôs reclamação trabalhista para cobrar verbas rescisórias a que tinha 
direito. O juiz do trabalho afastou a alegação de prescrição apresentada 
em contestação, sob o fundamento de que os créditos trabalhistas 
prescrevem em cinco anos. Nessa situação, o juiz do trabalho agiu 
corretamente. 
A assertiva está errada porquanto já havia ocorrido a prescrição quanto aos 
créditos trabalhistas (observe que esta ocorre dois anos após a extinção do 
contrato de trabalho). 
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A regra constitucional para a prescrição dos créditos resultantes das relações de 
trabalho (para trabalhadores urbanos e rurais) é a seguinte (CF, art. 7°, XXIX): 
I) durante o contrato de trabalho, o empregado ajuizar uma reclamação 
trabalhista requerendo créditos trabalhistas relativos aos últimos cinco anos; 
II) extinto o contrato de trabalho, ele tem dois anos para ingressar com a ação 
(embora continue podendo pleitear os direitos dos últimos cinco anos); 
Observe que, passados quase 3 anos, não havia mais o que reclamar. 
Mas, veja que se ele ingressasse com a referida ação imediatamente antes de 
prescrito o prazo (ou seja, antes de completar o prazo de dois anos após a 
extinção), ele só teria os últimos 3 anos do seu contrato de trabalho para 
reclamar. 
Isso porque, extinto o contrato, corre contra o trabalhador o prazo prescricional 
de 2 anos (prazo limite para o ingresso da ação), além do prazo de 5 anos 
(que continua correndo). Assim, demorados dois anos para a ação só restariam 
três anos cobertos pelo contrato de trabalho. 
Item errado. 
29. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ª REGIÃO/2008) O trabalho 
insalubre em minas de carvão ou na operação de máquinas que possam 
causar mutilação só é permitido a partir dos 18 anos de idade. 
A Constituição Federal proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre 
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, 
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (art. 7º, XXXIII). 
Item certo. 
30. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/1ªREGIÃO/2008) De acordo com o 
princípio que manda tratar igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais, os trabalhadores avulsos devem ser tratados distintamente 
daqueles que têm vínculo empregatício permanente. 
A Constituição Federal assegura a igualdade de direitos entre o trabalhador 
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso (CF, art. 
7º, XXXIV). 
Item errado. 
31. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT1/2008) A regra interna de uma 
empresa que concede remuneração de serviço extraordinário de 60% a 
mais em relação à hora normal é inconstitucional. 
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Evidentemente, a empresa pode criar regra mais favorável ao trabalhador 
(adicional de hora extra de 60% em vez do mínimo de 50% previsto no art. 7º, 
XVI, da CF/88). O que não seria admitido é que a regra interna descumprisse a 
Constituição em prejuízo ao trabalhador (criando, por regra interna, adicional 
de serviço extraordinário de 40%, por exemplo). 
Item errado. 
32. (CESPE/PROCURADOR/TCE/PB/2014) Constitui constrangimento ilegal a 
revista íntima de trabalhadoras de indústria de vestuário, sob ameaça de 
dispensa. 
Segundo o STF, configura constrangimento ilegal a submissão das operárias de 
indústria de vestuário à revista íntima,sob ameaça de dispensa. Tal 
constrangimento viola a garantia constitucional da intimidade que protege as 
trabalhadoras. 
Item certo. 
33. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) É obrigatória a 
participação de sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. 
É livre a associação profissional ou sindical para o trabalhador, observada a 
obrigatoriedade da participação dos sindicatos nas negociações coletivas de 
trabalho (CF, art. 8º, VI). 
Item certo. 
34. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PRF/2012) A Constituição Federal 
assegura o direito à livre associação sindical ou profissional e veda ao 
poder público a interferência e a intervenção na organização sindical. 
A liberdade sindical abrange a vedação de que o Poder Público interfira ou 
intervenha na organização sindical (CF, art. 8º, I). A Constituição proíbe, 
inclusive, que a lei exija autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente. 
Item certo. 
35. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 10ª 
REGIÃO/2013) O empregado filiado que vier a se aposentar perderá o 
direito de votar e de ser votado na organização sindical que integre. 
O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações 
sindicais (CF, art. 8°, VII). 
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Item errado. 
36. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) Em decorrência do princípio da unicidade 
sindical, é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na 
mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um município. 
De fato, é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer 
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base 
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, 
não podendo ser inferior à área de um Município (CF, art. 8°, II). 
Item certo. 
37. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) As 
negociações coletivas de trabalho devem contar obrigatoriamente com a 
participação dos sindicatos. 
Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da 
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, sendo 
obrigatória a sua participação nas negociações coletivas de trabalho 
(CF, art. 8º, III e VI). 
Item certo. 
38. (CESPE/ADMINISTRADOR/AGU/2010) Ao sindicato cabe a defesa dos 
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, até mesmo em 
questões judiciais ou administrativas, sendo permitida a criação, na 
mesma base territorial, de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, as 
quais serão definidas pelos trabalhadores ou empregadores interessados. 
Segundo o art. 8°, III, da CF/88, ao sindicato cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais 
ou administrativas. 
Entretanto, a assertiva está incorreta, pois é vedada a criação de mais de uma 
organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional 
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores 
ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um 
Município (CF, art. 8°, II). 
Item errado. 
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39. (CESPE/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2009) A 
contribuição sindical definida em lei é obrigatória, mesmo para os 
profissionais liberais que não sejam filiados a sindicato. 
O art. 8° da CF trata do direito à livre associação sindical. Segundo o inciso IV, 
a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo 
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição 
prevista em lei. 
A partir desse inciso podemos concluir que são duas as contribuições: (i) uma 
fixada em assembleia geral (contribuição confederativa); e (ii) outra fixada por 
lei (contribuição sindical). 
O importante é você saber que apenas a última (fixada em lei) é 
compulsória para todos (filiados ou não) e tem natureza de tributo. A 
primeira é devida apenas para aqueles trabalhadores filiados. 
A questão trata dessa obrigatoriedade. Conforme visto, só é compulsória a 
contribuição sindical definida em lei. 
Item certo. 
40. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/RR/2010) Nas empresas com 
mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um 
representante dos empregados com a finalidade exclusiva de promover o 
entendimento direto entre eles e os empregadores. 
Nos termos do art. 11 da CF/88, nas empresas com mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os 
empregadores. 
Item certo. 
41. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 10.ª REGIÃO/2013) A criação de 
entidade sindical depende de autorização do órgão competente, podendo 
o poder público nela intervir quando houver comprovada violação de seus 
atos estatutários. 
Não seria nada democrática a intervenção do poder público nas entidades 
sindicais. 
É importante lembrar que é livre a associação profissional ou sindical (CF, art. 
8°, caput). 
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A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a 
interferência e a intervenção na organização sindical (CF, art. 8°, I). 
Item errado. 
42. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os 
sindicatos não têm legitimidade processual para atuar na defesa de 
direitos individuais da categoria que representem, mas são parte legítima 
para defender

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