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306449_TGP-Resumo sobre o Direito de Ação

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AÇÃO.
AÇÃO: NATUREZA JURÍDICA
	Ação - É o direito ao poder de exigir o exercício da atividade jurisdicional.
	Autonomia do Direito de ação - a qual se desprende por completo do direito subjetivo material.
	* Ação é um direito de natureza abstrato - pois trata de direito ao provimento jurisdicional, qualquer que seja a natureza deste - favorável ou desfavorável, justo ou injusto.
	* Ação também é um direito de natureza autônomo - Independente da existência do direito subjetivo material. É apenas instrumento - porque sua finalidade é dar solução a uma pretensão de direito material.
 AÇÃO PENAL
 Pretensão Punitiva x Pretensão do infrator a liberdade
 AÇÃO
		Estudado o papel da jurisdição enquanto exercício de um poder do Estado - encarregado do fornecimento do serviço jurisdicional, passa-se a partir de então a análise da pessoa que pede esse serviço jurisdicional.
	Esse estudo do fenômeno ou atividade da pessoa que pede esse serviço estatal da jurisdição, chama-se “direito de ação”.
	Ação é o poder e direito ao exercício da atividade jurisdicional ou ainda, como poder fixa-se em poder de exigir do Estado a realização da função jurisdicional, através da provocação, cuja pacificação do conflito se dará através do complexo de atos que é o processo.
	A autonomia do direito de ação compreende em que o direito de ação não se prende ao direito subjetivo material.
	Para se chegar ao conceito de que o direito de ação ou simplesmente a ação não se vincula ao direito subjetivo material, surgiram nesse caminhar várias teorias sobre a natureza jurídica da ação, vejamos:
TEORIA IMANENTISTA
	Para Celso, ação seria o direito de pedir em juízo o que nos é devido.
	Durante muitos séculos, dominados os juristas pela idéia que ação e processo eram simplesmente capítulos do direito substancial, não distinguiam ação do direito subjetivo material.
	Para essa escola chamada Imanentista, bem como clássica, ou quando se tratava do direito civil ou ação civil, de civilista, ação seria uma qualidade de todo direito ou o próprio direito reagindo a uma violação.
	A teoria imanentista ou clássica seguia intocável, através de 03 conseqüências inevitáveis:
	
	a) Não há ação sem direito
	b) Não há direito sem ação
	c) A ação segue a natureza do direito
	Teoria de Lavigny, seguida entre nós por João Monteiro.
A POLÊMICA WINDSCHEID - MUTHER
	No caminho de desvendar a autonomia da ação, foi importante para um primeiro avanço, enfrentamento dos romanistas Muther e Windscheid. Pois Muther, distinguiu nitidamente direito lesado e ação.
	Da ação, apontou nascer dois direitos que seriam distintos do direito lesado, e ambos de natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do Estado (dirigido contra o Estado) e o direito do Estado à eliminação da lesão, contra aquele que a praticou.
DO RECONHECIMENTO DO DIREITO/PODER DA AÇÃO SER DE DIREITO AUTÔNOMO
	Reconhecido ser o direito de ação autônomo, duas correntes passaram a disputar a explicação da natureza do direito de ação:
	a) Teoria do direito autônomo e concreto à tutela jurisdicional/jurídica.
	b) A Teoria do direito autônomo e abstrato de agir.
TEORIA DA NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO, COMO DIREITO AUTÔNOMO E CONCRETO
	O elaborador dessa teoria foi Wach, também alemão, o qual aceita que o direito de ação e autônomo, bem como que é dirigido contra o Estado, pois configura o direito de exigir a proteção jurídica do Estado, uma vez que vedado a autotutela, mas é também dirigida contra o adversário, do qual se exige a sujeição.
	Embora aceitando essa autonomicidade da ação, afirma Wach que em razão da existência de tutela jurisdicional, essa só pode ocorrer ou haver, e portanto ser satisfeita, através da proteção concreta, o direito de ação só existiria quando a sentença fosse favorável.
	Dessa idéia, a ação seria um direito público e concreto, somente existindo ou existente nos casos concretos detectados, onde o autor ou réu reconvinte tivesse direito subjetivo reconhecido.
	Chiovenda em 1903, filia-se a teoria concreta e constrói a teoria da ação, como direito potestativo. Entendendo que o direito de ação não é um direito subjetivo, face não corresponder nenhuma relação de obrigatoriedade do Estado e nem de natureza pública. Pois ação é dirigida contra o adversário, impondo a este a Sujeição - corresponde a dar vida a condição para a atuação da vontade da lei.
	Entende ainda Chiovenda, que ação é direito que se exaure com o seu mero exercício, haja vista que a provocação do Poder Judiciário onde uma ocorrido acabou o direito de ação, produzirá um efeito jurídico em favor de um sujeito e com ônus para o outro, o qual nada deve fazer, mas também não pode fazer a fim de evitar tal efeito.
	Veja que para Chiovenda, que o direito de ação é um direito de poder, sem obrigação a ele ligado, que pertence a quem tem razão contra quem não tem, condicionando à existência de ação à existência de direito material há ser declarado com a sentença.
AÇÃO COMO DIREITO AUTÔNOMO E ABSTRATO
	Anteriormente à teoria de Chiovenda, também na alemanha de Wach, Degenkolb, já criava a teoria autônoma e subjetiva da ação. Tudo isso ao mesmo tempo surgia na Hungria, a mesma tese através de Plosz.
O direito de ação independe da existência do direito material invocado, independe da justeza da sentença ou não, mesmo que a ação seja temerária, sendo suficiente que o Autor mencione um interesse seu, protegido em abstrato pelo direito.
	É com referência ao direito de ação do Autor, que o Estado cumpre sua função jurisdicional, proferindo uma decisão, que tanto poderá ser favorável como desfavorável.
	Em razão da ação ser dirigida ao Estado, é este o sujeito passivo do direito de ação.
	Quando se maneja a ação, provocando o Poder Judiciário dar a prestação jurisdicional há pelo Autor a solicitação ao Estado de intervenção para a tutela de interesses ameaçados ou violados, surge um outro interesse, que é o interesse do Estado em tutelar os citados direitos violados ou ameaçados, através da imposição da lei.
	Desta forma, o interesse tutelado pelo direito é o interesse principal e o interesse à tutela deste, por parte do Estado é o interesse secundário, bastando para configurar o direito de ação, que o interessado na tutela jurisdicional se refere a um interesse primário, ou seja se refira a um interesse, que tenha proteção no direito.
A DOUTRIAN DE LIEBMAN
	Falando sobre Liebman, sustenta que o mestre italiano que ação e poder - direito subjetivo instrumental - poder - do qual não corresponde a obrigação do Estado, igualmente interessado na distribuição da justiça.
	- Poder esse correlato com a sujeição e instrumentalmente correio a uma pretensão material.
	- Afirma que o direito de ação tem natureza constitucional, face a sua extrema abstração e generalidade, não tem nenhuma relevância para o processo.
APRECIAÇÃO CRÍTICA DAS VÁRIAS TEORIAS
	Após tecer as críticas necessárias, aponta ADA, que no Brasil prevalece a conceituação da ação com um direito subjetivo, não sendo jamais poder.
NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO
	Caracteriza-se a ação, pois, como uma situação jurídica de que desfruta o Autor perante o Estado, seja ela um direito (direito público subjetivo) ou um poder.
	E mais, a ação é dirigida contra o Estado (mesmo que apreciada pelo juiz vá em seguida ter efeitos na esfera jurídica de outra pessoa.
	Nega-se ser a ação exercida contra o adversário isoladamente, contra este e o Estado ao mesmo tempo, ou contra a pessoa física do juiz.
	Sendo um direito (ou poder) de natureza pública, que tem por conteúdo o exercício da jurisdição, existindo antes do processo, tem a ação natureza constitucional (art. 5º., XXLV, C.F./88).
	A garantia constitucional da ação tem como objeto o direito ao processo, assegurando às partes não somente a resposta do Estado, mas ainda o direito de sustentar suas razões, o direito ao contraditório,o direito de influir sobre o convencimento do juiz - tudo aquilo que se denomina devido processo legal (art. 5º., inc. LIV).
	Trata-se portanto de direito de natureza abstrata, uma vez que independe do resultado do provimento jurisdicional, seja favorável ou desfavorável, justo ou injusto.
	Autônomo porquê independe da existência do direito subjetivo material e instrumental, sua finalidade é dar solução a uma pretensão de direito material. Nesse caso, é conexo a uma situação jurídica concreta.
AÇÃO PENAL
	O Estudo que se fez para a ação, é aplicável também à ação penal.
	Através do direito penal impõe-se condutos a todos de maneira erga omines, estatuindo sanções para os infratores.
	Com a evolução do direito penal - (nullum crimen, nulla poena sine lege). Com a evolução do direito penal, ou seja o Estado admitindo salvaguardar certos direitos trouxe-lhe o direito de punir, para reintegrar a ordem penal, assim com a prática do crime, o direito de punir sai do plano abstrato e se apresenta no concreto.
	A pretensão punitiva do Estado se opõe à pretensão do indigitado infrator à liberdade.
	Diante do princípio nulla poena sine judício (C.F./88, art. 5º., LIV, LV e LVII), assim como aos cidadãos está imposto a proibição da autotutela, o Estado também não pode exercer seu poder de punir senão quando autorizado pelo órgão jurisdicional.
	O direito de pedir o provimento jurisdicional para impor o direito de punir, deve o Estado dirigi-lo ao Estado-Juiz, e isto nada mais é que o direito de ação. Assim o Ministério Público exerce a ação, a fim de ativar a jurisdição penal.
	Certo é, que a proibição da autodefesa criou o direito de ação para os particulares (facultas exigendi), proibição da auto-executoriedade do direito de punir fez nascer o direito de agir para o Estado.
CONTROVÉRSIA SOBRE A EXISTÊNCIA DE LIDE NO PROCESSO
	1) Na doutrina busca-se, parte dela, a negar a ocorrência de lide no processo penal - processo sem partes. Entendem que não há dois interesses em conflito, mas dois diversos modos de apreciar um único interesse, porque o Ministério Público quer que se faça justiça sendo sua posição imparcial. Dizem por fim que não há processo penal, mas procedimento administrativo. Ada Pellegrine filia-se à corrente da que não há lide penal.
		2) Outros que entendem existir lide penal dirá que a ação penal se destina à sua “justa composição”, que ação penal (lide penal) ora se apresentará como lide por pretensão contestada (réu que opõe à pretensão punitiva, defendendo-se) e ora como lide por pretensão meramente insatisfeita (nulla poena sine judicio).
CONDIÇÕES DA AÇÃO - REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO
	De acordo com as várias correntes, condições da ação podem ser:
	a) São condições de existência da própria ação;
	b) São condições para o exercício da ação;
	c) Para Ada, condições da ação são condições, para que legitimamente se possa exigir, na espécie, o provimento jurisdicional.
	* Requisitos necessários para o exercício do direito de ação ou são requisitos que devem estar presente para uma decisão de mérito.
	As condições genéricas da ação:
	- Possibilidade jurídica do pedido.
	- Interesse de agir.
	- Legitimidade ad causam.
	A ação penal, tem as mesmas condições genéricas acima citadas, as quais aplicam-se na ação cível; qual seja, as condições específicas de procedibilidade do processo penal, face a ação pública condicionada.
	- Representação.
	- Requisição do Ministro da Justiça/
	Possibilidade jurídica do pedido - É quando o pedido não possui a menor condição de ser apreciado pelo Poder Judiciário, uma vez que a matéria, anteriormente, não foi admitida no ordenamento jurídico, não se referindo/ ou considerando qualquer peculiaridade do caso concreto.
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