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Caderno de Criminologia

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Aula 01 – 04/04/2016 
 
O que é criminologia? 
A criminologia é o estudo das teorias do crime, e se difere da criminalística, pois 
essa faz parte da perícia, ou seja, das provas que ajudam o juiz a dar o veredito 
sobre determinado caso. Ex: esfaqueamento na Lagoa – fecharam toda a área 
para analisar. Ex2: Caso Isabela Nardoni – fizeram todo um estudo do sangue 
encontrado na tela, no carro. Dessa forma, podemos entender que a 
criminalística faz um estudo minucioso do crime. 
Um teor criminológico também pode ser considerado, pois é um estudo da 
atuação do agente, como por exemplo o estudo feito acerca do caso Eliza 
Samudio, onde se fez uma análise sobre o goleiro Bruno no dia-a-dia, como era 
seu comportamento, assim como um tcc sobre as profissionais do sexo na Vila 
Mimosa pode ser considerado criminologia, dessa forma, entende-se que a 
criminologia pode tratar de qualquer coisa que remeta a um desvio, ou seja, uma 
conduta moralmente reprovável. 
Criminologia não é só o estudo das variáveis que circundam o crime, pode 
também criar uma relação com o desvio/rechaço moral, que são condutas que a 
sociedade se impõe de maneira contraria. A criminologia não se ocupa 
exclusivamente do crime, e ao contrário do que muitos doutrinadores dizem, não 
é uma ciência auxiliar do Direito Penal. 
MODELO INTEGRADO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS 
 Direito penal: ciência normativa, dogmática no plano do dever ser. Tem 
como principal função a criação de crimes e a aplicação de penas, de 
forma respectiva. 
 Processo Penal: Métodos para garantir o Direito Penal. Considerado 
como ‘direito penal em movimento’ 
 Política Criminal: Sistematização de estratégias para a contenção da 
criminalidade/delinquência. Ex: Câmeras monitorando as ruas para 
diminuir os crimes. Divide-se em: Executiva (câmeras de segurança nas 
ruas, exemplo.), Legislativa (criar leis para conter a criminalidade, 
exemplo: Lei Maria da Penha) e Judiciária (toque de recolher, exemplo). 
 Criminologia: Ainda na atualidade muitos pensadores e doutrinadores 
dizem que é uma ciência auxiliar do Direito Penal. 
É importante entender que, mesmo sendo autônomas, as ciências criminais 
podem se relacionar. 
 
Aula 02 – 11/04/2016 
Modelo Integrado de Ciências Criminais é uma criação de doutrinadores 
alemães, que acreditam que a criminologia não se resume apenas a uma ciência 
auxiliar. Considerando que o Direito Penal é uma ciência normativa, entende-se 
que a Criminologia é uma ciência empírica. Por isso, é possível, assim como na 
Antropologia realizar pesquisas empíricas. 
 Direito Penal 
 Processo Penal 
 Política Criminal 
 Criminologia 
A criminologia também estuda os desvios morais e sua confluência com o crime. 
Um exemplo disso é manter uma casa de prostituição (crime) x prostituir-se 
(desvio moral). Para alguns atores, a criminologia surge em meados do século 
XIX, com a Escola Positivista. 
A criminologia critica aponta os dedos para as ciências criminais e para seus 
defeitos. É considerada uma disciplina plural, que surge em meados do século 
XIX como início das ciências criminais. Acredita que o problema da criminalidade 
está em quem pratica o crime, e estuda as características físicas/psicológicas e 
sociais de quem apresenta conduta delituosa. 
OBJETO DE ESTUDO DA CRIMINOLOGIA 
Ao longo do tempo, o objeto da criminologia, ou seja, o principal foco de estudo, 
se modificou de forma notável. No século XIX, o objeto de estudo da criminologia 
era o HOMEM CRIMINOSO, e pretendia-se traçar características que 
diferenciassem os criminosos dos não criminosos. Já na década de 60, passa-
se a estudar a reação social em relação a determinados desvios. De acordo com 
a Escola do Becker, reações sociais são condutas sociais não aprovadas que 
tendem a ser comparadas com a desaprovação do crime. Na década de 80, 
estuda-se a vitimologia, ou seja, a pretensão de reverter à reação social, no 
sentido de que não somente o criminoso que importa, mas também há 
necessidade de fazer um estudo sobre a vítima. Contudo, na década de 90 o 
estudo passa a ser o fato criminoso. 
Um conceito completo de criminologia, descrito por Salo de Carvalho, seria: A 
criminologia com sua pluralidade de discursos e métodos tornou ilimitadas as 
possibilidades de exploração (objeto de estudo), podendo voltar sua atenção ao 
criminoso, a vítima, a criminalidade, a criminalização, a atuação de agências de 
punitividade, aos desvios não criminalizados e inclusive ao delito e ao próprio 
discurso dogmático. 
SISTEMA INQÚISITORIO 
Momento nefasto na maneiro de punição na maior parte da Europa Ocidental. 
Quem escolhia o chefe do executivo era quem ocupava o maior cargo da igreja. 
No sistema inquisitório, o acusador e o julgador eram a mesma pessoa, o que 
tornava improvável uma sentença de absolvição. Nesse período, a conduta com 
maior recorrência era a conduta do herege, ou seja, o distanciamento dos 
dogmas da Igreja. Esses estariam contradizendo o conhecimento que prevalecia 
na época. Processo Penal criado para que a manutenção da ordem e da paz 
siga nas mãos da Igreja Católica. 
Nesse sistema havia um sistema de provas tarifadas, onde o topo pertencia à 
confissão do crime, que em outras palavras significa dizer que a confissão era 
definida como a prova plena/mais importante para o processo. O réu era objeto 
de intervenção para que houvesse a confissão, o que em geral se dava através 
de tortura. Se confessasse seria morto também, mas a forma como essa morte 
se daria seria diferenciada, com menor presença de tortura, além de ter sua alma 
salva. Não era admitida a presença de advogados, porque o réu não era 
considerado sujeito de direitos. 
Com o progresso da ciência, todo esse sistema passa a ser questionado, e há 
uma migração do modelo teocêntrico (Deus no centro das ideias), para o modelo 
antropocêntrico, que coloca o homem como centro de todas as decisões/ideias. 
Tudo isso contribui para que o poder da Igreja Católica fosse diminuído ao longo 
dos séculos. 
Atualmente, o Papa Francisco tem se manifestado de forma contraria as 
verdades da Igreja Católica, como por exemplo em relação ao casamento 
homossexual, sexo com finalidade única de reprodução, etc. 
Esse sistema deixa de existir a partir do processo de secularização, onde há o 
afastamento de moral e direito, e de Laicização do Estado, ou seja, a separação 
entre Estado e Igreja, tornando cada uma das entidades independentes. O 
processo de Secularização é a representação do direito e da moral. Dizer que o 
direito está a serviço da moral, é diferente de dizer que a ele se aplica a moral, 
ou seja, que sofre interferência de uma moral. 
Só podemos criminalizar uma conduta quando ela interfere no direito de 
terceiros, segundo o princípio da intervenção mínima. 
ESCOLA CLÁSSICA / DIREITO PENAL LIBERAL 
O principal autor dessa escola foi Cesare Beccaria, com sua obra “Dos Delitos e 
das Penas”- 1764, onde acredita na proteção dos bens jurídicos pelo Estado em 
troca de uma parcela da liberdade individual, assim como no Contrato Social. A 
escola clássica, prima pela separação entre direito e moral, ou seja, prima pelo 
processo de secularização. Fundamenta a punição no livre arbítrio e considera 
o crime como um ente jurídico, ou seja, o crime é aquilo que está descrito no tipo 
penal, se retirado, a conduta deixará de ser criminosa. Até então a ideia de crime 
e pecado se confundia, e por isso a heresia era o maior crime que se poderia 
cometer. Vale salientar, que para a Escola Clássica, o Direito Penal em estudo 
é o Direito Penal do Fato, assim como na atualidade, e dessa forma, pune-se 
pelo fato praticado, não por quem o praticou.Alguns acreditam que essa é a primeira escola criminológica, mas esse é o 
pensamento minoritário. A maioria dos autores dizem que a primeira escola 
criminológica é a Criminologia Positivista. 
Importante: a diferença entre criminosos e não criminosos é que os criminosos 
fizeram uma má escolha/escolha errada. Acreditam que sempre que houver a 
possibilidade de livre arbítrio sobre determinada conduta e o agente optar pela 
conduta delituosa, há uma má escolha. 
 
Aula 03 – 18/04/2016. 
CRIMINOLOGIA POSITIVISTA/ PARADIGMA ETIOLÓGICO. 
Os principais autores da Criminologia Positivista foram Ferr, Garrofalo e 
Lombroso, com a obra principal “O homem delinquente” – 1876. Fundamentam 
a pena na periculosidade, vez que para eles, a periculosidade é inerente a 
criminalidade, ou seja, é como se a periculosidade conduzisse os atos do agente 
e o levasse a cometer delitos. Acreditam que o crime é um ente natural, o que 
os torna totalmente opostos a Escola Clássica. 
Acreditam que o criminoso possui uma pré-disposição fisiológica, e dessa forma, 
se filho de um criminoso as chances de seguir os passos do pai são altíssimas, 
variando de acordo com o nível de periculosidade do genitor, pois são pré-
dispostos fisiologicamente. Portanto, os que atendiam a essas pré-disposições 
seriam considerados criminosos natos, e as pessoas que partilhavam desse 
perfil tinham poucas/nulas chances de não cometer crimes. 
Periculosidade é a possibilidade que o sujeito/agente tem de vir a cometer 
infrações. 
Existem dois perfis de criminosos: 
 Criminosos ocasionais: aqueles que nascem pré-dispostos a cometer 
crimes, normalmente com crânio avantajado, cabelos escuros crespos ou 
enrolados; mulheres com alta tendência a se prostituir; homens com alta 
libido, devendo, portanto, conviver em um ambiente altamente 
criminógeno para cometer delitos. 
 Criminosos habituais: assemelham-se aos natos, contudo, possuem 
pouca chance de cometer delitos. Diferem dos criminosos eventuais, que 
nascem com pouca pré-disposição a cometer delitos, e se cometerem, 
será por contato com ambiente extremamente favorável. 
De acordo com a Criminologia Positivista, para a determinação da delinquência, 
é necessário a análise dos fatores antropológicos (características individuais), 
sociais (características da sociedade/comunidade em que vive) e físicos 
(características do local em que vive: temperatura, umidade, etc.). 
O livre arbítrio, onde o agente teria a livre escolha para praticar ou não a conduta 
delituosa, da Escola Clássica, se difere da Periculosidade da Escola Positivista, 
onde está presente a figura do determinismo biológico, ou seja, o agente não se 
auto determinam. Para esses estudiosos, os criminosos são doentes, e, 
portanto, a pena teria função de tratamento. 
A função da pena também seria a prevenção especial positiva, baseada 
inteiramente no sujeito, e com intuito de transformá-lo em uma pessoa 
boa/melhor. A pena com função de tratamento era a mais conhecida, no entanto, 
existia também a função de defesa social, que era mais velada, mas existia. 
A Segunda Guerra Mundial segue a mesmo lógica de eugenia. Criminosos não 
são os exemplares bons da espécie humana. No Brasil, os criminosos eram 
aqueles que tinham a pele mais escura. Se considerarmos essa premissa, no 
Sul do país haveria um menor índice de criminalidade, considerando que a maior 
parte da população que ali se encontra possui a pele mais clara. 
De acordo com Lombroso, que era médico e fazia uso da empiria, acreditava ser 
necessário o uso da ciência para se determinar quais eram as características de 
um criminoso, e por isso, o crime seria um ente natural. 
Anterior a isso, a sociedade ficava a mercê do Direito e do que este dizia ser 
crime. Garrofalo então percebe que há uma necessidade de criar um conceito 
cientifico de direito, ou seja, verificar além de qualquer interferência externa as 
características do crime, e cria então o conceito de delito natural. 
Delito natural são atos que atentem contra a noção de probidade, afeto, 
compaixão, etc. Então, mesmo que mude de sociedade para sociedade, o núcleo 
rígido das condutas consideradas crimes se mantêm, e dessa forma, já são 
naturalmente considerados crimes. São também condutas imorais, que em 
qualquer tempo e em qualquer sociedade serão rechaçadas. (Ex: entra uma 
pessoa na sala tentando matar a professora, a mesma saca uma arma, e o atinge 
primeiro. A conduta dela não será rechaçada socialmente, por se tratar de 
legitima defesa. 
 
Aula 04 – 25/04/2016. 
Filme Laranja Mecânica (necessita de maior observação) 
O filme traz aspectos da Escola Clássica, quando apresenta a figura do Padre e 
seu discurso sobre o livre arbítrio, além de mostrar um sistema penal retributista, 
onde está presente a pena privativa de liberdade. 
CRIMINOLOGIA POSITIVISTA NO BRASIL 
As principais obras da Criminologia Positivista no Brasil foram: “Criminologia” – 
Clovis Bevilaqua, “As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil” – 
Raimundo de Nina Rodrigues. 
Havia uma forte carga higienista, no sentido de promover uma limpeza étnica no 
país. 
Para Nina Rodrigues, é necessário a criação de 4 códigos penais, defendendo a 
ideia de que quanto mais próximo da raça ariana for o agente, menor a chance 
de proximidade com a criminalidade e do emprego de violência, e quanto mais 
afastado da raça ariana, ou seja, os de pele mais escura, maior seria o índice de 
criminalidade. 
 
Aula 05 – 02/05/2016. 
QUESTIONÁRIO SOBRE O TEXTO DO THOMPSON 
1) Quais os postulados fundamentais da Criminologia Positivista? 
2) Existe delito natural? 
3) É possível que o criminólogo positivista seja neutro? Justifique. 
4) Explique a ideia de ideologização da ciência. 
5) Qual a primeira manobra da criminologia Positivista? Explique-a. 
6) Explique a afirmativa: “ A maioria dos criminosos é pobre”. 
 
RESPOSTAS 
1) Os postulados fundamentais da criminologia positivista são: 1- O crime é 
um fenômeno natural. 2- O estudo do crime deve ser realizado através do 
mesmo processo de conhecimento usado para as ciências naturais.3- 
pela observação e pesquisa dos criminosos, assim identificados 
oficialmente, é possível desvendar as causas do crime e exterpá-las da 
sociedade. Através do estudo do criminoso, desejavam erradicar a 
criminalidade. Identificam que o criminoso é a causa do crime, e se isolado 
teriam grandes chances de acabar com a criminalidade. 
2) De acordo com o autor, o delito natural é aceito pela comunidade cientifica 
por não ser possível provar a veracidade do conceito, tal qual desconstrui-
lo. Sob o olhar do autor, é possível notar uma crítica a existência de 
direitos naturais, em razão de fatores culturais e sociais. É impossível falar 
que as condutas poderiam ser consideradas criminosas em qualquer 
tempo e em qualquer circunstância, pois o conceito de criminalidade é um 
conceito dependente de normas jurídicas. 
3) O criminólogo positivista poderá ser neutro no momento em que deixar de 
estudar sob a égide das ciências humanas, e passar a observar através 
das ciências naturais deixando de ser objeto de estudo e passando a ser 
sujeito. 
4) A primeira manobra, segundo Thompson, foi a redefinição do crime para 
o criminoso. 
 
Aula 06 – 09/05/2016. 
Teoria da Associação Diferencial. 
O principal autor dessa teoria foi Edwen Sutherland, em sua obra “Criminology”’, 
1924. Busca desconstruir a explicação biológica e psicológica para a 
delinquência, fundamentalmente da vinculação do delito com a pobreza. Se 
motivam em: 
 Estudos que comprovam essa relação ignoram os delitos de colarinho 
branco. 
 Tal relação não pode ser aplicadauniversalmente, portanto. 
 Delinquência comum tampouco pode ser explicada por essa relação, nem 
mesmo os crimes chamados de crimes de “rua” podem ser definidos por 
essa classificação. 
 Pela associação diferencial (interação) se aprende o comportamento 
delitivo exatamente como qualquer outro. 
Inaugura as teorias norte-americanas da sociologia. Todas as teorias 
realizadas traziam vinculação entre a pobreza e a delinquência. Sutherland 
vai se debruçar sobre os delitos de colarinho branco, onde não há essa 
vinculação entre crime e pobreza. 
Interacionismo simbólico: quando me relaciono com alguém, aprendo algo; 
posso aprendera pratica delitiva, como atuar delitivamente. Assim, como 
posso me relacionar e praticar algo em conformidade com a lei, posso faze-
los contra a lei. 
Subcultura delitiva: teríamos uma subcultura oficial e teria um grupo com 
cultura inferior, não participando da cultura oficial. 
Proposições que orientam a teoria da Associação Diferencial 
1) O comportamento delitivo é aprendido. Não se herda e nem inventa. 
2) Se aprende pela interação com outras pessoas através da 
comunicação. 
3) A parte fundamental deste aprendizado está vinculada aos grupos 
pessoais íntimos. Meios de comunicação exercem pouca influência. 
4) A aprendizagem inclui técnicas de cometimento de delitos simples e 
complexos, motivação, justificativas e atitudes dos atos das pessoas. 
5) As motivações são aprendidas com relação a códigos legais, ou seja, 
dependendo do grupo se aprende a respeitar as normas ou não. 
6) Alguém se converte em criminoso porque em seu meio há excesso de 
definições no sentido de infringir a lei. 
7) Nem todas as associações diferenciais possuem a mesma influencia 
no comportamento posterior das pessoas. 
8) O processo de aprendizado do comportamento delitivo por associação 
diferencial é idêntico ao aprendizado de qualquer outro 
comportamento. 
9) O comportamento delituoso reflete necessidades e valores que 
também poderiam ser um motivo de comportamento não delituoso. 
 
CRIMES DE COLARINHO BRANCO 
 
 Possui consequências tão gravosas quanto qualquer crime; 
 Cometido por pessoas de alto status socioeconômico, no exercício da 
profissão; 
 Em regra, há violação de confiança; 
 Não é explicado pela pobreza; 
 Dificuldade para elaborar estatísticos, pois há alto índice de cifra oculta; 
 Não há rechaço popular quanto a eles; 
 
*texto na xerox 
O que leva os empresários a pratica desses delitos, é o constante interesse em 
obter 20% a mais da riqueza que já possuem. O autor diz que não se sabe 
exatamente de onde vem a expressão “colarinho branco”, mas acredita que 
advém da lógica de uma fábrica norte americana, os que possuem cargos mais 
baixos são aqueles que tinham colarinho azul, e os com cargos mais altos seriam 
aqueles de colarinho branco. 
Os crimes de colarinho branco possuem efeitos mais perversos do que aqueles 
delitos considerados comuns. São em geral cometidos por pessoas de altos 
status econômicos no exercício de sua profissão. 
Há dificuldade para elaborar estatísticas, pois aqueles que praticam os crimes 
de colarinho branco são, em regra, os mesmos que criam as leis que regem o 
pais. 
Existe também um rechaçamento inferior de ordem popular, advindo da ideia de 
que a criminalidade está diretamente ligada a ideia de pobreza, e dessa forma, 
crimes cometidos por pessoas de status social alto não seriam tão problemáticos 
como outros crimes. Contudo, o que se vê é a prova de que a criminalidade não 
está diretamente associada a pobreza, tal qual as características elencadas no 
modelo clássico. 
 
Aula 07 – 23/05/2016 
TEORIA DO ETIQUETAMENTO 
Reação social / Labelling Approach / Rotulação social 
 Paradigma do etiquetamento: paradigma etiológico e paradigma 
racionalista. Antes estava-se sobre o plano da ação, o que nos interessa 
compreender é que os criminólogos travam sempre pensando no plano 
da ação, seja do crime como do criminoso. A grande sacada é romper 
com o paradigma anterior para entender o pensamento criminológico 
desde o plano da reação social. A criminólogos abandonam a lógica de 
pensar do plano da ação para frente, para começar a pensar desde a 
reação social. 
 Principal autor e obra: Haward Becker, “Outsiders”, 1963; 
 Principal ruptura: há um deslocamento do pensamento criminológico do 
plano da ação para o da reação; 
 Promove a denúncia do sistema penal como algo ontologicamente 
perverso. 
 Debruça-se sobre o processo de criminalização primária, onde são 
criminalizadas as condutas através da lei penal, e secundaria, onde há a 
internalização da etiqueta por parte do sujeito etiquetado. 
Anteriormente, estudava-se o delito a partir do plano da ação, apesar de todas 
as diferenças. A partir da obra de Haward Becker, rompe-se a ideia de que o 
pensamento criminológico deveria ater-se ao plano da ação,que desloca-se para 
o plano da reação. Becker era um músico de jazz, motivo pelo qual era 
rechaçado na época. Passa a compor músicas de jazz e se torna usuário de 
maconha, adotando uma conduta criminalizada e outra não, ainda que a reação 
da sociedade se assemelhe para as duas circunstâncias. Dessa forma, Becker 
observa que a reação social negativa é a causa do etiquetamento, e portanto, a 
ideia de ruptura com o plano de pensamento criminológico anterior se concretiza. 
Nesse momento começa a se falar em desvio, que apesar de ser uma conduta 
lícita perante o sistema penal, é uma conduta moralmente rechaçada. A etiqueta 
coordena o comportamento de quem a recebe, como uma espécie de controle 
social. Ainda que o direito penal se ocupe em extinguir a criminalidade, as 
etiquetas e a reação social mantém o sistema penal em funcionamento, 
criminalizando as condutas reproduzidas pelos etiquetados. Cabe ainda 
salientar, que as pessoas podem vir s se tornar delinquentes como 
consequências desse etiquetamento, que muitas vezes advém de condutas não 
criminalizadas, mas moralmente rechaçadas. 
 “As pessoas as quais a etiqueta adere mais facilmente são as pessoas 
consideradas desviantes”. Essa teoria é uma crítica severa. Para ela o estigma 
é algo determinante, muito mais do que a ação. 
✖ Centra a discussão em questões como: 
1. Que comportamentos são considerados crimes e por quê? 
2. A que comportamentos se aplicam as normas penais? 
3. Que consequências a aplicação da norma acarreta? 
 
Criminalização primária: seleção realizada pelo legislador ao tipificar. Quando 
ele determina quais são as condutas a serem consideradas crimes, seja no 
código penal ou em leis esparsas. 
Criminalização secundária: se dá na internalização do rótulo pelo etiquetado. 
A teoria do etiquetamento não se interessa pelas razões as quais levaram o 
indivíduo a praticar atos criminosos. Para essa teoria interessa o que aquela 
caracterização e o que a reação social derivada daquela ação criminosa vai 
afetar na vida do indivíduo. 
“A teoria do etiquetamento representa uma alteração acerca da sociedade 
antiga, a qual assumia que o controle social era uma resposta à desviação. 
Cheguei a pensar que a ideia oposta, isto é, que a desviação é uma resposta ao 
controle social é igualmente viável e uma premissa potencialmente mais rica 
para o estudo da desviação nas sociedades modernas.” – Lemert. 
 
Aula 08 – 30/05/2016 
Se estamos fazendo inúmeras críticas ao sistema penal. Se estamos nos dando 
conta de que o sistema penal é estigmatizador, etc. É lógico que esses autores 
vai estudar e pensar formas de incidência do direito penal. Nesse sentido, o 
direito penal mínimo é um conceito amplo, mas que prima pela diminuição daincidência do direito penal, até porque ele estigmatiza, marginaliza, etc. 
 
Consequências de política criminal (Labelling) 
 
1. Pratica “des”: Desinstitucionalização, descaraterização, discriminalização. 
quanto menos DP melhor, por isso que é importante somente tornar crime o que 
seja realmente importante e institucionalizar somente em último caso. Nesse 
sentido, toda e qualquer desinstitucionalização vai ser importante para o labelling 
approach. Entretanto, não podemos entender que eles são abolicionistas. 
Ferrajoli diz que o direito penal ainda é um mal necessário, que deve ser utilizado 
o mínimo possível. 
Toda pratica “des” é válida para essa teoria, uma vez que contribui para todo o 
processo degenerativo de aplicação do sistema penal, por isso, que as 
reticências são importantes, toda “descriminalização” é considerada importante, 
como a diminuição da incidência do direito penal, mas não o fim da sua 
aplicação. 
 
2. Devido Processo Legal: evita estigmatizações e injustiça, ou seja, todos 
devem ter os mesmos meios de acesso ao processo e aos privilégios dentro dos 
trâmites legais. Essa noção é importante porque permite que se garanta que 
ninguém será julgado pelas características próprias. Os sujeitos processados 
vão ser submetidos aos mesmos procedimentos, com as mesmas garantias, não 
importante suas condições ou origens. Há a ideia de que todos serão tocados 
pelas mesmas garantias através desse princípio. 
As condutas que são pouco punidas ou pouco apenadas deve, ser 
descaracterizadas com o objetivo de se diminuir as consequências do atual 
sistema penal. Essas condutas pouco lesivas permanecem como criminosas 
porque há a fantasia de que o direito penal sempre oferece as melhores soluções 
através da prevenção especial negativa. 
A crítica feita a essa teoria, é o fato de que ela acaba por incorrer em um outro 
tipo de determinismo, pois quando diz que sempre que o indivíduo for etiquetado, 
não há possibilidade de se desvincular. Não há como reassumir a posição que 
ocupava anteriormente na sociedade, vez que encontram-se “role engufminrh”, 
ou seja, mergulhados no papel de delinquente. Acaba sendo como uma profecia 
que se auto realiza. 
 
3. Diversificação: favorecimento de alternativas fora do processo penal 
formal. 
Exemplo disso é a justiça restaurativa, que funciona como uma conciliação, com 
a solução de conflitos, inclusive criminais separadamente ao processo penal. A 
ideia de que colocar autor e vítima frente à frente, para que ambos possam expor 
seus motivos que favoreceram a realização do crime, possa ser mais efetivo do 
que se recorrer ao cárcere. Entretanto, a justiça restaurativa é só um meio 
alternativo para o processo penal formal. A função do justiça restaurativa, é que 
as partes saiam plenamente satisfeitas. A professora cita um caso de uma mãe 
que perde seu filho em um homicídio cometido pelo seu melhor amigo. Essa 
mãe, então pede para que a pena privativa de liberdade seja substituída por um 
almoço, que deveria acontecer todos os sábados. Ocorre que, em determinado 
momento, o réu pede para ser levado a prisão, pois não suporta ver o sofrimento 
da mãe de seu amigo. 
Filme “O bicho de 7 cabeças”. 
O filme é baseado no livro “Canto dos Malditos”, e narra a história de Neto, um 
jovem que é internado por sua família em um hospital psiquiátrico após 
encontrarem um cigarro de maconha em meio a seus objetos pessoais. No 
hospital, Neto é constantemente medicado, meio pelo qual os responsáveis pelo 
local “maquiam” a real situação vivida pelos internos. 
No início, Neto busca de qualquer maneira deixar o hospital, mas em uma 
tentativa de fuga frustrada acaba sendo submetido a tratamento de choque. Em 
determinado momento, os pais de Neto resolvem retirá-lo da clínica, e acreditam 
que ela possa voltar a viver s vida que levava antes de ser internado. No entanto, 
como se observa, a etiqueta colada em Neto não permite que ele tenha uma vida 
comum, e dificulta todo relacionamento que ele poderia ter. 
Após diversas tentativas de desconstrução, Neto internaliza a etiqueta imposta 
pela sociedade, e adota os comportamentos que essa etiqueta carrega. 
Contudo, como consequências dos tratamentos de choque e dos medicamentos 
ministrado sem qualquer controle, Neto começa a apresentar reais problemas 
psicológicos. Ao final do filme, Neto não consegue mais conviver fora do hospital 
psiquiátrico e culpa seu pai por isso. 
A partir desse filme, observa-se claramente que a etiqueta e o rechaçamento 
social moldam o comportamento daquele que recebe esse rótulo. 
Ler: Introdução crítica a criminologia crítica, Vera Malagutti, Capítulos 9 e 10. 
 
 
Aula 09 – 06/06/2016 
➡ Criminologia Critica: pensa o crime e suas variáveis a partir da teoria do 
estado marxista. 
 1ª fase: Nova criminologia Marxista 
- principal obra: “ The new criminology” (1973), Taylor, Walton e Yong. 
- o capitalismo é a origem de toda delinquência. 
- as condutas criminalizadas são aquelas que oferecem risco a elite 
- solução da criminalidade: reforma social. 
- o direito penal é seletivo, tanto na criação de normas, como na aplicação 
delas. 
A criminologia crítica é a última grande teoria da criminologia, e que sobretudo 
faz uma crítica ao direito penal. Crítica a teoria do etiquetamento ao dizer que ao 
denunciar a forma de etiquetamento do Sistema Penal, é alucinada com relação 
ao capitalismo, ou seja, não se preocupa com as consequências 
socioeconômicas que essa etiqueta poderá trazer, vez que, existem grupos em 
que as etiquetas “colam” de maneira mais fácil. (Professora cita o exemplo da 
criança de 11 anos, morta por policiais na última semana). 
Autores como Nilo Batista e Juarez Cirino tecem suas teses com base na 
criminologia crítica, se utilizam dessa percepção para construir suas próprias 
teorias. O nome do livro do Baratta não é leviano, Criminologia crítica e Crítica 
ao Direito Penal, transmite a ideia de por o dedo na ferida do direito penal. Essa 
teoria busca a transmitir a ideia de que o direito penal é injusto, não estabelece 
quaisquer garantias e serve como um produto a sua clientela, ou seja, o conceito 
de que o direito penal é seletivo. O segundo grande polo da criminologia crítica 
seria a escola de Bolonha. 
Segundo a criminologia crítica, os selecionados seriam aqueles pertencentes as 
camadas mais pobres da população. Vai dizer que “esses que não estão sendo 
úteis às fábricas, que não são considerados úteis aos bolsos do patrão, serão 
aqueles que são a clientela do direito penal”. 
A relação que se estabelece entre cárcere e fabrica sintetiza o que a criminologia 
sempre quis dizer: o direito penal nada mais é do que um instrumento da elite 
para a manutenção do status quo, ou para a manutenção da elite em relação aos 
subalternos que servem riqueza. 
Deve-se ter em mente que ambas são correntes de uma mesma teoria, logo, não 
há uma grande discrepância entre as suas teses. Na primeira fase, há uma 
intensidade maior no que se refere a culpa do capitalismo. A segunda etapa 
diminui e retire a intensidade do que antes era dito na primeira etapa, ou seja, 
os autores chegam a segunda etapa através de uma autocrítica. 
Observa-se que o Direito Penal é um instrumento de manutenção da elite como 
classe dominante, e do proletariado como classe subalterna. 
 Todo crime é um ato político 
 Todo e qualquer crime se origina no Sistema Capitalista. 
A partir dessas premissas, nota-se que se houvesse uma reforma social em que 
se deixasse de viver um sistema capitalista e passasse a viver em um sistema 
socialista, haveria então o fim da delinquência/ criminalidade. Portanto, o sistemapenal seria um sistema seletista, uma vez que, escolhe uma parcela da 
sociedade para perseguir. A seletividade é o fato de que o sistema penal tem 
como clientela, sempre as camadas mais pobres.No momento de aplicação da 
norma, a seleção também é visível, como no caso de Thor Batista, que o 
problema está na desigualdade social, não na pobreza, como se pensava 
anteriormente. 
A criminologia crítica, tem uma espécie de condescendência com a delinquência, 
porque considera o agente do delito como uma vítima do sistema capitalista. A 
exclusão se dá sobre aqueles que são inúteis a produção de riqueza do sistema 
capitalista. 
 
Aula 10 – 13/06/2016 
Primeira fase: Nova Criminologia Marxista 
- Intensidade dos argumentos é muito maior, o que na segunda fase será 
relativizado. 
- As grandes afirmativas/premissas trazida nessa primeira etapa e atenuadas na 
segunda. Há uma espécie de romanização em relação ao criminoso, isto é, uma 
espécie de emparia em relação ao criminoso, porque o sujeito que pratica o delito 
nada mais é do que uma vítima do sistema capitalista. Isso significa dizer que os 
crimes são todo práticas por força da opressão imposta pelo sistema capitalista, 
logo, não há criminalidade que não se origine no sistema capitalista para essa 
primeira fase. Diante disso, o crime é interpretado como um ato político, o sujeito 
que comete o crime seria impelido a tomar essa atitude em protesto ao sistema 
capitalista. Isto é, por enquanto nesta fase, só se notam as condutas práticas 
pelos mais pobres que, em geral, são praticadas com os mais ricos. 
- Pode ser constatado no código penal de 40 que um crime culposo tem a pena 
máximo de 3 anos ao passo que o crime de furto tem pena máxima de 4 anos. 
- A única solução para os crimes, que são todos causados pelo capitalismo, é o 
abandono desse sistema sócio-político-econômico, adotando-se o Socialismo. 
Segunda fase: Criminologia Crítica. 
- Os crimes do colarinho brancos vão ser encarados na segunda etapa. O 
sistema penal é um sistema seletivo, que tem uma cliente-la própria. Isso, no 
Brasil, se dá não só no cárcere como também nos manicômios. 
- O Labelling por mais inteligente e mais bem construído que tenha sido, ele não 
foi capaz de diagnosticar a criminalização da pobreza. O Labelling afirma que 
existem os grupos de desviantes e a estigmatização só corrobora para esse 
processo. Nesse sentido, é criticado por não conseguir entender que a 
estigmatização e a formação de grupos desviantes está atrelada aos contextos 
socioeconômicos. 
- Eles desconstroem a criminologia positivista estão dizendo que o crime nada 
tem a ver com as pessoas, não se trata de um problema ontológico, não pode 
ser enxergado como uma característica pessoal. Discute-se as características 
sociais e econômicas capazes de oprimir o indivíduo e o designar a práticas 
delitivas. 
- O sistema que temos faz as pessoas subalternas e essas pessoas se sentem 
oprimidas. 
- A criminologia crítica não vai acreditar na ressocializar porque o estuda não 
tem nada para oferecer e não tem nada para ressocializar. 
 
Aula 11 – 20/06/2016 
Questionário 
1) Qual a função da pena segundo Baratta? 
Para Baratta, a função simbólica da pena é a punição de certos 
comportamentos, sobre os quais a dor é infringida, apenas servem de 
cobertura ideológica para os mecanismos de controle social duro sobre as 
classes perigosas. Portanto, a função da pena seria uma punição das classes 
subalternas com base nos interesses da classe burguesa. 
2) O sistema penal foi concebido para acabar com a ilegalidade? Justifique. 
Ao contrário do que se busca enfatizar, o sistema penal não foi concebido 
para acabar com a criminalidade, mas para diferenciar os comportamentos 
da chamada classe dominante (burguesia) da classe subalterna, e 
criminalizar essas condutas, punindo-as. 
3) Explique a afirmativa “o aparente fracasso dos sonhos corretivos 
penitenciários esconde seu principal objetivo: a organização da 
transgressão das leis numa tática geral de sujeições”. 
A análise da afirmativa permite observar que, apesar da constante tentativa 
de evidenciar o sonho corretivo penitenciário e a defesa da ilegalidade, o 
verdadeiro sentido do sistema penal seria a busca incessante da submissão 
dos povos considerados subalternos à leis que buscam criminalizar e 
distinguir seus comportamentos. 
O sistema penal migra de uma realidade de suplício para um modelo de 
controle minucioso é calculado de sujeição, tornando a prisão um aparelho 
disciplinar exaustivo.

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