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Aula 04 Arquivologia

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Aula 04
Arquivologia p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo
Professor: Felipe Petrachini
Arquivologia para Câmara dos Deputados 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 04 
 
 
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AULA 04 ± Legislação Arquivística Aplicável aos Arquivos 
Públicos 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
 
Sumário 
5. Legislação Aplicável aos Arquivos Públicos ................................................ 1 
5.1. Constituição Federal ............................................................................. 2 
5.2. Lei 8.159/1991 ...................................................................................... 4 
5.4 Decreto 4.073/2002 (Executivo Federal).............................................. 11 
5.3. Decreto 4.915/2003 (Executivo Federal) ............................................. 18 
5.5. Lei 5.433/1968, Decreto Federal 1.799/1996 e Resolução CONARQ nº 
10/1999 ................................................................................................................. 22 
5.6. Decreto 4553/2002 ............................................................................. 31 
5.7. Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) ................................... 31 
5.8. Lei 12.682/2012 .................................................................................. 38 
Despedida .................................................................................................. 41 
Questões Comentadas ± Resoluções CONARQ........................................... 42 
 
5. Legislação Aplicável aos Arquivos Públicos 
Esta aula é um compêndio dos principais diplomas legais e dos principais 
artigos que costumam ser exigidos em prova. 
Como você verá logo à frente, não falaremos nem mesmo de todos os artigos 
dos diplomas que serão estudados em aula. Assim o sendo, embora o conteúdo 
desta aula seja suficiente para fazer uma excelente prova, caso você tenha um 
tempo extra em sua agenda, leia diretamente os respectivos diplomas, pois o 
examinador sempre pode pescar um artigo insosso para fazer uma questão. 
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Você também vai reparar que já falamos de tudo que está sendo estudado 
aqui. Sabe por quê? Porque o curso todo foi baseado em legislação e doutrina. 
Neste ponto dos seus estudos, você já conhece a legislação voltada aos arquivos. 
Resta apenas conhecer a fonte de onde tirei os dados. 
Por fim, o tio sabe que a Câmara dos Deputados não é órgão submetido à 
disciplina do Executivo Federal. Entretanto, já presenciei três oportunidades em que 
decretos foram exigidos em provas para concursos do Legislativo e do Judiciário. O 
princípio da repartição dos poderes não é muito observado por aqui :P. 
5.1. Constituição Federal 
Sim meus caros, nossa vasta e quase interminável Carta Magna disse uma 
palavrinha ou duas que o estudante de arquivologia deve também ouvir falar. 
Já aviso logo que não foi exatamente dos arquivos que a Constituição 
Federal falou em seu texto, mas de algo muito caro às Democracias: a informação. 
Informação, como quero acreditar que os Senhores ainda se recordam , é a 
parte intangível do documento. É a ideia fixada em suporte. 
E quais artigos devemos conhecer? Eu ficaria com estes aqui: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Olha o lendário artigo 5º aqui, diretamente das suas aulas de Direito 
Constitucional. 
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De uma só vez, esta nação deixa claro que todos têm direito a receber 
informações dos órgãos públicos, mas também qualifica algumas informações que, 
por sua importância, não devem ser franqueadas a este mesmo público. Neste 
segundo caso, está presente a ideia de sigilo, já conhecida por vocês. 
Caso seu professor de Constitucional não tenha sido suficientemente enfático 
(porque tenho certeza de que ele falou o que direi agora), o direito à informação diz 
respeito ao seu próprio nariz, ou àquilo que for da conta de todo mundo . 
Você tem direito de obter informações que digam respeito a você, e àquelas 
que digam respeito ao interesse coletivo ou geral. A princípio, você NÃO tem 
direito a informações de interesses de terceiros, Salvo casos específicos, que 
não dizem respeito ao nosso estudo aqui. 
O segundo artigo que considero importante está perdido quase lá no fim da 
Constituição Federal, e mesmo assim, não é todo ele que nos interessa: 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em 
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória 
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais 
se incluem: 
[...] 
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão 
da documentação governamental e as providências para 
franquear sua consulta a quantos dela necessitem. 
Fui obrigado a transcrever o artigo 216, mas o que realmente nos importa 
aqui é o parágrafo 2º daquele artigo. Nesta parte, a Constituição prevê a criação de 
um diploma legal que discipline a gestão de documentos dentro dos órgãos 
públicos. 
Com esta deixa, passamos ao capítulo seguinte, que possui a lei e o decreto 
mais importante do nosso curso. 
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5.2. Lei 8.159/1991 
Meu caro, se seu tempo estiver curto e você só puder ler uma lei, leia a Lei 
8.159/1991. 
Ela é, de longe, a lei mais importante do curso, sendo o alfa e o ômega de 
tudo, tudo, tudo mesmo que aprendemos sobre arquivologia e arquivística ao longo 
do curso. 
A versão completa da lei tem 28 artigos, dos quais três deles encontram-se 
revogados pela Lei 12.527/2011 (artigos 22 a 24). 
O link dela está aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12527.htm 
Fiquei aqui pensando em como passar o conteúdo sem ser maçante. 
Cheguei a duas conclusões: não vou reproduzir integralmente a legislação, para não 
tornar o PDF cansativo, e, como recebi inúmeras críticas positivas quanto ao uso e 
DEXVR�GD�SDOKHWD�GH�FRUHV�GR�0LFURVRIW�:RUG��YRX�³FRORULU´�D�OHJLVODomR��QDV�SDUWHV�
em que vocês devem ter mais atenção. 
Olha só como não é difícil. 
Conforme o próprio preâmbulo da lei, esta ³Dispõe sobre a política 
nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências´. 
A razão de estarmos aqui portanto . 
Vamos aos principais artigos: 
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os 
conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãospúblicos, instituições de caráter público e entidades privadas, 
em decorrência do exercício de atividades específicas, bem 
como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação 
ou a natureza dos documentos. 
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Olha só meu filho, tudo que eu venho repetindo, constantemente, aula após 
aula. Seu querido professor não infernizou você este tempo todo inutilmente. O 
artigo 2º define, em todo seu esplendor e glória, o que é um arquivo. 
E o próximo artigo é ainda melhor: 
Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de 
procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, 
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e 
intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para 
guarda permanente. 
O tio não só já comentou esse artigo, como escreveu um capítulo inteiro 
sobre ele. Pode conferir as aulas passadas que irá encontra-lo, com as mesmas 
cores e detalhes. E cai em prova. DIRETO! 
Seguindo. Lembra-se do nosso artigo 5º, inciso XXXIII? 
Embora ele tenha sido já bastante enfático, a Lei 8159/1991 não perdeu a 
oportunidade de reproduzi-lo. A informação do artigo 4º desta lei corresponde à 
mesma ideia daquele inciso. Veja só: 
Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança 
da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. 
Novidade: A Lei trata de documentos, e assim sendo, é normal que 
adequasse a redação do inciso ao objeto que busca regulamentar. Também 
especificou as hipóteses de sigilo com um pouco mais de detalhamento, mas, de 
resto, é a mesma coisa. 
Depois deste, temos alguns artigos menos nobres, que dispensarei a 
reprodução. 
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Seguindo em frente. 
Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos 
produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por 
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal 
e municipal em decorrência de suas funções administrativas, 
legislativas e judiciárias. 
§ 1º - São também públicos os conjuntos de documentos 
produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por 
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços 
públicos no exercício de suas atividades. 
§ 2º - A cessação de atividades de instituições públicas e de 
caráter público implica o recolhimento de sua documentação à 
instituição arquivística pública ou a sua transferência à 
instituição sucessora. 
O artigo 7º, de novo, é a consagração de todo o nosso curso. 
Arquivo, qualquer que seja, é o conjunto de documentos produzidos e 
recebidos no exercício das atividades de determinada entidade. 
Assim sendo, arquivo público é o conjunto de documentos produzidos e 
recebidos por órgãos públicos. Simples assim. 
O parágrafo 1º chama a atenção a uma particularidade já cobrada em prova: 
documentos de instituições privadas podem também compor o que se chama de 
arquivo público, nas hipóteses nele previstas. 
E o parágrafo 2º também já foi cobrado em prova. Ele trata de uma situação 
específica de encerramento de atividades de determinada instituição pública. 
Só para ficar bem claro: 
A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público 
Implica 
recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública 
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ou 
sua transferência à instituição sucessora 
 
E como saberemos qual dos dois procedimentos tomar? A existência de uma 
instituição sucessora, que venha a exercer as atividades da entidade original. 
Aliás, este caso é particularmente curioso. De acordo com o princípio da 
proveniência, dois fundos de arquivo diferentes não podem ser misturados, e este é 
o princípio mais importante da arquivística. Ainda assim, em caso de sucessão, 
pode ser que a instituição sucessora se veja servida agora dos documentos do 
fundo que sucedeu, e com o seu acervo próprio. 
O que fazer? Vou dizer a vocês o que NÃO FAZER: estes fundos não 
devem ser misturados. São dois fundos de arquivo totalmente independentes, que 
deverão ser mantidos pela instituição exatamente desta forma. 
Olha outro artigo já amplamente estudado na Aula 02: 
Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, 
intermediários e permanentes. 
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§ 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou 
que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas 
frequentes. 
§ 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, 
não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de 
interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou 
recolhimento para guarda permanente. 
§ 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos 
de valor histórico, probatório e informativo que devem ser 
definitivamente preservados. 
Não preciso repetir o que foi dito em aula né? Espero que não. Mas se tiver 
dúvida sobre este trecho, conversa lá comigo no fórum que a gente esclarece tudo 
:D. 
Passando adiante, temos o querido artigo 9º e 10º: 
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições 
públicas e de caráter público será realizada mediante autorização 
da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de 
competência. 
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e 
imprescritíveis. 
Todos termos familiares ao Direito Civil. Lembre-se de que os documentos de 
valor permanente jamais perdem esta característica. 
Nós já conversamos sobre isto, e caso você não se lembre: 
07. CESPE 2012 ± ANATEL - Os documentos de valor permanente, 
consoante legislação, não devem ser eliminados ou alienados. 
Comentários: Item correto. Os documentos permanentes nunca podem ser 
eliminados, nem alienados (vendidos). É o que nos diz o art. 10º da lei art. 8.159/91: 
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e 
imprescritíveis. 
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Lembre-se que os documentos permanentes possuem valor histórico, não 
VHQGR� PDLV� ³SURSULHGDGH´� �WHFQLFDPHQWH�� QmR� HVWmR� PDLV� sob a custódia) da 
instituição de origem, constituindo patrimônio histórico da nação. 
O artigo 12 é bom que vocês apenas conheçam, pois é fonte inesgotável de 
cascas de banana para concurseiros incautos: 
Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados 
pelo Poder Público comode interesse público e social, 
desde que sejam considerados como conjuntos de fontes 
relevantes para a história e desenvolvimento científico 
nacional. 
5HSDUH� QR� ³pode´�� Existe sim a possibilidade de um arquivo privado ser 
identificado como de interesse público e social, basta apenas que sejam atendidos 
os requisitos de relevância histórica e cientifica do conjunto de documentos 
custodiados por esse arquivo. 
Estes arquivos se submetem a algumas regras específicas da Lei 
8.159/1991. Vale a pena dar uma lida: 
Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de 
interesse público e social não poderão ser alienados com 
dispersão ou perda da unidade documental, nem 
transferidos para o exterior. 
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder 
Público exercerá preferência na aquisição. 
Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados 
identificados como de interesse público e social poderá 
ser franqueado mediante autorização de seu proprietário 
ou possuidor. 
Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de 
interesse público e social poderão ser depositados a título 
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revogável, ou doados a instituições arquivísticas 
públicas. 
Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades 
religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código 
Civil ficam identificados como de interesse público e 
social. 
Pois bem, vamos em frente: 
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o 
recolhimento dos documentos produzidos e recebidos 
pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar 
o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e 
implementar a política nacional de arquivos. 
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o 
Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. 
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal 
a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e 
recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas 
funções, bem como preservar e facultar o acesso aos 
documentos sob sua guarda. 
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a 
gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e 
recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas 
funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e 
secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos 
documentos sob sua guarda. 
Preste atenção!!! (nunca se sabe quando poderá ser cobrado): o Executivo 
Federal possui um órgão próprio para cuidar dos documentos por ele produzidos e 
recebidos no desempenho de suas atividades: o Arquivo Nacional. 
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Isto é tão importante que algumas bancas simplesmente desconsideram o 
fato de a prova ser aplicada para concursos de outras esferas e outros poderes da 
República! Significa que, mesmo que você se veja diante de uma prova do 
Legislativo Municipal, Judiciário Estadual, e quaisquer outras combinações 
possíveis, vai encontrar utilidade neste artigo e no Decreto que se seguirá . 
Quanto aos demais poderes, a lei cuida apenas de conceder-lhes 
competência para gerir seus documentos da maneira que melhor lhes aprouver. 
Pois bem, o próximo passo da aula seria falar dos artigos 23, 24 e 25. 
Felizmente, seu professor, como o bacharel em direito e aspirante a advogado, 
recusado pela OAB, em virtude do artigo 28, inciso VII da Lei 8906 de 1994 (fique 
tranquilo pois esse artigo trata sobre a incompatibilidade de determinadas atividades 
com o exercício da advocacia.), sabe que estes artigos foram revogados. 
A parte interessante deles tratava sobre sigilo de documentos. Tudo isso será 
visto quando falarmos da Lei 12.527 de 2011, na parte que nos interessar. 
E para terminar 
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), 
órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política 
nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema 
Nacional de Arquivos (SINAR). 
O CONARQ está inserido dentro de um sistema maior, chamado SINAR. 
Cabe ao SINAR implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma 
a garantir a integridade do ciclo documental, sendo o CONARQ seu órgão central. 
5.4 Decreto 4.073/2002 (Executivo Federal) 
O Decreto 4.073/2002 trata tanto do CONARQ como do SINAR. Como seu 
edital não pediu especificamente o decreto, não precisará estuda-lo profundamente, 
mas apenas conhecer os principais artigos que costumam cair na prova. 
Comecemos pelo CONARQ: 
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Art. 1o O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão 
colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 
26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade 
definir a política nacional de arquivos públicos e privados, 
bem como exercer orientação normativa visando à gestão 
documental e à proteção especial aos documentos de 
arquivo. 
O CONARQ é o órgão que organiza o funcionamento dos arquivos públicos e 
privados no Brasil. Todos os temas que vimos ao longo das aulas é fruto não só do 
trabalho de doutrinadores na disciplina, mas da regulamentação promovida pelo 
Conselho Nacional de Arquivos. 
Você não precisará conhecer todo o Decreto 4.073/2000, mas convém 
conhecer os próximos artigos. O primeiro que mostrarei trata das competências do 
CONARQ: 
Art. 2o Compete ao CONARQ: 
I - estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema 
Nacional de Arquivos - SINAR, visando à gestão, à 
preservação e ao acesso aos documentos de arquivos; 
II - promover o inter-relacionamento de arquivos públicos 
e privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica 
das atividades arquivísticas; 
II - propor ao Ministro de Estado da Justiça normas legais 
necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação da política 
nacional de arquivos públicos e privados; (Redação dada pelo 
Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência 
IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos 
constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o 
acesso aos arquivos públicos; 
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V - estimular programas de gestão e de preservação de 
documentos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito 
Federal e municipal, produzidos ou recebidos em decorrência 
das funções executiva, legislativa e judiciária; 
VI - subsidiar a elaboração de planos nacionais de 
desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da política 
nacional de arquivos públicos e privados; 
VII - estimular a implantação de sistemas de arquivos nos 
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Executivo e 
Legislativo dos Municípios; 
VIII - estimular a integração e modernização dos arquivos 
públicos e privados; 
IX - identificar os arquivos privados de interesse público e 
social, nos termos do art. 12 da Lei no 8.159,de 1991; 
X - propor ao Presidente da República, por intermédio do 
Ministro de Estado da Justiça, a declaração de interesse 
público e social de arquivos privados; 
XI - estimular a capacitação técnica dos recursos humanos 
que desenvolvam atividades de arquivo nas instituições 
integrantes do SINAR; 
XII - recomendar providências para a apuração e a reparação 
de atos lesivos à política nacional de arquivos públicos e 
privados; 
XIII - promover a elaboração do cadastro nacional de arquivos 
públicos e privados, bem como desenvolver atividades 
censitárias referentes a arquivos; 
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XIV - manter intercâmbio com outros conselhos e 
instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou 
complementares às suas, para prover e receber elementos de 
informação e juízo, conjugar esforços e encadear ações; 
XV - articular-se com outros órgãos do Poder Público 
formuladores de políticas nacionais nas áreas de educação, 
cultura, ciência, tecnologia, informação e informática. 
Vou apresentar a composição do CONARQ um pouco mais tarde, pois fará 
mais sentido quando você conhecer o SINAR. 
Muito bem, falemos do SINAR agora. O SINAR é o nosso Sistema Nacional 
de Arquivos. E o que ele faz? 
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política 
nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, 
à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo. 
O CONARQ concebe, o SINAR torna realidade . Por esta razão, você verá 
que as competências do SINAR consistem em ações, ao passo que as do CONARQ 
podem ser associadas ao planejamento de todo o sistema de arquivos. 
Veja você mesmo: 
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR: 
I - promover a gestão, a preservação e o acesso às 
informações e aos documentos na sua esfera de 
competência, em conformidade com as diretrizes e normas 
emanadas do órgão central; 
 II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e 
normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo seu 
cumprimento; 
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III - implementar a racionalização das atividades 
arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo 
documental; 
IV - garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor 
permanente; 
 V - apresentar sugestões ao CONARQ para o aprimoramento 
do SINAR; 
VI - prestar informações sobre suas atividades ao CONARQ; 
VII - apresentar subsídios ao CONARQ para a elaboração de 
dispositivos legais necessários ao aperfeiçoamento e à 
implementação da política nacional de arquivos públicos e 
privados; 
VIII - promover a integração e a modernização dos arquivos 
em sua esfera de atuação; 
IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que possam ser 
considerados de interesse público e social; 
X - comunicar ao CONARQ, para as devidas providências, 
atos lesivos ao patrimônio arquivístico nacional; 
XI - colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos 
públicos e privados, bem como no desenvolvimento de 
atividades censitárias referentes a arquivos; 
XII - possibilitar a participação de especialistas nas câmaras 
técnicas, câmaras setoriais e comissões especiais constituídas 
pelo CONARQ; 
XIII - proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos 
técnicos da área de arquivo, garantindo constante 
atualização. 
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Tudo aquilo que está colorido merece uma atenção especial, mas como eu 
disse, sem pânico (eu disse neura, mas você entendeu a ideia). Estou apenas 
apresentando as estruturas que compõem o maravilhoso mundo da gestão de 
documentos na Administração Pública Federal. Você não precisa conhecê-las a 
fundo, apenas ter ciência de seu papel no grande quadro. 
Seguindo uma ordem um pouco diferente daquela proposta pela legislação, 
vou falar agora dos integrantes do CONARQ e do SINAR (se fosse seguir a ordem 
do Decreto, já teríamos falado dos integrantes do CONARQ bem antes). 
Comecemos pelo SINAR: 
Art. 12. Integram o SINAR: 
I - o Arquivo Nacional; 
II - os arquivos do Poder Executivo Federal; 
III - os arquivos do Poder Legislativo Federal; 
IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal; 
V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário; 
VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário; 
VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e 
Legislativo. 
§ 1o Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando 
organizados sistemicamente, passam a integrar o SINAR por 
intermédio de seus órgãos centrais. 
 § 2o As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, 
detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR mediante 
acordo ou ajuste com o órgão central. 
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Basicamente: o SINAR abrange todos os arquivos de todas as pessoas 
jurídicas de Direito Público do país, e ainda deixa abertura para que pessoas 
físicas e jurídicas de direito privado possam também integrar o sistema. 
E porque eu escolhi falar do SINAR antes? Primeiro porque o SINAR é 
composto por órgãos, ao passo que o CONARQ é composto por 
representantes, em grande parte oriundos daqueles órgãos que compõem o 
CONARQ. 
Assim, agora que você já conhece os órgãos que compõem o SINAR, será 
mais fácil de identificar os membros do CONARQ, oriundos desses mesmos órgãos. 
Veja só: 
Art. 3o São membros conselheiros do CONARQ: 
I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá; 
II - dois representantes do Poder Executivo Federal; 
III - dois representantes do Poder Judiciário Federal; 
IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal; 
V - um representante do Arquivo Nacional; 
VI - dois representantes dos Arquivos Públicos Estaduais 
e do Distrito Federal; 
VII - dois representantes dos Arquivos Públicos 
Municipais; 
E agora vem o pessoal que você não conhece: 
VIII - um representante das instituições mantenedoras de 
curso superior de arquivologia; 
IX - um representante de associações de arquivistas; 
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X - três representantes de instituições que congreguem 
profissionais que atuem nas áreas de ensino, pesquisa, 
preservação ou acesso a fontes documentais. 
§ 1o Cada Conselheiro terá um suplente. 
§ 2o Os membros referidos nos incisos III e IV e respectivos 
suplentes serão designados pelo Presidente do Supremo 
Tribunal Federal e pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, respectivamente. 
§ 3o Os conselheiros e suplentes referidos nos inciso II e V a 
X serão designados pelo Presidente da República, a partir 
de listas apresentadas pelo Ministro de Estadoda Justiça, 
mediante indicações dos dirigentes dos órgãos e entidades 
representados. (Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 
2011) 
§ 4o O mandato dos Conselheiros será de dois anos, 
permitida uma recondução. 
§ 5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e 
impedimentos, será substituído por seu substituto legal no 
Arquivo Nacional. 
Agora você conhece os órgãos que fazem os arquivos públicos e privados 
funcionarem no país, de tal forma que os principais aspectos deste Decreto já foram 
superados! 
Se tiver um tempo, dê uma lida no Decreto. São apenas 30 artigos e nunca 
se sabe quando o examinador vai resolver inovar . 
Você pode ir em frente . 
5.3. Decreto 4.915/2003 (Executivo Federal) 
Meu amigo, este Decreto também se refere ao Executivo Federal. E como 
todos os Decretos estudados nesta aula, são tão importantes que são cobrados 
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inclusive em provas de concursos que não tem absolutamente nada a ver com o 
Executivo Federal. 
Posso dizer, por experiência própria, que este é o poder que mais adora 
editar decretos, instruções normativas e ordens de serviço interpretando e 
regulamentando a legislação existente. 
Através do Decreto 4915/2003, conforme seu próprio preâmbulo, buscou-se 
regulaPHQWDU� R� ³disposto no art. 30 do Decreto-lei 200/1967, no art. 18 da Lei 
8.159/1991, e no Decreto no 4.073/2002, de 3 de janeiro de 2002´� 
Pela ordem: 
- O Decreto-Lei 200/1967 dispõe sobre a Administração Pública Federal e 
existe desde os tempos em que o tio Hely Lopes Meireles ainda era vivo. É 
frequentemente estudado em Direito Administrativo e Administração Pública, e só 
apareceu no texto da lei porque é uma lei que dispõe sobre procedimentos a serem 
adotados dentro do Executivo Federal. 
 O Decreto 4.073/2002 trata especificamente do CONARQ. Já falamos dele, 
e falaremos do Decreto em breve. 
E por fim, o artigo 18 da Lei 8.159/1991, trata da Gestão de Documentos 
dentro do Executivo Federal, e de certo modo, é a principal razão de ser do Decreto. 
O que você precisa saber? Acompanhe: 
Art. 1o Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a 
denominação de Sistema de Gestão de Documentos de 
Arquivo- SIGA, as atividades de gestão de documentos no 
âmbito dos órgãos e entidades da administração pública 
federal. 
O SIGA é um sistema dedicado à Gestão de Documentos na Administração 
Pública Federal. Ele não é exatamente uma entidade, mas é composto por diversos 
órgãos, entre os quais, velhos conhecidos, como o CONARQ. Já chegaremos lá. 
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O SIGA, como tudo que é criado no serviço público, seja um órgão, entidade, 
ou mesmo um simples sistema, existe para atender a uma finalidade: 
Art. 2o O SIGA tem por finalidade: 
I - garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da administração 
pública federal, de forma ágil e segura, o acesso aos documentos 
de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os 
aspectos de sigilo e as restrições administrativas ou legais; 
 II - integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos 
de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o 
integram; 
III - disseminar normas relativas à gestão de documentos de 
arquivo; 
IV - racionalizar a produção da documentação arquivística pública; 
V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de 
armazenagem da documentação arquivística pública; 
 VI - preservar o patrimônio documental arquivístico da 
administração pública federal; 
 VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou 
indiretamente na gestão da informação pública federal. 
Não tem muito segredo aqui. Tudo que o SIGA busca fazer é aquilo que 
vimos durante a aula, objetivos a serem alcançados pelo gestor do arquivo. Há tanto 
preocupação com a disseminação da informação (mandamento de ordem 
FRQVWLWXFLRQDO��� FRPR� SUHRFXSDo}HV� PDLV� ³PXQGDQDV´�� FRPR� D� WHQWDWLYD� GH�
racionalização da produção de documentos e custos. 
Art. 3o Integram o SIGA: 
I - como órgão central, o Arquivo Nacional; 
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II - como órgãos setoriais, as unidades responsáveis pela 
coordenação das atividades de gestão de documentos de 
arquivo nos Ministérios e órgãos equivalentes; 
III - como órgãos seccionais, as unidades vinculadas aos 
Ministérios e órgãos equivalentes. 
Vamos ver se dá para facilitar a visualização: 
 
No seu caso, a unidade dentro do seu órgão responsável pela gestão de 
documentos é o Órgão Setorial, e você provavelmente trabalhará em um dos 
inúmeros Órgãos Seccionais (que seriam as outras unidades dentro da entidade). 
Dê uma lida descompromissada nos artigos 4º a 7º do Decreto. 
Você precisa memorizar? NÃO!!! 
Mas tenha em mente uma coisa antes de começar: Quanto mais alto na 
hierarquia, menos trabalho braçal e mais atribuições de supervisão e orientação. 
Quem carrega caixa na repartição é você, não seu chefe . Ele é quem diz onde a 
caixa deve ser posta, e o chefe dele tem o conhecimento do por que a caixa deve 
ser posta onde foi posta . 
Arquivo 
Nacional 
Órgãos Setoriais 
(Ministérios) 
Órgão Seccional Órgão Seccional 
Órgãos Setoriais 
(Órgãos 
Equivalentes) 
Órgão Seccional 
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Com este exemplo esdrúxulo e ligeiramente confuso, acredito que você 
pescará a ideia. Se tiver dúvidas, escreva para mim no fórum! 
Uma última particularidade, um tanto óbvia, mas que seria a cara do CESPE 
cobrar na sua prova: 
Art. 9o Os órgãos setoriais do SIGA vinculam-se ao órgão 
central para os estritos efeitos do disposto neste Decreto, 
sem prejuízo da subordinação ou vinculação administrativa 
decorrente de sua posição na estrutura organizacional dos 
órgãos e entidades da administração pública federal. 
Em outras palavras, a estrutura administrativa de todos os órgãos da 
Administração Pública Federal continua a mesma, mas, em matéria de gestão de 
documentos, é o Arquivo Nacional quem deve dar a última palavra. Assim sendo, a 
hierarquia existente tendo o Arquivo Nacional no ápice só é válida quando o assunto 
for gestão de documentos, e mais nada! 
Qualquer afirmação que tenda a dizer o contrário está incorreta. 
5.5. Lei 5.433/1968, Decreto Federal 1.799/1996 e Resolução 
CONARQ nº 10/1999 
Os diplomas legais acima tratam do suporte de microfilme, em um nível de 
detalhamento que nos deixaria debruçados durante horas estudando o tema. 
E vou ser bem honesto com vocês: a Lei 5.433/1968 é um pouco vaga . Até 
aí tudo bem, mas o verdadeiro ponto do argumento é que o que vocês precisam 
mesmo saber para a prova está no Decreto Federal que regulamenta esta lei, no 
caso, o Decreto Federal 1.799/1996. 
Este sim precisa ser estudado com cuidado. Recomendação do seu 
professor: leia a Lei 5.433/1968 sem stress, apenas para não derrapar em 
pegadinhas óbvias,e vá com sangue nos olhos quando for ler o Decreto Federal. 
Veja uma pegadinha óbvia, que a mera leitura descompromissada da Lei 
5.433/1968 já te garantiria o ponto: 
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§ 2º Os documentos microfilmados poderão, a critério da autoridade 
competente, ser eliminados por incineração, destruição mecânica 
ou por outro processo adequado que assegure a sua desintegração. 
Isso mesmo meu caro!Podemos mandar documentos para a grande fornalha, 
desde que tenham sido microfilmados anteriormente, EXCETO: 
Art 2º Os documentos de valor histórico não deverão ser 
eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição 
detentora dos mesmos. 
Tudo isso só batendo o olho na legislação. 
Veja alguns artigos interessantes da Lei 5433/1968 (tem artigo do tempo que 
termo tinha circunflexo ): 
§ 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua 
transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de têrmo, 
por autoridade competente, em livro próprio. 
§ 4º Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão 
arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua 
saída sob qualquer pretexto. 
§ 5º A eliminação ou transferência para outro local dos documentos 
microfilmados far-se-á mediante lavratura de têrmo em livro próprio 
pela autoridade competente. 
§ 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito, 
microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu 
arquivamento. 
§ 7º Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, 
poderão excepcionalmente ser microfilmados documentos ainda não 
arquivados, desde que autorizados por autoridade competente. 
Passando ao Decreto. Vamos direto ao ponto: 
Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o 
resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, 
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dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em 
diferentes graus de redução. 
Já vimos em aula este artigo, estou apenas refrescando sua memória. 
Existem alguns procedimentos específicos para a realização da 
microfilmagem, previstos nos artigos 4º a 6º do Decreto. Convém uma breve leitura, 
nem tanto por sua grande chance de caírem em prova, mas para que se entenda 
como funciona microfilmagem: 
 Art. 5° A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em 
filme original, com o mínimo de 180 linhas por milímetro de 
definição, garantida a segurança e a qualidade de imagem e de 
reprodução. 
§ 1° Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de 
filme cópia do filme original. 
É simplesmente uma cópia de segurança. Com este procedimento, caso 
nossa cópia microfilmada seja destruída, teremos condições de recuperar a 
informação através do filme cópia. 
§ 2° Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis, de qualquer 
tipo, tanto para a confecção do original, como para a extração de 
cópias. 
Filme atualizável é um filme cujo conteúdo pode ser alterado posteriormente, 
através de um novo processo de reprodução. A utilização deste filme retira a certeza 
de que o documento microfilmado é fiel ao seu original, razão há vedação em seu 
uso. 
§ 3° O armazenamento do filme original deverá ser feito em local 
diferente do seu filme cópia. 
Nunca deixe todos os ovos na mesma cesta. Imagine um grande incêndio no 
local onde está guardado o filme original e o filme cópia, e lá se foi a informação 
embora . 
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Art. 6° Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de 
redução, garantida a legibilidade e a qualidade de reprodução. 
Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho 
ultrapasse a dimensão máxima do campo fotográfico do 
equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, 
sendo obrigatória a repetição de uma parte da imagem anterior 
na imagem subseqüente, de modo que se possa identificar, por 
superposição, a continuidade entre as seções adjacentes 
microfilmadas. 
Tranquilinho até aqui, mas a partir de agora o negócio vai ficar pesado: 
Art. 7° Na microfilmagem de documentos, cada série será 
precedida de imagem de abertura, com os seguintes 
elementos: 
I - identificação do detentor dos documentos, a serem 
microfilmados; 
II - número do microfilme, se for o caso; 
III - local e data da microfilmagem; 
IV - registro no Ministério da Justiça; 
V - ordenação, identificação e resumo da série de documentos 
a serem microfilmados; 
VI - menção, quando for o caso, de que a série de 
documentos a serem microfilmados é continuação da 
série contida em microfilme anterior; 
VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade 
filmadora e do grau de redução; 
VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o 
caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem 
microfilmados; 
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 IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura 
do responsável pela unidade, cartório ou empresa 
executora da microfilmagem. 
Art. 8º No final da microfilmagem de cada série, será 
reproduzida a imagem de encerramento, imediatamente após 
o último documento, com os seguintes elementos: 
I - identificação do detentor dos documentos microfilmados; 
 II - informações complementares relativas ao inciso V do 
artigo anterior; 
III - termo de encerramento atestando a fiel observância às 
disposições deste Decreto; 
IV - menção, quando for o caso, de que a série de 
documentos microfilmados continua em microfilme 
posterior; 
V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura 
do responsável pela unidade, cartório ou empresa 
executora da microfilmagem. 
Os artigos acima discriminam tudo que deve conter as imagens de abertura e 
encerramento de um microfilme. 
Se você tentar memorizar isto, vai enlouquecer. Vamos tentar outro caminho. 
Seu querido professor, nos tempos em que era Assistente Técnico lá na Receita 
Federal (hoje dou aulas ), a fim de complementar sua renda, fazia edições de vídeo 
de casamento para poder levar a namorada ao cinema . 
Não que isso em si seja importante, mas o método que eu utilizava para 
identificar as fitas é o mesmo que você vê em alguns rolos de filme antigos. É 
necessário, logo no começo da fita (ou no nosso caso, microfilme), identificar que 
negócio é aquele. 
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Agora pense um pouco: o que você gostaria de ver logo de cara que te 
ajudasse a identificar o que exatamente é aquele microfilme? 
O que é isto: I - identificação do detentor dos documentos, a serem 
microfilmados; II - número do microfilme, se for o caso; IV - registro no Ministério 
da Justiça; 
Ondee quando foi feito isto: III - local e data da microfilmagem; 
Quem será que fez isto: VIII - nome por extenso, qualificação funcional, 
se for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem 
microfilmados; IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do 
responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da microfilmagem. 
Como isto foi feito: VII - identificação do equipamento utilizado, da 
unidade filmadora e do grau de redução; 
E o meu favorito, quando as edições de vídeo continham mais de uma fita: 
Onde raios isso começa? V - ordenação, identificação e resumo da série 
de documentos a serem microfilmados; VI - menção, quando for o caso, de que a 
série de documentos a serem microfilmados é continuação da série contida 
em microfilme anterior; 
E quando o microfilme termina, é quase a mesma coisa, só que não 
precisamos de tantos detalhes, embora algumas informações devam ser repetidas: 
O que é isto?: I - identificação do detentor dos documentos 
microfilmados; 
Isto foi feito certo? III - termo de encerramento atestando a fiel 
observância às disposições deste Decreto; 
Quem será que fez isto: V - nome por extenso, qualificação funcional e 
assinatura do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da 
microfilmagem. 
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E será que isto terminou? II - informações complementares relativas ao 
inciso V do artigo anterior; IV - menção, quando for o caso, de que a série de 
documentos microfilmados continua em microfilme posterior; 
Quer ver algo legal agora? Olha só: 
Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de 
documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos 
federais, estaduais e municipais. 
§ 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as 
certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente 
dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos 
originais em juízo ou fora dêle. 
Significa que um documento microfilmado tem o mesmo valor legal 
que o documento que tenha servido de base à sua confecção. Agora, que 
fique bem claro: o mesmo valor legal. Nada mais que isto! 
Vá olhar para sua coleção de figurinhas. Veja aquela figurinha 
brilhante do Ronaldo nos tempos em que ele conseguia correr de um 
ponto a outra do campo sem ofegar. 
Caso eu microfilmasse sua coleção de figurinhas, você iria aceitar a 
ideia que eu as incinerasse logo em seguida, já que, basicamente, toda a 
informação contida na figurinha está no microfilme? 
Quero eu acreditar que não . 
Por quê? Porque embora o microfilme tenha valor legal, ele não tem 
o mesmo valor histórico que o documento original. 
Pensando nisso, temos o artigo 13: 
Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de 
guarda permanente, não poderão ser eliminados após a 
microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de 
sua esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão 
detentor. 
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Viu como tudo se encaixa com perfeição? 
Tem mais um artigo que já foi cobrado em prova, legal pacas: 
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópias 
resultantes de microfilmagem de documentos sujeitos à 
fiscalização, ou necessários à prestação de contas, 
deverão ser mantidos pelos prazos de prescrição a que 
estariam sujeitos os seus respectivos originais. 
Aqui ajuda bastante pensar: o microfilme tem valor de documento original. 
Apresentar o documento microfilmado é quase como se fosse apresentar o original 
mesmo. Assim, já que ele está ali, representando tal como se fosse o documento 
que buscávamos, ele deve ser armazenado pelo mesmo tempo e pelos mesmos 
motivos pelos quais armazenaríamos os originais. Simples assim. 
Até aqui estava tudo indo bem. Mas não falei ainda da Resolução 10 do 
CONARQ. Pelo amor de Deus, não se desespere. 
Primeiro passo: 
http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/legisla/anexos_da_resoluo_n_10.pdf 
Este link direcionará você à resolução. Estou apontando por curiosidade 
apenas, e caso você tenha tempo de ler, poderá passar o olho por lá. 
O que você deve memorizar: desenhos . Veja aqui: 
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(VWHV� ³GHVHQKRV´� VmR� R� TXH� FKDPDPRV� GH� ³VLQDOpWLFDV´�� &RQVLVWHP� HP�
símbolos de significado padronizado. Quem vê estes desenhos sabe, de pronto, o 
que eles significam, razão pela qual seu conhecimento é necessário em algumas 
questões sobre microfilmagem. 
Meu caro, aqui não tem segredo. Essa imagem saiu direto da resolução. 
Você terá de aprender a fazer relações entre o desenho e o significado (Aliás, os 
desenhos foram criados justamente para facilitar essa assimilação). 
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5.6. Decreto 4553/2002 
REVOGADO!!!!!. 
Se o material de vocês for um pouco mais antigo, apenas pule esta parte. 
Conforme artigo 60 do Decreto 7845 de 2012 
Art. 60. Ficam revogados: 
I - o Decreto no 4.553, de 27 de dezembro de 2002; e 
II - o Decreto no 5.301, de 9 de dezembro de 2004. 
ESQUEÇA! 
5.7. Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) 
Também conhecida como o mais recente recurso de pesquisa à 
remXQHUDomR�GRV�VHUYLGRUHV�GH�WRGR�R�%UDVLO�RX�HQWmR��SDUWH�GR�SURJUDPD�³TXDQWR�
JDQKD�R�PHX�SURIHVVRU"´����6y�SUD�FRQVWDU��FDVR�DOJXpm vá procurar nos sistemas 
do Estado de São Paulo, aquele é o BRUTO!!!! ) 
A despeito da minha opinião sobre o referido diploma, é fato que tal lei veio 
regulamentar o inciso XXXIII do artigo 5º da Constituição Federal, bem como 
SDUiJUDIR��ž�GR�DUWLJR������³3RU�DFDVR´��DPERV�Mi�IRUDP�YLVWRV�QHVWD�DXOD� 
Veja o artigo 1º: 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a 
informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 
216 da Constituição Federal. 
Assim o sendo, coloque em sua cabeça que este diploma tem um único tema 
em todos os seus artigos: permitir o acesso a informações que se encontrem em 
poder da Administração Pública. 
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A Lei 12527 de 2011 não é um diploma que trata especificamente sobre 
regras de arquivologia, documentos ou qualquer outra coisa que possam te dizer 
nos enunciados, mas trata de informações. 
E o que você, caro aluno, tem com isso? A Lei 12527 alterou toda a disciplina 
referente ao sigilo de documentos, que antes era estudada no Decreto 4533/2002. 
Então, fora recomendar que você leia a lei de maneira atenta, mas não 
paranoica, reproduzirei os dois artigos que reputo interessantes para o seu estudo: 
Art. 23. São consideradas imprescindíveisà segurança da 
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de 
classificação as informações cuja divulgação ou acesso 
irrestrito possam: 
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a 
integridade do território nacional; 
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações 
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham 
sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e 
organismos internacionais; 
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da 
população; 
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, 
econômica ou monetária do País; 
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações 
estratégicos das Forças Armadas; 
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e 
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a 
sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico 
nacional; 
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas 
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; 
ou 
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de 
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com 
a prevenção ou repressão de infrações. 
 
Queria dizer a vocês que estes verbos fazem alguma diferença, mas, 
francamente, duvido que alguma questão do CESPE Yi� WURFDU� ³SRU� HP� ULVFR´� SRU�
³SUHMXGLFDU´� QDV� TXHVW}HV��(� PHVPR� TXH faça isso, você vai ver que a alternativa 
fica esquisita. Em todo caso, as disposições são propositalmente vagas, a fim de 
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permitir à autoridade que classificar a informação certa dose de discricionariedade 
na avaliação desta. 
Entretanto, existem algumas informações que não podem ter seu acesso 
restrito, por mais que a autoridade classificadora assim desejasse . Dê uma olhada 
no artigo 21: 
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação 
necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos 
fundamentais. 
Parágrafo único. As informações ou documentos que 
versem sobre condutas que impliquem violação dos 
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a 
mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de 
restrição de acesso. 
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses 
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de 
segredo industrial decorrentes da exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou 
entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder 
público. 
Feitas as devidas ressalvas, vamos ao que mais nos interessa na Lei 
12.527/2011: as classificações de sigilo. 
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades 
públicas, observado o seu teor e em razão de sua 
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, 
poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou 
reservada. 
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à 
informação, conforme a classificação prevista no caput, 
vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
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II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
III - reservada: 5 (cinco) anos. 
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a 
segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e 
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como 
reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em 
exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. 
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá 
ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a 
ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra 
antes do transcurso do prazo máximo de classificação. 
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o 
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, 
automaticamente, de acesso público. 
§ 5o Para a classificação da informação em determinado 
grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da 
informação e utilizado o critério menos restritivo possível, 
considerados: 
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade 
e do Estado; e 
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que 
defina seu termo final. 
Se você puxar bem na memória, vai lembrar que elaborei uma tabela na Aula 
01 simplificando tudo isto. Foi daqui que eu tirei as informações. 
Por fim, quem é esta autoridade com poderes para classificar determinada 
informação como sigilosa? Bom, vai depender de cada esfera e de cada nível da 
federação que resolvamos abordar. Mas as bancas nem sempre prestam muita 
atenção se você está fazendo um concurso do executivo federal ou do legislativo 
municipal, ou mesmo do judiciário estadual. Acabam cobrando a lei sem qualquer 
raciocínio sobre o fato de se aplicar a você . 
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Por esta razão, mesmo quando o concurso não for de um cargo do executivo 
federal, costumo recomendar aos alunos a leitura do artigo 27 da Lei 12.527/2011: 
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da 
administração pública federal é de competência: 
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 
a) Presidente da República; 
b) Vice-Presidente da República; 
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas 
prerrogativas; 
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e 
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares 
permanentes no exterior; 
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso 
I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas 
públicas e sociedades de economia mista; e 
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos 
incisos I e II e das que exerçam funções de direção, 
comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia 
equivalente, de acordo com regulamentação específica de 
cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. 
Só para você não ficar tão perdido, o Executivo Federal dispõe de seis níveis 
de função DAS (a sigla é reservada a cargos em comissão) que vão do 101.1 ao 
101.6. É necessário ocupar uma função de nível 5 ou superior apenas para 
classificar determinada informação como reservada. 
Repare o quanto nossa legislação detesta a imposição de sigilo a 
determinado dado. Por esta razão, tal procedimento é exceção, e poucas pessoas 
estão autorizadas a fazê-lo. 
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§ 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se 
refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá 
ser delegada pela autoridade responsável a agente 
público, inclusive em missão no exterior, vedada a 
subdelegação. 
§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo 
ultrassecreto pelas autoridadHV�SUHYLVWDV�QDV�DOtQHDV�³G´�H�
³H´ do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos 
Ministros de Estado,no prazo previsto em regulamento. 
Ou seja, se um Comandante da Marinha, Exército ou Aeronáutica ou um 
Chefe de Missão Diplomática ou Consular Permanente entender que determinada 
informação deve ser classificada como ultrassecreta, é necessário que o Ministro da 
Defesa (no caso dos Comandantes) ou o Ministro das Relações Exteriores (no caso 
do Chefe de Missão Diplomática ou Consular Permanente) ratifique o ato, 
expressando sua concordância com a classificação adotada. 
Isto só se aplica à classificação no grau ultrassecreto! 
§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar 
informação como ultrassecreta deverá encaminhar a 
decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de 
Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no 
prazo previsto em regulamento. 
Momento flashback (nós já estudamos a Comissão Mista em outro momento 
do curso): 
Art. 35 (VETADO) 
§ 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de 
Informações, que decidirá, no âmbito da administração 
pública federal, sobre o tratamento e a classificação de 
informações sigilosas e terá competência para: 
Pois bem, a Comissão Mista de Reavaliação de Informações vai receber 
todas as decisões que digam respeito à classificação de um documento no grau 
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ultrassecreto. Isto já te dá uma pista sobre como um documento é classificado: 
através de uma decisão. 
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de 
sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no 
mínimo, os seguintes elementos: 
I - assunto sobre o qual versa a informação; 
II - fundamento da classificação, observados os critérios 
estabelecidos no art. 24; 
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses 
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, 
conforme limites previstos no art. 24; e 
IV - identificação da autoridade que a classificou. 
Mas de nada adiantaria a informação ser classificada se a decisão, com 
todos os fundamentos que a justificaram, inclusive fazendo referência a seu 
conteúdo e outros detalhes, fosse pública. 
Por isto temos a disposição do parágrafo único: 
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida 
no mesmo grau de sigilo da informação classificada. 
Por fim, recomendo uma rápida leitura do artigo 29: 
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela 
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente 
superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e 
prazos previstos em regulamento, com vistas à sua 
desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o 
disposto no art. 24. (Regulamento) 
§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar 
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por 
autoridades ou agentes públicos. 
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§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser 
examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a 
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da 
divulgação da informação. 
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, 
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da 
sua produção 
Pois bem, de Lei 12.527/2011, você está muito bem servido! 
Contudo, quando tiver um tempo, a leitura da Lei 12.527/2011, bem como de 
seu decreto regulamentador (Decreto 7.845/2012) é bastante útil razão pela qual a 
recomendo. 
Dificilmente serão exigidos detalhes de cada diploma, mas quando o 
examinador pesca algum artigo, a galera desaba . Se tiver um tempinho, leia, pois 
vai ser um ponto que só você vai contabilizar (e não há nada mais legal que isto!) 
5.8. Lei 12.682/2012 
Esta é uma lei curta, mas merece menção no curso. Nem tanto por aquilo 
que ela diz (pois são apenas 8 artigos, dos quais 3 foram vetados e o 8º não nos diz 
respeito), mas por aquilo que ela representa. 
Até sua publicação, os documentos digitalizados eram relegados ao segundo 
plano do mundo arquivístico. Como não havia lei que lhes conferisse valor legal 
idêntico ao original (como ocorre no caso dos microfilmes), nenhum documento 
digitalizado poderia ser eliminado com base no único argumento de que já existe 
uma cópia digital do mesmo. O original continuava a ser armazenado, pois era ele 
quem possuía o valor de documento original. 
A Lei 12.682/2012 pretendia ser mais arrojada, prevendo a possibilidade de 
destruição dos documentos originais, uma vez concluído o processo de 
digitalização. Contudo, o respectivo artigo foi vetado e outro, mais conservador, 
tomou o seu lugar. 
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Isso quer dizer que estamos na mesma? Não! Quer dizer que avançamos um 
pouco e agora, um documento digitalizado, desde de que atenda aos requisitos da 
lei, poderá ser tratado como um documento com o mesmo valor legal de seu 
original. 
Como são poucos artigos, vale a pena dar uma olhada: 
Art. 1o A digitalização, o armazenamento em meio 
eletrônico, óptico ou equivalente e a reprodução de 
documentos públicos e privados serão regulados pelo 
disposto nesta Lei. 
O primeiro mérito desta lei foi traçar o conceito legal de digitalização: 
Parágrafo único. Entende-se por digitalização a conversão 
da fiel imagem de um documento para código digital. 
Art. 2o (VETADO). 
Mas a jóia da coroa é o artigo 3º. É através dele que a legislação traçou o 
caminho adequado para que um documento físico possa ser digitalizado e ainda 
assim manter o seu valor legal: 
Art. 3o O processo de digitalização deverá ser realizado de 
forma a manter a integridade, a autenticidade e, se 
necessário, a confidencialidade do documento digital, com o 
emprego de certificado digital emitido no âmbito da 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil. 
É através de certificados digitais que podemos garantir a autenticidade, 
integridade e confidencialidade de um documento. Quando comecei a dar aula aqui 
no Estratégia, eu nem falava de certificados digitais, a menos que o edital tivesse 
cobrado o tema especificamente. Isto se dava principalmente pelo fato de que os 
documentos digitais não tinham a mesma importância quando comecei os cursos 
aqui. 
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Agora, meu caro, esse assunto está começando a cair . Em todo caso, 
relembre-se do capítulo de certificação digital visto na aula passada e você estará 
tranquilo! 
Parágrafo único. Os meios de armazenamento dos 
documentos digitais deverão protegê-los de acesso, uso, 
alteração, reprodução e destruição não autorizados. 
Quer um bom exemplo? Eu não estou autorizado nem mesmo a plugar um 
pen drive no computador do serviço sem antes fazer uma solicitação ao 
departamento de informática do órgão no qual trabalho. 
Aliás, eu só posso acessar o computador utilizando um certificado digital, e 
existem sistemas que eu, soldado raso dainstituição (ainda não estou nem perto de 
"ser alguém" por lá ) não posso acessar, e quando posso, não são todas as 
informações que posso ver. 
Tudo isto ocorre em atendimento ao parágrafo único acima estudado. Se 
vamos trabalhar com os recursos da informática (que, por sua natureza, são mais 
versáteis), devemos nos certificar que sua versatilidade não acabe desvirtuando o 
objetivo para o qual o documento foi criado. 
Art. 4o As empresas privadas ou os órgãos da Administração 
Pública direta ou indireta que utilizarem procedimentos de 
armazenamento de documentos em meio eletrônico, óptico ou 
equivalente deverão adotar sistema de indexação que 
possibilite a sua precisa localização, permitindo a posterior 
conferência da regularidade das etapas do processo 
adotado. 
Para quem não se recorda: 
Indexação: Processo pelo qual documentos ou informações são 
representados por termos, palavras chave ou descritores, propiciando a 
recuperação da informação. 
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Uma das grandes vantagens propiciadas pela digitalização dos documentos é 
uso de descritores. Podemos atrelar determinadas palavras a um documento, de 
forma a facilitar sua pesquisa, e melhor ainda, podemos utilizar palavras dentro do 
próprio documento para fazer este trabalho. 
Se possuo uma certidão de tempo de serviço minha, digitalizada, posso 
adicionar os descritores "Felipe Cepkauskas Petrachini", "Certidão", "Registro 
Funcional XXXXXXX" e mais tantos outros, conforme a necessidade do órgão. 
Aliás, para o pessoal mais novo (estou falando de vocês, galera do twitter), o 
por vezes exagerado uso do hashtag (#) não é mais do que a adição de um 
descritor dentro da mensagem, que permitirá sua localização posterior através do 
mesmo critério de pesquisa. 
Assim, quando você posta sua foto no Facebook e acrescenta na legenda 
#vaiarquivologia, #atepassar, ou, um dos meus favoritos, #sessaodatarde com a 
foto de um livro para concursos, você está simplesmente indexando o documento 
digital "sua foto" para que outras pessoas possam pesquisá-lo através do indexador. 
E você achando que essas crianças não aprendem nada na internet . 
Art. 5o (VETADO). 
Art. 6o Os registros públicos originais, ainda que 
digitalizados, deverão ser preservados de acordo com o 
disposto na legislação pertinente. 
Foi aqui que eu disse que a lei pretendia ser mais arrojada, mas a Presidente 
optou pelo caminho mais prudente de manter os documentos originais conservados, 
ainda que digitalizados. Mas já foi um grande avanço! 
Muito bem meu caro, daquilo que diz respeito à arquivologia, acredito que o 
que vimos aqui baste. 
Despedida 
Bom meus caros, era isso que eu acreditava ser útil para a sua prova. Podem 
ir em paz, tranquilos, sabendo que a matéria dada corresponde à matéria cobrada 
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(às vezes, até um pouquinho mais, pois precisava ter certeza de que vocês 
entenderam o fundamento de algumas ferramentas). 
Estarei com vocês até o dia da prova para tirar dúvidas, e espero, 
sinceramente, que este curso tenha sido útil no seu aprendizado, e venha a ser útil 
na sua aprovação. 
Fica minha última dica: faça questões, muitas questões. Primeiro, pois 
mesmo que eu tenha dado toda a matéria, sua mente ainda não percebeu todas as 
informações. As questões vão forçar seu cérebro a fixar os conceitos. 
E nem precisa ser comigo. Pegue as provas diretamente dos últimos 
concursos da banca e veja o que você já sabe fazer. 
Vão lá e me deixem orgulhoso. 
Grande abraço 
Felipe 
Questões Comentadas ± Resoluções CONARQ 
Diferentemente das questões de outras aulas, estas aqui tem intuito teórico, e 
não de treino. Significa que estas questões fazem parte da nossa aula teórica . 
A maior parte delas versará sobre resoluções do CONARQ, que pela 
infinidade de assuntos tratados por elas, tornou impossível sua colocação em um 
único capítulo da aula. Disponibilizo o link ao lado de cada resolução, para quem se 
interessar em lê-las por inteiro (não se assuste, que não são documentos muito 
longos). 
Mãos a obra 
1 - CESPE ± ABIN ± 2010 - Os documentos passíveis de recolhimento às 
instituições arquivísticas públicas devem ser higienizados e acondicionados. 
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Comentário: Dê graças aos céus quando seu examinador te der um 
presente destes. A alternativa é cópia descarada do disposto no artigo 1º da 
Resolução 2 do CONARQ: 
(http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=
53&sid=46): 
Art. 1º Os acervos documentais a serem transferidos ou recolhidos às 
instituições arquivísticas públicas, pelos órgãos e entidades do Poder 
Público, deverão estar organizados, avaliados, higienizados, acondicionados e 
acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e controle. 
E faz todo o sentido. Imagine você, servidor público responsável pela gestão 
do arquivo, receber um documento todo desmontado e infestado de traças. Parece 
razoável? Lógico que não, razão pela qual a Resolução do CONARQ simplesmente 
reproduz o bom senso. 
2 - CESPE ± ABIN ± 2010 Na transferência ou no recolhimento, os acervos 
devem ser acompanhados de um instrumento descritivo que permita sua 
identificação e controle. 
Comentários: A questão foi dada!!!! 
Novamente, uma cópia fiel e deslavada, sem qualquer traço de rubor nas 
faces de seu examinador, do artigo 1º da Resolução 2 do CONARQ de 1998 
(http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=53&sid
=46): 
Art. 1º Os acervos documentais a serem transferidos ou recolhidos às 
instituições arquivísticas públicas, pelos órgãos e entidades do Poder 
Público, deverão estar organizados, avaliados, higienizados, acondicionados 
e acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e 
controle. 
3 - CESPE ± ABIN ± 2010 Os órgãos que não tenham elaborado suas 
próprias tabelas de temporalidade podem eliminar documentos desde que 
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constituam comissões de avaliação e submetam a proposta à instituição arquivística 
pública. 
Comentários: Esta questão utiliza uma resolução um pouco menos 
conhecida do CONARQ. Mas ainda bem que você está aqui comigo :D. 
Veja o que diz o artigo 5º da Resolução 7 do CONARQ 
(http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=58&sid
=46): 
Art. 5º Os órgãos e entidades que ainda não elaboraram suas tabelas de 
temporalidade e pretendem proceder à eliminação de documentos deverão 
constituir suas Comissões Permanentes de Avaliação, responsáveis pela 
análise dos documentos e pelo encaminhamento das propostas à instituição 
arquivística pública, na sua específica esfera de competência, para aprovação. 
Você talvez se incomode com o verbo "podem" no enunciado, enquanto o 
artigo 5º utiliza o verbo "deverão".

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