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Teoria Geral do Processo Cautelar - 2015

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O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
UNIDADE	
  1:	
  TEORIA	
  GERAL	
  DA	
  TUTELA	
  CAUTELAR	
  
	
  
1. NOÇÕES	
   GERAIS	
   –	
   Trata-­‐se	
   de	
   uma	
   atividade	
   jurisdicional	
   distinta	
   da	
   tutela	
   cognitiva	
   (ação	
   de	
  
conhecimento)	
  e	
  da	
   tutela	
  executiva	
   (volta-­‐se	
  para	
  a	
   satisfação	
  da	
  obrigação	
  determinada	
  em	
  um	
  título	
  
executivo,	
   não	
   cumprida	
   voluntariamente	
   por	
   seu	
   devedor).	
   Dessa	
   forma,	
   com	
   institutos	
   e	
   atos	
  
processuais	
  autônomos,	
  insurge	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  com	
  a	
  finalidade	
  de	
  afastar	
  uma	
  situação	
  de	
  ameaça	
  ao	
  
resultado	
   de	
   um	
   processo	
   de	
   conhecimento	
   ou	
   de	
   execução.	
   	
   Não	
   tem	
   por	
   função	
   fazer	
   com	
   que	
   o	
  
jurisdicionado	
   atinja	
   o	
   direito	
   substancial,	
   mas	
   garantir	
   o	
   resultado	
   do	
   processo	
   que	
   o	
   busque	
  
(conhecimento	
  ou	
  execução).	
  Nos	
  dizeres	
  de	
  Piero	
  Calmandrei,	
  é	
  o	
   instrumento	
  do	
  instrumento.	
  Assim,	
  a	
  
tutela	
   cautelar	
   insurge	
   no	
   processo	
   civil	
   como	
   uma	
   das	
  medidas	
   de	
   urgência	
   (veremos	
   em	
   breve:	
   ação	
  
cautelar	
  x	
  antecipação	
  de	
   tutela).	
  Está	
  materializada	
  no	
  Livro	
   III	
  do	
  Código	
  de	
  Processo	
  Civil,	
  dos	
  artigos	
  
796	
  a	
  889.	
  
	
  
	
  
1.1. Processo	
  cautelar	
  –	
  o	
  instrumento	
  abstrato	
  criado	
  pelo	
  Estado	
  mediante	
  lei	
  e	
  posto	
  à	
  disposição	
  dos	
  
jurisdicionados	
  para	
  a	
  obtenção	
  de	
  medidas	
  cautelares.	
  Trata-­‐se	
  de	
  uma	
  relação	
  jurídica	
  instaurada	
  a	
  
partir	
  do	
  exercício	
  da	
  ação	
  cautelar	
  tendente	
  ao	
  exame	
  sumário	
  do	
  direito	
  alegado	
  e	
  da	
  ameaça	
  de	
  
dano	
   que	
   o	
   aflige,	
   bem	
   como	
   ao	
   deferimento	
   de	
   providências	
   assecuratórias	
   pelo	
   juiz.	
   Com	
   essa	
  
definição,	
  fica	
  claro	
  que	
  não	
  se	
  pode	
  confundir	
  “processo	
  cautelar”	
  com	
  “autos	
  do	
  processo	
  cautelar”,	
  
expressão	
   esta	
   reservada	
   para	
   designar	
   o	
   instrumento	
   de	
   documentação	
   dos	
   atos	
   do	
   processo,	
  
historicamente	
   reproduzidos	
   em	
   papel,	
   mas	
   que	
   também	
   comporta	
   outras	
   formas	
   de	
  
armazenamento,	
  a	
  exemplo	
  do	
  meio	
  eletrônico.	
  
	
  
1.2. Ação	
  cautelar	
  -­‐	
  meio	
  pelo	
  qual	
  se	
  manifesta	
  a	
  pretensão	
  jurídica	
  do	
  interessado,	
  dirigida	
  ao	
  Estado,	
  
para	
  que	
  preste	
  a	
  jurisdição	
  e	
  outorgue	
  alguma	
  providência	
  de	
  mera	
  segurança	
  do	
  direito	
  ameaçado	
  
de	
   dano.	
   É	
   a	
   exteriorização	
   do	
   direito	
   público,	
   constitucional,	
   subjetivo,	
   autônomo	
   e	
   abstrato	
   de	
  
postular	
   no	
   judiciário	
   a	
   concessão	
   de	
   alguma	
   medida	
   cautelar.	
   Portanto,	
   a	
   ação	
   cautelar	
   que	
   é	
  
exercitável	
  pelo	
  interessado,	
  intentada,	
  ajuizada	
  ou	
  promovida.	
  
	
  
1.3. Medida	
  cautelar	
  –	
  é	
  a	
  tutela	
  passível	
  de	
  concessão	
  pelo	
  juiz	
  para	
  a	
  segurança	
  temporária	
  do	
  direito	
  
ameaçado	
  de	
  lesão	
  grave	
  e	
  de	
  difícil	
  reparação,	
  e	
  sem	
  a	
  qual	
  provavelmente	
  ele	
  pereceria	
  em	
  maior	
  
ou	
  menor	
   tempo,	
   conforme	
   a	
   iminência	
   do	
   dano.	
   Em	
   outros	
   termos,	
   é	
   a	
   providência	
   meramente	
  
protetiva,	
   temporária	
   e	
   não	
   satisfativa	
   outorgada	
   pelo	
   magistrado	
   devido	
   à	
   probabilidade	
   de	
  
existência	
   do	
   direito	
   afirmado	
   pelo	
   requerente	
   e	
   do	
   fundado	
   temor	
   de	
   dano	
   (p.	
   ex.	
   arresto,	
  
sequestro,	
  busca	
  e	
  apreensão,	
  etc.).	
  
	
  
1.4. Procedimento	
  cautelar	
  –	
  é	
  a	
  forma	
  legal	
  pela	
  qual	
  os	
  vários	
  atos	
  do	
  processo	
  cautelar	
  são	
  praticados	
  
e	
  como	
  eles	
  estão	
  concatenados	
  ao	
  longo	
  da	
  trajetória	
  forense.	
  Enfim,	
  é	
  o	
  modo	
  do	
  processo	
  cautelar	
  
se	
  realizar	
  no	
  judiciário	
  segundo	
  os	
  ditames	
  da	
  lei	
  processual.	
  
	
  
	
  
PERGUNTA.	
  No	
  art.	
  796	
  do	
  CPC/1973	
  estaria	
  correto	
  o	
  uso	
  da	
  expressão	
  “procedimento	
  cautelar”?	
  	
  
	
  
Acredita-­‐se	
  que	
  o	
  legislador	
  de	
  1973	
  cometeu	
  um	
  equivoco	
  no	
  referido	
  dispositivo,	
  mas	
  que	
  foi	
  sanado	
  no	
  novo	
  
texto	
  processual	
  civil,	
  de	
  2015.	
  A	
  melhor	
  forma	
  de	
  se	
  expressar	
  seria	
  utilizando	
  o	
  termo	
  “tutela	
  cautelar”.	
  
	
  	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  796.	
  O	
  procedimento	
  cautelar	
  pode	
  ser	
  instaurado	
  antes	
  ou	
  no	
  
curso	
  do	
  processo	
  principal	
  e	
  deste	
  é	
  sempre	
  dependente.	
  
Art.	
   294.	
   A	
   tutela	
   pode	
   fundamentar-­‐se	
   em	
   urgência	
   ou	
  
evidência.	
  	
  
Parágrafo	
   único.	
   A	
   tutela	
   provisória	
   de	
   urgência,	
   cautelar	
   ou	
  
antecipada,	
   pode	
   ser	
   concedida	
   em	
   caráter	
   antecedente	
   ou	
  
incidental.	
  	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
 
2. CARACTERÍSTICAS	
   DA	
   TUTELA	
   CAUTELAR	
   –	
   Assim	
   como	
   ocorre	
   nas	
   outras	
   formas	
   de	
   estruturação	
   do	
  
processo	
  civil	
  (ex.	
  Processo	
  de	
  conhecimento	
  e	
  execução),	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  é	
  dotada	
  de	
  peculiaridades.	
  	
  
	
  
2.1. Acessoriedade/	
  Subsidiariedade	
  –	
  A	
  tutela	
  cautelar	
  não	
  tem	
  o	
  condão	
  de	
  garantir	
  a	
  satisfação	
  de	
  um	
  
direito	
   substantivo	
   (direito	
  material),	
   por	
   não	
   ter	
   cunho	
   satisfativo	
   (hoje	
   não	
  mais	
   se	
   admite	
   uma	
  
ação	
   cautelar	
   de	
   cunho	
   satisfativo,	
   que	
   foi	
   substituída	
   pela	
   antecipação	
   de	
   tutela).	
   Sua	
   função	
   é	
  
preservar	
   um	
   provimento	
   cognitivoou	
   executivo,	
   dos	
   riscos	
   decorrentes	
   da	
   demora	
   natural	
   no	
  
trâmite	
   processual,	
   que	
   advêm	
   em	
   respeito	
   ao	
   princípio	
   do	
   devido	
   processo	
   legal.	
   Por	
   tal	
  motivo,	
  
quando	
  buscada	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  pela	
  via	
  de	
  ação	
  autônoma,	
  fica	
  condicionada	
  à	
  propositura	
  de	
  uma	
  
ação	
  principal,	
  do	
  qual	
   será	
   sempre	
  dependente,	
  e	
  quando	
   formulada	
  de	
   forma	
   incidental,	
  por	
   sua	
  
natureza	
  já	
  se	
  posiciona	
  como	
  pretensão	
  	
  acessória.	
  
	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  796.	
  O	
  procedimento	
  cautelar	
  pode	
  ser	
  instaurado	
  antes	
  ou	
  no	
  
curso	
  do	
  processo	
  principal	
  e	
  deste	
  é	
  sempre	
  dependente.	
  
	
  
	
  
Art.	
   294.	
   A	
   tutela	
   pode	
   fundamentar-­‐se	
   em	
   urgência	
   ou	
  
evidência.	
  	
  
Parágrafo	
   único.	
   A	
   tutela	
   provisória	
   de	
   urgência,	
   cautelar	
   ou	
  
antecipada,	
   pode	
   ser	
   concedida	
   em	
   caráter	
   antecedente	
   ou	
  
incidental.	
  	
  
	
  
	
  
2.2. Autonomia	
  –	
  No	
  CPC/1973,	
  ainda	
  vigente,	
  quando	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  for	
  leva	
  a	
  juízo	
  por	
  meio	
  de	
  ação	
  
cautelar,	
  esta	
  demanda	
   terá	
  o	
   seu	
  processamento	
  autônomo	
  ao	
  processo	
  principal,	
  que	
  deverá	
   ser	
  
interposto	
  30	
  dias	
  após	
  efetivada	
  a	
  medida	
  cautelar	
  pleiteada.	
  Lembrando	
  que,	
  quando	
  requerida	
  de	
  
forma	
   incidental	
   (no	
   bojo	
   do	
   processo	
   de	
   conhecimento	
   ou	
   de	
   execução),	
   será	
   desnecessária	
   a	
  
propositura	
  da	
  nova	
  ação).	
  
	
  
OBS.	
  No	
  NCPC/2015	
  não	
  será	
  necessária	
  a	
  propositura	
  de	
  uma	
  nova	
  ação	
  principal.	
  O	
  pretensão	
  principal	
  
será	
   formulada	
   incidentalmente	
   à	
   Ação	
   Cautelar,	
   mas	
   ainda	
   assim	
   fica	
   condicionada	
   à	
   formulação	
   do	
  
pedido	
  principal.	
  (CUIDADO	
  NCPC/2015	
  NÃO	
  VIGENTE!)	
  
	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  806.	
  Cabe	
  à	
  parte	
  propor	
  a	
  ação,	
  no	
  prazo	
  de	
  30	
  (trinta)	
  dias,	
  
contados	
  da	
  data	
  da	
  efetivação	
  da	
  medida	
  cautelar,	
  quando	
  esta	
  
for	
  concedida	
  em	
  procedimento	
  preparatório.	
  
	
  
Art.	
  308.	
  Efetivada	
  a	
  tutela	
  cautelar,	
  o	
  pedido	
  principal	
  terá	
  de	
  
ser	
   formulado	
  pelo	
  autor	
  no	
  prazo	
  de	
  30	
   (trinta)	
  dias,	
   caso	
  em	
  
que	
   será	
   apresentado	
   nos	
   mesmos	
   autos	
   em	
   que	
   deduzido	
   o	
  
pedido	
  de	
  tutela	
  cautelar,	
  não	
  dependendo	
  do	
  adiantamento	
  de	
  
novas	
  custas	
  processuais.	
  
§	
  1º	
  O	
  pedido	
  principal	
  pode	
  ser	
  formulado	
  conjuntamente	
  com	
  
o	
  pedido	
  de	
  tutela	
  cautelar.	
  	
  
§	
   2º	
   A	
   causa	
   de	
   pedir	
   poderá	
   ser	
   aditada	
   no	
   momento	
   de	
  
formulação	
  do	
  pedido	
  principal.	
  
	
  
	
  
2.3. Urgência/Preventividade	
  –	
  a	
   tutela	
   cautelar	
  é	
  uma	
  espécie,	
  que	
   juntamente	
  com	
  a	
  antecipação	
  de	
  
tutela,	
   compõem	
  o	
   gênero	
   tutelas	
   de	
  urgência	
   no	
  CPC.	
   Por	
   tal	
  motivo	
   sua	
   função	
   é	
   preventiva,	
   ao	
  
buscar	
  evitar	
  a	
  ocorrência	
  de	
  um	
  dano	
  ou	
   lesão	
  no	
  plano	
  processual.	
  Essa	
  urgência	
  se	
   impõe	
  de	
  tal	
  
forma,	
  que	
  a	
  medida	
  cautelar	
  por	
  ser	
  concedida	
  sem	
  a	
  oitiva	
  da	
  parte	
  contrária,	
  como	
  expressamente	
  
definido	
   CPC,	
   sem	
   ofensa	
   ao	
   princípio	
   do	
   contraditório.	
   Ademais,	
   é	
   a	
   partir	
   daí	
   que	
   surge	
   um	
   dos	
  
requisitos	
  para	
  a	
  sua	
  concessão:	
  o	
  periculum	
  in	
  mora.	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  798.	
  Além	
  dos	
  procedimentos	
  cautelares	
  específicos,	
  que	
  este	
  
Código	
  regula	
  no	
  Capítulo	
   II	
  deste	
  Livro,	
  poderá	
  o	
   juiz	
  determinar	
  
as	
   medidas	
   provisórias	
   que	
   julgar	
   adequadas,	
   quando	
   houver	
  
fundado	
   receio	
   de	
   que	
   uma	
   parte,	
   antes	
   do	
   julgamento	
   da	
   lide,	
  
cause	
  ao	
  direito	
  da	
  outra	
  lesão	
  grave	
  e	
  de	
  difícil	
  reparação.	
  
Art.	
  300.	
  A	
  tutela	
  de	
  urgência	
  será	
  concedida	
  quando	
  houver	
  
elementos	
  que	
  evidenciem	
  a	
  probabilidade	
  do	
  direito	
  e	
  o	
  perigo	
  
de	
  dano	
  ou	
  o	
  risco	
  ao	
  resultado	
  útil	
  do	
  processo.	
  
	
  
	
  
2.4. Sumariedade	
   da	
   cognição	
   –	
   pelo	
   próprio	
   risco	
   de	
   lesão	
   que	
   motiva	
   a	
   busca	
   da	
   tutela	
   cautelar,	
  
conforme	
   mencionado	
   no	
   tópico	
   anterior,	
   não	
   poderia	
   o	
   órgão	
   jurisdicional	
   se	
   alongar	
   no	
  
desenvolvimento	
   do	
   processo	
   a	
   fim	
   de	
   formular	
   sua	
   convicção.	
   Ao	
   contrário	
   do	
   que	
   ocorre	
   no	
  
processo	
  de	
  conhecimento,	
  em	
  que	
  se	
  aplica	
  a	
  cognição	
  exauriente	
  (leia	
  mais	
  em:	
  WATANABE,	
  Kazuo.	
  
Da	
  cognição	
  no	
  processo	
  civil.	
  2.	
  ed.	
  Campinas:	
  CEBEPEJ,	
  1999),	
  na	
  tutela	
  cautelar,	
  seja	
  preparatória	
  
ou	
  incidental,	
  a	
  cognição	
  deve	
  ser	
  sumária,	
  ou	
  seja,	
  superficial.	
  Assim,	
  basta	
  ao	
  juiz,	
  no	
  caso	
  concreto,	
  
analisar	
  a	
  plausibilidade	
  da	
  parte	
  ser	
  abrigada	
  pelo	
  direito,	
   indícios	
  de	
  que	
  o	
  direito	
   lhe	
  assiste.	
  É	
  a	
  
partir	
  daí	
  que	
  surge	
  o	
  outro	
  requisitos	
  para	
  a	
  sua	
  concessão:	
  o	
  fumus	
  boni	
  iuris.	
  
	
  
	
  
2.5. Provisoriedade	
   –	
   em	
   razão	
   de	
   suas	
   características	
   já	
   evidenciadas	
   (acessoriedade,	
   urgência	
   e	
  
sumariedade	
  na	
  cognição)	
  pode-­‐se	
  concluir	
  que	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  se	
  extingue	
  quando	
  da	
  satisfação	
  da	
  
pretensão	
   material	
   que	
   se	
   objetiva	
   com	
   o	
   processo	
   de	
   conhecimento	
   oude	
   execução.	
   Assim,	
   a	
  
provimento	
  cautelar	
  perdura	
  até	
  que	
  exista	
  um	
  outro	
  decorrente	
  da	
  prestação	
  jurisdicional	
  efetiva	
  (p.	
  
ex.	
  sentença	
  de	
  mérito	
  transitada	
  em	
   julgado,	
  decorrente	
  da	
   fase	
  de	
  conhecimento,	
  com	
  obrigação	
  
devidamente	
  satisfeita,	
  decorrente	
  da	
  fase	
  executiva).	
  	
  
	
  
	
  
2.6. Revogabilidade/modificabilidade	
   –	
   De	
   tal	
   forma,	
   sendo	
   um	
   preceito	
   provisório,	
   o	
   provimento	
  
cautelar	
  não	
  se	
  sujeita	
  à	
  preclusão,	
  tão	
  pouco	
  é	
  atingido	
  pela	
  coisa	
  julgada	
  material.	
  Seus	
  efeitos	
  não	
  
são	
  imutáveis,	
  podendo	
  ser	
  reexaminado,	
  modificado	
  ou	
  revogado,	
  desde	
  que	
  haja	
  alteração	
  fática	
  da	
  
situação	
  que	
  ensejou	
  o	
  pronunciamento	
  judicial	
  que	
  o	
  concedeu.	
  Inclusive	
  quando	
  concedida	
  sem	
  a	
  
oitiva	
  da	
  parte	
  contrária,	
  tendo	
  esta	
  apresentado	
  em	
  sua	
  defesa	
  argumentos	
  que	
  convençam	
  o	
  juiz	
  da	
  
necessidade	
  de	
  reconsiderar	
  a	
  decisão	
  anterior.	
  
	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  807.	
  As	
  medidas	
  cautelares	
  conservam	
  a	
  sua	
  eficácia	
  no	
  prazo	
  
do	
  artigo	
  antecedente	
  e	
  na	
  pendência	
  do	
  processo	
  principal;	
  mas	
  
podem,	
  a	
  qualquer	
  tempo,	
  ser	
  revogadas	
  ou	
  modificadas.	
  
Art.	
  296.	
  A	
  tutela	
  provisória	
  conserva	
  sua	
  eficácia	
  na	
  pendência	
  
do	
  processo,	
  mas	
  pode,	
  a	
  qualquer	
  tempo,	
  ser	
  revogada	
  ou	
  
modificada.	
  
	
  
	
  
2.7. Fungibilidade	
  –	
  Sabe-­‐se	
  que	
  pelo	
  CPC	
  o	
  juiz	
  fica	
  adstrito	
  aos	
  pedidos	
  das	
  partes,	
  sob	
  pena	
  de	
  proferir	
  
uma	
  decisão	
  nula,	
  por	
  extra,	
  ultra	
  ou	
   infra	
  petita	
   (princípio	
  da	
  adstrição).	
  No	
  entanto,	
  uma	
  medida	
  
cautelar	
   poderá	
   ser	
   substituída	
   por	
   outra,	
   sejam	
   nominadas	
   ou	
   inominadas,	
   independente	
   de	
  
manifestação	
  de	
  vontade	
  das	
  partes.	
  Ademais,	
  a	
  fungibilidade	
  se	
  aplica	
  de	
  forma	
  geral	
  às	
  tutelas	
  de	
  
urgência,	
   em	
   que,	
   sendo	
   requerida	
   como	
   antecipação	
   de	
   tutela,	
   poderá	
   ser	
   considerada	
   pelo	
   juiz	
  
como	
   tutela	
   acautelatória.	
   Assim,	
   ao	
   juiz	
   á	
   atribuído	
   o	
   poder	
   de	
   conceder	
   a	
  medida	
   que	
   entender	
  
adequada	
  ao	
  caso	
  em	
  concreto,	
   seja	
  ela	
  prevista	
  expressamente	
  no	
  CPC	
  ou	
  não.	
  A	
  esta	
  capacidade	
  
denomina-­‐se:	
  poder	
  geral	
  de	
  cautela.	
  
	
  
OBS.	
  Em	
  que	
  pese	
  a	
  existência	
  da	
  fungibilidade	
  das	
  cautelares,	
  ao	
  juiz	
  não	
  é	
  dada	
  a	
  possibilidade	
  de	
  invocar	
  
à	
  tutela	
  cautelar	
  de	
  ofício,	
  de	
  forma	
  autônoma,	
  preparatória	
  ou	
  incidental,	
  em	
  razão	
  da	
  princípio	
  da	
  inércia	
  
do	
  Poder	
  Judiciário,	
  que	
  subsiste	
  nestes	
  casos.	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
3. CLASSIFICAÇÃO	
  DA	
  TUTELA	
  CAUTELAR	
  –	
  	
  a	
  classificação	
  a	
  seguir	
  apresentada	
  se	
  impõe	
  como	
  um	
  critério	
  
meramente	
   acadêmico	
   a	
   fim	
  de	
  possibilitar	
   um	
  melhor	
   aprendizado	
   sobre	
  o	
   conteúdo	
  em	
  análise.	
   Tem	
  
com	
   base	
   o	
   posicionamento	
   meramente	
   doutrinário.	
   Ressalta-­‐se	
   também	
   que	
   uma	
   mesma	
   “cautelar”	
  
poderá	
  se	
  enquadrar	
  em	
  mais	
  uma	
  das	
  classificações	
  a	
  seguir	
  apresentadas.	
  
	
  
3.1. 	
  Quanto	
   a	
   tipicidade	
   –	
   o	
   primeiro	
   critério	
   de	
   classificação	
   encontrado	
   na	
   doutrina	
   é	
   em	
   relação	
   a	
  
previsão	
  expressa	
  de	
  uma	
  medida	
  no	
  CPC	
  ou	
  outra	
  legislação	
  extravagante.	
  No	
  Capítulo	
  II,	
  do	
  Livro	
  III	
  
do	
   CPC	
   nosso	
   legislador	
   apresenta	
   “os	
   procedimentos	
   cautelares	
   específicos”.	
   Assim,	
   caso	
   a	
   tutela	
  
esteja	
   ali	
   prevista,	
   será	
   considerada	
   como	
   nominada	
   ou	
   típica	
   (p.	
   ex.	
   arresto,	
   sequestro,	
   caução,	
  
busca	
   e	
   apreensão,	
   exibição	
   de	
   documentos	
   ou	
   coisas,	
   produção	
   antecipada	
   de	
   provas,	
   etc.).	
   	
   No	
  
entanto,	
   caso	
   uma	
   tutela	
   cautelar	
   pleiteada	
   pela	
   parte	
   e/ou	
   concedida	
   pelo	
   juiz	
   em	
   razão	
   do	
   seu	
  
poder	
  geral	
  de	
  cautela	
  (art.	
  798,	
  CPC)	
  e	
  não	
  prevista	
  pelo	
  legislador,	
  será	
  classificada	
  como	
  inominada	
  
ou	
  atípica	
  (p.	
  ex.	
  sustação	
  de	
  protesto,	
  impedimento	
  de	
  negativação).	
  
 
OBS.	
  No	
  NCPC/2015	
  não	
  há	
  essa	
  classificação	
  de	
  forma	
  contundente.	
  No	
  art.	
  301	
  o	
  legislador	
  apresentou	
  
um	
   rol	
   exemplificativo	
   de	
  medidas	
   cautelares,	
  mas	
   logo	
   em	
   seguida	
   outorgou	
   ao	
   juiz	
   o	
   poder	
   geral	
   de	
  
cautela	
  para	
  conceder	
  qualquer	
  medida	
  que	
  julgar	
  adequada.	
  (CUIDADO	
  NCPC/2015	
  NÃO	
  VIGENTE!)	
  
Art.	
  301,	
  NCPC/15.	
  A	
  tutela	
  de	
  urgência	
  de	
  natureza	
  cautelar	
  pode	
  ser	
  efetivada	
  mediante	
  arresto,	
  sequestro,	
  arrolamento	
  de	
  bens,	
  
registro	
  de	
  protesto	
  contra	
  alienação	
  de	
  bem	
  e	
  qualquer	
  outra	
  medida	
  idônea	
  para	
  asseguração	
  do	
  direito.	
  
	
  	
  
3.2. Quanto	
  ao	
  momento	
  –	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  pode	
  ser	
  levada	
  a	
  apreciação	
  jurisdicional	
  em	
  dois	
  momentos	
  
distintos,	
   nos	
  moldes	
   definidos	
   pelo	
   art.	
   796,	
   do	
   CPC.	
   Se	
   a	
   pretensão	
   cautelar	
   rompe	
   a	
   inércia	
   da	
  
jurisdição	
  por	
  meio	
  de	
  uma	
  ação	
  autônoma	
  e	
  exclusiva	
  para	
  si,	
  antecedendo	
  a	
  provocação	
  do	
  Poder	
  
Judiciário	
   acerca	
   do	
   pedido	
   principal,	
   é	
   denominada	
   de	
   antecedente	
   ou	
   preparatória	
   e	
   gera	
   uma	
  
Ação	
  Cautelar.	
  Neste	
  caso,	
  a	
  eficácia	
  da	
  medida	
  fica	
  condicionada	
  à	
  propositura	
  da	
  ação	
  principal	
  em	
  
até	
  30	
  trinta	
  dias	
  após	
  a	
  efetivação	
  da	
  medida	
  cautelar,	
  seja	
  ela	
  fixada	
  em	
  decisão	
  liminar	
  ou	
  final.	
  Noentanto,	
   se	
   a	
   pretensão	
   cautelar	
   é	
   requerida	
   no	
   bojo	
   de	
   uma	
   demanda	
   que	
   já	
   leva	
   a	
   pretensão	
  
principal	
  à	
  apreciação	
  jurisdicional,	
  classifica-­‐se	
  como	
   incidente	
  ou	
  incidental.	
  Neste	
  caso,	
  a	
  medida	
  
cautelar	
  incidental	
  poderá	
  ser	
  formulada	
  tanto	
  na	
  petição	
  inicial	
  do	
  processo	
  principal,	
  quanto	
  no	
  seu	
  
curso,	
  seja	
  em	
  fase	
  de	
  cognitiva	
  ou	
  executiva.	
  
 
OBS.	
  No	
  NCPC/2015	
  não	
  será	
  necessária	
  a	
  propositura	
  de	
  uma	
  nova	
  ação	
  principal.	
  (VIDE	
  ITEM	
  2.2)	
  
 
3.3. Quanto	
  ao	
  objeto	
  –,	
  nesta	
  hipótese	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  se	
  divide	
  em	
  três	
  grupos.	
  São	
  reais	
  as	
  cautelar	
  
que	
  recaem	
  sobre	
  bens,	
  móveis	
  ou	
  imóveis	
  ,	
  com	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  arresto,	
  sequestro,	
  busca	
  e	
  apreensão	
  
de	
  coisas.	
  Já	
  as	
  cautelares	
  pessoais,	
  recaem	
  sobre	
  pessoas,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  da	
  busca	
  e	
  apreensão	
  de	
  
pessoas.	
  Por	
  fim,	
  existem	
  cautelares	
  que	
  tem	
  por	
  objetivo	
  a	
  estruturação	
  probatória,	
  assim	
  como	
  a	
  
exibição	
  de	
  documentos,	
  produção	
  antecipada	
  de	
  provas	
  e	
  justificação.	
  
	
  
3.4. Quanto	
   à	
   produção	
   de	
   efeitos	
   -­‐	
   também	
   apresentada	
   na	
   doutrina	
   como	
   classificação	
   quanto	
   a	
  
finalidade,	
  também	
  se	
  divide	
  em	
  dois	
  grupos.	
  As	
  cautelares	
  constritivas	
  insurgem	
  com	
  o	
  fito	
  de	
  evitar	
  
o	
   perecimento	
   de	
   um	
  patrimônio	
   jurídico	
   da	
   parte	
   atingindo	
   o	
   patrimônio	
   jurídico	
   da	
   outra	
   ou	
   de	
  
terceiros.	
  Se	
  enquadram	
  a	
  grande	
  maioria	
  das	
  cautelares,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  da	
  cautelar	
  de	
  arrolamento	
  
de	
  bens,	
  que	
  impede	
  o	
  herdeiro	
  ou	
  cônjuge	
  de	
  ocultar	
  e	
  extraviar	
  bens	
  que	
  seriam	
  objeto	
  de	
  partilha;	
  
busca	
  e	
  apreensão,	
  arresto	
  e	
  sequestro,	
  e	
  o	
  atentado	
  como	
  medida	
  a	
  garantir	
  cumprimento	
  de	
  ordem	
  
judicial	
   de	
   penhora,	
   arresto,	
   sequestro,	
   imissão	
   na	
   posse	
   ou	
   embargo	
   de	
   obra,	
   já	
   deferida	
   e	
  
descumprida	
   pela	
   parte	
   contrária.	
   As	
   cautelares	
   conservativas	
   não	
   causam	
   um	
   prejuízo	
   direto	
   ao	
  
patrimônio	
   jurídico	
   da	
   parte	
   contrária	
   ou	
   de	
   terceiros.	
   Neste	
   caso	
   podemos	
   citar	
   a	
   cautelar	
   de	
  
sustação	
  de	
  protesto,	
  que	
  visa	
   impedir	
  a	
   restrição	
  de	
  crédito	
  advinda	
  pelo	
  protesto	
  de	
  um	
  título,	
  a	
  
produção	
  antecipada	
  de	
  provas	
  ou	
  a	
  justificação.	
  
 
PERGUNTA:	
  AINDA	
  PERSISTE	
  NO	
  CÓDIGO	
  DE	
  PROCESSO	
  CIVIL,	
  EM	
  SUA	
  FORMA	
  VIGENTE,	
  A	
  CLASSIFICAÇÃO	
  
DAS	
  CATELARES	
  COMO	
  PREVENTIVAS	
  E	
  SATISFATIVAS?	
  Como	
  resposta	
  insurge	
  a	
  indicação	
  do	
  artigo	
  científico	
  
DA	
  TUTELA	
  CAUTELAR	
  À	
  TUTELA	
  ANTECIPATÓRIA	
  do	
  Prof.	
  Dr.	
  Luiz	
  Guilherme	
  Marinoni.	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
4. PODER	
   GERAL	
   DE	
   CAUTELA	
   –	
   Junto	
   como	
   a	
   fungibilidade	
   são	
   formas	
   que	
   o	
   legislador	
   encontrou	
   para	
  
relativizar	
  a	
  estrutura	
  procedimental	
  em	
  prol	
  do	
  direito	
  substancial	
  e	
  da	
  utilidade	
  do	
  próprio	
  processo.	
  	
  
	
  
4.1. Conceito	
  -­‐	
  Scarpinella,	
  de	
  forma	
  muito	
  feliz,	
  classificou	
  como	
  um	
  Poder/Dever	
  do	
  órgão	
  prestados	
  da	
  
jurisdição	
  na	
  tutela	
  cautelar.	
  	
  
	
  
“Dever	
   no	
   sentido	
   de	
   que	
   a	
   tutela	
   (proteção)	
   de	
   uma	
   dada	
   situação	
   que	
   seja	
   apresentada	
   ao	
  
magistrado	
   é,	
   para	
   ele,	
   impositiva.	
  Não	
   há	
   espaço	
   para	
   entender	
   que	
   haja,	
   no	
   exercício	
   da	
   função	
  
jurisdicional,	
   em	
   plena	
   harmonia	
   com	
   o	
  modelo	
   constitucional	
   do	
   direito	
   processual	
   civil,	
   qualquer	
  
elemento	
  de	
  liberdade,	
  facultatividade	
  ou	
  de	
  discricionariedade.	
  Tais	
  atributos	
  não	
  existem	
  no	
  que	
  diz	
  
respeito	
  ao	
  exercício	
  da	
  função	
  jurisdicional.”	
  	
  (A	
  exemplo	
  de	
  Nelson	
  Nery).	
  
“Poder	
   no	
   sentido	
   de	
   que,	
   para	
   o	
   atingimento	
   da	
   finalidade	
   destacada	
   pelo	
   parágrafo	
   anterior,	
   o	
  
magistrado	
   lançará	
  mão	
  dos	
  mecanismos	
  que,	
   consonantes	
   com	
  o	
  modelo	
   constitucional	
  do	
  direito	
  
processual	
   civil,	
   mostrem-­‐se	
   aptos	
   suficientemente	
   para	
   garantir	
   o	
   resultado	
   do	
   pretendido.”	
  
(BUENO,	
   Cassio	
   Scarpinella.	
   Curso	
   Sistematizado	
  de	
  Direito	
   Processual	
   Civil.	
   5	
   ed.	
   4	
   vol.	
   São	
   Paulo:	
  
Saraiva,	
  2013,	
  p.	
  181).	
  
	
  
4.2. Poder	
  Geral	
  de	
  Cautela	
  e	
  Tipicidade	
  -­‐	
  Seria	
  uma	
  tarefa	
  impossível	
  ao	
  legislador	
  do	
  CPC	
  atentar-­‐se	
  a	
  
todas	
   as	
   situações	
   que	
   ameaçam	
   o	
   direito	
   das	
   partes.	
   Por	
   tal	
   motivo,	
   não	
   poderia	
   existir	
   um	
   rol	
  
taxativo	
   (numerus	
   clausus)	
   das	
   medidas	
   cautelares	
   que	
   o	
   CPC	
   coloca	
   a	
   disposição	
   das	
   partes,	
  
constando-­‐se,	
   então,	
   como	
  um	
   rol	
  meramente	
   exemplificativo.	
   Assim,	
   dentre	
   todos	
   os	
   dispositivos	
  
que	
  disciplinam	
  a	
  tutela	
  cautelar	
  no	
  CPC,	
  um	
  dos	
  que	
  possui	
  maior	
  relevância	
  é	
  o	
  art.	
  798,	
  CPC,	
  o	
  qual	
  
determina	
   ao	
   magistrado	
   o	
   PODER	
   GERAL	
   DE	
   CAUTELA	
   e	
   assim,	
   conceder	
   medidas	
   cautelares	
  
inominadas	
  ou	
  atípicas,	
  que	
  se	
  adequem	
  ao	
  caso	
  concreto.	
  	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
  798.	
  Além	
  dos	
  procedimentos	
  cautelares	
  específicos,	
  que	
  este	
  
Código	
  regula	
  no	
  Capítulo	
   II	
  deste	
  Livro,	
  poderá	
  o	
   juiz	
  determinar	
  
as	
   medidas	
   provisórias	
   que	
   julgar	
   adequadas,	
   quando	
   houver	
  
fundado	
   receio	
   de	
   que	
   uma	
   parte,	
   antes	
   do	
   julgamento	
   da	
   lide,	
  
cause	
  ao	
  direito	
  daoutra	
  lesão	
  grave	
  e	
  de	
  difícil	
  reparação.	
  
Art.	
   301.	
   A	
   tutela	
   de	
   urgência	
   de	
   natureza	
   cautelar	
   pode	
   ser	
  
efetivada	
   mediante	
   arresto,	
   sequestro,	
   arrolamento	
   de	
   bens,	
  
registro	
  de	
  protesto	
  contra	
  alienação	
  de	
  bem	
  e	
  qualquer	
  outra	
  
medida	
  idônea	
  para	
  asseguração	
  do	
  direito.	
  
 
4.3. Atuação	
  oficiosa	
  do	
  magistrado	
  –	
  Um	
  dispositivo	
  de	
  analise	
  perigosa	
  aos	
  acadêmicos,	
  especialmente	
  
da	
  graduação,	
  por	
  iniciarem	
  seu	
  caminhar	
  na	
  tutela	
  cautelar,	
  é	
  o	
  art.	
  797,	
  CPC.	
  	
  
	
  
Art.	
  797.	
  Só	
  em	
  casos	
  excepcionais,	
  expressamente	
  autorizados	
  por	
   lei,	
  determinará	
  o	
   juiz	
  medidas	
  cautelares	
  sem	
  a	
  audiência	
  das	
  
partes.	
  
	
  
Embora	
  não	
  haja	
  unanimidade	
  na	
  doutrina,	
  a	
  expressão	
  “partes”	
   justamente	
  por	
  estar	
  emprega	
  no	
  
plural,	
  autoriza	
  a	
  interpretação	
  para	
  conceder	
  ao	
  juiz	
  a	
  possibilidade	
  de	
  conceder	
  medidas	
  cautelares	
  
de	
   ofício,	
   em	
   prol	
   da	
   obtenção	
   de	
   um	
   resultado	
   útil	
   ao	
   processo.	
   Mas	
   que	
   fique	
   bem	
   claro:	
  
primeiramente,	
  deve	
  haver	
  um	
  permissivo	
   legal	
  que	
  autorize	
  o	
   juiz	
  a	
  agir	
  de	
   tal	
   forma,	
  bem	
  como;	
  
ademais,	
  inexiste	
  a	
  condição	
  de	
  que	
  o	
  juiz	
  instaure	
  uma	
  ação	
  cautelar	
  de	
  ofício,	
  mas	
  sim	
  conceda	
  uma	
  
medida	
  cautelar	
  no	
  curso	
  de	
  uma	
  demanda	
  já	
  existente,	
  ou	
  seja,	
  incidental.	
  Vejamos	
  exemplos:	
  
 
 
Art.	
  1.584,	
  do	
  Código	
  Civil.	
  A	
  guarda,	
  unilateral	
  ou	
  compartilhada,	
  poderá	
  ser:	
  	
  
II	
  -­‐	
  decretada	
  pelo	
  juiz,	
  em	
  atenção	
  a	
  necessidades	
  específicas	
  do	
  filho,	
  ou	
  em	
  razão	
  da	
  distribuição	
  de	
  tempo	
  necessário	
  ao	
  convívio	
  
deste	
  com	
  o	
  pai	
  e	
  com	
  a	
  mãe.	
  	
  
	
  
Art.	
  18,	
  da	
  Lei	
  n.	
  11.340/2006	
  (Lei	
  Maria	
  da	
  Penha).	
  	
  Recebido	
  o	
  expediente	
  com	
  o	
  pedido	
  da	
  ofendida,	
  caberá	
  ao	
  juiz,	
  no	
  prazo	
  de	
  48	
  
(quarenta	
  e	
  oito)	
  horas:	
  
I	
  -­‐	
  conhecer	
  do	
  expediente	
  e	
  do	
  pedido	
  e	
  decidir	
  sobre	
  as	
  medidas	
  protetivas	
  de	
  urgência;	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
4.4. Do	
  momento	
  para	
  o	
  exercício	
  –	
  o	
  poder	
  geral	
  de	
  cautela	
  poderá	
  ser	
  exercido	
  a	
  qualquer	
  momento,	
  
seja	
  dentro	
  de	
  uma	
  demanda	
  de	
  conhecimento	
  ou	
  execução	
  já	
  em	
  curso	
  (medida	
  cautelar	
  incidental),	
  
seja	
  em	
  uma	
  demanda	
  autônoma	
  (ação	
  cautelar	
  preparatória	
  ou	
  antecedente).	
  Contudo,	
  importante	
  
esclarecer	
  que	
  no	
  caso	
  da	
  segunda	
  opção,	
  poderá	
  ser	
  concedida	
  liminarmente	
  ou	
  após	
  audiência	
  de	
  
justificação	
  prévia,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  804,	
  do	
  CPC.	
  Assim,	
  não	
  está	
  obrigado	
  à	
  formação	
  regular	
  do	
  
processo	
  (citação,	
  defesa,	
  instrução,	
  etc.)	
  para	
  apreciar	
  a	
  pretensão	
  cautelar,	
  justamente	
  por	
  se	
  tratar	
  
de	
  uma	
  tutela	
  provisória	
  de	
  urgência.	
  	
  
	
  
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  final	
  do	
  Senado	
  remetida	
  a	
  sanção	
  e	
  veto)	
  
Art.	
   804.	
   É	
   lícito	
   ao	
   juiz	
   conceder	
   liminarmente	
   ou	
   após	
  
justificação	
   prévia	
   a	
   medida	
   cautelar,	
   sem	
   ouvir	
   o	
   réu,	
   quando	
  
verificar	
  que	
  este,	
  sendo	
  citado,	
  poderá	
  torná-­‐la	
  ineficaz;	
  caso	
  em	
  
que	
   poderá	
   determinar	
   que	
   o	
   requerente	
   preste	
   caução	
   real	
   ou	
  
fidejussória	
   de	
   ressarcir	
   os	
   danos	
   que	
   o	
   requerido	
   possa	
   vir	
   a	
  
sofrer.	
  
Art.	
   300.	
   A	
   tutela	
   de	
   urgência	
   será	
   concedida	
   quando	
   houver	
  
elementos	
  que	
  evidenciem	
  a	
  probabilidade	
  do	
  direito	
  e	
  o	
  perigo	
  
de	
  dano	
  ou	
  o	
  risco	
  ao	
  resultado	
  útil	
  do	
  processo.	
  	
  
(…)	
  
§	
  2o	
  -­‐	
  A	
  tutela	
  de	
  urgência	
  pode	
  ser	
  concedida	
  liminarmente	
  ou	
  
após	
  justificação	
  prévia.	
  	
  
 
	
  
4.5. Das	
   limitações	
  ao	
  Poder	
  Geral	
  de	
  Cautela	
  –	
  como	
  analisado	
  no	
   item	
  4.1,	
  o	
  poder	
   geral	
  de	
   cautela	
  
decorre	
   de	
   um	
   poder/dever	
   do	
   magistrado.	
   Na	
   visão	
   de	
   doutrinadores	
   como	
   Cassio	
   Scarpinella	
  
Bueno,	
   Nelson	
   Nery	
   e	
   Marcos	
   Vinícius	
   Rios	
   Gonçalves	
   a	
   concessão	
   das	
   medidas	
   cautelares,	
   se	
   e	
  
quando	
  preenchidos	
  os	
  requisitos	
  legais,	
  seria	
  um	
  ato	
  vinculado	
  do	
  juiz	
  em	
  respeito	
  à	
  necessidade	
  de	
  
se	
  resguardar	
  a	
  estrutura	
  processual,	
  futura	
  ou	
  já	
  em	
  curso.	
  Assim,	
  antepara	
  a	
  prestação	
  jurisdicional	
  
como	
  um	
   interesse	
   coletivo,	
   transbordando	
  os	
   interesses	
   subjetivos	
  da	
   causa.	
  No	
  entanto,	
  estando	
  
presentes	
  elementos	
  de	
  riscos	
  ao	
  direito	
  da	
  parte	
  ex	
  adversa.	
  Nessa	
  hipóteses,	
  deve	
  o	
  juiz	
  determinar	
  
sua	
  substituição	
  por	
  caução	
  ou	
  outra	
  garantia	
  menos	
  gravosa	
  ao	
  Requerido,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  805,	
  
do	
   CPC.	
   Outra	
   hipótese	
   restritiva	
   seria	
   a	
   concessão	
   de	
   medidas	
   cautelares	
   contra	
   o	
   Estado,	
   nos	
  
termos	
  da	
  Lei	
  n.	
  8437/1992	
  (Dispõe	
  sobre	
  a	
  concessão	
  de	
  medidas	
  cautelares	
  contra	
  atos	
  do	
  Poder	
  
Público	
   e	
   dá	
   outras	
   providências).	
   Tal	
   lei	
   é	
   considerada	
   inconstitucional	
   pela	
  melhor	
   doutrina,	
   por	
  
ferir	
  de	
  morte	
  a	
  norma	
  encartada	
  no	
  art.	
  5o,	
   inciso	
  XXXV,	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988,	
  em	
  que	
  
pese	
  não	
  tenha	
  o	
  STF	
  exercido	
  o	
  controle	
  concentrado	
  de	
  sua	
  inconstitucionalidade	
  (ADIN).	
  
 
Art.	
  1°	
  da	
  Lei	
  8.437/92	
  -­‐	
  Não	
  será	
  cabível	
  medida	
  liminar	
  contra	
  atos	
  do	
  Poder	
  Público,	
  no	
  procedimento	
  cautelar	
  ou	
  em	
  quaisquer	
  
outras	
   ações	
   de	
   natureza	
   cautelar	
   ou	
   preventiva,	
   todavez	
   que	
   providência	
   semelhante	
   não	
   puder	
   ser	
   concedida	
   em	
   ações	
   de	
  
mandado	
  de	
  segurança,	
  em	
  virtude	
  de	
  vedação	
  legal.	
  
	
  
	
  
	
  
5. PROCEDIMENTO	
  CAUTELAR	
   –	
  o	
  procedimento	
  cautelar,	
  que	
  é	
  a	
   forma	
   legal	
  pela	
  qual	
  os	
   vários	
  atos	
  do	
  
processo	
   cautelar	
   são	
   praticados	
   e	
   como	
   eles	
   estão	
   concatenados	
   ao	
   longo	
   da	
   trajetória	
   forense,	
   são	
  
disciplinados	
   no	
   Capítulo	
   1,	
   do	
   Livro	
   III,	
   do	
   CPC.	
   São	
   normas	
   gerais	
   que	
   garantem	
   a	
   forma	
   de	
  
desenvolvimentos	
  dos	
  atos	
  processuais	
  na	
  tutela	
  cautelar	
  em	
  uma	
  Ação	
  Cautelar	
  (antecedente).	
  
	
  
5.1. Petição	
   Inicial	
   –	
   em	
   que	
   pese	
   o	
   art.	
   282	
   do	
   CPC	
   seja	
   aplicado	
   a	
   qualquer	
   petição	
   inicial	
   de	
   ação	
  
disciplinada	
  pelo	
  processo	
  civil,	
  no	
  art.	
  801	
  do	
  CPC	
  o	
  legislador	
  apresentou	
  oe	
  requisitos	
  da	
  peça	
  de	
  
ingresso	
   da	
   Ação	
   Cautelar.	
   Por	
   serem	
   praticamente	
   idênticos	
   os	
   dois	
   dispositivos,	
   o	
   legislador	
  
somente	
  manteve	
  o	
  de	
  aplicabilidade	
  geral	
  no	
  NCPC/15.	
  
 
Art.	
  282.	
  A	
  petição	
  inicial	
  indicará:	
  
I	
  -­‐	
  o	
  juiz	
  ou	
  tribunal,	
  a	
  que	
  é	
  dirigida;	
  
II	
   -­‐	
   os	
   nomes,	
   prenomes,	
   estado	
   civil,	
   profissão,	
   domicílio	
   e	
  
residência	
  do	
  autor	
  e	
  do	
  réu;	
  
III	
  -­‐	
  o	
  fato	
  e	
  os	
  fundamentos	
  jurídicos	
  do	
  pedido;	
  
IV	
  -­‐	
  o	
  pedido,	
  com	
  as	
  suas	
  especificações;	
  
V	
  -­‐	
  o	
  valor	
  da	
  causa;	
  
VI	
  -­‐	
  as	
  provas	
  com	
  que	
  o	
  autor	
  pretende	
  demonstrar	
  a	
  verdade	
  dos	
  
fatos	
  alegados;	
  
VII	
  -­‐	
  o	
  requerimento	
  para	
  a	
  citação	
  do	
  réu.	
  
Art.	
  801.	
  O	
  requerente	
  pleiteará	
  a	
  medida	
  cautelar	
  em	
  petição	
  
escrita,	
  que	
  indicará:	
  
I	
  -­‐	
  a	
  autoridade	
  judiciária,	
  a	
  que	
  for	
  dirigida;	
  
II	
   -­‐	
   o	
   nome,	
   o	
   estado	
   civil,	
   a	
   profissão	
   e	
   a	
   residência	
   do	
  
requerente	
  e	
  do	
  requerido;	
  
III	
  -­‐	
  a	
  lide	
  e	
  seu	
  fundamento;	
  
IV	
   -­‐	
   a	
   exposição	
   sumária	
   do	
   direito	
   ameaçado	
   e	
   o	
   receio	
   da	
  
lesão;	
  
V	
  -­‐	
  as	
  provas	
  que	
  serão	
  produzidas.	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
5.1.1. Competência	
  –	
  a	
  primeira	
  exigência	
  do	
  legislador	
  em	
  relação	
  à	
  petição	
  inicial	
  da	
  Ação	
  Cautelar	
  
é	
  a	
  autoridade	
   judiciária	
  a	
  que	
  a	
  peça	
  vestibular	
  será	
  dirigida	
  (art.	
  801,	
   inc.	
   I,	
  do	
  CPC),	
  ou	
  seja,	
  
qual	
  a	
  competência	
  para	
  processar	
  a	
   julgar	
  a	
  demanda.	
  No	
  art.	
  800,	
  caput,	
  do	
  CPC	
  a	
  regula	
  no	
  
sentido	
   de	
   que,	
   no	
   caso	
   da	
   Ação	
   Cautelar	
   Preparatória,	
   a	
   competência	
   para	
   julgá-­‐la	
   será	
   a	
  
mesma	
  do	
  processo	
  principal	
  (regras	
  dos	
  arts.	
  91	
  a	
  111,	
  do	
  CPC).	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
  800.	
  As	
  medidas	
  cautelares	
  serão	
  requeridas	
  ao	
  juiz	
  da	
  causa;	
  
e,	
   quando	
   preparatórias,	
   ao	
   juiz	
   competente	
   para	
   conhecer	
   da	
  
ação	
  principal.	
  
Art.	
  299.	
  A	
  tutela	
  provisória	
  será	
  requerida	
  ao	
  juízo	
  da	
  causa	
  e,	
  
quando	
  antecedente,	
  ao	
  juízo	
  competente	
  para	
  conhecer	
  do	
  
pedido	
  principal.	
  	
  
	
  
5.1.2. Competência	
   da	
   medida	
   cautelar	
   na	
   fase	
   recursal	
   –	
   aqui	
   não	
   se	
   trata	
   da	
   competência	
  
originária	
  dos	
  tribunais	
  para	
  processar	
  e	
  julgar	
  demandas	
  em	
  1o	
  grau	
  de	
  jurisdição.	
  No	
  parágrafo	
  
único	
  do	
  art.	
  800	
  do	
  CPC	
  o	
  legislador	
  previu	
  a	
  hipótese	
  de	
  requerimento	
  de	
  uma	
  medida	
  cautelar	
  
no	
  momento	
   em	
   que	
   o	
   processo	
   encontra-­‐se	
   na	
   fase	
   recursal.	
   Nessas	
   hipóteses,	
   enquanto	
   o	
  
processo	
   não	
   for	
   remetido	
   ao	
   tribunal	
   ad	
   quem,	
   a	
   medida	
   cautelar,	
   embora	
   já	
   exista	
   uma	
  
demanda	
   em	
   curso,	
   deverá	
   ser	
   pleiteada	
   por	
   ação	
   autônoma.	
   Um	
   exemplo	
   clássico	
   é	
   a	
   Ação	
  
Cautelar	
  para	
  o	
  obtenção	
  de	
  efeito	
  suspensivo	
  nos	
  Recursos	
  Especial	
  e	
  Extraordinário,	
  que	
  não	
  o	
  
possuem	
  ope	
  legis	
  ou	
  ope	
  judices	
  (art.	
  542,	
  §	
  2o,	
  CPC).	
  
 
OBS.	
   No	
   NCPC/2015	
   o	
   legislador	
   abrange	
   as	
   duas	
   situações,	
   de	
   competência	
   originária	
   e	
   recursal	
   dos	
  
tribunais,	
  no	
  seu	
  art.	
  299,	
  parágrafo	
  único.	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
  800.	
  Omissis.	
  
Parágrafo	
  único.	
  Interposto	
  o	
  recurso,	
  a	
  medida	
  cautelar	
  será	
  
requerida	
  diretamente	
  ao	
  tribunal.	
  	
  
	
  
Art.	
  299	
  -­‐	
  Omissis.	
  	
  
Parágrafo	
   único.	
   Ressalvada	
   disposição	
   especial,	
   na	
   ação	
   de	
  
competência	
   originária	
   de	
   tribunal	
   e	
   nos	
   recursos	
   a	
   tutela	
  
provisória	
   será	
   requerida	
   ao	
   órgão	
   jurisdicional	
   competente	
  
para	
  apreciar	
  o	
  mérito.	
  	
  
	
  
5.1.3. Das	
  partes	
  (legitimidade)	
  –	
  o	
  art.	
  801,	
  inciso	
  II,	
  do	
  CPC	
  determina	
  que	
  se	
  indique	
  na	
  petição	
  o	
  
Requerente	
  e	
  o	
  Requerido,	
  com	
  sua	
  qualificação.	
  Trata-­‐se	
  da	
  identificação	
  das	
  partes,	
  ou	
  seja,	
  os	
  
legitimados	
  para	
  compor	
  o	
  polo	
  ativo	
  e	
  passivo	
  da	
  demanda.	
  Neste	
  caso	
  também	
  há	
  coincidência	
  
entre	
  o	
  processo	
  cautelar	
  e	
  o	
  principal,	
  inclusive	
  nos	
  caso	
  de	
  litisconsortes.	
  Isso	
  porque,	
  caso	
  não	
  
haja	
   a	
   composição	
   correta	
   do	
   polo	
   na	
   ação	
   cautelar,	
   a	
   medida	
   poderá	
   ser	
   ineficaz	
   na	
   ação	
  
principal,	
  em	
  relação	
  a	
  parte	
  que	
  foi	
  excluída	
  da	
  primeira.	
  	
  	
  
	
  
5.1.4. Intervenção	
  de	
  terceirosna	
  Ação	
  Cautelar	
  (por	
  Henrique	
  Araújo	
  Costa	
  em	
  Portal	
  Arcos)	
  
 
• Assistência	
  (simples	
  e	
  litisconsorcial):	
  É	
  permitida.	
  “Diante	
  da	
  total	
  inércia	
  da	
  parte	
  (autor	
  ou	
  réu)	
  
na	
   demanda	
   principal	
   no	
   que	
   concerne	
   à	
   proteção	
   da	
   coisa	
   comum	
   –	
   e	
   em	
   se	
   tratando	
   de	
  
demanda	
  cautelar	
  incidental,	
  onde	
  já	
  estão	
  traçados	
  os	
  contornos	
  objetivos	
  referentes	
  às	
  partes	
  
que	
  compõem	
  a	
  relação	
  processual	
  -­‐,	
  ao	
  assistente	
  simples	
  é	
  facultada	
  a	
  interposição	
  de	
  medidas	
  
assecuratórias,	
   desde	
   que	
   haja	
   concordância	
   expressa	
   ou	
   tácita	
   do	
   assistido.	
   Haveria,	
   então,	
  
inversão	
  na	
  qualidade	
  dos	
   sujeitos,	
   isto	
  é,	
  no	
   terceiro	
   se	
   consubstanciaria	
   como	
  parte	
   (na	
  ação	
  
cautelar)	
  e	
  à	
  parte	
  da	
  ação	
  principal	
  seria	
  facultada	
  a	
  possibilidade	
  de	
  ingressar	
  como	
  assistente	
  
na	
   relação	
   processual	
   cautelar	
   em	
   razão	
   do	
   interesse	
   comum.”	
   (GOMES,	
   Victor	
   André	
   Liuzzi.	
  
Intervenção	
  de	
  terceiros	
  e	
  tutela	
  de	
  urgência.	
  Dissertação	
  de	
  mestrado,	
  PUC/SP	
  em	
  2003,	
  p.	
  492.)	
  
 
• Oposição:	
  Não	
  é	
  admitida,	
  visto	
  que	
  a	
  finalidade	
  do	
  processo	
  cautelar	
  não	
  é	
  a	
  certeza	
  do	
  direito.	
  
Nesse	
  sentido:	
  “A	
  oposição	
  somente	
  é	
  possível	
  em	
  processo	
  de	
  conhecimento,	
  pelo	
  rito	
  comum	
  
ordinário,	
   bem	
   como	
   nos	
   procedimentos	
   especiais	
   que,	
   contestados,	
   adotam	
   o	
   rito	
   ordinário”.	
  
(CARNEIRO,	
   Athos	
   Gusmão.	
   Intervenção	
   de	
   terceiros.	
   13	
   ed.,	
   São	
   Paulo:	
   Saraiva,	
   2001,	
   p.	
   72.).	
  
Embora	
   não	
   contradigam	
   a	
   posição	
   exposta,	
   cabe	
   destaque	
   às	
   seguintes	
   passagens:	
   “Não	
  
encontramos	
  óbice,	
  ao	
  contrário,	
  perfeitamente	
  possível	
  o	
  manejo	
  das	
  medidas	
  cautelares	
  pelo	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
opoente,	
  de	
  forma	
  preparatória	
  na	
  defesa	
  do	
  suposto	
  direito	
  que	
  pretende	
  em	
  juízo,	
  com	
  o	
  fito	
  
de	
   preservar	
   a	
   efetividade	
   do	
   futuro	
   provimento	
   jurisdicional.”	
   (GOMES,	
   Victor	
   André	
   Liuzzi.	
  
Intervenção	
  de	
  terceiros	
  e	
  tutela	
  de	
  urgência.	
  Dissertação	
  de	
  mestrado	
  defendida	
  na	
  PUC/SP	
  em	
  
2003,	
   p.	
   494.).	
   “Pode,	
   outrossim,	
   ocorrer	
   tanto	
   na	
   ação	
   principal	
   quanto	
   na	
   oposição	
   a	
  
antecipação	
   dos	
   efeitos	
   da	
   tutela	
   (CPC,	
   art.	
   273),	
   se	
   presentes	
   os	
   respectivos	
   pressupostos.”	
  
(CARNEIRO,	
   Athos	
   Gusmão	
   apud	
   CÂNDIDO	
   DINAMARCO.	
   Intervenção	
   de	
   terceiros.	
   São	
   Paulo:	
  
Malheiros,	
  1997,	
  p.	
  61).	
  Intervenção	
  de	
  terceiros.	
  13	
  ed.,	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  2001,	
  p.	
  70.)	
  
 
• Nomeação	
   à	
   autoria:	
   Cabível.	
   A	
   nomeação	
   pode	
   ser	
   entendida	
   em	
   face	
   da	
   oposição.	
   Ambas	
  
visam	
  a	
  corrigir	
  o	
  polo	
  passivo	
  da	
  demanda,	
  mas	
  enquanto	
  na	
  oposição	
  o	
  suscitante	
  quer	
  entrar	
  –	
  
grosso	
  modo	
   –	
   na	
   nomeação	
   ele	
   quer	
   sair.	
   Não	
   pode	
   deixar	
   de	
   ser	
   atentado	
   que	
   o	
   fato	
   de	
   o	
  
opositor	
   entrar	
   na	
   relação	
   exclui	
   as	
   partes	
   da	
   relação	
   inicial.	
   Tudo	
   indica	
   que	
   a	
   tônica	
   da	
  
intervenção	
  de	
  terceiro	
  é	
  justamente	
  a	
  atividade	
  cognitiva.	
  Então	
  por	
  regra	
  vai	
  caber	
  intervenção	
  
quando	
   for	
   o	
   caso	
   de	
   haver	
   atividade	
   cognitiva,	
   ainda	
   que	
   sumária.	
   “Considerando	
   a	
  
especificidade	
   	
   de	
   sua	
   hipótese	
   de	
   incidência,	
   otimizada	
   à	
   luz	
   do	
   ‘princípio	
   da	
   eficiência	
  
processual’,	
  importa	
  dar	
  destaque	
  a	
  sua	
  aplicabilidade	
  toda	
  vez	
  que	
  o	
  plano	
  material	
  autorizar	
  a	
  
conclusão	
  de	
  que	
  o	
   réu	
  do	
   ‘processo	
  cautelar’	
   foi	
   indicado	
  em	
  nome	
  de	
  outrem,	
  o	
   responsável	
  
pelo	
   dano	
   que,	
   para	
   fins	
   do	
   Livro	
   III	
   do	
   CPC,	
   pretende-­‐se	
   evitar.”	
   (BUENO,	
   Cassio	
   Scarpinella.	
  
Cursos	
   Sistematizado	
   de	
   Direito	
   Processual	
   Civil.	
   Tutela	
   Antecipada,	
   tutela	
   cautelar	
   e	
  
procedimentos	
  cautelares	
  específicos.	
  4	
  vol.	
  5	
  ed.	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  2013,	
  p.	
  202).	
  
 
• Denunciação	
  da	
  lide:	
  a	
  princípio	
  não	
  se	
  admite,	
  mas	
  existem	
  determinadas	
  cautelares	
  cujo	
  objeto	
  
pode	
  influenciar/atingir	
  diretamente	
  o	
  desenvolvimento	
  normal	
  do	
  processo	
  principal,	
  casos	
  em	
  
que	
  a	
  doutrina	
  e	
  jurisprudência	
  têm	
  admitido.	
  	
  “Concluímos	
  pela	
  impossibilidade	
  da	
  antecipação	
  
de	
   tutela	
   requerida	
   pelo	
   denunciante	
   em	
   face	
   do	
   denunciado	
   quanto	
   sobre	
   o	
   primeiro	
   recaiu	
  
medida	
   liminar	
   antecipatória	
   favorável	
   ao	
   demandante	
   adverso	
   da	
   relação	
   processual	
   original.	
  
Nessa	
   hipótese,	
   em	
   função	
   da	
   fragilidade	
   dos	
   requisitos	
   exigidos	
   para	
   a	
   concessão	
   da	
   tutela	
  
antecipada,	
  a	
  caracterização	
  do	
   interesse	
  de	
  agir	
  do	
  denunciante,	
  essencial	
  para	
  a	
  obtenção	
  de	
  
qualquer	
  espécie	
  de	
  tutela	
  jurisdicional,	
  ficaria	
  deveras	
  prejudicada.	
  Tal	
  assertiva	
  se	
  deve	
  ao	
  fato	
  
de	
  estar	
  o	
  pleito	
  do	
  autor	
  (denunciante)	
  vinculado	
  a	
  uma	
  condição	
  eventual,	
  pois	
  seu	
  interesse	
  na	
  
obtenção	
  dos	
  efeitos	
  práticos	
  da	
  futura	
  sentença	
  de	
  mérito	
  subordina-­‐se	
  a	
  uma	
  casual	
  derrota	
  na	
  
demanda	
  em	
  que	
   figura	
  como	
  réu	
   (demanda	
  original),	
  o	
  que	
  desfiguraria	
  o	
  sentido	
  do	
   instituto	
  
dentro	
  do	
  ordenamento	
  processual.”	
  (GOMES,	
  Victor	
  André	
  Liuzzi.	
  Op.	
  Cit.,	
  p.	
  496.).	
  
	
  
• Chamamento	
  ao	
  processo:	
  pelo	
  mesmo	
  motivo	
  que	
  na	
  denunciação	
  da	
  lide,	
  a	
  princípio	
  não	
  seria	
  
admitido	
  em	
  uma	
  cautelar;	
  no	
  entanto,	
  a	
  doutrina	
  e	
  ajurisprudência	
   têm	
  permitido	
  em	
  alguns	
  
casos.	
   “Apresenta	
   o	
   chamamento	
   ao	
   processo	
   determinada	
   incompatibilidade	
   com	
   a	
   relação	
  
processual	
   cautelar,	
   em	
   razão	
   da	
   impossibilidade	
   de	
   serem	
   produzidos	
   efeitos	
   definitivos	
   no	
  
plano	
   jurídico	
   de	
   direito	
   material,	
   traço	
   característico	
   desta	
   modalidade	
   de	
   intervenção	
   de	
  
terceiros.	
   Assentamos	
   o	
   entendimento	
   de	
   que,	
   pela	
   possibilidade	
   de	
   concessão	
   de	
   tutela	
  
antecipada	
  em	
  favor	
  do	
  chamante	
  em	
  face	
  do(s)	
  chamado(s),	
  quando	
  o	
  credor	
  comum	
  auferiu	
  a	
  
medida	
   liminar	
   satisfativa	
   em	
   desfavor	
   do	
   primeiro	
   antes	
   da	
   consecução	
   do	
   chamamento,	
   o	
  
chamante	
   deseja	
   unicamente	
   que,	
   na	
  mesma	
   sentença,	
   seja(m)	
   o(s)	
   chamado(s)	
   condenado(s)	
  
juntamente	
   com	
   ele,	
   pois	
   aquele	
   que	
   pagar	
   a	
   dívida	
   se	
   sub-­‐rogará	
   nos	
   direitos	
   do	
   credor.	
   Em	
  
razão	
   da	
   inexistência	
   de	
   lide	
   entre	
   chamante	
   e	
   chamado	
   seria	
   procedimentalmente	
   inviável	
   a	
  
concessão	
  da	
  tutela	
  antecipada.”	
  (GOMES,	
  Victor	
  André	
  Liuzzi.	
  Op.	
  Cit.,	
  p.	
  496-­‐497.).	
  
 
5.1.5. Da	
   lide	
   e	
   seus	
   fundamentos	
   -­‐	
  no	
   inciso	
   III	
   do	
   art.	
   801	
  do	
  CPC	
  o	
   legislador	
   determina	
  que	
  o	
  
requerente	
   apresente	
   a	
   lide	
   e	
   seu	
   fundamento.	
  Não	
   se	
   trata	
   de	
   conflito	
   cautelar,	
  mas	
   sim	
   da	
  
indicação	
   de	
   qual	
   direito	
   material	
   que	
   o	
   autor	
   pretende	
   que	
   seja	
   reconhecido	
   quando,	
  
oportunamente,	
  leva-­‐lo	
  a	
  apreciação	
  jurisdicional,	
  na	
  ação	
  principal.	
  Caso	
  contrário,	
  se	
  não	
  fosse	
  
indicado,	
   o	
   juiz	
   não	
   saberia	
   se	
   qual	
   o	
   risco	
   e	
   como	
   afastá-­‐lo.	
   A	
   exposição	
   deve	
   ser	
   mais	
  
simplificada,	
  apenas	
  no	
  intuído	
  de	
  demonstrar	
  o	
  risco	
  de	
  perecimento	
  do	
  processo,	
  inclusive	
  não	
  
vinculando	
  integralmente	
  o	
  autor	
  quando	
  for	
  apresentado	
  na	
  principal,	
  visto	
  que	
  são	
  toleradas	
  
pequenas	
  alterações.	
  No	
  entanto,	
  se	
  a	
  situação	
  for	
  muito	
  oposta,	
  discute-­‐se	
  a	
  perda	
  da	
  eficácia	
  
da	
  medida	
  cautelar.	
  	
  
 
OBS.	
  No	
  caso	
  das	
  medidas	
  cautelares	
  incidentais	
  este	
  requisito	
  é	
  dispensado	
  pelo	
  art.	
  801,	
  par.	
  único,	
  CPC.	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
5.1.6. A	
  causa	
  de	
  pedir	
  da	
  ação	
  cautelar	
  (os	
  requisitos	
  para	
  a	
  sua	
  concessão)	
  –	
  é	
  no	
  art.	
  801,	
  inciso	
  
IV,	
   do	
   CPC	
   que	
   o	
   legislador	
   apresenta	
   os	
   requisitos	
   necessários	
   para	
   que	
   seja	
   concedida	
   uma	
  
medida	
  cautelar:	
  o	
  fumus	
  boni	
  iuris	
  e	
  o	
  periculum	
  in	
  mora.	
  
 
§ Fumus	
   boni	
   iuris	
   (exposição	
   sumária	
   do	
   direito	
   ameaçado)	
   –	
   como	
   visto	
  
anteriormente	
  no	
  item	
  2.4,	
  no	
  caso	
  da	
  tutela	
  cautelar	
  não	
  há	
  um	
  exaurimento	
  da	
  
cognição.	
  Pelo	
  contrário,	
  ao	
   juiz	
  é	
  possibilitada	
  uma	
  analise	
  superficial	
  do	
  direito	
  
ameaçado.	
  Neste	
  momento	
  é	
  inútil	
  a	
  discussão	
  se	
  o	
  direito	
  material	
  deve	
  ou	
  não	
  
ser	
  	
  concedido	
  às	
  partes.	
  É	
  nessa	
  oportunidade	
  que	
  o	
  requerente	
  apresentará	
  ao	
  
juiz	
  qual	
  é	
  a	
  pretensão	
  cautelar	
  a	
  ser	
  atingida	
  e	
  sua	
  adequação	
  à	
  situação	
  do	
  caso	
  
concreto.	
  
	
  
§ Periculum	
   in	
  mora	
   (receio	
   da	
   lesão)	
   –	
   a	
   tutela	
   cautelar	
   é	
   uma	
   das	
   espécies	
   da	
  
tutela	
  de	
  urgência.	
  Dessa	
  forma,	
  está	
  intimamente	
  ligada	
  ao	
  risco	
  de	
  perecimento	
  
de	
  um	
  direito.	
  Neste	
  caso,	
  caberá	
  a	
  parte	
  demonstrar	
  para	
  o	
  juiz	
  qual	
  é	
  a	
  ameaça	
  
a	
  ser	
  afastada	
  e	
  qual	
  a	
  situação	
  de	
  risco	
  de	
  perecimento	
  da	
  ação	
  principal,	
  seja	
  ela	
  
de	
  conhecimento	
  ou	
  executiva.	
  Importante	
  ressaltar	
  que	
  o	
  risco	
  não	
  está	
  ligado	
  ao	
  
direito	
   substancial	
   (material),	
   que	
   deverá	
   ser	
   resguardado	
   por	
   outra	
   tutela	
   de	
  
urgência,	
  a	
  antecipação	
  de	
  tutela.	
  
	
  
5.1.7. Das	
   provas	
   a	
   serem	
   produzidas	
   –	
   excetuando	
   as	
   provas	
   documentais,	
   que	
   deverão	
   vir	
  
carreadas	
  à	
  petição	
  inicial,	
  caberá	
  ao	
  autor	
  apresentar	
  de	
  plano	
  quais	
  as	
  outras	
  provas	
  admitidas	
  
em	
  direito	
  que	
  deseja	
  produzir	
  na	
   fase	
   instrutória.	
  No	
  caso	
  da	
  ação	
  cautelar,	
  não	
  há	
  posterior	
  
oportunidade	
  para	
  o	
  requerente	
  pleitear	
  suas	
  provas,	
  significando	
  que,	
  caso	
  não	
  o	
  faça	
  na	
  inicial,	
  
será	
  atingido	
  pela	
  preclusão	
  consumativa.	
  Não	
  se	
  trata	
  das	
  provas	
  que	
  justifiquem	
  a	
  concessão	
  
do	
   direito	
   material,	
   mas	
   sim	
   que	
   evidenciem	
   os	
   requisitos	
   necessários	
   para	
   a	
   concessão	
   da	
  
medida	
  cautelar:	
  o	
  fumus	
  boni	
  iuris	
  e	
  o	
  periculum	
  in	
  mora.	
  
	
  
5.1.8. Outros	
  requisitos	
  da	
  petição	
  inicial	
  -­‐	
  Embora	
  não	
  constem	
  no	
  rol	
  dos	
  requisitos	
  do	
  art.	
  801,	
  o	
  
valor	
   da	
   causa	
   e	
   o	
   requerimento	
   de	
   citação	
   do	
   réu	
   se	
   apresentam	
   como	
   requisitos	
   gerais	
   das	
  
petições	
   iniciais,	
   no	
   art.	
   282	
  do	
  CPC.	
   Portanto,	
   devem	
  estar	
   presentes	
   na	
  peça	
  de	
   ingresso	
  da	
  
ação	
  cautelar.	
  Em	
  relação	
  ao	
  valor	
  da	
  causa,	
  nem	
  sempre	
  se	
  coincidirá	
  com	
  o	
  da	
  principal,	
  mas	
  
deve	
  ser	
   levado	
  em	
  consideração	
  qual	
  o	
  benefício	
  patrimonial	
  do	
   requerente	
  com	
  a	
  demanda.	
  
Sem	
  impossível	
  ser	
  auferida	
  este	
  benefício,	
  será	
  fixado	
  por	
  estimativa.	
  	
  
	
  
5.2. Despacho	
   inicial–	
  assim	
  que	
  protocolada,	
  distribuída,	
   registrada	
  e	
  autuada	
  a	
  nova	
  ação,	
  deverá	
   ser	
  
remetida	
  ao	
  gabinete	
  do	
   juízo	
  competente	
  paraadmissibilidade	
  da	
  ação.	
  Ausente	
  os	
   requisitos	
  dos	
  
pressupostos	
  processuais	
  e	
  condições	
  da	
  ação	
  será	
  indeferida	
  a	
  inicial	
  e	
  extinto	
  o	
  processo	
  com	
  base	
  
no	
  art.	
  267	
  do	
  CPC.	
  Em	
  havendo	
  vício	
   sanável,	
  deverá	
  o	
   juiz	
  determinar	
  a	
  emenda	
  da	
   inicial	
  em	
  10	
  
(dez)	
  dias.	
  Recebida	
  a	
  inicial,	
  poderá	
  conceder	
  a	
  medida	
  liminarmente	
  ou	
  mediante	
  justificação.	
  
	
  
5.2.1. Concessão	
  da	
  medida	
   liminarmente	
  –	
  a	
  expressão	
   liminar	
  decorre	
  do	
  Latim	
  “in	
   limine”,	
  que	
  
significa	
   no	
   começo	
   do	
   processo.	
   No	
   processo	
   cautelar	
   a	
   medida	
   pretendida	
   poderá	
   ser	
  
concedida	
  pelo	
  juiz	
  de	
  imediato,	
  mesmo	
  que	
  não	
  tenha	
  sido	
  citado	
  o	
  réu,	
  nos	
  casos	
  de	
  situações	
  
de	
  extrema	
  urgência	
  ou	
  quando	
  a	
  ciência	
  do	
  réu	
  poderá	
  atrapalhar	
  a	
  eficácia	
  da	
  medida.	
  É	
  o	
  que	
  
define	
  a	
  primeira	
  parte	
  do	
  art.	
  804	
  do	
  CPC.	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
   804.	
   É	
   lícito	
   ao	
   juiz	
   conceder	
   liminarmente	
   ou	
   após	
  
justificação	
   prévia	
   a	
   medida	
   cautelar,	
   sem	
   ouvir	
   o	
   réu,	
   quando	
  
verificar	
  que	
  este,	
  sendo	
  citado,	
  poderá	
  torná-­‐la	
  ineficaz;	
  caso	
  em	
  
que	
   poderá	
   determinar	
   que	
   o	
   requerente	
   preste	
   caução	
   real	
   ou	
  
fidejussória	
   de	
   ressarcir	
   os	
   danos	
   que	
   o	
   requerido	
   possa	
   vir	
   a	
  
sofrer.	
  
Art.	
   300.	
   A	
   tutela	
   de	
   urgência	
   será	
   concedida	
   quando	
   houver	
  
elementos	
  que	
  evidenciem	
  a	
  probabilidade	
  do	
  direito	
  e	
  o	
  perigo	
  
de	
  dano	
  ou	
  o	
  risco	
  ao	
  resultado	
  útil	
  do	
  processo.	
  	
  
(...)	
  
§	
  2o	
  -­‐	
  A	
  tutela	
  de	
  urgência	
  pode	
  ser	
  concedida	
  liminarmente	
  ou	
  
após	
  justificação	
  prévia.	
  	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
5.2.2. Concessão	
   da	
   medida	
   após	
   audiência	
   de	
   justificação	
   prévia	
   –	
   nos	
   casos	
   em	
   que	
   o	
   juiz	
  
entender	
   que	
   a	
   argumentação	
   para	
   a	
   concessão	
   da	
   medida	
   liminarmente	
   é	
   contundente,	
  
contudo	
  as	
  provas	
  documentais	
  produzidas	
  pelo	
  Requerente	
   se	
   tornaram	
   insuficientes,	
  deverá	
  
designar	
  uma	
  audiência	
  inicial,	
  chamada	
  de	
  justificação	
  prévia.	
  Tem	
  como	
  finalidade,	
  portanto,	
  a	
  
produção	
   de	
   provas	
   pelo	
   autor	
   para	
   demonstrar	
   os	
   requisitos	
   das	
   cautelares,	
   e	
   não	
   instrução	
  
processual	
  pelo	
  réu	
  (aud.	
  justificação	
  prévia	
  ≠	
  aud.	
  instrução	
  e	
  julgamento.	
  Dessa	
  forma,	
  pode-­‐se	
  
vislumbrar	
  um	
  certo	
  intuito	
  oficioso	
  do	
  magistrado	
  em	
  proteger	
  o	
  direito	
  do	
  Requerente,	
  ao	
  não	
  
indeferir	
   de	
   plano	
   a	
   medida	
   liminar.	
   Portanto,	
   sem	
   qualquer	
   afronto	
   ao	
   contraditório,	
   ampla	
  
defesa	
   e	
   devido	
   processo	
   legal,	
   realizar-­‐se-­‐á	
   antes	
  mesmo	
   da	
   citação	
   do	
   réu,	
   caso	
   este	
   possa	
  
causar	
  a	
  prejudicialidade	
  da	
  medida.	
  
	
  
5.2.3. Caução	
   –	
   caso	
   haja	
   risco	
   de	
   irreversibilidade	
   da	
  medida	
   ou	
   ainda,	
   da	
   sua	
   efetividade	
   possa	
  
resultar	
   risco	
  de	
  dano	
   irreparável	
   ou	
  de	
  difícil	
   reparação	
  ao	
  Requerido,	
   deverá	
  o	
   juiz	
   exigir	
   do	
  
Autor,	
  após	
  a	
  concessão	
  da	
  medida,	
  mas	
  antes	
  de	
  sua	
  efetividade,	
  que	
  preste	
  garantia	
  idônea	
  no	
  
processo,	
  mediante	
  caução	
  real	
  ou	
  fidejussória.	
  Esta	
  é	
  a	
  chamada	
  medida	
  de	
  contracautela.	
  	
  
 
5.2.4. Recursos	
  –	
  por	
  se	
  tratar	
  de	
  um	
  pronunciamento	
  judicial	
  de	
  natureza	
  decisão	
  interlocutória	
  (se	
  
proferida	
  em	
  1o	
  grau),	
   a	
  decisão	
  que	
  defere	
  ou	
   indefere	
  a	
  medida	
   liminar	
  ou	
  após	
   justificação	
  
prévia	
  é	
   recorrida	
  mediante	
  agravo	
  de	
   instrumento.	
  A	
  não	
  utilização	
  do	
  agravo	
  retido,	
  que	
  é	
  a	
  
regra,	
  deve-­‐se	
  justamente	
  ao	
  fato	
  de	
  se	
  tratar	
  de	
  uma	
  tutela	
  de	
  urgência.	
  
 
5.3. Citação	
  e	
  resposta	
  do	
  requerido	
  	
  -­‐	
  conforme	
  determina	
  o	
  art.	
  802,	
  caput,	
  do	
  CPC,	
  o	
  Requerido	
  será	
  
citado	
  para	
  no	
  prazo	
  de	
  05	
  (cinco)	
  dias	
  apresentar	
  defesa	
  na	
  Ação	
  Cautelar	
  e	
  na	
  mesma	
  oportunidade	
  
indicar	
  as	
  provas	
  que	
  pretende	
  produzir.	
  O	
  parágrafo	
  único	
  do	
  dispositivo	
  diz	
  que	
  a	
  fluência	
  do	
  prazo	
  
tem	
   início	
  em	
  dois	
  momentos	
  distintos:	
  da	
   juntada	
  aos	
  autos	
  do	
  mandado	
  de	
  citação	
  devidamente	
  
cumprido	
  ou	
  da	
  juntada	
  aos	
  autos	
  do	
  mandado	
  da	
  execução	
  da	
  medida	
  cautelar,	
  quando	
  concedida	
  
liminarmente	
  ou	
  após	
  justificação	
  prévia.	
  O	
  art.	
  222	
  do	
  CPC,	
  determina	
  as	
  forma	
  de	
  citação,	
  que	
  via	
  
de	
   regra	
   seguirá	
   pela	
   via	
   postal.	
   Embora	
   o	
   artigo	
   cite	
   expressamente	
   contestação,	
   como	
   forma	
   de	
  
defesa	
   do	
   réu,	
   não	
   há	
   porque	
   afastar	
   a	
   hipótese	
   de	
   cabimento	
   das	
   exceções.	
   Em	
   relação	
   à	
  
reconvenção,	
  como	
  geralmente	
   liga-­‐se	
  ao	
  direito	
  material,	
  que	
  não	
  é	
  objeto	
  da	
  Ação	
  Cautelar,	
   será	
  
dispensada.	
  Ademais,	
   caso	
  o	
   réu	
  não	
  exerça	
   seu	
  direito	
  de	
  defesa,	
   aplicam-­‐se	
  os	
  efeitos	
  da	
   revelia	
  
(art.	
  803,	
  CPC),	
  como	
  a	
  presunção	
  da	
  veracidade	
  dos	
  fatos	
  alegados	
  na	
  inicial,	
  julgamento	
  antecipado	
  
da	
  lide	
  e	
  fluência	
  de	
  prazos	
  em	
  cartório,	
  se	
  não	
  houve	
  advogado	
  constituído	
  nos	
  autos.	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
   802.	
   O	
   requerido	
   será	
   citado,	
   qualquer	
   que	
   seja	
   o	
  
procedimento	
  cautelar,	
  para,	
  no	
  prazo	
  de	
  5	
  (cinco)	
  dias,	
  contestar	
  
o	
  pedido,indicando	
  as	
  provas	
  que	
  pretende	
  produzir.	
  
Parágrafo	
   único.	
   Conta-­‐se	
   o	
   prazo,	
   da	
   juntada	
   aos	
   autos	
   do	
  
mandado:	
  
I	
  -­‐	
  de	
  citação	
  devidamente	
  cumprido;	
  
II	
   -­‐	
   da	
   execução	
   da	
   medida	
   cautelar,	
   quando	
   concedida	
  
liminarmente	
  ou	
  após	
  justificação	
  prévia.	
  
Art.	
  803.	
  Não	
  sendo	
  contestado	
  o	
  pedido,	
  presumir-­‐se-­‐ão	
  aceitos	
  
pelo	
   requerido,	
   como	
   verdadeiros,	
   os	
   fatos	
   alegados	
   pelo	
  
requerente	
  (arts.	
  285	
  e	
  319);	
  caso	
  em	
  que	
  o	
  juiz	
  decidirá	
  dentro	
  em	
  
5	
  (cinco)	
  dias.	
  	
  
Art.	
   306.	
   O	
   réu	
   será	
   citado	
   para,	
   no	
   prazo	
   de	
   5	
   (cinco)	
   dias,	
  
contestar	
  o	
  pedido	
  e	
  indicar	
  as	
  provas	
  que	
  pretende	
  produzir.	
  	
  
Art.	
  307.	
  Não	
  sendo	
  contestado	
  o	
  pedido,	
  os	
  fatos	
  alegados	
  pelo	
  
autor	
  presumir-­‐se-­‐ão	
  aceitos	
  pelo	
  réu	
  como	
  ocorridos,	
  caso	
  em	
  
que	
  o	
  juiz	
  decidirá	
  dentro	
  de	
  5	
  (cinco)	
  dias.	
  	
  
Parágrafo	
  único.	
  Contestado	
  o	
  pedido	
  no	
  prazo	
  legal,	
  observar-­‐
se-­‐á	
  o	
  procedimento	
  comum.	
  	
  
Art.	
  231.	
  Salvo	
  disposição	
  em	
  sentido	
  diverso,	
   considera-­‐se	
  dia	
  
do	
  começo	
  do	
  prazo:	
  	
  
I	
   –	
   a	
   data	
   de	
   juntada	
   aos	
   autos	
   do	
   aviso	
   de	
   recebimento,	
  
quando	
  a	
  citação	
  ou	
  a	
  intimação	
  for	
  pelo	
  correio;	
  	
  
II	
  –	
  a	
  data	
  de	
  juntada	
  aos	
  autos	
  do	
  mandado	
  cumprido,	
  quando	
  
a	
  citação	
  ou	
  a	
  intimação	
  for	
  por	
  oficial	
  de	
  justiça;	
  	
  
 
5.4. Fase	
   instrutória	
  –	
  na	
   fase	
   instrutória	
  poderão	
   ser	
  produzidas	
  as	
  provas	
  admitidas	
  em	
  direito	
  que	
  o	
  
juiz	
  entenda	
  necessária	
  para	
  a	
   formação	
  de	
   sua	
  convicção	
   sobre	
  a	
  existência	
  ou	
  não	
  dos	
   requisitos	
  
para	
  a	
  concessão	
  da	
  medida	
  cautelar	
  (“fumus	
  boni	
  iuris”	
  e	
  “periculum	
  in	
  mora”).	
  Especificamente	
  são	
  
produzidas	
   prova	
   pericial	
   e	
   prova	
   testemunhal,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   803,	
   parágrafo	
   único,	
   CPC.	
  	
  
Importante	
   esclarecer	
   que	
   o	
   requerimento	
   das	
   provas	
   a	
   produzir	
   devidamente	
   justificado	
   e	
  
fundamentado	
  devem	
   ser	
   apresentados	
   pelo	
   autor	
   de	
   plano	
  na	
   sua	
   peça	
   inicial	
   e	
   pelo	
   réu	
   em	
   sua	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
defesa.	
   Qualquer	
   manifestação	
   posterior	
   pode	
   ser	
   considerada	
   preclusa,	
   salvo	
   se	
   demonstrada	
   a	
  
superveniência.	
  	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
  803.	
  Omissis.	
  
Parágrafo	
   único.	
   Se	
   o	
   requerido	
   contestar	
   no	
   prazo	
   legal,	
   o	
   juiz	
  
designará	
  audiência	
  de	
   instrução	
  e	
   julgamento,	
   havendo	
  prova	
  a	
  
ser	
  nela	
  produzida.	
  	
  
Art.	
  307.	
  Omissis.	
  	
  
Parágrafo	
  único.	
  Contestado	
  o	
  pedido	
  no	
  prazo	
  legal,	
  observar-­‐
se-­‐á	
  o	
  procedimento	
  comum.	
  	
  	
  
 
5.5. Julgamento	
   (sentença)	
  –	
  a	
  sentença	
  no	
  processo	
  cautelar	
  não	
  apresenta	
  nenhum	
  peculiaridade.	
  Se	
  
deferida	
  a	
  medida	
  cautelar	
  liminarmente	
  ou	
  mediante	
  justificação	
  prévia,	
  caberá	
  ao	
  juiz:	
  confirma-­‐la	
  
se	
   julgar	
   procedente	
   o	
   pedido;	
  modifica-­‐la	
   se	
   julgar	
   parcialmente	
   o	
   pedido;	
   ou	
   revoga-­‐la	
   se	
   julgar	
  
parcialmente	
   o	
   pedido.	
   No	
   entanto,	
   se	
   não	
   houve	
   a	
   concessão	
   anteriormente,	
   em	
   sentença:	
   será	
  
concedida	
  e	
  cumprida,	
  se	
  procedente	
  o	
  pedido;	
  parcialmente	
  concedida	
  e	
  cumprida,	
  se	
  parcialmente	
  
procedente	
  o	
  pedido;	
  ou	
  negada,	
  se	
  improcedente	
  o	
  pedido.	
  Cumpre	
  ainda	
  esclarecer	
  que	
  a	
  sentença	
  
implicará	
   ao	
   vencido	
   o	
   pagamento	
   das	
   verbas	
   de	
   sucumbência,	
   quais	
   sejam:	
   as	
   custas	
   (p.	
   ex.	
  
distribuição,	
   preparo)	
   e	
   despesas	
   (p.	
   ex.	
   honorários	
   de	
   perito,	
   diligências	
   de	
   oficial	
   de	
   justiça)	
   e	
  
honorários	
   advocatícios	
   de	
   sucumbência.	
   Importante	
   por	
   fim,	
   observar	
   que	
   o	
   indeferimento	
   da	
  
medida	
  não	
   impede	
  que	
   a	
   autora	
   parte	
   proponha	
   a	
   ação	
  principal,	
   tão	
   influirá	
   no	
   seu	
   julgamento.	
  
Exceto	
   se	
   o	
   juiz,	
   no	
   procedimento	
   cautelar,	
   acolher	
   a	
   alegação	
   de	
   decadência	
   ou	
   de	
   prescrição	
   do	
  
direito	
  do	
  autor,	
  uma	
  vez	
  que	
  fará	
  coisa	
  julgada	
  material	
  (art.	
  269,	
  inc.	
  V,	
  do	
  CPC).	
  
 
CPC/1973	
  
	
  (Vigente)	
  
NCPC/2015	
  	
  
(Redação	
  publicada	
  como	
  Lei	
  13.105/15)	
  
Art.	
   810.	
   O	
   indeferimento	
   da	
   medida	
   não	
   obsta	
   a	
   que	
   a	
   parte	
  
intente	
  a	
  ação,	
  nem	
  influi	
  no	
  julgamento	
  desta,	
  salvo	
  se	
  o	
  juiz,	
  no	
  
procedimento	
   cautelar,	
   acolher	
   a	
   alegação	
   de	
   decadência	
   ou	
   de	
  
prescrição	
  do	
  direito	
  do	
  autor.	
  
Art.	
  310.	
  O	
  indeferimento	
  da	
  tutela	
  cautelar	
  não	
  obsta	
  a	
  que	
  a	
  
parte	
   formule	
   o	
   pedido	
   principal,	
   nem	
   influi	
   no	
   julgamento	
  
desse,	
  salvo	
  se	
  o	
  motivo	
  do	
  indeferimento	
  for	
  o	
  reconhecimento	
  
de	
  decadência	
  ou	
  de	
  prescrição	
  	
  
 
5.6. Recursos	
  –	
  em	
  desfavor	
  da	
  sentença	
  cautelar	
  caberá	
  recurso	
  de	
  apelação,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  513,	
  do	
  
CPC.	
  Cumpre	
  observar	
  que	
  eventual	
  apelação	
   interposta	
  será	
  recebida	
  apenas	
  no	
  efeito	
  devolutivo,	
  
nos	
  termos	
  do	
  art.	
  520,	
  inciso	
  IV,	
  do	
  CPC.	
  	
  	
  
 
 
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.	
  
	
  
	
  
O	
  PRESENTE	
  MATERIAL	
  NÃO	
  SERVE	
  PARA	
  FINS	
  DE	
  FONTE	
  DE	
  PESQUISA	
  E/OU	
  ESTUDO,	
  SENDO	
  VEDADA	
  SUA	
  EDIÇÃO,	
  DIVULGAÇÃO	
  OU	
  PUBLICAÇÃO.

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