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Resumo Direito Constitucional I

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Constitucionalismo - necessidade de limitação do poder dos governantes
As constituições limitam o poder autoritário e resguardam os direitos e garantias fundamentais das pessoas
Grande marco constitucionalista - magna carta de 1215 na Inglaterra
Marco constitucionalista da Idade Moderna - Constituição francesa 1791 e norte americana 1787
Constituições da Idade Contemporânea – Totalitarismo Constitucional – CFRB/88 – Normas com relevante cunho social e grande parte com caráter programático.
Neoconstitucionalismo – Visa dar eficácia real as normas constitucionais
Direito constitucional evolui paralelamente à sociedade e assume status de norma jurídica
Luis Roberto Barroso – Principais transformações – centralidade dos direitos fundamentais, força normativa, expansão da jurisdição constitucional e uma nova dogmática na interpretação da constituição
Constitucionalização do Direito – expansão normativa da Constituição sobre todos os ramos do Direito
Classificação das Constituições 
Mutabilidade 
Rígida – alteração do texto, requer processo legislativo muito dificultoso . ex. CFRB/88
Indicativo de rigidez – 
Aprovação de emenda – quórum de 3/5, votação em 2 turnos em cada casa do congresso
Rol restrito de legitimados para apresentar iniciativa de projeto de emenda
Impossibilidade de reapresentação, na mesma sessão legislativa
Impossibilidade de apresentação de proposta de emenda tendente a modificar as matérias mencionadas no art 60, §4º (clausulas pétreas).
Flexível – permite alteração do seu texto pelo mesmo processo legislativo utilizado para alteração da legislação infraconstitucional. Não há hierarquia entre constituição e legislação infraconstitucional, em caso de conflito de normas ocorre a hipótese de mera revogação.
Semi- rígida – Processo legislativo dificultoso para determinadas matérias que ela expressamente mencionar e para as demais o mesmo processo legislativo das infraconstitucionais.
Pedro Lenzza – outras classificações
Fixa – alteradas somente por um poder idêntico ao que lhes criou – poder constituinte originário
Transitoriamente flexível – determinado período pode ser alterada pelo mesmo processo legislativo das infraconstiucionas, passado este somente por processo legislativo dificultoso, tornando-a rígida.
Imutável – Absolutamente inalterável
Origem
Outorgada – Imposta a sociedade por um grupo revolucionário ou um agente que não recebeu do povo legitimidade de representação.
Promulgada – Elaborada por uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita pelo povo e com legitimidade de representação
Pedro Lenza – Cesarista e Pactuada
Quanto à forma 
Escrita – Todas as normas constitucionais estão elaboradas em um só documento.
Costumeira – Normas constitucionais espalhadas no ordenamento jurídico, baseando-se em costumes e práticas jurisprudenciais.
Extensão
Sintética – É a Constituição concisa, veicula apenas princípios fundamentais e estruturais do Estado.
Analítica – Insere no texto todos os assuntos tidos por fundamentais.
Quanto ao conteúdo
Material – Será considerada Constitucional a norma que apresente conteúdo de tal natureza.
Formal – determina o caráter da norma por seu processo legislativo.
Modo de elaboração
Dogmática – elaborada a partir de dogmas jurídicos e políticos contemporâneos, de uma única vez e por assembleia constituinte.
Histórica – São formadas pelo decurso do tempo, reflete os costumes e tradições da sociedade ao longo dos anos.
Ortodoxa – formada por uma única ideologia
Eclética – concilia ideologias, resguarda um compromisso entre interesses colidentes e convergentes, pautado pela cautela e tolerância de um estado democrático de Direito.
Quanto a correspondência com a realidade 
Normativa – disciplinam as relações políticas, agentes políticos se subordinam as normas constitucionais.
Nominalista – embora apresentem disposições de limitação e controle das relações politicas , possui insuficiente concretização prática.
Semântica – sequer possui limitação e controle das relações políticas.
Quanto ao sistema
Principiológica – predominância de princípios no texto constitucional.
Preceitual – predominância de regras concretizadoras de princípios.
Conceitos
Em sentido sociológico – Somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade
Em sentido Político – é a decisão política do titular do poder constituinte.
Em sentido material e formal 
Material – existência ou não de caráter constitucional é o conteúdo da norma.
Formal – Não interessa o conteúdo da norma e sim a forma pela qual foi inserida no ordenamento jurídico.
Em sentido Jurídico
Lógico-Jurídico – norma hipotética fundamental 
Jurídico-positivo – Constituição em si positivada
Sentido Culturalista
A constituição é a união de fatores e valores de toda a sociedade, ao mesmo tempo condicionada pela cultura.
Elementos da Constituição
Orgânicos – Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.
Limitativos – Limitam a atuação do poder estatal.
Socioideológicos – Normas que revelam o compromisso entre o Estado individualista e o intervencionista.
Elementos de estabilização Constitucional – São as normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais.
Elementos formais de aplicabilidade – são as normas que estabelecem regras de aplicação das constituições.
Poder Constituinte
Qualquer forma pela qual a Constituição ingressa no ordenamento jurídico, ela advém de um poder constituinte, tenha ele legitimidade para atuar em nome do povo ou não.
Originário – é o poder constituinte que inaugura uma ordem jurídica. 
Características – autonomia, inicialidade, ilimitação, e a incondicionalidade.
Após a promulgação da Constituição elaborada pelo constituinte, extingue-se o poder originário e dá-se lugar ao poder constituinte derivado, que subdivide em reformador e decorrente.
Reformador – responsável por eventuais alterações do texto constitucional
Decorrente – surge em razão do pacto federativo e é responsável pela organização dos Estados Membros, através das Constituições Estaduais, as quais devem guardar simetria com a Constituição Federal.
Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais
Tem eficácia Jurídica e social.
Social – a norma tem efeitos práticos
Jurídica – aptidão para a produção de efeitos de situações concretas e pronta produção de efeitos jurídicos, uma vez que ingressa no ordenamento jurídico revoga normas incompatíveis.
O alcance dos objetivos da norma constituí a efetividade.
José Afonso da Silva – 
Normas de eficácia plena – produzem todos os efeitos necessários imediatamente após a sua entrada em vigor.
Normas de eficácia contida - produzem todos os efeitos necessários imediatamente após a sua entrada em vigor, mas podem ter seu alcance restringido pelo legislador infraconstitucional.
Normas de eficácia limitada - – não produzem seus efeitos imediatamente necessitando da atuação do legislador infraconstitucional, para que alcance os efeitos necessários.
Interpretação Constitucional
Por métodos tradicionais entenda-se a interpretação literal, a sistemática, a histórica e a teleológica.
Principais
Principio da unidade da Constituição – deve ser interpretada como um todo, devendo-se afastar aparentes antinomias. Deve ser considerado sempre que tensão entre normas constitucionais se fizer presente.
Principio do efeito integrador – na interpretação e resolução de problemas , deve – se dar preferência a critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
Principio da máxima efetividade – A norma constitucional deve ter a mais ampla efetividade. Dever -ser normativo e o ser da realidade social.
Principio da justeza – O STF ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição das funções estabelecidas pelo constituinte originário.
Principio da concordância prática – Os bens jurídicos constitucionalizados devem coexistir de forma harmônica quando em colisãoou concorrência, buscando-se evitar o sacrifício de um em detrimento do outro.
Principio da força normativa – Na solução de problemas jurídicos-constitucionais deve-se dar prevalência aos pontos de vista que, tendo em conta os pressupostos da constituição , contribuem para a melhor eficácia da lei fundamental.
Principio da proporcionalidade – Deriva dos ideais de justiça, equidade, prudência, bom senso, moderação, , proibição de excessos e outros, precedendo e condicionando a positivação jurídica.
Principio da supremacia da constituição – A constituição sempre será superior as demais normas do sistema.
Principio da presunção da constitucionalidade das leis e atos normativos – é uma decorrência do principio da separação dos poderes, e funciona como fator de autolimitação da atuação judicial.
Principio de interpretação conforme a constituição – uma técnica de interpretação e um mecanismo de controle de constitucionalidade. No caso de normas com mais de um significado, deve-se proferir a que mais se aproxime da constituição.
Mutação Constitucional
Pode ocorrer por duas vias: formal e informal.
Formal – reforma constitucional
Informal – mutação constitucional (permite tal transformação do alcance das normas constitucionais, sem que se opere qualquer modificação do seu texto). Se dá através da interpretação judicial e administrativa, atuação do legislador e costumes.
É a mudança do sentido da norma, em contraste com entendimento preexistente.
Interpretação judicial – por exemplo quando o STF atribuir a determinada norma constitucional sentido diverso do que fixara anteriormente.
Legislativo – quando por ato normativo primário , modificar-se a interpretação que tenha sido dada a alguma norma constitucional.
Costume – como fonte do direito positivo assenta-se em uma prática reiterada, reconhecidamente válida e, em certos casos , até mesmo obrigatória.
Fenômenos decorrentes de uma nova ordem constitucional
Com o surgimento de uma nova ordem constitucional revoga-se a anterior.
1 – Recepção – Com o surgimento de uma nova ordem constitucional não ocorre a revogação de toda a legislação infraconstitucional que lhe era anterior. Só há que se falar em revogação das normas incompatíveis com o texto constitucional.
2 – Repristinação – revalidação da norma incompatível com a constituição anterior, mas compatível com a vigente. Não é admitida no Brasil.
3 – Desconstitucionalização – Norma constante em constituição anterior, não abordada pela nova constituição, voltasse a vigência na nova ordem constitucional como lei ordinária.
*Na prática nova constituição revoga toda constituição anterior, ainda que não mencione determinadas matérias que constavam na anterior.
Controle de Constitucionalidade
Todo ato normativo, dessa forma, deve guardar compatibilidade (formal e material) com a Constituição, sob pena de ser eliminado (controle repressivo) do ordenamento ou de sequer ingressar nele (controle preventivo).
Compatibilidade formal – Quando o ato normativo respeita as regras relativas ao processo legislativo.
Compatibilidade Material – O conteúdo da norma deve atender as determinações constitucionais, sob pena de ser taxada como inconstitucional.
Controle preventivo de constitucionalidade
É exercido sobre o projeto de lei, tendo por objetivo evitar o ingresso de norma inconstitucional no ordenamento. Pode ser exercido pelos três poderes.
Legislativo – controle preventivo quando analisa os projetos de leis em suas comissões de constituição e justiça.
Executivo – Controle preventivo quando o presidente veta o projeto constitucional submetido à sua análise.
Judiciário – Controle preventivo quando julga mandado de segurança, impetrado por parlamentar em razão, de projeto e emenda tendente a abolir cláusula pétrea.
Controle repressivo de Constitucionalidade
É exercido sobre lei e não projeto da mesma.
Pedro Lenza – três formas:
Controle Político – exercido por órgão diverso dos três poderes. Prestaria à garantia da supremacia da constituição. Não acontece no Brasil.
Controle Jurisdicional – Cabe ao poder judiciário a guarda da supremacia da Constituição. Adotado no Brasil.
Controle Híbrido – Misto de dois sistemas anteriores, garantindo-se a supremacia da Constituição por um órgão específico, apartado dos três poderes.
Princípio da reserva do plenário – Os tribunais (inclusive o STF), somente podem declarar inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou órgão especialmente designado para análise de constitucionalidade. Art. 97 CRFB/88
Exceção - Dispensa-se a reserva de plenário para a declaração de inconstitucionalidade quando o STF já tenha declarado a inconstitucionalidade da mesma lei ou ato normativo, sendo indiferente se o fez pela via difusa ou concentrada.
Controle Jurisdicional pela via Difusa
O que se pretende é a resolução de um conflito, onde os interessados se valem do poder judiciário para prestação da atividade jurisdicional destinada à pacificação social. Neste caso a declaração de inconstitucionalidade não é o objetivo principal da parte que pleiteia, apenas o meio à obstenção pretendida.
Controle Jurisdicional pela via concentrada
Através de três instrumentos:
1 – ação declaratória de inconstitucionalidade
2 – ação declaratória de constitucionalidade
3 – ação de descumprimento de preceito fundamental
Ação declaratória de inconstitucionalidade 
Três espécies:
1 – ADI Genérica;
2 – ADI por omissão;
3 – ADI interventiva.
ADI Genérica – É um processo de cunho objetivo. A pretensão é a declaração de inconstitucionalidade da da lei ou ato normativo.
Os legitimados interessados, para discutir inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, precisam demonstrar pertinência temática, relação de causalidade entre as finalidades e atribuições dos órgãos com a lei ou ato normativo que se deseja declarar inconstitucional.
STF processa e julga adi de lei ou ato normativo federal e estadual.
Discussão de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo muncipal só chega ao STF via recurso extraordinário, em processo de natureza subjetiva.
Devendo ser a mesma ajuizada pelo TJ local.
Medida cautelar em ação declaratória de inconstitucionalidade
É admitida a concessão de natureza cautelar em sede de ADI.
Retorno da aplicação de legislação anterior - enquanto suspensos os efeitos da lei ou ato normativo questionado perante STF. Tem nítido efeito repristinatório, mas pode ser afastado por expressa manifestação em sentido contrario.
Pode-se declarar inconstitucional a completude de uma lei ou ato normativo, apenas um dispositivo, um inciso ou uma palavra.
ADI por omissão – A inconstitucionalidade pode decorrer da prática de ato, da edição de uma lei ou ato normativo contrario a constituição, mas também pode ocorrer da inercia do poder publico.
Normas de eficácia limitada – produzem seus efeitos imediatamente – são estas as normas que recaem as ADI por omissão.
Omissão através de um poder executivo, legislativo ou judiciário – dar-se-á ciência ao mesmo do julgamento pela procedência da ADI por omissão.
Órgão administrativo – prazo de 30 dias para suprir a omissão e atuar de maneira que determina a constituição.
Legitimados para ajuizamento da ADI por omissão são os mesmos da ADI genérica.
ADI Interventiva - Espontânea (atuação de oficio pelo chefe do poder executivo) ou provocada (atuação do chefe do executivo após solicitação do legislativo ou do executivo do estado-membro, ou do judiciário)
ADI preventiva incumbe ao STF, após representação do procurador-geral da república (único legitimado)
Ação declaratória de constitucionalidade (ADC)
ADI criação do constituinte originário
ADC criação do constituinte derivado
Só pode ser ajuizada para discussão da constitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constituição Federal.
ADC – exige controvérsia judicial relevante sobre aplicação do enunciado normativo objeto da ADC.
Objetivo – assegurar o princípio dasegurança jurídica, afastando qualquer dúvida sobre aplicação de lei ou ato normativo em relação a constituição federal.
Os legitimados são os mesmo da ADI
Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)
Criado pelo constituinte originário.
Arguição direta, principal ou autônoma – objeto evitar ou reparar lesão ao preceito fundamental, resultante de ato do poder público.
Arguição incidental por equivalência ou por equiparação – descumprimento de preceito em qualquer processo judicial – se pula instâncias e se leva a controvérsia diretamente ao STF.
- É cabível a concessão de liminar em sede de ação de descumprimento de preceito fundamental, desde que por decisão absoluta dos membros do STF.
CRFB/88
Preâmbulo Constitucional – Situa-se no âmbito político e não jurídico. Também não compõe o conjunto de normas centrais, mas tem relevância por tornar-se o expositor das normas espalhadas no texto constitucional.
ADCT – Ato das Constituições Transitórias
Regulamentação do período de transição a antiga e a atual ordem constitucional, na sua maioria carregando normas de direito intertemporal.
Normas de natureza jurídica de norma constitucional e podem trazer exceções às regras estabelecidas no texto constitucional.
Princípios e objetivos fundamentais
Princípio republicano – “A Republica federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel do Estado e Municípios e do Distrito federal”.
Indica a comunidade, a igualdade, um Estado preocupado com o bem estar social, limitação do autoritarismo à tutela dos direitos e garantias fundamentais.
Princípio federativo - A federação resulta da união dos estados- membros , assume personalidade jurídica autônoma em relação a cada qual e que exerce soberania.
Princípio da separação dos poderes – Necessária ao governo do estado e exercida mediante a divisão de funções, por meio da qual cada órgão exerce sua parcela de poder.
Princípio democrático – resguarda uma democracia que represente os interesses do povo, vedada qualquer discriminação negativa ou conduta tendente a suprimir direitos e garantias fundamentais.
Direitos e garantias fundamentais
1 – direitos de 1ª dimensão - representam a afirmação dos direitos de liberdade. As classes detentoras de maior poderio econômico se valeram para com base ao direito à propriedade, estabelecerem verdadeiro domínio sobre as classes hipossuficientes, excluindo socialmente em escalas cada vez maiores.
2 – Direitos de 2ª dimensão – Surge à necessidade de limitar tal liberdade, na qual os direitos sociais assumem o papel de destaque, momento em que o bem comum e a igualdade são postos no ápice dos objetivos a serem alcançados pelo Estado.
3 – Direitos de 3ª dimensão – Tutelam a humanidade como um todo, Consubstanciando nos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Elevação da dignidade humana a princípio matriz da Constituição federal.
4 – Direitos de 4ª dimensão – Necessidade de discussão e proteção do patrimônio genético humano.
Distinção entre direitos e garantias
Conteúdo jurídico declaratório (Direito) e Assecuratório ou instrumental (garantia)
Características dos direitos fundamentais
Historicidade – constante evolução histórica
Universalidade – destina-se a todas as pessoas humanas
Limitabilidade – Os direitos fundamentais não são absolutos, podem colidir em situações concretas e será limitado para incidência de outro em maior intensidade.
Concorrência – podem ser manifestados conjuntamente
Irrenunciabilidade – não são passíveis de renúncia por parte de seus particulares
Espécies
Direitos e deveres individuais e coletivos – Maior concentração de direitos e deveres encontram-se no art. 5º - são princípios constantes :
- Principio da igualdade – formal e material – garante-se a igualdade no Estado Brasileiro perante a lei , mas também garante-se a igualdade na realidade social das pessoas.
 - Princípio da legalidade – ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Para administração pública só é permitido fazer algo se houver autorização legal.
Direito à vida – Tutelar o sentido da existência humana em toda a sua magnitude, prestar assistência de que carecerem as pessoas humanas nas mais variadas órbitas sociais, pois apenas desta maneira alcançar-se-ão os objetivos fundamentais de um verdadeiro Estado Democrático Social de Direito.
Proibição de tortura e de tratamentos desumanos e degradantes - degradante é o humilhante, que leva a pessoa a agir contra sua vontade ou consciência. Desumano engloba o degradante e indica um sofrimento injustificável e em limites que extrapolam as condições humanas. Tortura engloba os tratamentos desumanos e degradantes e esta sim possuindo conceituação legal, art. 1º , da Lei 9.455/97.
* O crime de tortura não é imprescritível.
Direito de escusa de consciência – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção política ou filosófica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta.
- Liberdade de crença religiosa – Respeito as diferentes crenças, liberdade de culto e garantia de laicidade do Estado.
* nada impede a manutenção de símbolos religiosos nas repartições públicas, já uqe se tem adotado entendimento de que os símbolos são reflexo cultural do país.
- Direito de antena – é o direito de espaço gratuito em meios de comunicação para a divulgação de ideias, projetos e opiniões, materializada pela propaganda eleitoral gratuita.
- Direito de imagem, privacidade, honra e intimidade – Privacidade abrange a esfera da intimidade. Intimidade é a esfera individualizada da pessoa, na qual nem os próprios familiares podem penetrar.
O Direito a imagem engloba a imagem-retrato (reprodução gráfica da pessoa), enquanto a imagem-atributo caracteriza o que a pessoa representa para a sociedade em relação a seriedade, confiabilidade, etc.
Honra se liga diretamente a dignidade da pessoa humana e se desdobra em honra objetiva.
- Direito a inviolabilidade de domicílio – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo adentrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
- Direito a impenhorabilidade da pequena propriedade rural – a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamentos de débitos recorrentes de sua atividade produtiva (art.5º, XXVI CRFB/88).
Já o art. 185, I , estipula que estão insuscetíveis (incapacitados) de desapropriação para fins de reforma agrária, a pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não possua outra.
Temas importantes:
* A pratica do racismo é conduta imprescritível e inafiançável (art.5º, XLII, CRFB/88).
* A ação de grupos armados civis ou militares, tendentes a atuar contra a ordem constitucional e contra o Estado Democrático de Direito também é inafiançável e imprescritível (art.5º, XLIV, CRFB/88)
* Terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes e afins, tortura e crimes hediondos , não são suscetíveis de graça ou anistia e são inafiançáveis.
Remédios Constitucionais
A finalidade é assegurar a observância de direitos fundamentais.
HABEAS CORPUS – art.5º, LXVIII – Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Destina-se a assegurar as pessoas o seu direito de liberdade de locomoção e pode ser impetrado em face de particulares. Pode ser preventivo (ameaça de violência ou coação na liberdade) ou repressivo (para fazer cessar a restrição à liberdade).
* punições disciplinares militares não são passíveis de habeas corpus
* Habeas corpus é gratuito e não precisa da assinatura de um advogado para ser impetrado.
MANDADO DE SEGURANÇA – cabível apenas se não for caso de habeas corpus ou habeas data, para sua impetração exige-se a existência de direito líquido e certo, além do responsávelpela ilegalidade ser autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
* Assim como o Habeas Corpus pode ser preventivo ou repressivo.
* Pode ser individual ou coletivo. Alguém vai a juízo, em nome próprio, para a defesa de direito alheio, sendo legitimados para impetração: partido político com representação no congresso nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
MANDADO DE INJUNÇÃO - É apontado como ADI por omissão de via difusa.
É cabível sempre que a ausência de norma reguladora inviabilizar o exercício:
- direitos e liberdades constitucionais
- de prerrogativas inerentes à nacionalidade
- de prerrogativas inerentes à soberania
- de prerrogativas inerentes à cidadania. 
* a competência para processo e julgamento é do STF ou do STJ, a depender de quem parte a conduta omissiva.
* a competência será do STF quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição:
- Do Presidente da República;
- do Congresso Nacional;
- da Câmara dos Deputados;
- do Senado Federal;
- das mesas de uma dessas casas legislativas;
- do Tribunal de contas da União;
- de um dos Tribunais Superiores;
- Do próprio STF.
* Do STJ quando a norma regulamentadora dor atribuição:
- de órgão, entidade ou autoridade federais, da administração direta ou indireta excetuados os casos de competência do STF; e
- dos órgãos de justiça militar, da justiça eleitoral, da justiça do trabalho e da justiça federal.
*à possibilidade de impetração de mandado de segurança coletivo, admite-se a possibilidade do mandado de impetração coletivo, o rol de legitimados é o mesmo do mandado de segurança.
Teoria concretista geral – Julgado procedente o mandado de injunção, até que o legislador não atue, vige, com efeito, erga omnes a decisão proferida pelo STF no caso concreto.
HABEAS DATA – Destina-se a garantia do direito de informação sobre a própria pessoa, informação constante em bancos de dados públicos ou de caráter público.
Com Habeas data pretende-se a o acesso, a retificação ou a complementação de informações constantes em bancos de dados públicos ou de caráter público, desde que tenha havido anterior recusa da autoridade por eles responsável.
AÇÃO POPULAR – O objetivo é anular ato lesivo ao:
- patrimônio público;
- moralidade administrativa; 
- meio ambiente;
- patrimônio histórico;
- patrimônio cultural.
* O cidadão que ingressa com ação popular está isento de custas processuais e de honorários de sucumbência, salvo se estiver atuando de má fé.
DIREITOS SOCIAIS
Típicos direitos da segunda dimensão, aqueles que reclamam do Estado uma maior intervenção na defesa dos interesses da sociedade e redução das desigualdades sociais. Podem ser individuais ou coletivos.
São:
- educação
- saúde
- alimentação
- trabalho
- moradia 
- lazer
- segurança
- previdência social
- proteção à maternidade e infância
- assistência aos desamparados
Nacionalidade
Divide-se em originária (ou primária) e adquirida (ou secundária).
Originária – adquirida com o nascimento, decorrente da vontade unilateral do Estado.
Adquirida – decorrente da manifestação de vontade da pessoa e do Estado.
Nacionalidade originária, critérios para sua atribuição por parte do Estado:
- ius soli – critério da territorialidade
- ius sanguinis – critério sanguíneo ou de ascendência
Critério para aquisição de nacionalidade – territorial mitigado – critério ius solis de forma preponderante e mitigado, por albergar traços do critério ius sanguinis.
São brasileiros natos:
- Nascidos na República federativa do Brasil, mesmo que filhos de estrangeiros, desde que não estejam a serviço de seu país.
- Os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileira, desde que um destes esteja a serviço do Brasil, serviço este, de natureza pública no sentido amplo.
- Aquele nascido de pai ou mãe brasileira, desde que registrado em repartição brasileira competente ou que venha a residir no Brasil e opte, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira.
Brasileiros Naturalizados:
- adquire nacionalidade brasileira o originário de país de língua portuguesa que resida por um ano ininterrupto no Brasil e que possua idoneidade moral.
- Estrangeiro de qualquer nacionalidade desde que residam a mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
* A competência para a tramitação do procedimento de naturalização é administrativa e não judicial.
Português equiparado
Não é brasileiro naturalizado.
O português pode optar pela naturalização ou pela equiparação, caso em que continua sendo cidadão português, mas equiparado a brasileiro naturalizado.
Condicionante:
- é a reciprocidade em favor de brasileiros, em Portugal. Assegurada pelo tratado da amizade, cooperação e consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa.
* Apenas a Constituição pode trazer discriminação entre brasileiros natos e naturalizados.
*Cargos privativos de brasileiros natos:
- Presidente da República;
 - Vice-presidente da República;
- Presidente da câmara dos Deputados;
- Presidente do Senado Federal;
- Ministro do STF;
- Carreira diplomática;
- oficial das forças armadas;
- Ministro do Estado de defesa
Perda de nacionalidade -
* Apenas pode perder a nacionalidade brasileira se for condenado opor sentença judicial o brasileiro naturalizado.
* perderá a nacionalidade brasileira aquele que adquirir outra (nato ou naturalizado), exceto:
- se houver reconhecimento de nacionalidade originária, por outro país;
- se a naturalização for imposta para que o brasileiro possa permanecer no estado estrangeiro ou para que possa exercer direitos civis.
Art. 13 CFRB/88
- A língua portuguesa é o idioma oficial do Brasil, o que retira dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios a possibilidade de instituir um idioma oficial diverso no âmbito de seus territórios.
- São símbolos do Brasil: a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional, mas os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
DIREITOS POLÍTICOS
Art. IV, DO TÍTULO II – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos...
Sufrágio direito de votar e de ser votado.
São formas de soberania popular:
Plebiscito;
Referendo;
Iniciativa popular.
Plebiscito é a consulta prévia ao cidadão, Referendo é a consulta posterior ao cidadão. Iniciativa popular é a possibilidade de o povo encaminhar projeto de lei à câmara dos deputados.
Regulamentação Lei 9.709/98.
Capacidade eleitoral
Divide-se em ativa e passiva.
Ativa – manifesta-se quando o cidadão elege seus representantes.
Requisitos – alistamento obrigatório para os maiores de dezoito anos e facultativo para os analfabetos, para os maiores de setenta anos e maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Não podem se alistar como eleitores – os estrangeiros e os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.
Passiva – consiste no direito do cidadão ser votado e, assim, representar o povo brasileiro.
Requisitos para elegibilidade – art. 14, §3º CRFB/88.
1 – possuir nacionalidade brasileira;
2 – estar e pleno exercício dos direitos políticos
3 – possuir alistamento eleitoral
4 – possuir domicilio eleitoral na circunscrição para qual pretende ocupar cargo eletivo;
5 – filiação partidária
6 – a idade mínima de: 35 anos presidente...30 anos governador...21 anos deputado federal, estadual ou distrital ... vereador.
* Para o exercício da capacidade eleitoral passiva não podem estar presentes as inelegibilidades, que podem ser absolutas ou relativas.
* absoluta – é aquela que impede que a pessoa se candidate a qualquer cargo eletivo
* relativa – impossibilidade de concorrera determinados cargos eletivos decorrente:
 - motivos funcionais
- de parentesco
- do exercício da atividademilitar
- de motivos legais
* Inelegibilidade funcional – decorre da necessidade de alternância do poder, daí a possibilidade do Chefe do Poder Executivo poder se reeleger, no máximo um período subsequente.
* Não há que se falar em renúncia do cargo quando se trata de reeleição.
* para concorrerem a outro cargo, o Presidente, o Governador e os prefeitos devem renunciar até 6 meses antes do pleito.
* Inelegibilidade reflexa ou por parentesco - são inelegíveis os cônjuges e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção do Presidente da República, de Governador do Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro de seis meses antes do pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato de reeleição. 
Inelegibilidade decorrente do exercício de atividade militar – O militar poderá fazer uso da sua capacidade eleitoral passiva desde que se afaste do serviço, quando contar menos de 10 anos.
Inelegibilidade Legal – Lei da ficha limpa – LC nº135/2010.
Perda e suspensão dos direitos políticos
Art 15 CRFB/88
Perda (caráter definitivo) e suspensão (caráter temporário):
1 – cancelamento de naturalização por setença transitado em julgado (perda);
2 – incapacidade civil absoluta (perda);
3 – condenação criminal transitado em julgado , enquanto durarem seus efeitos (suspensão);
4 – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII (suspensão);
5 – improbidade administrativa, nos termos do art. 37 § 4º (suspensão).
Princípio da anualidade
Art. 16
Segundo o qual as leis eleitorais entram em vigor na data de sua publicação, mas não se aplicam as eleições que ocorram até um ano da data de sua vigência.
Partidos Políticos
Art. 17
Deverão ter caráter nacional, não poderão receber recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros e nem a estes subordinados.
Vige no Brasil o sistema pluripartidarista, não há limitação do número de partidos políticos no país.
A intervenção do Estado deve ser mínima, sendo a eles assegurado o direito de antena, vedada a organização paramilitar e assegurada imunidade tributária sobre patrimônio, renda ou serviços dos mesmos, inclusive suas fundações.
Registro – deve ser primeiramente na forma da lei civil e após, com o registro de seus respectivos estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
A natureza jurídica do partido político é de pessoa jurídica de direito privado.
Sistemas Eleitorais
A eleição ocorre através do voto direto, secreto e com valor igual para todos.
Podendo operar-se pelo sistema majoritário, proporcional ou misto.
Majoritário – será eleito o candidato que obtiver maior numero de votos a mais que o segundo.
Adota a maioria absoluta – o que alcançar a maioria dos votos, considerando o primeiro numero inteiro superior ao da metade dos votos válidos.
Proporcional – privilegia-se a votação obtida pelo partido político, em detrimento da pura votação em razão de único candidato.
Necessário obter:
Quociente eleitoral = votos válidos /vagas disponíveis na casa legislativa;
Quociente partidário = votos de cada partido/quociente eleitoral
Restos = soma-se um lugar aos que foram obtidos pelo partido, depois divide-se o nº de votos de cada partido pelo resultado da soma anterior.
* Só há que se falar na distribuição das vagas remanescentes entre os partidos que atingirem a votação mínima estabelecida (quociente eleitoral).
* O sistema proporcional é adotado no Brasil nas eleições de deputados e vereadores.
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

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