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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 1 Aula 1: Teoria Geral da Execução ........................................................................................ 7 Introdução ............................................................................................................................. 7 Conteúdo ................................................................................................................................ 8 Nova teoria geral da execução ....................................................................................... 8 Nova teoria geral da execução ....................................................................................... 9 Disponibilidade e cumulação de execuções .............................................................. 10 Títulos executivos – conceito ....................................................................................... 11 Títulos executivos – conceito ....................................................................................... 12 Princípios informativos da tutela executiva ................................................................ 12 Princípio da tipicidade .................................................................................................... 13 Princípio da menor onerosidade possível ................................................................... 14 Princípio da patrimonialidade ....................................................................................... 15 Execução definitiva e provisória ................................................................................... 16 Competência para execução de títulos judiciais ....................................................... 19 Competência na execução da tutela coletiva ............................................................ 23 Competência nas execuções de alimentos ................................................................ 23 Competência para execução de títulos extrajudiciais .............................................. 24 Atividade proposta ........................................................................................................ 26 Aprenda Mais ....................................................................................................................... 26 Referências........................................................................................................................... 27 Exercícios de fixação ......................................................................................................... 27 Notas .......................................................................................................................................... 33 Chaves de resposta ................................................................................................................ 33 Aula 2: Teoria Geral da Execução ...................................................................................... 35 Introdução ........................................................................................................................... 35 Conteúdo .............................................................................................................................. 36 Legitimidade ativa para promover execução ............................................................. 36 Legitimidade passiva ....................................................................................................... 37 Intervenção de terceiros ................................................................................................ 38 Responsabilidade patrimonial ....................................................................................... 39 Alienação fraudulenta ..................................................................................................... 41 Liquidação de sentença .................................................................................................. 48 Natureza jurídica da liquidação .................................................................................... 49 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 2 Hipóteses que não haverá liquidação de sentença .................................................. 50 Modalidades de liquidação ............................................................................................ 52 Liquidação de sentença genérica na tutela coletiva ................................................ 55 Liquidação zero ................................................................................................................ 56 Atividade proposta ........................................................................................................ 58 Aprenda Mais ....................................................................................................................... 59 Referências........................................................................................................................... 59 Exercícios de fixação ......................................................................................................... 59 Notas .......................................................................................................................................... 65 Chaves de resposta ................................................................................................................ 65 Aula 3: Teoria Geral da Execução ...................................................................................... 67 Introdução ........................................................................................................................... 67 Conteúdo .............................................................................................................................. 68 Conceito de penhora ...................................................................................................... 68 Ordem de preferência da penhora ............................................................................... 69 Bens passíveis de penhora ............................................................................................. 70 Relativização da impenhorabilidade de bem de família .......................................... 71 Penhora online ................................................................................................................. 72 Penhora online – conta-corrente conjunta ............................................................... 72 Penhora de conta-salário ............................................................................................... 74 Avaliação do bem penhorado ....................................................................................... 76 Expropriação ..................................................................................................................... 93 Adjudicação pelo credor e por terceiros ..................................................................... 94 Alienação ........................................................................................................................... 96 Arrematação ..................................................................................................................... 97 Da entrega do dinheiro e defesa do executado na fase expropriatória ................ 98 Usufruto de bem móvel e imóvel ................................................................................. 98 Suspensão da execução ................................................................................................. 99 Extinção da execução ................................................................................................... 100 Sentença e coisa julgada.............................................................................................. 102 Atividade proposta ...................................................................................................... 102 Referências......................................................................................................................... 103 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 103 Notas ........................................................................................................................................ 109 Chaves de resposta .............................................................................................................. 109 Aula 4: Cumprimento de Sentença ................................................................................. 112 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 3 Introdução ......................................................................................................................... 112 Conteúdo ............................................................................................................................ 113 Cumprimento de sentença .......................................................................................... 113 Cumprimento de sentença na tutela específica e nas obrigações que condenam o devedor a declarar vontade ..................................................................................... 114 Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: primeira polêmica ........................................................................................................................................... 116 Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: segunda polêmica ........................................................................................................................................... 117 Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: terceira polêmica ........................................................................................................................................... 118 Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: quarta polêmica 119 Cumprimento de sentença: requerimento inicial e penhora ............................... 120 Possíveis atitudes do executado no cumprimento de sentença .......................... 120 Abordagens do tema no NCPC ................................................................................... 122 Defesa do executado no cumprimento de sentença ............................................. 125 Efeitos da impugnação ................................................................................................. 125 Garantia do juízo no cumprimento de sentença .................................................... 125 Cumprimento de sentença: requerimento inicial e penhora ............................... 127 OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE .......................................................................... 129 Abordagens do tema no NCPC ................................................................................... 130 Atividade proposta ...................................................................................................... 132 Aprenda Mais ..................................................................................................................... 133 Referências......................................................................................................................... 133 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 133 Notas ........................................................................................................................................ 139 Chaves de resposta .............................................................................................................. 139 Aula 5: Processo Autônomo de Execução ..................................................................... 141 Introdução ......................................................................................................................... 141 Conteúdo ............................................................................................................................ 142 Execução de títulos extrajudiciais............................................................................... 142 Petição inicial .................................................................................................................. 142 Citação do devedor ....................................................................................................... 144 Parcelamento da dívida ................................................................................................ 146 Arresto.............................................................................................................................. 147 Penhora e avaliação de bens ....................................................................................... 148 Defesa do executado..................................................................................................... 157 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 4 Natureza jurídica ............................................................................................................ 158 Espécies de embargos admissíveis no processo civil brasileiro ........................... 159 Competência .................................................................................................................. 161 Prazo ................................................................................................................................ 161 Petição inicial .................................................................................................................. 162 Efeitos dos embargos à execução .............................................................................. 163 Conteúdo dos embargos à execução ........................................................................ 165 Procedimento ................................................................................................................. 165 Julgamento e recursos cabíveis ................................................................................. 166 Atividade proposta ...................................................................................................... 170 Referências......................................................................................................................... 171 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 171 Chaves de resposta .............................................................................................................. 177 Aula 6: Procedimentos Executivos Especiais................................................................ 179 Introdução ......................................................................................................................... 179 Conteúdo ............................................................................................................................ 180 Execução contra a fazenda pública ........................................................................... 180 Hipóteses de aplicação do procedimento do Artigo 534 do CPC/2015 ............. 181 Hipóteses de aplicação do procedimento do Artigo 534 do CPC/2015 ............. 181 Honorários advocatícios .............................................................................................. 182 Execução provisória em face da FazendaPública .................................................. 182 Da expedição do precatório ........................................................................................ 184 Expedição de precatórios nos créditos preferenciais ............................................. 185 Dispensa de precatório ................................................................................................. 186 Execução fiscal ............................................................................................................... 189 Título executivo ............................................................................................................. 189 Legitimidade ................................................................................................................... 190 Competência .................................................................................................................. 191 Petição inicial .................................................................................................................. 192 Procedimento ................................................................................................................. 192 Embargos à execução na execução fiscal ................................................................ 192 Suspensão e extinção da execução fiscal ................................................................. 194 Recursos cabíveis ........................................................................................................... 194 Atividade proposta ...................................................................................................... 195 Aprenda Mais ..................................................................................................................... 195 Referências......................................................................................................................... 196 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 5 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 196 Chaves de resposta .............................................................................................................. 202 Aula 7: Procedimentos Executivos Especiais ................................................................ 204 Introdução ......................................................................................................................... 204 Conteúdo ............................................................................................................................ 205 Execução de prestação alimentícia ............................................................................ 205 Obrigação alimentar ..................................................................................................... 205 Título executivo ............................................................................................................. 206 Procedimento executivo fundado em coerção pessoal ........................................ 206 Procedimento executivo fundado em expropriação .............................................. 208 Procedimento executivo por desconto em folha .................................................... 209 Alimentos por ato ilícito – constituição de capital ................................................. 210 Execução nos juizados especiais cíveis ..................................................................... 213 Cumprimento de sentença nos juizados especiais cíveis estaduais ................... 214 Enunciados do FONAJE sobre o tema ...................................................................... 215 Processo autônomo de execução nos juizados especiais .................................... 216 Penhora de bens ............................................................................................................ 217 Fase expropriatória ........................................................................................................ 218 Execução nos juizados especiais cíveis federais e da fazenda pública ............... 220 Atividade proposta ...................................................................................................... 221 Aprenda Mais ..................................................................................................................... 221 Referências......................................................................................................................... 222 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 222 Notas ........................................................................................................................................ 228 Chaves de resposta .............................................................................................................. 228 Aula 8: Procedimentos Executivos Especiais ............................................................... 230 Introdução ......................................................................................................................... 230 Conteúdo ............................................................................................................................ 231 Tutela específica: noções gerais ................................................................................. 231 Tutela específica nas execuções de títulos judiciais e extrajudiciais ................... 231 Tutela específica – obrigações de fazer e não fazer .............................................. 232 Tutela específica das obrigações de não fazer ........................................................ 234 Multa como medida coercitiva na tutela específica ............................................... 234 Execução indireta .......................................................................................................... 235 Tutela específica no Código de Defesa do Consumidor ....................................... 235 Tutela específica na obrigação de entrega de coisa .............................................. 236 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 6 Defesa do executado na tutela específica ................................................................ 236 Tutela específica em face da Fazenda Pública ........................................................ 237 Atividade proposta ...................................................................................................... 243 Atividade proposta ...................................................................................................... 244 Referências......................................................................................................................... 244 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 245 Notas ........................................................................................................................................ 250 Chaves de resposta .............................................................................................................. 250 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 7 Introdução A teoria geral da execução fornece os princípios informativos e institutos fundamentais para a compreensão dos procedimentos executivos comuns e especiais. Dessa forma, a clara definição do conceito de título executivo, a distinção entre execução definitiva e provisória, o estudo da competência para execução dos títulos executivos e a análise dos princípios aplicáveis à tutela executiva constituemintrodução imprescindível ao tema da execução civil. Objetivo: 1. Estudar os princípios informativos da tutela executiva e aplicação dos princípios constitucionais na execução; 2. Entender o conceito de título executivo e a distinção entre execução provisória e execução definitiva; 3. Compreender os critérios de fixação da competência para execução de títulos executivos judiciais e extrajudiciais. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 8 Conteúdo Nova teoria geral da execução O estudo do direito processual civil tem como principal fonte de análise as tutelas jurisdicionais prestadas pelo Estado. Nesse sentido, as funções estatais desdobram-se em três atividades jurisdicionais, classificadas como processo de conhecimento, processo cautelar e tutela executiva. A execução civil, portanto, constitui uma das mais importantes atividades do Estado, pois promove resultados práticos na vida do jurisdicionado através da satisfação de uma obrigação contida num título executivo judicial ou extrajudicial. Dessa forma, os atos judiciais realizados na tutela executiva têm como finalidade primeira a prática de atos materiais visando à satisfação da obrigação ou resultado prático equivalente quando o devedor não o faz voluntariamente, conforme disposto no Artigo 786 do Código de Processo Civil de 2015. Considerando que a tutela executiva é imprescindível para a efetividade do processo, diversas reformas foram levadas a efeito para garantir não só a satisfação do crédito, mas, também, num prazo razoável, nos termos do Artigo 5º, LXXVIII, da CF/88. As Leis nº 11.232/05 e 11.382/06 promoveram mudanças sensíveis na execução civil de títulos executivos judiciais e extrajudiciais, respectivamente, exigindo uma profunda reformulação da teoria geral da tutela executiva. A Lei nº 11.232/05 alterou o procedimento para execução de títulos judiciais, eliminando o processo de execução de sentença e estabelecendo um processo sincrético ou fase executiva, denominado de cumprimento de sentença. Dentre as principais alterações na execução de títulos executivos judiciais que contenham obrigação de pagar, podemos citar a dispensa de citação do devedor, a efetivação da penhora antes mesmo da intimação do devedor, a fixação de multa legal pelo inadimplemento, a possibilidade de alteração da competência funcional, entre outras importantes alterações que serão estudadas em momento oportuno. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 9 A Lei nº 11.382/06 reformou o procedimento executivo de títulos executivos extrajudiciais visando dar maior celeridade e efetividade. Dentre as principais alterações, podemos citar a exclusão da exigência de garantia de juízo para oposição de embargos do devedor, a possibilidade de parcelamento do valor exequendo, dentre outras que serão abordadas na aula correspondente ao tema. Importa salientar, por fim, que as reformas processuais implementadas na execução civil e aperfeiçoadas pelo Código de Processo Civil de 2015, estabeleceram um novo modelo de tutela jurisdicional visando a um processo efetivo e de resultados, que vem sendo amadurecido no âmbito doutrinário e jurisprudencial. Nova teoria geral da execução O estudo do direito processual civil tem como principal fonte de análise as tutelas jurisdicionais prestadas pelo Estado. Nesse sentido, as funções estatais desdobram-se em três atividades jurisdicionais, classificadas como processo de conhecimento, processo cautelar e tutela executiva. A execução civil, portanto, constitui uma das mais importantes atividades do Estado, pois promove resultados práticos na vida do jurisdicionado através da satisfação de uma obrigação contida num título executivo judicial ou extrajudicial. Dessa forma, os atos judiciais realizados na tutela executiva têm como finalidade primeira a prática de atos materiais visando à satisfação da obrigação ou resultado prático equivalente quando o devedor não o faz voluntariamente, conforme disposto no Artigo 786 do Código de Processo Civil de 2015. Considerando que a tutela executiva é imprescindível para a efetividade do processo, diversas reformas foram levadas a efeito para garantir não só a satisfação do crédito, mas, também, num prazo razoável, nos termos do Artigo 5º, LXXVIII, da CF/88. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 10 As Leis nº 11.232/05 e 11.382/06 promoveram mudanças sensíveis na execução civil de títulos executivos judiciais e extrajudiciais, respectivamente, exigindo uma profunda reformulação da teoria geral da tutela executiva. A Lei nº 11.232/05 alterou o procedimento para execução de títulos judiciais, eliminando o processo de execução de sentença e estabelecendo um processo sincrético ou fase executiva, denominado de cumprimento de sentença. Dentre as principais alterações na execução de títulos executivos judiciais que contenham obrigação de pagar, podemos citar a dispensa de citação do devedor, a efetivação da penhora antes mesmo da intimação do devedor, a fixação de multa legal pelo inadimplemento, a possibilidade de alteração da competência funcional, entre outras importantes alterações que serão estudadas em momento oportuno. A Lei nº 11.382/06 reformou o procedimento executivo de títulos executivos extrajudiciais visando dar maior celeridade e efetividade. Dentre as principais alterações, podemos citar a exclusão da exigência de garantia de juízo para oposição de embargos do devedor, a possibilidade de parcelamento do valor exequendo, dentre outras que serão abordadas na aula correspondente ao tema. Importa salientar, por fim, que as reformas processuais implementadas na execução civil e aperfeiçoadas pelo Código de Processo Civil de 2015, estabeleceram um novo modelo de tutela jurisdicional visando a um processo efetivo e de resultados, que vem sendo amadurecido no âmbito doutrinário e jurisprudencial. Disponibilidade e cumulação de execuções Disponibilidade da execução O Artigo 775 do Código de Processo Civil de 2015 dispõe sobre o princípio da disponibilidade da execução, autorizando o credor a desistir de alguns meios executivos ou de toda execução, sem necessidade de anuência do devedor. Caso a execução seja embargada e a matéria nele ventilada versar sobre CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 11 questões processuais, os embargos serão extintos sem anuência do devedor. Se a matéria nos embargos versar sobre matérias outras, a extinção dos embargos dependerá de concordância do devedor. Cumulação de execuções O credor poderá mover contra o mesmo devedor várias execuções, ainda que tenham como base títulos executivos diversos. O Artigo 780 do Código de Processo Civil de 2015 exige, para tanto, que o juiz seja competente para promover as execuções e que o procedimento seja o mesmo. Assim, poderá o credor cumular execuções de pagar quantia certa, que terá como base a sub- rogação, ou seja, prática dos atos executivos levados a efeito pelo Estado para garantir a satisfação do crédito, vez que o procedimento será o mesmo para todas as execuções. Títulos executivos – conceito A tutela executiva tem como pressuposto a existência de um título executivo. O título executivo constitui, portanto, pressuposto processual de validade da atividade executiva, e a compreensão da sua natureza jurídica é de suma importância para a compreensão da extensão da temática no processo civil brasileiro. Fredie Didier apresenta um conceito de título executivo que representa, na verdade, uma síntese da posição de diversos autores, quenos permite entender, de forma clara, a natureza do título executivo. Segundo o autor, “título executivo é o documento que certifica um ato normativo, que atribui a alguém um dever de prestar líquido, certo e exigível, a que a lei atribui o efeito de autorizar a instauração da atividade executiva”. (Curso de Direito Processual Civil, vol. 5, pág.148). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 12 Assim, o título executivo enquanto documento que certifica um ato normativo pode ser judicial, que é produzido em juízo e acobertado pela coisa julgada, ou extrajudicial, oriundo de negócios realizados entre as partes. O nosso ordenamento processual é rico na enumeração dos títulos executivos. Os títulos executivos judiciais estão elencados no Artigo 515 do Código de Processo Civil de 2015, e os títulos executivos extrajudiciais estão arrolados no Artigo 784 do Código de Processo Civil de 2015 do mesmo diploma. Títulos executivos – conceito O título executivo deve ser certo, líquido e exigível. A certeza corresponde à definição clara quanto à obrigação a ser satisfeita pelo executado, podendo ser esta de pagar, fazer, não fazer e entrega de coisa. A liquidez corresponde à quantia ou quantidade definida na obrigação. Se o título contém uma obrigação de pagar (certeza), deve também conter o valor correspondente da obrigação, como, por exemplo, R$200.000,00. A exigibilidade corresponde à possibilidade jurídica de se cobrar em juízo a dívida representada no título executivo. O Artigo 525 § 12º do Código de Processo Civil de 2015, diz que é inexigível o título executivo fundamentado em lei declarada inconstitucional pelo STF. Para finalizar, registra-se que somente poderá ser considerado título executivo o que for definido em lei como tal, conforme orienta o princípio da taxatividade. Princípios informativos da tutela executiva A tutela executiva é constituída basicamente de atos materiais visando à satisfação da obrigação contida no título executivo. O inadimplemento, por sua vez, constitui requisito essencial para que se inicie o desenvolvimento da tutela jurisdicional executiva (Artigo 786 do Código de Processo Civil de 2015). É evidente que, em alguns casos, o juiz exercerá atividades cognitivas, quando aprecia e julga impugnação fundada em uma das hipóteses do Artigo 525 do CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 13 Código de Processo Civil de 2015, mas preponderam as atividades materiais do órgão julgador. Nesse sentido, o Artigo 598 do Código de Processo Civil dispõe com clareza que se aplicam à execução as disposições do processo de conhecimento. No entanto, inúmeras questões que surgem no decorrer das atividades executivas exigem do juiz soluções que não encontram amparo nas regras do processo de conhecimento, o que obriga o julgador equacionar soluções com base nos princípios que informam a tutela executiva e que serão estudados neste tópico. Importante destacar, desde logo, que os princípios processuais assegurados na Constituição Federal de 1988 são plenamente aplicáveis em sede de tutela executiva. Dessa forma, os princípios do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, da duração razoável do processo, entre outros, informam, também, a atividade do juiz e das partes na condução da tutela executiva. O nosso foco, neste momento do curso, é voltar a atenção para os princípios específicos da tutela executiva. São eles: • Princípio da tipicidade; • Princípio da menor onerosidade possível; • Princípio da patrimonialidade. Princípio da tipicidade O princípio da tipicidade é um dos mais importantes da tutela executiva. Segundo este princípio, todo procedimento executivo deve estar previamente definido em lei. A finalidade maior é evitar surpresas por parte do devedor quanto aos atos executivos ou arbitrariedades do juiz na definição dos atos processuais a serem realizados. Dessa forma, a obrigação de pagar fixada em título executivo judicial segue o rito estabelecido no Artigo 523 do Código de Processo Civil de 2015, a obrigação de fazer segue o rito do Artigo 536 do Código de Processo Civil de 2015 do mesmo Diploma, e assim sucessivamente. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 14 No entanto, a busca pela efetividade da jurisdição vem autorizando certa relativização desse princípio, autorizando o juiz, em certa medida, a determinar prática de atos executivos, que não estejam previamente estabelecidos em determinado procedimento executivo, visando alcançar maior adequação da tutela executiva. Vejamos um exemplo. Podemos citar como exemplo o rol exemplificativo disposto no Artigo 536 do Código de Processo Civil de 2015, que autoriza o juiz a determinar a realização de atos executivos visando ao resultado prático equivalente à satisfação da obrigação. Princípio da menor onerosidade possível O princípio da menor onerosidade possível é um dos mais utilizados como norteador das atividades executivas. A finalidade primeira é alcançar a proporcionalidade entre a efetividade da jurisdição em favor do exequente e a garantia de realização, de modo menos gravoso para o devedor, em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa humana, nos casos de pessoa física, ou, até mesmo, da estabilidade econômica, nos casos de pessoas jurídicas de direito privado. De acordo com esse princípio, os atos executivos devem ser praticados de forma a causar menor prejuízo ao devedor. Nesse sentido, entre a penhora de um imóvel, não considerando bem de família, ou de um carro, se o valor da execução for baixo, a penhora do carro é a que melhor se adequa ao referido princípio. O Superior Tribunal de Justiça firmou importante entendimento sobre a matéria em um de seus precedentes, onde expõe diretrizes claras para aplicação do supracitado princípio. Vejamos: “A tese de violação do princípio da menor onerosidade não pode ser defendida de modo genérico ou simplesmente retórico, cabendo à parte executada a comprovação, inequívoca, dos prejuízos a serem efetivamente suportados, bem CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 15 como da possibilidade, sem comprometimento dos objetivos da execução, de satisfação da pretensão creditória por outros meios.” (STJ, AgRg no REsp 1.103.760/CE, 2º T. J. 23.04.2009, rel. Min. Herman Benjamin). Dessa forma, conforme se depreende da leitura dos fundamentos determinantes, a aplicação do princípio estudado não decorre de critérios meramente subjetivos, mas de análise objetiva de cada caso concreto. Princípio da patrimonialidade O princípio da patrimonialidade está disposto no Artigo 789 do Código de Processo Civil de 2015, através do qual se extrai o entendimento de que todos os bens, presentes e futuros, respondem pela dívida do devedor. A tutela executiva tem como escopo a satisfação de um determinado crédito fixado num título executivo. Nos casos em que a obrigação tenha como objeto a obrigatoriedade de pagar não adimplida, o Estado promoverá a expropriação dos bens do devedor com a finalidade de se obter o valor correspondente para integralização da dívida. Nos casos em que a execução tenha como objeto uma obrigação de fazer ou não fazer, não há que se falar, num primeiro momento, em expropriação, e, sim, sub-rogação através de medidas coercitivas. Com efeito, o princípio da patrimonialidade tem ampla aplicação nas execuções cujos títulos executivos tenham como base obrigação de pagar, o que deve ser realizado através de expropriação. No entanto, há certa flexibilização desse princípio, pois é possívelexpropriação mesmo nos casos de tutela específica, ou obrigações de fazer ou entrega de coisa, quando a multa fixada é executada através de execução indireta, ou nos casos em que estas são convertidas em perdas e danos. A doutrina, dependendo da metodologia de cada autor, não é unívoca quanto aos princípios informativos da tutela executiva; entretanto, adotamos aqui a apresentação dos princípios fundamentais da atividade executiva considerados CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 16 essenciais, até mesmo por entender que os demais princípios abordados pelos estudos acerca da execução são apenas desdobramentos ou subprincípios do princípio do devido processo legal. Execução definitiva e provisória A distinção entre execução provisória e definitiva é fundamental para a compreensão dos atos executivos que podem ser praticados em cada um destes procedimentos. A interpretação do antigo Artigo 588 do CPC definia execução provisória como execução incompleta, onde só se admitia a prática de alguns atos processuais. A execução definitiva era caracterizada pela possibilidade de prática integral de todos os atos executivos. Porém, esta definição não mais se sustenta na sistemática atual, como bem ponderou Fredie Didier, pois tanto na execução provisória como na definitiva haverão a prática de todos os atos executivos, conforme dispõe o Artigo 520 do Código de Processo Civil de 2015. A diferença mais adequada diz respeito à estabilidade ou não do título executivo que aparelha a pretensão executiva. O Artigo 587 do Código de Processo Civil de 1973, com redação determinada pela Lei nº 11.382/06, diz que a execução definitiva é aquela fundada em título executivo extrajudicial e provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo. No entanto, a redação é desprovida de boa técnica e causa mais dúvidas do que compreensão sobre a matéria. Importante destacar, portanto, que a regra não foi reproduzida no CPC/2015. Em se tratando de execução de títulos extrajudiciais, pode-se afirmar que esta será sempre definitiva, pois tem como base título executivo cuja obrigação foi previamente estabelecido em documento bilateral, ou unilateral na hipótese de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 17 execução fiscal, e reconhecido em lei como documento hábil a aparelhar tutela executiva, nos termos do art. 585 do Código de Processo Civil. Este entendimento foi devidamente consolidado pela doutrina e jurisprudência e reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça que tratou do tema no verbete da Súmula 317 cujo teor é o seguinte: É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos. No entanto, na contramão do entendimento sumulado acima, a Lei 11.382/06 deu nova redação ao art. 587 do CPC, determinando que a execução de títulos extrajudiciais será definitiva, excluindo a hipótese de pendência de julgamento de apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo. A reforma processual, embora tenha avançado em muitos aspectos, retrocedeu neste particular contrariando o entendimento sumulado do STJ, criando um sistema onde é possível execução definitiva e provisória de títulos executivos extrajudiciais, possibilitando um benefício injustificado ao devedor em detrimento da efetividade da própria execução em relação ao credor. Na execução de título judicial, a execução definitiva é aquela amparada por sentença com trânsito em julgado, nos termos do procedimento estabelecido no Artigo 523 do Código de Processo Civil de 2015. A execução provisória de sentença tem seu procedimento disposto no Artigo 520 do CPC/2015. Imagine a hipótese de em determinado caso a parte ré sucumbente interpõe recurso especial para o STJ. O recurso seria recebido somente no efeito devolutivo, nos termos do art. 542§2º do CPC, o que permitirá ao credor promover a execução provisória, promovendo inclusive atos de expropriação como adjudicação ou alienação particular enquanto o recurso excepcional ainda não foi efetivamente julgado. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 18 O procedimento para execução provisória está disposto no art. 475-O do CPC, cabendo ao credor formular requerimento juntando as respectivas cópias mencionadas no parágrafo 3º do referido artigo. Caso a sentença seja reformada em sede recursal o credor responderá por perdas e danos nos termos do art. 475-O, II, do CPC. A reforma pretendeu dar maior efetividade a execução mais também não descurou de garantir o devido processo legal em favor do devedor ao estipular a possibilidade de caução, arbitrada pelo juiz, nos casos de levantamento de depósito ou prática de atos que importem em alienação, conforme inciso III do supracitado artigo. Importante observar que o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, apresentando no informativo nº 535, no sentido de que não cabem honorários advocatícios na execução provisória. Segundo os fundamentos determinantes deste precedente, a execução provisória será promovida por iniciativa e conta do credor, razão pela qual não se admite transferir para o devedor o dever de pagar honorários advocatícios para formação da caução, nos termos do art. 475-O, I, do CPC. Por fim, interessante discutir a possibilidade ou não de execução provisória de decisão interlocutória. Como foi bem observado acima, o caput do art. 475-O do CPC dispõe que a “execução provisória de sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva”. A interpretação literal deste dispositivo nos leva a conclusão de que não cabe execução provisória fundada em decisão interlocutória, mas a experiência do cotidiano forense nos mostra o contrário. Pense na hipótese de em determinado processo o autor formula requerimento de antecipação de tutela para custeio do tratamento médico para cuidar de lesões decorrentes de ato ilícito levado a efeito pelo réu. O juiz, mediante a presença dos requisitos, defere a tutela de urgência e fixa o valor de R$400,00 reais mensais para custeio do tratamento. Diante da decisão o réu permanece inerte por mais de 04 meses causando prejuízos à saúde do autor. Neste caso, CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 19 o autor poderá promover a execução provisória do valor de R$1.600,00, fixados em decisão interlocutória, para alcançar a efetividade de seu tratamento médico. Com efeito, dúvida não há quanto à possibilidade de execução provisória de decisão interlocutória nos casos de antecipação de tutela não cumprida voluntariamente pelo réu. Competência para execução de títulos judiciais A competência para execução de títulos judiciais é definida em razão da função atendendo ao critério absoluto de fixação. Nesse sentido, o Artigo 516 do Código de Processo Civil de 2015 define a competência dos Tribunais nas causas de competência originária, do juiz que processou a causa no primeiro grau de jurisdição e do juiz cível competente quando se tratar de sentença penal condenatória, arbitral ou estrangeira. No que diz respeito à competência dos tribunais para execução, não há muitas questões polêmicas, considerando a pouca incidência de execuções que serão promovidas nesta sede. Ao analisar as causas de competência originária dos tribunais, verifica-se que o rol não é muito extenso, podendo os tribunais processar e julgar mandado de segurança, cuja incidência de execução de quantiacerta é a exceção, as reclamações constitucionais, nos casos do STF e do STJ, e as ações rescisórias, estas sim, com maior incidência e que dão maior margem às execuções de obrigação de pagar no âmbito dos tribunais. Exemplo 1. CAPÍTULO II DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA Art. 534. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 20 I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos; III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV – o levantamento de depósito em dinheiro, a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado será intimado para apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 539. § 2º A multa a que se refere o § 1º do art. 537 é devida no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º O retorno ao estado anterior, a que se refere o inciso II, não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade, ou de outro direito real, eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, não fazer ou dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. Art. 535. A caução prevista no art. 534, inciso IV, será dispensada se: I – o exequente demonstrar que o cumprimento provisório da sentença é indispensável para prover sua subsistência; ou II – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. § 1º Nos casos em que o cumprimento provisório da sentença implicar entrega de dinheiro, a quantia a ser levantada, com a dispensa da caução, não pode ultrapassar sessenta vezes o valor do salário mínimo para cada credor. § 2º Tratando-se de obrigação alimentícia, o limite a que alude o § 1º deve ser observado mensalmente. Art. 536. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Não sendo eletrônicos os autos, será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I – decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 21 CAPÍTULO IV DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO Seção I Do Título Executivo Art. 799. A execução para cobrança de crédito se fundará sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. Art. 800. São títulos executivos extrajudiciais: I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III – o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado pelo tribunal; V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia, e aquele garantido por caução; VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas em Convenção de Condomínio ou aprovadas em Assembleia Geral, desde que documentalmente comprovadas; XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro, relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. § 1º A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. § 2º Não dependem de homologação para serem executados os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro. § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. Art. 801. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. Seção II Da Exigibilidade da Obrigação Art. 802. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 22 Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. Art. 803. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. Art. 804. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embarga-la. Algumas dúvidas podem ocorrer na interpretação dessas normas, gerando polêmicas tanto no âmbito doutrinário quanto jurisprudencial. Exemplo 1 Imagine que em determinado processo o juiz extingue o processo sem resolução do mérito por considerar o réu não é parte legítima para a causa. A parte autora recorre e o Tribunal não só anula a decisão como entra no mérito e julga a causa condenando o réu a pagar determinada quantia. Neste caso a competência para execução não será do Tribunal e sim do juizde primeiro grau, pois a causa foi apreciada na competência recursal e não originária, conforme determina o art. 475-P, I, do CPC. A competência para execução de sentença, conforme art. 475-P, II, do CPC, será do juiz que processou a causa em primeiro grau em razão de sua competência funcional. A Lei 11.232/05 trouxe uma importante inovação no que tange à competência para execução de sentenças permitindo ao credor escolher o foro para promover a execução ou modificar a competência da execução nos casos de mudança de endereço do devedor. Conforme redação do parágrafo único do art. 475-P, o exequente optar pelo juízo do local onde se encontrem bens expropriáveis do devedor ou de seu atual endereço, casos em que os autos serão encaminhados para o juízo escolhido. Trata-se de verdadeira transformação de competência funcional- absoluta em territorial-relativa. Não resta dúvida de que a finalidade da nova CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 23 regra é dar maior efetividade á execução considerando que os bens podem estar localizados em outra Comarca distante do juízo da execução. Competência na execução da tutela coletiva A competência para promover a execução de sentença coletiva que verse sobre direito individuais homogêneos, nos termos do Artigo 95 do CDC, será do juízo que processou a demanda coletiva na fase de conhecimento, ou do juiz da liquidação de sentença, ou da condenação nos casos de execução individual, conforme Artigo 98 do CDC. A hipótese poderá ser ilustrada a partir do seguinte caso concreto: Imagine que determinada associação de consumidores promoveu ação em face da Caixa Econômica Federal visando devolução de tarifa abusiva cobrada dos correntistas. A ação foi distribuída no Estado de Alagoas, e o pedido foi julgado procedente para determinar a devolução em dobro do valor. A execução dessa sentença poderá ser promovida no juízo sentenciante no Estado de Alagoas, pela Associação de Consumidores ou por cada consumidor individualmente, ou poderá ser promovido em qualquer Estado da Federação em que residir o correntista interessado na respectiva execução, nos termos do Artigo 98, §1º, do CDC. Competência nas execuções de alimentos Uma última observação se faz necessária: sobre a competência para execução de títulos judiciais, esta se refere à execução de alimentos. A execução de alimentos deve ser promovida no juízo sentenciante por se tratar de hipótese de competência funcional. Mas não são raras as hipóteses em que o credor muda de cidade ou de Estado, o que dificulta a execução da dívida alimentar em Comarca distante da residência do alimentando, principalmente se este for menor. Diante dessa dificuldade corrente na prática forense, o STJ firmou o entendimento no sentido de que a execução de alimentos poderá ser CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 24 promovida no atual endereço do alimentando em atenção ao princípio de melhor interesse do menor, conforme fundamentos determinantes exarados nos precedentes do STJ (CC 2933 – DF – 1992/0007019-1). A Lei nº 13.105/2015 admitiu essa hipótese de modificação de competência, conforme se constata da redação do Artigo 528,§9º do CPC/2015. Competência para execução de títulos extrajudiciais Conforme dispõe o Artigo 781 do CPC/2015, a execução será processada no juízo competente segundo as regras do processo de conhecimento. A partir dessa interpretação, podemos concluir que a execução de título executivo extrajudicial será promovida, em regra, na justiça estadual ou federal perante o juízo de primeira instância. Neste sentido, podemos estabelecer três critérios para definição da competência para execução de títulos executivos extrajudiciais. O primeiro diz respeito ao foro de eleição. Havendo cláusula de foro de eleição, esta prevalecerá na definição do foro competente. Na ausência de cláusula de foro de eleição, o critério utilizado será o foro do local onde a obrigação deve ser cumprida. Por fim, aplica-se a regra do domicílio do devedor. Nas hipóteses de execução fundada em títulos executivos que contenham obrigações decorrentes de direitos reais, a competência para execução será definida em razão da situação da coisa. Eventuais vícios de incompetência na execução de títulos extrajudiciais deverão ser arguidas através de embargos à execução nos termos do Artigo 917, V, do CPC/2015, no prazo de 15 dias, podendo ocorrer a prorrogação, nas hipóteses de incompetência relativa. Caso o devedor não se manifeste no prazo legal. Evidente que, nas execuções cuja competência seja da Justiça Federal, não há CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 25 possibilidade de ocorrer ampliação, modificação ou prorrogação, vez que foi definida pelo texto constitucional. Exemplo 2 Imagine que uma determinada execução tem início na Comarca do Estado de São Paulo. O credor descobre que o devedor possui bens na Comarca do Paraná e formula requerimento ao juiz para encaminhar os autos para o referido órgão judicial. O juiz da Comarca do Estado do Paraná promove a constrição de bens do devedor existentes, mas esta não alcança o valor do crédito. Uma interessante questão surge: Poderá o credor formular novo requerimento para encaminhamento dos autos para outra Comarca onde tenha bens do devedor e assim fazer até a satisfação integral do crédito? Ou a opção somente pode ser feita apenas uma vez? A interpretação literal do parágrafo único do art. 475-P do CPC não resolve este impasse. Com efeito, considerando que a finalidade da reforma processual teve como escopo dar maior efetividade à execução a melhor interpretação da referida regra será no sentido de permitir que a execução se torne itinerante até a integral satisfação do crédito do exequente. Já no que diz respeito à mudança do foro em razão da alteração de domicílio do devedor a melhor interpretação da norma será no sentido de que a mudança deve ser feita apenas uma vez, para evitar maiores transtornos processuais. O art. 475-P, III, do CPC diz que o juízo cível competente quando se tratar de sentença penal condenatória, sentença arbitral e sentença estrangeira. A competência para a execução de sentença penal condenatória será definida através da interpretação do art. 100§ único, do CPC, que define a competência concorrente do domicílio do autor ou do local do fato. A competência para execução de sentença estrangeira está definida no art. 109, X, da CF/88. Segundo essa regra, o Superior Tribunal de Justiça será competente para homologar a sentença estrangeira e a execução será promovida na Justiça Federal, seguindo as regras deste ramo da justiça comum, independente das partes ou da matéria deduzida na ação de homologação de sentença estrangeira. Em razão da forte disponibilidade que norteia a arbitragem, conforme bem observa Daniel Assumpção, a competência para execução da sentença arbitral atende ao critério definido pelas partes na cláusula compromissória ou no CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 26 compromisso arbitral. Na ausência de definição acerca do foro competente, aplicam-se as regras gerais para fixação de competência para o processo de conhecimento. Os vícios de incompetência nos casos de cumprimento de sentença devem ser alegados através de simples petição considerando que se trata de competência funcional, portanto, absoluta, nos termos do art. 113 do CPC. Já nos casos de modificação da competência, nos termos do art. 475-P,§único do CPC, que criou uma nova modalidade de competência territorial-relativa,os vícios de incompetência devem ser alegados através de exceção de incompetência. Atividade proposta O termo de ajustamento de conduta realizado pela Defensoria Pública de determinado Estado possui natureza jurídica de título executivo judicial ou extrajudicial. Discuta a questão abordando os aspectos legais pertinentes. Chave de resposta: Espera-se que você considere que o termo de ajustamento de conduta seja considerado título executivo extrajudicial quando realizado pelos órgãos legitimados pelo Artigo 5º da Lei nº 7.347/85. A hipótese não é contrária ao princípio da taxatividade, pois o Artigo 585, VIII, do CPC dispõe que serão considerados, também, título executivo aqueles assim definidos em lei. Aprenda Mais Material complementar Para saber mais sobre o tema desta aula, acesse Blog do Professor Alexandre Catharina: www.alexandrecatharina.blogspot.com. E visite o site do Instituto Brasileiro de Direito Processual: http://www.direitoprocessual.org.br. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 27 Referências DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da.; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Processo Civil. v. 5. Salvador: Juspodivm, 2009. p.145-148. PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil Contemporâneo. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p.879-889. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 2. ed. São Paulo: MÉTODO, 2010. p. 793-794. Exercícios de fixação Questão 1 Assinale a alternativa correta acerca do cumprimento de sentença, considerando a reforma introduzida pela Lei nº 11.232/2005. (Questão extraída do XLV Concurso da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro). a) É considerado inexigível o título judicial fundado em lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. b) Correndo o processo à revelia, a nulidade de citação não pode ser arguida em impugnação ao cumprimento de sentença, em razão da preclusão temporal. c) A decisão que extingue a execução é atacável por meio de recurso de agravo, em sua forma de instrumento. d) A impugnação ao cumprimento de sentença terá, em regra, efeito suspensivo, ressalvada a possibilidade de execução provisória. Questão 2 A reforma do processo de execução trazida pela Lei nº 11.232/05 rompeu com o formalismo processual e estabeleceu o denominado processo sincrético, onde CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 28 a execução de sentença passou a ser mera fase processual. Dentre as alternativas abaixo, assinale a que corresponde à sentença que deverá ser executada através de processo autônomo de execução. a) Sentença estrangeira devidamente homologada. b) Sentença que condena em obrigação de entrega de coisa. c) Sentença penal condenatória, impugnada mediante recurso de apelação. d) Acordo extrajudicial homologado judicialmente. Questão 3 O sistema de execução de decisões modernamente utilizado está muito atrelado à ideia de sincretismo processual. Por essa sistemática, em regra, tornou-se a execução um prolongamento do processo de conhecimento. Passou-se a ter um processo misto que não é mais nem puramente cognitivo, nem puramente executivo. O novo sistema permitiu que a obtenção da tutela jurisdicional plena fosse mais rapidamente alcançada. Entretanto, em hipóteses específicas, ainda tem cabimento o processo de execução autônomo. Assinale a alternativa que contém título executivo judicial a ensejar a execução sincrética. (XII Exame de Ordem Unificado – FGV) a) A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei. b) O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores. c) A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. d) O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 29 Questão 4 Considerando os requisitos necessários para realizar qualquer execução, assinale a alternativa INCORRETA. (Juiz do Trabalho – RJ/ 2004). a) A existência de título executivo judicial ou extrajudicial. b) O inadimplemento do devedor. c) Um início razoável de prova material do inadimplemento do devedor. d) Sendo execução para cobrança de crédito, que o título seja líquido, certo e exigível. e) O adimplemento da obrigação do credor, quando esta for condição para a prestação do devedor. Questão 5 A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: a) Corre por conta e responsabilidade do exequente, que se obriga se a sentença for reformada a reparar os prejuízos que o executado venha a sofrer através de ação própria. b) Não será admitido, em qualquer hipótese, o levantamento de depósito em dinheiro, sendo possível a prática de atos que importem alienação de domínio, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, mediante caução idônea, requerida e prestada nos próprios autos da execução. c) Não será admitido, em qualquer hipótese, o levantamento de depósito em dinheiro ou a prática de atos que importem alienação de domínio, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado. d) Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 30 e) Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, no todo ou em parte, restituindo-se as partes ao estado anterior. Questão 6 Sobre os critérios de fixação de competência para a atividade executiva, assinale a alternativa correta. a) Em caso de execução fundada em título extrajudicial, a competência é do foro do domicílio do autor. b) Em caso de execução fundada em sentença penal condenatória, a competência é do órgão que proferiu a decisão. c) Em caso de execução fundada em sentença estrangeira homologada pelo STJ, a competência será do juízo estadual. d) Em caso de execução fundada em sentença cível, pode ser no foro do local onde se encontram os bens do devedor. Questão 7 O procedimento adotado para se executar na esfera cível uma sentença penal condenatória será: a) Cumprimento de sentença, na forma do Artigo 475-J do CPC. b) Cumprimento de sentença na forma do Artigo 461 do CPC. c) Processo autônomo de execução. d) Nenhuma das assertivas acima. Questão 8 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 31 Caio, menor devidamente representado por sua mãe, ajuizou ação de alimentos na Comarca do Estado do Rio de Janeiro em face de seu pai Pedro visando à obtenção de alimentos, considerando que seu pai nunca cumpriu com seu dever de sustente. O juiz condenou o devedor a pagar alimentos fixados em 20 % dos ganhos líquidos do réu. Após o trânsito em julgado, o alimentando passou a residir no Estado de São Paulo, e Pedro, por questões de trabalho, mudou-se para o Estado do Paraná. Considerando o inadimplemento da obrigação, o alimentando pretende promover a respectiva execução. Diante do caso, a competência da execução será: a) Do juízo sentenciante, considerando a competência funcional regulada pelo Artigo 475-P, II, do CPC. b) Do foro da atual residência do alimentante, nos termosdo Artigo 475-P, parágrafo único, do CPC. c) No foro do atual endereço do alimentando, considerando o princípio de melhor interesse do menor. d) Nenhuma das respostas acima. Questão 9 Carlos promove ação indenizatória em face de José. O juiz de primeira instância julgou extinto o processo, sem resolução de mérito, por entender que José não é parte legítima para a causa. Carlos apelou da referida decisão, e o Tribunal, aplicando a teoria da causa madura (Artigo 515, §3º, do CPC), declarou a nulidade da sentença e, no mérito, julgou procedente o pedido do autor. Nesse caso, a competência para promover a execução será: a) Do juiz de primeiro grau, considerando que a lei não confere ao Tribunal para competência execução da respectiva decisão. b) Do respectivo tribunal, considerando a competência funcional disciplinada no Artigo 475 –P, I, do CPC. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 32 c) Serão os autos encaminhados à livre distribuição para execução na primeira instância. d) A competência será do Tribunal de Justiça, cabendo ao juiz de primeiro grau o cumprimento dos atos executivos através de Carta de Ordem. Questão 10 A competência para liquidação e execução de sentença coletiva será definida: a) Em razão do caráter absoluto do juízo sentenciante. b) Em razão do domicílio do credor, com exclusão de qualquer outra. c) Em razão do domicílio do réu ou do juízo sentenciante, concorrentemente. d) Em razão do juízo sentenciante ou do domicílio do credor, quando promovida individualmente. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 33 AgRg: Agravo Regimental REsp: Recurso Especial Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: O Artigo 475-L, §1º, do CPC, com redação acrescentada pela Lei nº 11.232/05, incluiu como causa de inexigibilidade do título que estiver fundado em lei declarada inconstitucional pelo STF. Questão 2 - A Justificativa: A homologação de sentença estrangeira possui procedimento cindido ou bifásico, pois o procedimento de homologação é promovido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a execução será promovida pela Justiça Federal, constituindo verdadeira exceção à competência funcional do órgão que conheceu da causa na fase de conhecimento. Nesse sentido, ainda que a sentença estrangeira possua natureza de título executivo judicial, sua execução não será promovida através de cumprimento de sentença, mas através de um processo autônomo de execução. Questão 3 - C Justificativa: A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, conforme Artigo 475-N, I, do CPC. Questão 4 - C CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 34 Justificativa: Um início razoável de prova material do inadimplemento do devedor, conforme Artigo 580 do CPC. Questão 5 - D Justificativa: Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior, conforme Artigo 475-O, II, do CPC. Questão 6 - D Justificativa: O Artigo 475-P, parágrafo único, do CPC autoriza o credor a promover a execução no atual endereço do devedor ou no local onde se encontram os bens deste. Questão 7 - C Justificativa: Considerando que a sentença penal condenatória foi proferida no juízo criminal, a execução de sentença no cível será promovida através de processo autônomo de execução após o procedimento de liquidação. Questão 8 - C Justificativa: O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de se determinar o foro do domicílio atual do menor como competente para a execução de alimentos. (CC 2933 – DF – 1992/0007019-1). Questão 9 - A Justificativa: Segundo o Artigo 475-P, I, do CPC, os Tribunais somente serão competentes para promover a execução das causas processadas em sua competência originária. No caso, a causa foi apreciada pelo Tribunal em sua competência recursal. Questão 10 - D Justificativa: Em razão do juízo sentenciante ou do domicílio do credor, quando promovida individualmente, conforme Artigo 98, §2º, do CDC. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 35 Introdução Em determinada ação declaratória o juiz julgou procedente o pedido do autor e condenou o réu a pagar honorários sucumbenciais em 20% do valor da causa. Considerando que a referida sentença possui aplicabilidade imediata e que não necessitará de nenhum procedimento executivo para ser efetivada, o advogado do autor poderá promover a execução de honorários nos próprios autos e em nome próprio? Neste caso, quais os bens do devedor que poderão ser levados à constrição para satisfação do referido crédito? Esses e outros temas serão objeto desta aula onde apresentaremos os temas da legitimidade para execução, a responsabilidade patrimonial e a liquidação de sentença e sua aplicabilidade adequada no âmbito da tutela executiva. Bons estudos! Objetivo: 1. Examinar a legitimidade ativa e passiva para execução e os bens do devedor sujeitos à expropriação; 2. Estudar as hipóteses em que caberá liquidação de sentença, individual e coletiva, como também compreender as modalidades de liquidação abordadas pelo CPC. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 36 Conteúdo Legitimidade ativa para promover execução A legitimidade das partes é um dos temas mais importantes da teoria geral do processo, pois além de ser uma das condições da ação estabelece certa coincidência entre a titularidade do direito material e aquele que afirma ser o portador de um determinado direito. Na tutela executiva o tema da legitimidade possui a mesma importância, pois o sistema processual estabelece de forma clara quem possui legitimidade para promoção dos atos executivos e quem tem legitimidade para estar numa posição de desvantagem patrimonial ou de coerção pessoal. Desta forma, o Código de Processo Civil dispõe, em seus Artigos 778 a 780 do Código de Processo Civil de 2015, sobre a legitimidade ativa, originária e subsidiária, e a legitimidade passiva. A legitimidade ativa originária, nos termos do Artigo 778 do Código de Processo Civil de 2015, é atribuída ao credor a quem a lei confere título executivo e ao Ministério Público, nos casos prescritos em lei. No que diz respeito à legitimidade do credor, importante ressaltar que o CPC não é exaustivo, pois não considera o advogado como legitimado para execução da sentença referente ao capítulo que fixou honorários sucumbenciais. Assim, a legitimidade do credor não está condicionada a existência de título executivo conferido por lei, mas à existência ou não de crédito exequível. Quanto à legitimidade do Ministério Público, importante observar que a sua legitimidade estará sempre definida em lei, considerando sua função institucional definida no Artigo 129 da CF/88. O Ministério Público tem legitimidade para promover a execução coletiva de sentenças genéricas proferidas em ação coletiva, nos termos dos Artigos 98 a 100 do Código de Defesa do Consumidor. É também legitimado para promoção da execução de sentença que condena o réu a pagar alimentos, nos termos do Artigos 141 e 201, III, da Lei nº 8.069/90. Conforme precedentes do Superior Tribunal de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 37 Justiça, o Ministério Público também será legitimado para promover a execução de sentença condenatória por reparação de danos, quando o exequente for pobre como foi decidido no REsp. nº 232.279-SP. A legitimidade
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