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Resumo texto 2- Escola inglesa ● Contexto O pensamento da escola inglesa gira em torno de três conceitos chave: o sistema internacional, a sociedade internacional e sociedade mundial. Ela escola inglesa surge durante a década de 50, com enfoque na história e na política Internacional retomando conceitos de moralidade e justiça na política Internacional, Para além do que as teorias realistas e liberais poderiam oferecer de análise. O nome escola inglesa, é oriundo da necessidade de diferenciar a ontologia da escola de uma simples sociedade ou de um grupo de estudiosos. O desenrolar que ajuda a entender o porquê do nome está diretamente ligado com a ideia de sociedade de estados. A noção que se tinha de sociedade de Estados e de relações internacionais era mais histórica, e em certa medida até sociológico. Porém, com as transformações ocorridas no pós segunda guerra mundial, cresceu a necessidade de mais investigações teóricas acerca de temas que fossem para além de poder, segurança, economia, entre outros. O comitê Britânico então focou em desenvolver uma compreensão mais ampla das relações internacionais baseada na sociedade internacional, com todas as suas demandas que no cenário da época se tornaram mais evidentes. ● Alguns conceitos chaves para pensar do que a escola inglesa trata: Sistema internacional (responsabilidades internacionais): trata da política de poder entre os estados e coloca a estrutura e o processo da anarquia internacional no centro da teoria da RI. Esta posição é amplamente paralela ao realismo dominante e ao neo-realismo e é, portanto, bem desenvolvida e claramente entendida fora da Escola de Inglês. Baseia-se numa ontologia de estados e é geralmente abordado com uma epistemologia positivista, metodologias materialistas e racionalistas e teorias estruturais. Sociedade Internacional: trata da institucionalização do interesse mútuo e identidade entre estados e coloca a criação e manutenção de normas, regras e instituições compartilhadas na Centro da teoria da RI. A ideia básica da sociedade internacional é bastante simples: assim como os seres humanos, como indivíduos, vivem em sociedades em que ambos moldam e são moldados, os estados também vivem em uma sociedade internacional pela qual eles moldam e são formados. Wight (1991: 137) capta-a com a ideia de que a sociedade internacional é um contrato social entre as próprias sociedades, cada uma constituída pelo seu próprio contrato social. Porém cada Estado tem suas particularidades mesmo que internacionalmente tenham atitudes comuns. A sociedade internacional tem sido o foco principal do pensamento da Escola inglesa, e o conceito é bastante desenvolvido e relativamente claro. Paralelamente ao sistema internacional, baseia-se também numa ontologia de estados, mas é geralmente abordado com uma epistemologia construtivista e métodos históricos. Também pode ser abordado como uma estrutura social. Sociedade mundial: considera indivíduos, organizações não estatais e, em última instância, a população global como um todo como foco de identidades e arranjos sociais globais e coloca a transcendência do sistema estatal no centro da teoria da RI (indivíduos como agência no sistema, com foco nas individualidades e identidades e transcende o modelo estatocêntrico, no sentido de que o Estado continua sendo importante porém a preocupação com os indivíduos de uma maneira geral é mais detalhista do que só a preocupação com o Estado propriamente dito). ○ Institucionalização de interesses e identidades entre estado-maior criação de regras e normas compartilhadas. ○ Analogias com sociedades e indivíduos ○ Relações constitutivas para além da instrumentalidade ○ Método histórico ○ Epistemologia construtivista ○ Estado como objeto do estudo da teoria Vale lembrar que a escola inglesa é criada para discutir situações que as teorias que antes dominavam os centros discursivos de política internacional, não conseguiriam responder já que novas realidades, novas discussões foram surgindo no âmbito mundial. ● Teorias e metodologias Qual o lugar da escola inglesa nas RI e como se relaciona com outras teorias? Ao introduzir a sociedade internacional como um terceiro elemento, não apenas como uma mídia entre o realismo e o liberalismo / cosmopolitismo, mas também como a pedra angular de um conjunto interdependente de conceitos, a teoria da Escola Inglesa ofereceu uma maneira de transcender a oposição binária entre eles. do suposto primeiro grande debate sobre a teoria da RI. Para Waever a escola inglesa tem a capacidade de todas as teorias de identificar algum mecanismo básico ou força motriz que explica como e por que as coisas funcionam da maneira que fazem. Para o realismo, isso é poder político e ganhos relativos. Para o liberalismo, é uma escolha racional e ganhos absolutos. Para o marxismo, é a dialética materialista da luta de classes. Para pós-estruturalistas e construtivistas, é um processo discursivo e a criação de significado intersubjetivo. Para a Escola de Inglês, é a dialética social do desejo de criar um mínimo de ordem e justiça além do nível do estado. Algumas teorias de RI também oferecem uma visão geral de como o sistema internacional se parece e pode parecer. O realismo vê um mundo de estados e equilíbrio de poder. Ele não oferece uma visão de melhoria, mas mostra como as coisas mudam com diferentes distribuições de poder (polaridade). O liberalismo também vê um mundo de estados, mas também uma variedade de atores não-estatais, especialmente firmas transnacionais e organizações intergovernamentais (OIGs). Ele oferece uma visão de melhoria na forma de um acordo cada vez maior em torno de regimes e OIGs para regular tanto áreas específicas de comportamento quanto o padrão geral de relações entre Estados e atores não-estatais. O marxismo vê um mundo definido por uma economia política capitalista, estratificada por estruturas de classe e funcionando através de um sistema de estados diferenciados em núcleo e periferia. Oferece uma visão de luta para criar mais igualdade social e entre os estados. A escola inglesa é uma abordagem que engloba mais possibilidades no estudo das relações internacionais, que ao contrário das teorias que a antecederam não tenta contrapor uma noção, mas quer incorporar mais abordagens no pensamento e no entendimento das relações internacionais.
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