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29 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Unidade II 2 O PROBLEMA ECONÔMICO Quando estamos trabalhando em um projeto de TI, ou mesmo em um projeto qualquer de outra área, como o projeto de um novo dispositivo eletrônico, por exemplo, ou a criação de um novo curso superior de graduação ou qualquer projeto, enfim, várias dificuldades podem ocorrer, como o surgimento de novas tecnologias, mudanças no cenário econômico e político e mesmo a mudança no gosto dos clientes. Como essas mudanças podem influenciar no desenvolvimento do projeto? Que alterações serão necessárias para se atender às novas exigências? Que consequências virão das mudanças? Como lidar com as consequências de modo a diminuir as perdas e aumentar os lucros? Muitas vezes a economia e a política dependem uma da outra. 2.1 A razão de ser da economia política. A escassez e importância dos fatores de produção no processo econômico “Economia e política” dos países andaram sempre em conjunto. A expressão “economia política” é utilizada em relação aos estudos interdisciplinares que se apoiam na economia, no direito, nas relações internacionais, na sociologia, na psicologia, nas ciências políticas, na administração e na contabilidade para entender como as instituições e os contornos políticos influenciam a conduta dos mercados. 5 10 15 20 30 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Em termos de ciência política, a economia política lida com as teorias liberais e marxistas, que estudam as relações entre a economia e o poder político dentro dos Estados. Economia política internacional é um ramo da economia que estuda como o comércio, as finanças internacionais e as políticas estatais afetam o intercâmbio internacional e a política monetária e fiscal.1 Já a escassez pode ser entendida como sendo a limitação de recursos existentes numa determinada época e local. Ela tem origem nas necessidades de pessoas em contraposição à limitação de recursos disponíveis. Também está relacionada com a lei da oferta e da procura: quando determinado produto está em falta (devido à enorme procura), isso indica escassez no mercado. Tecnicamente, escassez é definida como o caso onde num preço nulo a oferta de um bem é menor do que a demanda. Um bem abundante é assim classificado quando num preço nulo sua oferta ainda é superior à procura. A escassez submete os homens ao seu jugo desde sempre, levando-os a se organizarem e a estabelecerem entre si relações a fim de enfrentá-la ou, melhor falando, conviver com ela atenuando-lhe o quanto possível a severidade. A divisão do trabalho e todas as instituições de natureza econômica surgiram para melhor alocar os meios escassos em relação a vários fins possíveis. Quando há escassez, os agentes têm que decidir como alocar e usar esses recursos.2 Pode-se notar que a escassez tem sentido na teoria econômica e pode afetar a vida das empresas e das pessoas. 1Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_pol%C3% ADtica>. Acesso em 1º out. 2009. 2Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Escassez>. Acesso em 1º out. 2009. 5 10 15 20 25 30 31 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 2.2 As questões centrais da economia e a inserção das organizações nos ambientes econômicos Questões centrais da economia se referem à atividade econômica que afeta a sociedade e as pessoas, ou seja, questões ligadas à produção, distribuição e consumo de bens. Tais questões afetam direta ou indiretamente tanto as pessoas quanto as organizações, que podem ter sua vida alterada ou até mesmo abreviada. No Brasil atual, há a vertente dos monetaristas e a dos desenvolvimentistas. Enquanto os primeiros defendem um maior arrocho na emissão de dinheiro para se evitar o aumento da inflação, por outro lado, os desenvolvimentistas preferem ter inflação, para com isso obter o crescimento econômico, empregos e quantidade de salários. Ambiente econômico Um conjunto de forças e condições que cercam ou rodeiam o entorno e influenciam os seres vivos e as coisas em geral. No sentido exposto, o conjunto de forças e condições relacionadas com a economia que influenciam as pessoas é o ambiente econômico. Ele é composto por governos, empresas, escolas, mercados e pessoas. Para as organizações se inserirem no ambiente econômico, precisam respeitar as leis econômicas e as regras sociais, tentando suprir as necessidades de segmentos da sociedade que se tornam seu mercado e buscando também identificar mercados potenciais para trabalhar os mesmos a fim de garantir expansão e sustentabilidade. 5 10 15 20 32 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 É importante que se reflita sobre os seguintes termos utilizados: “mercados potenciais”, “expansão” e “sustentabilidade”. O significado desses termos, sua necessidade e quando se deve empregá-los devem ser alvos de nossa atenção. 2.3 O funcionamento do sistema econômico Sistema é um conjunto de componentes interagentes e interdependentes que trabalham juntos com a finalidade de alcançar objetivos comuns. Os sistemas econômicos estão relacionados às economias dos países e seu funcionamento. Cada país pode ter uma forma diferente de organizar sua economia, e é isso que formará seu sistema econômico, no sentido global. Por exemplo: a economia do Brasil é diferente da economia do Japão, dos EUA, da Etiópia ou do Paraguai, pois cada país possui recursos diferentes, necessidades diferentes e formas de organização diferentes para tentar alcançar o sucesso em relação às necessidades locais. As organizações também podem possuir sistemas econômicos em uma microescala. Vamos então definir o que é sistema econômico. Sistema econômico É um conjunto coerente de instituições jurídicas e sociais, no seio das quais é posto em ação, a fim de assegurar a realização do equilíbrio econômico, certos meios técnicos organizados na junção de certos móveis dominantes. 5 10 15 20 33 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Já na visão de Escóssia (2009): Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Engloba o tipo de propriedade, a gestão da economia, os processos de circulação das mercadorias, o consumo e os níveis de desenvolvimento tecnológico e da divisão do trabalho. De conformidade com sua definição, os elementos básicos de um sistema econômico são: 1) os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção, que são os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia; 2) o complexo de unidades de produção, que são constituídas pelasempresas, e; 3) o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, que constituem a base de organização da sociedade. Um sistema econômico pode tomar duas versões, quais sejam: o inter-relacionamento técnico estrutural, no que respeita à armação lógica dos setores econômicos, e a perspectiva política, isto é, a versão ideológica do problema; pois daí conceitua-se sistema econômico quanto à forma de apropriação do capital e exploração do trabalho humano (Eumed, 2009). Na tabela a seguir, a título de exemplo, Feijó (2007, p. 123) apresenta de modo sumarizado a relação entre as políticas e os princípios gerais que regem os sistemas econômicos. 5 10 15 20 25 34 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Ideologia Princípios gerais que norteiam os sistemas econômicos Comunismo Economia centralmente planejada com a coletivização dos meios de produção. Socialismo Forte presença do Estado na economia, grau acentuado de coletivização dos meios de produção. Coexistência com a propriedade privada e o mercado. Compatibilidade com o sistema democrático. Liberalismo do Estado de bem- estar social Sistema de livre-mercado com governo grande. Elevada carga tributária e pesados programas sociais para a garantia do bem-estar geral. Liberalismo clássico Sistema de livre-mercado com governo pequeno. O Estado intervém sempre que o critério ético assim o desejar. Liberalismo conservador Sistema de livre-mercado com governo mínimo. Apenas poucas exceções para a presença do Estado. Políticas sociais a cargo do setor privado com o incentivo do governo. Conservadorismo monárquico Sistema de privilégios de nascimento e de concessões de monopólios comerciais e industriais. Elevado grau de protecionismo. Fascismo Economia planejada visando a propósitos militares. Associação com o grande capital. Fonte: Feijó, 2007, p. 123. Segundo Troster e Mochón (2003, p. 38), todo sistema econômico deve responder a três perguntas básicas: 1. Que bens e serviços produzir e em que quantidade? 2. Como produzir tais bens e serviços? 3. Para quem produzir, ou seja, quem consumirá os bens e serviços produzidos? Para fazer funcionar o sistema econômico, os mecanismos são a troca de bens pelos indivíduos e organizações e as trocas por dinheiro. O funcionamento do sistema depende das pessoas e do conjunto de pessoas que formam a sociedade e precisam acreditar no sistema, pois sem fé, esperança e confiança, os sistemas podem não funcionar corretamente. 5 10 35 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 2.4 Diferenciando regime, estrutura e sistema econômico, para a compreensão das formas de organização da atividade econômica Regime é um sistema político que orienta os destinos de um país; é uma forma de governo. Em relação a regime econômico, a metodologia de cobrança de encargos tributários, financeiros e sociais referentes a impostos é o que se denomina de regime econômico.3 A estrutura do sistema econômico é a estrutura dos agentes econômicos de um país, ou seja, das organizações que estão atuando em seu território. Elas desenvolvem relações que podem ser: produção, consumo e acumulação. As organizações podem ser ao mesmo tempo consumidoras de insumos e produtoras de bens e serviços, possuindo, dessa forma, mais de uma relação. O conjunto de relações é mensurável e forma o Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Já a atividade econômica é aquela que ocorre na economia de um país. Ela gera a rotatividade econômica, não se valendo, necessariamente, de lucros. 2.5 Os fluxos fundamentais e a inserção dos agentes na atividade econômica O funcionamento do sistema econômico ocorre pela obtenção de fatores de produção, de recursos financeiros e sua utilização. Os fatores são parcelas de uma multiplicação ou produto. Eles influenciam no resultado final do produto. Os fluxos fundamentais incluem fatores, que por sua vez incluem: A moeda: é o equivalente geral e o elo entre as transações dos diversos agentes econômicos. Essas transações definem os principais fluxos da sociedade. 3Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Encargos>. Acesso em 1º out. 2009. 5 10 15 20 25 36 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Fluxos reais: são definidos pelos suprimentos de recursos de produção pelo seu emprego e combinação nas unidades produtivas. Fluxos monetários: referem-se aos pagamentos dos fatores de produção de um tipo e aos preços pagos pelos bens e serviços adquiridos pela sociedade. A cada fator de produção corresponde uma categoria de pagamentos: fator trabalho – recebe sua remuneração por meio dos salários; fator capital – sua remuneração se dá por meio do lucro, pagamento de aluguéis, arrendamentos, dividendos etc. Poder aquisitivo: é a massa de recursos disponíveis pelas unidades familiares, ou seja, é sua capacidade de consumo, seu poder de compra.4 Os agentes que se inserem na atividade econômica estão sujeitos aos diversos fatores e fluxos que compõem os fluxos fundamentais. É nesse cenário que as empresas terão que trabalhar, prosperar, sobreviver e serem sustentáveis. 2.6 A dinâmica do mercado e seus impactos nas organizações A dinâmica do mercado significa a forma como ele funciona, ou seja, como as coisas acontecem e evoluem nesse mercado. Por exemplo, no mercado de trabalho, algumas profissões, devido à necessidade e escassez de profissionais, podem aumentar temporariamente o salário, esse é o caso recente da profissão de tecnólogo de soldagem: enquanto houver a escassez de profissionais aliada à necessidade dos mesmos, o salário deles sobe. 4Disponível em <http://www.cursosnocd.com.br/economia/fluxos- fundamentais.htm>. Acesso em 15 dez. 2009. 5 10 15 20 25 37 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Já na dinâmica do mercado, surgem também algumas profissões novas, como a de designers instrucionais para cursos de EaD, de tutores etc. As empresas estão inseridas no contexto local, no mercado e na época em que atuam. Como existe a atuação das forças existentes no mercado – governos, concorrência, sindicatos, mudança de gosto dos consumidores etc. –, é preciso que as empresas que desejam sobreviver estejam sondando o mercado, buscando identificar suas tendências, de modo a ir ao encontro delas para tentar satisfazê-las. Dessa forma, além de garantir sustentabilidade, ainda poderão expandir suas atividades, lucrar e prosperar. Organizações lentas, que não conseguem identificar e acompanhar as alterações que estão ocorrendo, podem sucumbir diante das ameaças e dificuldades. As empresas, por meio de seus dirigentes e colaboradores, têm que aprender a lidar com a dinâmica dos mercados para obterem sucesso em suas atividades. 2.7 Determinação dos preços e de quantidades em mercados concentrados e não concentrados Segundo Stiglitz e Walsh (2003,p. 55), “os preços são a forma pela qual os participantes na economia se comunicam entre si (...), o preço da mão de obra é o salário pago”. Esses autores questionam, por exemplo: “Por que um médico ganha três vezes mais que um professor universitário, embora o professor universitário possa ter sido melhor aluno nos cursos que fizeram juntos?”. 5 10 15 20 25 38 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Uma das explicações para a questão de preços pode estar relacionada com a quantidade de produtos produzidos, e a outra, com a concentração do mercado. Nesse caso, por exemplo, pode- se ter uma alta concentração em um segmento de mercado, ou seja, em um segmento de consumo concentrado, a empresa tem mais possibilidade de elevar os preços de seus produtos para obter uma maior margem de lucro, se há maior consumo. Já no caso de um mercado não concentrado e com mais concorrência, fica difícil a empresa praticar preços elevados, pois existem alternativas para os consumidores. Sob esse ponto de vista, o mercado de trabalho do médico pode ser considerado mais concentrado que o do professor universitário. 2.8 Ameaças e oportunidades para as organizações dos mercados concentrados e não concentrados e estratégias de sobrevivência relacionadas Nos mercados concentrados, as organizações não sofrem a concorrência de outras que trabalham em segmentos diferentes, por exemplo, um banco que trabalha somente com clientes de altíssimo poder aquisitivo não será concorrente de um banco popular. A figura a seguir ilustra uma imagem na qual podem ser observadas as forças internas às organizações e as forças externas. Ambiente externo Oportunidades Eficácia Eficiência Ambiente interno Ameaças mudança nas leis novos concorrentes desatualização do produto mudança no mercado greves trabalhistas etc. etc. etc. etc. etc. etc. ganhar novos mercados aumentar participação no mercado fazer novos contatos aumentar a rede de relacionamentos trabalhar com novos processos trabalhar com novos produtos remunerar melhor trabalhar com qualidade e normas novos sistemas de segurança melhorar saúde do funcionário utilizar as boas práticas do mercado consolidar resultados obtidos realizar reengenharia em processos treinamento 5 10 15 20 39 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 As forças externas incluem governos, sindicatos, fornecedores, clientes, enfim, tudo que está fora da organização e pode afetá-la por meio de ameaças ou de oportunidades. Uma organização pode obter apoio externamente por meio de alianças estratégicas. Para fazer frente às ameaças do meio ambiente externo e para se aproveitar as oportunidades que surgem nesse meio, existe a possibilidade de se trabalhar o meio ambiente interno. No meio interno, existem a eficácia e a eficiência. Estas podem ser melhoradas por meio de treinamento, uso de boas práticas, uso de normas, trabalho com qualidade, melhoria da saúde dos funcionários, melhoria da segurança, melhoria dos salários etc. Há que se considerar os casos particulares, por exemplo, ao se trabalhar com um segmento de mercado, visto que ele é exigente, e o surgimento de um concorrente pode sempre ser um risco. Por exemplo, no caso das empresas de transporte aéreo, existem as empresas antigas e as novas, as quais praticam preços menores e, eventualmente, podem levar uma boa parcela de clientes das empresas antigas quando começam a operar nos mesmos mercados. Como estratégias de sobrevivência, é preciso que as organizações conheçam seu mercado, suas necessidades e quanto podem ou querem pagar por elas, de modo que, dessa forma, poderão redimensionar seus esforços, equipamentos e recursos de forma otimizada para, assim, poderem fazer frente aos concorrentes e obter lucro e sucesso nos negócios. É preciso descobrir o que o mercado precisa, e, nesse sentido, surgem as técnicas estatísticas, as técnicas de data mining, business intelligence, gestão do conhecimento etc. 5 10 15 20 25 30 40 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Nas economias do mundo inteiro, os governos têm um papel importante. Nas economias em que o Estado é forte, este controla vários setores da economia e até atua nesses setores, como, por exemplo, indústrias, escolas, redes de televisão. Já nos países em que as empresas são mais fortes, como, por exemplo, economias neoliberais, os governos diminuem seu tamanho e deixam a iniciativa privada atuar. Nesse caso, o papel do governo é o de regulação das atividades realizadas pelos particulares. 2.9 O setor público Segundo o website da Câmara dos Deputados, o setor público é uma: Expressão que designa o conjunto de órgãos, entidades e empresas estatais pertencentes a uma determinada esfera do governo. Essa expressão é utilizada, frequentemente, como sinônimo de administração pública.5 O conceito de setor público se contrapõe ao de setor privado, que é a parte da economia de um país que não pertence ao Estado nem é controlada por ele, como as sociedades anônimas, sociedades de responsabilidade limitada, corporações, trabalhadores autônomos e fundações. A partir da Segunda Guerra Mundial, muitos governos fomentaram o setor público em detrimento do setor privado. Esse período assistiu a uma forte política de nacionalização, mas, a partir da década de 1980, essa tendência se inverteu, e os governos começaram a privatizar as suas empresas.6 5Disponível em <http://www2.camara.gov.br/glossario/s.html>. Acesso em 15 nov. 2009. 6Disponível em <http://cursoeconomia.blogspot.com/2008/01/o- que-setor-privado.html>. Acesso em 1º out. 2009. 5 10 15 20 25 41 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 Surgiram os modelos neoliberais que pregavam a diminuição do tamanho do Estado por meio da privatização das empresas estatais e que o Estado se concentrasse somente nas áreas vitais nas quais a iniciativa privada não pudesse trabalhar. No Brasil, um país em desenvolvimento, a intervenção dos governos na economia é muito grande. Na área do ensino, existem universidades federais, estaduais e municipais, na área da saúde, há muitos hospitais do governo e, na área econômica, também há a presença estatal. No modelo econômico neoliberal, o governo deveria deixar as empresas privadas trabalharem na telefonia, na administração das rodovias, no setor de produção em geral, nas escolas etc., e o governo criaria agências para fiscalizar e controlar o serviço das empresas privadas que ganhassem a concorrência para administrar os serviços. A ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações – faria o papel de regulação das empresas de telecomunicações, por exemplo. O debate em relação ao que e quanto o Estado deve interferir na economia é antigo. Por exemplo, no caso da telefonia: se o Estado tomasse conta das redes telefônicas, podíamos ter faltade telefones e ainda estarmos atrasados muitos anos na questão das telecomunicações, haja vista os países do bloco comunista que acabaram aderindo a uma abertura ao capitalismo mundial, pedindo o investimento deste em infraestrutura para seus países. Como contraponto ao modelo neoliberal, existe o fato de que as empresas privadas, geralmente, não se preocupam com as minorias ou as pessoas que foram excluídas do modelo neoliberal e que, portanto, vão ficar à margem da sociedade. Esse é o caso dos idosos e das pessoas com necessidades especiais. Para que não ocorra um “massacre” dessas pessoas, 5 10 15 20 25 30 42 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 os governos impõem leis que obrigam as empresas a contratar essas pessoas, da mesma forma que impõe cotas para negros e índios nas universidades públicas, de modo a tornar o sistema capitalista menos selvagem. 2.10 Formas de ação econômica e razões da expansão das atividades públicas O Estado pode agir na economia para fazer com que a ela caminhe no sentido e na direção que se deseja. Entre as formas de ação econômica do Estado, estão: • investimentos em infraestrutura de estradas; • investimentos em eletrificação; • mudança da política monetária; • alteração da taxa cambial; • concessão de incentivos para investimentos em áreas carentes etc. Note que essa lista não para por aí, é interessante que se pense sobre algumas das ações econômicas e sobre como elas podem afetar sua vida ou a vida das pessoas em geral. Em áreas nas quais o investimento é muito grande e o retorno é lento, nem sempre as empresas privadas realizam investimentos. Nesse caso, o investimento realizado pelo Estado torna-se necessário. Isso ocorreu na criação das grandes siderúrgicas brasileiras de aços planos, que inicialmente eram estatais (USIMINAS, COSIPA, CSN etc.) e posteriormente, quando já geravam bons lucros, foram privatizadas. 5 10 15 20 43 ECONOMIA E MERCADO Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 As usinas siderúrgicas são grandes empreendimentos nas quais trabalharam milhares de funcionários em diversas áreas: produção, manutenção, transporte, área administrativa etc. Outras empresas nacionais que surgiram como estatais e que, posteriormente, foram privatizadas foram a Cia. Vale do Rio Doce, Embratel e Telesp. A Vale do Rio Doce está entre as maiores empresas mineradoras do mundo. Mas um aspecto interessante é que, em princípio, os governos investem ou deveriam investir em pesquisa e em áreas sociais nas quais a maioria das empresas particulares não têm interesse, pelo fato de o retorno ser duvidoso, demorado e, às vezes, nem existir. Em nosso país, muito da atividade econômica se deve a investimentos dos governos, que, ao injetar recursos na construção de metrôs, de estradas, de hidrelétricas, em investimentos sociais, em universidades, em pesquisa e outras obras, acabam fomentando a atividade econômica. 2.11 O papel regulador do Estado na atividade econômica e seus impactos sobre as organizações Quando o Estado não investe, mas oferece a concessão para que as empresas particulares realizem a exploração de um serviço ou os investimentos, nos casos da telefonia, das rodovias privatizadas e do ensino, o Estado permite que os particulares realizem a atividade econômica, porém ele exerce o papel regulador. O Estado regulador é bem característico das economias neoliberais. 5 10 15 20 25 44 Unidade II Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 3/ 12 /0 9 // 2 º R ev is ão : T at ia ne - C or re çã o: M ár ci o - 05 /0 1/ 10 No caso da educação, o Ministério da Educação fiscaliza e avalia as instituições de ensino superior por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anízio Teixeira – INEP. Cabe a esse órgão realizar os provões do ENADE, avaliar as instituições e receber a autoavaliação das instituições, que é realizada pelas Comissões Próprias de Avaliação (CPA) das instituições. No caso das telecomunicações, sua regulação é realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL –, para as empresas produtoras de energia, existe a ANEEL etc. As rodovias privatizadas têm que atender às exigências contratuais dos governos para continuarem trabalhando sem ocorrer a quebra de contrato. As organizações têm que se adaptar às exigências dos órgãos reguladores estatais e, caso estejam com falhas, normalmente, recebem um período para regularizar sua situação. Se não o fizerem, podem perder a concessão de exploração do serviço. Quando existe uma regulação efetiva e bem realizada, quem lucra é a sociedade que passa a ter serviços de melhor qualidade. Há, porém, questões que ficam sem solução. As empresas buscam lucros e muitas vezes não se preocupam com os outros aspectos relacionados à sociedade, como, por exemplo, a poluição, a preocupação com as minorias, com as pessoas portadoras de necessidades especiais e também a preocupação com os idosos. Nesse sentido, é preciso sempre a presença do Estado, que, sendo consciente, terá essas preocupações ou fará a regulação para que se garantam os direitos sociais das pessoas. Caso contrário, podem ocorrer apenas o crescimento e o lucro das empresas sem uma preocupação maior com a sociedade. 5 10 15 20 25
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