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Fundamentos de Psicologia Unidade I

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DIREITO – FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA 
 
UNIDADE 1 
 
A pergunta “o que é Psicologia” sempre tem diversas respostas: “é o estudo da 
mente”, “a ciência do comportamento”, “o estudo do homem e suas relações sociais”, “o estudo 
da personalidade” e por aí vai. Todas podem ser consideradas corretas, dependendo do ponto 
de vista. 
Até o século XIX, a Psicologia era uma área da Filosofia, entendida como “o estudo 
da alma”, com um sentido metafísico, ou seja, algo que não poderia ser experimentado com os 
sentidos. Essa visão espiritualista e religiosa só começou a ser abandonada quando o médico e 
filósofo alemão Wilhelm Wundt (1832-1926) criou, em 1875, o primeiro Laboratório de 
Experimentos em Psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha. Considerado por isso o pai da 
Psicologia Moderna, estudava cientificamente fenômenos como a sensação, percepção e os 
sentimentos. Todos esses seriam elementos da mente. A partir de então, surgiram diversas 
correntes, frequentemente divergentes e muitas vezes até conflitantes, dentro dessa ciência. 
Como explicam Bock, Furtado e Teixeira (2008), A Psicologia tem uma história 
muito recente. Apesar de certas especulações psicológicas remontarem aos filósofos gregos da 
antiguidade, foi apenas no século XIX que ela se firmou como um campo de saber 
independente. O próprio termo “psicologia” tem origem grega e sua tradução mais literal seria 
o “estudo da alma” ou a “ciência da alma”. 
Os autores também ressaltam que o conhecimento científico não é o único possível. 
Para entender o mundo, usamos da sabedoria adquirida pela experiência (nossa ou dos outros), 
nos apropriamos de ensinamentos religiosos, filosóficos ou até artísticos. 
As características da ciência como a conhecemos hoje surgiram com o Iluminismo, 
no séc. XVIII, numa tentativa de refutar as explicações religiosas para os fenômenos naturais. 
Assim, o conhecimento científico deve ter um objeto específico, utilizar uma linguagem 
rigorosa, métodos e técnicas de pesquisa específicos, ser passível de refutação e, acima de tudo, 
buscar a objetividade. 
O problema maior que se coloca para as ditas ciências humanas (Psicologia, 
Sociologia, Antropologia etc.) é justamente a dificuldade em se atingir tal objetividade, uma 
vez que o pesquisador se confunde com o objeto: ambos são seres humanos. Quem primeiro 
tentou superar esse obstáculo e aplicar o método das ciências naturais para estudar os 
fenômenos humanos foi Augusto Comte, com o Positivismo, que ainda hoje influencia 
correntes da Psicologia como o Behaviorismo, mas que tem sofrido severas contestações desde 
meados do séc. XX. 
Dentre as diversas abordagens teóricas e metodológicas existentes na Psicologia, 
destacamos: a Psicanálise, cujo objeto de estudo é o inconsciente e suas manifestações; o 
Behaviorismo ou Comportamentalismo, linha mais científica e de forte influência positivista, 
que busca estudar o comportamento observável, a fim de prevê-lo e controlá-lo. Outra corrente 
é a Humanista, que engloba as Teorias da Consciência, como o Existencialismo e a 
Fenomenologia, todas embasadas em correntes filosóficas de autores como Jean-Paul Sartre, 
Martin Heidegger e Edmund Husserl. 
Nessa disciplina, a visão de homem e o referencial teórico utilizados serão os da 
Psicologia Sócio-Histórica, cujo referencial teórico e metodológico é o Materialismo Histórico 
Dialético e o objeto de estudo é a subjetividade, entendida a partir das singularidades e das 
mútuas influências construídas a partir das relações sociais. O que não significa que não 
falaremos de temas e teorias de outras abordagens, mas entendemos que uma compreensão de 
ser humano a partir da sua subjetividade é bastante abrangente para dar conta dos fenômenos 
que serão estudados. 
 
Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as visíveis 
(nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque 
somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) — é o homem-corpo, 
homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo 
subjetividade. A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós 
vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências 
da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, 
e nos iguala, de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem são 
experienciados no campo comum da objetividade social. Esta síntese — a 
subjetividade — é o mundo de idéias, significados e emoções construído internamente 
pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição 
biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. [...] 
Entretanto, a síntese que a subjetividade representa não é inata ao indivíduo. Ele a 
constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso 
ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, é ativo na sua construção. 
Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e transforma a si 
próprio (BOCK, TEIXEIRA, FURTADO, 2008, p. 22-23). 
 
Existem vários campos de pesquisa em Psicologia, como a Saúde, o Esporte, o 
Trânsito, a Aprendizagem, as Psicopatologias, o Trabalho, o Direito, dentre outros. Todos 
podem e são estudados a partir de diferentes visões de homem e de mundo (os referenciais 
citados) e possibilitam a atuação do Psicólogo em diversas áreas, como as empresas (Psicólogo 
Organizacional e do Trabalho), as escolas (Psicólogo Escolar), as instituições de saúde 
(Psicólogo Hospitalar), esportivas (Psicólogo do Esporte), órgãos judiciais (Psicólogo Jurídico) 
e a psicoterapia (Psicólogo Clínico). Assim, por exemplo, pode haver um Psicólogo Hospitalar 
que utilize uma abordagem psicanalítica e um Psicólogo Escolar com um referencial humanista, 
ou vice-versa. 
 
REFERÊNCIA 
 
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo 
da psicologia. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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