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Direito Constitucional I: CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO = A Constituição é um sistema aberto de princípios e regras, permeável a valores suprapositivos (direitos naturais, intrínsecos/inerentes à natureza humana, não expressos em nenhuma norma escrita), calcados na ideia de justiça e de realização dos direitos fundamentais. FUNÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL = Salvaguardar os direitos fundamentais e limitar o poder do Estado (poder legislativo, judiciário e executivo). A DIVISÃO DOS PODERES: Legislativo: Criação das leis. O legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, o qual é composto pela Câmara dos Deputados (representantes do povo, eleitos por voto proporcional, de acordo com a população de cada Estado.) e pelo Senado Federal (são eleitos por voto direto, mas majoritário, e não proporcional. Ou seja, cada Estado tem três senadores, igualmente. Eles representam a unidade federativa, e não a população daquela unidade.). Executivo: Execução das leis. O poder executivo no Brasil, é composto pelo Presidente da República (atualmente Michel Temer.), pelos governadores no âmbito estadual e pelos prefeitos no âmbito municipal. Ou seja, o poder executivo é escolhido pelo povo. Judiciário: Fiscalização do cumprimento das leis. (Supremo Tribunal Federal.). O Estado é uma comunidade política. Democracia formal: É a democracia escrita, positivada; Democracia material: É a democracia dada pela prática (não existe). FORMAS DE GOVERNO = Existem duas principais formas de governo: a república e a monarquia, sendo que dentro destes modos, ainda existem os SISTEMAS DE GOVERNO = que podem ser: o Parlamentarismo, o Presidencialismo, o Constitucionalismo ou o Absolutismo. A constituição tem aplicabilidade direta e imediata, especialmente no que à proteção e promoção dos direitos fundamentais (postulação de direitos e fundamentação de decisões judiciais). A constituição funciona como parâmetro de validade de todas as demais normas jurídicas do sistema, as quais não deverão ser aplicadas quando incompatíveis com a constituição. Os valores e fins previstos na constituição devem orientar o aplicador do direito no momento de determinar o sentido das normas infraconstitucionais (norma, preceito, regramento, regulamento e lei que estão hierarquicamente abaixo da Constituição Federal). SUPREMACIA CONSTITUCIONAL: Nenhum ato jurídico subsiste sem compatibilidade com a constituição. Deve ser interpretado a partir/conforme a CF/88. VALORAÇÕES ESPECÍFICAS: Exemplo: Dignidade da pessoa humana. Só é estabelecida no caso concreto. DENSIFICAÇÃO DE CONCEITOS: Exemplo: Interesse público. Diferença entre as espécies normativas (princípios e regras): Normas: Com relação às normas, são descritivas de comportamento, havendo menor grau de ingerência do intérprete na atribuição de sentido aos seus termos e na identificação de suas hipóteses de aplicação das referidas espécies normativas. Regras: As regras são comandos objetivos, prescrições que expressam diretamente um preceito, uma proibição ou uma permissão. É aplicado na modalidade (tudo ou nada), ocorrendo o fato descrito em seu relato a regra deverá incidir, produzindo o efeito previsto (subsunção). O principal valor subjacente às regras é a segurança jurídica. Princípios: Os Princípios são decisões políticas fundamentais, valores a serem observados devido a sua dimensão ética e fins públicos. Também apontam para Estados ideais, sem que o relato da norma descreva de maneira objetiva a conduta a ser seguida. Os princípios ainda, deixarão o intérprete a PONDERAÇÃO, na medida em que são mandados de otimização e assim devem ser realizados na maior intensidade possível a luz dos elementos jurídicos e fáticos presente na hipótese. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: Eficácia Plena: São aquelas normas que desde a entrada em vigor da Constituição já estão aptas a produzir eficácia. (APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL). Eficácia Contida: São dotadas de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral (o legislador pode restringir a sua eficácia). (APLICABILIDADE IMEDIATA). Eficácia Limitada: Tem a sua aplicabilidade indireta, mediata e diferida (postergada, pois somente a partir de uma norma posterior poderão produzir eficácia). (APLICABILIDADE DIFERIDA). -> Princípio Programático: são as que traçam programas (diretrizes) que devem ser buscados e alcançados pelo poder público. São exemplos a realização da justiça social, valorização do trabalho, amparo à família, combate ao analfabetismo, etc. -> Princípio Institutivo: são aquelas em que o legislador traça em linhas gerais o seu conteúdo normativo e refere que a lei irá estabelecer posteriormente as regras para que ocorra a sua aplicabilidade. Assim, é preciso dizer que a diferença principal entre as normas constitucionais de eficácia contida e as de eficácia contida é que a primeira produz efeitos desde logo (direta e imediatamente), podendo, entretanto, ser restringidas. A segunda eficácia limitada, só pode produzir efeitos a partir da interferência do legislador ordinário, ou seja, necessitam ser “regulamentadas”. Veja dicas para diferenciar as “contidas” nas “limitadas”: 1) Em regra, sempre que houver expressões como “salvo disposição em lei” será norma de eficácia contida. 2) Em regra, sempre que tiver expressões como “a lei disporá” será norma de eficácia limitada. 3) Enquanto não houver lei a disciplinar norma de eficácia contida, esta poderá ocorrer de forma plena. Na norma de eficácia limitada ocorre o contrário, pois é impossível o seu exercício enquanto não houver a sua regulamentação. Direitos Fundamentais: Direitos de primeira dimensão ou liberdade individual (negativa): É quando o Estado não tem o direito de interferir. É individual (relações privadas) e normativista (regrado). São direitos imprescritíveis (não se perdem com o tempo), indivisíveis (não são analisados de maneira separada), inalienáveis (não podem ser vendidos nem doados) e indisponíveis (importa não somente a uma pessoa, mas sim a uma coletividade). Art. 5° da CF. Direitos de segunda dimensão ou liberdade positiva (sociais): São os direitos econômicos, sociais e culturais. Exigem a atuação do estado, tendo em vista que são de titularidade coletiva. Direito de terceira dimensão ou direitos coletivos e difusos: Emergiram após Segunda Guerra Mundial e são ligados a valores de fraternidade e solidariedade, relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. São direitos transindividuais (natureza coletiva). CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: (INCONSTITUCIONALIDADE): A inconstitucionalidade de uma norma pode ser aferida com base em diferentes elementos e critérios, incluindo o momento em que ela se verifica, o tipo de atuação estatal que a ocasionou, o procedimento de elaboração e o conteúdo da norma, etc. Espécies de Inconstitucionalidade: a) Formal: Haverá inconstitucionalidade formalse determinada espécie normativa for produzida sem a observância do processo legislativo próprio. b) Material: A inconstitucionalidade material expressa uma incompatibilidade de conteúdo entre a lei ou ato normativo e a Constituição. Confronto com uma regra constitucional. Por ação: Faz projeto de lei que fere a Constituição Federal. Por omissão: Deixa de fazer uma lei, ferindo a Constituição Federal. Modalidade de Controle: A doutrina costuma identificar três grandes modelos de controle de constitucionalidade no Constitucionalismo Moderno: o Americano, o Austríaco e o Francês. -> Sistematização das característica dos modelos de controle levando em conta os aspectos subjetivos, objetivos e processuais: AMERICANO, AUSTRÍACO E FRANCÊS: Quanto à natureza do Órgão de Controle: a) Controle Político: O exercício da fiscalização de constitucionalidade por órgão que tenha essa natureza, normalmente ligado de modo direto ao parlamento. Costuma ser associado à experiência constitucional francesa. b) Controle Judicial: Se a Constituição é a lei suprema, qualquer lei com ela incompatível é nula. NO BRASIL, VIGORA O CONTROLE JUDICIAL, em um sistema eclético que combina elementos do modelo americano e do europeu continental. Quanto ao Momento do Exercício de Controle: a) Controle Preventivo: Controle prévio ou preventivo, é aquele que se realiza anteriormente a conversão de um projeto de lei em lei que visa a impedir que um ato inconstitucional entre em vigor. No Brasil, há oportunidade para controle prévio, de natureza política, desempenhado pelo poder legislativo e o poder executivo. b) Controle Repressivo: Sucessivo ou à posteriori, é aquele que realizado quando a lei já está em vigor e é destinado a paralisar a sua eficácia. No Brasil, é regra que este controle seja desempenhado pelo poder judiciário através de poder diversos. O controle judicial no Brasil, poderá ser difuso ou concentrado. Quanto ao Órgão Judicial que exerce o controle: a) Controle Difuso: Do ponto de vista subjetivo ou orgânico, o controle judicial de constitucionalidade poderá ser, primeiramente, difuso. TODO JUIZ PODE FAZER. O controle difuso é quando é permitido a todo/qualquer juiz e tribunal o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma, e por consequência, a não aplicação ao caso concreto levado ao conhecimento da corte. É adotado no Brasil desde a primeira constituição republicana e subsiste até hoje. b) Controle Concentrado: No sistema concentrado, o controle de constitucionalidade é exercido por um único órgão ou número limitado de órgãos criados especificamente para este fim ou tendo como função principal essa atividade. É adotado no sistema austríaco e europeu. Quanto à forma ou modo de controle judicial: a) Controle por via incidental: É a fiscalização constitucional desempenhada por juízes e tribunais na apreciação de casos concretos submetidos à sua jurisdição (poder de um Estado, através de sua soberania, para efetuar edição das leis e ministrar a justiça). b) Controle por via principal ou ação direta: Trata-se do controle exercido fora de um caso concreto independente de uma disputa entre partes, tendo por objeto a discussão acerca da validade da lei em si. Controle Concentrado de Constitucionalidade: a) Ação direta de inconstitucionalidade (ADI): ADI ou ato normativo, também conhecidos como ação genérica, foi introduzida no direito brasileiro pela emenda constitucional n°16/1965, à CF/46. É uma verdadeira ação, no sentido de que os legitimados ativos provocam, direta e efetivamente, o exercício da jurisdição constitucional. A ADI é o instrumento destinado à declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, utilizando como parâmetro de controle, exclusivamente, à Constituição vigente. As decisões proferidas em ADI são de eficácia ex tunc (desde o início do processo que lhe deu origem), erga omnes (que tem efeito ou vale para todos) e efeito vinculante para todo o poder judiciário. b) Ação declaratória de constitucionalidade (ADC): A ADC é um instrumento destinado a declaração da constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Assim como na ADI, o parâmetro de controle da ADC é, exclusivamente, a Constituição vigente. O cabimento da ADC pressupõe a existência de situação hábil a afetar a presunção de constitucionalidade da lei, não se afigurando admissível a propositura de uma ADC se não houver controvérsia ou dúvida relevante quanto à legitimidade da norma. Também tem a eficácia ex tunc. c) Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO): A ADO é um instrumento destinado à aferição da inconstitucionalidade da omissão dos órgãos competentes na concretização de determinada norma constitucional, sejam eles órgãos federais ou estaduais, seja a sua atividade legislativa, desde que possa, de alguma maneira, afetar a efetividade da constituição. O parâmetro de controle é a Constituição vigente. d) Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF): É um típico instrumento do modelo concentrado de controle de constitucionalidade, tanto pode dar ensejo à impugnação ou questionamento direto de lei ou ato normativo, como pode acarretar uma provocação a partir de situações concretas, que levam a impugnação de lei ou ato normativo. Também, há de se cogitar de uma legitimação para agir in concreto, que se relaciona com a existência de controvérsia judicial ou jurídica relativa à constitucionalidade da lei ou à legitimidade da lei. Organização Político-Administrativa: CF/88 -> Forma de Estado > Federalismo > União de Estados baseados em uma CF. DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA = Autonomia recíproca (União cede aos Estados determinadas matérias para legislar) da União e dos Estados > Abandono do Estado de certas competências administrativas, legislativas e tributárias. a) União: -> Detentora do exercício da soberania do Estado brasileiro; -> Entidade federativa autônoma em relação aos Estados membros e municípios; -> Pessoa jurídica de direito público interno. Diferente de ESTADO FEDERAL, o qual representa a pessoa jurídica de direito internacional, ou seja, o conjunto da União, estados-membros, Distrito Federal e municípios; -> Art. 20° da CF/88 explicita quais são os bens da União. b) Estados-Membros: -> Auto-organização e normatização própria - exercício do poder constituinte derivado, materializado nas constituições estaduais e legislações estaduais; -> Autogoverno - É o próprio povo do Estado quem escolhe diretamente seus representados no poderes legislativo e executivo locais, sem ingerência da União; -> Autoadministração - Os Estados-membros se auto administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente. c) Municípios: -> Entidade federativa essencial na organização político-administrativa com plena autonomia; -> auto-organização/normatização própria - Lei orgânica municipal mais lei municipais; -> Autogoverno - Eleição direta de prefeitos e vereadores, sem ingerência dos entes Federais e Estaduais; ->Autoadministração - Exercício de competências administrativas, tributárias e legislativas. d) Distrito Federal: -> Ente federativo autônomo (governo, normatização própria e administração); -> Não é Estado-membro, nem município porém utiliza as competências legislativas e tributários de ambos. e) Territórios: Integram a União e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem, serão regulados em lei complementar. São simples descentralização administrativas-territoriais da própria União. ____________||______________ CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO: Conteúdo da Constituição (Formal/Material): Material: Conjunto de regras, podendo ser escritas ou não, que definem a estrutura das relações de poder de um país e o sistema de garantias dos seus cidadãos. Formal: É a constituição escrita, é o conjunto de normas reunidas em um documento denominado Constituição e é elaborado pelo poder Constituinte Originário ou de Fato. Formas da Constituição (Escritas/Não escritas): Escritas: Codificada em um documento escrito. Não escritas ou costumeira: Conjunto de leis, costumes e jurisprudência esparsos no tempo. Exemplo: Constituição Inglesa (A Inglaterra não possui Constituição). Elaboração da Constituição (Dogmáticas/Históricas): Dogmáticas: Se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias incontestáveis existentes no momento de sua elaboração. Históricas: Se origina através de uma evolução de ideias no tempo, produto dos usos e costumes de determinada sociedade, baseada na tradição de um povo Origem da Constituição (Promulgadas/Outorgadas): Promulgadas: São democráticas ou populares. Através do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, que são eleitos pelo povo para esta finalidade. (CF: 1891, 1934, 1946 e 1988) Outorgadas: São elaboradas sem a participação do povo (sem que votem em algum representante). É elaborada por um governante por meio de imposição do poder da época. Estabilidade da Constituição (Imutáveis/Rígidas/Flexíveis/Semiflexível): Imutáveis: Não há possibilidade de alteração Rígidas: São constituições escritas que poderão ser alteradas por um processo legislativo solene e dificultoso. Flexíveis: Em regra, não são escritas, mas poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário. Semiflexível: Algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário enquanto outras apenas por processo legislativo especial e dificultoso. Extensão e Finalidade da Constituição (Sintéticas/Analítcias): Sintéticas: Possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Analíticas: Possuem grande quantidade de artigos, regulamentam todos os assuntos que sejam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. A CF/88 É FORMAL, ESCRITA, LEGAL, PROMULGADA, RÍGIDA E ANALÍTICA. _____________||_____________ Normas Constitucionais (CAIU NA QUESTÃO DA G1, SÃO AS CORRETAS): a) No que concerne à posição no sistema, desfrutam de superioridade jurídica em relação às demais normas. b) Devido à natureza da linguagem (constitucional), há uma transferência para o intérprete da tarefa de criação do direito. c) A abertura do texto constitucional possibilita a atualização de sentido da constituição. d) Supremacia Constitucional significa que nenhum ato subsiste sem compatibilidade com a Constituição. Questões da prova G1: 1) Alternativa correta acerca do Poder Constituinte: d) O poder constituinte Contemporâneo é a Constituição pela via do tratado internacional (União Europeia). 2) Assinale a alternativa correta: Em relação à eficácia das normas constitucionais (aptidão para produzir efeitos jurídicos), algumas normas receberam do constituinte, normatividade suficiente à sua incidência imediata e independem de providência normativa ulterior para sua aplicação. São referidas como: a) Normas Constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata. 3) Assinale a alternativa correta: 1 – Liberdades negativas e 2 – Liberdades positivas, correspondem respectivamente aos: c) 1, direitos fundamentais. 2, direitos fundamentais sociais. 4) Assinale a INCORRETA: a) No que concerne à posição no sistema, desfrutam de superioridade jurídica em relação às demais normas. b) Devido à natureza da linguagem (constitucional), há uma transferência para o intérprete da tarefa de criação do direito. c) A abertura do texto constitucional possibilita a atualização de sentido da constituição. d) A incorporação de novos valores está vedada à constituição 1988, na medida em que possui apenas um regramento fechado. (incorreta, pois a Constituição é uma carta aberta). e) Supremacia Constitucional significa que nenhum ato subsiste sem compatibilidade com a Constituição. 5) Segundo as classificações das constituições, assinale a opção que descreve a CF/88: c) Formal, escrita, promulgada, rígida e analítica. 6) Em relação ao conteúdo das normas constitucionais, assinale a alternativa que dispões às espécies presentes na CF/88: c) Normas de organização e normas de conduta. 7) Descreva as três principais diferenças entre Princípios e Regras, conforme os critérios abordados em aula: Os princípios são diretrizes gerais do ordenamento jurídico, servem para fundamentar e interpretar as demais normas. São originados nos aspectos políticos, econômicos e sociais vivenciados na sociedade, bem como as demais fontes do ordenamento. Já as regras, são prescrições específicas que disciplinam determinadas situações “no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível”. As duas espécies são cogentes, as regras se esgotam em si mesmas, ou seja, já apontam o que se pode e o que não pode. Os princípios são mandamentos de otimização que servem para ordenar o cumprimento de algo na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e fáticas de cada caso concreto. É válido afirmar, que o principal valor subjacente às regras é a segurança jurídica enquanto que no que tange o princípio é a justiça; uma ordem democrática deve apresentar um equilíbrio necessário entre os dois. 8) Indique e relacione as duas principais funções do Direito Constitucional: As duas funções do Direito Constitucional são: Salvaguardar os direitos fundamentais e limitar o poder do Estado. A limitação do poder do Estado consiste na separação dos poderes, através de sua estrutura (executivo, legislativo e judiciário). Com isto, há a salvaguarda dos direitos fundamentais que são as garantias coletivas e individuais de todos os cidadãos. A relação que existe entre estes dois aspectos é que ao limitar o poder do Estado, por meio da divisão dos poderes e da não concentração do poder nas mãos de um órgão ou pessoa, automaticamente, dar-se-á a proteção dos direitos individuais dos cidadãos. Ora, a cada espécie normativa elaborada pelo Estado há uma restrição na liberdade individual das pessoas. Desse modo, resta clara a relação entre as referidas funções do direito Constitucional. 9) Descreva o controle de constitucionalidade no Brasil, apontando os tipos de ações de um de seus modelos. Ocontrole de constitucionalidade tem por base a Constituição Federal, lei fundamental do Estado e é relacionado à sua supremacia e rigidez. Também pode ocorrer em diversos momentos e ser exercida por diferentes órgãos. No âmbito da norma, a inconstitucionalidade pode ser formal quando a lei ou o ato normativo for elaborado por instância incompetente ou sem o conjunto de regras que necessita. Como a Constituição é o topo do nosso ordenamento jurídico, todas as leis/atos normativos que forem feitos em desacordo com a Constituição, será dado como inconstitucionalidade. Ainda na reflexão do controle de constitucionalidade, é possível afirmar que existem o Controle de Constitucionalidade Preventivo e Controle de Constitucionalidade Repressivo. Podemos usar como exemplo o controle repressivo, que diz respeito ao que antecede a vigência da lei, tem o objetivo de expulsar do ordenamento jurídico aquela norma acabada, incompatível com as disposições previstas na carta magna. Enquanto o controle preventivo ocorre para evitar que um ato normativo atentatório à Constituição ingresse no mundo jurídico e comece a produzir efeitos. É realizado durante o processo legislativo, ou seja, antes do ato normativo ingressar no ordenamento jurídico.
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