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Libertarianismo é uma doutrina filosófica a qual defende as ideias de que não é legítimo iniciar agressão contra não agressores , sendo que agressão é definida como violação de propriedade privada . Essas ideias são justificadas, através do método único de justificação, que é a argumentação, e podem ser reconhecidas como verdades dadas a priori. A Ética Libertária estabelece o direito de propriedade privada de cada indivíduo, e essa Ética deve ser seguida por todo indivíduo que justifica as suas ações de maneira racional, visto que é impossível justificar uma ação que viole o direito de propriedade privada sem que se caia em contradição performativa. É necessário perceber que libertário é o indivíduo que segue e defende a Ética Libertária porque percebe que ela é correta, justa, válida, racionalmente defensável , e não porque ela é a mais útil , ou que trará maior conforto às pessoas. Mesmo em uma realidade hipotética onde o seguimento da Ética Libertária nos levasse para um estado de pobreza, ainda assim o libertário a defenderia. Uma feliz coincidência é que o seguimento da Ética Libertária nos leva para o sistema econômico mais profícuo possível. Se em uma sociedade prevalecer o respeito à Ética Libertária, de forma que a maioria dos indivíduos sejam libertários, então podemos dizer que essa sociedade é libertária, e o sistema econômico que exsurge de uma sociedade libertária é o anarcocapitalismo. Anarcocapitalismo é o sistema econômico onde prevalece interações (ações) compatíveis com a propriedade privada . Como consequência disso, o que passa a existir é o livre mercado. O livre mercado é caracterizado pela voluntariedade em todas as possíveis interações entre os indivíduos, e qualquer ação não-voluntária entre indivíduos pode ser vista como uma ação fora do mercado. Além disso, todo indivíduo é livre para produzir qualquer coisa que quiser, desde que isso não caracterize violação de propriedade privada. Esse sistema é o que possibilita os maiores níveis de produção, e, portanto, é o que fornece a maior possibilidade de enriquecimento para os indivíduos. Como, nesse sistema, não existem interferências do Estado na economia (interferências sistemáticas e legitimadas pelo próprio estado), e existem pequenas interferências de ações fora do mercado, como roubos, furtos e etc (interferências não sistemáticas e que são vistas como ilegítimas), temos então que os preços são calculados da maneira mais fidedigna possível, porque o preço emana da oferta e demanda, que emana da propriedade privada. Por conseguinte, temos que a informação vinculada ao preço reflete mais a realidade, e os indivíduos podem investir, poupar, produzir, comprar, vender, trocar, etc, com maior chance de acertar (lucrar). Mais do que isso, como nesse sistema não existe regulação (excluindo-se aqui a regulação que surge do direito de propriedade privada), e cada indivíduo é livre para Diferença entre Libertarianismo e Anarcocapitalismo Por Vinícius Scheffel competir no ramo que bem entender, então o que existiria é um nível altíssimo de competição entre empresas (indivíduos). Com um nível tão alto de competição, os indivíduos precisariam procurar diminuir o custo e aumentar a qualidade do seu produto para se manterem no mercado. É importante lembrar que a segurança e a justiça seriam privadas, e que estariam sob o mesmo nível alto de competição. Para concluir, podemos entender que uma sociedade que é libertária, tem como sistema econômico, necessariamente, o anarcocapitalismo, mas o contrário não é verdadeiro. Se uma sociedade fosse formada por indivíduos que no final das contas respeitam propriedade privada porque pensam que é a maneira mais fácil de enriquecer, essa sociedade seria anarcocapitalista, mas é falso afirmar que esses indivíduos são libertários. Ludwig von Mises, em sua obra-prima Ação humana , apresenta e explica todo o corpo da teoria econômica como implícita na, e deduzível da, compreensão conceitual do significado da ação (além de algumas suposições gerais e explicitamente introduzidas sobre a realidade empírica em que a ação está a ocorrer). Ele chama esse conhecimento conceitual de "axioma da ação", e ele demonstra em que sentido o significado de ação do qual sua teoria econômica estabelece, por exemplo, valores, fins, meios, escolhas, preferências, lucro, prejuízo e custo, deve ser considerado um conhecimento a priori. Ele não é derivado de impressões de sentido, mas de reflexão (um indivíduo não vê ações e sim interpreta certos fenômenos físicos como ações!). E o mais importante, não há possibilidade dele ser invalidado por qualquer experiência seja qual for, porque qualquer tentativa de fazê-lo já pressupõe a existência de ação e compreensão por parte de quem age das categorias de ação (experimentar algo é, afinal de contas, uma ação intencional!).
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