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RESUMO - APODÍCTICA E DIALÉTICA

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RESUMO – AS RAZÕES DE ARISTÓTELES 
Capítulo primeiro – Apodíctica e Dialética 
 
Na origem, quando o conhecimento era bem sistematizado, a noção de ciência para 
Aristóteles é justificada através das formas de racionalidades: a racionalidade da ciência em 
geral, a apodíctica; a racionalidade de uma ciência que não é apodíctica, que seria a própria 
filosofia, a não-apodíctica; e a racionalidade de um tipo de conhecimento que trata com a 
questão de um discurso retórico de estrutura bem organizada com fins de persuadir, no caso a 
Dialética. Essas formas vão surgir como meios indispensáveis para compreensão da verdade e 
refutação da racionalidade falaciosa. 
A ciência apodíctica era uma forma de racionalidade demonstrativa que visava 
conhecer as causas e o modo como as coisas se distinguem da maneira que são. É considerada 
por Aristóteles, a ciência no sentido mais autêntico devido ao seu alto grau de aceitação, 
sistematização e rigorosidade. Mas, não a mais elevada em relação a perspicácia. Além disso, 
é através da demonstração, sabe-se o que é e o porquê se é necessariamente verdadeiro. 
Para demonstrar a verdade, mobiliza-se o silogismo científico. Um conjunto de proposições 
dispostas de uma maneira que se permita deduzir algum conhecimento, ou seja, a partir de 
premissas universais, produzir conclusões particulares. Em geral, o silogismo é composto por 
duas premissas (maior e menor) verdadeiras e imediatas que proporcionadas a inferências, 
gera uma conclusão necessariamente verdadeira. 
As definições e as pressuposições são os dois tipos de princípios próprios, que 
demonstram as propriedades universais e necessárias do seus objetos. A primeira diz a 
respeito à essência, ou seja, o que é; e a segunda, diz a respeito à existência, ou seja, sobre a 
existência ou não existência da coisa. 
Por outro lado, os axiomas são princípios que são comuns as ciências e são admitidas 
como evidências inquestionáveis. Porém, não quer dizer que a existência dos axiomas seja 
possível construir uma ciência universal de todas as ciências, pois todas as ciências 
demonstrativas são particulares. Embora a filosofia primeira, ou metafísica, fosse a que 
chegasse mais perto desse objetivo. 
FIS – Faculdade de Integração do Sertão 
Curso: Bacharelado em Direito 
Aluna: Giovanna Brenda Lima Alves 
Turma: 2018.1 
Serra Talhada, 25 de setembro de 2018 
Disciplina: Teoria da Argumentação 
Professor: Francisco Virgulino 
Período: 2º - Noite 
Quando se trata de mostrar como se apreende os princípios, a apodíctica não se torna 
mais útil e a inteligência deve empregar como outra técnica de investigação. 
A ciência não apodíctica, ou inteligência, por sua vez, não cuida de obter conclusões, 
ela só pode cuidar daquilo que na ciência apodíctica corresponde às premissas. E como não 
aceita demonstrações, ela só pode apreender aquilo que é indemonstrável: as premissas e as 
bases de toda e qualquer demonstração. 
Em outras palavras, enquanto a ciência apodíctica tem como característica a dedução; 
na ciência não-apodíctica os princípios não são demonstrados e tem o objetivo de definir, daí 
a inteligência seria uma ideia de apreensão dos princípios sem necessariamente querer dizer se 
é verdadeiro ou não. 
É no processo de investigação que está essa possibilidade de ser verdadeiro ou não ser 
verdadeiro. Se for verdadeiro, significa que aconteceu; se não é, também não é um erro, um 
equívoco, é apenas algo que deve ser ignorado. 
Ao falar de noûs , inteligência, não se refere a definição da filosofia propriamente dita, 
mas no exercício filosófico em função das ciências particulares. Noûs não pode significar uma 
intuição, porque a mesma é imediata. Parece uma apreensão imediata, mas essa apreensão é 
isolada e particular, a partir de um processo de investigação levará consequentemente a 
definição de alguma coisa, não é como a ciência que a demonstração levará necessariamente a 
definição de alguma ciosa. 
Nesse sentido, o nôus, é uma forma de racionalidade mais elevada em alcance do 
homem, em relação a perspicácia, um processo longo e laborioso, uma verdadeira 
investigação apesar das conclusões serem verdadeiras ou falsas. 
A filosofia primeira não está voltada para objetos particulares. Seus objetivos são as 
essências gerais, seus significados e características universais. Assim, a substância deve ser 
aquilo que vai se buscar em geral e nos seus diversos aspectos. Para isso, a inteligência não 
pode se valer do instrumento da apodítica, mas pode usar a dialética, uma vez que seja 
adequada à metafísica. 
Diferente da apodítica, que se mantém na forma monológica, a dialética exige a 
participação de um ouvinte e plateia que julgue a condução correta do diálogo. A discussão 
tem início a partir de uma formulação do problema, que são feitas perguntas que podem 
encontrar contradições nas premissas de um interlocutor. Essa contradição é formada pela 
oposição entre uma afirmação e uma negação, caracterizada pelo fato de não admitir entre 
elas nenhuma possibilidade intermediaria. Como exemplo: Animal terrestre bípede é 
definição de homem ou não? 
A base da dialética não é a demonstração, é argumentação, por isso não se preocupa 
com a verdade, mas com a refutação e obtenção do consenso. A refutação é um silogismo que 
gera contradição de forma dialética. Os silogismos que empregam opiniões sobre aparências 
são chamados erísticos e são formados por sofistas que apenas imitam a dialética e não têm 
compromisso em buscar a verdade. Diferente do paralogismo que se forma a partir de 
opiniões erradas, o erístico, intencionalmente procura fazer prevalecer o falso. 
Efetivamente, o cientista pode usar a apodítica para encontrar a verdade por si mesmo, 
mas a dialética precisa da aprovação do outro para ser eficaz, podendo chegar a conclusões 
verdadeiras ou falsas, a partir de hipóteses que precisam ser aprovadas. Nesse sentido, os 
silogismos dialéticos servem para fazer uma crítica das proposições aparentemente 
verdadeiras e não têm por função instruir o outro, como é a meta da apodítica. 
Dessa forma, a dialética não é o conhecimento, nem o produz, mas um meio para se 
alcançá-lo, com inteligência. Pois revela as contradições das opiniões falsas e dos dilemas, 
quando isso é possível.

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