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FRAUDE CONTRA CREDORES direito civil

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FRAUDE CONTRA CREDORES
Abordaremos nesta etapa, assunto relevante, a FRAUDE CONTRA CREDORES nos NEGOCIOS JURIDICOS. 
Após o estudo, pesquisa e discussão, de toda teoria acerca da Fraude contra credores análise do acórdão infra citado e inteiro teor em anexo, conclui-se:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR POR SÓCIO GERENTE DE EMPRESA QUE FIGURA NO PÓLO PASSIVO DE INÚMERAS EXECUÇÕES FISCAIS. OCORRÊNCIA. POSSÍVEL FRAUDE CONTRA CREDORES. CONSTRIÇÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE. 1. Cuida a hipótese de Apelação da sentença que concluiu por julgar procedente o pedido de liberação de automóvel penhorado em execução fiscal ao fundamento de a aquisição do bem pelo ora Embargante operou-se de boa fé dada a inexistência de registro da penhora no DETRAN; 2. Observando-se que os débitos referem-se a períodos nos quais o alienante era sócio-gerente da empresa, não há como afastar de seu patrimônio a responsabilidade pelos débitos, em atendimento ao disposto no art. 135, III do CTN; 3. Ante o exposto, afigura-se desfavorável a pretensão do terceiro embargante ao pleitear a posse livre e desembaraçada do automóvel, tendo em vista as inúmeras execuções fiscais tramitando contra a Empresa Nordestina Discos e Tapes Ltda, da qual, à época do surgimento dos débitos, o Sr João Florentino Silva era responsável tributário, o que corrobora a possibilidade de fraude quando da alienação do veículo pelo referido sócio; 4. Ademais, algumas destas execuções estão suspensas, em virtude de não se ter achado bens, de modo que seria desarrazoado descurar dos poucos elementos materiais encontrados para assegurar o êxito da execução; 5. Apelação provida.
(TRF-5 , Relator: Desembargador Federal Petrucio Ferreira, Data de Julgamento: 15/05/2007, Segunda Turma)
Descrição do caso: 
1.Cuida a hipótese de Apelação da sentença que concluiu por julgar procedente o pedido de liberação de automóvel penhorado em execução fiscal ao fundamento de a aquisição do bem pelo ora Embargante operou-se de boa fé dada a inexistência de registro da penhora no DETRAN;
 2. Observando-se que os débitos referem-se a períodos nos quais o alienante era sócio-gerente da empresa, não há como afastar de seu patrimônio a responsabilidade pelos débitos, em atendimento ao disposto no art. 135, III do CTN; 
3. Ante o exposto, afigura-se desfavorável a pretensão do terceiro embargante ao pleitear a posse livre e desembaraçada do automóvel, tendo em vista as inúmeras execuções fiscais tramitando contra a Empresa Nordestina Discos e Tapes Ltda, da qual, à época do surgimento dos débitos, o Sr João Florentino Silva era responsável tributário, o que corrobora a possibilidade de fraude quando da alienação do veículo pelo referido sócio;
 4. Ademais, algumas destas execuções estão suspensas, em virtude de não se ter achado bens, de modo que seria desarrazoado descurar dos poucos elementos materiais encontrados para assegurar o êxito da execução.
Decisão de 1 grau:
concedido provimento à apelação.
Órgão julgador:
Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região
Razoes de reforma ou manutenção da decisão:
Manutenção da decisão por votação unanime da Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Opinião do grupo e fundamentação da resposta 
Fraude contra credores (artigos 158 a 165 do CC)
Atuação maliciosa do devedor, em estado de insolvência ou na iminência de assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuita ou onerosa o seu patrimônio, para afastar a possibilidade de responderem os seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão
“não conduzem a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros ou de fraudar a lei”. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil – Parte Geral, vol. I, São Paulo, Ed. Saraiva, 1997, p. 98)
Requisitos para a caracterização da fraude contra credores:
- elemento objetivo (eventus damni): prejuízo aos credores.
- elemento subjetivo (consilium fraudis / conluio): intenção de prejudicar credores.
OBS1: os requisitos acima são exigidos para os negócios jurídicos onerosos.
OBS2: para os negócios gratuitos, o artigo 158 do CC dispensa o elemento subjetivo (consilium fraudis / disposição gratuita de bens ou perdão das dívidas).
OBS3: o artigo 159 do CC estabelece uma presunção relativa (iuris tantum) do conluio (elemento subjetivo) quando a insolvência do devedor for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Ex: alienação do devedor para o irmão de um bem.
OBS4: o artigo 160 do CC dispõe sobre outra hipótese do princípio da conservação dos contratos (“se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados” / “se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real”).
OBS5: presume-se de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
 Legitimados para a propositura da ação pauliana ou ação revocatória:
- legitimados ativos
> credores quirografários
> credores com garantias reais (artigo 158, § 1º, do CC)
OBS1: somente os credores que já o eram ao tempo dos atos anuláveis praticados pelo devedor (artigo 158, § 2º, do CC). Enunciado 292 do CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil (“para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu conhecimento por decisão judicial”).
OBS2: enunciado 151 do CJF/STJ da III Jornada de Direito Civil (“o ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia real (art. 158, § 1º) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da garantia”).
OBS3: Súmula 195 do STJ: “em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores”
- legitimados passivos (artigo 161 do CC)
> devedor insolvente
> pessoa que celebrou a estipulação considerada fraudulenta
> terceiros que tenha agido de má-fé
OBS: trata-se de hipótese de litisconsórcio necessário, previsto no artigo 46 do CPC.
Concurso de credores: a insolvência resulta em concurso de credores. Conseqüências do concurso de credores:
- artigo 162 do CC: “o credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu”. Finalidade de evitar fraudes e preferências entre credores para receber seus créditos.
- artigo 165 do CC: “anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores”. “Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais mediante hipoteca, penhor ou anticrese sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada”. Existe divergência na doutrina acerca dos efeitos da ação pauliana (hipótese de anulação ou de ineficácia).
e) Prazo decadencial para ação anulatória (ação pauliana ou ação revocatória): quatro anos, contados da celebração do negócio jurídico (artigo 178, inciso II, do CC).
Distinção entre fraude contra credores e fraude à execução
O reconhecimento de fraude à execução fiscal não anula o negócio jurídico, apenas o torna ineficaz em relação ao exeqüente, permitindo que a penhora recaia sobre o bem alienado.
Neste contexto, é importante frisar que a fraude à execução é um instituto de direito processual e por isso pode ser reconhecida nos próprios autos da execução, a pedido da parte exeqüente. 
Por isso, nos próprios autos da execução, o exeqüente pode alegar que a alienação se deu em fraude à execução e requerer ao juiz a inoponibilidade do negócio para que a penhorarecaia sobre o bem alienado.
Já a fraude contra credores é um instituto de direito civil, prevista no Código Civil de 2002, com outros requisitos para ser reconhecida e dependente de ação própria para ser reconhecida, a chamada ação revocatória ou pauliana.
Outrossim, a doutrina discute sobre os efeitos da ação pauliana, pois uns entendem que seja causa de ineficácia, mas outros defendem que seja causa de anulação, com base no disposto no artigo 165 do Código Civil. 
OBS: Súmula 375 do STJ: “o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”. Visa a prestigiar a boa-fé dos terceiros.
BIBLIOGRAFIA 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Parte Geral (Sinopses Jurídicas). 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
Acórdão Fraude contra credores http://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/TRF5/IT/AC_323505_RN_1268543318150.pdf?Signature=oHMIgBBgeeVNBi1yheS98Op5zFk%3D&Expires=1434698265&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-hash=096a4357937048ac2b8ff3edebb9c1fc> acesso em 10 Jun 2015.
CÓDIGO CIVIL. Vademecum. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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