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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 1 PROCEDIMENTOS DE PROTOCOLO (PORTARIA NORMATIVA Nº 5 – MPOG) Conceitos e definições: Autuação e/ou formação de processo: é o termo que caracteriza a abertura do processo. Na formação do processo deverão ser observados os documentos cujo conteúdo esteja relacionado a ações e operações contábeis financeiras, ou requeira análises, informações, despachos e decisões de diversas unidades organizacionais de uma instituição. Correspondência: é toda espécie de comunicação escrita, que circula nos órgãos ou entidades, à exceção dos processos. Quanto à natureza: a correspondência classifica- se em interna e externa, oficial e particular, recebida e expedida. a) interna e externa A correspondência interna é mantida entre as unidades do órgão ou entidade. A correspondência externa é mantida entre os órgãos ou entidades da administração pública federal. b) oficial e particular A correspondência oficial é a espécie formal de comunicação mantida entre os órgãos ou entidades da administração pública federal ou destes para outros órgãos públicos ou empresas privadas. A correspondência particular é a espécie informal de comunicação utilizada entre autoridades ou servidores e instituições ou pessoas estranhas à administração pública federal. c) recebida e expedida A correspondência recebida é aquela de origem interna ou externa recebida pelo protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. A expedição é a remessa da correspondência interna ou externa no âmbito da administração pública federal. Desapensação: é a separação física de processos apensados. Desentranhamento de peças: é a retirada de peças de um processo, que poderá ocorrer quando houver interesse da administração ou a pedido do interessado. Desmembramento: é a separação de parte da documentação de um ou mais processos para formação de novo processo; o desmembramento de processo dependerá de autorização e instruções específicas do órgão interessado. Despacho: decisão proferida pela autoridade administrativa em caso que lhe é submetido à apreciação; o despacho pode ser favorável ou desfavorável à pretensão solicitada pelo administrador, servidor público ou não. Diligência: é o ato pelo qual um processo que, tendo deixado de atender as formalidades indispensáveis ou de cumprir alguma disposição legal, é devolvido ao órgão que assim procedeu, a fim de corrigir ou sanar as falhas apontadas. Distribuição: é a remessa do processo às unidades que decidirão sobre a matéria nele tratada. Documentos secretos: são os que requerem rigorosas medidas de segurança e cujo teor ou característica possam ser do conhecimento de servidores que, embora sem ligação íntima com seu estudo e manuseio, sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade funcional. Documentos urgentes: são os documentos cuja tramitação requer maior celeridade que a rotineira. Ex.: Pedidos de informação oriundos do Poder Executivo, do Poder Judiciário e das Casas do Congresso Nacional; mandados de segurança; licitações judiciais ou administrativas; pedidos de exoneração ou dispensa; demissão; auxílio- funeral; diárias para afastamento da Instituição; folhas de pagamento; outros que, por conveniência da Administração ou por força de lei, exijam tramitação preferencial. Documentos ostensivos: são documentos cujo acesso é irrestrito; Documentos reservados: são aqueles cujo assunto não deva ser do conhecimento do público em geral. Folha do processo: são as duas faces de uma página do processo. Juntada: é a união de um processo a outro, ou de um documento a um processo; realiza-se por anexação ou apensação. Juntada por anexação: é a união definitiva e irreversível de 01 (um) ou mais processo(s)/documento(s), a 01 (um) outro processo (considerado principal), desde que pertencentes a um mesmo interessado e que contenham o mesmo assunto. Juntada por apensação: é a união provisória de um ou mais processos a um processo mais antigo, destinada ao estudo e à uniformidade de NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 2 tratamento em matérias semelhantes, com o mesmo interessado ou não. Ex: um processo de solicitação de aposentadoria de servidor público federal, apensado ao outro referente à solicitação de revisão de percepção, constituirá um único processo, caracterizando a apensação do processo acessório ao processo principal. Numeração de peças: é a numeração atribuída às partes integrantes do processo. Página do processo: é cada uma das faces de uma folha de papel do processo. Peça do processo: é o documento que, sob diversas formas, integra o processo. Ex: folha, folha de talão de cheque, passagem aérea, brochura, termo de convênio, contrato, fita de vídeo, nota fiscal, entre outros. Procedência: a instituição que originou o documento. Processo: é o documento ou o conjunto de documentos que exige um estudo mais detalhado, bem como procedimentos expressados por despachos, pareceres técnicos, anexos ou, ainda, instruções para pagamento de despesas; assim, o documento é protocolado e autuado pelos órgãos autorizados a executar tais procedimentos. Processo acessório: é o processo que apresenta matéria indispensável à instrução do processo principal. Processo principal: é o processo que, pela natureza de sua matéria, poderá exigir a anexação de um ou mais processos como complemento à sua decisão. Protocolo central: é a unidade junto ao órgão ou entidade, encarregada dos procedimentos com relação às rotinas de recebimento e expedição de documentos. Protocolo setorial: é a unidade localizada junto aos setores específicos dos órgãos ou entidades, encarregada de dar suporte às atividades de recebimento e expedição de documentos no âmbito da área a qual se vincula; tem a finalidade de descentralizar as atividades do protocolo central. Registro: é a reprodução dos dados do documento, feita em sistema próprio, destinado a controlar a movimentação da correspondência e do processo e fornecer dados de suas características fundamentais, aos interessados. Termo de desentranhamento de peças: é uma nota utilizada para informar sobre a retirada de peça(s) de um processo; pode ser por intermédio de carimbo específico. Termo de desapensação: é uma nota utilizada para registrar a separação física de dois ou mais processos apensados; pode ser por intermédio de carimbo específico. Termo de encerramento: é uma nota utilizada para registrar o encerramento do processo; pode ser por intermédio de carimbo específico. Termo de juntada de folha ou peça: é uma nota utilizada para registrar a juntada de folha(s) ou peça(s) ao processo; pode ser por intermédio de carimbo específico. Termo de retirada de folha ou peça: é uma nota utilizada para registrar a retirada de folha(s) ou peça(s) do processo; pode ser por intermédio de carimbo específico. Termo de ressalva: é uma nota utilizada para informar que uma peça foi retirada do processo quando do ato da anexação, isto é, ao proceder à anexação foi constatada a ausência de uma peça; pode ser por intermédio de carimbo específico. Tramitação: é a movimentação do processo de uma unidade à outra, interna ou externa, através de sistema próprio. REGRAS DE ALFABETAÇÃO * Nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. Ex: Arquiva-se: Fátima Moura Elisa Sousa Santos Moura, Fátima Santos, Elisa Sousa Márcio Alves Silva Silva, Márcio Alves * Sobrenomes iguais,prevalece a ordem alfabética do prenome. Ex: Arquiva-se: Carlos Sousa Flávia Sousa Sousa, Carlos Sousa, Flávia * Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen, ou formados com as palavras Santa, Santo ou São, não se separam quando transpostos para o início. Ex: Arquiva-se: Pedro Castelo Branco Joaquim Villa-Lobos Castelo Branco, Pedro Villa-Lobos, Joaquim Rafael Santo Cristo Santo Cristo, Rafael Pedro São Paulo São Paulo, Pedro NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 3 * Iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais. Ex: Arquiva-se: C. Souza Carlos Souza Souza, C. Souza, Carlos Cláudio Souza Souza, Cláudio * Artigos e preposições tais como a, o, de, d’, da, do, e, um, uma, não são considerados. Ex: Arquiva-se: Ricardo de Almeida Renata d’ Andrade Almeida, Ricardo de Andrade, Renata d’ Luciana do Carmo Carmo, Luciana do * Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação. Quando existirem, devem ser transpostos acompanhados pelo sobrenome que os antecedem. Ex: Arquiva-se: Mário Campos Sobrinho Paulo Silva Junior Campos Sobrinho,Mário Silva Junior, Paulo * Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo, entre parênteses. Ex: Arquiva-se: Tenente Ivan Lima Professor Lucas Silva Lima, Ivan (Tenente) Silva, Lucas (Professor) * Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. Ex: Arquiva-se: George Walker Bush Peter Drucker Bush, George Walker Drucker, Peter * Os nomes espanhóis ou hispânicos são registrados pelo penúltimo sobrenome, que, tradicionalmente, corresponde ao sobrenome da família do pai. Ex: Miguel Hernandez Navarro Maria Martinez Puentes Arquiva-se: Hernandez Navarro, Miguel Martinez Puentes, Maria * Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes – são registrados como se apresentam. Ex: Arquiva-se: Osama Bin Laden Sasazaki Yonoyama Osama Bin Laden Sasazaki Yonoyama * Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos devem ser transcritos como se apresentam, não se considerando, os artigos e preposições. Os artigos iniciais são colocados entre parênteses após o nome. Ex: Arquiva-se: A Tentação Fundação Bradesco El País Fundação Bradesco País (El) Tentação (A) * Títulos de congresso, conferências, reuniões e assembleia, os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses. Ex: Quarto Congresso de Direito 5º Curso de Medicina I Encontro Nacional de Arquivos Arquiva-se: Congresso de Direito (Quarto) Curso de Medicina (5º) Encontro Nacional de Arquivos (I) CONSERVAÇÃO/PRESERVAÇÃO/ RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS Conceitos: Conservação: promoção da preservação e da restauração dos documentos. Preservação: prevenção da deterioração e danos em documentos, por meio de adequado controle ambiental e/ou tratamento físico e/ou químico. Restauração: conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 4 As principais operações de conservação são: a) alisamento: consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, expondo‐os à ação do ar com forte percentagem de umidade (90% a 95%) durante uma hora, em uma câmara de umidificação. Em seguida, são passados a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas. Caso existam documentos em estado de fragilidade, recomenda-se o emprego de prensa manual sob pressão moderada. Na falta de equipamento adequado, aconselha-se usar o ferro de engomar caseiro. b) higienização/limpeza: é a retirada, por meio de técnicas apropriadas, de objetos de metal, de poeira, e outros resíduos, com vistas à preservação. c) desinfestação: o método de combate aos insetos mais eficiente é a fumigação. O processo consiste em introduzir os documentos na câmara, onde se faz o vácuo, aplica-se o produto químico e submetem-se os documentos à ação do fumigante pelo prazo de 48 a 72 horas, aproximadamente. d) restauração: conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. Os principais métodos de restauração são: • banho de gelatina: consiste em mergulhar o documento em banho de gelatina ou cola, o que aumenta sua resistência, não prejudica a visibilidade e a flexibilidade e proporciona a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Os documentos, porém, tratados por este processo, que é manual, tornam‐se suscetíveis ao ataque dos insetos e dos fungos, além de exigir habilidade do executor. • tecido: processo de reparação em que são usadas folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de amido. A durabilidade do papel é aumentada consideravelmente, mas o emprego do amido propicia o ataque de insetos e fungos, impede o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos, além de reduzir a legibilidade e a flexibilidade. • silking: método que utiliza tecido (crepeline ou musseline de seda) de grande durabilidade, mas, devido a uso de adesivo à base de amido, afeta suas qualidades permanentes. Tanto a legibilidade quanto a flexibilidade, a reprodução e o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos são pouco prejudicados. É de difícil execução e a matéria-prima é de alto custo. • laminação: processo em que se envolve o documento, nas duas faces, com uma folha de papel de seda e outra de acetato de celulose, colocando-o numa prensa hidráulica, sob pressão média de 7 a 8 kg/cm e temperatura entre 145 a 155ºC. A durabilidade e as qualidades permanentes do papel são asseguradas sem perda da legibilidade e da flexibilidade, tornando-o imune à ação de fungos e pragas. Qualquer mancha resultante do uso pode ser removida com água e sabão. • laminação manual: utiliza a matéria-prima básica da laminação mecanizada, embora não empregue calor nem pressão, que são substituídos pela acetona. Esta ao entrar em contato com o acetato, transforma-o em camada semiplástica que, ao secar, adere ao documento, juntamente com o papel de seda. É também chamada de laminação com solvente. • encapsulação: o documento é colocado entre duas folhas de poliéster fixadas nas margens externas por fita adesiva nas duas faces; entre o documento e a fita deve haver um espaço de 3mm, deixando o documento solto dentro das duas lâminas. É considerada um dos mais modernos processos de restauração. Obs: O método ideal de restauração é aquele que aumenta a resistência do papel ao envelhecimento natural e às agressões externas do meio ambiente – mofo, pragas, gases, manuseio – sem que advenha prejuízo quanto à legibilidade e flexibilidade, e sem que aumente o volume e o peso. A passagem dos raios ultravioletas ou infravermelhos não deve ser impedida. E a matéria-prima e o equipamento utilizados devem ser de baixo custo e de fácil execução. NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 5 CONDIÇÕES ESPECIAIS DE ARMAZENAMENTO As condições ambientais especiais parao armazenamento de acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos e ópticos são: Tipos de documentos Condições ambientais Fotografias em preto e branco T 12ºC +/- 1ºC e UR 35% +/- 5% Fotografias em cor T 5ºC +/- 1ºC e UR 35% +/- 5% Filmes e Registros magnéticos T 18ºC +/- 1ºC e UR 40% +/- 5% PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS Princípio da proveniência ou do respeito aos fundos (respect des fonds): princípio básico da arquivologia segundo o qual os arquivos devem ser organizados por fundos de uma mesma fonte produtora/geradora, não devendo, portanto, serem misturados aos de outras fontes. * Fundo: conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo. * Fundo aberto: fundo ao qual podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade produtora continuar em atividade. * Fundo fechado: fundo que, não recebe acréscimos de documentos, em função de a entidade produtora não se encontrar mais em atividade. Princípio da cumulatividade: diz respeito à acumulação natural, progressiva e orgânica dos arquivos. Princípio da organicidade: os arquivos refletem a estrutura, atividades e funções do organismo (entidade coletiva, pessoa ou família) que os criou. Princípio do respeito à ordem original: princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar a ordem (organização) original dada pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu. Princípio do inter-relacionamento: segundo o qual os documentos de arquivo são conexos, ou seja, estabelecem relações entre si. Princípio da unicidade: o documento é único dentro do contexto em que foi criado. Princípio da autenticidade: os documentos devem ser criados, guardados e conservados segundo normas, técnicas e processos regulares que garantam a sua confiabilidade. Princípio da pertinência: princípio segundo o qual os documentos deveriam ser reclassificados por assunto sem ter em conta a proveniência e a classificação original. Também chamado princípio temático. Princípio da territorialidade: segundo esse princípio os arquivos públicos devem fazer parte do território no qual foram criados, devendo, portanto, a ele pertencer. Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: os documentos ou fundos arquivísticos devem ser conservados sem dispersão, subtração, mutilação, danos ou qualquer tipo de acréscimo/inserção indevida. Princípio da reversibilidade: princípio segundo o qual todo procedimento ou tratamento empreendido em arquivos pode ser revertido, se necessário. DIGITALIZAÇÃO Digitalização: é o processo de conversão de um documento para o formato digital, por meio de dispositivo apropriado (scanner). O produto dessa conversão não será igual ao original e não substitui o documento original que deve ser preservado. A digitalização, portanto é dirigida ao acesso, difusão e preservação do acervo documental. Documento digitalizado x documento digital O documento digitalizado é um tipo de documento digital. Os documentos digitais têm duas origens distintas: os que já nascem digitais e os que são gerados a partir de digitalização. Ambos são codificados em dígitos binários, acessíveis e interpretáveis por meio de um sistema computacional. NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 6 O documento digitalizado é a representação digital de um documento produzido em outro formato e que, por meio da digitalização, foi convertido para o formato digital. Geralmente, esse representante digital visa a facilitar a disseminação e o acesso, além de evitar o manuseio do original, contribuindo para a sua preservação. Todo documento digitalizado é um documento digital, mas nem todo documento digital é um documento digitalizado. Exemplo: 1) Documento nato digital: textos em Microsoft Word, fotografias tiradas em câmeras digitais, plantas de arquitetura e urbanismo criadas em AutoCAD, mensagens de correio eletrônico, planilhas eletrônicas. 2) Documento digitalizado: Cópia digitalizada da Lei Áurea; negativos e fotografias escaneados. Documento arquivístico: é um documento produzido e/ou recebido e mantido por pessoa física ou jurídica, no decorrer das suas atividades, qualquer que seja o suporte, e dotado de organicidade. Documento arquivístico digital: É o documento arquivístico codificado em dígitos binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema computacional. São exemplos de documentos arquivísticos digitais: planilhas eletrônicas, mensagens de correio eletrônico, sítios na internet, bases de dados e também textos, imagens fixas, imagens em movimento e gravações sonoras, dentre outras possibilidades, em formato digital. É um documento digital que é tratado e gerenciado como um documento arquivístico, ou seja, incorporado ao sistema de arquivos. Documento arquivístico convencional: é um documento arquivístico não digital. Metadados: dados estruturados que descrevem e permitem encontrar, gerenciar, compreender e/ou preservar documentos arquivísticos ao longo do tempo. Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD): É um conjunto de procedimentos e operações técnicas, característico do sistema de gestão arquivística de documentos, processado por computador. É um conjunto de procedimentos e operações técnicas que visam o controle do ciclo de vida dos documentos, desde a produção até a destinação final, seguindo os princípios da gestão arquivística de documentos e apoiado em um sistema informatizado. É um sistema desenvolvido para realizar as operações técnicas da gestão arquivística de documentos, processado eletronicamente e aplicável em ambientes digitais ou em ambientes híbridos, isto é, ambientes que incluem documentos digitais e convencionais. O SIGAD é aplicável em sistemas híbridos, isto é, que utilizam documentos digitais e documentos convencionais. Deve ser capaz de gerenciar, simultaneamente, os documentos digitais e os convencionais. No caso dos documentos convencionais, o sistema registra apenas as referências sobre os documentos e, para os documentos digitais, a captura, o armazenamento e o acesso são feitos por meio do SIGAD. Um SIGAD inclui operações como: captura de documentos, aplicação do plano de classificação, controle de versões, controle sobre os prazos de guarda e destinação, armazenamento seguro e procedimentos que garantam o acesso e a preservação a médio e longo prazo de documentos arquivísticos digitais e não digitais confiáveis e autênticos. No caso dos documentos digitais, um SIGAD deve abranger todos os tipos de documentos arquivísticos digitais do órgão ou entidade, ou seja, textos, imagens fixas e em movimento, gravações sonoras, mensagens de correio eletrônico, páginas web, bases de dados. Gerenciamento eletrônico de documentos (GED): conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA – MATERIAL COMPLEMENTAR Professora Ana Lúcia Dúvidas: professora.analuciasc@gmail.com 7 seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição. Entende-se por informação não estruturada aquela que não está armazenada em banco de dados, como mensagem de correio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilha etc. O GED pode englobar tecnologias de digitalização, automação de fluxos de trabalho (workflow), processamento de formulários, indexação, gestão de documentos, repositórios,entre outras. Diferença entre SIGAG e GED Um SIGAD tem por objeto o documento arquivístico e visa a gerenciá-lo em todo o seu ciclo de vida. Portanto é capaz de realizar todas as operações técnicas da gestão arquivística desde a produção até a destinação final do documento. Já o GED tem por objeto o documento sem a perspectiva arquivística. Portanto não gerencia o ciclo de vida dos documentos, nem é capaz de manter a relação orgânica ou controlar a temporalidade e a destinação. Isso não significa que um é melhor do que outro; simplesmente, eles possuem objetivos diferentes. A escolha de um ou de outro, ou a adoção de ambos, depende das necessidades da organização. Apesar das diferenças, existe, inclusive, uma tendência de GEDs incorporarem as funcionalidades de um SIGAD. “O estudo é um trabalho em que somos obrigados a pôr toda a nossa vontade para realizá-lo com o maior rendimento possível”. Thomas Atkinson
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