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Unidade I REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL: EUROPA / ÁFRICA / ÁSIA Prof. Fernando Ribeiro O continente europeu em panorama Segundo menor continente do mundo; possui uma área de 10.365.000 km2. Apresenta um litoral recortado, formado por conjuntos de ilhas, penínsulas e mares internos. Localiza-se majoritariamente na faixa temperada do planeta, em seu Hemisfério Norte, entre o trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico. Sua divisão territorial apresenta 50 países (mais extenso – Rússia; menos extenso – Vaticano). Apresenta uma população de 730 milhões de habitantes e densidade demográfica aproximada de 72 hab./km2. O continente europeu em panorama Disponível em: <es.wikipedia.org> Limites: Norte – Oceano Glacial Ártico; Oeste – Oceano Atlântico; Sul – Mar Mediterrâneo; Leste – Ásia (Montes Urais e a cordilheira do Cáucaso). Domínios naturais do território – o relevo Ao Sul encontra-se um relevo de formação terciária, constituído por planaltos em erosão e dobramentos recentes (mesetas espanholas, pirineus, apeninos, balcãs). Tais formações também são encontradas na parte Centro-Oriental, a partir do maciço central francês, dos alpes e dos cárpatos. Ao Norte, entretanto, predominam planícies sedimentares, como as bacias parisiense, germano-polonesa e russa. Exceção: alpes escandinavos. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Europe_topography_map.png> Hidrografia Majoritariamente, os rios nascem nas regiões de planalto e nas cordilheiras, dispersando-se pelas planícies até desaguarem em mares interiores ou no Oceano Atlântico. Principais rios: Volga, Rússia (mais extenso – 3.688 km); Reno, Europa Central (importante hidrovia); Danúbio, Europa Oriental (segundo mais extenso); Pó, Itália; Tâmisa, Inglaterra; Loire, França. Hidrografia Rios perenes, exorreicos e de boa navegabilidade: o litoral recortado da Europa produz, por outro lado, um conjunto de mares interiores conectados a outros abertos. Ao Norte temos como principais mares: Báltico, do Norte, de Barents, da Noruega. Ao Sul: Mar Mediterrâneo, Negro, Egeu, Adriático, Tirreno. Fonte: Atlas Geográfico do IBGE. Características climatobotânicas A Europa é influenciada por quatro tipos distintos de clima, cada qual definindo um tipo específico de vegetação. Clima temperado (predominante) Determinado pelas estações do ano, pode ser dividido em dois tipos de acordo com os níveis de umidade. Oceânico na parte Norte e Noroeste (efeito da maritimidade); Continental na porção central, oriental e na Rússia. Gera uma vegetação temperada caducifólia ou decídua onde exerce influência, com exceção dos extremos frios e dos extremos secos da Rússia, onde surgem coníferas e estepes, respectivamente. Características climatobotânicas Clima mediterrâneo Verões quentes e invernos amenos. Umidade concentrada em apenas três meses do ano. Predomina no Sul, nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo. Vegetação de maquis e garrigue, de três estratos, sempre verde. Clima polar Verões amenos e invernos de rigoroso frio. Umidade alta, porém com baixas precipitações. Vegetação de tundra, gramíneas, musgos e líquens. Características climatobotânicas Clima de montanha Definido pela latitude e pelo relevo, é caracterizado pela maior rigorosidade das baixas temperaturas. Apresenta espécies temperadas em associação com florestas de coníferas. Disponível em: <pays-du-monde.fr/wp-content/uploads/2012/05/carte_climats_europe.jpg> Características climatobotânicas Disponível em: <sedac.ciesin.columbia.edu/downloads> Interatividade A Europa Meridional apresenta características peculiares que a distinguem do restante do continente. Seu clima é mais seco e com verões mais quentes (a), e a vegetação sazonal caducifólia (b) predominante no centro e no norte cede espaço para espécies perenifólias. Da mesma forma, em função da maior atividade tectônica, surgem importantes cadeias de montanhas (c) que se opõem às planícies do norte. Portanto, com base nessas afirmações, as letras a, b e c referem-se, respectivamente, a: a) clima temperado continental; floresta mediterrânea; alpes. b) clima mediterrâneo; floresta temperada; pirineus. c) clima mediterrâneo; floresta mediterrânea; pirineus. d) clima temperado; floresta temperada; apeninos. e) clima polar; floresta de coníferas; alpes. Dimensões socioespaciais Componente étnico formado por: germânicos, latinos, eslavos, gregos, húngaros, celtas, judeus, árabes, turcos etc. Predomina o cristianismo em todo continente, com as seguintes ramificações: católicos apostólicos romanos nos países do Sul, na França, Polônia, Irlanda e Croácia; protestantes na Escandinávia, Alemanha, Grã-Bretanha e Holanda; ortodoxos na Rússia, Ucrânia, Bulgária, Sérvia e Grécia. Fonte: <gmt.soest.hawaii.edu> Dimensões socioespaciais Densamente povoada, com população concentrada nos vales dos principais rios, notadamente o Reno e o Tâmisa. A despeito dessas concentrações, apresenta boa distribuição demográfica, sobretudo na Europa Oriental. Dimensões socioespaciais Fonte: Ministério da Agricultura da Espanha. População urbana: Fonte: Escritório Nacional de Estatística da França. Dimensões socioespaciais População caracterizada pela baixa natalidade e alta expectativa de vida. Tendência ao crescimento vegetativo negativo e ao envelhecimento da população. Queda da população economicamente ativa, compensada (em alguns países) pelo intenso fluxo migratório que o continente recebeu nos últimos 50 anos. Fonte: <populationpyramid.net> Dimensões socioespaciais Até a década de 1950, a tendência migratória se realizava da Europa para outros continentes. A maior integração territorial e a recuperação econômica faz reverter essa tendência, e fluxos tornam-se internos e externos, notadamente dos países da Europa Meridional e Oriental, assim como de ex-colônias da África e Ásia, em direção às principais economias (França, Alemanha, Holanda, Bélgica e Grã-Bretanha). Primeiro momento (até a década de 1970): inserção econômica, não inserção cultural. Dimensões socioespaciais Segundo momento (após a década de 1970): intensificação dos fluxos, menor inserção econômica, choque cultural, aprofundamento da xenofobia. Aumento da imigração ilegal, via Turquia e ilha de Lampedusa, na Itália, partindo de refugiados que buscam escapar de conflitos armados e dos dilemas sociais no Oriente Médio e África. A Europa (27 países da EU) registra, atualmente, uma população imigrante aproximada de 50 milhões de pessoas. Interatividade A população da Europa é: a) de baixo crescimento vegetativo, urbana, cristã e com tendência ao envelhecimento. b) de elevado crescimento vegetativo, elevado nível cultural e com predominância étnica de brancos. c) de elevado crescimento vegetativo, com predominância de mestiços, rurais e cristãos. d) regularmente distribuída – predominando os brancos – e etariamente jovem. e) de baixo crescimento vegetativo, etariamente jovem e com a predominância do branco. Economia e integração Faz parte do chamado mundo desenvolvido. É o berço da indústria, em que houve acúmulo de riqueza e desenvolvimento de tecnologia e novos métodos de produção. Agricultura baseada em pequenas e médias propriedades, de alta mecanização e produção intensiva. Produção diversificada, baseada em técnicas de rotação de culturas, terraceamento e pôlderes. Cultivos principais de clima temperado: trigo, centeio, aveia,batata e beterraba. Cultivos principais de clima mediterrâneo: uvas, azeitonas, frutas. Beneficiada por solos férteis. Economia e integração Pecuária intensiva, com destaque para o gado de corte na Rússia, Grã-Bretanha e Espanha, e gado leiteiro na Holanda, Suíça e Dinamarca – maiores produtores do mundo. Agropecuária subsidiada, protegida pelo Estado contra a concorrência internacional. Recursos minerais principais: carvão (uso industrial, energia) – concentrações na França, Alemanha, Polônia e Ucrânia; petróleo e gás natural (insuficientes para a demanda) – Rússia, Mar do Norte, Mar Negro; urânio (energia nuclear) – França, Espanha, Estônia e Ucrânia; ferro – concentrado na Rússia, Ucrânia e Suécia. Economia e integração Indústria de alta diversificação e tecnologia, produz mercadorias de alto valor agregado, com mão de obra cara, porém qualificada. Setores industriais fundamentais: siderúrgico, química fina e pesada, metalúrgicas de transformação (automobilística, aeronáutica e naval) e de tecnologias avançadas. Concentração industrial na Bacia do Reno (Alemanha), Vale do Pó (Itália), Tâmisa (Inglaterra) e ao norte da França. Fonte: <Europa.eu> Economia e integração – a União Europeia A União Europeia surge como principal eixo de integração do continente e representa a mais importante união política e econômica do mundo. É composta por 28 países, com outras nove possíveis adesões para os próximos anos. Foi instituída pelo Tratado de Maastrich, em 1993, como a consolidação de um processo que se iniciou em 1952, na formação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca). Disponível em: <aeuropanasnossasmaos.files.wordpress.com> Economia e integração – a União Europeia A União Europeia instituiu: a) mercado único – livre circulação de bens, capitais, serviços e pessoas; b) união aduaneira – aplicação de uma tarifa externa comum para todos os países do bloco; c) união monetária – criação do Euro, adotado por 19 países somente. A UE engloba uma população aproximada de 503 milhões de habitantes e um PIB em dólares de 12,6 trilhões. Interatividade Não obstante seja considerado um continente de alto desenvolvimento, a Europa apresenta desigualdades econômicas internas que entravam sua unificação. Tais diferenças, por exemplo, são marcantes entre a porção oriental e ocidental do continente. A alternativa que melhor descreve quanto à economia essas duas Europas é: a) Oriental: economias de recente inserção na economia de mercado, com rápido desenvolvimento em função da superação de seus conflitos étnicos. Ocidental: alta industrialização e baixo desemprego. Interatividade b) Oriental: historicamente inserida no mundo capitalista, apresenta alta produção mineral e de petróleo. Ocidental: apresenta como principais economias França, Grã-Bretanha e Itália. c) Oriental: países oriundos do bloco socialista, passaram a integrar a economia de mercado com grandes dificuldades de adaptação, traduzidas em pobreza e desemprego. Ocidental: buscam consolidar um mercado único e estabelecer uma moeda própria. d) Oriental: fundamentalmente agrário-exportadora. Ocidental: majoritariamente industrial, com baixa atividade turística. e) Oriental: produção, em grande parte, estatal. Ocidental: economia de baixo crescimento e competitividade. A União Europeia em crise Crise que ameaça implodir a união, decorrente de uma associação entre: altos gastos públicos (aumento dos custos com o Estado de bem-estar, pressionado pela massiva imigração; dívida bancária potencializada pela especulação financeira); baixo crescimento e competitividade (forte legislação e organização trabalhista, mão de obra cara, moeda forte; Zona do Euro mais fragilizada em função da perda de autonomia monetária). Países gastam mais do que arrecadam, e tal déficit será coberto por empréstimos bancários que pressionarão ainda mais economias fragilizadas, como as da Grécia, Portugal e Irlanda. A União Europeia em crise Fuga de capitais, ausência de crédito, aumento do desemprego, corte de benefícios sociais e aumento de impostos (políticas de austeridade fiscal). Fortalecimento de partidos e movimentos de extrema-direita, contrários à imigração e favoráveis ao protecionismo. Fortalecimento de movimentos separatistas (Catalunha – Espanha; Escócia – Reino Unido). Transformações territoriais atuais e passadas A complexidade étnica e religiosa, associada ao contexto político do fim da Guerra Fria, favorecerá importantes mudanças na configuração territorial da Europa. A Queda do Muro de Berlim unificou duas Alemanhas (1989). A dissolução da União Soviética insere, automaticamente, 10 países no novo mapa da Europa (Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Estônia, Letônia, Lituânia, Armênia, Azerbaijão e Geórgia). Transformações territoriais atuais e passadas A separação da antiga Tchecoslováquia (1993) – Revolução do Veludo: criação da República Tcheca e da Eslováquia. A desintegração da antiga Iugoslávia (1991-2006): a) independência da Eslovênia, Croácia e Macedônia; b) guerra da Bósnia e Herzegóvina (1992-1995); c) independência de Montenegro, em 2006; d) conflitos no Kosovo. Principais áreas de tensão: leste da Ucrânia, Chechênia (Rússia); Catalunha (Espanha); Escócia (Reino Unido). Interatividade Em meio à crise, crescem os ímpetos separatistas na Europa. Países com maiores disparidades regionais, em que os governos se alinham às políticas de austeridade fiscal e de aumento de impostos, tendem a sofrer com a insurgência de setores políticos mais extremistas. Essa relação entre crise econômica e separação é notadamente observada: a) na região do Flandres, que visa a separação da Bélgica. b) na região do Kosovo, que visa a separação da Sérvia. c) no leste da Ucrânia, que visa separar-se da Ucrânia e unificar-se à Rússia. d) na Região da Catalunha, que visa separar-se da Espanha. e) na Região da Bretanha, que visa separar-se da França. ATÉ A PRÓXIMA!
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