Buscar

Espaços Confinados - Livro-Texto Unidade III

Prévia do material em texto

43
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
Unidade III
Nesta unidade, você conhecerá mais alguns tipos de riscos possíveis em atividades em espaços 
confinados. Lembre‑se de relacioná‑los com os riscos estudados na unidade anterior para que você 
desenvolva a capacidade de identificar a combinação de todos esses agentes.
5 RISCOS BIOLÓGICOS E RISCOS RESPIRATÓRIOS
5.1 Riscos biológicos
Os riscos biológicos são aqueles que acontecem através do contato de microrganismos (fungos, 
parasitas, vírus, bactérias, protozoários, rickéttsia, vermes etc.) com o homem. Esse tipo de contato pode 
causar doenças. Algumas delas são:
• tuberculose;
• tétano;
• doença de Chagas;
• tifo;
• encefalite;
• raiva, malária e febre tifoide;
• hepatite A.
Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais microrganismos, gerando riscos para o 
trabalhador. É o caso das indústrias de alimentação, dos hospitais, do serviço de limpeza pública, dos laboratórios, 
do trabalho em esgotos, túneis ou locais de transporte de água contaminada, minas subterrâneas etc.
 Várias doenças causadas por tais agentes podem ser adquiridas quando as regras básicas de proteção 
são desrespeitadas. A mais comum é a leptospirose, que é transmitida pela urina de rato contaminada pela 
bactéria Leptospira. Esta doença poderá causar a morte por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal 
aguda. Várias infecções da pele podem ser causadas pelo contato com matéria orgânica infectada desse 
microrganismo. Todas são evitáveis com o uso de equipamentos de proteção adequados. Outra forma de 
prevenção para atividades que oferecem riscos biológicos ao trabalhador é a obrigatoriedade de vacinação 
em determinados casos. A vacina para combater o tétano, por exemplo, é muitas vezes recomendada.
O trabalho em sistema de coleta e escoamento de esgotos pluviais é uma das muitas atividades que podem 
expor o trabalhador a situações nas quais poderá contrair alguma doença. De acordo com Lopes (2010, p. 4), “o 
recebimento de esgoto sanitário, após tratamento primário ou secundário, proporciona um ambiente interno 
passível de aquisição de doenças diversas, risco biológico, químico e mecânico, com maior ênfase”.
44
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
Figura 32 – Interior de um esgoto
Em virtude da elevada densidade microbiana e dos riscos nas redes de esgotos, em 2002, foi elaborado 
o Manual de Procedimentos para Auditoria no Setor de Saneamento Básico, por meio de uma parceria 
do Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria de Inspeção do Trabalho (Departamento de Segurança 
e Saúde no Trabalho) e do Grupo Especial de Apoio à Fiscalização no Setor Saneamento e Urbanismo.
Esse manual aponta que os riscos biológicos encontrados nessa área específica:
Procedem principalmente da exposição a microrganismos presentes nos resíduos 
humanos e de outras espécies animais. Quando se utiliza processo de aeração 
para tratamento de resíduos esses microrganismos podem estar dispersos no ar, 
representando fonte de contaminação. A situação de risco pode assumir maiores 
proporções quando do extravasamento de esgoto (BRASIL, 2002).
Note que, em se tratando do sistema de saneamento e esgotos das cidades, caso os riscos não sejam 
controlados e o sistema não apresente segurança, os perigos durante suas atividades podem atingir, 
numa proporção expandida, até mesmo a população.
Figura 33 – Alerta de perigo
45
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
 Saiba mais
Para se informar melhor sobre como prevenir acidentes, leia: 
ZOCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do 
trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
5.2 Riscos respiratórios
Para falarmos sobre os riscos respiratórios, vamos retomar a definição sobre Espaço Confinado feita 
no início de nosso livro‑texto. Segundo a NR 33,
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação 
humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja 
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde 
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio (BRASIL, 2007).
Note, portanto, que o espaço confinado, por si só, já oferece risco à respiração daquele que se 
encontra em seu interior, simplesmente por apresentar pouca ventilação e deficiência de oxigênio. Por 
esse motivo é que as empresas que realizam atividades nesse locais devem estabelecer procedimentos 
para contenção ou eliminação de riscos. Uma das ações mais importantes é a implantação do sistema 
de ventilação, que promoverá a circulação contínua de ar naquele espaço. Contudo, vale ressaltar 
que a ventilação em áreas confinadas jamais deve ser feita com oxigênio puro, pois “o oxigênio não 
é inflamável, mas altera a inflamabilidade de algumas substâncias, fazendo com que elas entrem em 
ignição a uma temperatura mais baixa e queimem mais rapidamente, aumentando significativamente o 
risco de incêndio e explosão” (BRASIL, 2007).
Figura 34 – Equipamento de ventilação
Já o uso dos equipamentos apropriados para cada situação assegura que o trabalhador tenha 
condições favoráveis para desenvolver sua atividade. Para isso, a organização deve desenvolver 
46
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
um programa de proteção respiratória, selecionando os equipamentos a serem utilizados desde 
que o monitoramento do ar seja permanente. Nesse controle, algumas condições atmosféricas 
devem ser observadas:
• deverá conter o nível mínimo de oxigênio previsto na norma;
• não poderá conter substâncias tóxicas ou combustíveis;
• não poderá apresentar níveis muito altos de monóxido de carbono.
 Observação
O monitoramento deve ser realizado por trabalhador qualificado, 
sempre sob supervisão do responsável técnico.
Figura 35 – Aparelho para avaliação atmosférica
Figura 36 – Proteção respiratória com filtro mecânico de cartucho
47
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
 Observação
Esses aparelhos para avaliação atmosférica podem fazer a medição em 
tempo real de um ou mais gases. Também indicam quando algum deles 
ultrapassa o limite de segurança ou mesmo quando o ambiente atinge a 
faixa de risco de explosão.
Após a determinação do uso de respirador pelo trabalhador, faz‑se necessária a constatação de que 
o equipamento esteja corretamente ajustado à sua face. Convém que haja inspeção sobre o uso de 
outros EPIs que possam interferir na selagem do respirador.
Figura 37 – Equipamento de proteção respiratória para uso com cartuchos – Classe 1
Figura 38 – Equipamento de proteção respiratória e facial inteira para uso com cartuchos – Classe 1
48
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
Outro procedimento essencial para a eliminação de riscos respiratórios em áreas confinadas é o 
treinamento, que deverá apresentar o seguinte conteúdo:
• identificação dos espaços confinados;
• critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
• conhecimento sobre práticas seguras;
• legislação de segurança e saúde no trabalho;
• programa de proteção respiratória;
• áreas classificadas;
• operações de salvamento.
 Observação
A obediência às determinações da NR 33, associada à implementação de 
alguns procedimentos – como a implantação de um sistema de ventilação, 
o uso corretode equipamentos de respiração e o treinamento oferecido pela 
empresa – são fatores essenciais para evitar acidentes de consequências graves 
nos espaços confinados. Aliado a isso está o processo de monitoramento do 
nível de oxigênio e de outras substâncias, que você verá a seguir.
 Lembrete
A implantação do sistema de ventilação do espaço confinado promove 
a circulação contínua de ar nesse espaço.
5.2.1 Monitoramento dos níveis de oxigênio e de outras substâncias
Uma atmosfera segura é compreendida pela seguinte condição:
• 78,0 % de nitrogênio; 
• 20,9% de oxigênio; 
• 1,0 % de argônio;
• 0,1 % de outros gases.
49
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
Essa é a composição do ar que respiramos. Qualquer alteração dessa composição é compreendida 
como uma situação de risco.
Os gases que oferecem risco à saúde do trabalhador que entra em contato com eles durante sua 
atividade ocupacional podem ser classificados de três maneiras: os tóxicos, quando inalados, ingeridos 
ou absorvidos em contato com a pele, reagem quimicamente com nosso organismo, provocando desde 
uma simples irritação até a morte; os asfixiantes podem causar alteração da respiração, limitação da 
mobilidade, possível inconsciência e parada respiratória seguida de parada cardíaca; os inflamáveis são 
as substâncias que, em níveis elevados, podem entrar em combustão quando se misturam com o ar.
Destacaremos a seguir a indicação de alguns desses gases presentes em espaços confinados. Note 
que determinado gás não é necessariamente apenas tóxico, asfixiante ou inflamável, podendo reunir 
duas ou até mesmo as três características.
• Metano (CH4): é um gás inflamável e asfixiante, que pode ser formado pela decomposição de 
resíduos orgânicos. Quando atinge concentrações muito elevadas, acaba por deslocar o O2 do 
ambiente confinado.
• Sulfeto de hidrogênio (H2S): é um gás tóxico, asfixiante químico e inflamável. Sua formação 
acontece durante o processo de biodegradação de matéria orgânica.
• Monóxido de carbono (CO): é um gás tóxico e inflamável. Formado pela combustão incompleta, ou 
seja, a combustão que se dá quando não há oxigênio suficiente para consumir todo o combustível.
• Dióxido de carbono (CO2): é um gás asfixiante simples. Assim como o metano, pode deslocar 
o oxigênio, quando atinge altas concentrações, porém possui valor IPVS, que é a sigla de 
Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde.
Veja a seguir as ilustrações sobre os limites de tolerância dos gases H2S e CO:
Figura 39 – Limite de tolerância para concentração de H2S
50
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
Figura 40 – Limite de tolerância para concentração de CO
 Observação
A medição dos gases H2S e CO só pode ser feita por meio de sensores 
dedicados de sulfeto de hidrogênio e monóxido de carbono.
Quadro 2 – Limite de exposição e limite de concentração de CH4
Metano (CH4)
Limite de exposição Limite de concentração
É um gás asfixiante simples, por isso não apresenta 
referência de efeitos por ppm. No entanto, pode‑se afirmar 
que acima de 500.000 ppm pode haver morte por asfixia.
A recomendação é que os níveis de oxigênio estejam acima 
de 18% para garantir um ambiente seguro.
A concentração de gás metano no ar deve estar em torno 
de 1%, sendo recomendável não ultrapassar os 5%, devido 
ao risco de alta inflamabilidade.
Quadro 3 – Limite de exposição e limite de concentração de CO2
Dióxido de carbono (CO2))
Limite de exposição Limite de concentração
É um gás asfixiante simples, por isso não apresenta referência 
de efeitos por ppm. Porém, a NR 15 determina exposição 
máxima de 3900 ppm em 48 horas de trabalho semanal.
Não há registro de concentração para cada situação, pois 
elas se dão em uma faixa muito próxima.
Para que você possa entender um pouco mais sobre como é feito o monitoramento dos níveis de 
oxigênio e de substâncias tóxicas, considere que as condições ambientais em espaços confinados são 
alteradas constantemente devido à realização de algumas atividades ou à sequência de determinada 
atividade. Em decorrência dessas operações, o monitoramento também necessita ser feito periodicamente. 
De acordo com a NR 33,
A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada por 
meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados 
e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, 
válvulas e demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de 
51
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
contaminantes durante a execução da tarefa. O monitor deve ter capacidade 
de detectar todos os gases e vapores existentes no espaço confinado. Os 
monitores mais utilizados detectam o percentual de oxigênio, Limite Inferior 
de Explosividade de Inflamáveis, Monóxido de Carbono e o Gás Sulfídrico. O 
prazo de garantia e a vida útil dos sensores, detectores ou células devem ser 
verificados periodicamente (BRASIL, 2007).
 Lembrete
Determinado gás não é necessariamente apenas tóxico, asfixiante ou 
inflamável, pois pode apresentar duas ou até essas três características.
Algumas recomendações são importantes e devem ser seguidas pelos trabalhadores que realizarão 
o monitoramento, pois elas fazem toda a diferença durante o processo, podendo, inclusive, assegurar a 
vida dos envolvidos em tal atividade. Vejamos quais são:
• antes de iniciar o procedimento, deve‑se verificar se o mecanismo está funcionando corretamente;
• é fundamental seguir todas as indicações feitas pelo fabricante durante o uso do dispositivo;
• o trabalhador deve zerar o seu aparelho medidor em atmosfera de ar fresco e isento de gases ou vapores;
• antes de abrir totalmente a “boca de visita” para monitoramento interno, é necessário fazer uma 
pequena abertura utilizando a extensão que acompanha o aparelho, assim o ambiente receberá 
um pouco de ventilação antes da entrada do trabalhador;
• é imprescindível que o monitoramento seja feito em todos os níveis de altura e de comprimento.
Figura 41 – Sistema de detectores de gás para monitoramento contínuo
52
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
Alguns instrumentos são medidores de múltiplos gases e devem apresentar uma configuração 
padrão composta por quatro sensores; são eles: sensor de oxigênio, que possui alarme para o caso 
de deficiência (quando o seu volume encontra‑se abaixo de 19,5%) ou para o caso de enriquecimento 
(quando o seu volume encontra‑se acima de 23%) no ambiente; sensor de explosividade, que possui 
um alarme que indica quando se atinge 10% do Limite Inferior de Explosividade (LIE); sensor de H2S; 
e sensor de CO.
Figura 42 – Aparelhos de monitoramentos de gases para uso pessoal
O teor de gases, vapores ou névoa tóxica no interior dos espaços confinados deve ser inferior aos limites 
de tolerância; porém, quando o teor for superior, o ambiente deverá ser purgado (depurado ou purificado) 
com vapor ou gás inerte. Portanto, é importante que o monitoramento seja feito novamente a cada vez em 
que houver a possibilidade de que um contaminante eleve os valores, ultrapassando o limite de tolerância.
Os trabalhadores não devem ficar muito tempo expostos aos agentes que podem causar riscos à saúde 
ou à vida, por isso há limites máximos de exposição – que dependem do tipo de concentração do agente.
 Saiba mais
Os limites de tolerância para cada agente químico ou poeira tóxica 
podem ser encontradosna NR 18: 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE nº 597, de 7 
de maio de 2015. NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria da Construção. Brasília, 2015. Disponível em: <http://portal.mte.
gov.br/data/files/FF8080814CD7273D014D350CBF47016D/NR‑18%20
(atualizada%202015)limpa.pdf>. Acesso em: 25 set. 2015.
6 RISCOS COMBINADOS
Nesse momento você deve ser capaz de relacionar os riscos apresentados nesta obra. Agora 
trataremos de um tipo de risco que combina todos os aspectos que estudamos anteriormente. Os riscos 
combinados foram assim chamados por se tratarem da combinação dos riscos elétricos e mecânicos, 
ergonômicos, ambientais, biológicos e respiratórios.
53
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
Figura 43 – Centelha causadora de curto‑circuito
Note que a partir da combinação dos riscos apresentados nos tópicos anteriores podemos identificar 
alguns riscos combinados. Acompanhe a seguir o desenvolvimento de três exemplos de casos dessa 
mesma forma.
1) Um maquinário que apresenta um curto‑circuito é capaz de provocar uma centelha, que poderá 
causar uma explosão ou um incêndio, que, consequentemente, trará deficiência de oxigênio para o 
ambiente, podendo causar asfixia para os trabalhadores.
2) Um sistema ou maquinário elétrico que não foi corretamente inspecionado e apresenta, por 
exemplo, fios desencapados, pode causar um choque elétrico, que é causado pela corrente elétrica 
que atravessa o corpo do trabalhador. Correntes maiores que 20 mA e menores que 10 mA podem 
oferecer dificuldades de respiração para o trabalhador, causando asfixia, caso o socorro demore a chegar. 
Correntes superiores a 200 mA são capazes de causar graves queimaduras e parada cardíaca.
3) Um trabalhador que realiza uma atividade numa altura elevada e sem proteção respiratória 
pode ingerir algum tipo de gás em um ambiente confinado, o que pode causar náuseas, tonturas e, 
consequentemente, a sua queda.
Note que os riscos combinados, conforme exemplificado anteriormente, são consequências de outros 
perigos e que essa combinação deve ser evitada para que situações críticas não sejam agravadas. Os 
perigos nesses casos são dobrados ou triplicados, já que a vida e a saúde do trabalhador estão expostas 
a situações de perigo fatal. Portanto, a análise de riscos combinados deve ser feita com muita cautela, 
pois, na maioria dos casos, será muito complexo avaliar todas as possibilidades.
Destacaremos a seguir mais um estudo de caso. Trata‑se do relato de um acidente ocorrido em 
abril de 2015 com operários de uma empresa de saneamento que realizavam atividade em uma 
rede de esgoto.
SRTE aponta contaminante em rede de esgoto em que operários morreram
Um contaminante na rede de esgoto pode ter provocado o vazamento de gás que matou, 
por asfixia, dois funcionários terceirizados da Empresa Baiana de Águas e Saneamento 
54
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
(Embasa), que caíram em um buraco de 3 m de profundidade, e um homem que tentou 
entrar no local para salvá‑los. A análise inicial da Superintendência Regional de Trabalho e 
Emprego (SRTE) foi divulgada nesta tarde.
O acidente de trabalho aconteceu em um esgotamento sanitário cuja obra, no 
canteiro central da Via Regional, em Cajazeiras VI, Salvador, era realizada pelo consórcio 
MRM/Passarelli. A SRTE aponta que embargou todas as atividades em espaços confinados 
que são realizadas pelo consórcio em Salvador e em Lauro de Freitas, na região metropolitana.
Mais cedo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que também começa a 
apurar as mortes e aponta que vistoria inicial reconhece falhas nos procedimentos básicos 
de segurança. De acordo com o MPT, as responsabilidades estão sendo apuradas. Foram 
solicitados relatórios que indiquem as condições em que o fato ocorreu. O MPT adianta que 
a Embasa tem acordo judicial firmado que estabelece obrigatoriedade de atendimento de 
normas de saúde e segurança do trabalho em todas as suas obras.
Tragédia
As vítimas são Antônio Pereira da Silva e José Ivan Silva, além do trabalhador do 
ferro‑velho Gilmário da Conceição Barbosa, 31 anos.
Um outro funcionário da empresa terceirizada também entrou no buraco para tentar 
resgatar os operários, mas, ao perceber o forte cheiro de gás, desistiu e conseguiu sair do 
local. Ele foi encaminhado para um hospital pelo Samu.
Em nota, a empresa de saneamento disse que as mortes foram ocasionadas por 
“contaminação por gás dentro de um equipamento da rede de esgotamento sanitário que 
está sendo implantada na localidade”.
Falta de segurança
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção 
(Sintepav), Irailson Warnoaux, não havia equipamentos de segurança no local. “Eles deveriam 
ter colocado técnicos de segurança para verificar as condições de trabalho”, relata Irailson. 
Ele ainda informou que o sindicato denunciou a empresa terceirizada ao Ministério Público 
do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Segundo a Embasa, o consórcio responsável pela execução da obra está investigando a 
origem do gás, uma vez que a rede de esgoto ainda não está em funcionamento. O equipamento 
é uma caixa de concreto armado que foi implantada a três metros de profundidade. De acordo 
com o consórcio, o serviço estava finalizado há três meses e, nesta manhã, os técnicos foram 
realizar vistoria no local.
55
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
A Embasa informou que vai acompanhar o caso e apurar as responsabilidades junto ao 
consórcio executor da obra.
Fonte: SRTE... (2014).
 Resumo
Nesta unidade abordamos com profundidade o que são os riscos 
biológicos. Os microrganismos que oferecem esses perigos, ao entrarem 
em contato com o homem, podem lhe causar doenças perigosíssimas. 
Estudamos algumas dessas doenças e também as principais atividades que 
expõem o trabalhador a esse tipo de risco.
Subsequentemente, destacamos os riscos respiratórios, que podem 
ser ocasionados por falta de ventilação ou baixo nível de oxigênio em um 
ambiente fechado. Por conta do risco de asfixia, perda da mobilidade ou até 
mesmo de uma parada cardíaca, pudemos notar que alguns procedimentos 
são fundamentais para a segurança do trabalhador, como a implantação 
de um sistema de ventilação, o uso apropriado dos equipamentos e o 
treinamento para realizar a atividade. Além disso, apresentamos como é 
feito um monitoramento de níveis de oxigênio e de outras substâncias.
Para que você pudesse entender uma atmosfera de risco, explicamos 
nesta obra o que é uma atmosfera segura. Então, foram apresentadas as 
características dos principais gases e os seus limites de tolerância. Conhecemos, 
ainda, alguns aparelhos medidores e suas recomendações de uso.
Depois compreendemos o que são os riscos combinados. Então, a 
partir das ameaças estudadas anteriormente, identificamos as inúmeras 
possibilidades de combinações entre eles. Observamos que esse tipo de 
risco pode agravar uma situação de vulnerabilidade na qual o trabalhador 
esteja exposto.
 Exercícios
Questão 1. (TST 2004) Segundo o Anexo IV da NR‑05: Cipa, são considerados riscos físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes, respectivamente:
A) Poeira, calor, bacilos, jornada de trabalho prolongada e animais peçonhentos.
B) Calor, gases, fungos, monotonia/repetitividade e esforço físico intenso.
56
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
C) Calor, gases,bacilos, jornada de trabalho prolongada e névoas.
D) Poeira, calor, fungos, arranjo físico deficiente e eletricidade.
E) Calor, gases, bacilos, jornada de trabalho prolongada e eletricidade.
Resposta correta: alternativa E. 
Análise das alternativas
Segundo a Portaria nº 25 do MTE, de 29 de dezembro de 1994, um dos objetivos do mapa de riscos 
é identificar os indicadores de saúde, tais como: 
• queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos. 
• acidentes de trabalho ocorridos. 
• doenças profissionais diagnosticadas. 
• causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
O quadro deve ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para 
os trabalhadores.
Grupo I
Verde
Grupo 2
Vermelho
Grupo 3
Marrom
Grupo 4
Amarelo
Grupo 5
Azul
Riscos Físicos Riscos Químicos
Riscos 
Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso
Máquinas e equipamentos sem 
proteção
Radiações 
ionizantes Névoas Protozoários
Exigência de postura 
inadequada
Ferramentas inadequadas ou 
defeituosas
Radiações não 
ionizantes Neblinas Fungos
Controle rígido de 
produtividade Iluminação inadequada
Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos Eletricidade
Calor Vapor Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosão
Pressões 
anormais
Substâncias compostas 
ou produtos químicos 
em geral
Jornadas de trabalho 
prolongadas Armazenamento inadequado
Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos
Outras situações causadoras 
de stress físico e/ou psíquico
Outras situações de risco que 
poderão contribuir para a 
ocorrência de acidentes
Fonte: Diário Oficial, 30 dez. 1994, Seção 1, pág. 21.
57
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
ESPAÇOS CONFINADOS
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: poeira é risco químico e calor é risco físico.
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: esforço físico intenso é risco ergonômico.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: névoa é risco químico.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: poeira é risco químico; calor é risco físico; e arranjo físico deficiente é risco de acidente.
E) Alternativa correta. 
Justificativa: calor, gases, bacilos, jornada de trabalho prolongada e eletricidade enquadram‑se nos 
respectivos riscos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes.
Questão 2. (TST 2009) A NR 16 regulamenta as atividades e operações perigosas e, em seu escopo, 
determina que:
I – São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos à ação 
de agentes exteriores, tais como: calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos.
II – São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos à 
degradação química ou autocatalítica.
III – É obrigatório as empresas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia 
em estabelecimento ou setor da empresa, com objetivo de caracterizar e classificar, ou determinar 
atividades perigosas.
IV – As quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos não serão 
consideradas para efeito desta Norma. 
É correto apenas o que se destaca nas afirmativas:
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
58
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
5/
09
/1
5
Unidade III
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
Resposta desta questão na plataforma.

Continue navegando